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No romance A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector, o narrador faz muitas observações acerca de
Macabéa, tais como:
I. Há os que têm. E há os que não têm. É muito simples: a moça não tinha. Não tinha o quê? É apenas isso
mesmo: não tinha.
II. Ela não pensava em Deus. Deus não pensava nela.
III. Vejo a nordestina se olhando no espelho e – um ruflar de tambor – no espelho aparece o meu rosto
cansado e barbudo. Tanto nós nos intertrocamos.
IV. [...] ela era um acaso. [...] Pensando bem: quem não é um acaso na vida?
3) Tais frases nos permitem dizer que Macabéa provoca no narrador:
a) um forte sentimento de piedade, provocado pela condição miserável em que ela vive.
b) um desejo imenso de acolhê-la em sua casa, ou de ajudá-la de alguma forma.
c) uma revolta diante do drama dos migrantes nordestinos no Sudeste, simbolizado por Macabéa.
d) sentimentos que ele mesmo não sabe definir, mas que têm a ver com a condição humana.
e) uma necessidade de escrever para tentar entendê-la, pois ele se identifica com ela.
4) Neste trecho de Clarice Lispector, expõe-se uma convicção muitas vezes determinante para seu modo
de produção ficcional:
a) a narrativa deve registrar fielmente as ações sobre as quais o narrador se debruça.
b) às ideias mais claras e cortantes devem corresponder as palavras mais simples.
c) o ato de narrar persegue a revelação de coisas essenciais que desafiam a expressão.
d) toda história tem que determinar por si mesma o movimento natural das palavras.
e) só se pode encontrar uma nova realidade quando se está liberto das puras sensações.