Por volta de 1924, no povoado de Olho d’Água do Chicão (AL), o agricultor
Manoel Clarindo Biano percebeu que seus filhos Benedito e Sebastião, assim como outras crianças da região, brincavam com caules de plantas da vegetação local, como pé de jerimum, de mamoeiro e de carrapateira, soprando-os e fazendo sons, como se fossem apitos. Ele e sua esposa, Maria Pastora da Conceição, estimularam as brincadeiras musicais das crianças, que mais tarde passaram a tocar pifes encomendados pelo pai. Com o tempo, isso resultou na formação do grupo Zabumba de Seu Manoel, no qual os meninos tocavam pífanos, seu Manoel, a zabumba, e um outro parente, os pratos. Eles tocavam de ouvido e, muitas vezes, os elementos do ambiente no qual viviam eram a inspiração. Nas palavras de Sebastião Biano: “Para fazer as músicas naquela época, eu fazia assim, através de canto de pássaro, carreira de um animal, que dava aquele compasso, certo, aí eu esperava a música. Briga de animal também. Tem os carneiros, quando briga por causa de ovelha, eu fiz essa música, inspirei ela... Briga do cachorro com a onça, foi o cachorro acuando a onça [...].” BIANO, Sebastião. In: VELHA, Cristina E. Significações sociais, culturais e simbólicas na trajetória da Banda de Pífanos de Caruaru e a problemática histórica do estudo da cultura de tradição oral no Brasil (1924-2006). Dissertação de Mestrado. FFLCH-USP, São Paulo, 2008
1. Assistam aos vídeos encontrados nos links seguintes,
https://www.youtube.com/watch?v=-voVLE-7vR0, “Pipoca moderna” https://www.youtube.com/watch?v=e-p4BvfSKyk, e escrevam um breve relato sobre: