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Universidade Pungue
Tete
2022
Asis Paulo Pequenino
Augusto Moisés Jantar
Dufina Salvador Fabião
Edmundo Agostinho Jasse
Felizardo Felisberto Vunza
Milto Almeida
Universidade Pungue
Tete
2022
Índice
Introdução ............................................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos do trabalho ............................................................................................................ 4
1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................................ 4
1.1.2. Objectivos específicos ..................................................................................................... 4
1.2. Metodologias de pesquisa ....................................................................................................... 4
2. Preconceito ...................................................................................................................................... 5
2.1. Conceito .................................................................................................................................. 5
2.2. Tipos de preconceitos .............................................................................................................. 5
2.2.1. Preconceito racial ............................................................................................................ 6
2.2.2. Preconceito social ............................................................................................................ 6
2.2.3. Preconceito religioso (intolerância religiosa) .................................................................. 8
2.2.4. Preconceito cultural ............................................................................................................... 8
2.2.5. Preconceito pela orientação sexual.................................................................................. 9
2.2.6. Preconceito linguístico .................................................................................................... 9
2.2.7. Preconceito de género ................................................................................................... 10
2.3. Porque combater o preconceito ............................................................................................. 11
3. Pessoas com necessidades especiais.............................................................................................. 13
Conclusão .............................................................................................................................................. 15
Referência bibliográfica ........................................................................................................................ 16
4
Introdução
O preconceito está presente em diversas práticas de discriminação contra formas de vida e
modos de comportamento que não são aceitos em suas diferenças e particularidades. Mas os
diferentes preconceitos – contra mulheres, negros/as, homossexuais, imigrantes, idosos/as,
pessoas com deficiência, entre outros/as – comungam de uma mesma atitude, de um mesmo
comportamento e forma de pensar. O preconceito é expressão das relações conservadoras da
sociabilidade burguesa e de seu individualismo, que, por sua vez, remete à exploração, cada
vez mais bárbara, do trabalho pelo capital. A banalização destes fundamentos representa um
desvalor, que emerge nas mais diferentes formas da vida cotidiana, e o desafio do seu
enfrentamento deve provocar, na categoria de assistentes sociais, processos de auto-reflexão,
com vistas a uma intervenção profissional marcada por acções emancipatórias, na perspectiva
de outra ordem societária. Em tempos de fortalecimento do conservadorismo, de violação dos
direitos e de criminalização da pobreza, a série Assistente Social no combate ao preconceito
fortalece a dimensão política da profissão, respaldada pelos princípios éticos de um Serviço
Social que não discrimina “por questões de inserção de classe social, género, etnia, religião,
nacionalidade, orientação sexual, identidade de Género, idade e condição física”, como aponta
nosso Código de Ética Profissional.
2. Preconceito
2.1. Conceito
O preconceito é a valoração negativa que se atribui às características da alteridade. Implica a
negação do outro diferente e, no mesmo movimento, a afirmação da própria identidade como
superior/dominante. Mas isso indica que o preconceito é possível onde existe uma relação
social hierárquica, onde existem comando e subordinação e racionalização do outro. Quem
manda atribui valores à sociedade, define o que é bom e o que é ruim (ROSE, 1972). Aqueles
que 'obedecem' são alvo de atribuições identitárias que os desvalorizam, especialmente, a seus
próprios olhos. Para os que obedecem trata-se de lutar contra uma auto-identificação negativa,
mudando os valores, transmudando as características ditas vergonhosas em características que
orgulham (VELHO, 1996). Isso aparentemente permite quebrar a dialéctica do amo e do
escravo, ao transformar o escravo em senhor, isto é, em alguém que define valores na
sociedade.
Para Velho (1996), existem diversos tipos de preconceito que acabam gerando discriminação
e intolerância, dentre os quais podemos destacar os seguintes:
Note que a atitude preconceituosa costuma estar associada a rótulos ou estereótipos que se
desenvolveram na sociedade. Esses estereótipos promovem uma visão distorcida sobre um
determinado grupo social, podendo motivar actos discriminatórios.
O bullying, por exemplo, é o nome que se dá uma série de agressões geralmente motivada por
visões preconceituosas. Essas agressões, que podem ser físicas ou psicológicas, ocorrem com
frequência no ambiente escolar. Sua versão virtual é chamada de cyberbullying.
Vale ressaltar que todos os tipos de preconceito podem gerar hostilidade e estão intimamente
relacionados à irracionalidade e à ignorância. Por exemplo: adeptos da chamada supremacia
branca justificam seu discurso de ódio com base numa ideologia racista que se fundamenta na
falsa ideia de superioridade do homem branco.
O preconceito racial é a ideia de que pessoas de uma determinada raça ou etnia são superiores
a outras. Neste tipo de preconceito se configura principalmente o racismo (CROCHÍK, 1997).
Uma das formas mais comuns de manifestação deste preconceito é em relação a pessoas
negras, que historicamente são marginalizadas e estereotipadas por brancos. Em diversos
países a nível mundial, este tipo de preconceito já é considerado crime.
Por outro ponto de vista, Preconceito contra pessoas que possuem características físicas
associadas a um determinado grupo racial. Essas características físicas incluem cor da pele,
formato do nariz ou textura dos cabelos. Um tipo de preconceito racial bastante comum é
aquele que ocorre contra populações negras. Ibid
Do ponto de vista estritamente científico, raças não existem. É incorrecto, de uma perspectiva
biológica, falar em raça para classificar seres humanos, já que não há raças humanas puras ou
geneticamente homogéneas. Aspectos físicos aparentes, como cor da pele e textura dos
cabelos, são determinados por um número irrelevante de genes. Mais uma prova de que o
preconceito racial não faz o menor sentido.
Nesse ponto de vista, mesmo considerando o processo de socialização, ainda assim a história
não é levada em consideração. O preconceito é individualizado, mesmo considerando que o
processo de socialização determina o modo como ele se dá no indivíduo. Em ambos os casos,
o processo histórico é excluído, de forma que o preconceito é tratado como objecto real inato
ao indivíduo. A análise fica restrita às evidências produzidas pelas ciências lógicas.
A análise dos sentidos da palavra preconceito contrapõe-se a isso, por ser realizada levando-
se em consideração o processo histórico social da constituição dos sentidos dessa palavra. Isso
possibilitou compreender seu funcionamento nas relações sociais distinguindo-se os sentidos
que circulam e os sentidos que são apagados, censurados.
Esse tipo de preconceito, dependendo da intensidade que acontece, pode gerar manifestações
violentas, perseguições e guerras. Situações de conflitos ocorridas em períodos antigos, como
na Idade Média, e até mesmo casos mais atuais, como o Holocausto dos judeus na Alemanha
(1933 - 1945), são exemplos de preconceito religiosos. Em diversos países, incluindo o
Moçambique, a intolerância religiosa é crime. Ibid
intolerância contra pessoas que não pertencem à sua comunidade, sejam elas estrangeiras ou
de outra região do mesmo país, são considerados xenófobos.
Fiorin considera que há variação e mudança linguísticas de acordo com as relações sociais.
Segundo ele, não é que “vale tudo” para a língua, pois as variantes não são caóticas, elas
funcionam segundo conjuntos de regras próprias. O uso de certas formas linguísticas vai
depender da situação de comunicação. Assim, para Fiorin, é parte da língua a variação, e a
mudança. A língua se modifica porque a própria sociedade está dividida em grupos sociais
distintos que têm uma maneira de falar que os identifica.
Entretanto, não se pode dizer que o português falado em uma região é mais correto do que
outro. São considerados apenas diferenças regionais. É importante saber que todos os idiomas
possuem variações entre as pessoas que o falam, seja em razão da região, do grupo social, do
tipo de educação escolar ou da idade.
2.2.7. Preconceito de género
Já o preconceito de género é a ideia de que uma pessoa, por pertencer a um determinado
género, possui menos valores ou capacidades do que outras. Esse tipo de preconceito é muito
comum em relação às mulheres, sendo especificamente chamado de misoginia. A misoginia é
o sentimento de ódio ou de desprezo em relação às mulheres, fundamentada na ideia de que
mulheres possuem capacidades inferiores às capacidades dos homens, seja no trabalho ou
qualquer outro aspecto da vida cotidiana. Ibid
A misoginia é responsável por grande parte dos crimes de feminicídio, que é a nomenclatura
criminal dada aos homicídios em que as vítimas são mulheres (GUIMARÃES, 1996). O
feminicídio é qualificado desta forma quando existe a comprovação de que as causas que
motivaram o crime são relacionadas à condição de mulher ou outras questões relacionadas ao
género.
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d) Conservadorismo e irracionalismo
Por sua natureza de conhecimento apriorístico baseado no senso comum, em estereótipos e
generalizações, em julgamentos provisórios que recusam o questionamento crítico, o
preconceito nega a razão e tende a reproduzir as tendências de pensamento e de
comportamento que se tornaram “verdades” e mitos, devido à sua conservação, pela tradição e
pelos costumes de determinada sociedade e cultura (HIRATA, 1997). Por essas
características, o preconceito é irracionalista e conservador, especialmente em sociedades
como a brasileira, cuja cultura é historicamente conservadora.
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e) Discriminação e intolerância
O preconceito se objectiva através da negação do outro, da discriminação, da intolerância, do
desrespeito ao outro, da violência contra o outro por questões de inserção de classe social,
identidade de género, etnia, idade, condição física, orientação sexual, religião – todas elas
inscritas em nosso código de ética (GORZ, 1980). A atitude de fé sustenta a base emocional
dos preconceitos, produzindo intolerâncias que, movidas pelo par amor/ ódio, exclui os outros
de modo autoritário e intolerante.
f) Moralismo
Ao julgar qualquer situação partindo dos pares de valor bom/mau, certo/ errado, e segundo
modelos pré-concebidos de comportamento, a atitude preconceituosa enquadra moralmente os
comportamentos políticos, estéticos, científicos, deixando de avaliar sua natureza e
reproduzindo o moralismo: uma forma de alienação moral.
g) Conformismo
A vida cotidiana coloca a necessidade de responder a múltiplas tarefas e actividades
heterogéneas e que tendemos a realizá-las de modo pragmático e generalizador, com base em
experiências conhecidas. Nessa dinâmica, incorporamos e reproduzimos normas e valores que
servem de orientação para nossas decisões. Na quotidianidade, essa assimilação tende a ser
pragmática e generalizante, propiciando a produção do conformismo, que impede ou limita as
nossas decisões e escolhas (GOFFMAN, 1988).
i) Humilhação e sofrimento
Os indivíduos vitimizados pelo preconceito são atingidos em diferentes níveis de humilhação
e sofrimento, que interferem na totalidade de suas vidas, em sua subjectividade e
sociabilidade, acarretando prejuízos físicos, emocionais, psicológicos, que podem se
objectivar de forma mais ou menos violenta. Entre outros elementos, isso se explica
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especialmente porque o preconceito se traduz pela negação daquilo que constitui centralmente
sua identidade como sujeito. É sua condição de existência que passa a ser rechaçada e tomada
como objecto que supostamente justificaria sua negação: a mulher por ser mulher, o negro por
ser negro, o índio por índio, o homossexual por ser homossexual, entre outros (HIRIGOYEN,
2000). Assim, a produção das múltiplas formas de preconceito carrega consigo
potencialmente múltiplas formas de violência, cujas consequências revelam- se por meio da
humilhação e do sofrimento.
j) Implicações profissionais
As implicações aqui assinaladas não esgotam as inúmeras consequências que podem se
reproduzir a partir de práticas preconceituosas. E quando ocorrem no espaço da intervenção
profissional, negam os princípios e valores que regem a ética profissional, contribuem para o
retrocesso das conquistas objectivadas no projecto ético-político do Serviço Social e atingem,
directamente, os/as usuários/as, restringindo as suas escolhas, negando os seus direitos,
promovendo sua exposição a situações de humilhação e desrespeito, limitando seus direitos e
contribuindo para a (re)produção da subalternidade (HELLER, 1998).
Este conceito pode abranger tanto, crianças com dificuldades na aprendizagem como crianças
sobredotadas e crianças com problemas de conduta ou emocionais. Sendo um problema é
necessário arranjar uma forma de solucionar (CROCHÍK, 1997). É necessário criar métodos
alternativos tendo em conta as capacidades destas crianças.
Os problemas que podem ser inseridos neste termo são o autismo, a surdo-cegueira, a
deficiência auditiva, a deficiência visual, os problemas intelectuais, os problemas motores
graves, as perturbações emocionais, as dificuldades de aprendizagem específicas, os
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Para conseguir superar a discriminação e se incluir na sociedade como uma pessoa “normal”
não foi nada fácil, mais para muitos já foi alcançado, um exemplo dessa superação, que
fizeram muitos compreender que existem diversidades, mas não diferenças, tudo isso passou a
ser alcançado dia-a-dia, fazendo nosso olhar convergir para o enriquecimento da construção
de um meio igualitário. A deficiência passou fazer parte de suas vidas de forma positiva,
superando e compreender a real dificuldade que era estabelecer igualdade de oportunidades.
Pois, estamos integrados a uma sociedade em que a palavra inclusão faz parte da vida das
pessoas. Não podemos ignorar muito menos fugir desse mundo de diversidades, pois elas
estão presentes em todas as partes. Ibid
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Conclusão
Apos a realização do presente trabalho, chega se a concluir que preconceito é a valoração
negativa que se atribui às características da alteridade. Implica a negação do outro diferente e,
no mesmo movimento, a afirmação da própria identidade como superior/dominante. Existem
vários tipos de preconceitos, a saber, preconceito contra género (machismo, misoginia ou
sexismo); preconceito social (classismo); preconceito racial (racismo); preconceito contra
homossexuais (homofobia); preconceito contra judeus (anti-semitismo); preconceito religioso;
preconceito contra deficientes físicos (capacitismo) e preconceito contra estrangeiros
(xenofobia).
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Referência bibliográfica
BURKE, Peter. "A violência das mínimas diferenças". Folha de S. Paulo, 21 maio 2000.
Caderno Mais, p. 25.
CROCHÍK, José L. Preconceito, Indivíduo e Cultura. São Paulo: Robe Editorial,
ELIAS, Norbert. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e
XX Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
FIORIN, José L. Os aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico. In: O direito à fala.
Florianópolis: Insular, 2000.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada Rio de
Janeiro: Guanabara, 1988.
GORZ, André. Crítica da divisão do trabalho São Paulo: Martins Fontes, 1980.
GUIMARÃES, E. R. J. , ORLANDI, E. P. (Orgs.) Língua e cidadania: o Português no
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HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. La división sexual del trabajo. Permanencia y
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HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
LAKATOS, Maria Eva, Fundamentos de Metodologia Científica, 3ª Edição, São Paulo,
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LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade Petrópolis: Vozes, 1997.
LIMA, Roberto Kant de. "A administração de conflitos no Brasil: a lógica da punição". In:
VELHO, Gilberto; ALVITO, Marcos (Orgs.). Cidadania e violência Rio de Janeiro: FGV,
1996. p.169.
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