GOIÂNIA – GO Mar. / 2022 Do condomínio Edilício Instituição e constituição do condomínio
O novo Código Civil distingue entre instituição de condomínio (art.
1.332, I a III) e sua constituição (art. 1.333 e 1.334). Pelo novo diploma, terá a instituição do condomínio edilício por ato inter vivos ou causa mortis, registrado no Cartório Imobiliário (Lei nº 6.015/73, art. 167, I, nº 17), que contenha: a) A discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas umas das outras e das partes comuns; b) A reno e partes comuns; c) O fim a que as unidades se destinam, seja ele residencial e/ou comercial, evitando, com isso, desvio de uso. A sua constituição se opera pela convenção de condomínio, feita por escritura pública ou instrumento particular, subscrita pelos titulares de, no mínimo, 2/3 das frações ideais, tornando – se desde logo obrigatória para titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção, e registrada no cartório de registro de imóveis, para ser oponível contra terceiros.
Logo, a convenção de condomínio sem aquele registro só vinculará
condomínios (súmula 260 do STJ). Tal convenção, além das cláusulas do ato que instituiu o condomínio e das estipuladas pelos condôminos, deverá conter: a) A quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condomínios para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; b) A forma de administração; c) A competência das assembleias, forma de sua convocação e quórum exigido para as deliberações; d) As sansões a que estão sujeitos os condomínios ou possuidores; e) O regimento interno, que apresentará detalhes do cotidiano condominial, visto que caberá à convenção a delimitação e a disciplina da finalidade das unidades exclusivas e áreas comuns e a estipulação da competência dos órgãos administrativos e deliberativos.
Pode-se, portanto, instituir um condomínio em edifícios de
apartamentos, em razão de: 1) Destinação do proprietário do edifício, mediante escritura pública, sendo que a venda das unidades autônomas pode ser realizada antes ou depois de concluída a obra.
2) Incorporação imobiliária, que é o negócio jurídico que tem o
intuito de promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações compostas de unidades autônomas (lei nº 4.591/64, art. 28, parágrafo único) em regra, os apartamentos são vendidos na planta.
3) Testamento, em que se recebe, por herança, um prédio que deverá
ter essa configuração. Deveras, se, por morte de alguém, constar do acervo hereditário um edifício de apartamentos da propriedade exclusiva do de cujus e se a partilha entre os coerdeiros consistir na outorga de apartamentos a cada um deles.
4) Constituição do regime por vários herdeiros, após a homologação
da partilha, se o bem, objeto da herança, for um edifício.
5) Arrematação em hasta pública, doação, ou compra de frações do