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TÓPICO
TRIGONOMÉTRICAS
Gil da Costa Marques
h
tg θ = ou h = d × tg θ 9.1
d
As posições aparentes da estrela podem ser registradas em imagens da região do céu, obtidas em
épocas diferentes. A estrela mais próxima do Sol (Próxima Centauro) tem paralaxe 0,77 segundo
de arco (2 décimos milésimos de grau). Estrelas mais distantes têm paralaxes menores ainda.
O método da paralaxe trigonométrica introduziu na Astronomia uma nova unidade de
comprimento: o parsec (distância produzida por uma paralaxe anual média de um segundo de
arco). Um parsec é equivalente a 3,26 anos-luz ou 206.264 unidades astronômicas, ou ainda 31
trilhões de quilômetros. Nessa unidade, as estrelas mais brilhantes visualmente ficam a distâncias
entre 1,3 pc (α-Centauri) e 800 pc, excluindo-se evidentemente o Sol.
=D ( UA ) 1=
/ p ( rad ) ; D ( parsec ) 1 / p ( segundo de arco ) 9.2
Experimente escrever essas distâncias em km; você vai ter de escrever muitos números! Um
parsec = 206.265 U.A. Uma unidade astronômica, por sua vez, é equivalente a 1,49108 km.
F ( x ) = − kx 9.3
ma = − kx 9.4
A solução geral para a equação de Newton (9.3) pode ser escrita sob a forma de uma das
funções trigonométricas (seno ou cosseno). Escrevemos:
x ( t ) A cos(ωt + θ 0 )
= 9.5
ou, analogamente,
xm = A 9.7
=x ( 0 ) x=
0 v ( 0 ) v0 9.8
k
ω= 9.9
m
x (t + T ) =
x (t ) 9.10
Da solução proposta em 9.5 resulta que o período do movimento será dado através da relação
ωT = 2 π 9.11
Portanto, de acordo com 9.9 e 9.11, o período do movimento harmônico simples é dado por:
2π m
T= = 2π 9.12
ω k
1 ω k 1
f= = = 9.13
Τ 2π m 2π
v ( t ) = − Aωsen(ωt + θ0 ) 9.14
k
a ( t ) = −ω2 x ( t ) = − x (t ) 9.16
m
Essa relação decorre de uma propriedade geral do movimento harmônico simples. De fato,
essa propriedade é uma forma de definir o MHS.
Observando as expressões 9.14 e 9.15, notamos que os valores máximos para a velocidade
e a aceleração são:
vm = ωA
9.17
am = ω2 A
x − vt ) A cos ( k ( x − vt ) ) A sen ( k ( x − vt ) )
y(= 9.18
onde A é a amplitude da onda, pois é o máximo da função y, e k é uma constante que carac-
teriza a onda harmônica e que é conhecida pelo estranho nome de vetor de onda. Uma outra
forma de escrever a expressão acima, e que é bastante comum, é:
A expressão acima parece introduzir uma nova constante para descrever a onda (a constante k).
Esse, no entanto, não é o caso, uma vez que essa constante se relaciona com as demais de acordo
com a expressão:
kv = ω 9.20
O que é notável, observando-se 9.19, é uma onda harmônica ter um perfil que se repete no
espaço e no tempo. Isso decorre do fato de que, depois de um intervalo de tempo T conhecido
como o período da onda harmônica, dado por:
ωT = 2 π 9.21
2π 2π
T
= = 9.22
ω kv
1 kv
f ≡ = 9.23
T 2π
A unidade de frequência mais utilizada para ondas em geral é o Hertz, definido como o
inverso do segundo.
Depois de percorrido um intervalo de distância no espaço, denominado um comprimento
de onda (aqui representado pela letra λ), a onda se torna indistinguível daquela de quando se
iniciou o percurso. Isso ocorre para valores de λ tais que:
kλ = 2π 9.24
v = λf 9.25
O estudo das ondas estacionárias é relevante para o entendimento dos sons produzidos
pelos diferentes instrumentos musicais, quer sejam eles de sopro ou instrumentos de corda.
Ao dedilhar um instrumento de cordas, produzimos
uma onda que se propaga até o ponto no qual ela está
presa. Nesse ponto, ela volta, levando-nos a analisar a
superposição de duas ondas propagando-se em senti-
dos opostos.
Consideremos o caso de duas ondas que se pro-
pagam em sentidos opostos. A onda resultante é dada
como uma soma das duas ondas. Escrevemos assim:
=y y1 ( t ) + y2 ( t ) 9.26
y ( x, t ) Asen ( kx − ωt ) + Asen ( kx
= = + ωt ) 2 Asenkx cos ωt 9.27
Temos, assim, que uma onda estacionária pode ser escrita como uma onda cuja amplitude
varia da posição do espaço e depende do tempo sob a forma de uma função seno:
y ( x, t ) A( x)senωt
= 9.28
Assim, cada ponto da corda executará um movimento harmônico simples com uma ampli-
tude que depende do ponto do espaço:
A( x) = 2 Asenkx 9.29
senkxn = 0 9.30
Tais valores correspondem aos zeros da função seno, os quais são expressos, genericamente,
pela condição:
2π 2n + 1
kxn
= = xn π =n 0,1, 2,3, ⋅⋅⋅⋅⋅⋅ 9.31
λ 2
Donde inferimos que os nós podem ocorrer para valores dados por
λ λ λ λ
=x 1 ;3 ;5 ; ⋅⋅⋅ ( 2n + 1) 9.32
4 4 4 4
senkxm = 1 9.33
2π
kxm= xm= mπ m= 1, 2,3, ⋅⋅⋅⋅⋅⋅ 9.34
λ
T
v= 9.35
µ
Assim, as possíveis frequências dos sons emitidos por uma corda são dadas por:
1 T
f = 9.36
λ µ
O modo correspondente à menor frequência, dita fundamental, é aquele para o qual os nós
estão separados pelo comprimento da corda. Nesse caso, o comprimento de onda é o máximo
possivel. De 9.31 e 9.36 resulta que a frequência fundamental é:
1 T
f = 9.37
2L µ
I (t ) I 0sen ( ωt + δ )
= 9.38
2π
T= 9.39
ω
e a frequência é:
1 ω
f= = 9.40
T 2π
9.6 Circuito LC
Nesta seção, analisaremos um circuito composto apenas por uma
indutância e um capacitor. Tal circuito é apresentado na figura ao
lado.Veremos que a corrente resultante é uma corrente alternada. Figura 9.7: Circuito LC. / Fonte: Cepa
No circuito LC mais simples admitimos apenas um indutor caracterizado por uma indutân-
cia L e um capacitor de capacidade C. Esses componentes do circuito podem estar ligados em
série ou em paralelo. Consideraremos aqui apenas o primeiro caso. O circuito será fechado num
instante de tempo t = 0; o capacitor está carregado com uma carga cujo valor é Q0.
Ao fecharmos o circuito, a carga elétrica no capacitor se torna função do tempo, pois ela
fluirá pelo mesmo, alterando assim a carga elétrica no capacitor (em cada uma das suas placas).
Ao fluir gera-se a corrente elétrica no circuito. Assim, depois de fechado o circuito, tanto a carga
quanto a corrente dependem do tempo:
onde
ω0 = LC 9.43
Um caso mais geral é aquele em que o circuito é alimentado por uma bateria ou por um
gerador de corrente. As fontes de corrente podem ser, portanto, fontes de corrente contínua ou
fontes de correntes alternadas.
9.7 Ressonância
Um dos aspectos interessantes desse tipo de circuito é a possibilidade de ocorrer o fenômeno
da ressonância. Tal fenômeno ocorre para circuitos de corrente alternada, quando a frequência
da corrente que alimenta o circuito se aproxima da frequência na-
tural de oscilação do sistema. Isso acarreta um grande número de
aplicaçoes desses circuitos. No caso de circuitos elétricos, podemos
fazer uso de um tal dispositivo para sintonizar uma estação de rádio,
amplificando o sinal através da variação da frequência natural de
Figura 9.8: Esquema de um Circuito
LC forçado. / Fonte: Cepa oscilação de um capacitor de capacitância variável.
Suponhamos que uma fonte de tensão seja incorporada ao circuito. Admitamos que essa fonte
forneça uma tensão sob a forma:
V ( t ) V0 cos ( ωt + ϕ )
= 9.44
Nessas circunstâncias, decorrido algum tempo, a solução para a carga elétrica no capacitor
será da forma:
V0 1
=Q (t ) sen ( ωt + δ ) 9.45
L ω − ω0 2
2
V0 ω 1
=I (t ) cos ( ωt + δ ) 9.46
L ω − ω0 2
2
Admitimos, para simplificar, que inicialmente a carga no capacitor é nula e que nesse instan-
te uma corrente percorre o circuito. Nessas condições, temos:
Q0 ( 0 ) = 0
ωV0 1 9.47
=I (0) = IM
(
L ω0 − ω2
2
)
Vemos que, à medida que o valor da frequência da fonte se aproxima da frequência natural
de oscilação do sistema,
ω → ω0 9.48
IM → ∞ 9.49
Dizemos que o sistema entrou em ressonância, pois nesse caso a corrente máxima atingiu o
valor máximo possível que as grandezas físicas poderiam permitir.