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A partir desses dados, é possível dizer que a seletividade penal masculina não
é semelhante da seletividade feminina eis que a perspectiva de gênero muda o cenário de
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Sob esse viés, analisa as autoras Ana Flauzina e Thula Pires, nos votos dos
ministros do Supremo Tribunal Federal – STF na ocasião do julgamento do habeas corpus
coletivos para as mães. Expondo tal qual no artigo da Débora Diniz, que as mulheres
reclusas são “confundidas” com suas funcionalidades exercidas extramuros, anulando sua
própria liberdade e a existência:
Por fim, cumpre mencionar que por vezes, há a criminalização das mulheres
pelo fato da estrutura social que está inserida, imputando-a uma tipificação penal por estar
num contexto de vulnerabilidades. No julgamento da reclamação 32.5211, expôs o
Ministro Gilmar Mendes que “Não se pode ser tomada como suspeita uma mulher apenas
por estar acompanhada de seu marido. O direito ainda não impõe à mulher o dever de
evitar a companhia de seu esposo, se, porventura, dedicado a atividades criminosas”. O
trecho desta decisão reconhece o tráfico privilegiado ao caso de uma paciente presa com
o companheiro após a polícia encontrar 37 quilos de entorpecentes no carro em que eles
estavam. O corréu confessou à polícia que a paciente desconhecia a carga, mas não
adiantou. Tal dinâmica vale ressaltar, marca vários processos criminais no Brasil.
Inúmeras são as mulheres que acabam condenadas apenas por estarem com os
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Agravo regimental na reclamação. 2. Reclamante mãe. Requerimento de prisão domiciliar. Ordem
concedida de ofício. 3. Caso concreto que autoriza a concessão da prisão domiciliar. 4. Agravo desprovido.
(Rcl 32521 AgR, Relator (a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 22/02/2019, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-072 DIVULG XXXXX-04-2019 PUBLIC XXXXX-04-2019)
(STF - AgR Rcl: 32521 GO - GOIÁS XXXXX-46.2018.1.00.0000, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de
Julgamento: 22/02/2019, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-072 09-04-2019)
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