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Código Civil
Art. 1.336. São deveres do condômino:
… IV – dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de
maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons
costumes.
Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis de sua
propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais correspondentes
as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias.
1º Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado.
2º É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade imobiliária a
outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato
constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva assembleia geral.
Art. 1340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino,
ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve
Art 19. Cada condômino tem o direito de usar e fruir com exclusividade de sua unidade
autônoma, segundo suas conveniências e interesses, condicionados, umas e outros, às
normas de boa vizinhança, e poderá usar as partes e coisas comuns, de maneira a
não causar dano ou incômodo aos demais condôminos ou moradores, nem obstáculo
ou embaraço ao bom uso das mesmas partes por todos.
As áreas de uso comum podem ser classificadas como: divisão proporcional ou divisão
não proporcional.
Interpôs o Condomínio recurso especial, com fundamento no art. 105, inciso III,
alínea "a", da Constituição Federal, sustentando violação ao art. 1.351 do CC⁄2002.
Afirma que, com o advento da Lei 10.931⁄2004, foi alterada a redação do art. 1.351, que
deixou de exigir o quorum de 2⁄3 dos votos de condôminos para alteração do
regimento interno de condomínios edilícios.
Sustenta que a convenção de condomínio tem de conter os direitos e deveres dos
condôminos, ostentando caráter duradouro, não se limitando a questões
circunstanciais, que devem ser disciplinadas pelo regimento interno.
Aduz que, com a vigência da Lei n. 10.931⁄2004, o regimento interno - à luz dos arts.
1.352 e 1.353 - pode ser alterado em primeira convocação, pela maioria dos
condôminos que representem ao menos metade das frações ideais; ou, em segunda
convocação, pela maioria dos presentes.
Em contrarrazões afirma o recorrido que o art. 1.531 do Código Civil impõe quórum
qualificado para alteração da Convenção de Condomínio "ou do Regimento interno
quando este integrar aquela ".
Decisão:
1. O art. 1.333 do Código Civil, ao dispor que a convenção que constitui o
condomínio edilício torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito
sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção, não tem,
assim como toda a ordem jurídica, a preocupação de levantar paredes em torno da
atividade individual. É intuitivo que não pode coexistir o arbítrio de cada um com o
dos demais, sem uma delimitação harmônica das liberdades, por isso, na verdade, o
direito delimita para libertar: quando limita, liberta. (REALE, Miguel. Lições
Preliminares de Direito. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 64)
2. Com efeito, para propiciar a vida em comum, cabe aos condôminos observar as
disposições contidas na convenção de condomínio, que tem clara natureza
estatutária. Nesse passo, com a modificação promovida no art. 1.351 Código Civil,
pela Lei n. 10.931⁄2004, o legislador promoveu ampliação da autonomia privada, de
modo que os condôminos pudessem ter maior liberdade no que tange à alteração do
regimento interno; visto que, à luz dos arts. 1.334, III e V, do Código Civil e
art. 9º da Lei n. 4.591⁄1964, é matéria a ser disciplinada pela convenção de condomínio.
3. No caso em julgamento, a pretendida admissão de quorum (maioria simples), em
dissonância com o previsto pelo estatuto condominial - que prevê maioria qualificada
(dois terços dos condôminos) -, resultaria em violação da autonomia privada,
princípio constitucionalmente protegido
4. Recurso especial não provido. VOTO - O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO
(Relator)
Portanto, a nova Lei, aprovada recentemente, tem apenas um artigo, justamente para
alterar essa necessidade de unanimidade no quórum de votação para alteração da destinação
de um edifício ou unidade imobiliária. Agora, as alterações poderão ser realizadas com a
aprovação de 2/3 dos condôminos, ou seja, não mais de todos os condôminos.
“Não é porque o salão de festas é uma área comum do condomínio que a limpeza é
necessariamente uma obrigação do empreendimento. Isso vai depender do que está
estabelecido nas regras do condomínio.
Dessa forma, o condomínio pode adotar duas opções: cobrar uma taxa pela limpeza e
os colaboradores do condomínio cuidam disso ou deixar a limpeza por conta de quem
usou.
O ponto negativo da segunda opção é que o salão de festa pode não ficar nos padrões
de limpeza ideais do condomínio. Por isso, o mais indicado é cobrar uma taxa de
limpeza.
Assim, após a festa, o síndico inclui a taxa na próxima cota condominial da unidade
que alugou o espaço e pronto”. Adm – Vip Gestão Contábil e Condominial
Apesar de existir uma proibição em nossa convenção, o STJ manteve uma decisão
contraria ao que previa a Convenção, nela o autor da ação alegava que foi impedido que
estacionar sua moto com seu veículo, pois era previsto apenas a utilização de um veículo por
vaga, contudo os desembargadores por unanimidade decidiram que o dono pode estacionar
quantos veículos ele quisesse, desde que ficasse dentro da delimitação de sua vaga.
E se o sindico, mesmo sabendo que tal decisão é errada, mesmo assim toma-la?
Sindico poderá responder por Abuso de Poder.
O sindico embora não seja uma autoridade administrativa, ele é um administrador
eleito por meio de voto, representa a vontade de uma maioria. Seu mandato possui um
caráter administrativo ordinário, ou seja, por analogia, também pode responder por
autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
remuneração.
Conclusão
Para que seja tomada a decisão de cobrança pela utilização das vagas de motos deverá
em primeiro momento verificar qual o real motivo para tal cobrança, tais como: quais os
custos que essas vagas estão gerando ao Condomínio? Pois as vagas denominadas de área
comum, não pertencem a nenhum morador, portanto é vetada a venda ou aluguel, sendo
permitido a todos os condôminos apenas o uso.
Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis de sua
propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais correspondentes as
unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias.
1º Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado.
2º É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade imobiliária a
outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato
constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva assembleia geral.
Verificada a necessidade de tal cobrança, baseado no art. 1340 do Código Civil - “As
despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles,
incumbem a quem delas se serve” – esse obrigatoriamente deverá ser aprovada em
Assembleia com a exigência do quórum qualificado pelas razões já abordadas anteriormente.
Lembrando que se a convenção do condomínio contiver cláusulas que contrariem
qualquer ordenamento jurídico, ela perde automaticamente a validade.