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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


CURSO DE DIREITO
DIREITO ADMINISTRATIVO II

Lei 8.112/90 (artigos 81 a 96)

BRUNO PEREIRA BARROS

GOIÂNIA – GO
Mar. / 2022
Do condomínio Edilício
Instituição e constituição do condomínio

O novo Código Civil distingue entre instituição de condomínio (art.


1.332, I a III) e sua constituição (art. 1.333 e 1.334). Pelo novo diploma,
terá a instituição do condomínio edilício por ato inter vivos ou causa
mortis, registrado no Cartório Imobiliário (Lei nº 6.015/73, art. 167, I, nº
17), que contenha:
a) A discriminação e individualização das unidades de
propriedade exclusiva, estremadas umas das outras e das
partes comuns;
b) A reno e partes comuns;
c) O fim a que as unidades se destinam, seja ele residencial e/ou
comercial, evitando, com isso, desvio de uso. A sua
constituição se opera pela convenção de condomínio, feita por
escritura pública ou instrumento particular, subscrita pelos
titulares de, no mínimo, 2/3 das frações ideais, tornando – se
desde logo obrigatória para titulares de direito sobre as
unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou
detenção, e registrada no cartório de registro de imóveis, para
ser oponível contra terceiros.

Logo, a convenção de condomínio sem aquele registro só vinculará


condomínios (súmula 260 do STJ). Tal convenção, além das cláusulas do
ato que instituiu o condomínio e das estipuladas pelos condôminos, deverá
conter:
a) A quota proporcional e o modo de pagamento das
contribuições dos condomínios para atender às despesas
ordinárias e extraordinárias do condomínio;
b) A forma de administração;
c) A competência das assembleias, forma de sua convocação e
quórum exigido para as deliberações;
d) As sansões a que estão sujeitos os condomínios ou
possuidores;
e) O regimento interno, que apresentará detalhes do cotidiano
condominial, visto que caberá à convenção a delimitação e
a disciplina da finalidade das unidades exclusivas e áreas
comuns e a estipulação da competência dos órgãos
administrativos e deliberativos.

Pode-se, portanto, instituir um condomínio em edifícios de


apartamentos, em razão de:
1) Destinação do proprietário do edifício, mediante escritura pública,
sendo que a venda das unidades autônomas pode ser realizada
antes ou depois de concluída a obra.

2) Incorporação imobiliária, que é o negócio jurídico que tem o


intuito de promover e realizar a construção, para alienação total
ou parcial, de edificações compostas de unidades autônomas (lei
nº 4.591/64, art. 28, parágrafo único) em regra, os apartamentos
são vendidos na planta.

3) Testamento, em que se recebe, por herança, um prédio que deverá


ter essa configuração. Deveras, se, por morte de alguém, constar
do acervo hereditário um edifício de apartamentos da propriedade
exclusiva do de cujus e se a partilha entre os coerdeiros consistir
na outorga de apartamentos a cada um deles.

4) Constituição do regime por vários herdeiros, após a homologação


da partilha, se o bem, objeto da herança, for um edifício.

5) Arrematação em hasta pública, doação, ou compra de frações do


edifício.

6) Sentença judicial em ação de divisão.

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