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SERVIÇOS FARMACÊUTICOS 2016/2017

Manual 8
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS . 2016/2017

Manual 8
Perda de Peso
AUTORES:

Cassyano J Correr, BPharm, MSc, PhD

Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Paraná


Consultor Abrafarma - Projeto Assistência Farmacêutica Avançada
projetofarma@abrafarma.com.br

Thais Teles de Souza, BPharm, MSc

Ambulatório de Atenção Farmacêutica do Hospital de Clínicas,


Laboratório de Serviços Clínicos e Evidências em Saúde,
Universidade Federal do Paraná.

REVISÃO:

Wálleri Christini Torelli Reis, BPharm, MSc

Ambulatório de Atenção Farmacêutica do Hospital de Clínicas,


Laboratório de Serviços Clínicos e Evidências em Saúde,
Universidade Federal do Paraná.

Os autores agradecem aos membros do GTFARMA, farmacêuticos coordenadores e super-


visores das Redes associadas à Abrafarma, bem como aos seus colaboradores, pela leitura,
revisão e sugestões de melhoria feitas aos Manuais durante seu processo de elaboração.
Muito obrigado!
MANUAL 8: PERDA DE PESO
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FICHA CATALOGRÁFICA:

613.25
C824 Correr, Cassyano Januário
Manual 8: perda de peso / Cassyano Januário Correr, Thais
Teles de Souza. 1. ed. atualizada. Curitiba: Ed. Practice, 2016.
152p. : il. algumas coloridas) (Manual 8)

ISBN 978-85-68784-02-0

Inclui bibliografia

1. Obesidade – Prevenção e controle. 2. Manuais. I. Souza,


Thais Teles de. II. Título.

Os autores deste manual empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto
estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até a data da entrega dos
originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante
fluxo de novas informações sobre terapêutica e reações adversas a fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sem-
pre outras fontes fidedignas (p. ex., Anvisa, diretrizes e protocolos clínicos), de modo a se certificarem de que as informações contidas neste
manual estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. Recomendamos que
cada profissional utilize este manual como guia, não como única fonte de consulta.

Os autores e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qual-
quer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis correções posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de
algum deles tenha sido omitida.
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ABRAFARMA

AVISO AO LEITOR

Este manual possui caráter técnico-científico e destina-se exclusivamente aos profissionais farmacêuticos e colabora-
dores das Redes de Farmácias e Drogarias associadas a Abrafarma. Sua elaboração tem por objetivo apresentar dire-
trizes para a estruturação e performance dos serviços farmacêuticos nos estabelecimentos e, sob nenhuma hipótese,
pretende substituir normas ou procedimentos estabelecidos na legislação sanitária ou profissional mais atual aplicável
ao setor. A Abrafarma, bem como os autores, eximem-se de qualquer responsabilidade pelo mau uso deste recurso,
bem como pela interpretação e aplicação de seu conteúdo feita por seus leitores.
8

SUMÁRIO

11 A FARMÁCIA EM TRANSFORMAÇÃO

13 INTRODUÇÃO

15 PROGRAMA PERDA DE PESO

15 O que é o Programa Perda de Peso?

15 Quais são os benefícios para os pacientes?

17 PARTE 1 . REVISANDO A CONDIÇÃO

17 O que são o sobrepeso e a obesidade?

17 Qual é a prevalência do sobrepeso e da obesidade?

18 Como é feita a avaliação do sobrepeso e da obesidade?

20 Como o sobrepeso e a obesidade podem ser classificados?

22 Como medir a composição corporal de um paciente?

24 Circunferência abdominal

25 Espessura das pregas cutâneas

26 Bioimpedância

27 Relação cintura-quadril

29 Índice de adiposidade corporal (IAC)

31 Métodos de imagem para avaliação da composição corporal

31 Além da composição corporal: Dados clínicos e laboratoriais

32 Quais são as causas do sobrepeso e da obesidade?

38 Quais as consequências do sobrepeso e da obesidade?

41 Quais são as metas terapêuticas no tratamento do sobrepeso e da obesidade?

42 Por que é difícil manter o peso perdido?

43 Como tratar a obesidade?

47 Tratamento farmacológico

49 Primeira linha
49 Orlistate

52 Sibutramina

55 Produtos de uso off label

55 Bupropiona

56 Fluoxetina

58 Sertralina

59 Metformina

60 Exenatida

61 Liraglutida

62 Canagliflozina

63 Dapagliflozina

64 Naltrexona

65 Suplementos nutricionais e produtos de origem vegetal

66 Ácido linoleico conjugado (CLA)

67 Cafeína

68 Cálcio

68 Capsaicina

69 Chá verde (Camellia sinensis)

69 Colágeno

69 Cromo

70 Ephedra sinica

71 Erva-de-são joão (Hypericum perforatum)

72 Garcinia cambogia

72 Goji Berry

73 Goma Guar

73 Hidroximetilbutirato (HMB)

74 Ioimbina (Pausinystaliayohimbe)

74 L-Carnitina

75 Óleo de coco (Cocos nucifera)


76 Óleo de cártamo (Carthamu stinctorius)

77 Plantago (Psyllium)

77 Piruvato

77 Quitosana

78 Suplementos protéicos

79 Tratamento dietético

83 Dietas ricas em gorduras e escassas em carboidratos

84 Dietas balanceadas

85 Dietas escassas em gorduras (<25%) e muito escassas em gorduras (<19%)

86 Dietas de baixíssimas calorias

87 Substituição de refeições

88 Dietas com gorduras modificadas

88 Dieta do índice glicêmico

89 Dieta mediterrânea

89 Dietas ricas em proteínas

90 Dieta DASH

91 Interpretando as informações nutricionais dos rótulos de alimentos

92 Atividade física

93 Atividade física na prevenção de ganho de peso

93 Atividade física como tratamento único para sobrepeso e obesidade

94 Atividade física associada com dieta para tratamento de sobrepeso e obesidade

95 Atividade física na manutenção da perda de peso

95 Programa de atividade física

96 Aconselhamento comportamental

102 Tratamento cirúrgico

105 PARTE 2 . PROTOCOLO DE ATENDIMENTO

107 Como identificar os clientes para o serviço?

108 Como a equipe da farmácia pode ajudar?

108 Como deve ser o local de atendimento?


11
109 ENCONTRO 1: PREPARAÇÃO

110 ENCONTRO 2: PLANO DE AÇÃO

116 Como fazer o encaminhamento ao médico?

116 Como é a declaração de serviço farmacêutico?

116 O que é o diário de saúde?

117 ENCONTRO 3 A 20: ACOMPANHAMENTO

121 ANOTAÇÕES

122 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Manual 8 . Perda de Peso


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A FARMÁCIA EM TRANSFORMAÇÃO

Um dos maiores desafios da administração moderna é o de gerenciar o vazio, aquilo que não existe, inovar. É um
grande desafio porque, no mundo imediatista e de busca pelo resultado em curto prazo no qual vivemos, não é fácil
abstrair-se da realidade que bate à porta, dos problemas do dia-a-dia, e perguntar-se: “e se...?”.

Como uma forma de ajudar suas redes associadas nesse exercício, a Abrafarma desenvolveu um método estrutura-
do de pensar sobre práticas que ainda não existem em nosso país. Assim, realizamos anualmente pelo menos uma
missão técnica internacional, que reúne no mínimo um representante de cada empresa, num exercício de “olhar
junto” realidades distintas da brasileira. Viajamos para países como Canadá, Estados Unidos, Espanha, França e In-
glaterra, para exercitar esse “olhar junto”, que se constitui num conjunto de conversas estruturadas, visitas a em-
presas, workshops e participação de especialistas que ajudam este dedicado grupo a fazer as perguntas corretas e
aprender métodos diferentes de fazer varejo. Foi assim, por exemplo, que o dermo-cosmético tornou-se realidade
no Brasil. Após uma das nossas missões internacionais.

Esse “olhar estruturado” da Abrafarma tem se voltado, nos últimos anos, para o repensar do varejo farmacêutico,
que observamos principalmente nos EUA: estabelecimentos que, além de ampla oferta de medicamentos, produtos
de higiene, beleza e conveniências, tem repensado o papel do profissional Farmacêutico para entregar mais valor à
sociedade. Se antes parecia distante da realidade brasileira, a Farmácia nos EUA está se reinventando, e nos dando
uma lição de como ir além!

Para alcançarmos esse nível também no Brasil, precisamos repensar o papel do Farmacêutico, que deve ter função
muito mais nobre do que entregar caixinhas de medicamentos ao usuário e esclarecer-lhes eventuais duvidas. Esse
profissional pode colocar suas competências a serviço de uma proximidade maior com o paciente, agregando mais
valor à sociedade. Assim, nasceu o Projeto Assistência Farmacêutica Avançada, cuja primeira etapa de trabalho
está sendo desenvolvida desde 2013. A iniciativa prevê a formatação inicial de oito novos serviços que podem ser
prestados nas redes da Abrafarma, desde a imunização até clínicas de autocuidado.

É, portanto, com o objetivo de contribuir com a evolução do papel do Farmacêutico, e com esta Farmácia em Trans-
formação no Brasil, que a Abrafarma lança este conjunto de manuais que serão a pedra fundamental de um “novo
olhar” nessa área. Este material, elaborado sob supervisão direta do Prof. Cassyano Correr, que juntou-se à Abra-
farma para burilar esta visão, também contou com o apoio inestimável dos membros do GT FARMA, nosso grupo
incansável de Coordenadores / Supervisores Farmacêuticos. A todos o meu melhor obrigado.

Uma Farmácia em Transformação. É assim que nos enxergamos hoje. O vazio, nesse caso, já tem forma e pode ser
preenchido, se assim o desejarmos. Temos um longo e belo trabalho pela frente.

Sérgio Mena Barreto


Presidente-Executivo da Abrafarma
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Manual 8 . Perda de Peso


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INTRODUÇÃO

Os serviços farmacêuticos prestados em farmácias e drogarias tem por objetivo promover saúde, prevenir doen-
ças e auxiliar na recuperação da saúde, por meio do uso racional dos medicamentos. Para que o máximo benefí-
cio com o tratamento seja alcançado, é necessário que todos os processos da farmacoterapia ocorram de forma
ótima, desde a escolha terapêutica, a dispensação do medicamento, a utilização e adesão ao tratamento, até a
observação dos resultados terapêuticos. As farmácias e drogarias, dada sua capilaridade e facilidade de acesso em
todo país, são pontos estratégicos onde o farmacêutico pode prestar serviços que colaborem com a otimização da
farmacoterapia, em estreita colaboração com os pacientes, médicos, e demais profissionais e serviços de saúde.

Do ponto de vista legal, avanços recentes firmam a farmácia como um lugar de referência da população para saúde,
bem-estar e prestação de serviços. No âmbito sanitário, destaca-se a Resolução no 44/09 da Anvisa, que há anos
regulamenta a oferta de serviços de atenção farmacêutica nestes estabelecimentos, com objetivo de “prevenir,
detectar e resolver problemas relacionados a medicamentos, promover o uso racional dos medicamentos, a fim
de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários”. Mais recentemente, a Lei no 13.021/14 definiu a farmácia
como uma “unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e
orientação sanitária individual e coletiva”. Esta lei, ainda, obriga o farmacêutico no exercício de suas atividades, a
proceder o acompanhamento farmacoterapêutico, estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de medi-
camentos [farmacovigilância], estabelecer o perfil farmacoterapêutico dos pacientes e prestar orientação farma-
cêutica aos mesmos. No âmbito profissional, destacam-se as Resoluções no 585 e no 586, de 2013, do Conselho
Federal de Farmácia, sobre as atribuições clínicas do farmacêutico e a prescrição farmacêutica, que reforçam o
dever deste profissional no que diz respeito as atividades assistências e de cuidado direto dos pacientes.

Esta coleção tem por objetivo fornecer as diretrizes para a oferta e manutenção de uma carteira de serviços,
bem como instrumentalizar os profissionais para um trabalho técnico de alto nível. Este manual está organizado
em duas partes principais. A primeira traz uma revisão sobre obesidade e sobrepeso, que reúne as principais evi-
dências sobre o manejo da condição. A segunda parte apresenta o protocolo clínico do serviço, com objetivo de
padronizar procedimentos e estruturar o atendimento realizado pelo farmacêutico e equipe da farmácia.

Esperamos que você aprecie a leitura e que este material seja útil à sua prática profissional. Bom estudo!

Os autores
15

Manual 8 . Perda de Peso


16

PROGRAMA PERDA DE PESO


O que é o Programa Perda de Peso?

O programa “Perda de peso” é um serviço farmacêutico clínico oferecido nas farmácias e drogarias a pacientes apre-
sentando sobrepeso ou obesidade que desejam reduzir seu peso de forma contínua e saudável. O programa incentiva
a adoção pelo paciente do projeto pessoal “eu magro e saudável”.

O serviço visa estimular o paciente para a redução de peso de maneira bem-sucedida e persistente. O programa con-
siste no acompanhamento do paciente por 12 meses, tempo durante o qual são agendadas consultas. Em um ambiente
confortável e privado da farmácia, os pacientes são atendidos pelo farmacêutico, que realiza uma avaliação individu-
alizada, para troca de experiências, avaliação das medidas antropométricas, resolução de problemas e definição das
metas terapêuticas. Os pacientes são orientados de forma personalizada e avaliados quanto a sua motivação para
perda de peso, que é profissionalmente estimulada.

Após a avaliação inicial, um plano de ação é definido com o paciente e o acompanhamento passa a ser periódico. O pla-
no de ação inclui aconselhamento comportamental específico, recomendações sobre alimentação e atividade física,
e uso de medicamentos, suplementos ou plantas medicinais. Todo trabalho realizado na farmácia visa colaborar com
tratamentos médicos ou nutricionais já seguidos pelo paciente, de modo a potencializar os resultados e promover uma
mudança permanente no estilo de vida.

Durante o programa, o paciente passa a compreender melhor sua condição, encontra motivação e segurança para
tomada de decisões diárias sobre sua saúde e monitora suas metas em parceria com o farmacêutico.

Quais são os benefícios para os pacientes?

A obesidade é um problema de saúde pública, uma epidemia de saúde global. De acordo com a Organização Mun-
dial de Saúde, a obesidade em todo o mundo dobrou desde 1980, com 1,5 bilhão de adultos considerados obesos
em 2008(1,2).

O sobrepeso e a obesidade estão associados a um aumento significativo da mortalidade e estão intimamente


relacionados com alterações metabólicas no organismo, as quais podem se manifestar na forma de elevação da 17
pressão arterial, colesterol e triglicérides, além de aumento da resistência à insulina. Dessa forma, o risco de
manifestações de doenças cardíacas coronarianas, acidente vascular cerebral isquêmico, dislipidemia e diabetes
mellitus tipo 2 aumentam substancialmente com o aumento do índice de massa corporal (IMC). Além disso, o ris-
co de surgimento de câncer de mama, próstata, endométrio, rim e vesícula biliar estão aumentados em indivíduos
obesos e com sobrepeso(2–5).

Os gastos com saúde são significativamente mais elevados para os indivíduos com sobrepeso e obesidade (3). Os
custos do tratamento e dos desfechos que a obesidade e o sobrepeso ocasionam à saúde são bastante significa-
tivos. Um estudo realizado em 2012 revelou que se gasta U$ 2,1 bilhões com todas as doenças relacionadas ao
sobrepeso e obesidade anualmente no Brasil, sendo que 68,4% desse valor correspondem às internações e 10%
diretamente à obesidade e sobrepeso(6). Outra pesquisa brasileira identificou que a obesidade onerou o SUS em
R$ 487,98 milhões em 2011(7).

A redução do peso apresenta benefícios imensuráveis, do ponto de vista clínico, humanístico e econômico, e re-
presenta uma estratégia de saúde pública prioritária. Estudos demonstram que a perda de peso está associada
com uma redução significativa na morbidade e na mortalidade associadas à obesidade e ao sobrepeso(8–10).
Os benefícios da redução de peso incluem redução da taxa de progressão da tolerância à glicose, prevenção de
diabetes e doenças cardiovasculares, melhoria dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, incluindo a
pressão arterial e o perfil lipídico, redução da incontinência urinária, apnéia do sono e depressão, e melhoria da
qualidade de vida, função física e mobilidade(8).

A farmácia comercial, como o ambiente de saúde de maior proximidade do paciente, apresenta grande potencial
para implantação de programas e medidas para a redução de peso. Para os pacientes que estão com sobrepeso
ou obesos, e em risco para doenças associadas à obesidade, uma série de intervenções para a perda de peso
estão disponíveis, incluindo mudanças no estilo de vida, dieta, exercício e farmacoterapia. O farmacêutico possui
uma função importante a desempenhar no manejo adequado dessa condição, conforme veremos ao longo deste
manual

Manual 8 . Perda de Peso


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PARTE REVISANDO A CONDIÇÃO

O que são o sobrepeso e a obesidade?

O sobrepeso e a obesidade são condições clínicas não transmissíveis que acometem adultos e crianças, em países
desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, identificado
pelo índice de massa corporal (IMC) ≥25 kg/m2 e ≥30 kg/m2, respectivamente(2).

Qual é a prevalência do sobrepeso e da obesidade?

O sobrepeso e a obesidade são condições clínicas de alta prevalência em adultos, adolescentes e crianças (2). O
IMC médio está aumentando em todo o mundo, com 36,9% dos homens e 38% das mulheres com IMC ≥25 kg /
m2(11,12). No Brasil, dados divulgados pelo Ministério da Saúde, da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Pro-
teção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2012, revelaram que 51% dos brasileiros (54%
dos homens e 38% das mulheres) apresentam sobrepeso e 17,5% dos brasileiros (16% dos homens e 18% das mu-
lheres) são obesos(13).

Prevalência de sobrepeso e obesidade na população Brasileira em 2012(13)

Sobrepeso 54% 16% Obesidade

17,5%
Homens
51%

Média populacional Média populacional


38% 18%

Mulheres
Como é feita a avaliação do sobrepeso e da obesidade? 19

A avaliação de um paciente com sobrepeso ou obeso deve incluir exames físicos e laboratoriais, a fim de carac-
terizar o tipo e gravidade da obesidade, determinar o risco, e proporcionar uma base para a seleção da terapia.

A avaliação do índice de massa corporal (IMC) é o primeiro passo para determinar o grau de excesso de peso. O
IMC é fácil de medir, confiável e possui boa correlação com o percentual de gordura corporal, embora seja mais
útil se utilizado em conjunto com outras medidas antropométricas(14).

O IMC é expresso em Kg/m2 e calculado a partir do peso e da altura da seguinte fórmula:

IMC = peso corporal (em kg) / altura (em metros) ao quadrado

O IMC fornece uma melhor estimativa da gordura corporal total do que o peso corporal sozinho(15) e, em ge-
ral,possui maior associação com a taxa de mortalidade, seja por todas as causas e por doenças cardiovasculares
(16,17). A relação entre risco de morte e IMC permite a identificação de vários níveis que podem ser usados para
orientar a seleção de terapia (8,18).

Mortalidade por todas as causas versus IMC na faixa 15 a 50 kg/m2 em cada sexo

64

34.7

28.2 Homens
32
26.4
26.0

91

22.7
Mortes
351 146
414
anuais por 20.5 19.2
1219
1000 (IC 95%) 18.4 17.0
3624 Mulheres
16.9
15.1
2952 15.8 15.3
Manual 8 . Perda de Peso

14.7 269
16 14.5
8052
8920 284
13.0
14,437
14,497 557
201
11.4
931
10.5
10.4
1688
9.5
9.2
1194 8.9 2415

3146 Fonte: Whitlock G,


3366
3995
8 Lewington S, et al
0 15 20 25 30 35 40 50
(2009) (17)
IMC (kg/m2)
20

Veja a seguir as curvas de referência para interpretação do IMC, a partir dos dados de peso e altura do paciente:
Como o sobrepeso e a obesidade podem ser classifica- 21

dos?

A classificação do IMC é baseada no risco de doenças cardiovasculares (17). A classificação recomendada para
IMC adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) (19,20) para
caucasianos, hispânicos e negros é apresentada a seguir:

Classificação recomendada para IMC adotada pelo Instituto Nacional de Saúde


(NIH) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (19,20).

Manual 8 . Perda de Peso

< 18,5 18,5 - 24,9 25 - 29,9 30 - 34,9 35 - 39,9 ≥ 40


Baixo peso Peso normal Sobrepeso Obesidade Obesidade Obesidade
Classe I Classe II Classe III

IMC (kg/m2)
22
Os pontos de corte atuais subestimam o risco na população do sul da Ásia. Assim, nas orientações da OMS
e do NIH para os asiáticos, o sobrepeso é definido por valores de IMC entre 23 e 24,9 kg/m2 e a obesidade
por valores de IMC superiores a 25 kg/m2(21). É importante destacar que, em algumas populações, o nível
de risco em termos de porcentagem de gordura corporal é alcançado em um IMC mais baixo (asiáticos do
sul da Ásia) e, em outros um IMC mais elevado (negros) em comparação com os brancos (22,23).

A distribuição da gordura corporal também pode ser classificada de acordo com o formato, o qual pode ser em
forma de pêra / ginóide, intermediário ou maçã / andróide. Na gordura central, em forma de maça, os principais
depósitos de gordura estão localizados ao redor do abdômen e na parte superior do corpo. A gordura periférica,
em forma de pêra, é armazenada principalmente nas coxas e nos glúteos. As evidências sugerem que a forma do
corpo (ou seja, a distribuição de gordura regional) pode ser associada de forma independente com o risco de do-
enças cardiovasculares e endócrinas. O acúmulo de gorduras no abdomem, corpo em forma de maçã, é apontado
como um importante fator de risco para síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e diabetes (24,25). A
adiposidade central visceral está associada a um maior risco de doenças metabólicas e cardiovasculares, incluin-
do a resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão e doença cardíaca coronária.

Distribuição da gordura corporal: pera ou maçã?

Gordura periférica (Pêra) Gordura central (Maçã)

Armazenada
Armazenada principalmente no
principalmente no quadril abdomen e na parte
superior do corpo

Circunferência adominal e
Relação cintura/quadril é
relação cintura/quadril são
utilizada para avaliar esse
utilizadas para avaliar esse
tipo de distribuição
tipo de distribuição

Importante fator de risco


Apresenta menor
para síndrome metabólica,
associação com riscos
doenças cardiovasculares e
à saúde
diabetes

Como farmacêutico(a), esteja ciente de que o IMC é um bom indicador, mas deve ser usado preferencialmente
em conjunto com mais alguns indicadores de composição corporal.
23
LIMITAÇÕES DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)

• Não distingue massa gordurosa de massa magra, podendo substimar o grau de gordura em indivíduos
idosos, em decorrência de sua perda de massa muscular associada ao envelhecimento, e superesti-
mar em indivíduos que estão acima do peso, mas que possuem muita massa muscular (por exemplo,
atletas profissionais ou fisioculturistas) (26);

• Não reflete, necessariamente, a distribuição da gordura corporal, a qual é importante na avaliação de


sobrepeso e obesidade, porque a gordura visceral (intra-abdominal) é um fator de risco potencial para
a doença, independentemente da gordura corporal total (27). Indivíduos com o mesmo IMC podem
ter diferentes níveis de massa gordurosa visceral. Por exemplo: O homem tem, em média, o dobro da
quantidade de gordura abdominal em relação à mulher na pré-menopausa(28);

• Não indica, necessariamente, o mesmo grau de gordura em populações diversas, particularmente


por causa das diferentes proporções corporais(26). Na população brasileira, tem-se utilizado a tabela
proposta pela OMS para classificação de sobrepeso e obesidade e seu uso apresenta as mesmas limi-
tações constatadas na literatura(29).

Como medir a composição corporal de um paciente?

Avaliar a composição corporal significa identificar a forma como a gordura está distribuída no organismo. A com-
binação dessas medidas com o IMC é a melhor opção para avaliar o paciente com sobrepeso ou obesidade (8,30).

IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL (31)

• Identificação do risco de saúde associado aos níveis de gordura corporal total;

• Promoção do conhecimento do paciente sobre as faixas de risco;

• Monitoramento de mudanças na composição corporal;


Manual 8 . Perda de Peso

• Formulação de recomendações dietéticas e prescrições de exercícios;

• Avaliação da efetividade de intervenções dietéticas e exercícios;

• Estimativa do peso ideal para os pacientes, incluindo atletas, asiáticos e idosos;


24 Em consultório, é possível usar a medida da circunferência abdominal (32), a medida da espessura das pregas cutâ-
neas (33), a bioimpedância (34), a razão entre circunferência abdominal e circunferência do quadril (20,35,36) e o
índice de adiposidade corporal (IAC) (37). Leia a seguir um resumo sobre cada um desses métodos:

Métodos clínicos para avaliação da composição corporal em consultório

• Medida da gordura do abdomen e fornece informação sobre risco que não é contabi-
lizado pelo IMC
CIRCUNFERÊNCIA
ABDOMINAL • Reflete melhor o conteúdo de gordura visceral que a relação circunferência abdomi-
nal/quadril e também se associa muito à gordura corporal total

• Uilizada como indicador de obesidade, pois há relação entre a gordura localizada nos
ESPESSURA DAS depósitos debaixo da pele e a gordura interna ou a densidade corporal
PREGAS CUTÂNEAS
• A reprodutibilidade, entretanto, é uma limitação deste método

• A análise da composição corporal através da impedância bioelétrica tem como base


a medida da resistência total do corpo à passagem de uma corrente elétrica. Os com-
ponentes corporais oferecem uma resistência diferenciada à passagem da corrente
elétrica, os ossos e a gordura constituem um meio de baixa conectividade, ou seja,
BIOIMPEDÂNCIA uma alta resistência à corrente elétrica. Já a massa muscular e outros tecidos ricos
em água e eletrólitos, são bons condutores, permitindo mais facilmente a passagem
de corrente elétrica.

• Forma portátil disponível para avaliação clínica tem sido considerada suficientemen-
te válida e segura em condições constantes

• Inicialmente, a medida mais comumente usada para obesidade central. Entretanto,


em 1990, reconheceu-se que pode ser menos válida como uma medida relativa, após
RELAÇÃO perda de peso, com diminuição da medida do quadril
CIRCUNFERÊNCIA
ABDOMINAL / • A OMS considera a RCQ um dos critérios para caracterizar a síndrome metabólica,
QUADRIL (RCQ) com valores de corte de 0,90 para homens e 0,85 para mulheres

• Na população brasileira, a RCQ também demonstrou associar-se a risco de comorbidades

• O IAC é um alternativa mais fidedigna que o IMC para quantificar a gordura corporal,
utilizando a medida do quadril e a altura. A medida do quadril é realizada a partir da
projeção posterior dos glúteos, em uma linha horizontal até a região anterior do quadril.
ÍNDICE DE
ADIPOSIDADE • Para calcular o IAC não é utilizado o peso corporal.
CORPORAL (IAC)
• O IAC é calculado a partir da seguinte fórmula: IAC = [Quadril / (altura x √altura)] – 18

• Observe que o indice utiliza no denominador a altura, vezes a raiz quadrada da altura

Fonte: Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010/ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica (2009) (38)
25
Circunferência abdominal

A associação da medida da circunferência abdominal com o IMC pode oferecer uma forma combinada de avalia-
ção de risco e ajudar a diminuir as limitações de cada uma das avaliações isoladas (30). A circunferência abdomi-
nal é uma medida da gordura do abdomen e fornece informação sobre risco que não é contabilizado pelo IMC.
Pacientes com obesidade abdominal (também chamada de adiposidade central ou visceral) estão em maior risco
de doença cardíaca, diabetes, hipertensão, dislipidemia e esteatose hepática não alcoólica (39–42).

A circunferência abdominal é medida com uma fita flexível colocada sobre um plano horizontal ao nível da crista
ilíaca. Sugeriram-se vários locais e padrões para avaliar a circunferência abdominal. Pode-se realizar a medida
no maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca, segundo recomendações da OMS (20). Já
a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica recomenda medir a circunferência
abdominal no ponto médio entre o rebordo costal inferior e a crista ilíaca (veja ilustração).

Rebordo costal

Ponto médio Fita antropométrica,


medida da
circunferência
Borda superior da abdominal
crista líaca

Existe uma variabilidade étnica nos valores de circunferência abdominal que predizem maior risco. Os nipo-a-
mericanos e índios do sul da Ásia têm mais gordura total e visceral e, portanto, podem estar em maior risco de
desenvolver diabetes tipo 2, em determinado IMC, do que os brancos. Nas mulheres e homens de origem asiática,
a circunferência abdominal é considerada alta em valores superiores a 80 cm e 90 cm, respectivamente (23,43).

A OMS estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular elevado medida de circunferência abdominal
igual ou superior a 94 cm em homens e 80 cm em mulheres caucasianos (20). Uma circunferência abdominal de
≥ 102 centímetros para homens e ≥ 88 centímetros para mulheres é considerada elevada, indicativo de risco
Manual 8 . Perda de Peso

cardiometabólico muito elevado(44). Veja a seguir uma tabela que permite interpretar os resultados da circunfe-
rência abdominal em conjunto com o IMC.
26 Combinação das medidas de circunferência abdominal e IMC para
avaliar obesidade e risco para diabetes 2 (45) e doença cardiovascular (27)
Circunferência abdominal (cm)
Risco de complicações Homem: 94-102 Homem: > 102
IMC (kg/m2)
metabólicas Mulher: 80-88 Mulher: > 88
Baixo peso < 18,5 - -
Peso saudável 18,5-24,9 - Aumentado
Sobrepeso 25-29,9 Aumentado Alto
Obesidade ≥ 30 Alto Muito alto

A medida da circunferência abdominal é desnecessária em pacientes com IMC ≥35 kg/m2, uma vez que
quase todos os indivíduos com este IMC também possuem uma circunferência abdominal alterada e já
apresentam um risco elevado quanto à obesidade(8).

Espessura das pregas cutâneas

A medição da espessura das pregas cutâneas é um método


prático e amplamente utilizado para estimar a massa corporal
magra e a gordura corporal, baseando-se na teoria de que a
medida do tecido adiposo de determinados pontos anatômicos
do corpo pode estimar a gordura corporal total. O uso deste
método requer treinamento e prática. O domínio desta técnica
não é essencial para o trabalho do farmacêutico, mas pode ser
desejável, caso o profissional decida se especializar no cuidado
do sobrepeso e da obesidade.

As medidas de pregas cutâneas mais utilizadas em avaliações


antropométricas incluem: prega cutânea bicipital, tricipital,
subescapular e suprailíaca(46).As medidas são feitas com o
auxílio de um aparelho denominado adipômetro (plicômetro,
paquímetro, espessímetro ou cáliper). Os principais modelos
disponíveis no mercado são das marcas Prime Vision®, Cescorf®, Sanny®, Prime Neo®, Opus Max® e Bras-
fort®.
O resultado da espessura de pregas cutâneas pode ser expressa em valores absolutos (centímetros ou milíme- 27
tros), ou aplicando-se os resultados a equações de regressão, para a predição da densidade corporal ou da por-
centagem de gordura corporal. As principais equações utilizadas no Brasil são: Durnin&Womersley (1974) (47),
Faulkner (1968) (48), Guedes (1985) (49), Jackson & Pollock (1978) (50), Jackson, Pollock & Ward (1980) (51),
Petroski (1995) (52). A classificação do sobrepeso e da obesidade de acordo com a porcentagem de gordura cor-
poral é apresentada no quadro abaixo(53).

Classificação do sobrepeso e da obesidade, de acordo com a porcentagem


de gordura medida por meio da espessura de pregas cutâneas
OBESIDADE MULHERES HOMENS
Leve 25 - 30 % 15 - 20 %
Moderada 30 - 35 % 20 - 25 %
Elevada 35 - 40 % 25 - 30 %
Mórbida >40% >30 %

Fonte: Adaptado de NIDDK, 1993 (53)

Bioimpedância

A bioimpedância é um método relativamente preciso, não-invasivo, indolor, livre de radiação, rápido e seguro, ca-
paz de estimar clinicamente a composição corporal, por meio da medida da passagem de uma corrente elétrica de
baixa amplitude e alta frequência pelo corpo. A passagem da corrente permite medir a resistência e a reactância,
as quais são utilizadas para calcular a impedância e o ângulo de fase, a água corporal total, a água extracelular e
intracelular, a massa livre de gordura, a massa de gordura corporal e a massa de células corporal (54,55).

Existem diversos tipos de equipamentos disponíveis para bioimpedância: aqueles que variam entre o número
de eletrodos e a posição em que são colocados (pé-mão, pé-pé, mão-mão), e aqueles classificados quanto à
região do corpo examinada (regional, total ou segmentar) ou tipo de frequência
utilizada (frequência única - 50 kHz - ou multifrequencial - frequências de 5 a
Manual 8 . Perda de Peso

1000 kHz) (54). Existem diversas marcas no mercado e os preços podem variar
entre mil a dez mil reais. Os equipamento de melhor performance tendem a ser
aqueles que medem na posição pé-mão (a corrente perpassa por todo corpo). As
principais marcas de equipamentos incluem Omron® (modelos Hbf 510w e Hb-
f514C), Fat Precision®, Supermedy®, Wiso®, GTech Pro®, InBody® (modelos
OMRON HBF514C
230, 370, 570 e 720), Maltron® e Biodynamics®.
28
A bioimpedância pode estimar a composição corporal de pacientes com sobrepeso, tendo se mostrado válida
para pacientes com IMC até 34 kg/m2. Em obesos mórbidos, a maioria das equações não consegue predizer
confiavelmente a composição corporal e não são reprodutíveis nos indivíduos durante seu seguimento (56). A
seguinte equação é indicada para estimar a gordura corporal de obesos mórbidos brasileiros (grau III) (56):

BF(kg) = 23,25 + (0,13 x idade) + peso atual + (0,09 x R50) - (0,8 x altura)

onde BF = gordura corporal, idade = anos, peso atual = kg, R50 = 50 kHz
resistência, e altura = cm (54).

Assim, como a medida de pregas cutâneas, o uso deste técnica não é es-
sencial ao trabalho do farmacêutico. Por outro lado, dispor de um bom
equipamento de bioimpedância pode agregar qualidade ao serviço farma-
cêutico, sendo desejável para aqueles profissionais que desejam se espe-
cializar no manejo do sobrepeso e obesidade.

Mais informações a respeito das técnicas de bioimpedância estão dispo-


níveis em: Associação Brasileira de Nutrologia; Sociedade Brasileira de
Nutrição Parenteral e Enteral. Projeto Diretrizes - Utilização da Bioimpe-
dância para Avaliação da Massa Corpórea (2009)(54); Diretrizes brasileiras
de obesidade 2009/2010/ABESO - Associação Brasileira para o Estudo
Exemplo de uso de equipamento de
da Obesidade e da Síndrome Metabólica (2009)(38).
bioimpedância da marca InBody® 720

Relação cintura-quadril

A relação cintura/quadril (RCQ), ou circunferência abdominal/quadril, é um índice antropométrico bastante uti-


lizado para estimar a distribuição da gordura dos segmentos superiores em relação aos segmentos inferiores. A
RCQ é uma medida rápida, fácil e eficiente para identificar pessoas com risco elevado para desenvolvimento de
doenças devido à gordura abdominal (57,58).

Como a medida de RCQ revela a distribuição da gordura no indivíduo, é considerada um fator importante para
verificar onde há maior localização de gordura, sendo que quanto maior a quantidade de gordura abdominal
maior o risco de doenças cardiovasculares (59).
A RCQ é calculada dividindo-se a medida da circunfe- 29
rência abdominal pela circunferência do quadril.
Medida da cintura
no ponto mais estreito
RCQ = perímetro da cintura (cm) /
perímetro do quadril (cm) Cintura
Relação =
Quadril

*Para medir o perímetro da cintura posicione a trena an-


Medida dos quadris
tropométrica abaixo da última costela
no ponto mais largo
*Para medir o perímetro do quadril posicione a trena an-
tropométrica no ponto mais largo do quadril

A classificação de risco de acordo com a relação cintura-quadril para homens e mulheres é apresentada abaixo.

RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL: CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS PARA MULHERES


IDADE BAIXO MODERADO ALTO MUITO ALTO
Homens
20-29 < 0,83 0,83 - 0,88 0,89 - 0,94 > 0,94
30-39 < 0,84 0,84 - 0,91 0,92 - 0,96 > 0,96
40-49 < 0,88 0,88 - 0,95 0,96 - 1,00 > 1,00
50-59 < 0,90 0,90 - 0,96 0,97 - 1,02 > 1,02
60-69 < 0,91 0,91 - 0,96 0,99 - 1,03 > 1,03
Mulheres
20-29 < 0,71 0,71 - 0,77 0,78 - 0,82 > 0,82
30-39 < 0,72 0,72 - 0,78 0,79 - 0,84 > 0,84
40-49 < 0,73 0,73 - 0,79 0,80 - 0,87 > 0,87
50-59 < 0,74 0,74 - 0,81 0,82 - 0,88 > 0,88
60-69 < 0,76 0,76 - 0,90 0,84 - 0,90 > 0,90
Fonte: Adaptado de Heyward; Stolarczyk (2000) (60).

Estudos sugerem que a RCQ define melhor indivíduos de risco para doença cardiovascular (61–63), enquanto
outros autores consideram que a medida da circunferência abdominal é melhor preditor de obesidade, dislipide-
mia e risco cardiovascular (64–67). Valores de RCQ <0,85 cm para mulheres e <0,95 cm para os homens sugerem
riscos menores para doença arterial coronariana, hipertensão e diabetes (68).
Manual 8 . Perda de Peso

A relação cintura-quadril não precisa ser usada para predizer as mudanças que
ocorrem na gordura visceral após um tratamento de perda de peso (69). Estudos
mostram que apenas a medida da cintura já é suficiente para predizer sobre a
presença de depósito de gordura visceral quando comparado a RCQ (19,70).
30
Índice de adiposidade corporal (IAC)

Recentemente, um estudo (37) realizado em indivíduos de origem mexicana e africana demonstrou bons resul-
tados com um novo cálculo de adiposidade a partir da medida do quadril e da altura. O índice de adiposidade cor-
poral (IAC) surge como uma alternativa mais fidedigna que o IMC para quantificar a gordura corporal, utilizando
a medida do quadril e a altura. A medida do quadril é realizada a partir da projeção mais posterior dos glúteos em
uma linha horizontal até a região anterior do quadril. Para calcular o IAC não é utilizado o peso corporal.

O IAC é calculado a partir da seguinte fórmula (37):

IAC = [Quadril / (altura x √altura)] – 18

Na fórmula, o resultado da divisão da medida do quadril pela altura, multiplicada antes pela raiz quadrada da
altura, é subtraído de 18. Medida do quadril em centímetros e da altura em metros. Os resultados do índice de
adiposidade corporal (IAC) são interpretados conforme o quadro a seguir:

IAC (% DE GORDURA) HOMENS MULHERES


Baixo < 15% < 20%
Ideal 15 – 18% 20 – 25%
Moderado 19 – 24% 26 – 29%
Alto (excesso de gordura) > 24% > 29%

Na farmácia, recomendamos que você realize as medidas da altura, peso cor-


poral, circunferência abdominal e circunferência do quadril, para todos os pa-
cientes que iniciarem o programa perda de peso. Com esses parâmetros, você
será capaz de calcular todos os índices mais importantes e, assim, acompanhar a
evolução do paciente ao longo do tempo. A bioimpedância e prega cutânea são
opcionais. Na próxima página, você tem o resumo dos principais parâmetros an-
tropométricos, como são calculados os índices e como interpretar os resultados.
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ÍNDICES REFERÊNCIA

Índice de massacorporal Homens e Mulheres


(IMC) <18,5 = Baixo peso
= 18,5 - 24,9 = Normal
peso (Kg) 25 - 29,9 = Sobrepeso
Altura (em metros) altura (m)2 >30 = Obesidade

Homens Mulheres

Circunferência < 94 cm < 80 cm Normal


abdominal (cm) 94 – 102 cm 80 – 88 cm risco elevado
Circunferência abdominal
>102 cm > 88 cm risco muito elevado
(em cm)

Razão cintura-quadril
Homens Mulheres
Circunferência quadril =
< 0,90 < 0,75 Normal
(em cm) circunferência
abdominal (cm) 0,90 – 1,00 0,75-0,85 risco elevado
circunferência > 1,00 > 0,85 risco muito elevado
quadril (cm)

Massa corporal (peso em kg) Índice de adiposidade


Homens Mulheres
corporal (IAC)
(% de gordura) <15 % < 20% Baixo
= 15 – 18% 20 – 25% Ideal
[quadril (cm) / 19 – 24% 26 – 29% Moderada
(altura X √altura)] > 24% > 29% Excesso de gordura
-18
31

Manual 8 . Perda de Peso


32
Métodos de imagem para avaliação da composição corporal

Outras formas de avaliação, utilizadas pelos médicos especialistas, incluem a ultrassonografia (71,72), a tomo-
grafia computadorizada (73) e a ressonância magnética (74):

Métodos de imagem para avaliação da composição corporal

• Técnica que tem sido cada vez mais utilizada e apresenta excelente correlação com a
medida de pregas cutâneas

• Além da avaliação da espessura do tecido adiposo, avalia também tecidos mais pro-
ULTRASSONOGRAFIA
fundos nas diferentes regiões corporais.

• Considera-se bom método para quantificar o tecido adiposo intra-abdominal, com a


vantagem de ser uma alternativa menos dispendiosa que a tomografia computadori-
za ou ressonância magnética e mais precisa que as pregas cutâneas.

• Método de imagem considerado preciso e confiável para quantificar o tecido adiposo


subcutâneo e, em especial, o intra-abdominal
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA • Mais preciso do que a circunferência abdominal para avaliar a distribuição da gordu-
ra corporal, mas é muito caro para ser realizado apenas para este fim

• Por ser um método não invasivo e que não expõe o paciente à radiação, pode-se
utilizá-lo para diagnóstico e acompanhamento da gordura visceral em indivíduos com
RESSONÂNCIA alto risco e que estejam em tratamento para perder peso
MAGNÉTICA
• Mais preciso do que a circunferência abdominal para avaliar a distribuição da gordu-
ra corporal, mas seu alto custo não permite ser utilizado rotineiramente

Fonte: Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010/ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica (2009) (38)

Além da composição corporal: Dados clínicos e laboratoriais

A obesidade geralmente ocorre em conjunto com algumas condições clínicas que, apesar de não aumentarem o
risco cardiovascular, estão associadas com morbidade significativa. Exemplos incluem osteoartrite sintomática,
colelitíase, depressão e qualidade de vida prejudicada. Além das medidas antropométricas e presença de fato-
res de risco cardiovasculares, outros dados clínicos e laboratoriais podem ser úteis na avaliação global de um
paciente com sobrepeso ou obesidade. Sempre que possível, procure reunir o máximo de informações possível
sobre seu paciente. Isso irá ajudá-lo a compreender melhor as causas subjacentes do sobrepeso e obesidade e,
assim, sugerir condutas úteis ao paciente e equipe de saúde. 33

IMC
Perfil lipídico Circunferência
em jejum abdominal

Glicemia Pressão
de jejum sanguínea

Hormônio
Sintomas de
estimulador da
apneia do sono
tireóide (TSH)
Dados clínicos e laboratoriais
adicionais, úteis para avaliação de pa-
cientes com sobrepeso ou obesos
Eventos Medicamen-
associados ao tos atuais e
ganho de peso passados

Idade de início Tentativas


do ganho de anteriores de
peso perda de peso

Padrão Atividade
alimentar física
Outros fatores
etiológicos

Quais são as causas do sobrepeso e da obesidade?


Manual 8 . Perda de Peso

Para o manejo adequado do sobrepeso e da obesidade, é fundamental a análise de seus fatores etiológicos, isto
é, aquilo que pode ser a causa do problema. A etiologia do sobrepeso e da obesidade é complexa e multifatorial,
resultando da interação de genes, ambiente, estilo de vida e fatores emocionais (38). O quadro a seguir discute
os principais fatores etiológicos para o desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade.
34
Por que as pessoas se tornam obesas? Fatos e números

CICLO DE VIDA

O peso corporal da mãe durante a gravidez pode influenciar o tamanho e a forma do corpo e a com-
posição corporal do filho (75).

Alto IMC pré-gestacional e ganho de peso gestacional excessivo são fatores de risco para a obesi-
dade infantil (76,77).

GESTAÇÃO E Bebês nascidos de mães diabéticas têm um maior risco de sobrepeso quando crianças e adultos (76,77).
INÍCIO DA VIDA
Embora o peso ao nascer seja um bom indicador de obesidade futura, crianças que são pequenas ou
com uma pequena circunferência da cabeça estão em maior risco de gordura abdominal e outras co-
morbidades associadas à obesidade.

A amamentação, quando comparado com o leite artificial, pode ser associada com um menor risco
de excesso de peso.
A obesidade infantil tipicamente persiste até a idade adulta, principalmente para crianças com um
dos pais obeso (78).

INFÂNCIA E A obesidade na adolescência está relacionada com o peso da criança antes dos cinco anos de idade;
ADOLESCÊNCIA
Obesidade na adolescência está associada com obesidade grave em adultos (79).

O peso na adolescência está relacionado a eventos adversos à saúde posteriores (80).


Apesar da importância do peso na infância e na adolescência, a maioria das pessoas com sobrepeso
ADULTOS
ou obesidade desenvolvem o seu problema na vida adulta (77).

GÊNERO

As mulheres experimentam aumentos modestos no peso corporal e distribuição de gordura depois


da primeira gravidez; estas alterações são persistentes e variam de acordo com a raça e origem
étnica (81,82).

Muitas mulheres acreditam que os contraceptivos orais causam ganho de peso. No entanto, os
MULHERES dados disponíveis sugerem que ganho de peso significativo não é um efeito colateral comum de
contraceptivos orais.

Ganho de peso e alterações na distribuição de gordura geralmente ocorrem nos primeiros anos pós-
menopausa (83,84). Terapia com estrógeno não impede o ganho de peso em mulheres na pós-meno-
pausa, embora possa minimizar a redistribuição de gordura (85).
A transição de um estilo de vida ativo durante a adolescência e a juventude para um estilo de vida
mais sedentário posteriormente, é associado com o ganho de peso em muitos homens. Um aumento
HOMENS
no peso corporal continua até a sexta década. Depois de idades entre 55 e 64 anos, o peso relativo
permanece estável e, em seguida, começa a declinar (77).
35

ESTILO DE VIDA

Um estilo de vida sedentário reduz o gasto de energia e promove o ganho de peso (86).

Pequenas diferenças nos níveis diários de atividade física moderada (5-10 min) foram associadas
ATIVIDADE
com diferenças relativamente grandes em risco de obesidade (87).
FÍSICA

De todos os comportamentos sedentários, assistir TV por tempo prolongado parece ser o mais
preditivo de risco de obesidade e diabetes (88).
Estudos demonstram que pessoas que dormem menos de quatro horas por noite ou que perdem
noites de sono podem ter consequências metabólicas negativas, podendo levar a obesidade (89).

A restrição do sono, quando comparado com a extensão do sono, foi associada a diminuição da lepti-
PRIVAÇÃO DO SONO na (um hormônio anorexígeno), aumento na grelina sérica (um hormônio orexígenos) e aumento do
apetite (em especial para alimentos altamente calóricos, com alto teor de carboidratos) (89,90).

O sono inadequado pode resultar em excesso de alimentação, obesidade, e resposta alterada a


terapia dietética(91,92).
O ganho de peso é muito comum após cessação tabágica. Apesar da retirada da nicotina, a qual está
associada com o aumento da ingestão de alimentos e redução do gasto de energia, a cessação tabá-
CESSAÇÃO DO TABA- gica ocasiona ganho de peso de 1 a 2 kg nas primeiras duas semanas e de mais 2 a 3 kg ao longo dos
GISMO de 4 a 5 meses. O ganho de peso médio é de 4 a 5 kg, mas pode ser muito maior (93,94). Estima-se
que a cessação tabágica aumenta a chance de obesidade, em comparação com os não fumantes, em
2,4 vezes nos homens e 2,0 vezes mulheres. Veja o Manual 7: parar de fumar, para detalhes.

DIETA

A tendência de aumentos no índice glicêmico dos alimentos, as bebidas contendo açúcar, o tamanho
OFERTA DE das porções dos alimentos preparados, os serviços fastfood, a redução da presença da família nas
ALIMENTOS refeições e os conteúdos das refeições escolares, combinado com um declínio contínuo na atividade
física, têm contribuído para o aumento da obesidade (12).
Uma dieta rica em gordura e açúcar está associada com a obesidade. O aumento do consumo de
batatas fritas, bebidas adoçadas com açúcar, carne vermelha não processada e carnes processadas
HÁBITOS
foi diretamente associado ao ganho de peso (95).
ALIMENTARES
Manual 8 . Perda de Peso

O consumo de vegetais, grãos integrais, frutas, nozes e iogurte foi associado com perda de peso (96).

Um padrão de cinco refeições por dia foi associado a um risco significativamente menor de sobrepe-
so e obesidade (97,98).
FREQUÊNCIA DE
ALIMENTAÇÃO
Uma explicação para os efeitos de pequenas refeições frequentes contra poucas grandes refeições
pode ser a diferença na secreção de insulina associada a estes formatos de refeição (99).
36
Síndrome de alimentação norturna é definida como o consumo de pelo menos 25% (e, geralmente,
SÍNDROME DE ALI-
mais de 50%) de energia entre a refeição da noite e da manhã seguinte (100). É um padrão bem
MENTAÇÃO NOTUR-
conhecido nos obesos (101). É relacionada aos distúrbios do sono e pode ser um componente de
NA
apneia do sono, em que a sonolência diurna e a vigília noturna são comuns.
TRANSTORNO DA
Transtorno de compulsão alimentar é uma doença psiquiátrica caracterizada por episódios incon-
COMPULSÃO ALI-
troláveis de comer que ocorrem geralmente à noite (100). O paciente pode responder ao tratamen-
MENTAR
to com medicamentos que modulam a liberação ou recaptação de serotonina.
PERIÓDICA

MEDICAMENTOS

Antipsicóticos têm um efeito variável sobre o peso corporal (102). Entre os antipsicóticos
convencionais (primeira geração), o ganho de peso médio estimado após 10 semanas de
tratamento foi maior para tioridazina (3,2 kg).
ANTIPSICÓTICOS
Entre os antipsicóticos atípicos (segunda geração), clozapina e olanzapina foram associa-
dos com o maior ganho de peso (4,4 e 4,2 kg, respectivamente), seguindo-se a risperidona
(2,10 kg) (102).
Os antidepressivos tricíclicos, em particular, amitriptilina, clomipramina, doxepina e imi-
pramina, estão associados com ganho de peso significativo.

Os efeitos dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina sobre o peso corporal são
ANTIDEPRESSIVOS
bem menos caracterizados. O uso a curto prazo de fluoxetina e sertralina tem sido associa-
do com a perda de peso. Em contraste, o uso a longo prazo de alguns inibidores seletivos da
recaptação da serotonina pode estar associado com o ganho de peso (103). Um aumento
de peso significativo foi observado em pacientes utilizando paroxetina.
Os antiepilépticos ácido valpróico e a carbamazepina, que são comumente usados no tra-
ANTIEPILÉPTICOS tamento de transtorno bipolar, estão associados ao ganho de peso. Gabapentina também
pode causar ganho de peso. O topiramato e zonisamida não têm esse efeito.
A insulina e as sulfoniluréias estão associadas com ganho de peso leve(104). Tiazolidine-
dionas, como a pioglitazona e rosiglitazona, também estão associados a ganho de peso.
Metformina, por outro lado, causou uma redução no peso (aproximadamente 2 kg), em
MEDICAMENTOS
pacientes com intolerância à glicose (105). Outros medicamentos para diabetes associa-
PARA DIABETES
dos com perda de peso são os análogos de GLP-1 [glucagon-like peptide-1], inibidores da
DPP-4 [dipeptidil-peptidase-4], inibidores da alfa-glucosidase (acaborse), e inibidores do
SGLT-2. Veja o Manual 3: diabetes em dia, para detalhes.
Outros medicamentos associados ao ganho de peso incluem a ciproheptadina (anti-hista-
OUTROS
mínico), beta-bloqueadores e glicocorticoides (100).
37

DISTÚRBIOS NEUROENDÓCRINOS

Obesidade hipotalâmica é uma doença rara em seres humanos, causada por lesão na região
ventromedial ou paraventricular do hipotálamo ou na amígdala (104). Quando o hipotálamo
ventromedial está danificado, o paciente desenvolve hiperfagia (muita fome) e consequentemente
OBESIDADE
sobrepeso e obesidade.
HIPOTALÂMICA

Esta síndrome pode ser causada por trauma, tumores, doença inflamatória, cirurgias realizadas na
fossa posterior, ou aumento da pressão intracraniana.
A característica clínica comum em pacientes com síndrome de Cushing é obesidade central pro-
gressiva (centrípeta), geralmente envolvendo a face, pescoço, tronco, abdômen e, internamente,
do mesentério ao mediastino. As extremidades são geralmente poupadas (104).
SÍNDROME DE
CUSHING Em contraste com os adultos, quase todas as crianças com síndrome de Cushing generalizaram
obesidade, acompanhada por uma diminuição no crescimento linear. Como resultado, qualquer
criança cujo peso aumenta e a altura reduz quando comparada com crianças normais da mesma
idade devem ser avaliadas para a síndrome de Cushing.
Pacientes com hipotireoidismo geralmente ganham peso devido à desaceleração da atividade me-
HIPOTIREOIDISMO tabólica. O ganho de peso é normalmente modesto, e obesidade marcada é incomum. O tratamen-
to do hipotiroidismosubclínico não parece estar associado com a perda de peso(104,105).
SÍNDROME DOS
Cerca de 50% das mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) são obesas. Os fatores
OVÁRIOS
responsáveis por essa associação não são compreendidas.
POLICÍSTICOS
DEFICIÊNCIA DE HOR-
Deficiência de hormônios do crescimento (GH) em adultos está associada com um aumento na
MÔNIOS DO CRESCI-
gordura abdominal e visceral.
MENTO

FATORES PSICOLÓGICOS

Uma condição que tem sido associada ao ganho de peso é o transtorno afetivo sazonal, que se
refere à depressão que ocorre durante a temporada de inverno em pessoas que vivem no extremo
FATORES
norte; a qual pode ser tratada por exposição à luz. Estes pacientes tendem a ter um aumento no
PSICOLÓGICOS
peso corporal no inverno que podem ser eficazmente tratado com medicamentos que modulam a
liberação ou recaptação de serotonina.
Manual 8 . Perda de Peso

DOENÇAS GENÉTICAS E CONGÊNITAS

Os fatores genéticos desempenham um papel permissivo e interagem com fatores ambientais


DOENÇAS
para a produção de obesidade. Os estudos sugerem que os fatores hereditários são responsáveis
GENÉTICAS E CONGÊ-
por 30 a 70% da variação da adiposidade. Há cerca de 50 genes com polimorfismos relacionados à
NITAS
obesidade que foram identificados por estudos genômicos.
38

DOENÇAS GENÉTICAS E CONGÊNITAS

Os fatores genéticos podem influenciar a obesidade de duas maneiras. Em primeiro lugar, existem
genes que são fatores primários no desenvolvimento da obesidade, tais como a deficiência de
leptina. Em segundo lugar, existem genes de susceptibilidade em que fatores ambientais agem
para causar obesidade.

DOENÇAS GENÉTICAS A produção de leptina está estreitamente correlacionada com a massa gordurosa do corpo, e lep-
E CONGÊNITAS tina pode reduzir a ingestão de alimentos e aumentar a atividade do sistema nervoso simpático.

A grelina, um peptídeo produzido no estômago e no duodeno, é um ligante endógeno para o


receptor secretagogo do hormônio de crescimento (GH). Este péptido tem dois efeitos principais:
estimula a secreção de GH e aumenta a fome. As concentrações séricas de grelina aumentam após
perda de peso induzida por dieta ou exercício(78,106).

FATORES SOCIOECONÔMICOS E ÉTNICOS

A obesidade é mais prevalente em grupos com menor nível socioeconômico(107). A razão para
FATORES esta associação não é conhecida, mas provavelmente está relacionada a vários fatores, incluindo
SOCIAIS a educação nutricional, os ambientes de alimentação dos bairros, e elementos de estrutura do
ambiente (por exemplo, a disponibilidade de calçadas e parques infantis) (108,109).
A origem também influencia a incidência de obesidade. Os homens negros, por exemplo, são
menos obesos do que os homens brancos. Em contraste, as mulheres negras de todas as idades
são mais obesas do que as mulheres brancas, enquanto a prevalência de obesidade em homens e
ETNIA
mulheres latino-americanos é maior do que em homens e mulheres brancos. Além disso, o início
da obesidade na idade adulta jovem é mais precoce em mulheres negras e hispânicas do que em
mulheres brancas (110).

AGENTES INFECCIOSOS

Um grande número de agentes infecciosos, em particular infecções por adenovírus, foi identificado
em modelos animais como sendo associados com a obesidade (111–113). Em um estudo humano de
indivíduos obesos e não-obesos, adenovírus foi associado com maiores índices de massa corporal
AGENTES (114).
INFECCIOSOS
A microbiota intestinal pode afetar o peso corporal por vários mecanismos, incluindo efeitos
sobre o metabolismo de energia, inflamação de baixa qualidade, e permeabilidade intestinal
alterada (115–117).
Quais as consequências do sobrepeso e da obesidade? 39

Mortalidade

A obesidade está relacionada a aumento da mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares.
Esta relação é bem estabelecida e observada em uma série de estudos epidemiológicos (118–121). Da mesma
forma, manter o IMC entre 20 e 25 Kg/m2 reduz este risco (122). Para cada aumento de 5 Kg/m2 no IMC, há um
aumento de 30% na mortalidade geral (17).

Em pacientes com IMC entre 25 a 50 kg/m2, cada aumento de 5 kg/m2 de IMC está associado com uma elevação na
mortalidade por doença isquêmica do coração (HR 1,39), acidente vascular cerebral (HR 1,39), diabetes (HR 2,16),
doença renal crônica não-neoplásica (HR 1,59), doença neoplásica (HR 1,10) e doenças respiratórias (HR 1,20) (17).

Relação entre sobrepeso, obesidade e mortalidade

• ↑30% na mortalidade global a cada 5 kg/m2 maior em IMC


Mortalidade
global • IMC entre 20 e 25 kg/m2 = Menor mortalidade

• Doença cardíaca isquêmica ↑39%

• Infarto ↑39%

Mortalidade por • Diabetes ↑216%

causa específica • Doença renal crônica ↑59%

• Doença neoplásica (Hepática, renal, mama, endométrio, próstata e cólon) ↑10%

• Doenças respiratórias ↑20%

Outros fatores que podem afetar a taxa de mortalidade incluem distribuição de gordura corporal (não contabili-
zada pelo IMC), idade, sexo, etnia, tabagismo e problemas de saúde associados (42). A obesidade na idade adulta
está associada com uma redução notável da expectativa de vida para homens e mulheres. Entre 3457 indivíduos
Manual 8 . Perda de Peso

no estudo de Framingham, aqueles que eram obesos (IMC ≥30 kg/m2), na idade de 40 anos, viveram seis a sete
anos menos do que aqueles que não eram (IMC ≤24.9 kg/m2). Aqueles que estavam com sobrepeso (IMC 25-29,9
kg/m2), na idade de 40 anos, viveram cerca de três anos menos, e aqueles que eram obesos e fumantes viveram
13 a 14 anos menos do que os não-fumantes com peso normal (123).

Tem sido sugerido que o aumento constante da expectativa de vida durante os últimos dois séculos pode chegar
ao fim por causa do aumento da prevalência da obesidade (124).
40 Redução da expectativa de vida devido ao sobrepeso, obesidade e tabagismo (123).

Expectativa de vida

Sobrepeso = ↓ 3 anos

Obesidade = ↓ 6 a 7 anos
Obesidade + Tabagismo = ↓ 13 a 14 anos

Mortalidade

Morbidade

Pessoas com sobrepeso e obesidade apresentam um risco maior para uma série de doenças crônicas, em especial
doenças cardiovasculares, endócrinas e articulares (125–127): Entre as doenças que tem seu risco aumentado
devido ao sobrepeso e obesidade, destacam-se:

Acidente vascular cerebral


Alguns tipos de câncer (esôfa-
Diabetes mellitus
Trombose venosa go, fígado, tireóide, cólon, renal,

Hipertensão arterial endométrio, vesícula biliar, entre


Demência
outros)
Dislipidemias
Doença hepatobiliar
Menstruação irregular
Gota
Doença de refluxo gastroesofágico
Disfunção erétil
Doença coronariana
Câncer gástrico
Doença renal
Insuficiência cardíaca Esteatose do
Osteoartrite Infecções
miocárdio Pedras nos rins

Doenças de pele
Alterações no eletrocardiograma Incontinência urinária

Fibrilação Atrial / Flutter Doenças respiratórias (incluindo


Depressão
apnéia do sono)
Principais complicações da obesidade 41

Custos

Um estudo sueco demonstrou que indivíduos obesos possuem 1,4 a 2,4 vezes o número de dias de ausência por
doença do que os indivíduos com peso normal e são 1,5 a 2,8 vezes mais propensos a receberem pensão por inva-
lidez. Além disso, os custos anuais com medicamentos são significativamente mais elevados em pacientes obesos
em comparação com as pessoas com peso normal (128). O tratamento cirúrgico para a obesidade reduz os custos
relacionados ao tratamento das doenças cardiovasculares e diabetes, mas aumenta os custos dos medicamentos
para problemas gastrointestinais, resultando no total de custos semelhantes para pacientes obesos tratados ci-
rurgicamente ou com medicamentos.
Manual 8 . Perda de Peso

Pessoas com IMC elevado têm maiores despesas comparados aos indivíduos com peso normal. Existe uma asso-
ciação entre IMC e as taxas anuais de dias de internação, o número e os custos das consultas externas, custos de
farmácia ambulatorial e serviços de laboratório, e os custos totais. Os custos anuais totais foram 25% maiores
entre os indivíduos com IMC entre 30 e 34,9 kg/m2 de IMC em relação a indíduos com IMC entre 20 e 24,9 kg/
m2 e 44% maiores entre aqueles com um IMC ≥ 35 kg/m2. Os custos mais elevados foram predominantemente
explicados pela presença de doença arterial coronariana (DAC), hipertensão e diabetes(129–132).
42
Quais são as metas terapêuticas no tratamento do so-
brepeso e da obesidade?

O objetivo da terapia é prevenir, reverter ou amenizar as complicações da obesidade. Assim, a seleção de pacien-
tes para o tratamento baseia-se na avaliação de risco de saúde global, a qual inclui a determinação do grau de
excesso de peso (índice de massa corporal), a presença de obesidade abdominal (circunferência abdominal, índice
de adiposidade central) e a presença de fatores de risco cardiovasculares (por exemplo, hipertensão, diabetes,
dislipidemia) ou comorbidades (por exemplo, apnéia do sono, esteatose hepática não alcoólica). A relação entre
o IMC e o risco permite a identificação dos pacientes e o direcionamento da intervenção para a perda de peso.

Reconhecendo que a farmacoterapia anti-obesidade promove redução do peso corporal até atingir um platô com
a continuidade do tratamento e, que muitos pacientes voltam a ganhar peso após sua interrupção, é importante
definir metas quando se discute um programa de perda de peso com um paciente(18):

• O desfecho ideal é o retorno do peso corporal normal, entretanto, esse cenário é geralmente irreal (133).

• O objetivo do farmacêutico é identificar e avaliar com o paciente uma meta realista de perda de peso.

• Com as medidas de alteração no estilo de vida, um objetivo inicial de perda de peso de 5 a 7% do peso do
corpo é realista para a maioria dos indivíduos.

• No primeiro mês de tratamento, uma redução de 2 kg de peso corporal e mais de 5% entre o 3º e o 6º mês
é suficiente para que o tratamento seja considerado eficaz (133).

• Uma perda de peso de 10 a 15% usando terapia farmacológica e intervenção comportamental é conside-
rada uma resposta muito boa.

• A perda de peso superior a 15% é considerada uma excelente resposta.

• Assim, o farmacêutico e o paciente precisam chegar a um entendimento mútuo das realidades da perda de
peso do paciente de acordo com o plano de cuidado elaborado em conjunto (134).

• Esses graus de emagrecimento correspondem a muitos benefícios como a melhora da concentração plas-
mática de lipídios, redução da pressão arterial, aumento da sensibilidade à insulina, redução de glicemia
sérica e redução do risco de morte (5).
Metas do tratamento da obesidade para 6 meses de tratamento 43

Redução de 2Kg de peso Redução >15% no peso é


no primeiro mês, e mais 5% considerado um resultado
entre o terceiro e sexto mês excelente
é considerado bom

As metas devem ser definidas Redução de 10% a 15% O Retorno ao peso


no início do tratamento. Um no peso é visto como um corporal considerado
objetivo de 5 a 7% de perda resultado muito favorável normal é o ideal, mas
é realista para a maioria dos geralmente é irreal
pacientes.

O tratamento cirúrgico de pacientes obesos resulta em um maior grau de perda de peso (20 a 30% após 1-2
anos) em comparação a mudanças do estilo de vida e/ou a terapia farmacológica. Pessoas tratadas com cirurgia
bariátrica, em comparação com alterações no estilo de vida / terapia farmacológica, apresentaram maiores taxas
de perda de peso e de remissão de diabetes. A pressão arterial e o perfil lipídico melhoraram de forma semelhan-
te em ambos os grupos.Pacientes obesos que optam pelo tratamento cirúrgico para perda de peso apresentam
reduções significativas na morbidade relacionada à obesidade (diminuição das taxas de incidência de diabetes,
hipertensão arterial, dislipidemia) e mortalidade total após 10 a 20 anos (9).

Por que é difícil manter o peso perdido?


Manual 8 . Perda de Peso

O alcance e a manutenção da perda de peso são dificultados pela redução no gasto energético, que é induzido
pela perda de peso. A manutenção do peso corporal a 10% abaixo da linha de base do peso, em indivíduos obe-
sos, foi associada a uma diminuição de 8 kcal / kg no gasto de energia (135).

Em outras palavras, o controle sobre o peso vem do cérebro. Quando uma pessoa faz uma dieta restritiva, o cé-
rebro interpreta a redução na quantidade de alimentos como uma agressão. A resposta do organismo vem com
44 o consequente aumento no apetite e a desaceleração do metabolismo. O organismo passa a “queimar” menos
energia em seu estado basal, e isso, por sua vez, facilita o ganho de peso subsequente.

A reincidência, recuperação do peso perdido, é um problema comum no tratamento da obesidade. Alguns relatos
sugerem que os indivíduos que perdem peso durante qualquer programa de tratamento podem não manter a perda
de peso (5)(efeito sanfona). Uma série de estratégias podem auxiliar a manter a perda de peso, incluindo a auto-pe-
sagem e outras intervenções comportamentais, dieta de calorias reduzidas e altos níveis de atividade física.

Características dos pacientes susceptíveis ao sucesso na manutenção da perda de peso

Perda de peso superior a 2 kg em quatro semanas.

Comparecimento frequente e regular a um programa de perda de peso.

Crença do indivíduo de que seu peso pode ser controlado.

Como tratar a obesidade?

A melhor forma de tratar a obesidade e o sobrepeso ainda não está claramente definida entre especialistas. Além
da cirurgia bariátrica em casos especiais, há outras modalidades de tratamento, como reeducação alimentar, ativi-
dade física regular e aconselhamento comportamental. Em determinados casos utiliza-se medicamentos, ainda que
existam dúvidas sobre a sua segurança e eficácia em longo prazo (136). A relação entre IMC e risco para doenças
permite a identificação de pacientes e o direcionamento da intervenção para perda de peso. Os fatores de risco
adicionais mais importantes que precisam ser considerados, antes da definição de um plano de tratamento, são:

1. Circunferência abdominal elevada

2. História familiar de obesidade

3. Tabagismo

4. Hiperlipidemia

5. Hipertensão arterial

6. Pré-diabetes ou diabetes mellitus


As diretrizes para definição do tratamento são as seguintes: 45

• Pacientes com IMC ≥30 kg/m2 ou entre 24,9 e 30 kg/m2 com um ou mais fatores de risco para doenças, de-
vem ser aconselhados sobre intervenções para perda de peso (dieta, atividade física, aconselhamento com-
portamental e terapia farmacológica).

• Para pacientes com IMC entre 24,9 e 30 kg/m2, sem fatores de risco para doenças cardiovasculares ou ou-
tras comorbidades relacionadas à obesidade, o aconselhamento sobre a prevenção do ganho de peso é im-
portante, incluindo orientações sobre hábitos alimentares e atividade física (8)

• O tratamento inicial para todos os indivíduos que se beneficiariam com a perda de peso é a intervenção sobre
o estilo de vida, uma combinação de dieta, exercício e aconselhamento comportamental. Alguns pacientes
eventualmente requerem a adição de terapia farmacológica ou cirurgia bariátrica.

• Para pacientes com IMC≥30 kg/m2 ou IMC de 27-29,9 kg/m2 e apresentando comorbidades relacionadas à
obesidade, que não conseguiram atingir as metas de perda de peso por meio de dieta e exercício, recomenda-
se adição de terapia farmacológica.

• Para pacientes com IMC>35 kg/m2 apresentando comorbidades relacionadas à obesidade ou com IMC ≥40
kg/m2, que falharam com a terapia dietética, exercício e terapia medicamentosa, recomenda-se a cirurgia
bariátrica, desde que os benefícios esperados superem os riscos do procedimento(8).

Observações sobre o tratamento inicial da obesidade e do sobrepeso

O gasto de energia
Os tratamentos
tem um nível
O tratamento que diminuem o Toda a nossa
mínimo relaciona-
inicial deve criar consumo de ener- energia vem de Altos níveis de
do com a energia
um déficit de gia têm um maior nutrientes dos ali- atividades física
necessária para
energia através de potencial para cau- mentos e bebidas; podem aumentar
manter a tempe-
restrição calórica, sar a perda de peso assim, podemos, o gasto de energia
ratura do corpo,
Manual 8 . Perda de Peso

aumento do do que aqueles que potencialmente, de quatro para oito


tecidos de repara-
exercício, ou aumentam o gasto reduzir a ingestão vezes.
ção e a função do
ambos. de energia através de nutrientes.
coração e outros
do exercício.
órgãos.
46
Abordagem sistemática para manejo do sobrepeso e da obesidade baseada no IMC e
outros fatores de risco

IMC Fatores de risco adicionais? Estratégias para manejo


(Kg/m2)
NÃO SIM

18,5 - 24,9 Risco Baixo Dieta saudável e aconselhamento sobre prevenção do ganho de peso

Circunferência abdominal elevada: manejo do peso


História familiar de obesidade: prevenção de ganho de peso > 3 kg
Risco Tabagismo: cessação tabágica, provisão de aconselhamento dietético
Aumentado
Perfil lipídico elevado: aconselhamento dietético
Hipertensão: dieta, exercício, manutenção do peso
Intolerância à glicose: exercício, dieta de manutenção de peso

25 - 29,9 Risco Manutenção do peso, dieta saudável, exercício físico


Aumentado
Meta para a dieta, exercício e aconselhamento comportamental: primeiro voltada à gestão de riscos.
Risco Se o risco não reduzir substancialmente dentro de 3 meses, necessário perder 5 a 10 kg ao longo de 24 semanas
Moderado por leve déficit de energia. Se não conseguir essa redução de peso em 24 semanas e os riscos persistirem,
adicionar medicamentos para redução do risco por meio do manejo do peso.

30 - 34,9 Risco Objetivo de 5 a 10% de perda de peso


Moderado
Risco Considerar dieta de baixa caloria e terapia medicamentosa se o programa de estilo de vida,
Alto dieta e exercício não tiver sucesso em reduzir todos os fatores de risco após 12 semanas

35 - 39,9 Risco Utilizar a terapia completa, incluindo medicamentos, para conseguir mais de 10 % de perda de peso
Alto
Risco
Muito alto Encaminhar a especialistas para manejo e considerar a possibilidade de cirurgia se o tratamento convencional falhar.
≥ 40 Risco
Objetivo: atingir 20 a 30% de redução de peso
Muito alto

Fonte: World Health Organization (2000) (20)


A intervenção global sobre o estilo de vida (combinação de dieta, exercício e aconselhamentocomportamental) 47
é a estratégia mais importante para o controle de peso. O componente comportamental facilita a adesão a dieta
e exercícios. Os principais objetivos da intervenção global sobre o estilo de vida são: redução de 7% do peso e
mínimo de 150 minutos de exercícios por semana (137).

No que diz respeito à terapia dietética, existem muitos tipos de dietas que promovem redução de peso. As op-
ções incluem dietas de baixa caloria, equilibrada, baixo teor de gordura, baixo teor calórico, moderado teor de
gordura, de baixo teor de carboidratos, dieta mediterrânica, entre outras. A adesão à dieta é um importante pre-
ditor de perda de peso, independente do tipo de dieta. Assim, recomenda-se a adequação de dietas que reduzem
o consumo de energia abaixo do gasto energético com as preferências individuais de cada paciente, ao invés de
focar na composição de macronutrientes da dieta. A adição de aconselhamento dietético pode facilitar a perda
de peso, especialmente durante o primeiro ano.

O aumento do gasto energético através de atividade física não produz bons resultados de perda de peso em cur-
to prazo, mas tem particular importância em esforços de manutenção do peso em longo prazo.

O aconselhamento comportamental é importante no tratamento da obesidade e tem como objetivo auxiliar os


pacientes a fazerem mudanças a longo prazo no seu comportamento alimentar, modificando e monitorando sua
ingestão de alimentos, modificando sua atividade física e controlando sinais e estímulos do meio ambiente que
provocam a vontade de comer.

A terapia com medicamentos pode ser um componente útil do regime de tratamento para indivíduos obesos, po-
dendo ser considerada para aqueles pacientes com IMC superior a 30 kg/m2 ou IMC entre 27 e 29,9 kg/m2 com
fatores de risco associados. O papel da terapia medicamentosa tem sido questionada devido as preocupações
com a eficácia, o potencial para o abuso e os efeitos adversos.

A lipoaspiração, remoção de gordura por aspiração após a injecção de soro fisiológico, é usada para remover a gor-
dura subcutânea e pode resultar em redução significativa da massa gorda, do volume de tecido adiposo abdominal
subcutâneo, do peso e da circunferência abdominal, mas não parece melhorar a sensibilidade à insulina ou fatores de
risco para doença arterial coronariana, incluindo pressão arterial, glicemia, perfil lipídico e níveis de insulina (138).

A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com IMC ≥40 kg/m2 que não conseguiram perder peso com dieta,
exercício e terapia medicamentosa, ou indivíduos com IMC > 35 kg/m2 apresentando comorbidades relaciona-
das à obesidade (hipertensão arterial, intolerância à glicose, diabetes mellitus, dislipidemia, apnéia do sono) e que
falharam com dieta, exercício e terapia medicamentosa. Diversas abordagens cirúrgicas têm sido usadas para
tratar pacientes com obesidade grave que não respondem às abordagens anteriores, as quais podem resultar em
Manual 8 . Perda de Peso

diferentes níveis de perda de peso e correspondentes reduções na glicemia (139).

Várias terapias complementares, incluindo fitoterápicos e suplementos alimentares, têm sido utilizadas para
perda de peso. Entretanto, existe a necessidade de evidências de melhor qualidade que respaldem tal prática.

A acupuntura também tem sido estudada para o tratamento da obesidade. Alguns estudos têm demonstrado be-
nefício modesto da acupuntura para perda de peso. No entanto, a maioria destes estudos são pequenos, de curta
duração e não incluem controles adequados (140,141).
48

Tratamento farmacológico

A terapia medicamentosa pode servir como importante adjuvante da reeducação alimentar, atividade física e
aconselhamento comportamental no tratamento de pacientes com sobrepeso ou obesos. No entanto, o papel
do tratamento farmacológico tem sido questionado devido a preocupações com a eficácia e a segurança, e a ob-
servação de que a perda de peso corporal fica mais lenta com a continuação do tratamento e que a maioria dos
pacientes recupera o peso quando o tratamento é finalizado(136).

A decisão de iniciar uma terapia medicamentosa para tratar indivíduos com sobrepeso ou obesidade somente
deve ser indicada após avaliação criteriosa dos riscos e benefícios do tratamento. O primeiro passo é a avaliação
do paciente, a qual deve incluir a determinação do índice de massa corporal (IMC), a distribuição da gordura com
base na circunferência abdominal, e investigações sobre comorbidade, tais como diabetes mellitus, dislipidemia,
hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e osteoartrite sintomática(142,143).

Os medicamentos anti-obesidade podem auxiliar no tratamento com dieta e exercício em adultos obesos com
IMC maior que 30 kg/m2 que não conseguiram atingir metas de perda de peso através de dieta e exercício, assim
como aqueles com IMC entre 27 e 29,9 kg/m2 com comorbidades associadas que não atingiram as metas com
dieta e exercício(143–145).

Indicações para tratamento farmacológico do sobrepeso e obesidade(38).

Indicações para tratamento farmacológico do sobrepeso e da obesidade

Pacientes com IMC ≥ 30 kg/m², com falha do tratamento não farmacológico isolado

Pacientes com IMC ≥ 25 kg/m² associado a outros fatores de risco,


com falha do tratamento não farmacológico isolado

Pacientes com circunferência abdominal ≥ 102 cm em homens e 88 cm em mulheres

Os estudos avaliando as terapias farmacológicas demonstram bons resultados em termos de eficácia e seguran-
ça, entretanto são de curta duração, com alta heterogeneidade, com viés de publicação e com poucas compara-
ções entre os diferentes medicamentos individualmente. Desta forma, a decisão de utilizar terapia farmacológica
deve ser individualizada, pesando nos benefícios e riscos potenciais(143–145).
A escolha de medicamentos anti-obesidade deve considerar as comorbidades do paciente e o espectro de segu- 49
rança e eficácia do medicamento(136). As opções farmacológicas para tratamento da obesidade no Brasil incluem
os medicamentos de primeira linha (orlistate e sibutramina) e os medicamentos de uso off-label1 (bupropiona,
metformina, liraglutida, exenatida, canaglifozina, dapaglifozina, fluoxetina, sertralina, bupropiona e naltrexona).

Dentre as opções farmacológicas, recomenda-se o orlistate como terapia inicial devido à sua eficácia e segurança
a longo prazo. No entanto, os efeitos adversos gastrointestinais desagradáveis podem limitar o uso de orlistate e
os pacientes precisam ser orientados com cuidado sobre tais efeitos antes de iniciar este medicamento.

Para os pacientes com comorbidades específicas, recomenda-se uma abordagem voltada ao gerenciamento das
doenças crônicas, tentando, se possível, selecionar medicamentos para tratar a comorbidade que podem produzir
perda de peso, em vez de ganho de peso(143). Por exemplo, para pacientes com diabetes ou em alto risco de desen-
volver diabetes, a metformina é uma escolha razoável, pois não causa ganho de peso e pode causar a perda de peso
em alguns pacientes(146). Exenatida, liraglutide e pramlintide são associados com a perda de peso em pacientes
com diabetes tipo 2, enquanto sulfoniluréias, tiazolidinedionas, glinidas e insulina estão associados com o ganho de
peso. No entanto, para pacientes com diabetes, a perda de peso deve ser equilibrado com outros fatores, como ca-
pacidade de atingir o controle glicêmico desejado, outros efeitos colaterais e os custos e riscos dos medicamentos.

Opções farmacológicas para tratamento do sobrepeso e da obesidade no Brasil

PRIMEIRA LINHA USO OFF LABEL


Orlistate Metformina

Sibutramina Liraglutida

Exenatida

Canaglifozina

Dapaglifozina

Fluoxetina

Sertralina

Naltrexona

Bupropiona
Manual 8 . Perda de Peso

É importante destacar que a farmacoterapia não cura a obesidade. Após o efeito terapêutico máximo do medi-
camento ser atingido, a perda de peso cessa e, com a descontinuação do tratamento, é esperado que o peso cor-
poral aumente e os fatores de risco retornem (5). Diante disso, é de extrema importância discutir com o paciente

1
Mais informações sobre uso off label de medicamentos, consulte: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/registro_offlabel.htm
50 sobre a manutenção ou não da terapia em longo prazo (143). Contudo, a falta de evidência de eficácia e segurança
do tratamento a longo prazo é um grande obstáculo para essa conduta e a carência de estudos avaliando a efetivi-
dade dos medicamentos em subgrupos populacionais específicos dificulta a tomada de decisão quanto à escolha
do tratamento (136).

Primeira Linha

Orlistate

Como age?

Orlistate altera a digestão de gordura através da inibição reversível de lipases gástricas e pancreáticas, ocasionan-
do redução da hidrólise de gordura e aumento da sua excreção fecal. O orlistate provoca um aumento dose-depen-
dente na excreção fecal de gordura de modo que aproximadamente 30% da gordura ingerida não é absorvida(147).

DIGESTÃO DA
GORDURA DA DIETA
NORMAL ORLISTATE

Hidrolisada pelas Inativa as lipases


lipases gástrica e gástrica e
pancreática pancreática

Ácidos graxos livres e Incapaz de hidrolisar a


monoglicerídeos gordura da dieta

da absorção da
Absorvidos
gordura em ~30%
no intestino

da excreção
da gordura

Quais as aplicações?

É recomendado como terapia inicial de pacientes obesos que são candidatos à terapia farmacológica, dado o seu
excelente perfil de eficácia e segurança, e efeitos benéficos cardiovasculares e sobre o perfil lipídico(147).
É utilizado para perda de peso em adultos com sobrepeso em conjunto com dieta com teor calórico reduzido e 51
de baixo teor de gordura, e para o tratamento da obesidade, incluindo a perda e a manutenção de peso, quando
utilizado em conjunto com uma dieta com baixas calorias(9,148–157).

O orlistate, associado ao aconselhamento nutricional e à prática de atividade física, é eficaz no tratamento da


obesidade, do sobrepeso e da síndrome metabólica(38,147).

Nos Estados Unidos, o Orlistat está disponível como OTC, mas no Brasil ainda continua sendo um medicamentos
tarjado.

Qual a posologia?

A dose recomendada é 120 mg, três vezes ao dia (durante ou até uma hora após cada refeição). Recomenda-se
omitir a dose de orlistate se a refeição é pequena, ocasional ou não contem gordura.

Quais as principais reações adversas?

As reações adversas da terapia com orlistate são predominantes gastrointestinais, incluindo cólica intestinal,
flatulência, incontinência fecal, manchas oleosas, e flatos com descarga(154). Tais reações adversas ocorrem em
15 a 30%dos pacientes e tendem a ocorrer no início do tratamento e diminuir nos pacientes que aprendem a
evitar esses problemas, evitando dietas ricas em gordura e aderindo a ingestão recomendada de não mais do que
30%(158).

Adicionalmente, a absorção das vitaminas lipossolúveis A,D, E, K e beta-caroteno pode ser ligeiramente reduzida
em pacientes que utilizam orlistat. Por essa razão, é aconselhável fornecer suplementos vitamínicos para os pa-
cientes tratados com este fármaco(158).

Outras reações adversas ocasionadas pelo orlistate incluem: cefaléia (≤31%), fezes oleosas (4% a 27%), dor e
desconforto abdominal (≤26%), infecção respiratória superior (26% a 38%), flatulência (2% a 24%), urgência fe-
cal (3% a 22%), dores nas costas (≤14%), defecação aumentada (3% a 11%), irregularidades menstruais (≤10%),
infecção respiratória inferior (≤8%), infecção do trato urinário (6% a 8%), náusea (4% a 8%), incontinência fecal
(2% a 8%), fadiga (3% a 7%), ansiedade (3% a 5%), diarreia infecciosa (≤5%) e dor e desconforto retal (3% a 5%)
(148,149,154,159–166).

Contraindicações do orlistate(148,149,154,159–166)
Manual 8 . Perda de Peso

• Gravidez

• Síndrome da má absorção crônica

• Colestase

• Hipersensibilidade ao orlistate ou a qualquer componente da formulação


52 Quais as principais advertências e precauções do Orlistat?

Preocupações relacionadas com as reações adversas(148,149,154,159–166):

• Colelitíase: Perda de peso substancial pode aumentar o risco de colelitíase.

• Hepatotoxicidade: Casos de lesão hepática grave (alguns fatais) com necrose hepatocelular ou insuficiência he-
pática aguda têm sido relatados. Os pacientes devem ser instruídos a relatar quaisquer sintomas de disfunção
hepática (por exemplo, anorexia, prurido, icterícia, urina escura, fezes de cor clara, dor no quadrante superior
direito); interromper a terapia e obter testes de função hepática imediatamente se ocorrerem sintomas.

• Aumento do oxalato urinário: Aumento dos níveis de oxalato urinário após o tratamento pode ocorrer em
alguns pacientes; casos de nefrolitíase e nefropatia por oxalato com insuficiência renal têm sido relatados.
Monitorar a função renal em pacientes com risco de insuficiência renal; utilizar com precaução em doentes
com história de hiperoxaluria ou nefrolitíase por oxalato de cálcio.

Preocupações relacionadas com a doença(148,149,154,159–166):

• Diabetes: Perda de peso pode afetar o controle glicêmico. Monitorar os pacientes com diabetes de perto.
Ajuste de dose de medicamentos antidiabéticos pode ser necessário.

Orientações ao paciente sobre orlistate

• Respeitar as orientações alimentares; não ingerindo uma dieta rica em gordura


(> 30% do total de calorias diárias de gordura) e distribuindo a ingestão diária de
gordura ao longo de 3 refeições.

• Tomar um suplemento multivitamínico que contém vitaminas lipossolúveis so-


mente ≥ 2 horas antes ou após a administração.

• Não utilizar esse medicamento se tiver doença da vesícula biliar, síndrome de má


absorção, maus hábitos alimentares ou gravidez.

• Antes de usar, contactar o médico se já teve pedras nos rins, doença da vesícula
biliar, ou pancreatite.

• Os pacientes que tomam medicamentos para diabetes ou doenças da tireóide,


convulsões, anticoagulantes, ou outros produtos para perda de peso devem con-
sultar o médico ou farmacêutico.

• Se ocorrer dor abdominal grave e/ou contínua, amarelamento dos olhos ou da pele,
urina escura ou perda de apetite, o uso deve ser interrompido e o médico consultado.

• Durante o uso, monitorar IMC, ingestão de gordura, glicemia em pacientes com


diabetes, função da tireóide em pacientes com doenças da tireóide e testes de
função hepática em pacientes com sintomas de disfunção hepática.
53
Sibutramina

Como age?

A Sibutramina exerce seus efeitos terapêuticos por meio da inibição da recaptação da noradrenalina, serotonina
e, em menor extensão, da dopamina. A Sibutramina e seus principais metabólitos farmacologicamente ativos (M1
e M2) não agem através da liberação de monoaminas. A sibutramina reduz o apetite, reduzindo assim a ingestão
de alimentos, e causando saciedade precoce(167–169).

Fenda Sináptica Fenda Sináptica


sinal sinal

Noradrenalina Serotonina

Sibutramina Receptor
sinal sinal sinal sinal

CENTRO DA SACIEDADE CENTRO DO APETITE


Manual 8 . Perda de Peso

Quais as aplicações?

Indicada para tratamento de sobrepeso e obesidade em associação com dieta, exercício e aconselhamento com-
portamental.
54 Qual a posologia?

A dose inicial recomendada para a obesidade é de 10 mg por dia, pela manhã, com ou sem alimentação. Se o pa-
ciente não perder pelo menos 2 kg nas primeiras 4 semanas de tratamento, deve-se considerar a reavaliação do
tratamento, que pode incluir um aumento de dose para 15 mg/dia ou a descontinuação da sibutramina. Doses
acima de 15 mg ao dia não são recomendadas.

Deve-se considerar alterações na frequência cardíaca e pressão arterial na tomada de decisões relacionadas com
a titulação da dose.

Quais as principais reações adversas?

A sibutramina pode ocasionar aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e causar insônia, boca seca, cons-
tipação e nervosismo. A sibutramina está associada a um aumento de pressão arterial sistólica e diastólica de 1 a
3 mmHg e aumento da frequência cardíaca em cerca de 4 a 5 batimentos por minuto(170).

Estudos têm demonstrado que a sibutramina está associada a um maior risco de infarto do miocárdio e acidente vas-
cular cerebral quando usada por pacientes com doenças cardiovasculares ou com alto risco cardiovascular (171–174).
Diante disto, a Agência Europeia de Medicamentos suspendeu a comercialização da sibutramina em toda a União Eu-
ropeia (173) e o Food and Drug Administration removeu a sibutramina do mercado americano (175,176).

As demais reações adversas que podem ocorrer com o uso de sibutramina são: dor de cabeça (30,3%), xerosto-
mia (17,2%), perda de apetite (13%), constipação intestinal (11,5%), insônia (10,7%), hemorragia gastrointestinal
(8,7%), dor nas costas (8,2%), tontura (7%), náusea (5,9%), astenia (5,9%), artralgia (5,9%), nervosismo (5,2%) e
indigestão (5%) (177–180).

Contraindicações da sibutramina (181)


• Idade superior a 65 anos

• História de doença cerebrovascular, acidente vascular cerebral ou ataque isquê-


mico transitório

• Uso concomitante com inibidores da monoaminooxidase (IMAO). Deve ter pelo


menos 2 semanas entre uso da sibutramina e IMAO

• Uso concomitante com outros medicamentos de ação central para perda de peso

• Insuficiência cardíaca congestiva; Doença arterial coronariana

• Distúrbios alimentares (por exemplo, anorexia ou bulimia nervosa)

• Arritmias cardíacas; História de doença arterial periférica oclusiva

• Hipersensibilidade a sibutramina ou outro componente do produto

• Hipertensão não controlada


Quais as principais advertências e precauções da sibutramina(181) 55

Uso excessivo de álcool não é recomendado durante o tratamento

Pressão arterial e/ou frequência cardíaca podem aumentar substancialmente em alguns pacientes, deven-
do ser monitorados

Eventos cardiovasculares (por exemplo, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, parada cardíaca res-
suscitada ou morte cardiovascular) foram relatados

Risco de comprometimento da função cognitiva ou motora

Evitar ou monitorar (quando necessário) uso concomitante com medicamentos que afetam a função he-
mostasia ou plaquetas (aumento do risco para eventos hemorrágicos foi relatada) ou com agentes seroto-
ninérgicos, incluindo triptanos

Perda de peso pode precipitar ou agravar a formação de cálculos biliares

Pode causar glaucoma de ângulo estreito

O uso não é recomendado em pacientes com disfunção hepática grave e durante a gestação

Uso cauteloso em pacientes com insuficiência renal leve a moderada

Destaque sobre a sibutramina

O cloridrato de sibutramina foi voluntariamente retirado do mercado dos Estados Unidos em 8


de outubro de 2010. Um estudo pós-comercialização, que avaliou a segurança cardiovascular
durante o uso de sibutramina (SCOUT), demonstrou um aumento do risco de 16% de eventos
cardíacos graves, incluindo o infarto do miocardio não-fatal, acidente vascular cerebral não-
fatal, necessidade de reanimação após parada cardíaca, e morte em pacientes que receberam
sibutramina, comparativamente ao placebo(400).
Manual 8 . Perda de Peso
56
Produtos de uso off label

Bupropiona

Como age?

A bupropiona é uma aminocetona monocíclica que está estruturalmente relacionada com a anfetamina (182).
Algumas autoridades classificam o medicamento como um inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina,
porque inibe a recaptação pré-sináptica de dopamina e noradrenalina (com um efeito maior sobre a dopamina).
A droga tem pouco efeito sobre outros neurotransmissores, e pouca ou nenhuma afinidade para os receptores
pós-sinápticos(183).

Quais as aplicações?

A bupropiona é um fármaco aprovado para o tratamento da depressão e para utilização na prevenção de ganho
de peso quando se tenta deixar de fumar (184). É utilizada para tratar a depressão maior, transtorno afetivo sazo-
nal, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dependência tabágica, transtorno sexual hipoativo
e obesidade (182,185).

A bupropiona pode causar anorexia e/ou perda de peso, por isso é utilizada (off label) para o tratamento de so-
brepeso e obesidade(186).

Qual a posologia?

A dose usual recomendada para a maioria dos adultos é de 150 mg por dia. A dose pode ser maior quando as
metas não são alcançadas em várias semanas. Não deve ser utilizado mais do que 150 mg de uma vez. As doses
devem ser tomadas com pelo menos 8 horas de intervalo.

Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas a medicamentos incluem: dor de cabeça (25 a 34%), agitação (2 a 32%), xerosto-
mia (17 a 28%), perda de peso (14 a 23%), tonturas (6 a 22%), diaforese (5 a 22%), insônia (11 a 20%), náusea (1
a 18%), visão borrada (2 a 15%), faringite (3 a 13%), constipação (5 a 10%), ganho de peso (9%), infecção do trato
respiratório superior (9%), dor abdominal (2 a 9%), confusão (8%), diarreia (5 a 7%), ansiedade (3 a 7%), dispepsia
(6%), flatulência (6%), hostilidade (6%), zumbido (3 a 6%), mialgia (2 a 6%), palpitações (2 a 6%), tremor (3 a 6%), 57
distúrbios auditivos (5%), sinusite (5%), tremor (5%), arritmia cardíaca (5%), nervosismo (3 a 5%), anorexia (3 a
5%), poliúria (2% a 5%) e doença menstrual (2% a 5%) (182,185).

Contraindicações e advertências da bupropiona(182,185)

• Contraindicada em pacientes com bulimia nervosa, anorexia nervosa e convul-


sões, usando inibidores da monoamina oxidase nas últimas 2 semanas, após
retirada abrupta de álcool, benzodiazepinas ou outros sedativos, utilizando
múltiplas formulações de bupropiona ou pacientes com hipersensibilidade à bu-
propiona ou a qualquer componente da formulação

• Utilizar com cuidado com o uso concomitante de antipsicóticos, antidepressivos,


teofilina, corticosteróides sistêmicos, estimulantes (incluindo cocaína) ou hipo-
glicemiantes, ou com o uso excessivo de álcool, benzodiazepinicos, sedativos/
hipnóticos, ou opióides.

• Utilizar com cuidado em pacientes com distúrbios metabólicos (hipoglicemia,


hiponatremia e hipoxia), doença cardiovascular, insuficiência hepática; insufici-
ência renal; histórico de hipertensão ou doença arterial coronariana.

Fluoxetina

Como age?

A fluoxetina é um antidepressivo que atua por meio da inibição da recaptação seletiva de serotonina (187).A
fluoxetina tem sido demonstrada como sendo um inibidor específico da recaptação da serotonina(188–190), pro-
duzindo pouco efeito sobre o sistema noradrenérgico. A droga tem pouca afinidade pelos receptores muscaríni-
cos, histamínicos H1, serotonérgico 5-HT1 e 5-HT2, ou noradrenérgicos alfa-1 ou alfa-2 (187,190), tendo efeitos
anticolinérgicos e anti-histamínicos mínimos.
Manual 8 . Perda de Peso

Quais as aplicações?

A fluoxetina é indicada para o tratamento de depressão, bulimia nervosa, depressão associada ao transtorno bi-
polar, fibromialgia, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico, transtorno de estresse pós-traumá-
tico, transtorno disfórico pré-menstrual e transtorno de ansiedade social.
58 A fluoxetina pode causar anorexia e/ou perda de peso, por isso é utilizada (off label) para o tratamento de sobre-
peso e obesidade(182,185).

Qual a posologia?

A dose recomendada varia de 20 a 60 mg/dia, sendo a dose máxima: 80 mg/dia (182).

Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: insônia (10 a 33%), náusea (12 a 29%), dor de cabeça (21%), fraqueza (7
a 21%), diarreia (8 a 18%), sonolência (5 a 17%), anorexia (4 a 17%), ansiedade (6 a 15%), nervosismo (8 a 14%),
tremor (3 a 13%), xerostomia (4 a 12%), faringite (3 a 11%), diminuição da libido (1 a 11%), bocejo (≤11%), dis-
pepsia (6 a 10%), dor no peito, hemorragia, hipertensão, palpitação, tonturas (9%), diaforese (2 a 8%), ejaculação
anormal (≤7%), impotência (≤7%), rash (2 a 6%), sinusite (1 a 6%), obstipação (5%) e vasodilatação (1 a 5%), so-
nhos anormais (1 a 5%) (182,185).

Contraindicações e advertências da fluoxetina (182,185)

• Contraindicada em pacientes com hipersensibilidade à fluoxetina ou a qual-


quer componente da formulação

• Uso de inibidores da monoamino oxidase ao mesmo tempo, dentro de 5 se-


manas após a interrupção da fluoxetina, ou dentro de 2 semanas após a inter-
rupção do inibidor da MAO

• Não é recomendado o início de fluoxetina em um paciente que recebe linezo-


lida ou azul de metileno intravenoso

• Utilizar com precaução em idosos, pacientes com história de infarto do mio-


cárdio ou doença cardíaca instável; pacientes com diabetes mellitus, insufi-
ciência hepática, insuficiência renal grave, pacientes com transtorno bipolar
(em monoterapia), desordem de apreensão anterior ou condições de predis-
posição para convulsões, como danos cerebrais ou alcoolismo.

• Deve ser usada com cautela durante a gravidez e não é recomendada duran-
te a amamentação
59
Sertralina

Como age?

A sertralina é um antidepressivo que atua por meio da inibição da recaptação seletiva de serotonina. Possui efei-
tos muito fracos na captação neuronal de noradrenalina e dopamina (191–196).

Quais as aplicações?

A sertralina é indicada para o tratamento de depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico,


transtorno de estresse pós-traumático, transtorno disfórico pré-menstrual, bulimia nervosa e transtorno de an-
siedade generalizada.

A sertralina pode causar perda de peso, por isso também é utilizada de forma off label para o tratamento de so-
brepeso e obesidade(182).

Qual a posologia?

A dose inicial recomendada é de 50 mg/dia(182).

Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: náusea (13 a 30%), insônia (12 a 28%), dor de cabeça (25%), diarreia (13
a 24%), distúrbio ejaculatório (7 a 19%), tontura (6 a 17%), fadiga (10 a 16%), xerostomia (6 a 16%), dispepsia (6
a 13%), diaforese (4 a 11%), anorexia (3 a 11%), diminuição da libido (1 a 11%), tremor (<1% a 11%), mal-estar (7
a 9%), constipação (5 a 8%), dor abdominal (6 a 7%), dor (3 a 6%), agitação (1 a 6%) e nervosismo (5%) (182,185).
Manual 8 . Perda de Peso

Contraindicações e advertências da sertralina (182,185)

• Não é recomendado o uso de inibidores da monoaminooxidase simultaneamen-


te ou dentro de 14 dias depois de parar IMAO ou sertralina, nem o uso conco-
mitante com pimozida ou dissulfiram concentrado oral ou linezolida ou azul de
metileno IV
60
• Contraindicada em pacientes com hipersensibilidade à sertralina ou a qual-
quer componente da formulação

• Utilizar com precaução em idosos, gestantes, lactantes, crianças, pacientes


com insuficiência hepática; pacientes com história familiar de distúrbio bipo-
lar, mania ou hipomania; com determinadas doenças sistêmicas concomitan-
tes; com risco de nefropatia ou com uma desordem de apreensão anterior ou
condição que predispõe a convulsões, como danos cerebrais ou alcoolismo.

Metformina

Como age?

A metformina é uma biguanida utilizada para o tratamento da diabetes mellitus, uma doença que é exacerbada
pela obesidade e ganho de peso. A metformina diminui a produção hepática de glicose, diminui ligeiramente a
absorção intestinal de glicose e melhora a sensibilidade à insulina (aumenta a captação e utilização de glicose
periférica) (159,185,197,198).

Quais as aplicações?

A metformina indicada para gestão e prevenção de diabetes mellitus tipo 2 (off label). Por ocasionar perda de
peso, também é utilizada no tratamento (off label) do sobrepeso e da obesidade(159,185,197,198).

Qual a posologia?

A dose inicial recomendada é de 500 mg duas vezes por dia ou 850 mg uma vez por dia. Se necessário,titular a
partir de 500 mg duas vezes por dia e 850 mg duas ou três vezes por dia.

Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: diarreia (10 a 53%), náusea / vômitos (7 a 26%), flatulência (12%), fraque-
za (9%), calafrios, tonturas, desmaios, rash, hipoglicemia, indigestão (7%), distensão abdominal, fezes anormais,
constipação, dispepsia / azia, alteração do paladar, mialgia, diminuição dos níveis de vitamina B12 (7%), descon-
forto no peito, rubor, palpitações, dor de cabeça (6%) e desconforto abdominal (6%) (182,185).
61
Contraindicações e advertências da metformina(182,185)

• Contraindicada em gestantes, lactantes, pacientes com disfunção renal, depura-


ção da creatinina anormal por qualquer causa, consumo excessivo de álcool (agu-
do ou crônico), disfunção hepática grave ou evidência de doença hepática, colap-
so e doenças cardiovasculares associadas à hipoxemia ou insuficiência hepática

• Contraindicada em pacientes com hipersensibilidade à metformina ou outro


componente da formulação

• Utilizar com cautela em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva que re-
querem tratamento farmacológico, ou pacientes com risco de acidose láctica

• Interromper temporariamente a metformina antes ou no momento da adminis-


tração intravascular de meios de contraste iodados e suspender para os procedi-
mentos cirúrgicos.

Exenatida

Como age?

A exenatida, um péptido sintético de longa duração que é um agonista do receptor de GLP-1,polipeptídeo que
estimula a secreção de insulina gastrointestinal dependente de gIicose, sendo utilizado no tratamento de pacien-
tes com diabetes tipo 2 que estão inadequadamente controlados com agentes orais. A exenatida também inibe a
liberação de glucagon e o esvaziamento gástrico(182,185).].

Quais as aplicações?

A exenatida é indicada pra gestão de diabetes mellitus tipo 2.Por ocasionar perda de peso, também é utilizada no
tratamento (off label) do sobrepeso e da obesidade(199).
Manual 8 . Perda de Peso

Qual a posologia?

A dose inicial recomendada é de 5 µg, 2x/dia. Após 1 mês, pode-se aumentar para 10 µg, 2x/dia. A via de adminis-
tração é subcutânea(182,185).
62 Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: nódulo no local de injecção (6 a 77%), náusea (8 a 44%), (6 a 20%), hi-
poglicemia (1 a 20%), reação no local de injecção (13 a 17%), dor de cabeça (8 a 14%), constipação (6 a 10%),
nervosismo (9%), tonturas (9%), gastroenterite viral (6 a 9%), dispepsia (3 a 7%), fadiga (6%), desenvolvimento de
anticorpos para exenatida (2 a 6%), fraqueza (4 a 5%) e diminuição do apetite (1 a 5%) (182,185).

Contraindicações e advertências da exenatida(182,185)

• Contraindicada em pacientes com história ou história familiar de carcinoma me-


dular da tiróide, pacientes com neoplasia endócrina múltipla tipo 2 ou com do-
ença renal terminal ou insuficiência renal grave, incluindo pacientes em diálise

• Contraindicada em pacientes com hipersensibilidade a exenatida ou componen-


te da formulação

• O uso no diabetes tipo 1 (insulino-dependente) ou cetoacidose diabética não é


recomendado.

• Não recomendado para ser usado em pacientes com gastroparesia ou doença


gastrointestinal grave

Liraglutida

Como age?

A liraglutida é um análogo de longa ação do receptor GLP-1, polipeptídeo que aumenta a secreção de insulina
dependente da glicose, diminui a secreção de glucagon inadequado, aumenta o crescimento de células B / repli-
cação, retarda o esvaziamento gástrico e diminui a ingestão de alimentos (182,185).

Quais as aplicações?

A liraglutida é indicada para gestão de diabetes mellitus tipo 2.Por ocasionar perda de peso, também é utilizada
no tratamento (off label) do sobrepeso e da obesidade(200).
Qual a posologia? 63

A dose inicial é de 0,6 mg uma vez ao dia por pelo menos uma semana. Em seguida, a aumentará para 1,2 mg uma
vez por dia. A dose será aumentada para 1,8 mg uma vez ao dia se a glicemia não estiver controlada com uma dose
de 1,2 mg. A via de administração é subcutânea(182,185).

Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: náusea (28%), diarreia (17%), vômitos (11%), constipação (10%), dor de
cabeça (9%), dispepsia (9%) e desenvolvimento de anticorpos antiliraglutide (9%)(182,185).

Contraindicações e advertências da liraglutida(182,185)

• Contraindicada em pacientes com hipersensibilidade a liraglutide ou a qualquer


componente da formulação

• Contraindicada em pacientes com história ou histórico familiar de carcinoma


medular da tiróide ou com síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2

• Utilizar com precaução em pacientes com insuficiência hepática ou insuficiência


renal

• Não utilizar em pacientes com diabetes tipo 1 ou para o tratamento de cetoaci-


dose diabética

Canagliflozina

Como age?

Canagliflozina é um inibidor do contransportador sódio-glicose nos túbulos renais proximais, reduzindo a reab-
sorção da glicose filtrada da luz tubular, diminuindo o limiar renal para a glicose, aumentando a excreção urinária
Manual 8 . Perda de Peso

de glicose e reduzindo as concentrações de glicose no plasma (182,185).

Quais as aplicações?

A canagliflozina é indicada para gestão de diabetes mellitus tipo 2.Por ocasionar perda de peso, também é utiliza-
da no tratamento (off label) do sobrepeso e da obesidade(201).
64 Qual a posologia?

A dose inicial recomendada de canagliflozina é 100 mg, uma vez ao dia. Nos pacientes que toleram 100mg de
canagliflozina uma vez ao dia, e que necessitam de um maior controle glicêmico, a dose pode ser aumentada para
300 mg uma vez ao dia, por via oral(182,185).

Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: aumento do potássio sérico (12 a 27%), insuficiência renal (2 a 23%),
infecção genitourinária (4 a 11%), infecção do trato urinário (4 a 6%) e poliúria (5%) (182,185).

Contraindicações e advertências da canaglifozina (182,185)

• Contraindicada em pacientes com hipersensibilidade à canagliflozina ou a qual-


quer componente da formulação

• Contraindicada em pacientes com insuficiência renal grave ou doença renal em


estágio terminal ou doentes em diálise

• Não deve ser usada em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 ou cetoacidose
diabética

• Não é recomendado em gestantes, lactantes ou pacientes com insuficiência he-


pática grave

Dapagliflozina

Como age?

Dapagliflozina é um inibidor do contransportador sódio-glicose nos túbulos renais proximais, reduzindo a reab-
sorção da glicose filtrada da luz tubular, diminuindo o limiar renal para a glicose, aumentando a excreção urinária
de glicose e reduzindo as concentrações de glicose no plasma(182,185).

Quais as aplicações?

A dapagliflozina é indicada para gestão de diabetes mellitus tipo 2.Por ocasionar perda de peso, também é utili-
zada no tratamento (off label) do sobrepeso e da obesidade(202).
Qual a posologia? 65

A dose recomendada de dapagliflozina é de 10 mg, uma vez ao dia, independentemente das refeições.

Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: hipoglicemia leve (40 a 43%), nasofaringite (6 a 7%) e infecção do trato
urinário (4 a 6%)(182,185).

Contraindicações e advertências da dapaglifozina(182,185)

• Contraindicada em pacientes com história de hipersensibilidade grave a dapagli-


flozina ou a qualquer componente da formulação

• Contraindicada em pacientes com insuficiência renal grave ou doença renal crô-


nica em estágio terminal ou pacientes em diálise

• Não deve ser usado em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 ou com cetoaci-
dose diabética

• Deve-se avaliar a relação risco-benefício em pacientes com insuficiência hepá-


tica grave

Naltrexona

Como age?

Naltrexona é um antagonista opiáceo, semelhante em estrutura a naloxona e nalorfina, que atua como antagonis-
ta competitivo nos receptores opióides(182,185).

Quais as aplicações?
Manual 8 . Perda de Peso

A naltrexona é indicada para tratamento de dependência de álcool e dependência de opiáceos. Por ocasionar
perda de peso, também é utilizada no tratamento (off label) do sobrepeso e da obesidade(203,204).

Qual a posologia?

A dose diária recomendada é de 50 mg, podendo iniciar com 25 mg.


66 Quais as principais reações adversas?

As principais reações adversas incluem: reação no local da injeção (≤69%), náusea (10 a 33%), dor de cabeça (3 a
25%), insônia (3 a 14%), síncope (13%), tontura (4 a 13%), vômito (3 a 14%), diminuição do apetite (14%), diarreia
(13%), artralgia (12%), ansiedade (2 a 12%), dor abdominal (11%), faringite (7 a 11%), diminuição da energia (>
10%), mialgia (>10%), ideal suicida (≤10%), constipação, ejaculação retardada (<10%), impotência (<10%), nervo-
sismo (4 a 10%), depressão (8%), cãibras musculares (8%) calafrios, irritabilidade, erupção cutânea (6 a 10%), dor
nas costas (6%), aumento da sede, polidipsia, boca seca (5%) e hipertensão (5%)(182,185).

Contraindicações e advertâncias da naltrexona(182,185)

• Contraindicado em pacientes com hipersensibilidade a naltrexona ou a qualquer


componente da formulação

• Não é recomendado o uso concomitante de analgésicos opióides (incluindo ago-


nistas opióides parciais)

• Contraindicado em pacientes com abstinência aguda de opiáceos

• Os pacientes devem estar isentos de opióides por um período mínimo de 7-10 dias

• Utilizar com cautela em pacientes com trombocitopenia ou qualquer distúrbio


hemorrágico (incluindo hemofilia e insuficiência hepática grave), ou pacientes
em terapia anticoagulante, ou pacientes com insuficiência hepática grave ou in-
suficiência renal moderada a grave.

Suplementos nutricionais e produtos de


origem vegetal

Os suplementos nutricionais, também conhecidos como suplementos alimentares ou dietéticos, são amplamente
utilizados para perda de peso, mas as evidências sobre sua eficácia e segurança são limitadas. Desta forma, é im-
portante que o farmacêutico oriente e acompanhe adequadamente os pacientes que optarem por utilizar estes
suplementos.

Os principais suplementos nutricionais e produtos de origem vegetal utilizados para redução de peso incluem ácido
linoleico conjugado, cafeína, capsaicina,chá verde (Camelliasinensis), cromo,Ephedrasinica, erva-de-são joão (Hype-
ricumperforatum), Garciniacambogia, Gojiberry, hidroximetilbutirato, Ioimbina (Pausinystaliayohimbe), L-carnitina,
óleo de cártamo (Carthamustinctorius), óleo de coco (Cocos nucifera), piruvato,plantago (Psyllium) e quitosana.
67
Ácido linoleico conjugado (CLA)

O ácido linoleico conjugado (CLA) é um termo cole-


tivo utilizado para descrever um grupo de isômeros
do ácido linoleico. Esses compostos são encontra-
dos naturalmente na gordura do leite e da carne de
animais ruminantes, produzidos pelas bactérias loca-
lizadas no intestino desses animais. Adicionalmente,
o CLA pode ser produzido industrialmente por meio
da isomeração alcalina do ácido linoleico (205).

Estudos realizados em animais demonstram que o


efeito antiobesidade é positivo, havendo redução da ingestão alimentar e da deposição da gordura corporal e
aumento do gasto energético, independentemente da composição da dieta. Mas, como efeitos adversos, ob-
servaram-se diminuição da leptina e resistência à insulina. Em humanos, porém, os efeitos da suplementação
com CLA (em doses de 0,7 a 6,8 g/dia) sobre a deposição de gordura e ingestão alimentar foram marginais e
duvidosos e não justificam o uso desse suplemento no tratamento da obesidade (38). Em alguns países, pro-
dutos contendo CLA são comercializados para redução do peso e gordural corporal. No Brasil, no entanto, esta
indicação não está aprovada pela Anvisa (206).

A segurança do uso de CLA em humanos também se mostra controversa. Foram relatadas alterações negativas
no perfil de lipídeos plasmáticos, com aumento dos níveis de LDL etriglicerídeos totais e redução dos níveis de
HDL; alterações negativas nometabolismo da glicose e insulina, com aumento da resistência à insulina em indiví-
duos obesos com diabetes tipo 2; aumento de marcadores inflamatórios e de estresseoxidativo, especialmente
de isoprostanos; e redução na quantidade de gordura no leite materno(207–217).

Destaque ANVISA sobre o CLA

O CLA não pode ser comercializado no Brasil, como alimento ou ingrediente, até que os requi-
sitos legais, que exigem a comprovação de sua segurança de uso, sejam completamente aten-
Manual 8 . Perda de Peso

didos (206).

Tal proibição aplica-se, também, a ingredientes fonte de CLA, que possuem especificações di-
ferentes das avaliadas até o momento, e ao aumento do CLA naturalmente presente no leite e
carne de animais ruminantes, por meio de modificações na dieta desses animais. Esses produtos
são considerados novos alimentos ou ingredientes, de acordo com a legislação vigente e, conse-
quentemente, demandam comprovação da segurança de uso antes de sua comercialização (206).
68
Cafeína

A cafeína pertence a um grupo de compostos solúveis


chamados purinas (1,3,7-trimetilxantina), encontradas
naturalmente em grãos de café e cacau, chás, guaraná,
chocolate, bebidas à base de colas e sob a forma de com-
primidos. A cafeína estimula a liberação de adrenalina,
que age como antagonista dos adenina-receptores nos
adipócitos. Com isso, há aumento dos níveis intracelu-
lares do 3,5-monofosfato de adenosina, o qual ativa a li-
pase hormônio-sensível, promovendo a lipólise, havendo liberação de ácidos graxos livres na circulação. Esses
compostos, sendo utilizados como energia, poupam os estoques de glicogênio (38).

A maioria dos estudos que testam o efeito da cafeína o faz em associação com efedrina e outros compostos. Em
um estudo, no qual se testou o efeito da cafeína isolada (200 mg por dia), não houve diferença significativa na
perda de peso em comparação ao placebo. Também não existem estudos que mostrem que o guaraná e as colas
reduzam o peso corporal(38).

Estudos feitos com chá verde (oolong), rico em cafeína e catequina-polifenóis, mostraram aumento no gasto meta-
bólico de 24 horas e aumento da oxidação de gorduras. Quantidades equivalentes de cafeína (administrada isolada-
mente) não produziram o mesmo efeito. Propôs-se que as propriedades termogênicas do chá verde ocorram pela in-
teração dos polifenóis com a cafeína. São necessários mais estudos que comprovem e reproduzam esses efeitos(38).

As principais reações adversas da cafeína incluem angina de peito, rubor, palpitações, taquicardia sinusal, taqui-
cardia supraventricular, vasodilatação, arritmia ventricular, agitação, delírio, tontura, alucinação, dor de cabeça,
insônia, irritabilidade, psicose, urticária, distúrbio de motilidade esofágica (diminuição do tônus do esfíncter),
gastrite, diurese e aumento da pressão intra-ocular (> 180 mg de cafeína)(185).

Contraindicações e advertências da cafeína

• A cafeína deve ser evitada em pacientes com ansiedade, agitação, ou tremor.

• Deve ser utilizada com precaução em pacientes com problemas cardiovascula-


res, gastrointestinais (úlcera péptica e / ou refluxo gastroesofágico), insuficiência
hepática e insuficiência renal.
69
Cálcio

Alguns estudos têm verificado uma relação inversa entre a ingestão de cálcio, proveniente do leite e seus deriva-
dos, e a gordura corporal. Uma provável explicação seria que o aumento no cálcio dietético reduz as concentra-
ções dos hormônios calcitrópicos, em altas concentrações, esse hormônio estimula a transferência de cálcio para
os adipócitos. Nos adipócitos, altas concentrações de cálcio levam à lipogênese e à redução da lipólise. Portanto,
a supressão dos hormônios calcitrópicos mediada pelo cálcio dietético, pode ajudar a diminuir a deposição de
gordura nos tecidos adiposos (218).

Embora os dados populacionais sugiram que a suplementação com cálcio possa estar associada a perda de peso
(219), estudos clínicos não demonstram nenhum efeito significativo do cálcio sobre a gordura corporal ou perda
de peso (220,221).

Capsaicina

A capsaicina é uma substância presente nas pimentas e pimentões.


In vitro, ativa a colecistocinina (a qual suprime o apetite), estimula a
secreção de adrenalina, a gliconeogênese, a lipólise e a termogênese
(38).

Existem poucos estudos em humanos, sendo a maioria de curto pra-


zo, e não comprovam as ações termogênica, anorexígena e redutora de peso da capsaicina(38).

As principais reações adversas da capsaicina incluem eritema (63%), dor (42%), hipertensão (2%; transitória),
prurido (2%), náusea (5%), vômitos (3%), nasofaringite (4%), sinusite (3%), bronquite (2%), pápulas (6%), edema
(4%), secura (2%) e inchaço (2%)(185).
Manual 8 . Perda de Peso

Advertências sobre a capsaicina

• A capsaicinadeve ser interrompida se sinais de lesões na pele (por exemplo, dor,


inchaço ou bolhas) ocorrerem após a aplicação (FDA, 2012).

• Deve ser usada com precaução em pacientes com hipertensão não controlada,
história de eventos cardiovasculares e doença cerebrovascular.
70
Chá verde (Camellia sinensis)

As propriedades funcionais do chá verde (Camelliasinensis) são


decorrentes do seu conteúdo em polifenólicos. Uma bebida tí-
pica, preparada como infusão de 1 g de erva para 100 ml de
água quente, por 3 minutos, contém geralmente entre 250-
350 mg de sólidos solúveis do chá, sendo 30-42% do peso em
catequinas e 3-6% em cafeína (222–224). Além das catequi-
nas, quantidades apreciáveis de flavonoides como quercetina
e miricetina e seus glicosídeos estão presentes no chá verde
(222,224,225).

Diversos estudos têm mostrado os benefícios do consumo de chá verde, incluindo redução dos níveis de co-
lesterol, atividades imunoestimulatória, antimicrobiana e antioxidante, auxiliando na prevenção de doenças
crônico-degenerativas, como o câncer e doenças cardiovasculares(222,225–229). Para obesidade, porém, uma
meta-análise realizada em 2012 demonstrou que o chá verde não afeta significativamente a perda de peso ou a

Colágeno

O colágeno hidrolisado é constituído por aminoácidos, os quais formam um gel no estômago, que atua retardan-
do a digestão e reduzindo o apetite. Adicionalmente, o colágeno tem sido utilizado por sua ação na redução de
perdas proteicas que levam à flacidez e tratamento de estrias.

Apesar de alguns produtos utilizados para perda de peso possuírem em sua composição o colágeno, não existem
evidências que comprovem seu efeito sobre a gordura corporal ou perda de peso.

Cromo

O cromo é um mineral essencial, considerado um cofator da insulina, que tem sido investigado no metabolismo
de carboidratos e proteínas. Utiliza-se o picolinato de cromo, um derivado orgânico composto de cromo trivalen-
te e ácido picolínico, em muitas fórmulas para emagrecimento (38).

O picolinato de cromo tem sido utilizado para redução de peso, aumentando a saciedade, por meio da ativação
serotoninérgica e estimulando a síntese proteica e o gasto energético. No entanto, meta-análises avaliando es- 71
tudos randomizados duplo-cegos mostraram apenas discreta redução de peso (1,1-1,2 kg) com o uso da substân-
cia,quando comparado ao placebo, porém sem significado clínico. Adicionalmente, têm-se relatado lesões renais
e rabdomiólise com o uso de grandes quantidades de suplementos com cromo(38).

Meta-análise publicada em 2013, comparando o picolinato de cromo com placebo em adultos com sobrepeso
ou obesos, demonstrou diferença média de peso após 12 a 16 semanas de -1,1 kg, a favor do grupo recebendo
picolinato de cromo(231). Entretanto, a meta-análise foi limitada pela baixa qualidade dos estudos incluídos e
ausência de dados de segurança.

Destaque ABESO sobre uso de cromo

Diante das evidências atuais, não há suporte teórico ou prático para o uso de suple-
mentos com cromo no tratamento da obesidade(38).

Ephedra sinica

Ephedra sinica ou ma-huang, nome chinês da planta


Ephedra, é frequentemente utilizada para perder peso e,
em geral, combinada com outros compostos, como cafe-
ína e/ou aspirina(38).

Apesar de alguns estudos demonstrarem a eficácia da


combinação de efedrina (30-150 mg) com cafeína (150-
600 mg) na perda de peso, revisões atuais do uso da efe-
drina isoladamente (60-150 mg) mostram efeito apenas
modesto, aproximadamente 0,9 kg, na redução do peso quando comparado ao do placebo, com aumento de 2,2
a 3,6 na chance do aparecimento de efeitos adversos psiquiátricos, gastrointestinais e cardíacos (38).
Manual 8 . Perda de Peso

Efeitos adversos atribuídos à efedrina incluem ainda episódios de hipertensão, arritmias, infarto do miocárdio, aci-
dente vascular cerebral e convulsões. Dez eventos levaram à morte e treze levaram à invalidez permanente(185).

Com base nesses dados, a FDA em 12 de abril de 2004 baniu a venda de produtos contendo efedrina. Alguns
fabricantes, posteriormente,substituiram por laranja amarga (citrusaurantium) em produtos para perda de peso.
Citrusaurantium contém sinefrina, um agonista adrenérgico semelhante à fenilefrina e efedrina, que tem sido
associada com sérios efeitos colaterais cardiovasculares e neurológicos (185).
72

Destaque ABESO sobre Ephedrasinica

A frequência e a magnitude dos efeitos colaterais e a ineficácia dos suplementos con-


tendo efedrina contraindicam seu uso no tratamento da obesidade (38).

Erva-de-são joão (Hypericum perforatum)

Erva-de-são joão (Hypericum perforatum) é uma planta nativa da Europa,


da Austrália e das Américas, com extratos que parecem ter ação seroto-
ninérgica, utilizada principalmente por sua atividade antidepressiva, mas
também por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes(38).

Com base na ação serotoninérgica da erva de são joão,tem-se propagado


seu uso isoladamente ou em associação com ma-huang, no tratamento da
obesidade. Mas não existem evidências científicas robustas que compro-
vem a eficácia da erva de são joão para redução do peso(38).

Uma revisão sistemática avaliando os efeitos adversos da erva de são joão


demonstrou que as taxas de abandono e efeitos adversos em pacientes tra-
tados com erva de são joão são maiores do que os tratados com placebo,
menores do que os antidepressivos tricíclicos e ligeiramente inferiores aos
inibidores seletivos da recaptação de serotonina(232). As reações mais co-
muns incluem sintomas gastrointestinais, tontura, confusão, cansaço, se-
dação, fotossensibilidade, boca seca, anorgasmia e inchaço(232,233).

Destaque ABESO sobre erva de São João

Não existem evidências científicas robustas que comprovem a eficácia da erva de são
joão para redução do peso(38).
73
Garcinia cambogia

Garcinia cambogia é uma substância extraída da casca de uma


fruta cítrica exótica (Brindallberry ou brindleberry)que contém
ácido hidroxicítrico e que inibe a clivagem enzimática do citrato
(38).

Os estudos que defendem a eficácia da Garciniacambogia rela-


tam que a mesma atua elevando síntese hepática de glicogênio
e inibindo o apetite e a estocagem de gordura corporal. Entre-
tanto, a maioria destes estudos é de curta duração, inferior a 12
semanas, não é randomizadoou controlado, nem avalia o efeito do suplemento sobre o apetite. Além disso, é
comum associar outros produtos na mesma cápsula, colocando em dúvida a eficácia da substância isolada(38).

Estudos bem conduzidos não mostraram diferença na redução de peso entre os indivíduos que usaram ácido hidro-
xicítrico e os que utilizaram placebo, bem como não comprovaram aumento na oxidação de gorduras. Apesar de não
terem sido documentados efeitos adversos significantes, não existem estudos de longo prazo a esse respeito(38).

Destaque ABESO sobre Garcinia

Não existem evidências científicas convincentes para o uso da Garciniacambogia


como agente antiobesidade (38).

Goji Berry

Goji berry, fruto da planta Lyciumbarbarum, tem sido utilizado para redução de peso devido às suas propriedades
Manual 8 . Perda de Peso

associadas aos aminoácidos da sua composição. Estudos avaliando os efeitos do Gojiberry na redução do peso
demonstram resultados controversos.

Um ensaio clínico radomizado duplo-cego e controlado por placebo, publicado em 2008, mostrou que o efeito
de gojiberry foi superior ao placebo, ao fim de 15 dias de tratamento, no aumento no nível de energia, desem-
penho atlético, qualidade do sono, facilidade de despertar, concentração, acuidade mental, redução de cansaço
e stress, e uma melhor regularidade da função gastrointestinal em comporação ao grupo controle. Não foram
74 observadas queixas significativas músculo-esqueléticas ou car-
diovasculares nos dois grupos. O peso corporal e IMC, porém,
não foram significativamente diferentes entre os grupos e entre
o 1º e 15º dia para ambos os grupos(234).

Outro estudo realizado em 2011, avaliando dois estudos ran-


domizados duplo-cegos e controlados por placebo, demonstrou
que a ingestão diária de 120 ml do suco de gojiberry aumentou
a taxa metabólica e o gasto energético pós-prandial de forma
dependente da dose, sendo significativamente maior do que no
grupo placebo (p<0,05). Adicionalmente, observou-se redução significativa da circunferência abdominal em 5,5 ±
0,8 cm em comparação com as medidas pré-intervenção e do grupo controle no 15º dia pós intervenção (p<0,01)

Goma Guar

Goma guar é um heteropolissacarídeo, extraída do endosperma do vegetal de espécie Cyamoposispsoraloides,


originária da Índia e do Paquistão. Consiste principalmente de polissacarídeos hidrocoloidais de alto peso mo-
lecular, um galactomannan, composto de unidades galactan e mannan, ligadas através de ligações glicosídicas. É
uma goma solúvel tanto em água quente quanto fria e estável ao calor(236).

Preparações de goma guar têm sido promovidas como agentes para a redução de peso. O mecanismo de ação
presumido é um aumento da viscosidade do conteúdo gástrico, o que leva a saciedade pós-prandial. No entanto,
em uma meta-análise de 20 ensaios clínicos, goma guar não foi eficaz para perda de peso e ocasionou efeitos
adversos, como dor abdominal, flatulência e diarreia(237).

Hidroximetilbutirato (HMB)

O hidroximetilbutirato (HMB) é um metabólito da leucina encontrado naturalmente em peixes, frutas eno leite
humano. Também está disponível como suplemento dietético, usado primariamente por atletas como objetivo de
aumentar a massa muscular e reduzir o tecido adiposo. Não se conhece bem o mecanismode ação, mas supõe-se
que o suplemento auxilie a síntese das proteínas musculares(38).

Dois estudos duplo-cegos, em homens, utilizando-se doses de 1,5 a 3 g/dia de HMB, durante três a quatro sema-
nas, mostraram diferenças significantes intergrupos em relação à redução de massa adiposa e ao aumento de
75
massa magra. Também foram obtidos resultados comparáveis em mulheres e ido-
sos. Não foram relatados efeitos adversos com a substância. É importante salientar
que os estudos sempre foram feitos por prazo curto e em indivíduos que praticavam
exercícios físicos orientados(38).

Não foi avaliada a eficácia do HMB em indivíduos obesos sedentários. Dessa forma,
ainda não existem evidências que corroborem o uso dessa substância no tratamen-
to da obesidade(38).

Ioimbina (Pausinystaliayohimbe)

Pausinystaliayohimbe é uma planta nativa da África Central. O constituinte ativo dessa planta, a ioimbina,é um
alcalóide antagonista do receptor alfa-2 adrenérgico (38).

O cloridrato de ioimbina é comercializado atualmente para o tratamento das disfunções sexuais masculinas, de
origem psicogênica, vascular ou diabética. É contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer
um dos componentes da fórmula, pacientes com disfunção renal ou hepática, angina pectoris, hipertensão e do-
enças cardíacas. As principais reações adversas associadas a ioimbina incluem retenção urinária, hipertensão,
taquicardia, aumento da atividade motora, irritabilidade, vertigem e nervosismo.

Por ser antagonista dos receptores alfa-2 adrenérgicos, promovendo o aumento da excitabilidade da célula, in-
vestigou-se os efeitos da ioimbina sobre o aumento do consumo de energia pelas células e consequente perda de
peso. Entretanto, estudos randomizados comparando asubstância isoladamente com placebo para redução de
peso demonstram resultados conflitantes. A maior perda de peso ocorrequando se associa à efedrina e cafeína.
Foram descritos efeitos colaterais como irritabilidade, artralgias ecefaleia. Até o momento, não há evidências
clínicas que respaldem a indicação da ioimbina para redução de peso(38).

L-Carnitina
Manual 8 . Perda de Peso

L-carnitina é uma substância que desempenha um papel importante no metabolismo da gordura, transportando
os ácidos graxos de cadeia longa para a mitocôndria (fonte energética das células), contribuindo assim para a
combustão da gordura. O metabolismo das gorduras nas células musculares pode ser melhorado com a ajuda
adequada de Carnitina, desta forma a energia retida pelo músculo é também aumentada.

A L-carnitina pode ser obtida na dieta através da carne (principalmente vermelha), seus derivados e também
76 dos produtos lácteos. Uma alimentação equilibrada fornece diariamente cerca
de 50mg de L-carnitina, mas a quantidade recomendada diária para que se possa
usufruir dos benefícios deste nutriente é de cerca de 250 a 500mg.

Como atua diretamente nos tecidos musculares, L-carnitina é utilizado por


atletas para aumentar a resistência, aliviar a fadiga física e mental, promover o
desenvolvimento da massa muscular, bem como recuperar de lesões. Estudos
demonstram que a suplementação com L-carnitina melhora o perfil lipídico e o
desempenho e capacidade de exercício (238).

L-carnitina é também utilizada em dietas de emagrecimento em combinação com


uma dieta pobre em carboidratos, pois ajuda a promover a perda de peso ao transfor-
mar os depósitos de gordura acumulados em energia, protegendo ao mesmo tempo
o organismo das substâncias nocivas que se libertam durante este processo. Estudos
demonstram que a ingestão de L-Carnitina previne a obesidade induzida por alimentação irregular e distúrbios do
metabolismo lipídico (239), reduz o peso corporal e a hiperinsulinemia(240), modula o metabolismo dos lípidos por
estimulação da lipólise e beta-oxidação (241) e reduz o acúmulo de gordura induzido por dieta rica em gordura (242).

Óleo de coco (Cocos nucifera)

O óleo de coco (Cocos nucifera) consite em um óleo


com elevada proporção de ácidos graxos de cadeia mé-
dia, principalmente o ácido láurico, em proporções que
variam de 45 a 50%(243).

O óleo de coco contém principalmente ácidos graxos


saturados, tais como capróico, caprílico, cáprico, láurico,
mirístico, palmítico, esteárico, e araquídico. Ele também
contém ácidos graxos insaturados como oléico, palmito-
léico, e linolênico em menor quantidade(243).

Estudos envolvendo populações africanas e do Pacífico Sul, cujas dietas contêm grandes quantidades de óleo
de coco (80% da ingestão diária de lipídeos), revelaram que não existe uma associação entre a ingestão de óleo
de coco e a ocorrência de obesidade e/ou dislipidemia. Além disso, o óleo de coco é frequentemente utilizado
no tratamento de obesidade em virtude de seu alto teor de ácidos graxos de cadeia média, uma vez que esses
lípidios são facilmente oxidados e, geralmente, não são armazenados no tecido adiposo, diminuindo assim a taxa
do metabolismo basal. No entanto, o uso de óleo de coco na dieta permanece controverso devido aos possíveis
efeitos dos ácidos graxos saturados e sua associação com dislipidemia e doenças cardiovasculares (243).
Um estudo piloto tentou descobrir a eficácia do óleo de coco virgem na redução de peso e marcadores antro- 77
pométricos de obesidade, por meio da ingestão diária de 30 ml de óleo, em um período de 30 dias. Esse estudo
foi realizado com 13 pacientes considerados obesos. Os resultados mostraram que a circunferência da cintura
sofreu uma redução significativa, após um mês de uso. A ingestão do óleo de coco virgem também não provo-
cou alterações significativas no perfil lipídico dos pacientes.Os resultados encontrados indicam também que as
mulheres, em geral, perdem mais gordura corporal com a ingestao de óleo de coco em relação aos homens(244).

Apesar de alguns estudos apresentarem resultados favoráveis, não é possível afirmar se o óleo de coco realmen-
te auxilia no emagrecimento, pois os estudos ainda apontam resultados contraditórios, chegando à conclusão de
que é necessária a realização de estudos mais longos e que garantam resultados consistentes e seguros (245).

Óleo de cártamo (Carthamustinctorius)

O cártamo (Carthamustinctorius) pertence à família Compositae(Asteraceae), é uma herbácea com origem na


Ásia e África(246). Estudos demonstram que extrato das sementes de cártamo aumentam as taxas de HDL-co-
lesterol e diminuem o LDL-colesterol e triglicerídeos, pelo fato de conter compostos fenólicos no cártamo(247).

Em estudos clínicos feitos em animais, provou-se que o cártamo pode auxiliar na perda de peso, podendo ser útil
principalmente para atletas que desejam suplementar a alimentação com a restrição de calorias, mantendo a
massa muscular(248,249).

O ácido linoléico conjugado, que corresponde a um dos principais componentes do óleo de cártamo, promove a
perda de gordura corporal, sendo que esta perda pode ser maior se combinada com exercícios físicos. Além disso,
estudos demonstram que o óleo de cártamo pode ser considerado benéfico para a massa óssea, pois apesar da
perda de peso corporal há um aumento significativo na formação óssea (250).

Em mulheres obesas no período da pós-menopausa com diabetes melli-


tustipo 2, após o uso em um tempo maior que 8 semanas, verificou-se
uma perda significativa da massa corporal, mas com a preservação de
tecido magro, que é essencial nesta fase, sendo comum esta perda nes-
tas mulheres. Estes efeitos são importantes para evitar o desenvolvi-
mento da síndrome metabólica, além de manter o controle glicêmico
Manual 8 . Perda de Peso

indicando uma alternativa benéfica para mulheres nesta situação(215).

Apesar de alguns estudos apresentarem resultados favoráveis, ain-


da não é possível afirmar se o óleo de cártamo realmente auxilia no
emagrecimento, pois os estudos apontam resultados contraditórios.
Será necessário a realização de estudos mais longos e que garantam
resultados consistentes e seguros (245).
78
Plântago (Psyllium)

Psyllium é uma fibra hidrossolúvel derivada da semente da Plan-


tagoovata, que atua absorvendo água no intestino, promovendo o
peristaltismo e reduzindo o tempo de trânsito gastrointestinal (38).

Propõe-se que o uso dessa fibra aumente a saciedade, reduzindo


a ingestão calórica. Apesar de haver uma sugestão de discreta re-
dução na ingestão alimentar, os estudos realizados até hoje não
demonstram diferença na perda de peso de indivíduos obesos
usando 15 a 30 g/dia do suplemento, quando comparado ao placebo. A ingestão da fibra associa-se a distúrbios
gastrointestinais, como flatulência, diarreia e náuseas, além de interferir na absorção de medicamentos, como
antibióticos e digitálicos, e potencializar a ação de fármacos anticoagulantes(38).

As principais reações adversas do Psyllium incluem cólicas abdominais, constipação, diarreia, esofagite, obstrução
intestinal e broncoespasmo(185). O Psyllium é contraindicado em pacientes com impactação fecal ou obstrução
gastrointestinal e em pacientes com hipersensibilidade ao psyllium ou a qualquer componente da formulação (185).

Piruvato

O piruvato tem sido utilizado em suplementação nutricional, com o intuito de modificar


a composição corporal e melhorar a performance atlética. A maioria dos estudos não é
randomizada ou duplo-cego e utilizao piruvato em grande quantidade (de 2% a 15% do
total de calorias), associado à dieta hipocalórica e à atividade física. Dois estudos rando-
mizados duplo-cegos em obesos não mostram diferença quanto à perda de peso do su-
plemento em relação ao placebo. Considerando a avaliação rigorosa dos estudos clíni-
cos, existem fracas evidências de que o piruvato auxilie os obesos a perderem peso (38).

Quitosana

A quitosana é um polissacarídeo catiônico, polímero da glucosamina, derivado da quitina, componente do exoes-


queleto e conchas dos artrópodes: caranguejos, camarões e lagostas(38).
Estudos pré-clínicos em animais sugerem que tal substância reduz a absorção in- 79
testinal das gorduras. Nos escassos estudos clínicos duplo-cegos, randomizados,
avaliando a eficácia da quitosana no tratamento da obesidade, sérias limitações me-
todológicas prejudicam a análise dos resultados. A literatura atualmente disponível
indica que há considerável dúvida se a quitosana é realmente eficaz em reduziro
peso em humanos (38).

Na ausência de dieta hipocalórica, não há efeito da quitosana na perda de peso. Além


disso, não se determinou rigorosamente a segurança do uso da substância, bem como
não se avaliou o efeito sobre a absorção de vitaminas lipossolúveis em longo prazo
(38).

Suplementos protéicos

Os suplementos protéicos podem atuar como adjuvantes no tratamento de pacientes que optam por uma dieta
rica em proteínas em associação a exercícios físicos, contribuindo para o ganho de massa muscular, redução de
gordura corporal e melhoria do desempenho físico e manutenção da massa muscular durante a perda de peso
(251–253,218).

As proteínas solúveis do soro do leite, também conhecidas como wheyprotein, são extraídas da porção aquosa
do leite e são altamente digeríveis e rapidamente absorvidas pelo organismo, estimulando a síntese de proteínas
sanguíneas e teciduais de forma que alguns pesquisadores as classificaram como proteínas de metabolização
rápida, adequadas para situações de estresses metabólicos em que a reposição de proteínas no organismo se
torna emergencial(251–253,218).

Tais proteínas apresentam quase todos os aminoácidos essenciais em excesso às recomendações, exceto pelos
aminoácidos aromáticos (fenilalanina, tirosina) que não aparecem em excesso, mas atendem às recomendações
para todas as idades. Apresentam elevadas concentrações dos aminoácidos triptofano, cisteína, leucina, isoleu-
cina e lisina(251–253,218).

O perfil de aminoácidos das proteínas do soro, principalmente ricas em leucina, pode favorecer o anabolismo
Manual 8 . Perda de Peso

muscular, além de ser muito similar ao das proteínas do músculoesquelético, fornecendo quase todos os aminoá-
cidos em proporção similar às do mesmo, classificando-as como um efetivo suplemento anabólico(251–253,218).

Além de aumentar as concentrações plasmáticas de aminoácidos, a ingestão de soluções contendo as proteínas do


soro aumenta, significativamente, a concentração de insulina plasmática, o que favorece a captação de aminoáci-
dos para o interior da célula muscular, estimulando a síntese e reduzindo o catabolismo protéico(251–253,218).

Vários trabalhos têm mostrado que as proteínas do soro favorecem o processo de redução da gordura corporal,
80 por meio de mecanismos associados ao cálcio, e por apresentar altas concentrações de BCAA (aminoácidos es-
senciais de cadeia ramificada, leucina, valina e isoleucina)(251–253,218).

Estudos demonstram que o alto teor de BCAA das proteínas do soro afeta os processos metabólicos da regulação
energética, favorecendo o controle e a redução da gordura corporal. Pesquisas têm reavaliado a contribuição dos
BCAA para a homeostase glicêmica, pois esses aminoácidos são degradados nos tecidos musculares em propor-
ção relativa à sua ingestão, o que aumenta as concentrações plasmáticas dos aminoácidos alanina e glutamina,
que são transportadas para o fígado para a gliconeogênese. Por elevar as concentrações plasmáticas de BCAA, a
utilização de proteínas do soro nesses tipos de dietas seria vantajosa por reduzir a liberação de insulina pós-pran-
dial e maximizar a ação do fígado no controle da glicemia, a partir da gliconeogênese hepática(251–253,218).

É importante ressaltar que os excessos na ingestão de proteínas podem proporcionar efeitos negativos no meta-
bolismo hepático e renal(251–253,218).

Tratamento dietético

A taxa de perda de peso está diretamente relacionada com a diferença entre os requisitos de consumo de energia
e da energia do indivíduo. A redução da ingestão calórica baixa os resultados das despesas de uma taxa inicial
previsível de perda de peso que está relacionada com o déficit de energia(8,254). No entanto, a previsão de perda
de peso para um indivíduo pode ser difícil por causa da variabilidade na composição corporal inicial, adesão ao
tratamento e gasto energético(254,255). Além disso, as necessidades de energia são influenciadas pelo gênero,
idade e fatores genéticos(254,256–258).

GÊNERO
Os homens perdem mais peso do que as mulheres, porque os homens têm mais massa magra corporal,
menos gordura corporal e maior gasto de energia.
IDADE
Indivíduos mais velhos de ambos os sexos têm menor gasto energético e, portanto, perdem peso de forma
mais lenta do que os indivíduos mais jovens, devido ao declínio metabólico de cerca de 2% por década
(cerca de 100 kcal/década).
FATORES GENÉTICOS
Pares de gêmeos idênticos, alimentados para induzir ganho de peso por 1.000 kcal/dia, apresentaram
variações no grau de ganho de peso em um incremento calórico da dieta constante (4,3-13,3 kg), havendo
três vezes a variação de peso e massa gorda entre os pares de gêmeos.
Cerca de 22 kcal são necessárias para manter um Kg de peso do corpo em um adulto normal. Assim, o gasto de 81
energia esperado ou calculada para uma mulher pesando 100 kg é de aproximadamente 2.200 kcal/dia. A varia-
bilidade de ± 20% poderia levar a necessidades de energia tão elevadas como 2620 kcal/dia ou tão baixas como
1860 kcal/dia. Um défict médio de 500 kcal/dia deve resultar em uma perda de peso inicial de aproximadamente
0,5 kg/semana. No entanto, após três a seis meses de perda de peso, adaptações de despesas de energia ocorrem,
e a resposta de peso corporal para uma dada mudança no consumo de energia diminui, assim a perda de peso
contínua lenta(255).

Existem vários métodos para estimar formalmente o gasto de energia diário.Sugerimos usar os critérios da Orga-
nização Mundial de Saúde (OMS). Este método permite uma estimativa direta da taxa metabólica de repouso e o
cálculo da necessidade energética diária. O baixo nível de atividade (1,3 x taxa metabólica basal) inclui os indiví-
duos que levam uma vida sedentária. O alto nível de atividade (1,7 x taxa metabólica basal) aplica-se àqueles em
empregos que exigem trabalho manual ou pacientes com programas regulares de exercícios diários(259).

1 2 3

ESTIME A TAXA DEFINA O FATOR CALCULE O GASTO


METABÓLICA BASAL DE ATIVIDADE TOTAL DE ENERGIA

Homens de 18 a 30
anos = (0,0630 x peso
em kg + 2,8957) x 240
kcal / dia
Baixo
Homens de 31 a 60 (sedentário):
anos = (0,0484 x peso Multiplique por 1,3
em kg + 3,6534) x 240
Gasto
kcal / dia
energético total
Intermediário
=
(algum exercício regular):
Multiplique por 1,5
taxa metabólica basal x

Mulheres de 18 a 30
fator atividade
anos = (0,0621 x peso
em kg + 2,0357) x 240 Alto (atividade regular ou
Manual 8 . Perda de Peso

kcal / dia trabalho exigente):


Multiplique por 1,7
Mulheres de 31 a 60
anos = (0,0342 x peso
em kg + 3,5377) x 240
kcal / dia
82 É importante que o indivíduo com excesso de peso compreenda que o alcance e a manutenção da perda de peso
são dificultados pela redução no gasto basal de energia que é induzida pela perda de peso(260). A manutenção
da perda de peso também é difícil por causa de mudanças nos sinais hormonais periféricos que regulam o apetite.
Peptídeos gastrointestinais, como a grelina, que estimulam o apetite, e o polipeptídeo inibidor gástrico, que pode
promover o armazenamento de energia, aumentam seus níveis após perda de peso induzida por dieta. Outros
mediadores circulantes que inibem o apetite (por exemplo, leptina, peptídeo YY, colecistoquinina e polipeptídeo
pancreático) diminuem seus níveis. Estas adaptações hormonais que favorecem o ganho de peso persistem por
pelo menos um ano após a perda de peso induzida por dieta(261).

O consenso geral é que o excesso de ingestão de calorias provenientes de qualquer fonte, associada a um estilo de
vida sedentário, ocasiona o ganho de peso e a obesidade. O objetivo da terapêutica dietética, portanto, é o de redu-
zir o número total de calorias consumidas. O principal determinante da perda de peso parece ser o grau de adesão à
dieta, independentemente da composição de macronutrientes(262–265). Assim, sugerimos a escolha de um mix de
macronutrientes com base em preferências do paciente, o que pode melhorar a adesão a longo prazo.

Dietas convencionais são definidas como aquelas abaixo das necessidades de energia, mas acima de 800 kcal/
dia(266). Estas dietas se enquadram nos seguintes grupos:

• Dietas balanceadas de baixa caloria / porção controlada

• Dietas de baixo teor de gordura

• Dietas pobres em carboidratos

• Dieta mediterrânea

Dietas da moda, envolvendo combinações incomuns de alimentos ou sequências de alimentação, são extrema-
mente populares, mas apenas por um curto período de tempo. A maioria das dietas da moda não é sustentável a
longo prazo (267).

O tratamento dietético é mais bem-sucedido quando aliado a aumento no gasto energético e a um


programa de aconselhamento comportamental.

O sucesso de qualquer dieta depende de um balanço energético negativo (ingerir menos calorias do
que o gasto energético).

Para o sucesso do tratamento dietético, deve-se manter mudanças na alimentação por toda a vida.

Dietas muito restritivas, artificiais e rígidas não são sustentáveis. Um planejamento alimentar mais
flexível, que objetive reeducação, geralmente obtém mais sucesso.
83
O método, a velocidade de perda de peso, o ajuste fisiológico e a habilidade de manter as mudanças
comportamentais de dieta e atividade física é que determinarão o sucesso, em longo prazo, de qual-
quer programa de emagrecimento.

Qualquer dieta prescrita para reduzir peso tem de considerar, além da quantidade de calorias, as pre-
ferências alimentares do paciente, o aspecto financeiro, o estilo de vida e o requerimento energético
para a manutenção da saúde.

Deve-se tomar cuidado especial com a ingestão de micronutrientes e a dieta deve condizer com as
ingestões dietéticas diárias recomendadas.

Revisões de estudos avaliando a efetividade de vários tipos de diferentes dietas, realizadas pelo US Nationa-
lInstitutesof Health(164), British NutritionFoundation,American Association ofClinicalEndocrinologists(268)e
ScottishIntercollegiate Guidelines Network(269), sugerem as seguintes “regras de ouro”, em relação à dieta e à
perda de peso, assumindo-se que o gasto energético não muda:

Uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500 a 1.000 kcal deveria ser parte integrante
de qualquer programa de perda de peso que objetive diminuição de 0,5 a 1 kg por semana.

Dietas de baixas calorias, com 1.000 a 1.200 kcal por dia, reduzem em média 8% do peso corporal, em três
a seis meses, com diminuição de gordura abdominal. Estudos de longo prazo mostram perda média de 4%
em três a cinco anos.

Dietas de baixíssimas calorias, com 400 a 800 kcal por dia, produzem perda de peso maior em curto prazo,
em comparação às dietas de baixas calorias. Entretanto, em longo prazo, no período de um ano, a perda de
peso é similar.

Dietas escassas em gorduras, sem redução do número total de calorias, não levam à perda de peso. Entre-
tanto, reduzir a quantidade de gordura, em uma dieta hipocalórica, é uma maneira prática de diminuir a
ingestão calórica e induzir a perda de peso.

Dietas que contenham 1.400 a 1.500 kcal por dia, independentemente da composição de macronutrien-
tes, levam à perda de peso.
Manual 8 . Perda de Peso

Contato frequente entre o profissional de saúde e o paciente e o tempo dispendido com o paciente auxi-
liam muito a perda e a manutenção do peso perdido.
84 Com relação ao tipo de dieta, pode-se dizer que qualquer dieta séria e com qualidade irá produzir perda de peso
modesta, mas as taxas de adesão são baixas para a maioria das dietas. Embora uma dieta baixa em carboidratos
pode ser associada com uma maior perda de peso a curto prazo, a perda de peso superior no longo prazo ain-
da não foi estabelecida. A combinação ideal de macronutrientes provavelmente depende de fatores individuais
(270). O principal determinante da perda de peso parece ser o grau de adesão à dieta, independentemente da
composição de macronutrientes especial (262,265,271–273).

Dietas ricas em gorduras e escassas em


carboidratos

55-65% <20% 25-30%


CARBOIDRATO
GORDURA PROTEÍNA
(<100 g/dia)

Estas dietas são compostas de 55 a 65% de gordura, 25 a 30% de proteína e menos de 20% de carboidratos (até
100g por dia) (38) e podem ser implementadas por meio da redução da quantidade total de carboidratos ou por
meio do consumo de alimentos com baixo índice glicêmico ou carga glicêmica (266).

Dietas cetogênicas, ricas em gorduras e escassas em carboidratos, baseiam-se em estudos que afirmam que a
restrição de hidratos de carbono leva à mobilização de glicogênio e, se a ingestão é inferior a 50 g/dia, ocasiona
o desenvolvimento de cetose e rápida perda de peso, principalmente, devido a quebra de glicogênio e perda de
líquido, em vez de perda de gordura (266). Os autores defendem também que dietas ricas em carboidratos dei-
xam o indivíduo menos satisfeito, resultando em mais fome, maior ingestão de carboidratos e maior produção de
insulina, o que inibe a liberação de serotonina cerebral, aumentando o apetite (266).

Dietas escassas em carboidratos podem ter efeitos benéficos referentes à redução de risco de desenvolvimento
de diabetes mellitus tipo 2, doença coronária e alguns tipos de câncer, principalmente quando é dada atenção ao
tipo e à quantidade de carboidratos. Mas se uma dieta escassa em carboidratos é selecionada, escolhas saudáveis
de gordura (mono e poliinsaturadas) e proteína (peixe, nozes, legumes e aves) devem ser incentivadas por causa
da associação entre a ingestão de gordura saturada e o risco de doença coronária (274).
A desvantagem desta dieta é que a ingestão calórica é importante tanto para a perda quanto para o ganho de 85
peso. Adicionalmente, evidências mostram que não há diferença nem quanto ao apetite, nem quanto à sensação
de bem-estar entre dietas ricas em gordura e dietas ricas em carboidratos(38).

Outra desvantagem é que dietas escassas e muito escassas em carboidratos são mais eficazes para a perda de
peso a curto prazo do que dietas escassas em gordura, mas não são eficazes para a perda de peso a longo prazo
(275). Além disso, são deficientes em vitaminas A, B6 e E, folato, cálcio, magnésio, ferro, potássio e fibras, reque-
rendo suplementação (276,277).

Dietas escassas em carboidratos podem estar associadas a eventos adversos mais frequentes do que dietas com
baixo teor de gordura (278). Os principais eventos adversos incluem constipação (68 versus 35%), cefaleia (60
versus 40%), halitose (38 versus 8%), cãibras musculares (35 contra 7%), diarreia (23 versus 7%), fraqueza geral
(25 versus 8%) e erupção cutânea (13 versus 0%) (278). Apesar da maior frequência de eventos adversos, as ta-
xas de abandono em ensaios clínicos foram semelhantes para dietas com baixo teor de carboidratos e com baixo
teor de gordura (279–281).

Dietas balanceadas

20-30% 55-60% 15-20%


GORDURA CARBOIDRATO PROTEÍNA

Dietas balanceadas são caracterizadas por serem compostas de 20% a 30% de gorduras, 55% a 60% de carboi-
dratos e 15% a 20% de proteínas. Essas dietas baseiam-se em princípios científicos e são as mais estudadas(19).
Essas dietas são calculadas para promover um déficit de 500 a 1.000 kcal/dia, com um mínimo de 1.000 a 1.200
kcal/dia para as mulheres e 1.200 a 1.400 kcal/dia para os homens(38).
Manual 8 . Perda de Peso

O objetivo das dietas balanceadas é permitir ao consumidor a escolha de maior variedade de alimentos, adequa-
ção nutricional, maior adesão, resultando em perda de peso pequena, mas sustentada (38).

Diferentes percentuais variando entre 10%, 20%, 30% e 40% das calorias da dieta provenientes de gorduras
não influenciaram a perda de peso nem a redução no percentual de massa gorda corpórea de mulheres adultas e
obesas submetidas à restrição calórica e exercícios durante 12 semanas (282).
86 Dietas escassas em gordura, sem ter como alvo a restrição calórica, auxiliam na perda de peso por reduzir a inges-
tão de calorias, que é mais acentuada nas pessoas mais pesadas(283). No entanto, dietas escassas em gorduras
associadas à redução calórica produzem maior perda de peso. Dietas com 1.000 a 1.200 kcal/dia resultam em
perda de 7 a 13 kg (média de 8%) e redução na gordura abdominal medida pela circunferência abdominal em
média de 10 cm, no período de seis semanas a seis meses(284).

Quando a escolha de alimentos é apropriada, as dietas hipocalóricas balanceadas são nutricionalmente adequa-
das(285). Dietas hipocalóricas balanceadas, com quantidades moderadas de gorduras, reduzem o LDL colesterol,
normalizam os triglicerídeos e diminuem a pressão arterial(286).

Dietas escassas em gorduras (<25%) e muito


escassas em gorduras (<19%)

<25% 55-65% 15-30%


GORDURA CARBOIDRATO PROTEÍNA

Essas dietas são escassas em gorduras, ricas em carboidratos e moderadas em proteínas.Elas são outra estratégia
padrão para ajudar os pacientes a perderem peso, e quase todas as orientações dietéticas recomendam uma re-
dução na ingestão diária de gordura para menos de 25%, ou não mais que30% do consumo de energia. Tais dietas
constituem-se em vegetais, frutas, grãos integrais, feijão, moderada quantidade de ovos, laticínios escassos em
gorduras, produtos de soja e pequenas quantidades de açúcar e farinha(38).

Uma dieta com baixo teor de gordura pode ser implementada de duas maneiras:

1. Primeiro, o fornecimento do plano de refeições específicas que enfatizam a redução do consumo de


alimentos ricos em gordura.

2. Segundo, a instrução dos indivíduos para contagem de gramas de gordura como uma alternativa para
a contagem de calorias. A gordura tem 9,4 kcal/g, sendo possível calcular o número de gramas de gor-
dura que o indivíduo pode comer para qualquer nível de entrada de energia(38).
87

Muitos especialistas recomendam manter calorias provenientes de gordura para


menos de 30% do total de calorias. Em termos práticos, isso significa comer cerca de
33 g de gordura para cada 1000 calorias na dieta, o que pode ser calculado usando as
etiquetas de informação nutricional nas embalagens dos alimentos (38).

Uma meta-análise comparando dietas escassas em gordura (geralmente 20 a 25% da energia a partir de gordu-
ras) com um grupo controle de consumo de uma dieta normal ou uma dieta de médio teor de gordura (geralmente
35 a 40% da energia), houve maior perda de peso (aproximadamente 3 kg) com dietas com baixo teor de gordura
em comparação com dietas moderadamente ricas em gordura(287). Um padrão alimentar com baixo teor de gor-
dura e alto consumo de carboidratos saudáveis não está associado a ganho de peso(288).

Indivíduos obesos que consomem dieta escassa em gorduras e rica em carboidratos ingerem menos calorias e
perdem peso (289). Novamente, a quantidade de calorias ingeridas é mais importante que acomposição dieté-
tica. Estudos demonstram significativa diminuição na gordura corporal de 25,7% para 21,3%, em um ano, e para
22,4%, em dois anos(290). As dietas muito escassas em gorduras são deficientes em vitaminas E, B12 e zinco (38).

Dietas escassas em gorduras, que objetivam a manutenção do peso, diminuem de modo significativo o colesterol
total (-12,5%), LDL (-17,1%) e HDL colesterol (-22,8%), mas aumentam também os triglicerídeos, de maneira sig-
nificativa, em 47,3%. Em contraste, dietas escassas em gorduras hipocalóricas,que objetivam a redução de peso,
resultam em diminuição de 24,3% do LDL colesterol, e os níveis de triglicerídeos permanecem inalterados (291).
Dietas escassas em gorduras, ricas em carboidratos complexos, em fibras e hipocalóricas resultam em diminuição
da pressão arterial, da glicemia e dos níveisde insulina em pacientes obesos e diabéticos. Pode-se atribuir tais
benefícios muito mais à restrição de energia e à perda de peso do que à composição da dieta(292).

Dietas de baixíssimas calorias


Manual 8 . Perda de Peso

As dietas de baixíssimas calorias, usualmente, proveem 200 a 800 kcal por dia e devem conter 0,8 a 1g por quilo
do peso ideal por dia de proteínas de boa qualidade e quantidades diárias recomendadas de minerais, vitaminas
e ácidos graxos essenciais. São utilizadas como única fonte de nutrição durante quatro a 16 semanas e, em geral,
são efetivas para pacientes que não obtiveram sucesso com outros tratamentos ou que tenham comorbidades
importantes, sendo necessária intensa supervisão(38). A base para essas dietas é a noção de que quantomenor a
ingestão de calorias mais rápida a perda de peso.
88 Dietas de baixíssimas calorias não têm sido superiores às dietas convencionais para a perda de peso a longo pra-
zo. Em uma meta-análise comparando as dietas de baixíssimas calorias com dietas convencionais de baixa calo-
ria, a perda de peso a curto prazo foi maior com dietas de baixíssima caloria (16,1 contra 9,7% do peso inicial), mas
não houve diferença na perda de peso a longo prazo (6,3 e 5,0%)(293).

Essas dietas produzem maior perda de peso na fase inicial, quando comparadas a outras formas de restrição
energética, com redução de nove a 26 kg em quatro a 20 semanas (294). Mas, apesar dessa grande perda de peso
na fase inicial, estudos randomizados mostram, em um a dois anos, as mesmas perdas das dietas convencionais,
com nenhuma perda ou redução de até 14 quilos (295). Entretanto, essa perda de peso pode ser de 11,8 kg, va-
riando de 9,2 a 14,2 kg, ou 11%, em um a dois anos, se à dieta de baixíssima caloria adicionar terapêutica com me-
dicamentos ou aconselhamento comportamental (296). As dietas de baixíssimas calorias são úteis para induzir
rápida perda de peso e motivar o paciente muito obeso, mas deve-se utilizá-las por longos períodos. Devem ser
seguidas por outro tratamento para manter a perda de peso(38).

Os eventos adversos de dietas de baixíssimas calorias incluem perda de cabelo, adelgaçamento da pele e frio. Tal
como acontece com todas as dietas, há um aumento na mobilização do colesterol a partir de reservas de gorduras
periféricas, aumentando assim o risco de cálculos biliares. Essas dietas são contraindicadas para lactantes, ges-
tantes e crianças que necessitam de proteína para o crescimento(38).

Dietas de baixíssimas calorias devem ser reservadas para pacientes que necessitam de rápida perda de peso para
uma finalidade específica, como cirurgia. A recuperação do peso quando a dieta é interrompida muitas vezes é rápida.

O impacto da composição da dieta específica sobre a mudança de peso permanece incerto.Quando a energia
a partir de carboidratos na dieta diminui, a energia a partir de fontes de gordura tende a aumentar. O inverso
também é verdadeiro; quando a energia a partir de gorduras dietéticas diminui, a energia a partir de fontes de
hidratos de carbono tende a aumentar.

Substituição de refeições

Alguns estudos recentes avaliaram o efeito da substituição de refeições na perda de peso com refeições prepara-
das ou suplementos alimentares, como shakes, sopas e barras de cereais (297). Durante o período de tratamento
de um a cinco anos, a média de perda de peso foi de seis quilos, com redução variando de três a 9,5 kg, equivalen-
te a 6,2% (298). Essa perda de peso associou-se à melhora na circunferência abdominal, glicemia, hemoglobina
glicosilada, insulinemia, trigliceridemia, colesterolemia, nível da pressão arterial e qualidade de vida. Em outro
estudo, com quatro anos de duração, seu uso demonstrou resultados positivos no tratamento da obesidade, su-
gerindo que, associada à dieta hipocalórica, pode auxiliar no controlee manutenção da perda de peso (299).

Os shakes dietéticos são substitutos de refeições que oferecem ao organismo os nutrientes necessários, porém
com menor ingesta de calorias. Um estudo (300) observou perda de cerca de 8% do peso corporal após 3 meses
de estratégia de substituição de duas de três refeições principais por shakes 89
dietéticos. Esta redução de peso foi significativamente maior que a do grupo
controle, que perdeu menos que 2%. Após 4 anos com o emprego, nos dois
grupos, de substituição de uma refeição e um lanche por produtos prepara-
dos, a perda de peso se manteve mais importante nos que realizaram as subs-
tituições desde o início do estudo (8.4 ± 0,8% vs 3.2 ± 0,8% de perda de peso
corporal). Outros estudos com utilização de substitutos de refeição a longo
prazo, por 1 a 5 anos, confirmam maior perda de peso mantida no grupo que
os utilizou (298,301,302), assim como alteração positiva nos fatores de risco
cardiovasculares, como redução de glicemia, insulina e pressão arterial e me-
lhora do perfil lipídico (300–302).

Dietas com gorduras modificadas

40% 40% 20%


GORDURA CARBOIDRATO
PROTEÍNA
(principalmente monoinsaturadas) (<100 g/dia)

Existem algumas evidências de que a substituição de gordura saturada por gorduras monoinsaturadas (MUFAs),
como azeite de oliva, abacate e nozes, pode melhorar o perfil lipídico e o controle glicêmico, além de auxiliar na
perda de peso (299). Isto acontece porque, segundo as pesquisas para os vários tipos de gorduras, há diferente cap-
tação, oxidação e efeito sobre o apetite (303). Pode-se prescrever essas dietas, com base na dieta do mediterrâneo,
de uma maneira menos estruturada, tipicamente com 40% de energiade gorduras, principalmente MUFAs, e 40%
de carboidratos. Um estudo de dois anos de acompanhamento concluiu que tais dietas são eficientes na perda de
peso, podendo-se utilizá-las como alternativa às dietas hipocalóricas. Deve-se efetuar estudos de longo prazo sobre
a eficácia das dietas ricas em MUFAs, antes que possa recomendá-las como baseadas em evidência (38).
Manual 8 . Perda de Peso

Dieta do índice glicêmico

O índice glicêmico é usado para medir o relativo aumento da glicemia após uma quantidade-padrão de dieta de
carboidratos. Comidas como vegetais não feculentos, legumes, frutas e derivados do leite têm baixo índice glicê-
90 mico, enquanto produtos com grãos refinados e batatas, um alto índice glicêmico(304). Alimentos com alto índi-
ce glicêmico, calorias por calorias, elevam mais os níveis de insulina do que os com baixo índice glicêmico(305),
sugerindo que os que possuem alto índice glicêmico podem promover ganho de peso por dirigirem preferencial-
mente os nutrientes da oxidação no músculo para estocagem da gordura. Propôs-se que dietas com baixo índice
glicêmico (306) podem auxiliar na perda de peso. Realizou-se pequeno número de estudos de curto prazo com
dietas com baixo índice glicêmico em casos de obesidade infantil (307), diabetes tipos 2 (308) e tipo 1 (309), mas
nenhum por períodos superiores a umano, o que não valida essa dieta para recomendação (38).

Dieta mediterrânea

O termo dieta mediterrânea se refere a um padrão alimentar que é comum em áreas olivícolas da área do Medi-
terrâneo. Embora haja alguma variação nas dietas do Mediterrâneo, existem alguns componentes em comum, que
incluem um elevado nível de gordura monoinsaturada em relação ao saturado; consumo moderado de álcool, prin-
cipalmente vinho; um alto consumo de vegetais, frutas, legumes e grãos; um consumo moderado de leite e produtos
lácteos, principalmente na forma de queijo; e uma relativamente baixa ingestão de carnes e produtos derivados.

Uma meta-análise de 12 estudos demonstrou que a dieta mediterrânea estava as-


sociada a melhores condições de saúde e redução da mortalidade geral, mortalidade
cardiovascular, mortalidade por câncer, incidência da doença de Parkinson e doença
de Alzheimer(310).

Dietas ricas em proteínas

20-30% 35-40% 22-45%


GORDURA CARBOIDRATO PROTEÍNA
Alguns autores recomendam dietas ricas em proteínas (311). No entanto, em meta-análise comparando os efei- 91
tos a longo prazo de dietas de baixo teor de gordura ou alto ou baixo teor de proteína, não houve diferenças
significativas na perda de peso, circunferência abdominal, lipídios e pressão arterial (312,313).

Dietas ricas em proteínas podem melhorar a manutenção do peso, como ilustrado pelos resultados de um estudo
avaliando indivíduos com dietas de baixo teor de gordura e alto teor de proteína contra dietas de baixo teor de
gordura e ricas em carboidratos, após quatro semanas de dieta de baixíssimas calorias. Entre os indivíduos que
completaram o estudo de três meses (n = 48), o grupo de dieta rica em proteína apresentou melhor manutenção
do peso (diferença entre grupos de 2,3 kg)(314).

A alta ingestão de proteína na dieta, devido à sua carga de produção de ácido, aumenta a excreção urinária de
cálcio (com risco potencial para a formação de perda óssea e pedra de cálcio)(315). A excreção urinária de cálcio
parece aumentar com a ingestão dietética rica em proteínas, e isso pode representar um risco para a litíase renal
a longo prazo. No entanto, dois pequenos estudos randomizados que analisaram o metabolismo ósseo encontra-
ram evidências de que dietas ricas em proteínas podem diminuir a reabsorção óssea (315–317). Um dos estudos
descobriu que o aumento da absorção intestinal de cálcio foi o principal responsável pelo aumento da excreção
urinária de cálcio e que o cálcio excretado não estava vindo de osso (317).

Dieta DASH

A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) é baseada em um padrão alimentar rico em frutas, hor-
taliças, fibras, minerais e laticínios com baixos teores de gordura, e tem um importante impacto na redução da PA
(318,319). A dieta DASH potencializa ainda o efeito de orientações nutricionais para emagrecimento, reduzindo
também biomarcadores de risco cardiovascular (320).

COMO RECOMENDAR UMA DIETA AO ESTILO DASH


Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e
peixes, utilizando-os em pequena quantidade.
Comer frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média).
Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia.
Manual 8 . Perda de Peso

Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral.
Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a 1/3 de
xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou 1/2 xícara de feijões ou ervilhas
cozidas e secas.
Reduzir a adição de gorduras aos alimentos. Utilizar margarina light e óleos vegetais ricos em gorduras poliinsaturadas
(como óleo de oliva, canola, girassol).
Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados ricos em sódio.
Diminuir ou evitar a o consumo de doces e bebidas com açúcar.
92
Interpretando as informações nutricionais
dos rótulos de alimentos

No nosso país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o orgão que controla os rótulos dos alimen-
tos. No Brasil todo produto precisa apresentar as informações nutricionais como valor energético, porção, medi-
da caseira e quantidade por porção de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras e sódio do alimento. As figuras a
seguir demonstram como interpretar as informações nutricionais dos rótulos de alimentos.

Como uma alternativa, é possível estimar as calorias e composição dos alimentos de acordo com tabelas padroni-
zadas. Para tanto, recomendamos a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO, em sua quarta edição,
de 2011 (http://www.unicamp.br/nepa/taco/).

Exemplo de rótulo de cereais de café da manhã

Os ingredientes encontram-se listados por ordem decrescente. O primeiro ingrediente é aquele que se en-
contra em maior quantidade. Modere o consumo de alimentos cujos primeiros ingredientes sejam gorduras
ou açúcares (ex: sacarose, maltose, glucose, dextrose.)

Prefira alimentos com menor densidade caló-


rica (kcal/100g). Mais de 400 kcal por 100 g de INGREDIENTES
produto é bastante elevado.
Flocos de aveia, Centeio integral, Trigo integral, Milho
Produtos ricos em hidratos de carbono (ex: pão
integral, Passas de uva, Sementes de girassol, Sementes de
e cereais) com mais de 6g de fibra e de proteína
sésamo.
(por 100 g) são geralmente boas escolhas. Um
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
valor superior a 10 g seria excelente.
Por 100g Por porção de 40g
Valor energético 364 146
Relativamente às gorduras (lipídios), procure
Proteínas 8,6 (g) 3,4 (g)
valores inferiores a 10 g por cada 100 g de
Hidratos de carbono 65 (g) 26 (g)
produto alimentar.
dos quais
Açúcares 13 (g) 5,2 (g)
Prefira produtos com pouca (ou nenhuma) Lipídios 4,1 (g) 1,6 (g)
gordura saturada, privilegiando as gorduras dos quais:
monoinsaturadas e polisaturadas. Saturados 0,7 (g) 0,3 (g)
Monoinsaturados 2,1 (g) 0,8 (g)
Compare produtos semelhantes e escolha
Poliinsaturados 1,3 (g) 0,5 (g)
aqueles que têm menos açúcar e menos sal.
Fibras alimentares 8,2 (g) 3,3 (g)
O valor máximo diário recomendável de sal para Sódio 0,007 (g) 0,003 (g)
a generalidade das pessoas é de 5g (2g de sódio) Vitamina B1 0,4 (g) 0,16 (g)
Ferro 2,3 (g) 0,92 (g)
Opte por alimentos com uma lista de ingredientes
o mais reduzida possível. Alimentos mais simples e Fósforo 280 (g) 112 (g)
menos processados e com menos aditivos são Magnésio 95 (g) 38 (g)
frequentemente mais saudáveis.
% VD (PERCENTUAL DO VALOR DIÁRIO) É a 93
PORÇÃO: Aqui está o valor da porção do alimento
que estará baseada toda a informação nutricional quantidade que a porção consumida deste alimen-
da tabela. Você terá o peso ou valor líquido (ml) to contribui para atingir o valor diário de energia
da porção e a medida caseira para facilitar seu en- e nutrientes! Neste exemplo com uma colher de
tendimento (ex. colher de sopa, fatia média, xícara, sopa, estamos ingerindo 8% da Ingestão diária
unidades) recomendada (IDR) de proteínas!

Informação Nutricional
VALOR ENERGÉTICO da porção infor-
Porção de 30g (1 colher de sopa)
mada em kcal (kilocalorias) e kj (kjou-
Quantidade por % VD
les), aqui no Brasil observamos mais as porção (*)
kcal, onde 1 kcal=1000 calorias Valor energético 57 kcal = 239 kj 3%
Carboidratos 0g 0%
PADRÃO de ener-
Aqui estão os NUTRIENTES presentes Proteínas 6,0g 8%
gia de 2000 kcal
no alimento e a direita estão as suas Gorduras totais 3,7g 7%
ou 8400 kj diários
quantidades dentro da porção! Lem- Gorduras saturadas 1,2g 5%
estabelecidos para
bre-se de sempre observar um por um! Gorduras trans 0g **
um adulto normal,
Fibra alimentar 0g 0%
mas que varia de
Sódio 220mg 9%
pessoa para pessoa
(*) % de valores diários de referência com base em uma dieta
de acordo com seu
de 2000kcal ou 8400kj. Seus valores diários podem ser maio-
estilo de vida.
res ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.
(**) Valores diários não estabelecidos.

Lembre-se também de observar: data de validade, se contém glúten


(celíacos) e os ingredientes, que são organizados por quantidade,
ou seja, o primeiro ingrediente é aquele que tem maior presença no
alimento e assim sucessivamente.

Atividade física

O baixo gasto energético é um fator que pode promover ganho de peso. Cerca de 70% das despesas de energia é
utilizada para processos metabólicos basais, incluindo a energia envolvida na manutenção da temperatura cor-
poral, transporte de íons através das membranas celulares, função cardíaca e respiratória, motilidade gastroin-
testinal e secreção, e outros processos de armazenamento e mobilização metabólica. Outros 10% das despesas
com energia são dissipados através das respostas térmicas para alimentos. O último componente do gasto ener-
Manual 8 . Perda de Peso

gético é a atividade física(254).

A atividade física é um componente do equilíbrio de energia que é particularmente importante na patogênese


da obesidade e no seu tratamento(323). Exercício e atividade física também são importantes para a manutenção
da perda de peso a longo prazo e preservação da massa magra durante a dieta. A relação dose-resposta tem sido
demonstrada em mulheres adultas com excesso de peso entre a quantidade de exercícios e a manutenção de
perda de peso a longo prazo(324).
94
Atividade física na prevenção de ganho de peso

O exercício físico é importante para a prevenção primária da obesidade, independentemente da predisposição


genética do indivíduo(325,326), sendo associado a reduções significativas no peso corpóreo, relação cintura e
quadril e percentual de gordura corporal (327). Os baixos níveis de atividade física estão relacionados ao ganho
de peso em homens e mulheres (328). Nos jovens (média de idade de 25 anos) com peso normal, 150 minutos
de atividade moderada por semana foi suficiente para evitar o ganho de peso (329). Em adultos mais velhos ou
obesos, no entanto, níveis de atividade física mais elevados, aproximadamente 60 minutos/dia, podem ser neces-
sários para a prevenção de ganho de peso(330).

Atividade física como tratamento único para so-


brepeso e obesidade

A realização apenas de exercícios físicos, sem dieta, tem pouca eficácia para perda de peso.

Vários estudos avaliaram o efeito do exercício sozinho em induzir a perda de peso (331,332). As perdas de peso
foram, em geral, muito pequenas (cerca de 0,1 kg/semana), exceto em recrutas militares (1,8 kg/semana)(333),
cujo programa de exercícios foi mais rigoroso. Em meta-análises de ensaios que examinam os efeitos do exercício
na perda de peso, exercício resultou em reduções modestas no peso em comparação com nenhum tratamento
(diferença média ponderada -1,6 kg) e exercício de alta e baixa intensidade (diferença média -1,5 kg). Além disso,
o exercício físico diminuiu modestamente circunferência abdominal e pressão arterial (334).

Embora seja difícil perder peso com o exercício como tratamento único, o exercício parece ter um efeito benéfico
sobre a gordura corporal. Em um estudo de 12 semanas em 52 homens obesos, observou-se maior redução da
gordura corporal total no grupo de perda de peso induzida pelo exercício, e reduções similares na obesidade ab-
dominal, gordura visceral e resistência à insulina nos dois grupos (335).

O exercício também tem efeitos benéficos sobre a composição corporal em mulheres na pré-menopausa e pós-
menopausa(336,337). Em um estudo randomizado avaliando exercícios de intensidade moderada (caminhada
rápida, em média, três horas por semana), contra um programa de alongamento (grupo controle) por 12 meses,
as mulheres na pós-menopausa no grupo de exercícios perderam mais peso (média de diferença de -1,4 kg) e
tiveram maiores reduções na gordura corporal, gordura intra-abdominal e gordura subcutânea(336).
95
Atividade física associada com dieta para
tratamento de sobrepeso e obesidade

Programas de exercícios físicos associados às dietas de restrição moderada a intensa de calorias têm pouco
efeito adicional sobre a perda de peso.

Uma revisão sistemática de 17 ensaios clínicos randomizados em pacientes com sobrepeso e obesidade (índice de
massa corporal [IMC] 25 a 37 kg / m2) mostrou que, em comparação com a perda de peso conseguida com dieta,
acrescentar exercícios físicos à dieta produziu perda de peso pouco maior do que a dieta sozinha (aumento sig-
nificativo na perda de peso de aproximadamente 1,5 kg)(338). No entanto, os resultados foram estatisticamente
significativos em apenas dois dos estudos. As intervenções de exercícios variaram de 60 a 240 minutos/semana.

Achados semelhantes foram posteriormente encontrados em adultos idosos obesos (idade média de 70 anos)
que foram aleatoriamente designados para fazer somente dieta, somente exercício, dieta e exercício, ou grupo
controle. O peso corporal diminuiu de forma semelhante na dieta sozinha e na dieta mais exercício (10 e 9%, res-
pectivamente), mas não diminuiu no exercício sozinho ou no grupo controle. No entanto, o funcionamento físico
melhorou significativamente em todos os grupos comparados com o controle, e a melhoria foi maior no grupo
com dieta e exercício combinados (339).

A frequência e a intensidade do exercício podem explicar por que o exercício não ocasiona redução de peso de
forma superior à alcançada com a restrição calórica. Se um paciente utiliza 100 calorias durante o exercício a
cada dia (700 calorias por semana), levaria cinco semanas para utilizar a energia em um quilo de gordura. Assim, é
preciso uma quantidade considerável de tempo e esforço para gastar calorias, mais do que a maioria das pessoas
executam.

Acrescentar exercícios à dieta pode ter benefícios importantes independentes da perda de peso. A atividade
física atenua a perda de massa muscular induzida por dieta, o que aumenta a capacidade física e a sensibilidade à
insulina (340–344). A atividade física pode compensar a diminuição no gasto energético total que ocorre com a
perda de peso, de modo que a restrição calórica necessária para igualar o gasto de energia se torne viável(338).
Manual 8 . Perda de Peso

Na prática, acrescentar exercícios físicos à dieta pode ser benéfico ao paciente que
quer emagrecer, principalmente para reduzir a perda de massa muscular durante a
dieta, e para ajudar na manutenção do peso perdido ao longo do tempo, mas não para
aumentar a perda de peso.
96
Atividade física na manutenção da perda de peso

O exercício está consistentemente descrito como um fator importante na manutenção da perda de peso depois
de qualquer redução de peso(325,345–347).

Em uma meta-análise de 493 estudos envolvendo exercício aeróbico por curtos períodos de tempo (média de
15,6 semanas), dieta, ou uma combinação de ambos, em indivíduos moderadamente obesos (IMC médio 33,4 kg/
m2, com um peso médio de 92,7 kg), o grupo de dieta e exercício manteve 8,6 kg de perda de peso após um ano,
em comparação com 6,6 kg no grupo apenas com dieta(332). A manutenção da perda de peso tem relação gradual
com a quantidade de exercício que os indivíduos continuam realizando após seu tratamento inicial(348).

Em um estudo prospectivo de manutenção do peso em mais de 4.500 mulheres na pré-menopausa, mulheres que
mantiveram mais que 30 minutos/dia de atividade foram menos propensas a recuperar o peso perdido do que as
mulheres que permaneceram sedentárias (oddsratio [OR] 0,7, IC 95% 0,5-0,9)(347).

Programa de atividade física

O aumento do nível de atividade física é benéfico para todas as idades e todos os grupos, especialmente para a pre-
venção da obesidade. Para aqueles que são capazes de caminhar 150 a 250 minutos por semana (≥30 min/dia, de
cinco a sete dias por semana) há benefícios na prevenção do ganho de peso e na melhoria da saúde cardiovascular.
Isto irá aumentar o gasto de energia em 1000-1200 calorias por semana, ou pouco mais de 150 calorias por dia. A
quantidade de energia gasta depende da duração e intensidade do exercício e peso inicial do indivíduo (325,349).

CAMINHADA RESULTADOS BENEFÍCIOS

150 a 250 min.


1000-1200 kcal Prevenção do ganho
por semana
gastos por semana de peso
(>30 min/dia,
(~150 kcal/dia) Saúde cardiovascular
cinco a sete dias)

Qualquer programa de exercícios deve ser projetado para se encaixar nas condições de saúde e físicas do indi-
víduo. Pacientes que estão prestes a começar um programa de exercícios, mesmo aqueles cujo único exercício
será caminhada, devem ser avisados da possibilidade de tensões e deformações músculo-esqueléticas e lesões
articulares. As condições de saúde, a idade e as preferências do paciente devem ser consideradas na escolha do
programa de exercícios.
A melhor combinação de exercícios aeróbicos e de resistência é incerta. Em um estudo, 136 homens e mulheres 97
obesos foram designados aleatoriamente para um dos quatro grupos (exercícios de resistência, aeróbicos, combi-
nados ou controle sedentário)(149). Após seis meses, o peso corporal diminuiu 0,64, 2,77, e 2,3 kg, respectivamente
nos grupos intervenção, e aumentou 0,28 kg no grupo de controle. Comparado com o grupo controle, a aptidão car-
diorrespiratória aumentou nos grupos de exercícios aeróbicos e combinados (resistência + aeróbico). A gordura ab-
dominal e visceral diminuiu e a resistência aumentou nos grupos de exercícios aeróbicos e combinados, enquanto a
massa óssea e a força muscular aumentaram nos grupos de exercícios de resistência e combinados. A sensibilidade
à insulina melhorou nos grupos de exercícios aeróbicos e combinados(350). Deste modo, um programa multicom-
ponente que inclui a formação de exercícios aeróbicos e de resistência é tipicamente preferido. Por exemplo, um
programa que inclui treinamento de equilíbrio (15 minutos) e flexibilidade (15 minutos), exercícios aeróbicos (30
minutos) e treinamento de resistência de alta intensidade (30 minutos) pode ser eficaz (351).

Aconselhamento comportamental

O aconselhamento comportamental é uma das técnicas terapêuticas auxiliares para o controle de peso. Baseia-
se na análise e modificação de comportamentos disfuncionais associados ao estilo de vida do paciente. O objetivo
é implementar estratégias que auxiliam no controle de peso, reforçar a motivação com relação ao tratamento e
evitar a recaída e o consequente ganho de peso novamente(38).

Há dois pressupostos básicos subjacentes ao aconselhamento comportamental para pacientes com excesso de peso:

1. O primeiro é que os indivíduos obesos têm aprendido padrões alimentares e de exercício mal-a-
daptativos que estão contribuindo para o ganho de peso e / ou a manutenção de seu estado de
excesso de peso.

2. O segundo é que estes comportamentos podem ser modificados resultando em perda de peso.

Um dos elementos-chave da natureza humana é a perseverança. Este conceito aplica-se à busca de novas ma-
neiras de perder peso que ocorre em uma base quase anual. Este ciclo de fracasso e esforço renovado tem sido
Manual 8 . Perda de Peso

rotulado como uma “síndrome de falsas esperanças”(474). Existem várias razões pelas quais as tentativas de
auto-mudança falham:

• Muitas vezes as expectativas excedem o que é viável;

• As pessoas muitas vezes prevêem que vão mudar mais rapidamente e mais facilmente do que é possível;

• As pessoas superestimam suas habilidades em muitos domínios e não sabem que eles são imprecisos;
98 • Muitas vezes as pessoas acreditam que fazer uma mudança irá melhorar as suas vidas mais do que se pode
razoavelmente esperar.

Uma revisão de 16 estudos sobre tratamentos comportamentais na obesidade verificou, em média, redução de
peso de 6,1 kg (variando de 0,5 a 12,5 kg) e taxa de abandono de 32% em média (variando de zero a 66%)(353).
A ampla variabilidade interna entre os pacientes nesses estudos serviu para os revisores concluírem que pou-
cos pacientes com tratamentos comportamentais conseguem significativa perda de peso, variando daqueles que
perdem modestamente aos que retornam ao peso original de antes do início do tratamento (353).

Revisão mais recente (354)examinou 36 trabalhos que avaliaram os benefícios adicionais da terapia comporta-
mental a outras abordagens para a perda de peso e 31 trabalhos que compararam diferentes estratégias compor-
tamentais. Essa revisão concluiu que a terapiacomportamental fornece benefício adicional em curto prazo e até
um ano, mas que sem a intervenção continuada, esses benefícios não persistem em longo prazo, como em três ou
cinco anos.

Mesmo na ausência de perdas significativas de peso, a terapia com-


“A terapia comportamental
portamental pode reforçar, de maneira importante, a manutenção da
traz benefícios no curto
dietoterapia e de atividades físicas após seguimento de um ano(355–
prazo, e até 1 ano, mas sem
357). A terapia comportamental pode induzir reduções significativas
uma intervenção continuada,
no nível de pressão sanguínea, minimizando o risco de hiperten-
esses benefícios não persistem
são(358)e também de depressão(359), mesmo com modestas per-
em longo prazo, como em
das de peso, em seguimentos de dois ou três anos. Outros estudos
três ou cinco anos”
mostram melhoria no bem estar psicológico e na qualidade de vida
(359–362).

A duração do tratamento influencia na perda de peso. A terapia comportamental padrão de 40 semanas tem
maior impacto sobre a perda de peso, seis anos mais tarde, quando comparada a de 20 semanas de tratamen-
to (363). Na maioria dos estudos, porém, as intervenções comportamentais para o controle de peso tem sido
aplicadas em tratamentos de curto prazo (média de 12 semanas)(353). Poucos tem duração superior a seis me-
ses(355,364,365). Talvez por isso a maioria dos pacientes retorna a seu peso do início de tratamento quando
cessa os tratamentos comportamentais(295,366). A manutenção da perda de peso adquirida parece manter-se
apenas com a continuidade do tratamento(367,368).

Há trabalhos mostrando que a manutenção do contato do profissional


“A manutenção da perda de
com o paciente após o fim do tratamento favorece maior perda de
peso adquirida parece manter-
peso (369). Os programas de terapia comportamental com contatos
se apenas com a continuidade
semanais e feedback individualizado pela internet propiciam maior
do tratamento”
perda de peso após seis meses do que aqueles que apenas oferecem
links educacionais na web(370). Além da duração, a intensidade e o
grau de intervenção influenciam na adesão dos pacientes ao tratamento e, consequentemente, em sua perda
de peso (371).

O pacote comportamental, que é utilizado correntemente na maioria dos programas, contém um grande núme-
ESTRATÉGIAS DE ACONSELHAMENTO COMPORTAMENTAL 99

AUTO-
MONITORAMENTO

CONTROLE DE
SUPORTE SOCIAL
ESTÍMULOS

RESOLUÇÃO DE ACONSELHAMENTO METAS


PROBLEMAS COMPORTAMENTAL

REESTRUTURAÇÃO REFORÇO
COGNITIVA POSITIVO

EDUCAÇÃO
NUTRICIONAL

Automonitoramento

O automonitoramento, muitas vezes envolvendo o uso de diários alimentares, registros de atividades e auto-pesa-
gem, é um dos elementos de um programa comportamental de sucesso para a perda de peso(372–375). Os parti-
cipantes são instruídos sobre como registrar tudo sobre a sua ingestão alimentar diária, as calorias dos alimentos
consumidos, a situação em que estão comendo, episódios de compulsão e eventos desencadeantes. O automonito-
ramento é uma das técnicas mais utilizadas entre os pacientes que perdem peso e mantem a perda de peso (375).

Revisão sistemática de 22 estudos avaliando a relação entre o automonitoramento e a perda de peso, demons-
Manual 8 . Perda de Peso

trou uma associação consistente entre o auto-controle (de peso, dieta e exercício físico) e a perda de peso bem-
sucedida(373). Uma variedade de métodos foram usados para realizar automonitoramento, incluindo diários de
papel, aplicativos decelular, assistentes pessoais digitais e balanças digitais para gravação de peso.

Existem diversos aplicativos para celular que visam ajudar o paciente a monitorar o peso e a alimentação. Consi-
derando as opções que são gratuitas para o paciente, destacamos os seguintes:
100

Peso Diário Grátis Peso QuickLog.me Dieta e Saúde Contador de


Calorias

Controle de estímulos

O controle de estímulos é outro elemento de um programa comportamental(376). Ele se concentra em obter


controle sobre os fatores ambientais que ativam a vontade de comer, e eliminar ou alterar os fatores ambientais
que facilitam o excesso de alimentação. Pode-se utilizar o controle de estímulos para modificar situações que
antecedem o comportamento disfuncional, como ingesta em excesso ou inatividade física (38).

A compra de comida é uma questão-chave no ganho de peso. Os participantes são ensinados a comprar frutas
e vegetais frescos, alimentos menos calóricos fáceis de preparar e comer, e colocá-los de forma proeminente na
geladeira ou no balcão. A proximidade de alimentos e a forma e tamanho de servir recipientes podem influenciar
a quantidade de comida ingerida(377).

O controle de estímulos também inclui fazer o ato de comer um foco em si próprio. Assim, desligar o aparelho
de televisão e retirar material de leitura no momento das refeições pode permitir que o indivíduo se concentre
apenas em comer. Controle de estímulos em crianças que substituíram comportamentos ativos por comporta-
mentos sedentários foi associado com um aumento significativamente menor no índice de massa corporal (IMC)
dos 6 aos 12 meses(378).

Alguns exemplos de aplicação dessa estratégia são(38):

Programar as compras no supermercado mantendo alimentos proibidos fora da lista de compras;

Estimular a atividade física com a recusa frequente de recursos tecnológicos, como controle remoto e/ou
uso demasiado do carro quando é possível caminhar;

Evitar atividades previamente associadas à ingesta em excesso, como comer em frente à televisão ou no cinema;

Confinar alimentação em um local específico e limitar o acesso à comida durante a refeição;

Evitar ser o responsável pela alimentação de outros.


101
Estabelecimento de metas

As mudanças no comportamento alimentar exigem tempo e dedicação, e são importante para o paciente e profis-
sional de saúde para definir metas realistas de perda de peso, tais como 0,5-1 kg / semana, ou de 5 a 10% do peso
inicial no prazo de seis meses(8).

Para atingir este objetivo, os participantes são encorajados a reduzir o consumo de energia em 1000 kcal/dia, o
que pode ser feito com instruções dietéticas, fornecimento de alimentos, ou o uso de alimentos controlados por
porção. Embora esta seja uma hipótese razoável, os dados empíricos indicam que estabelecer metas ambiciosas
não faz com que o resultado do programa para perder peso seja melhor (379).

Reforço de resultados bem-sucedidos

Reforçar os resultados bem-sucedidos e fornecer pequenos símbolos para o sucesso pode ser benéfico. Por
exemplo, os pacientes podem ganhar crédito (ou pontos em um cartão fidelidade) na farmácia pela conclusão
bem-sucedida de atividades no programa de perda de peso.

Os incentivos financeiros podem também servir para melhorar a perda de peso(380,381). Como exemplo, em um
estudo de 24 semanas, 105 funcionários (IMC de 30 a 40 kg/m2) foram aleatoriamente designados para incenti-
vos financeiros individuais ou em grupo (cinco membros) ou a um grupo controle(380). A recompensa financeira
foi distribuída no final de cada mês para os indivíduos que se encontraram dentro da meta de perda de peso pres-
crita. Os participantes de incentivo em grupo dividiram o prêmio (que foi cinco vezes a recompensa individual) de
modo uniforme, mas apenas entre aqueles que cumpriram a meta de perda de peso alvo. Os cinco membros do
grupo eram desconhecidos uns dos outros. Os participantes de incentivo em grupo perderam significativamente
mais peso do que o grupo individual de incentivo e o grupo controle (4,8, 1,7 e 0,5 kg, respectivamente) e também
receberam prêmios maiores do que os participantes de incentivos individuais. A oportunidade de ganhar uma re-
Manual 8 . Perda de Peso

compensa maior, com a aquisição do incentivo que outros membros do grupo,que não cumpriram a meta mensal,
pode ter sido um fator de motivação para os participantes de incentivo em grupo. Isto sugere que os incentivos
variáveis dentro de um grupo pode ser melhor do que os especificados individualmente (380).

Em contraste com incentivos financeiros, a contingência social, ou seja, ter acesso ao grupo apenas se o partici-
pante alcançar metas de perda de peso específicas, não melhora a perda de peso(382).
102
Educação nutricional e planejamento da refeição

A educação nutricional e o planejamento de refeições também são boas estratégias comportamentais, que forne-
cem uma estrutura para as refeições (375,383). O uso de porções controladas ou dietas é uma das estratégias (384).

O aconselhamento dietético parece facilitar a perda de peso, especialmente durante o primeiro ano de um progra-
ma de perda de peso (385). O uso de substitutos de refeição reforça a perda de peso nos primeiros quatro anos,
mas o seu resultado diminui ao longo do tempo, assim como sua relação com a perda de peso bem-sucedida (386).

O estilo de comer é fundamental para a ingestão de alimentos, retardando o processo de geração de sinais “fi-
siológicos”. Duas maneiras de retardar o processo de comer incluem a concentração nos sabores da comida e
saboreamento do que está sendo comido. Outras técnicas podem envolver passar pouco tempo na mesa durante
as refeições, e beber água entre as mordidas ou pouco antes da refeição (387).

Reestruturação cognitiva

Essa estratégia consiste em modificar o sistema de crenças dos pacientes, visando a reestruturação cognitiva. Iden-
tificar e corrigir crenças e pensamentos disfuncionais com relação ao peso e a alimentação é um dos objetivos(38).

Alguns exemplos de distorções cognitivas comuns em pacientes com excesso de peso incluem (38):

• Abstração seletiva: consiste em prestar atenção e dar mais valor às informações que confirmem suas suposi-
ções. Por exemplo:

“Ter comido este doce indica que não sou capaz de exercer controle sobre meu comportamento ali-
mentar, que não tenho poder perante a comida”.

• Pensamento “tudo ou nada”: consiste em pensar em termos absolutistas e extremos, como dividir os alimentos
em duas categorias únicas: as comidas permitidas e as proibidas. Ingerir algo considerado proibido poderá ge-
rar uma interpretação de fracasso, tornando qualquer tentativa de controle subsequente mais difícil:

“Já saí da dieta mesmo, agora vou comer tudo que vier pela frente”.

• Pensamento supersticioso: consiste em acreditar que há relação de causa e efeito entre eventos não contin-
gentes. Por exemplo:

“Ir ao shopping significa sair da dieta”.


103
Resolução de problemas

O farmacêutico e o paciente devem identificar problemas relacionados ao excesso de peso, buscar possíveis so-
luções e estratégias, aplicar e testar a eficácia das estratégias no dia-a-dia, rediscuti-las na consulta e selecionar
aquelas que possibilitam modificar o comportamento. O objetivo desta estratégia é implementar novos padrões
de comportamento que auxiliem o paciente a perder e manter peso(38).

Suporte social

Promover o apoio social pode também ser um meio para melhorar a perda de peso em longo prazo(388). A in-
clusão de membros da família ou cônjuges é uma maneira de alcançar este objetivo. Há benefício tanto de curto
prazo quanto de longo prazo para programas que incluem forte apoio da família. Em uma meta-análise de quatro
programas comportamentais de 12 meses, que incluía membros da família, a média de perda de peso na interven-
ção familiar foi de cerca de 3 kg a mais do que no grupo controle (389).

O apoio social pode também trabalhar com a vantagem do membro da família não participar no julgamento. Um
estudo randomizado de modificação de estilo de vida intensivo em pacientes com diabetes tipo 2, demonstrou
que os cônjuges dos que estavam no grupo intervenção perderam 2,2-4,4 Kg, enquanto os cônjuges dos que es-
tavam no grupo controle ganharam até 3,3 kg em peso corporal (390).

O suporte social da família, amigos, clínicos e outros pode auxiliar no tratamento da obesidade e servir como
suporte para o tratamento de perda de peso. Algumas vantagens na terapia de grupo cognitivo-comportamen-
tal incluem maior ocorrência de ensaios comportamentais; maior ocorrência de feedback propiciada por outros
membros do grupo e não só pelo profissional de saúde; maior experiência com situações-problema e maior su-
porte para a solução (391).

Tratamento cirúrgico
Manual 8 . Perda de Peso

Abordagens dietéticas, comportamentais, exercícios físicos e tratamentos farmacológicos para a perda de peso
podem ser ineficazes para muitos indivíduos obesos. Assim, os procedimentos cirúrgicos são cada vez mais comuns
em todo o mundo por causa de sua eficácia na redução de peso e melhoria da gestão de diabetes e hipertensão.
104 As indicações para o tratamento cirúrgico da obesidade grave incluem (392):

Adultos com IMC ≥40 kg/m2 com ou sem comorbidade

Adultos com um IMC entre 35,0 e 39,9 kg/m2, com pelo menos uma comorbidade grave, incluindo diabetes
tipo 2, apnéia obstrutiva do sono, hipertensão, hiperlipidemia, síndrome de hipoventilação por obesidade,
síndrome de Pickwick, esteatose hepática, esteatohepatite não alcoólica, pseudotumor cerebral, doença
do refluxo gastroesofágico, asma, doença arterial coronariana, incontinência urinária grave, artrite debili-
tante e qualidade de vida prejudicada.

Adultos com IMC entre 30,0 e 34,9 kg/m2 e uma comorbidade grave associada, embora não haja evidências
de longo prazo do benefício para apoiar rotineiramente executar uma cirurgia bariátrica nesta situação.

Embora raro em pacientes com obesidade grave, os pacientes com bulimia nervosa não são candidatos à cirurgia
bariátrica(392). Além disso, a cirurgia bariátrica em idade muito avançada (acima de 65) ou muito jovem (abaixo
de 18 anos) é controversa, sendo considerado apenas quando há presença de comorbidades graves(393). Os
procedimentos bariátricos são também contraindicados para o controle glicêmico ou lipídico, ou para redução
do risco cardiovascular, independente dos parâmetros do IMC (392).

A cirurgia bariátrica tem sido associada a maior perda de peso e maior remissão das taxas de diabetes tipo 2
em comparação com o tratamento não-cirúrgico da obesidade (dieta, exercício, medicamentos, aconselhamento
comportamental) (139). No entanto, os benefícios devem superar os riscos para que esse tratamento seja reco-
mendado. Os efeitos adversos mais comuns da cirurgia bariátrica incluem anemia ferropriva e necessidade de
reoperações. As preocupações permanecem sobre as taxas de sucesso a longo prazo na manutenção da perda de
peso e reprodutibilidade dos resultados em pacientes com uma extensa história de diabetes.

Outras condições médicas ou psiquiátricas que impedem uma intervenção cirúrgica bariátrica incluem depres-
são não tratada ou psicose, transtornos de compulsão alimentar, abuso atual de drogas e álcool, doença cardíaca
grave (com riscos anestésicos proibitivos), coagulopatia grave e incapacidade de cumprir com os requisitos nutri-
cionais, incluindo reposição de vitamina ao longo da vida.

Os procedimentos cirúrgicos bariátricos afetam a perda de peso através de dois mecanismos fundamentais:
(1) má absorção e (2) restrição. Alguns procedimentos têm tanto o componente restritivo quanto mal aborti-
vo(394–399). Os principais procedimentos incluem banda gástrica ajustável, balão intragástrico, derivação gás-
trica em y de roux, derivação biliopancreática com gastrectomia horizontal, derivação biliopancreática com duo-
denal switch, gastroplastia vertical com banda, gastrectomia tubular e desvio jejunoileal.
RESTRITIVA 105

Gastroplastia vertical
Balão intragástrico Banda gástrica ajustável Gastrectomia tubular
com banda

Derivação biliopancreática
Derivação biliopancreática Desvio jejunoileal Roux-en-Y
com switch duodenal

MAL ABSORTIVA COMBINAÇÃO

O farmacêutico pode atuar contibuindo na educação nutricional, aconselhamento comportamental, modificação


de estilo de vida, tratamento farmacológico,e determinação se um paciente obeso é candidato a um procedimen-
to cirúrgico de perda de peso, assim como no acompanhamento pós-operatório (399).

Manual 8 . Perda de Peso


106

PARTE PROTOCOLO DE ATENDIMENTO

O Programa Perda de peso tem duração de 12 meses, durante os quais o farma-


cêutico ajudará o paciente a perder peso, e manter a peso perdido, em consultas
semanais no primeiro mês, quinzenais nos três meses seguintes e mensais nos me-
ses posteriores. A base do programa consiste em consultas farmacêutico-paciente,
realizadas na farmácia ou, eventualmente, por telefone, que serão mais frequentes
e longas nas primeiras semanas do programa, e menos frequentes e mais curtas,
a partir disso. Como nos outros serviços farmacêuticos, cada consulta se organi-
za sempre em três momentos: Acolher, Avaliar e Aconselhar. Todavia, no caso do
Programa de perda de peso, assim como no programa Parar de Fumar, existem três
formatos de consultas, que possuem objetivos diferentes e ocorrem em momentos
distintos da provisão do serviço. São eles:

1. Preparação
Pergunta-guia: o paciente está pronto para perder peso? Este encontro tem um
caráter motivacional, com objetivo de explicar ao paciente sobre o programa,
explicar a importância do acompanhamento pelo farmacêutico, identificar sua
posição em relação ao estágio da mudança, e agendar o encontro quando será
definido o plano de ação.

2. Plano de Ação
Pergunta-guia: como será o tratamento do paciente? Este encontro tem por ob-
jetivo conhecer o grau de sobrepeso ou obesidade, as tentativas anteriores de
perda de peso, a história clínica e as preferências do paciente. O produto desta
consulta será um plano de ação, que inclui a meta terapêutica e a escolha do tra-
tamento,de acordo com ao classificação de sobrepeso ou obesidade, podendo in-
cluir estratégias comportamentais, dieta, exercícios físicos, suplementos alimen-
tares, medicamentos e encaminhamento para tratamento médico, se necessário.

3. Acompanhamento
Pergunta-guia: como está sendo a perda de peso? Os encontros têm por objetivo
avaliar recaídas e barreiras para redução e manutenção do peso, definir estraté-
gias para superação das barreiras, manter o paciente motivado, tratar reações
adversas, ajustar a terapia e estimular o paciente ao comparecimento nas con-
sultas e manutenção do tratamento. O objetivo é o alcance da meta em 6 meses e
posterior manutenção do peso até 12 meses.
PROGRAMA PERDA DE PESO: JORNADA DO PACIENTE

Você acha que Plano de ação Início do Início do primeiro ciclo do acompanhamento
está acima Escolha do tratamento acompanhamento Consultas semanais - 4 consultas até completar
do seu 1 mês de tratamento
peso ideal?
Encontr Sema
Gostaria o na

2
3
de perder

1
2
peso? E 1 na na
nco ntro S e ma Se ma
Sem

Preparação Após início do


Motivação para perder peso. tratamento
ana 4

Recaída
1 ana 8
ana 2 m
m

Se

Se
S

Se
m

Se

6
m an
em
an an
a 14 Recaída a 10 Recaída a 6

Início do segundo ciclo do acompanhamento: Recaída


Consultas quinzenais - 6 onsultas até a 16º semana do tratamento

Semana 1
Mês Mês
6 8

5 7 9
Mês Recaída Mês M ês
Mês 1

Início do terceiro ciclo do acompanhamento:


0

Consultas mensais - 8 consultas


até o 12º mês de tratamento
Mês 12

Sucesso! M
ês 1
1
Recaída

Manual 8 . Perda de Peso


107
108
Como identificar os clientes para o serviço?

Como já discutido nos demais serviços, a seleção de pacientes pode ser realizada por meio de autotriagem ou
triagem direcionada pelo farmacêutico, com objetivo de identificar as demandas necessárias a cada paciente de
maneira individual. A farmácia também pode contar com sinalização em pontos estratégicos, como próximo a
produtos para emagrecer ou junto da balança onde os clientes se pesam. Materiais de divulgação do programa
podem estar nos caixas e no balcão de atendimento.

Duas questões breves, descritas abaixo, podem ser respondidas pelo paciente, online ou presencialmente, ou
direcionadas através de entrevista farmacêutica ou no balcão da farmácia. Use estas perguntas como guia para
a equipe da farmácia.

Você acha que está acima do seu peso ideal? ( ) Sim ( ) Não

Você tem vontade de perder peso? ( ) Sim ( ) Não

Pacientes com sobrepeso ou obesidade podem ter motivações diferentes para perda de peso e sua manutenção.
O fluxo a seguir mostra alguns caminhos para divulgação do serviço e orientação do paciente. O foco desta abor-
dagem inicial é divulgar os benefícios do programa e motivar o paciente e marcar uma consulta para avaliação e
definição de um plano de ação.

Identificação • Pacientes com sobrepeso


do paciente • Pacientes obesos

Siga protocolo
Possível benefício com outros serviços da Informar sobre como
NÃO
farmácia funciona o programa e
Acima do peso trabalhar a preparação
ideal? do paciente.
Agendar uma consulta
SIM
de plano de ação e ini-
ciar acompanhamento.

Uma consulta farmacêutica pode ser agenda-


da, com objetivo de desenvolver um plano de
ação e iniciar o programa de perda de peso.
SIM
O paciente pode ser convidado a uma consulta
Tem vontade de NÃO SEI de preparação, salientando os riscos do sobre-
perder peso? peso e da obesidade e os benefícios da perda
de peso corporal.
NÃO

O programa pode ser apresentado ao paciente,


explicando como funciona e seus benefícios.
O foco desta orientação é a motivação do
paciente para iniciar o programa.
Como a equipe da farmácia pode ajudar? 109

Todo o pessoal da farmácia deve estar apto a descrever e oferecer os serviços farmacêuticos ao público-alvo. Para
tal, treinamento pode ser oferecido pelo farmacêutico, esclarecendo os objetivos do programa perda de peso.

Os funcionários devem abordar os pacientes cordialmente, investigando o interesse dos mesmos, destacando os
benefícios do serviço, como no exemplo abaixo:

“Olá senhor, tudo bem? Me perdoe a intromissão, mas caso o senhor


esteja interessado, temos na farmácia um novo serviço voltado a per-
da de peso e reeducação alimentar. Aqui neste folder estão todas as
informações e o senhor pode falar com o farmacêutico, caso tenha
alguma dúvida. Obrigado”.

Como deve ser o local de atendimento?

Segundo as normas de boas práticas de farmácia da ANVISA, o ambiente destinado ao cuidado farmacêutico
deve ser diverso daquele destinado à dispensação e à circulação de pessoas em geral, devendo o estabelecimento
dispor de espaço específico para esse fim. Não é necessário dispor de diversos ambientes separados para realiza-
ção de cada procedimento, sendo todos os serviços farmacêuticos realizados no mesmo ambiente.
Manual 8 . Perda de Peso

O ambiente para prestação dos serviços que demandam atendimento individualizado deve garantir a privacida-
de e o conforto dos usuários, possuindo dimensões, mobiliário e infraestrutura compatíveis com as atividades e
serviços a serem oferecidos. As características de um ambiente apropriado para a prestação de serviços farma-
cêuticos são discutidas em detalhes no Manual 1: Hipertensão em Dia.
110
ENCONTRO 1: PREPARAÇÃO

• O resultado desejado deste encontro é que o paciente concorde em iniciar um programa de perda de peso na
farmácia, agendando uma consulta de avaliação e aconselhamento (plano de ação).

• Pode ser necessário que o farmacêutico tenha vários diálogos com o paciente antes que este tome coragem
para se engajar.

• Como em outras ocasiões, este encontro pode ser organizado em três momentos: acolher, avaliar e aconselhar.

PASSO 1. ACOLHER

Garanta conforto e privacidade para todos os atendimentos

Explique o propósito e a organização do serviço

Escute ativamente

Perceba as preferências do paciente

Inicie sua avaliação quando sentir que o paciente está confortável com a situação e pronto para responder suas perguntas

PASSO 2. AVALIAR

A primeira consulta tem por objetivo avaliar o estado de motivação do paciente para perda de peso. Ela deve ser
conduzida através de troca de experiências e levantamento das expectativas do paciente.

Avalie a motivação do paciente em perder peso

• Pergunte sobre a vontade de perder peso e solicite que o paciente indique qual o grau de interesse
no programa, considerando um escore de 0 (nem um pouco interessado) até 10 (extremamente in-
teressado). O farmacêutico deve expressar a confiança na capacidade do paciente em perder peso e
oferecer apoio.

• Investigue as razões que incentivam o paciente a perder peso.

• Identifique os medos e as dificuldades que impedem o paciente de perder peso.


PASSO 3. ACONSELHAR 111

Oriente o paciente de forma personalizada, de acordo com sua motivação


Informe sobre os riscos do sobrepeso e obesidade e sobre os benefícios da perda de peso para a sua saúde e qualidade
de vida
Aconselhe o paciente sobre como superar as barreiras que o impedem de perder peso
Comunique informações de forma simples e objetiva
Estimule o paciente a pensar sobre o assunto
Forneça material educativo

ENCONTRO 2: PLANO DE AÇÃO

• A primeira consulta do programa ocorre depois que o farmacêutico já conduziu o encontro de preparação e
o paciente encontra-se engajado e pronto para perder peso.

• O resultado desejado para esta consulta é que haja um diálogo aberto sobre os hábitos do paciente, e asse-
gurar que o mesmo compreende os objetivos do programa e sua responsabilidade para o sucesso do trata-
mento.

• Nesta consulta, o farmacêutico irá avaliar o grau de excesso de peso, as tentativas anteriores de perda de
peso, a história clínica e de medicação, os hábitos alimentares e de exercícios físicos, os fatores de risco re-
lacionados ao sobrepeso e obesidade e as preferências do paciente. Com isso irá estabelecer um plano de
ação em conjunto com o paciente, incluindo a meta terapêutica e a escolha do tratamento, podendo incluir
estratégias comportamentais, dieta, exercícios físicos, suplementos alimentares, medicamentos e encami-
nhamento médico, se necessário.

• Como em outras ocasiões, este encontro pode ser organizado em três momentos: acolher, avaliar e aconselhar.

PASSO 1. ACOLHER
Manual 8 . Perda de Peso

Atenda o paciente de forma confortável em um lugar privado ou semiprivado da farmácia


Converse com o paciente sobre o que ocorreu desde a última consulta, como está sua motivação para começar o programa
Escute ativamente
Perceba as preferências do paciente
Inicie sua avaliação quando sentir que o paciente está confortável com a situação e pronto para responder suas perguntas.
112
PASSO 2. AVALIAR

Para a elaboração do plano de ação, o farmacêutico irá avaliar o grau de excesso de peso, as tentativas anteriores
de perda de peso, a história clínica e de medicação, os hábitos alimentares e de exercícios físicos, os fatores de
risco relacionados ao sobrepeso e obesidade e as preferências do paciente.

1. Investigue tentativas anteriores de perda de peso.

Uma boa maneira de investigar a questão é perguntar claramente ao paciente sobre possíveis tenta-
tivas de perda de peso: “O(a) senhor(a) já tentou perder peso alguma vez?”. Entender quais foram os
métodos utilizados e como e por quê falharam pode dar uma abordagem de qual a medida a ser adotada
e quais fatores precisam ser vigiados.

Avalie o excesso de peso do paciente.


2.
Utilize as informações da parte 1 deste manual para avaliar a composição corporal (IMC, circunferência
abdominal, RCQ e IAC) e o gasto energético diário do paciente. A avaliação do paciente com sobrepeso
e obesidade inclui ainda história clínica, exames laboratoriais (se houver) e avaliação de risco global.
Lembre-se que pacientes com maior grau de excesso de peso podem necessitar de aconselhamento
comportamental, dietético e exercícios físicos mais intensos, tratamento farmacológico adequado e
até tratamento cirúrgico em alguns casos.

3. Investigue se o paciente tem fatores de risco associados.

A avaliação do risco global de um paciente inclui determinar, além da composição coporal, os fatores de
risco cardiovasculares, apneia do sono, osteoartrite sintomática, e outras comorbidades. A coexistên-
cia de várias doenças, incluindo doença arterial coronariana (DAC), outras doenças ateroscleróticas,
diabetes mellitus tipo 2 e apneia do sono colocam o paciente em uma categoria de alto risco para mor-
talidade. Outros fatores de risco cardiovascular devem ser identificados, incluindo hipertensão, dislipi-
demia (níveis reduzidos de lipoproteína de alta densidade [HDL] ou níveis elevados de lipoproteína de
baixa densidade [LDL], níveis elevados de triglicérides), pré-diabetes ou diabetes, e tabagismo. Esses
fatores de risco devem ser cuidados independentemente da gestão da perda de peso(19).
4. Identifique as situações que predispõem ao aumento do peso. 113

Esse questionamento é importante para identificar quais as possíveis causas e os possíveis desafios e
situações problemáticas para a perda de peso. O paciente deve ser estimulado a fazer essa reflexão,
e pensar em alternativas para resolução de problemas futuros. Para determinar a etiologia e planejar
estratégias de gestão, deve-se avaliar informações adicionais da história clínica incluindo a idade de iní-
cio do ganho de peso, os eventos associados ao ganho de peso, tentativas anteriores de perda de peso,
mudança nos padrões alimentares, história de exercício, medicamentos atuais e passados e histórico
de cessação tabágica.

5. Investigue o apoio social e se outras pessoas de convívio próximo possuem sobrepeso e obesidade.

O processo de perda de peso apresenta maior sucesso quando existe apoio social, ou seja, quando famí-
lia, amigos, colegas de trabalho são incluídos e se comprometem com a tentativa do paciente.

6. Defina com o paciente um plano para redução de peso de acordo com suas necessidades e preferências.

A relação entre IMC e fatores de risco adicionais permite o direcionamento da intervenção para perda
de peso. Considere o algoritmo a seguir para escolha da estratégia terapêutica:

PACIENTES COM SOBRE-


PESO OU OBESIDADE

IMC entre 24,9 IMC entre 24,9


IMC ≥35 kg/m2
e 30 kg/m2 sem e 30 kg/m2 com
IMC ≥30 kg/m2 com fator de risco IMC ≥40 kg/m2
fator de risco fator de risco
adicional
adicional adicional

Dieta +
Aconselhamento sobre
Dieta + Aconselhamento
a prevenção do ganho
Aconselhamento comportamental +
de peso
comportamental + Atividade física +
Manual 8 . Perda de Peso

(Orientações sobre
Atividade física + FALHA Suplementos
hábitos alimentares e
Suplementos TERAPÊUTICA +
atividade física)
Medicamentos

FALHA
TERAPÊUTICA

Cirurgia bariátrica
114 O tratamento inicial para todos os indivíduos que se beneficiariam com a perda de peso é a intervenção sobre o

estilo de vida, com foco na dieta e aconselhamento comportamental. Alguns pacientes irão utilizar também tera-
pia farmacológica, seja de prescrição médica, suplementos ou plantas medicinais.O exercício físico é importante,
principalmente, para manutenção do peso perdido, por isso pode ser introduzido ao plano de tratamento até o
sexto mes de acompanhamento. Para pacientes que já praticam atividade física, o exercício pode ser introduzido
desde o início do acompanhamento.

O resumo das condutas recomendadas é o seguinte:

• Pacientes com IMC entre 24,9 e 30 kg/m2, sem fatores de risco para doenças cardiovasculares ou outras
comorbidades relacionadas à obesidade: aconselhamento sobre a prevenção do ganho de peso, incluindo
orientações sobre hábitos alimentares e atividade física.

• Pacientes com IMC ≥ 30 kg/m2 ou entre 24,9 e 30 kg/m2, com um ou mais fatores de risco para doenças:
aconselhamento comportamental, dieta, atividade física e terapia farmacológica.

• Pacientes com IMC > 35 kg/m2 apresentando comorbidades relacionadas à obesidade, ou com IMC ≥40 kg/
m2, ambos que falharam com a terapia dietética, exercício e terapia medicamentosa: recomenda-se a cirur-
gia bariátrica, desde que os benefícios esperados superem os riscos do procedimento.

Veja na próxima página um modelo de questionário para esta consulta.


115
PROGRAMA PERDA DE PESO - PLANO DE AÇÃO
Nome: Data:
Idade: Sexo: Telefone:
Endereço:

Parâmetros antropométricos

Peso: Altura:
Circ. Abdominal: Quadril:
IMC: IAC: RCQ:

Gasto energético diário

Taxa metabólica basal:


Fator de atividade:
Gasto total de energia:

História Clínica

Doenças atuais Fatores de risco

Medicamentos em uso

Exercício Físico

Pratica exercício físico? [ ] Não [ ] Sim. Há quanto tempo?


Tipo de atividade:
Duração: Frequência:
Manual 8 . Perda de Peso

Hábitos alimentares

Qual sua rotina de alimentação?


Quais são os principais alimentos consumidos?
Faz alguma restrição? [ ] Não [ ] Sim. Quais?
Faz acompanhamento em nutricionista? [ ] Não [ ] Sim. Há quanto tempo?
116

Comportamentos

Você monitora seu peso e/ou IMC? [ ] Não [ ] Sim. Com que frequência?
As pessoas com quem você mora estão acima do peso? [ ] Não [ ] Sim
As pessoas com quem você mora estão tentando perder peso? [ ] Não [ ] Sim
Você planeja as suas refeições? [ ] Não [ ] Sim
Você costuma comer na frente da TV? [ ] Não [ ] Sim
Você monta seu prato de forma controlada? [ ] Não [ ] Sim
Você costuma repetir a refeição? [ ] Não [ ] Sim
Você se sente pressionado a comer em situações sociais? [ ] Não [ ] Sim
Você faz um controle do que compra no supermercado? [ ] Não [ ] Sim
Na sua casa costuma ter alimentos não recomendados para perder peso? [ ] Não [ ] Sim

Tentativas anteriores

Já tentou perder peso antes? [ ] Não [ ] Sim. Quanto tempo atrás?


Quais foram as tentativas anteriores?
Por que não funcionou?
O que te motiva a querer perder peso?

Meta terapêutica

Reduzir _____ kg em 1 mês Reduzir _____ kg em 3 meses Reduzir _____ kg em 6 meses

Estratégia de tratamento definida

[ ] Aconselhamento comportamental ________________________________________________________________


[ ] Dieta _______________________________________________________________________________________
[ ] Exercício físico ________________________________________________________________________________
[ ] Suplementos alimentares _______________________________________________________________________
[ ] Tratamento medicamentoso ____________________________________________________________________
[ ] Encaminhamento para tratamento médico ______________________________________________________

Obs:

Farmacêutico / CRF
PASSO 3. ACONSELHAR 117

Forneça ao paciente uma síntese da sua avaliação

Informe sobre o grau de excesso de peso e os riscos relacionados ao sobrepeso e obesidade

Aconselhe sobre os hábitos alimentares e de exercícios físicos

Aconselhe sobre as metas terapêuticas e as estratégias de tratamento selecionadas

Comunique informações de forma simples e objetiva

Forneça material educativo

Entregue um plano escrito ao paciente – Projeto pessoal “eu magro e saudável”

Como fazer o encaminhamento ao médico?

Para realizar o encaminhamento por escrito, utilize a própria Declaração de Serviço Farmacêutico. Este docu-
mento conterá sua avaliação do paciente e as informações que você deseja passar ao médico sobre o caso. Use
este documento também nos encaminhamentos de urgência. Destaque no texto que o paciente necessita ava-
liação médica com urgência, isso pode fazer toda diferença no pronto atendimento. Para ver um exemplo sobre
como redigir um encaminhamento ao médico, consulte o Manual 1: Hipertensão em Dia.

Como é a declaração de serviço farmacêutico?

A DSF é uma exigência da Anvisa, estabelecida na RDC no 44 de 2009. Trata-se de um padrão de qualidade do
serviço fornecer material escrito ao paciente, que materialize e documente o atendimento farmacêutico.

A DSF deve conter os dados completos do estabelecimento, a identificação do paciente e deve ser datada, carim-
bada e assinada pelo farmacêutico. O conteúdo da declaração pode ser uma síntese do plano de cuidado ou pode
conter várias informações conforme procedimentos realizados pelo farmacêutico.
Manual 8 . Perda de Peso

O que é o diário de saúde?

O uso de um diário de saúde, onde o paciente pode manter um registro de parâmetros, consultas realizadas, lista
dos medicamentos, medidas não-farmacológicas, entre outros, é uma estratégia poderosa para estimular o au-
118 tocuidado e a autogestão das condições crônicas. No Programa Perda de peso, o trabalho de acompanhamento
pode ser centrado no uso do diário pelo paciente. O diário é uma estratégia de aconselhamento comportamental.

Nele, o paciente pode fazer uma séria de autotestes de saúde, que tem tanto papel educativo do próprio paciente,
como informativo ao farmacêutico. Além disso, o paciente registra no diário a evolução semanal do seu tratamen-
to, anotando metas alcançadas, dificuldades e os resultados dos parâmetros monitorados.

A cada consulta, o paciente traz o diário e compartilha com o farmacêutico os registros realizados. As DSF emi-
tidas a cada consulta podem ser anexadas ao diário, em ordem cronológica. O registro das refeições, exercícios
físicos e tratamentos farmacológicos é mantido dentro do diário. A cada consulta com outros profissionais, o
paciente leva o diário, como forma de relatar a evolução da sua saúde. Há espaços no diário que podem ser utili-
zados para que o farmacêutico, o médico e outros profissionais possam fazer anotações, potencializando a comu-
nicação dentro da equipe que cuida do paciente.

Um modelo de diário encontra-se juntamente com o conjunto de Manuais de ServiçosFarmacêuticos desta coleção.

ENCONTRO 3 A 20: ACOMPANHAMENTO

• O resultado esperado para esses encontros é que você forneça suporte ao paciente durante as semanas
iniciais de tratamento para perda de peso e nos meses subsequentes para perda e manutenção da perda
de peso, até completar 12 meses.

• As primeiras semanas são fundamentais para a efetividade das estratégias para perda de peso. É nesse
período que ele sente com maior intensidade as dificuldades da mudança do estilo de vida. Além disso,
o paciente apresenta um maior risco de recaídas nos meses iniciais. Nessa fase é importante que ele seja
apoiado e acompanhado.Cada retorno é importante para analisar as dificuldades e reforçar os benefícios
conquistados.

• Nestes encontros, você avalia se o paciente teve dificuldades para seguir o plano, se teve recaídas, e
auxilia a resolver preocupações ou problemas enfrentados. Realiza, ainda, reforço de comportamentos
positivos que o paciente esteja adotando para perder peso.

• Os encontros de acompanhamento acontecem de preferência pessoalmente, na farmácia, mas também é


possível substitui-los por contatos telefônicos, conforme a preferência do paciente. Recomenda-se que,
pelo menos, nas primeiras semanas os encontros sejam presenciais.

• A primeira visita de acompanhamento deve ser agendada dentro de 3-7 dias após o segundo encontro,
no qual foi definido o plano de ação, para proporcionar reforço e monitorar a resposta ao tratamento para
perda de peso. Se o paciente não pode retornar para uma consulta, contato telefônico pode ser agendado
com o paciente.
• A partir disso, os atendimentos / sessões devem ser estruturados com periodicidade semanal no 1º mês, 119
quinzenal até completar a abordagem intensiva (3 meses) e mensais até completar um ano.

• Material de apoio deve ser preparado e fornecido aos pacientes para reforçar as orientações, uma boa
estratégia para tal, se concentra no diário da saúde do paciente.

• Em cada encontro, pergunte sempre como o paciente se sente. Ressalte os benefícios obtidos e enfatize
a importância de seguir corretamente as estratégias estabelecidas.

• Parabenize sempre todos os avanços que seu paciente alcançar, mantendo-o motivado.

• Procure identificar quais as situações ainda representam uma ameaça para a perda e manutenção da per-
da de peso, e procure reforçar no paciente habilidades para lidar com elas.

• Na página a seguir, veja um resumo de problemas que podem ser encontrados durante o programa e su-
gestões de ações para resolvê-los.

Manual 8 . Perda de Peso


120 O PACIENTE NÃO ESTÁ CONSEGUINDO ALCANÇAR A META
• Não julgue. Investigue as causas que estão por trás da falha do plano de ação.

• Reveja o plano de ação e adapte-o às circunstâncias do paciente.

• Reavalie as metas e os prazos. Defina metas factíveis para o paciente.

• Trabalhe a motivação e a ansiedade. Resultados duradouros levam tempo.


O PACIENTE ALCANÇOU A META
• Após o alcance da meta é importante que o farmacêutico reconheça o esforço, parabenize e motive seu
paciente.

• Reconheça e parabenize pelo esforço.

• Reforce os benefícios que estão ocorrendo.

• Identifique se ainda existem barreiras ou desafios que ameaçam a manutenção da perda de peso.
O PACIENTE GANHOU PESO, APÓS ALCANCE DA META
• Não julgue. Identifique os fatores que contribuíram para que o paciente ganhasse peso novamente,
para traçar estratégias para uma nova tentativa.

• Identifique se o paciente está pronto para reiniciar o programa de redução de peso.

• Aconselhe nova tentativa procurando trabalhar as habilidades do paciente para lidar com as situações
que o fizeram ganhar peso.

• Adapte o plano se necessário, e reveja as metas. Trabalhe com metas reais.


O PACIENTE ESTÁ TENDO REAÇÕES ADVERSAS COM O TRATAMENTO
• Faça uma anmnese detalhada dos sintomas. Leia o manual sobre revisão da medicação caso tenha dú-
vidas sobre como fazer isso.

• Caso os sintomas sejam causados por um produto recomendado por você, suspenda o uso tempora-
riamente. Avalie se os sintomas regridem. Se necessário, tente reintroduzir o tratamento e avalie se os
sintomas voltam.

• Caso os sintomas sejam causados por um medicamento prescrito pelo médico, notifique-o da situação,
de preferência por escrito, e recomende reavaliação do tratamento. Caso os sintomas sejam graves e o
acesso ao médico seja díficil, recomende suspensão do tratamento, devido ao imperativo ético, e reco-
mende ao paciente consulta médica o mais rápido possível.
O PACIENTE ESTÁ PERDENDO A MOTIVAÇÃO
• Não julgue. Investigue as causas que estão por trás da perda de motivação.

• Promova um ambiente de sinceridade e confiança, para que o paciente se abra.

• Repasse o plano de ação inicial e descubra onde o paciente está tendo dificuldade.

• Adapte o plano se necessário, e reveja as metas. Trabalhe com metas reais.


ENCONTRO 1 FLUXOGRAMA GERAL DE ACOMPANHAMENTO 121
Preparação

ENCONTRO 2
Plano de ação

Início tratamento

• Consultas de 15 minutos, presenciais


VISITA 1
Semanal - Semana 1 • Encontros mais frequentes até a quarta semana

VISITA 2 • Encontros semanais

1º CICLO
Semanal - Semana 3
• Fase mais aguda, alto risco de recaídas
VISITA 3
Semanal - Semana 3 • Avaliar eficácia e reações adversas

VISITA 4 • Fazer ajustes no tratamento


Semanal - Semana 4
• Foco no plano de ação

VISITA 5
Quinzenal – semana 6
• Consultas de 10 minutos, presenciais ou por telefone
VISITA 6
Quinzenal – semana 8 • Encontros quinzenais

VISITA 7 • Manter motivação do paciente


2º CICLO

Quinzenal – semana 10
• Avaliar a adesão ao tratamento
VISITA 8
Quinzenal – semana 12
• Avaliar possíveis barreiras e definir estratégias para
VISITA 9 superá-las
Quinzenal – semana 14
• Foco na meta de perda de peso
VISITA 10
Quinzenal – semana 16

VISITA 11
Mensal – Mês 5

VISITA 12
Mensal – Mês 6

VISITA 13 • Consultas de 5-10 minutos, podendo ser presenciais


Mensal – Mês 7 ou por telefone

VISITA 14 • Manter motivação do paciente


3º CICLO

Mensal – Mês 8

VISITA 15 • Avaliar a adesão ao tratamento


Mensal – Mês 9
• Prevenção e gerenciamento das recaídas, se houver
VISITA 16
Mensal – Mês 10
Manual 8 . Perda de Peso

• Foco na manutenção da perda de pes


VISITA 17
Mensal – Mês 11

VISITA 18
Mensal – Mês 12

Perda e manutenção do peso em


1 ano. Fim do acompanhamento
122
ANOTAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 123

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