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Meio ambiente pede socorro

SG integra ampla pesquisa para mapear mudanças em cidades brasileiras com alto índice de poluição

Enviado Direto da Redação 24/07/2017 às 09:30h

A pesquisa será elaborada por 20 voluntários do Instituto Ativa Mares Brasil,


distribuídos em oito estados que compõem a costa brasileira. A previsão de
conclusão do estudo é de um ano
Foto: Luiz Nicolella

O meio ambiente pede socorro e não dá mais para esperar. Com esse pensamento, cerca de 20 voluntários do Instituto Ativa Mares Brasil distribuídos, em oito
estados que compõem a costa brasileira, se preparam para iniciar uma pesquisa inédita sobre os principais impactos ambientais dessas áreas. O objetivo do estudo,
com duração de um ano, é mensurar as mudanças negativas em cidades com alto índice populacional - São Gonçalo está entre elas - causadas, principalmente pela
poluição atmosférica, marítima e resíduos sólidos. A pesquisa tem a parceria do Movimento Brasileiro dos Pescadores Artesanais (MBPA).
A ideia surgiu após análise de relatórios divulgados este ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pela Agência Fapesp, além de outros
estudos internacionais.
“Com essas pesquisas, ficamos sabendo de dados importantes, mas nem toda pesquisa apresenta dados completos. Decidimos então focar a nossa pesquisa com
coleta das informações baseadas na vivência de moradores e pescadores, algo que ainda não vi ser feito. Todos os colaboradores têm mais de 20 anos de
envolvimento com a atividade pesqueira. Ninguém melhor para dizer se houve declínio ou não do que pessoas que trabalham nessa área há duas décadas”, explica
Daniel Freire, gestor ambiental e responsável pela pesquisa no Rio de Janeiro.
Um dos responsáveis pelo pontapé para realização da pesquisa, Daniel acredita que o maior dos males é a apatia social e por isso é importante mostrar um relatório
com todos os problemas para impactar tanto a população quanto os órgãos governamentais.
“A ideia é que cada região possa ajudar a mensurar essas informações, que elas sejam apresentadas para os governos de cada estado que, por sua vez, possam
intervir de forma idônea. E vamos apresentar soluções para os problemas apresentados, com metas e números”, explicou.
Entre os demais colaboradores, estão Albertina Raimunda, do Amazonas; Fabiano Ramos (Bahia); Milton Souza (Espírito Santo); Sérgio Honoratto (Santa Catarina)
e José Mesquita, Nilza Vieira e Dona Maria (Rio de Janeiro), além de outros.
Saudade de um passado de riquezas
Aposentado da pesca há três anos, Orivaldo Freire, o Durval, de 65, é uma das testemunhas vivas da mudança para pior da realidade dos pescadores e moradores
das praias da Baía de Guanabara.
“Comecei a pescar em 1965, com 13 anos de idade. Na época, na Ilha do Pontal, na Praia da Macaca, a gente saía com quatro panos de rede, cada pano com três
metros. Pescávamos de 6h a meio-dia e conseguíamos de 15 a 17 quilos de camarão. Hoje, leva-se 12 panos de rede, o que dá 1,2 mil metros, para arrumar um
máximo de 8 a 10 quilos de camarão, o que antes, conseguia-se com quatro panos”, contou.
De peixe, também havia muita variedade. Segundo Durval, havia disputa de barcos - ou caícos. Às vezes, mais de 50 disputavam o pescado.
“Hoje em dia não tem mais canhanha, tainha. Alguns pescavam com covo e tiravam mais de 30 quilos de badejo. Nada disso tem mais. Quando falhava em Duque
de Caxias, aqui dava ‘epidemia’ de camarão. Amigos com uma redinha simples, tiravam na beira mais de 40 quilos em um dia. O mês de julho era época de camarão
‘de 25’ (ou camarão jumbo). Hoje não tem mais”, acrescentou.
Mudanças também ocorreram na safra da tainha e da anchova, que vêm do sul durante o inverno. Antes pescadas fartamente, essas espécies hoje não são mais
vistas. O mesmo acontece com a cocoroca, que aparecia muito também na beira da praia.
Com a redução das espécies, o faturamento dos trabalhadores consequentemente também diminuiu. Segundo o aposentado, com a venda de 1 quilode camarão,
comprava-se 3 quilos de carne. Apesar de ter um bom preço de mercado, a quantidade do camarão pescado e o tempo que se leva para pescar, às vezes não
compensa.
“Na época, se colocar na moeda de hoje, eu ganhava mais de R$ 10 mil por mês. Hoje em dia ninguém quer saber mais de pesca. Os rapazes começavam na pesca
e só andavam de roupa de marca, tinha uma vida social boa. Era praticamente um salário mínimo por dia”, revelou.
Com o tempo, os pescadores precisaram lidar com a chegada das empresas.
“As fábricas de conservas, quando vieram, mataram muita criação. O camarão desova na beira da praia e depois volta para o fundo. Em Paquetá, tem lugar que se
mergulhar, encontra borra do óleo vazado até hoje. Isso acabou com a pescaria. Se as empresas e o governo tivessem responsabilidade ambiental desde aquela
época, a pescaria poderia estar no mesmo ritmo de antes. Sinceramente, acho difícil voltar a essa realidade”, lamentou o ex-pescador.
Resíduos no ar, na terra e no mar
Segundo maior modal de passageiros do Brasil, segundo o IBGE, São Gonçalo acaba se tornando parte importante na responsabilidade pelo aumento da acidez do
PH na água dos rios do entorno. É que quanto maior a concentração de partículas por milhão (PPM) de enxofre no ar - poluente emitido por veículos e motores de
embarcações atracadas - mais acidez no PH da água das chuvas e consequentemente, nos rios e oceanos que recebem essa chuva.
“Toda poluição que vem do Centro do Rio para São Gonçalo se concentra sobre os bairros próximos ao litoral da baía, o que chamamos de bolsão atmosférico. No
fim da tarde, toda essa água se precipita sobre a região da baía”, conta Daniel Freire. E então, acontece uma reação em cadeia. A acidez da água interfere
diretamente na alimentação e reprodução dos peixes.
Hoje, as espécies se reproduzem em áreas com mais de 14 metros de profundidade, ou seja, mais distantes da costa. No entanto, no período determinado, precisam
retornar à beira para a desova. Com a água em más condições, muitas gerações de peixes não chegam nem a nascer.
Para a pesquisa, os voluntários vão levar em conta também a emissão de poluentes de veículos que passam pela Rodovia Niterói-Manilha (BR-101).
Outro principal emissor de poluente que será apontado pelo estudo será a área dos barcos.
“Temos próximo a São Gonçalo, posicionado a favor do vento, a área de fundeio, onde ficam as embarcações que mesmo ancoradas, tem as máquinas auxiliares
ligadas o tempo todo. São motores altamente poluentes, como os de caminhão, funcionando dia e noite, às vezes por anos de forma contínua”, explica Dani.
Sobre os resíduos sólidos, mais dados impactantes serão também estudados. De acordo com relatórios da ONU, até 2050 existirá mais lixo sólido do que peixe no
mar. Cada cidadão gera, diariamente, em média, 1 quilo de lixo que não é devidamente coletado
03/07/2015 Poluentes no ar de SP superam níveis recomendados pela OMS ­ 01/06/2014 ­ sãopaulo ­ Folha de S.Paulo

Poluentes no ar de SP superam níveis recomendados pela OMS
ELVIS PEREIRA
DE SÃO PAULO

01/06/2014 02h00

Em ano de Copa, uma analogia possível para definir o ar respirado em São Paulo é a de que ele não ganharia o selo de "padrão Fifa".

O paulistano deve dar mais atenção ao ar a partir do dia 21 deste mês, quando começa o inverno. A estação é marcada pela maior
concentração de poluentes na atmosfera, pois há menos chuvas e ventos.

A qualidade do que os pulmões dos moradores da metrópole recebem não é das melhores.

No dia 7 do mês passado, a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)
divulgaram que níveis de poluição na cidade superam padrões recomendados como mais seguros para o ser humano.

O cenário em São Paulo não se compara a Nova Déli ou a Pequim. Mas há muito o que fazer, como o cumprimento de medidas
previstas em lei, que estão atrasadas.

Na lista da OMS, a capital paulista aparece entre as centenas de cidades do mundo com índices acima do sugerido. A entidade, ligada
à ONU (Organização das Nações Unidas), baseia­se em limites estabelecidos por ela própria em 2005.

À época, definiu­se que seria aconselhável a população ter contato com a concentração de partículas inaláveis, espécie de poeiras: até
20µg/m³ (microgramas por metro cúbico) de ar, em média, por ano.

O índice atribuído pela OMS à capital foi de 35 µg/m³, referente a medições de 2012. Ou seja, quase o dobro do limite.

Essas partículas são conhecidas pela sigla MP10 e resultam principalmente do processo de combustão de veículos. De diâmetro
inferior a um fio de cabelo, circulam no ar e, ao serem inaladas, param no pulmão.

O médico Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP, diz que se trata do
poluente mais associado à redução de expectativa de vida e ao surgimento de doenças, como o câncer.

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A Cetesb, agência do governo responsável por monitorar o ar no Estado, acompanha os índices de outros poluentes. De forma geral, os
níveis são menores em comparação aos vistos na década de 1990.

De lá para cá, indústrias abandonaram a capital, a qualidade dos combustíveis foi aperfeiçoada, programas impuseram regras de
controle para a emissão de veículos em poluentes e motoristas passaram a ter de seguir o rodízio de placas.

As reduções, entretanto, foram limitadas. Hoje, a cidade atende aos limites de emissões recomendados pela OMS quando o assunto
são os gases monóxido de carbono e dióxido de enxofre. No caso de partículas e do gás ozônio, os dois tipos de poluentes
considerados mais problemáticos para a saúde, não é bem assim.

"As pessoas convivem nesse ambiente e desenvolvem doenças de forma lenta e progressiva", afirma o pneumologista Oliver
Nascimento, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "É como ter colesterol alto. Ninguém sofre um infarto de um dia para o
outro. Isso acontece após anos e anos de exposição."

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As ideias e os planos dos governos estadual e municipal para deixar o ar um pouco melhor progridem a passos curtos.

Em abril do ano passado, o Estado estipulou em um decreto padrões de qualidade do ar com valores superiores aos recomendados
pela OMS. Trata­se de metas para serem alcançadas em três fases.

"Não se chega do zero ao cem de uma vez'", afirma o gerente do Departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb, Carlos Komatsu.
"Vou tirar metade dos veículos de circulação? Isso é inviável. Tem de pensar em metas progressivas de acordo com as suas
possibilidades."

Agora, vigoram as metas da primeira fase. E parte delas, referentes a concentrações de partículas e de gases de ozônio, são
descumpridas.

A agência deveria ter concluído, neste ano, um plano de redução de emissões para o Estado.

"Tínhamos o prazo de abril, para o qual a gente está meio inadimplente. Deve sair em 2014 ainda", diz Komatsu. "Temos propostas, só
que não podemos divulgá­las."

Por enquanto, o gerente da Cetesb não se arrisca a estimar quantos anos levarão para ultrapassar as três fases previstas no decreto e,
por fim, atingir os valores da OMS.

"Ninguém no mundo, entre as grandes metrópoles, conseguiu chegar a esses níveis até o momento."

O expressivo aumento da frota de veículos na capital é um dos principais entraves para limpar o ar na capital, segundo a Cetesb.

MUNICIPAL

Uma lei de 2009 estabeleceu a Política de Mudança do Clima, incluindo estratégias para tentar conter a poluição atmosférica.

Pelas regras, o volume de gases lançados no ar teria de ser reduzido em 30%, em relação a 2005. A meta deveria ter sido cumprida até
2012, último ano da gestão de Gilberto Kassab (PSD).

Outras medidas previstas na política eram a criação da inspeção veicular, a adoção de melhorias no transporte público e o uso de
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combustíveis mais limpos nos coletivos.

O mandato de Kassab chegou ao fim, e a meta não foi cumprida. As emissões cresceram 9%.

"Reduzir 30% em três anos? Nem a Alemanha faz isso. A meta era para puxar para a frente", diz Eduardo Jorge, secretário municipal
do Verde e do Meio Ambiente de 2006 a 2012 e, hoje, pré­candidato à Presidência da República pelo PV.

Jorge diz que decisões do Planalto minaram os esforços da prefeitura. "O governo federal subsidiou a gasolina, estrangulando o etanol,
e estimulou a compra de carros e motos."

Segundo ele, a gestão da qual fez parte obteve a captação de 12% das emissões de metano em aterros. E, em vez de utilizar esse
valor para abater a meta, negociou o volume em forma de leilões de créditos de carbono, arrecadando R$ 71 milhões.

"O dinheiro foi utilizado na ampliação de áreas verdes, na urbanização de favelas e na recuperação de praças", afirma Jorge.

Apesar de não alcançar a meta, o ex­secretário defende que houve avanços na Política de Mudança do Clima. Inclui nessa lista o
programa de inspeção veicular e o início do abastecimento de 60 ônibus com etanol e de outros 1.200 com B20 (combustível com
acréscimo de 20% de biodiesel).

Na atual gestão, do prefeito Fernando Haddad (PT), há sinais de que o cumprimento da lei avança lentamente. De um lado, a criação
das faixas exclusivas para ônibus foi acelerada, ultrapassando os 332 km.

Do outro, o B20 sumiu do tanque dos coletivos e uma nova meta de corte de gases ainda não foi definida, como manda a lei. O Comitê
de Mudança do Clima, que deveria discutir a execução de pontos da política municipal, não se reúne desde dezembro de 2012.

Por fim, a prefeitura suspendeu a inspeção veicular a partir de fevereiro deste ano, com o argumento de que havia irregularidades no
contrato com a empresa responsável pelo serviço.

O edital do processo de licitação para retomar o serviço está igualmente suspenso, por ordem do TCM (Tribunal de Contas do
Município). E, quando voltar, o programa terá novas regras, como a dispensa de veículos com até três anos de uso.

O secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Wanderley Meira do Nascimento, não atendeu ao pedido de entrevista da
sãopaulo, feito no último dia 21, para comentar quais são as ações desenvolvidas para reduzir a emissão de poluentes.

Na quinta­feira (29), a assessoria de imprensa da secretaria informou, em nota, que entre as principais metas da prefeitura está o
plantio de 1 milhão de árvores, até 2016, a criação de 160 parques e projetos de educação ambiental.

A secretaria declarou ter reativado o Comitê de Mudança do Clima. Quanto ao programa de inspeção veicular, disse que prestará os
esclarecimentos solicitados pelo TCM, com "a expectativa de de que o calendário 2014 seja cumprido".

Assim como outros problemas que afetam a qualidade de vida na cidade, a busca por ar com o padrão recomendo pela OMS é
condicionada a mudanças no modo que os paulistanos se locomovem no dia a dia.

"A única solução é o investimento consistente em um transporte coletivo tão bom que motive as pessoas a deixarem o carro em casa",
afirma o médico Paulo Saldiva.

"Precisa criar mobilidade", acrescenta Carlos Ibsen Lacava, gerente do Departamento de Apoio Operacional da Cetesb. "Os veículos
têm de se deslocar sem uma emissão tão alta. Não faz sentido passar três horas para ir ao trabalho e outras três para voltar. Gastamos
muito combustível."

A estimativa mais recente da OMS, divulgada em março deste ano, é que 7 milhões de pessoas morreram no mundo, em 2012, vítimas
de doenças provocadas pela poluição.

"A poluição reproduz o que o cigarro faz, em menor escala", ressalta Saldiva. "Mas o cigarro eu decido se acendo ou não."

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Nova Déli
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cumprimento da lei
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faixas exclusivas
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suspenso
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03/07/2015 Poluição do ar está entre principais causas de câncer, diz OMS ­ 17/10/2013 ­ Equilíbrio e Saúde ­ Folha de S.Paulo

Poluição do ar está entre principais
causas de câncer, diz OMS
DA REUTERS

17/10/2013 12h49

O ar que respiramos está repleto de substâncias cancerígenas e contribui com
centenas de milhares de mortes por ano, segundo relatório divulgado nesta quinta­
feira pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (AIPC), subordinada à
Organização Mundial da Saúde (OMS).

O relatório disse que 223 mil mortes por câncer de pulmão ocorridas em 2010 no
mundo resultaram da poluição atmosférica, e que também há fortes indícios de que a
contaminação do ar eleva o risco de câncer de bexiga.

Já era sabido que a poluição atmosférica, decorrente principalmente das emissões
de gases no transporte, geração energética, indústria e agricultura, eleva os riscos
de diversas doenças cardiorrespiratórias.

Algumas pesquisas sugerem que nos últimos anos a exposição à poluição cresceu
significativamente em algumas partes do mundo, especialmente em países
populosos e que passam por uma rápida industrialização, como a China.

"Agora sabemos que a poluição atmosférica externa é não só um grande risco à
saúde em geral, mas também a principal causa ambiental das mortes por câncer",
disse Kurt Straif, diretor da seção de monografias da AIPC, que tem a tarefa de
classificar os agentes cancerígenos.

Em nota divulgada após uma semana de reuniões entre especialistas que revisaram
a literatura científica mais recente, a AIPC disse que a poluição atmosférica ao ar
livre e o material particulado ­­um importante componente da poluição­­ devem
passar a ser classificados como agentes carcinogênicos do Grupo 1.

Essa classificação abrange mais de cem outros agentes cancerígenos conhecidos,
como o amianto, o plutônio, a poeira de sílica, a radiação ultravioleta e o cigarro.

A classificação já abrangia também muitas substâncias habitualmente encontradas
no ar poluído, como a fumaça dos motores a diesel, solventes, metais e poeiras. Mas
esta é a primeira vez que os especialistas classificam o próprio ar poluído dos
ambientes externos como uma causa do câncer.

Nossa tarefa foi avaliar o ar que todos respiram, em vez de focar em poluentes
específicos do ar", disse Dana Loomis, subdiretora da seção. "Os resultados dos
estudos revistos apontam na mesma direção: o risco de desenvolver câncer de
pulmão é significativamente maior em pessoas expostas à poluição atmosférica."

Embora os níveis e a composição da poluição atmosférica variem muito de um lugar
para outro, a AIPC disse que suas conclusões se aplicam a todas as regiões do
http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/10/1358000­poluicao­do­ar­esta­entre­principai… 1/2
03/07/2015 Poluição do ar está entre principais causas de câncer, diz OMS ­ 17/10/2013 ­ Equilíbrio e Saúde ­ Folha de S.Paulo

mundo.

Christopher Wild, diretor da agência, disse que a classificação da poluição
atmosférica como um agente carcinogênico é um passo importante no sentido de
alertar os governos sobre os perigos e os custos em potencial.

"Há formas muito eficientes de reduzir a poluição atmosférica e, dada a escala da
exposição que afeta as pessoas no mundo todo, este relatório deveria passar um
forte sinal à comunidade internacional para agir."

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causas­de­cancer­diz­oms.shtml

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03/07/2015 Folha de S.Paulo ­ Poluição de carros quadruplica risco de morte ­ 05/03/2009

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São Paulo, quinta­feira, 05 de março de 2009 

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Poluição de carros quadruplica risco
de morte
Na região metropolitana de SP, chance de morrer de
doença cardiorrespiratória é de 10,9%; sem as emissões
veiculares, cairia a 2,4%

Em 2004, poluição matava, indiretamente, 12 pessoas por
dia na região; ar de SP é mais "pesado" que o limite
máximo tolerável pela OMS 

Caio Guatelli ­ 6.mar.08/Folha Imagem

"Nuvem" de poluição encobre as regiões centrais e leste; poluentes de
veículos aceleram risco de morte 

RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL 

A poluição provocada pelos veículos mata indiretamente, em
média, quase 20 pessoas por dia na região metropolitana de
São Paulo, segundo estudo do Laboratório de Poluição
Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP. É quase o
dobro do que há cinco anos, quando a média era de 12 mortes
por dia por doenças cardiorrespiratórias "aceleradas" pela
poluição.
Segundo o estudo, baseado em parâmetros da Organização
Mundial da Saúde, a chance de uma pessoa morrer de doença
cardiorrespiratória nos 39 municípios da região é atualmente
de 10,9%. Sem as emissões veiculares, cairia para 2,4%.
Nos atuais padrões, o ar da região mata indiretamente, por
ano, 7.187 pessoas a partir dos 40 anos (grupo de maior
vulnerabilidade). São 65% a mais que em 2004, ano da última
pesquisa. As principais doenças agravadas são infarto,
acidente vascular cerebral, pneumonia, asma e câncer de
pulmão.
O estudo estima que a poluição seja responsável também por
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0503200905.htm 1/2
03/07/2015 Folha de S.Paulo ­ Poluição de carros quadruplica risco de morte ­ 05/03/2009

13,1 mil internações por ano, com custos de R$ 334 milhões
­25% pagos pelo SUS. Crianças de até quatro anos e adultos
com mais de 60, com cerca de 5.000 internações cada grupo,
são os mais afetados. Os dados do SUS são de 2008.
O ar de SP é quase três vezes mais "pesado" que o limite
tolerável pela OMS. A concentração média diária de material
particulado inalável (partículas mais nocivas, que chegam aos
pulmões e causam doenças) é de 28 microgramas por metro
cúbico, 18 a mais que o definido como tolerável pela OMS.
Em janeiro, um estudo publicado no "New England Journal
of Medicine" apontava que a redução da quantidade de
partículas poluentes emitidas no ar aumenta a expectativa de
vida. Os pesquisadores avaliaram dados populacionais de 51
áreas metropolitanas dos EUA de 1978 a 1982 e de 1997 a
2001. E constataram que o decréscimo de dez microgramas
por metro cúbico de partículas poluentes finas estava
associado a um aumento médio de sete meses na expectativa
de vida.

Frota maior
A qualidade do ar na região metropolitana de SP era um
pouco melhor em 2004. Coordenador do estudo ­contratado
pelo Ministério da Saúde e ainda não divulgado oficialmente­
, o professor Paulo Saldiva diz que houve piora, causada
principalmente pelo crescimento da frota de veículos.
Hoje, eles são 9 milhões, um terço a mais que em 2004 ­6,3
milhões só na capital. Eles são responsáveis por 50% do
material particulado do ar, o maior percentual entre seis
capitais brasileiras pesquisadas. A região metropolitana de SP
tem 19,6 milhões de habitantes.
A frota a diesel (caminhões, ônibus e utilitários), que na
cidade representa 15% do total, é a que mais polui.
Entretanto, o aumento do número de motos e carros não deve
ser desprezado, diz o professor da USP Américo Kehr,
coautor do estudo. "Como a frota de veículos de passeio é
muito maior, eles dão uma contribuição grande para a
quantidade de particulado."
Para Kehr, a principal razão do aumento da mortalidade
causada pela poluição veicular é "uma política de mobilidade
estruturada no transporte individual [de pessoas] e no
transporte rodoviário de cargas".
O estudo foi usado pelo Ministério Público paulista para
embasar ação ajuizada na segunda contra Petrobras e
montadoras pelo não cumprimento de resolução federal que
previa, desde 2002, o fornecimento de diesel e motores
menos poluentes a partir deste ano.

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03/07/2015 Notícias :: Faculdade de Medicina da UFMG » Poluição do ar causa câncer e outras doenças » Print

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Poluição do ar causa câncer e outras doenças
Posted By larissa.rodrigues On 16 de dezembro de 2013 @ 12:08 pm In Saiu na Imprensa |
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Assessoria de Comunicação
Social da Faculdade de Medicina
da UFMG
jornalismo@medicina.ufmg.br

[1]  [2]

Publicado em 15 de dezembro, no jornal Edição do Brasil,
página 12. Antônio Leite Alves Radicchi é professor do
Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade
de Medicina da UFMG.

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Publicado em 15 de dezembro, no jornal Edição
do Brasil, página 12. Antônio Leite Alves Radicchi
é professor do Departamento de Medicina
Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da
UFMG.

nkname=Polui%C3%A7%C3%A3o%20do%20ar%20causa%20c%C3%A2ncer%20e
%20outras%20doen%C3%A7as

http://www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=37915&print=1 2/2
Reduzir a poluição evita 14 mil mortes por ano, diz pesquisa
As vidas seriam preservadas com a diminuição de partículas atmosféricas poluentes e de gás ozônio,
mostram cientistas dos EUA. Segundo o trabalho inédito, homens e pessoas em dificuldades
socioeconômicas estão entre as principais vítimas

postado em 29/06/2017 06:00


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Paloma Oliveto
Embora invisíveis, elas são extremamente prejudiciais à saúde. Partículas poluentes muito finas, como as contidas na poeira mineral e
as decorrentes da queima de combustíveis fósseis, podem até matar. No maior estudo já realizado sobre a associação entre a poluição
atmosférica e o risco de mortalidade precoce, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública Harvard T. H. descobriram que reduzir os
níveis de alguns tipos de material particulado no ar pode salvar 12 mil vidas por ano. Da mesma forma, baixar as emissões do gás
ozônio evitaria 1,9 mil mortes anualmente.

Leia mais notícias em Ciência e Saúde


O estudo é estatístico e não investigou a relação de causa e efeito. Contudo, diversas pesquisas prévias demostraram que poluentes
afetam o trato respiratório e também podem impactar na saúde cardiovascular porque as partículas inaladas entram na corrente
sanguínea, desencadeando respostas inflamatórias e estresse oxidativo. Entre as consequências, estão hipertensão, arritmias,
aterosclerose e formação de coágulos. Estudos também associam os níveis elevados de poluição ao desenvolvimento de diabetes,
independentemente de fatores genéticos (Leia mais nesta página).

Apesar da robusta literatura científica a respeito, os pesquisadores de Harvard decidiram visualizar o efeito dos poluentes em uma
grande amostra populacional. Para isso, a equipe de Francesca Dominici, professora de bioestatísticas da instituição, avaliou dados de
60 milhões de beneficiários do Medicare, o sistema de saúde norte-americano voltado aos cidadãos com mais de 65 anos, referentes
ao período de 2000 a 2012. Com base no código postal de cada um deles, os cientistas conseguiram informações sobre a qualidade do
ar no local de residência e fizeram um modelo estatístico que estimou o risco de morte associado à exposição ao gás ozônio e às
partículas do tipo PM 2,5.

O chamado material particulado (PM, em inglês) afeta mais o organismo que qualquer outro poluente, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Ele é composto por sulfato, nitratos, amônia, carbono, poeira mineral, clorito de sódio e água. Quanto
menor a partícula, mais prejudicial: aquelas com diâmetro inferior a 10 micrômetros podem penetrar mais profundamente os pulmões
e, entre as consequências, está o câncer nesse órgão, justamente o que mais mata no mundo. Um micrômetro equivale à milésima
parte do milímetro. No estudo, publicado no The New England Journal of Medicine, os autores se focaram nas concentrações PM 2,5,
ou seja, a quantidade de partículas com 2,5 micrômetros por metro cúbico de ar.

Resultado contundente

Os pesquisadores de Harvard descobriram que não é preciso muito para as partículas se tornarem letais. Um aumento de apenas 10
micrômetros por metro cúbico dos poluentes PM 2,5 no ar elevou o risco de morte precoce por todas as causas em 7,4%. Já o
aumento de 10ppb (partes por milhão) do gás ozônio foi responsável por 1,1% dos óbitos precoces, segundo os cientistas. “No caso
das partículas PM 2,5, esse risco é ainda maior entre homens, negros e pessoas com baixo status socioeconômico. Provavelmente
porque vivem em áreas com pouco controle de qualidade ambiental”, observa Francesca Dominici. “Esse é um estudo de poder
estatístico sem precedentes por causa do tamanho massivo da população analisada”, continua.
O oncologista Igor Morbeck, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, concorda. “O artigo não deixa dúvidas
sobre a associação dos poluentes com a mortalidade precoce e mostra que, mesmo nos limites menores (das partículas), os fatores de
risco são fortes”, observa. “Acredito que essa análise vai gerar várias outras. Nós precisamos entender ainda qual seria o limite seguro
e o tempo mínimo de exposição associado ao risco de mortalidade. Existe uma estimativa de que os poluentes aumentem em torno de
8% a 10% o risco de câncer de pulmão, mas esses dados não são tão robustos, nem recentes”, exemplifica o médico, que é membro
da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) e da Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC).

Francesca Dominici diz que os resultados trazem aplicações práticas, que devem ser levadas em conta nas políticas públicas. “Nossos
dados sugerem que a redução das emissões de material particulado fino traz importantes benefícios para a saúde pública,
especialmente para minorias étnicas e pessoas com baixo poder socioeconômico”, avalia.

Os impactos

Poluente - Efeito na saúde

Partículas totais em suspensão (PTS)


Efeitos significativos em pessoas com doenças pulmonares, como asma e bronquite

Partículas inaláveis (PM10)


Aumento de atendimentos hospitalares e de mortes prematuras e insuficiência respiratória pela deposição dos poluentes nos pulmões

Partículas inaláveis muito finas (PM 2,5)


Exacerbação de doenças pulmonares, como bronquite, aumento na mortalidade e desenvolvimento de asma, alergia e doenças
cardiovasculares
Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou em reduzir emissões mundiais... http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folh...

Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou


em reduzir emissões mundiais
MAURÍCIO TUFFANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

16/02/2015 02h16

Dez anos após ter entrado em vigor, o Protocolo de Kyoto tem um diagnóstico claro: o
acordo fracassou em reduzir as emissões mundiais de gases-estufa, que cresceram 16,2%
de 2005 a 2012.

O pacto internacional, porém, não foi de todo inócuo e teve certo sucesso em conscientizar
a sociedade e implantar projetos ambientais, tecnológicos e de desenvolvimento
econômico para prevenir o agravamento do aquecimento global.

Concluído em 1997 em Kyoto, no Japão, o protocolo estabelecia metas de redução das


emissões de gases-estufa. Só em 2005 ele adquiriu força para entrar em vigor, com a
ratificação pela Rússia.

O protocolo teve 189 ratificações, entre elas a do Brasil, em 2002. Mas suas novas metas
de redução de emissões de 2013 a 2020, estabelecidas em 2012 no Qatar só tiveram até
agora 23 adesões.

Em um balanço, a secretaria da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança


Climática (UNFCCC) destacou que 37 países, a maioria da União Europeia, superaram sua
meta de reduzir em 5% suas emissões até 2012.

A agência, contudo, deixou de lado os números do aumento global das emissões e o alerta
enfático feito em 2014 por seu braço científico, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre
Mudança Climática): não há mais tempo para reduzir a concentração de gases-estufa para
que o aumento médio da temperatura da superfície terrestre até 2100 seja inferior a 2ºC.

Essa elevação traria como consequência mais secas, derretimento de geleiras e


inundações de zonas costeiras pela elevação dos oceanos.

Para evitar esse cenário, seria preciso estabilizar as emissões até 2020 e reduzir as
emissões em 80% até 2050.

PERDAS E GANHOS

"Estou convencida de que sem o protocolo de Kyoto não estaríamos avançados como hoje
na crescente penetração das energias renováveis", disse Christiana Figueres, secretária-
executiva da UNFCCC.

Figueres também destacou como resultados positivos do protocolo cerca de 7.800 projetos
de apoio a países em desenvolvimento, envolvendo benefícios de até US$ 13,5 bilhões

1 de 4 8/24/2015 7:16 PM
Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou em reduzir emissões mundiais... http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folh...

para reduzir emissões por desmate e para "sequestro de carbono" da atmosfera por meio
de recuperação e ampliação de florestas e e outras ações, inclusive com transferência de
tecnologia e geração de empregos.

"Se olharmos quantitativamente para as emissões, o protocolo falhou. Mas sem ele a União
Europeia não teria atingido grandes avanços nas reduções", diz o climatologista Carlos
Nobre, que na semana passada deixou o cargo de secretário de Políticas e Programas de
Pesquisas e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e assumiu o
de diretor do Cemaden (Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), em
também do governo federal.

Nobre ressalta que a Alemanha mostrou que é possível reduzir os gases-estufa sem
diminuir seu PIB. "Vejo com otimismo esse efeito pedagógico", disse Nobre.

Já para o físico da USP e membro do IPCC Paulo Artaxo, ainda que o tratado tenha
aumentado a adesão de novas tecnologias e a conscientização para o que ele chama de
"problema mais sério já enfrentado pela humanidade", houve, além do aumento da
concentração de carbono na atmosfera, acúmulo de CO 2 nos oceanos, o que pode causar
desequilíbrios para a vida marinha.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

2 de 4 8/24/2015 7:16 PM
Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou em reduzir emissões mundiais... http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folh...

3 de 4 8/24/2015 7:16 PM
Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou em reduzir emissões mundiais... http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folh...

PERSPECTIVAS

Segundo Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, a próxima conferência


do clima, em dezembro, em Paris, poderá ter avanços graças ao recente acordo entre EUA
(que assinaram mas não ratificaram o Protocolo de Kyoto) e China. Juntos, os dois países
são responsáveis por cerca de 45% das emissões globais de carbono.

Para ele, um dos grandes desafios para os governos, inclusive o do Brasil, é o


planejamento econômico e energético. Ele afirma que isso ainda é feito sem assimilar as
mudanças climáticas, e a atual crise energética e hídrica do país é prova disso.

Fabio Feldmann, secretário-executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas e de


Biodiversidade e ex-secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, afirma ainda que
a redução de desmatamentos no Brasil criou uma "falsa impressão" de que o país pode
continuar com os mesmos níveis de emissões em outros setores.

De fato, enquanto as emissões por desmates no país diminuíram 64% de 2005 a 2013, as
das atividades agropecuárias e do consumo de energia cresceram, respectivamente, 6% e
42%, segundo o Observatório do Clima. A queda nas taxas anuais de devastação florestal
foi determinante para a redução de 33% das emissões totais brasileiras de CO 2 no mesmo
período.

Endereço da página:

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2015/02/1590476-dez-anos-depois-protocolo-de-kyoto-falhou-
em-reduzir-emissoes-mundiais.shtml

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4 de 4 8/24/2015 7:16 PM
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1 de 1 8/24/2015 7:27 PM

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