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Curso de Especialização em
Engenharia de Petróleo e Gás
Natural

Disciplina: Engenharia Gás Natural I

PARTE III: CONDICIONAMENTO E


PROCESSAMENTO
DO GÁS NATURAL

Eng. José Wellington de Paiva


Janeiro/2010
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SUMÁRIO

Sumário

1 Condicionamento e Processamento do Gás Natural ......................... 6

1.1 Conceitos ................................................................................................ 6


1.1.1 Riqueza do Gás Natural ............................................................... 6
1.1.2 Índice de Rendimento Teórico ..................................................... 6
1.1.3 Composição Expressa como % Volumétrica, Molar e Mássica ... 7
1.1.4 As condições-padrão ................................................................... 7
1.2 Condicionamento do Gás Natural .......................................................... 8
1.3 Processamento do Gás Natural ............................................................. 9
1.4 Estabilização de Condensado ............................................................... 10
1.5 Acerto do Ponto de Orvalho .................................................................. 10
1.6 Odorização do Gás Natural ................................................................... 11
1.7 Especificação do Gás Natural ............................................................... 12
1.8 Especificação do GLP ........................................................................... 12

2 Desidratação do Gás Natural ............................................................... 13

2.1 Conceitos ............................................................................................... 13


2.1.1 Água no Gás Natural .................................................................... 13
2.1.2 Hidratos ........................................................................................ 14
2.2 Teor de água em hidrocarbonetos gasosos .......................................... 15
2.2.1 Teor de água em hidrocarbonetos ................................................ 15
2.2.2 Teor de água em hidrocarbonetos contendo CO2 e H2S .............. 18
2.3 Hidratos em sistemas de Gás Natural ................................................... 20
2.3.1 Equilíbrio de hidratos .................................................................... 21
2.3.2 Predição da formação de hidratos ................................................ 22
2.4 Inibição da formação de hidratos ........................................................... 26
2.4.1 Tipos de inibidores ........................................................................ 26
2.4.2 Perda de inibidor por vaporização ................................................ 28
2.4.3 Ponto de congelamento de soluções aquosas de glicóis ............. 31
2.5 Desidratação do Gás Natural ................................................................. 32

Condicionamento e Processamento do Gás Natural


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SUMÁRIO

2.6 Desidratação por absorção a glicol ......................................................... 34


2.6.1 Fluxograma do processo .............................................................. 35
2.6.2 Variáveis operacionais ................................................................. 37
2.6.3 Problemas Operacionais ............................................................... 40
2.7 Desidratação por peneiras moleculares ................................................ 42
2.7.1 Introdução ...................................................................................... 42
2.7.2 Considerações sobre a adsorção ..................... ............................ 44
2.7.3 Fluxograma do processo ................................................................ 46

3 Dessulfurização do Gás Natural ........................................................... 47

3.1 Remoção de contaminantes .................................................................... 49


3.2 Escolha do processo ............................................................................... 52
3.3 Principais Processos ............................................................................... 53
3.4 Processos com soluções de aminas ....................................................... 54
3.4.1 Princípios ...................................................................................... 54
3.4.2 Fluxograma do processo .............................................................. 56
3.5 Processos em leito sólido ....................................................................... 57

4 Unidades de Processamento de Gás Natural ...................................... 58

4.1 Conceitos ................................................................................................ 58


4.1.1 Índice de Rendimento Real ........................................................... 58
4.1.2 Recuperação ................................................................................. 58
4.2 Produtos de uma UPGN ......................................................................... 58
4.3 Escolha do Processo .............................................................................. 59
4.4 Processo de Refrigeração Simples ......................................................... 63
4.5 Processo de Refrigeração em Cascata .................................................. 65
4.6 Processo de Absorção ............................................................................ 67
4.7 Processo Joule-Thomson ....................................................................... 70
4.8 Processo Turbo-Expansão ...................................................................... 72
4.8.1 Descrição do processo ................................................................. 74
4.8.2 Considerações de projeto da planta................................................... 77
4.9. Acompanhamento operacional da planta....................................................79

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SUMÁRIO

4.10. Problemas Operacionais ....................................................................... 82


4.10.1 Relacionados com a hidráulica das torres ................................. 82
4.10.2 Hidratos ...................................................................................... 82

Bibliografia .................................................................................................. 83

Condicionamento e Processamento do Gás Natural


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CAPÍTULO 1 CONDICIONAMENTO E PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

1. Condicionamento e Processamento do Gás Natural

1.1. Conceitos

1.1.1. Riqueza do Gás Natural

Dada a composição de um gás, a riqueza é obtida pelo somatório das


frações molares dos componentes a partir do propano, inclusive.

Componente % molar
CO2 2,00
N2 0,82
C1 78,04
C2 10,70
C3 4,85
i-C4 1,31
n-C4 1,21
i-C5 0,42
n-C5 0,24
+
C6 0,42

1.1.2. Índice de Rendimento Teórico

É um conceito muito utilizado no processamento de gás. É definido como


sendo a quantidade de líquido, previamente estabelecida como C2+ ou C3+ (etano
e propano e mais pesados) que pode ser obtida através do processamento do gás
natural. É geralmente expressa em metros cúbicos de líquido a 20ºC e 1atm por
1000 m3 de gás natural a 20ºC e 1 atm absoluta.

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CAPÍTULO 1 CONDICIONAMENTO E PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

1.1.3. Composição expressa como % volumétrica, molar e mássica

As análises de hidrocarbonetos são dadas normalmente em percentagem


molar, mas algumas vezes é necessário converter de um tipo para outro.
O procedimento é ilustrado abaixo:

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)


Comp. Mol % PM (3)=(1)x(2) % peso ρL (6)=(3)/(5) % liq.
C1 5,40 16 86,4 0,74 0,3 288 1,79
C2 6,98 30 209,4 1,80 0,36 582 3,61
C3 12,54 44 551,8 4,74 0,51 1082 6,72
IC4 5,38 58 312,0 2,68 0,56 557 3,46
NC4 6,42 58 372,4 3,20 0,58 642 3,98
C5+ 63,18 160 10108,8 86,84 0,78 12960 80,44
100 11640,8 100 16111 100

onde:
PM é o peso molecular
ρL é a densidade do líquido em relação a água

1.1.4. As Condições-padrão

Para que possam ser calculadas as propriedades de vários gases, são


especificados arbitrariamente certos estados - padrão de temperatura e pressão.

As condições conhecidas como “condições normais de temperatura e


pressão” (CNTP) eram 273,15 K e 101.325 (1 atm padrão). Atualmente os valores
recomendados são: 273,15 K e 100.000 Pa.

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CAPÍTULO 1 CONDICIONAMENTO E PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

Na indústria do petróleo e gás natural, como existe muita influência dos


padrões americanos, ainda se encontram as condições conhecidas com SC
(standard conditions), que são 60oF e 14,7 psia (1 atm padrão).

No Brasil, além das CNTP, é adotado com padrão em algumas indústrias a


temperatura de 20oC em vez de 0oC, mantendo-se a pressão atmosférica padrão.
A estas condições vamos chamar de condições BR.

1.2. Condicionamento do Gás Natural

O Gás natural tal como é produzido pode conter contaminantes: Inertes e


gases ácidos.

Os inertes, sempre presentes no gás natural, são o nitrogênio e o vapor de


água.

Os Gases Ácidos, são assim chamados por formarem uma solução de


características ácidas quando na presença de água livre. Os gases com estas
características são: o Gás Carbônico (CO2), o Gás Sulfídrico (H2S), os
Mercaptans (R-SH), Sulfeto de Carbonila (COS) e Dissulfeto de Carbono(CS2).

Condicionamento ou Tratamento é o conjunto de processos aos quais o


gás pode ser submetido de modo a remover ou reduzir os teores de
contaminantes para atender as especificações de mercado, segurança, transporte
ou processamento posterior. Algumas especificações estão relacionadas com:

‰ Teor máximo de compostos de enxofre


‰ Teor máximo de Inertes: CO2 e N2
‰ Teor máximo de água ou ponto de orvalho em relação à água
‰ Ponto de orvalho em relação aos hidrocarbonetos
‰ Poder Calorífico
‰ Teor de sólidos

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CAPÍTULO 1 CONDICIONAMENTO E PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

1.3 Processamento do Gás Natural

Processamento do Natural é um conjunto de operações que têm por


objetivo separar as frações mais pesadas do gás natural, de maior valor
econômico, originando um gás, de menor poder calorífico, denominado gás
residual ou gás industrial.

Estas frações mais pesadas, o LGN (Líquido do Gás Natural), são


extraídas e vendidas para seus respectivos mercados. Os componentes do gás
natural possuem distintos Peso Molecular, Ponto de Ebulição, Pressão de vapor e
outras propriedades tornando a separação entre si uma operação muito simples.

O LGN é constituído de hidrocarbonetos saturados chamados de parafinas.


Esses compostos possuem fórmula química CnH2n+2. Os principais componentes
dos líquidos de gás natural são:

Etano (C2): O Etano existe como líquido sob altas pressões (800 psi) ou
temperaturas extremamentes baixas (-93°C). É o mais importante produto
petroquímico atualmente.

Propano (C3): É recuperado e manuseado como líquido a pressões acima


de 200 psi ou a temperaturas abaixo de -42°C. É utilizado como carga
petroquímica para produção de etileno e propileno. É usado também como
combustível em áreas onde outros tipos de combustíveis não são competitivos. O
propano é vendido como uma mistura de propano e butanos. Essa mistura é
chamada de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).

Butanos (iC4 e nC4): O butano é utilizado como carga petroquímica e


também adicionado à gasolina. O Isobutano é o isômero mais volátil (Ponto de
ebulição de -12°C) e mais valioso. É utilizado como carga de refinaria para
produzir gasolina de alta octanagem. O normal butano (Ponto de ebulição de –
0,5°C) é utilizado como carga petroquímica para produzir etileno, propileno e
butadienos.

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CAPÍTULO 1 CONDICIONAMENTO E PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

10

Gasolina natural (iC5+): É uma mistura de pentanos e hidrocarbonetos


mais pesados. É utilizado como carga para refinarias para compor a corrente de
gasolina automotiva.

1.4 Estabilização de condensado

O Condensado formado em vários pontos durante a produção e


processamento do gás natural contém uma quantidade de frações leves que
devem ser recuperadas para que se proceda o armazenamento deste
condensado.

Se esse condensado fosse simplesmente armazenado estas frações leves


se vaporizariam e seriam perdidas ou poderiam causar danos nos tanques de
armazenamento.

Procede-se, então, a estabilização desse condensado que consiste na


recuperação desses hidrocarbonetos leves e na produção de um condensado
estabilizado, isto é, estável para armazenamento e posterior utilização ou
processamento.

1.5 Acerto do Ponto de Orvalho

Quando não há interesse em se processar o gás no local onde ele é


produzido e para evitar condensação ao longo dos dutos de transporte se faz um
abaixamento do ponto de orvalho dos hidrocarbonetos. O acerto do ponto de
orvalho não tem por objetivo a recuperação de frações pesadas, mas procura
evitar a condensação dessas frações ao longo dos dutos de transporte.

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CAPÍTULO 1 CONDICIONAMENTO E PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

11

1.6 Odorização do gás natural

O gás natural é inodoro de maneira que sua odorização é necessária por


economia e por medida de segurança permitindo a detecção de vazamentos
antes que a concentração de gás na área atingida chegue a níveis perigosos.

As características ideais de um odorante têm sido exaustivamente


detalhada na literatura. Todos os odorantes utilizados atualmente são compostos
de enxofre, os organosulfurados: os mercaptans e os sulfetos.

O odorante é tóxico, inflamável e com odor extremamente forte e


desagradável. O odorante é geralmente armazenado em tambores para
transporte. Devido as características peculiares do odorante, um acidente com um
tambor pode trazer sérias consequências, fazendo-se necessário o uso de
medidas preventivas visando a segurança.

A Odorização do gás natural em gasodutos é feita através de bombas


dosadoras. A dosagem deve estar entre 5 a 16 g/Mm3.

O GLP também é odorizado para distribuição. A dosagem recomendada


deve estar entre 0,0143 a 0,0429 litros/m3. A operação de odorização pode ser
feita por bomba ou por vaso dosador.

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CAPÍTULO 1 CONDICIONAMENTO E PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

12

1.7 Especificação do gás natural

A Especificação do Gás Natural de origem interna ou externa para


comercialização no País é regulamentada pela ANP – Agência Nacional de
Petróleo através do Regulamento Técnico N° 002/2008 anexo da Resolução N°
16, de 17 de junho de 2008.

1.8 Especificação do GLP

A Especificação do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) é regulamentada


pela ANP – Agência Nacional do Petróleo através da Resolução 18 de 02 de
setembro de 2004.

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

13

2 Desidratação do Gás Natural

2.1 Conceitos

2.1.1 Água no gás natural

Em princípio, todo o gás natural produzido, associado ou não associado,


está saturado com vapor de água, isto é, contém a máxima quantidade possível
de água no estado vapor.

O teor de água de saturação do gás é função de 3 parâmetros:


composição, temperatura e pressão. Contaminantes ou gases ácidos tem a
capacidade de elevar o teor de água.

A água contida em uma corrente gasosa deve ser parcial ou totalmente


removida com os seguintes objetivos:

‰ Manter a eficiência dos dutos de transporte, uma vez que a água


condensada nas tubulações causa redução na área de passagem com
aumento da perda de carga e redução de vazão de gás que pode fluir
pelas mesmas;
‰ Evitar a formação de um meio ácido corrosivo decorrente da presença
de água livre em contato com gases ácidos que podem estar presentes
no gás;
‰ Evitar a formação de hidratos

A Especificação do gás desidratado, à uma certa pressão, pode ser dada


em termos de teor de água, ponto de orvalho ou depressão do ponto de orvalho.
É comum especificar-se um valor para o ponto de orvalho requerido de 5°C
abaixo da temperatura mínima a que o gás será submetido, na pressão de
operação.

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

14

2.1.2 Hidratos

São compostos sólidos formados pela combinação física entre moléculas


de água e certas moléculas do gás. Estes compostos, de estrutura cristalina,
crescem bloqueando linhas, válvulas e equipamentos, parcial ou totalmente.

A composição do gás tem efeito fundamental na formação de hidratos.


Metano, etano e gás sulfídrico são, por excelência, os componentes formadores
de hidratos. Propano e butanos formam hidratos instáveis e moléculas maiores,
ao contrário, tendem a inibir sua formação. Além disso, hidrocarbonetos
condensados ajudam a evitar acúmulo de hidratos pelo efeito de lavagem. Por
esta razão, gasodutos bifásicos estão menos propensos à formação de hidratos
do que gasodutos monofásicos.

Assim, pode-se dizer que gases de alta densidade, isto é, contendo muito
hidrocarbonetos pesados têm menor tendência à formação de hidratos enquanto
gases contendo altos teores de H2S e CO2 apresentam maior tendência pois
estes contaminantes são mais solúveis em água que a maioria dos
hidrocarbonetos.

As condições que promovem a formação de hidratos são:

‰ O gás deve estar no ponto de orvalho da água ou abaixo;


‰ Baixa temperatura;
‰ Alta pressão;
‰ Altas velocidades;
‰ Pressões pulsantes;
‰ Agitação;
‰ Formação de um cristal inicial (germe de cristalização).

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15

2.2 Teor de água em hidrocarbonetos gasosos

2.2.1 Teor de água em hidrocarbonetos

Como já foi mencionado, o teor de água no gás natural depende da


temperatura, pressão e composição.

Para gases isentos de componentes ácidos com composição contendo


mais de 70% de metano e com pequenas quantidades de hidrocarbonetos são
usadas correlações generalizadas de pressão e temperatura. A Figura 2.1 é um
exemplo dessas correlações.

Para conversões de unidades utilizar os seguintes fatores:

VPB = 1,01559 VSTD


1 ft3 = 0,02832 m3
1 m3 = 35,31 ft3
(Kg/MMm3)PB = 16,30 (lb/MMft3)STD

Exemplo: Determine o teor de água em um gás com peso molecular 26 a 150°F e


1000 psia.

A partir da figura 2.1 o teor de água será 220 lb/MMscf


Para um gás com peso molecular 26 Cg = 0,98
Então o teor de água é 220 x 0,98 = 216 lb/MMscf

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16

Figura 2.1 – Teor de água em hidrocarbonetos gasosos

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17

Figura 2.2 – Teor de água versus dew point

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18

2.2.2 Teor de água em gás natural contendo altos teores de CO2 e H2S

H2S e CO2 contém mais água em equilíbrio do que metano ou misturas de


gases isentos desses componentes. O teor de água aumenta consideravelmente
com a temperatura e pressão.

Para quantidades de gases ácidos em gás natural abaixo de 40% a


equação abaixo e as Figuras 2.3 e 2.4 são utilizadas para estimar a quantidade
de água.

W = yHC WHC + yCO2 WCO2 + yH2SWH2s

Exemplo: Determine o teor de água num gás natural contendo 80% de


metano e 20% de CO2 a 160°F e 2000 psia. O valor experimental é de 172
lb/MMscf

WHC = 167 lb/MMscf


WCO2 = 240 lb/MMscf

W = (0,80)(167) + (0,20)(240) = 182 lb/MMscf

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19

Figuras 2.3 e 2.4 - Teores de água em misturas de SO2 e CO2 com gás
natural

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20

2.3 Hidratos em sistemas de gás natural

Os hidratos em gás é um tipo de Clatrato com estrutura cristalina definida.


No hidrato de gás natural o retículo é formado por moléculas de água ligadas por
pontes de hidrogênio conforme mostrado na figura abaixo. Os círculos brancos
são as moléculas de água e as linhas as ligações de hidrogênio.

Figura 2.5 – Estruturas de formação de hidratos

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21

2.3.1 Equilíbrio de Hidratos

A Figura a seguir ilustra o comportamento para o Propano:

Figura 2.6 - Comportamento do equilíbrio para o propano

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

22

Abaixo de 0°C (32°F) e acima da curva estão presentes gelo e hidrato.


Abaixo da curva apenas gelo e vapor de hidrocarboneto. Acima do ponto de
congelamento (ponto de saturação) do propano o hidrato é a única fase sólida. A
interseção da curva de pressão de vapor com a curva de hidrato é a máxima
temperatura de formação de hidrato para componentes puros.

2.3.2 Predição da formação de hidratos

As Figuras 2.7 a 2.10 são utilizadas como uma primeira aproximação para
determinar as condições de formação de hidratos e para estimar a máxima
expansão permíssivel sem ocorrer a formação de hidrato. Essas figuras foram
construídas baseando-se na seguinte composição:

Fração Molar
C1 0,9267 0,8605 0,7350
C2 0,0529 0,0606 0,1340
C3 0,0138 0,0339 0,0690
iC4 0,0018 0,0084 0,0080
nC4 0,0034 0,0136 0,0240
C5 0,0014 0,0230 0,0300
densidade 0,603 0,692 0,796

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23

Exemplo: Encontre a pressão de formação de hidrato para o gás com a


composição abaixo. Temperatura = 50°F

Componente Fração molar Peso molecular Lb por lbmol


C1 0,784 16,043 12,58
C2 0,060 30,070 1,80
C3 0,036 44,097 1,59
iC4 0,005 58,124 0,29
nC4 0,019 58,124 1,10
N2 0,094 28,013 2,63
CO2 0,002 44,010 0,09
TOTAL 20.08

Densidade relativa da mistura = Mgas/Mar = 20,08/28,964 = 0,693

Da Figura 2.8 a 50°F P= 320 psia para a densidade igual a 0,7

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

24

Figuras 2.7 e 2.8 -Condições para formação de hidratos

Correlação de Towler e Mokhatab (2005)

Onde:

Th é a temperatura de formação de hidratros, °F


P é a pressão em psia
SG é a densidade relativa ( ar=1)

O anexo 3 apresenta a correlação de Katz para cálculo do ponto de hidrato.

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25

Figuras: 2.9 e 2.10 - Expansão permissível de um gás sem formação de


hidrato

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

26

2.4 - Inibição da formação de hidratos

A formação de hidrato pode ser evitada pela desidratação do gás ou


líquido. Em alguns casos não é possível ou é economicamente inviável operar as
linhas e equipamentos isentos de água. Se a temperatura mínima da linha estiver
abaixo do ponto de formação de hidratos, faz-se necessário uma inibição. Nestes
casos a inibição pode ser um método efetivo para prevenir a formação de
hidratos.

2.4.1 Tipos de inibidores

Algumas substâncias podem ser adicionadas no fluido para rebaixar as


temperaturas de formação de hidratos.

Os inibidores mais utilizados são o metanol e os glicóis. Os glicóis são


caracterizados por possuírem dois grupos hidroxilas. A hidroxila contribui para a
solubilidade e higroscopicidade na água. O EG, o DEG e o TEG são utilizados
para a inibição de hidratos. O mais utilizado é o Etileno glicol devido ao seu baixo
custo, baixa viscosidade e baixa solubilidade em hidrocarbonetos.

Todos os inibidores devem ser recuperados e recirculados mas a


recuperação do metanol nem sempre é econômica. Não é recomendável o uso de
DEG abaixo de - 10°C devido a sua viscosidade e a dificuldade de separação de
hidrocarbonetos líquidos.

CH3 – OH METANOL
OH – (CH2)2 – OH MONOETILENO GLICOL (MEG)
OH – (CH2)2 – O – (CH2)2 – OH DIETILENO GLICOL (DEG)
OH – (CH2)2 – O – (CH2)2 – O – (CH2)2 – OH TRIETILENO GLICOL (TEG)

A taxa total de injeção é a soma da concentração do inibidor na fase líquida


com o inibidor que passa para a fase vapor. O inibidor na fase vapor possui um
pequeno efeito sobre as condições de formação de hidrato.

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

27
A equação abaixo tem sido razoável para prever a mínima quantidade de
inibidor na fase aquosa:

Equação de Hammerschmidt (1934)

d= ___KW___
100M - MW

onde:
d= abaixamento do ponto de hidrato em °C
W = percentagem em peso do inibidor na fase aquosa
M = peso molecular do inibidor
K = constante (1297 para o metanol e 2220 para os glicóis)

Observações:
1. Para “d” em °F, K=2335 para o metanol e etanol, 2200 para MEG , 4370 para DEG e
5400 para o TEG.

2. “d” é a diferença entre a temperatura de formação de hidrato, a máxima pressão de


fluxo e a temperatura mínima de fluxo.

3. A Equação de Hammerschmidt é válida para W de 20 – 25% para metanol e de 60 - 70


para os glicóis. Para outras faixas d= - 129,6 ln XI , onde XI é a fração molar do inibidor
na fase aquosa.

Taxa de injeção de inibidor

mI = mw xR/(xL – xR)

mI é o fluxo mássico de solução do inibidor


mw é a fluxo mássico de água líquida
xR é a fração mássica do inibidor rico em água
xL é a fração do inibidor pobre em água

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

28

Passos:

1. Encontre a temperatura de formação de hidrato;


2. Encontre a menor temperatura do sistema;
3. Calcule a quantidade de água condensada;
4. Calcule a concentração do inibidor;
5. Calcule a massa do inibidor;
6. Calcule as perdas por vaporização e adicione ao item 5.

2.4.2 Perda de inibidor por vaporização

A quantidade de inibidor a ser utilizada não deve ser apenas suficiente para
prevenir a formação de hidrato, mas também deve ser suficiente para compensar
as perdas por vaporização como também a solubilidade na fase hidrocarboneto.

Quando utilizamos os glicóis em condições apropriadas as perdas são


pequenas, e podem ser estimadas como:

3,5 litros/106 std m3 ou 0,23 lb/MM scf

A pressão de vapor do metanol é bastante alta o que significa que parte do


metanol irá para a fase vapor. As Figuras 2.11 e 2.12 estimam as perdas de
metanol para a fase vapor e fase hidrocarboneto.

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

29

Figura 2.11 - Perdas de metanol para a fase vapor

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

30

Figura 2.12 - Perdas de metanol para a fase hidrocarboneto líquido

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

31

2.4.3 Ponto de Congelamento de soluções aquosas de glicóis

Os glicóis não congelam mas formam uma “pasta” que não fluem nas
tubulações. A concentração do glicol deve ser adequada para que isto não ocorra.
A Figura 2.13 mostra o ponto de congelamento dos glicóis mais comuns.

Figura 2.13 - Ponto de congelamento dos glicóis

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

32
2.5 Desidratação do Gás Natural

Nas situações onde a inibição não é possível é necessário se proceder a


remoção da água da corrente do gás. Esta remoção pode ser feita de diversas
maneiras:

‰ Resfriamento do gás natural


‰ Método de absorção (MEG, DEG e TEG)
‰ Método de adsorção (alumina, sílica-gel e peneiras moleculares)

Entende-se por adsorção qualquer processo em que as moléculas de um


gás são condensadas e retidas na superfície de um sólido por meio de forças de
atração superficiais. Cabe mencionar, por clareza de definição, que o processo
também se aplica a correntes líquidas e que além da adsorção física o processo
pode ser químico envolvendo uma reação entre os absorventes e os compostos
adsorvidos.

A adsorção física encontra aplicação na desidratação de gás natural,


podendo-se atingir com este processo teores de água na corrente efluente
menores que 1 ppm.

Os materiais de uso mais freqüente no tratamento do gás natural são:


a. sílica-gel
b. Alumina ativada
c. Peneira Molecular

Um material para ser bom absorvente deve apresentar uma série de


características sendo as mais importantes as seguintes:

2
‰ Grande área superficial, entre 500 e 800 m /grama
‰ Afinidade pela água
‰ Seletividade
‰ Elevada resistência mecânica
‰ Pequena resistência ao fluxo de gás
‰ Facilidade de reativação ou regeneração
‰ Vida útil

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

33

O teor de água de saída é função do adsorvente escolhido e do projeto da


unidade. Os seguintes dew points são alcançados:

Adsorvente Dew point de saída


Alumina -73°C
Silica gel - 60°C
Peneira molecular - 90°C

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34

2.6 Desidratação por absorção a glicol

Os glicóis são utilizados para aplicações onde se requer depressões de 60


a 120°F no ponto de orvalho.

Em plantas de gás natural, face às baixas temperaturas atingidas utiliza-se


o MEG. A Figura 2.14 mostra um típico sistema de injeção de glicol em Unidades
de Processamento de Gás Natural (UPGN)

O DIETILENO E O TRIETILENO GLICOL são os líquidos normalmente


mais empregados na desidratação do gás natural. O TEG é mais utilizado devido:

‰ Ser mais facilmente regenerado para solução 98 a 99,5% em separação


atmosférica devido a sua alta temperatura de ebulição;
‰ Tem uma temperatura de decomposição de 404°F. A temperatura do
DEG é 328°F.
‰ A perda por vaporização é baixa.

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

35
2.6.1 Fluxograma de processo

Figura 2.14a – Sistema de injeção de Monoetileno-Glicol

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36

Figura 2.14b – Sistema de absorção a TEG

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37

2.6.2. Variáveis operacionais

‰ TEMPERATURA

A temperatura não deve ser tão baixa. 50°F é considerada a mínima


temperatura de operação devido ao glicol ficar muito viscoso, ineficiente e com
grande tendência a formação de espuma.
A temperatura do glicol pobre que entra na absorvedora tem um efeito
significante no ponto de orvalho diferencial do gás e deverá ser reduzida ao
mínimo para termos uma operação eficiente.

‰ PRESSÃO

A uma temperatura constante, a água no gás de entrada aumenta com o


decréscimo da pressão. Entretanto, numa faixa normal de operação a pressão
não é considerada fator crítico.

‰ TAXA DE CIRCULAÇÃO DE GLICOL

Quando o número de pratos e a concentração do glicol são fixas, a


depressão do ponto de orvalho é função da taxa de circulação de glicol. As taxas
mínimas e máximas são 2 galões e 7 galões por libra de água a ser removida. As
Figuras 2.15 a 2.18 mostra e eficiência de remoção de água em função da taxa
de circulação de glicol.

‰ CONCENTRAÇÃO DO GLICOL

Quanto maior a concentração do glicol regenerado que entra na


absorvedora, mais eficiente é o processo de adsorção.

‰ PH DO GLICOL

O pH ótimo da solução de glicol é 7,3 e o máximo recomendado é 8,5.


Glicol com maior pH tenderá a saponificar os hidrocarbonetos presentes e criará
problemas de espuma. Deve-se utilizar trietalonamina ou Borax para ajustar o pH.
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38

Figuras 2.15 a 2.16 - Remoção de água versus taxa de circulação de glicol

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39

Figuras 2.17 e 2.18 - Remoção de água versus taxa de circulação de glicol

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40

2.6.3. Problemas Operacionais

‰ PERDAS DE GLICOL

As perdas de glicol pela regeneradora podem ser constatadas, na ausência


do vento, através do vapor que sai do topo da torre. Se o vapor descer ao invés
de subir é indicação que há excesso de glicol no vapor de água.
As principais perdas de vapor pela regeneradora são:
a. Recheio velho, quebrado e entupido
b. Temperatura muito baixa no condensador de topo, causando
condensação excessiva. Deve ser previsto um by pass para o
condensador.
c. Presença de hidrocarbonetos líquidos no refervedor os quais flasheiam
e sobem pela torre arrastando consigo grandes quantidades de glicol.

‰ DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA

Calor excessivo, resultado das seguintes condições, decompõe o glicol e


formam compostos corrosivos:
a. Alta temperatura no refervedor provoca decomposição
b. Alta taxa de fluxo de fluxo térmico, algumas vezes usadas no projeto
para baixar os custos do equipamentos.
c. Superaquecimento localizado, causado por depósito de sal nos tubos
ou por deficiência na direção da chama dos tubos.

‰ CORROSÃO

A presença de oxigênio e H2S no gás de entrada acentua os problemas de


corrosão. O oxigênio oxida o glicol formando ácidos corrosivos. O H2S diminui o
pH do glicol e escurece a solução.

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41

‰ HIDROCARBONETO LÍQUIDO

É resultante do carregamento pelo gás ou condensação na absorvedora.


Aumenta a formação de espuma, degradação e perdas de glicol.
A presença de hidrocarbonetos líquidos no glicol pode se proveniente do
scrubber de entrada, quando este estiver operando mal, ou o glicol que alimenta a
absorvedora com temperatura abaixo da entrada.

‰ FILTRAÇÃO E PURIFICAÇÃO

O teor de sólidos no glicol deve ser controlado. Uma boa filtragem da


solução irá prevenir o desenvolvimento de borra nas bandejas da absorvedora e
recheio do regenerador.
Carvão ativado é utilizado para remover impurezas do glicol. O Filtro de
carvão deve ser localizado após o filtro para remoção de sólidos, pois o carvão
não é muito eficiente para este fim.

‰ ESPUMA

A formação de espuma aumenta as perdas de glicol e diminui a capacidade


da planta. O glicol será arrastado pelo gás na saída do absorvedor quando se
estabelece formação de espuma nas bandejas. A maneira mais fácil de detectar a
ocorrência de espuma é através da perda de carga na torre.

‰ CONTAMINAÇÃO COM SAL

Depósitos de sal aceleram a corrosão nos equipamentos, reduz a


transferência de calor nos tubos do refervedor. O sal carreado poderá ser
prevenido com o uso de um scrubber eficiente na entrada da planta.

‰ CRISTALIZAÇÃO DO GLICOL

As soluções aquosas de glicol cristalizam, numa certa concentração,


quando submetidas a baixas temperaturas.

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

42

2.7 Desidratação por Peneiras Moleculares

2.7.1 Introdução

Peneiras Moleculares são alumino-silicatos metálicos de estrutura


cristalina, com poros de 3 a 10 Angstroms (A) de diâmetro, sendo esta dimensão
determinada pelo metal que, para a maioria das aplicações é o sódio.

Devido ao tamanho tão controlado dos poros, as peneiras moleculares não


têm tendência a adsorver hidrocarbonetos, muito embora a presença destes
interfira na sua boa operação. É o adsorvente que requer maiores temperaturas
de regeneração, ente 260 a 316°C. Obtém-se, com peneira molecular, teores de
água no gás desidratado inferiores a 1 ppm e por isto, a aplicação típica deste
adsorvente é para gases que serão submetidos a processos criogênicos.

Peneiras moleculares se comportam como adsorventes físicos. Assim,


quando moléculas entram na estrutura interna de peneiras moleculares, elas são
adsorvidas por forças físicas.

Para a maioria dos adsorventes a quantidade de material adsorvido


aumenta rapidamente para o valor de equilíbrio quando sua concentração
aumenta na fase fluida. As peneiras moleculares, no entanto, apresenta uma
adsorção que é pouco sensível a concentração do componente na fase fluida.

Portanto, para promover a retirada de umidade de um gás, as peneiras


moleculares combinam dois efeitos: a adsorção e o tamanho dos poros.

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43

Figura 2.19 – Capacidade de adsorção versus umidade relativa

Diâmetros críticos de algumas moléculas, angstron


Água 2,6
Amônia 2,9
Oxigênio 3,5
Sulfeto de hidrogênio 3,6
Metanol 3,6
Nitrogênio 3,8
Metano 3,8
Dióxido de carbono 3,9
Etano 4,4
Propano 4,3
n-butano até n-C22H46 4,3
Etanol 4,5

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

44

2.6.2 Considerações práticas a respeito da adsorção

Existem muitos fatores que podem influenciar o desempenho de uma


peneira molecular. Em um determinado sistema de adsorção, vários ou todos
estes fatores podem influenciar o desempenho do sistema.

Transferência de massa

Em um sistema de adsorção de leito fixo a transferência de umidade do


fluido para o leito é feito através de uma zona de transferência de massa (MTZ).
Essa zona é um comprimento finito do leito de adsorvente. Por convenção, o
comprimento é considerado quando a concentração da umidade estiver entre
95% a 5% da concentração de entrada. A posição da zona de transferência de
massa é continuamente deslocada da entrada até a saída do leito.

Figura 2.20 – Zona de Transferência de Massa

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

45

Regeneração

O leito exausto deve ser regenerado para remover a umidade adsorvida. A


regeneração adota o seguinte princípio: As condições que cercam o adsorvente
são alteradas para condições que apresentam um baixa capacidade de equílibrio.
A regeneração normalmente é feita através da alteração da pressão ou
temperatura. Algumas vezes são utilizadas temperaturas de regeneração maior
do que a requerida para aumentar a velocidade de regeneração das peneiras. As
peneiras moleculares são termicamente estáveis a temperaturas próximas de
540°C.

O adsorvente

Em relação ao adsorvente devem ser considerados os seguintes aspectos:


Área superficial e volume poroso, tamanho da partícula, estrutura particulada e o
grau de ativação da peneira molecular.

Variáveis do sistema

As variáveis que influenciam no desempenho das peneiras são:


Temperatura, pressão, umidade de entrada, velocidade do fluido e contaminantes.

Seletividade

A seletividade é influenciada pela polaridade, composição da corrente e


abertura dos poros.

Perda de carga

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

46

2.7.3 Fluxograma do Processo

A Figura 2.22 representa um fluxograma de processo simplificado para


uma unidade de desidratação por Peneiras Moleculares com utilização de gás
seco para regeneração. Para qualquer sistema de adsorção o esquema é
essencialmente o mesmo, variando o número de leitos e a duração do ciclo de
adsorção.

O Leito de adsorvente só pode adsorver uma quantidade finita de água,


sendo logo após necessário ser regenerado. Assim, para que se tenha um
processo contínuo dois ou mais vasos são necessários. Geralmente um leito está
na etapa de regeneração enquanto os outros estão na etapa de adsorção.

O Gás úmido entra primeiramente em um separador de entrada para


remoção de hidrocarbonetos líquidos que, quando presentes, contribuem para a
diminuição da vida útil do adsorvente. Segue então para os leitos de adsorção
que não estiverem sendo regenerados, fluindo do topo para o fundo para evitar a
fluidização do leito.

A vazão de gás necessária para regeneração é cerca de 5 a 10% da vazão


de entrada. A regeneração é feita com gás quente fluindo em sentido contrário ao
do fluxo durante a adsorção, isto é, de baixo para cima. Após a regeneração o
leito de adsorvente deve ser resfriado até a temperatura normal de operação.

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

47

Figura 2.21 – Sistema de desidratação por peneira molecular

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CAPÍTULO 2 DESIDRATAÇÃO DO GÁS NATURAL

48

Figura 2.22 – Ciclo de regeneração em peneiras moleculares

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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

49

3 Dessulfurização do Gás Natural

3.1 Remoção de Contaminantes

A Remoção de contaminantes do gás natural é necessária por razões de


segurança, controle de corrosão, especificação de produtos, prevenir
congelamento a baixas temperaturas e por razões de custos de compressão.

Os seguintes contaminantes podem estar presentes no gás natural:

‰ Amônia (NH3)
‰ Sulfeto de Hidrogênio (H2S)
‰ Dióxido de carbono (CO2)
‰ Sulfeto de Carbonila (COS)
‰ Dissulfeto de Carbono (CS2)
‰ Mercaptans (RSH)
‰ Nitrogênio (N2)
‰ Água (H2O)
‰ Dióxido de Enxofre (SO2)

A Remoção de compostos de enxofre e dióxido de carbono cumpre vários


objetivos, desde especificar o gás para venda e consumo, passando por aspectos
de segurança e operacionais.

A Remoção do CO2 visa aumentar o poder calorífico do gás e redução do


custo de transporte do mesmo, principalmente se este componente estiver em
grande quantidade. O CO2 também pode ser removido com os objetivos de evitar
a formação de gelo seco em processos criogênicos, ou minimizar problemas de
corrosão em dutos de transferência e equipamentos de processo.

Dos compostos de enxofre presentes no gás natural, o H2S é o de maior


relevância visto ser o que aparece em teores mais elevados, contudo, mercaptans
(RSH), sulfeto de carbonila e bissulfeto de carbono (CS2) são também importantes
e devem ser considerados.
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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

50

É interessante notar a possibilidade de recuperação de enxofre


simultaneamente a remoção de gases ácidos empregando o Processo CLAUS
que é o mais utilizado.

Quanto ao H2S, o principal motivo para sua remoção é a sua toxidez.


Quase duas vezes mais tóxico que o monóxido de carbono e quase tão tóxico
quanto o ácido cianídrico (HCN).

PPM VOL H2S EFEITOS

0,01 – 0,15 Limite de detecção do odor


10 Máxima concentração para exposição prolongada
10 – 100 Sintomas leves após algumas horas de exposição.
200 - 300 Máxima exposição durante uma hora sem efeitos graves.
500 – 700 Exposição perigosa no período de 30 a 60 minutos
700 – 900 Fatal em menos de 30 minutos
> 1000 Morte imediata

Quando dissolvido em água, o H2S é corrosivo ao aço. A reação com o


ferro em meio aquoso produz hidrogênio atômico e sulfeto de ferro que é catódico
em relação ao aço, formando pilhas galvânicas e, por conseguinte, a corrosão por
pites.

O hidrogênio atômico que não pode se combinar formando hidrogênio


molecular, devido, por exemplo, a presença do sulfeto de ferro, se difunde através
do aço podendo interagir com inclusões metálicas e acarretar, nestes locais,
acúmulo de hidrogênio, já na fase gasosa, formando bolhas ou trincas.

O gás carbônico ao se dissolver em água forma ácido carbônico (H2CO3), o


qual acelera a ação corrosiva devido ao H2S, e iniciando seu próprio processo
corrosivo com o aço.

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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

51

Figura 3.1 – Corrosão sobtensão em sistemas de gases ácidos

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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

52

3.2 Escolha do processo

Vários são os processos disponíveis para tratamento de gás natural. A


maioria dos processos utiliza solventes os quais absorvem os gases ácido física
ou quimicamente. Na absorção química, as reações podem ser reversíveis (H2S e
MEA) ou irreversíveis (COS e MEA).

Os processos por absorção física remove os gases ácidos na proporção


direta de suas pressões parciais.

Existe várias variáveis envolvendo a escolha de uma tecnologia para o


tratamento de gases ácidos. Alguns fatores a ser considerados são:

‰ Natureza e concentração de impurezas no gás


‰ Especificações requeridas no gás tratado
‰ Temperatura e Pressão do gás ácido e do gás tratado
‰ Volume do gás a ser tratado
‰ Composição da corrente de hidrocarbonetos
‰ Seletividade requerida na remoção do gás ácido

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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

53

3.3 Principais processos

‰ AMINAS
- Monoetanolamina (MEA)
- Dietanolamina (DEA)
- Trietanolamina (TEA)
ABSORÇÃO QUÍMICA - Metildietanolamina (MDEA)
‰ SODA CÁUSTICA
‰ CARBONATO DE POTÁSSIO QUENTE
- Benfield
- Catacarb

‰ SELEXOL®
‰ SOLVENTE FLUOR
ABSORÇÃO FÍSICA
‰ RECTISOL
‰ PURISOL
‰ CATASOL
PROCESSOS ‰ SULFINOL®
COMBINADOS ‰ ALTA PUREZA
‰ ÓXIDO DE FERRO (FERRO ESPONJA)
‰ CHEMSWEET®
LEITO SÓLIDO ‰ SULFA-CHECK®
‰ SULFATREAT®
‰ PENEIRA MOLECULAR
PERMEAÇÃO MENBRANAS
‰ LO-CAT®
QUELATOS DE FERRO
‰ SULFEROX®

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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

54

3.4 Processos com soluções de aminas

3.4.1 Princípios

Os processos de tratamento que utilizam soluções de aminas são


largamente empregados na remoção de CO2 e H2S do gás natural, principalmente
por serem processos de circulação contínua de menor vazão circulante e por
removerem facilmente o H2S até os níveis requeridos, operando com pressões a
partir de 7 kgf/cm2. À pressões menores, a pressão parcial de equilíbrio é limitante
da remoção que pode ser obtida.

A MEA é a amina de uso mais generalizado. A escolha entre MEA e DEA é


puramente econômica. Quando o gás contém quantidades relativamente altas de
COS e CS2 a MEA deve ser evitada por reagir irreversivelmente com estes
compostos formando produtos de degradação que obrigarão à substituição
frequente da solução.

O uso da MEA também não é recomendado quando o gás contém


mercaptans pois a mesma não é capaz de absorvê-los da corrente gasosa.

As vantagens que podem ser atribuídas à MEA são sua maior reatividade e
a facilidade em atingir a especificação de 4 ppm H2S no gás tratado enquanto que
a DEA, em condições normais só atinge 8 ppm.

As reações que ocorrem entre a MEA e os gases ácidos podem ser


representadas pelas seguintes equações:

2 (HOC2H4NH2) + H2S ↔ (OHC2H4NH3)2S

2 (HOC2H4NH2) + H2S + CO2 ↔ (HOC2H4NH3)HCO3

O processo de MEA se baseia no fato que as reações acima são


reversíveis pela aplicação do calor, regenerando os gases ácidos e a MEA.
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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

55

O produto da reação da MEA com H2S, o sal sulfídrico é o menos estável e


sua regeneração ocorre entre 116 e 126°C. O bicarbonato e o carbonato formado
pela reação da MEA com o CO2 requer temperatura mais alta e calor adicional
para regenerar . Devido a esse fato a quantidade de CO2 é maior que a de H2S na
MEA regenerada.

O COS e o CS2 quando presentes no gás natural promovem decomposição


da MEA.

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CAPÍTULO 3 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

56
3.4.2 Fluxograma do processo

A n mostra um fluxograma típico de processo com MEA.

Figura 3.1 – Processo de dessulfurização por reação Química

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CAPÍTULO 4 DESSULFURIZAÇÃO DO GÁS NATURAL

57
3.5 Processos em leito sólido

Dos processos em leito sólido utilizados no tratamento de gás um dos mais


antigos e simples é o processo ferro esponja. O ferro esponja é constituído por
aparas de madeiras impregnadas com um óxido de ferro hidratado.

Outro tipo de processo bastante utilizado é o tratamento com peneiras


moleculares que remove seletivamente o gás sulfídrico na presença de gás
carbônico. Uma característica importante desse processo é a desidratação
simultânea do gás a ser tratado.

O Processo Sulfatreat® é em leito sólido que não apresenta líquidos livres.


Sua característica de ser um processo seco e mais previsível, de fácil operação e
seguro que outros produtos no mercado incluindo ferro esponja e outros
processos líquidos.

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CAPÍTULO 4 UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL

58

4 Unidades de Processamento de Gás Natural

4.1 Conceitos

4.1.1 Índice de Rendimento

É definido como sendo a quantidade de líquido obtido numa Unidade de


Processamento de Gás Natural. É expressa em metros cúbicos de líquido a 20°C
e 1 atm por 1000 m3 de gás natural a 20°C e 1 atm.

4.1.2 Recuperação

A recuperação de um determinado componente é definida como sendo a


razão entre a quantidade desse componente (em mol) que passou para a fase
líquida dividido pela quantidade que entrou na Unidade de Processo multiplicado
por 100.

4.2 Produtos de uma UPGN

Conforme definido anteriormente, o processamento do gás natural resulta


na recuperação de hidrocarbonetos líquidos e na produção de um gás residual.

Existem 4 alternativas básicas para produção de líquidos numa UPGN:

9 Produção de um líquido de gás natural (LGN)


9 Produção de GLP e C5+ .
9 Produção de Etano Líquido, GLP e C5+
9 Produção de Propano, Butano, C5+

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CAPÍTULO 4 UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL

59

4.3 Escolha do Processo

Em termos econômicos, a escolha do melhor processo a ser utilizado em


uma UPGN depende basicamente de três fatores, a saber:

‰ Pressão do gás,
‰ Composição do gás
‰ Recuperação desejadas

No entanto, como não existem critérios rígidos que orientem a seleção, é


recomendável que se faça um estudo técnico e uma análise econômica para cada
tipo de processo. A análise deverá considerar entre outros, os seguintes fatores:

‰ Recuperações obtidas
‰ Quantidade, tipo, origem (Nacional ou Importado) dos equipamentos
‰ Instrumentação
‰ Custos operacionais
‰ Consumo de utilidades

São quatro os principais processos para recuperação de hidrocarbonetos


líquidos ou controle de dew-point do gás natural:

‰ Refrigeração Simples
‰ Absorção Refrigerada
‰ Expansão Joule-Thomson
‰ Turbo-expansão

Todos os processos têm em comum o princípio básico de promover a


condensação dos hidrocarbonetos mais pesados por meio da redução da
temperatura. O processo de Absorção refrigerada, no entanto, utiliza a
refrigeração apenas como auxiliar para obter maiores recuperações, sendo o óleo
de absorção o agente fundamental na recuperação de hidrocarbonetos líquidos.
Sua aplicação típica é na recuperação de propano e mais pesados, havendo
sempre uma recuperação incidental de etano.

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CAPÍTULO 4 UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL

60

Como os investimentos e custos de operação da Absorção refrigerada


estão diretamente relacionados as vazões de óleo circulante, este tipo de
processo deixa de ser interessante a medida que se deseja recuperações de
etano mais elevadas e que requerem maiores circulações de óleo. A grande
vantagem deste processo é a manutenção da pressão de admissão do gás,
requerendo pouca, ou nenhuma recompressão do gás residual.

Quanto aos dois processos de expansão, ambos causam resfriamento do


gás devido à redução da pressão; a diferença básica entre eles, em termos
termodinâmicos, é que o primeiro é isentálpico ou o segundo é isoentrópico.

Para os processos em fluxo, a variação da entalpia é dada pela diferença


entre o calor trocado com o ambiente e o trabalho executado pelo fluido (ΔH = Q –
WS). A Expansão Joule-Thomson ocorre em uma válvula e, por ser instantânea,
pode ser considerada um processo adiabático, isto é, um processo no qual não há
trocas de calor com o ambiente. Como também nenhum trabalho é executado
pelo fluido durante a expansão, conclui-se que não há variação de entalpia – o
Processo é Isoentálpico.

A expansão do gás em uma turbina também é um processo adiabático,


porém é possível realizar trabalho, geralmente em um eixo que aciona um
compressor, e neste caso a variação de entalpia é diferente de zero. Se o
processo fosse adiabático e reversível seria um processo a entropia constante –
isoentrópico. Como na prática, todos os processos são em maior ou menor grau,
irreversíveis, consideração o processo turbo-expansão como isoentrópico e
aplica-se uma eficiência variando de 60 a 85% para levar em conta a
irreversibilidade.

Em outras palavras, a eficiência do processo é a relação entre o trabalho


realmente recuperado no turbo-expansor e o trabalho que seria produzido se a
turbina fosse isoentrópica. A eficiência do processo de turbo-expansão é
importante por várias razões: Além de estar diretamente relacionada ao trabalho
produzido, da eficiência do processo dependerão a temperatura obtida e a
produção de líquido.

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CAPÍTULO 4 UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL

61

A Figura 4.1 mostra esquematicamente em um diagrama entalpia versus


entropia (Mollier) os resultados de uma expansão Joule-Thomson e uma
expansão num turboexpansor. Ela é uma representação termodinâmica dos dois
processos para um gás natural de densidade 0,6. Nesse exemplo o gás natural a
200 °F e uma pressão de 1000 psia é expandido para 500 psia. Se a expansão se
dá através de uma válvula de expansão a temperatura final é de 180°F. Se a
expansão se dá através de um turboexpansor a temperatura é de 100°F. O
resfriamento adicional obtido pelo processo isoentrópico é o princípio fundamental
de uma planta com o processo por turbo-expansão.

O Processo de turbo-expansão é indicado quando se deseja alta


recuperação de etano, pois as temperaturas obtidas são suficientemente baixas
para promover a condensação deste componente. Já o Processo Joule-Thomson
requer que o gás esteja a uma pressão suficientemente elevada e temperatura
suficientemente baixa para que possa haver condensação.

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62

Figura 4.1. Comparação entre uma expansão isentálpica e isoentrópica para


um gás com densidade 0,6.

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63

4.4 Processo de Refrigeração Simples

É o processo mais simples. Consiste no resfriamento do gás de modo a


promover a condensação do propano e hidrocarbonetos mais pesados. Este
processo encontra grande aplicação quando o objetivo é recuperar componentes
a partir do propano.

Neste Processo a corrente de gás natural é resfriada num trocador gás-gás


onde ocorre a injeção de Monoetilenoglicol para evitar a formação de hidrato. Em
sequência o gás é resfriado a aproximadamente -35°C num trocador de calor com
propano refrigerante. O líquido condensado é separado num separador a baixa
temperatura e estabilizado numa desetanizadora. Este separador é trifásico onde
o glicol exausto é retirado numa bota.

Em muitos casos o produto de topo da desetanizadora é comprimido,


resfriado e reciclado para a corrente de entrada do gás. O produto de fundo é o
LGN. Os gases que saem do separador a baixa temperatura trocam calor com o
gás de entrada aumentando o rendimento térmico da unidade.

Dependendo da composição e pressão as recuperações de propano


variam de 30 a 50%.

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64

+
Óleo Quente

C3
Deetamizadora

Regeneração
Glicol para
-34ºC

C3
Glicol
Glicol

Gás Residual
Gás Entrada

Figura 4.2 – Processo de Refrigeração Simples

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65

4.5 Processo de Refrigeração em cascata

Quando é desejável aumentar a recuperação de etano e propano é


necessário resfriar a corrente de gás a temperaturas significativamente baixas da
ordem de -84°C. Esta temperatura é obtida através de um sistema de refrigeração
a etano ou etileno em cascata com o sistema de refrigeração a propano. Esta
temperatura baixa aumenta a recuperação de propano para mais de 90% e de
etano para 70%.

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66

+
C3
Deetamizadora
-84ºC

C2
-34ºC

C3

Gás Residual
Entrada
Gás de

Figura 4.3 – Processo de Refrigeração Simples em cascata

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67

4.6. Processo de Absorção

No processo de absorção, o LGN é removido através do contato do gás


natural com um solvente líquido de hidrocarboneto (Óleo de absorção). Após a
absorção do LGN numa coluna de absorção o óleo rico (contendo LGN) é enviado
para uma torre de destilação onde o LGN é separado do óleo de absorção e
reciclado à torre absorvedora. Este processo foi desenvolvido em 1911 e tem
sofrido modificações por forças do mercado e devido ao avanço tecnológico.

No processo à temperatura ambiente o gás natural entra em contato com o


óleo de absorção (Peso molecular 150) a cerca de 38°C. O óleo rico sai do fundo
da absorvedora e é enviado para uma depropanizadora onde é separado o
propano e componentes mais leves que retornam a corrente de gás.

O óleo rico sai do fundo da depropanizadora e é enviado a uma


fracionadora onde o produto de topo é o C4+ . O produto de fundo é resfriado e
enviado para a absorvedora. A recuperação típica deste processo é 75% de
butanos e 85-90% de pentanos e mais pesados.

No processo de Absorção refrigerada o óleo pobre é resfriado com propano


refrigerante para aumentar a recuperação de propano até 90%.

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68

LGN

Fracionadora

Aguarrás
Desetanizadora

Água
Absorvedora
Residual

Entrada
Gás

Gás

Figura 4.4 – Processo de Absorção e temperatura ambiente

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69

LGN

Desetanizadora

C3
Residual

Entrada
Gás

Gás

Figura 4.5 – Processo de Absorção Refrigerada

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70

4.7 Processo Joule-Thomson (J-T)

Com o aumento da demanda de etano , um processo alternativo ao alto


custo do processo de refrigeração em cascata que simplifica os requisitos dos
equipamentos necessários é o Processo Joule-Thomson.

O Resfriamento do gás se dá através da expansão numa válvula de


controle onde são obtidas temperaturas da ordem de -73°C. Devido a este
resfriamento o Processo J-T se aplica quando se deseja altas recuperações de
etano, em torno de 70%. Como a fonte de resfriamento é obtida pela redução da
pressão do gás, este processo não necessita de sistema de refrigeração. Ele é
economicamente viável se não for necessário recomprimir o gás para venda.

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71

C2 + LGN
Demetanizadora
-84ºC

JT
-34ºC

C3

Residual
Entrada

Gás
Gás

Figura 4.6 – Processo Joule-Thomson

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72

4.8 Processo Turbo-Expansão

As plantas de gás utilizando o processo de turbo-expansão vem


substituindo o processo de absorção devido ao seu baixo custo de investimento,
simplicidade de operação e altas recuperações de propano.
O conceito de turboexpansor data de 1900 quando Georges Claude
instalou um pequeno equipamento numa planta de produção de oxigênio. Em
1940 turboexpansores foram utilizados em plantas de separação de ar. A primeira
utilização de turboexpansores em plantas de gás foi em 1964 numa planta no
Texas.
Como o custo de recompressão do gás é significativo , o processo foi
introduzido para reduzir os custos dessa recompressão. Como já foi mencionado,
este processo baseia-se na expansão isoentrópica de gases refrigerados para
produzir temperaturas criogênicas da ordem de - 101°C. Pode ser obtidas
recuperações de etano da ordem de 75 a 85%. A energia recuperada no expansor
é utilizada para recomprimir o gás diminuindo assim, o custo total de
recompressão do processo.

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73

C2 + LGN
Residual

Demetanizadora
Gás
-101ºC
Expanssor

JT
Compressor

-34ºC

C3
Entrada
Gás

Figura 4.7 – Processo Turbo-Expansão

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74

4.8.1. Descrição do processo

Uma planta turboexpansão produz refrigeração para condensar e recuperar


hidrocarbonetos líquidos contidos no gás natural através do mais eficiente método
disponível: expansão do gás num turboexpansor. A expansão de um gás natural
num turboexpander tem um comportamento termodinâmico aproximado de um
processo isoentrópico. A temperatura final de uma expansão isoentrópica é muito
menor que uma expansão isoentálpica através de uma válvula.

Representação do Processo Turboexpansão num diagrama termodinâmico

A figura 4.8 representa aproximadamente o processo de turboexpansão


num diagrama de pressão versus entalpia para o metano.

O gás de entrada é resfriado num trocador gás-gás utilizando o gás oriundo


do topo da demetanizadora (linha AB). O líquido formado no ponto B é retirado e
enviado para a demetanizadora. O gás formado é expandido até a pressão da
demetanizadora (linha BC). Essa expansão tem como produto um gás frio e
formação de líquido sendo enviado para a demetanizadora. O gás frio é aquecido
com o gás de entrada (linha CD) antes da recompressão (linha DE) e resfriamento
após a compressão (linha EF). Quando o turboexpansor estiver fora de operação
o processo se resume ao ciclo ABC’DEF.

Diagrama de fase

O projeto de processo deve ser feito envolvendo o diagrama de fase do gás


que alimenta o turboexpansor. A pressão e a temperatura selecionada no vaso de
entrada do turboexpansor determina as regiões de operação no diagrama de fase.
A discussão a seguir define as regiões adequadas de operação e explica as
conseqüências de se operar fora dessas regiões.

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75

Figura 4.8 – Processo Turbo-expansão no diagrama P-H


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76

Figura 4.9 – Fluxograma de processo turboexpansão

Figura 4.10 – Diagrama P-T para um processo turboexpansão

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77

4.8.2. Considerações de Projeto da Planta

Sistema de secagem do gás

Uma desidratação adequada do gás de entrada é essencial para o sucesso da


operação de uma planta turboexpansão. Pequenos traços de umidade no gás de
entrada podem provocar problemas de hidrato.
Uma forma de aumentar a flexibilidade da planta e evitar problemas na partida é
ter um sistema de secagem independente com capacidade de especificação do
gás mesmo que a planta não esteja operando. O sistema de secagem deve ser
comissionado alguns dias antes da partida da planta.
Para se ter um sistema de secagem independente deve-se:
• Instalar uma válvula de bloqueio a jusante do sistema de secagem para
isolar o sistema da planta de gás;
• Adicionar facilidades de modo que o gás seco seja direcionado para o
aquecedor de gás para regeneração;
• Prever gás combustível para alimentar o aquecedor de gás para
regeneração.

Filtros no gás de entrada

A instalação de um filtro separador no gás de entrada protege a peneira de


contaminação por arraste de líquido. Hidrocarbonetos líquidos na superfície da
peneira molecular danifica a sua capacidade de desidratação. Ele cobre os poros
impedindo a adsorção da água e aumenta a perda de carga no leito.

Trocadores de calor gás-gás

Se o sistema de desidratação permitir a entrada de vapor de água na planta


poderá formar hidrato nos tubos dos trocadores gás-gás aumentando sua perda
de carga. Quando a perda de carga aumenta a recuperação diminui. Em casos
extremos, o fluxo através dos permutadores pode ser totalmente bloqueado. Se
vapor de água continuar sendo carreado para dentro da unidade pode haver
formação de hidrato no turboexpansor. Para evitar esses problemas devem ser
instalados medidores de pressão diferencial nesses permutadores.

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78

Injeção de Metanol

Muitas plantas são equipadas com sistema de injeção de metanol em pontos


estratégicos. Se houver aumento do diferencial de pressão ao longo dos
permutadores deve ser providenciada a injeção de metanol.

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79

4.9 Acompanhamento Operacional de uma UPGN Turboexpansão

Uma UPGN, como toda unidade de processo, requer um acompanhamento


para que se possa otimizar a recuperação de líquidos. Além do acompanhamento
de variáveis operacionais tais como: pressão, temperatura, vazão e nível em toda
a unidade, o conjunto de ensaios efetuados pelo laboratório é uma preciosa fonte
de dados.

O Perfeito entendimento do processo, aliado a este conjunto de


informações possibilita ao pessoal envolvido na operação trabalhar com a
unidade sempre na máxima eficiência.

Principais indicadores de desempenho de uma UPGN

• Riqueza do Gás (C3+ ): Representa o somatório dos teores de propano e


mais pesados ( butanos, pentanos, hexanos, heptanos, etc.). Representa a
quantidade de LGN presente no gás natural.

• Perda de Propano: Representa a quantidade de propano que está sendo


perdido na corrente de gás industrial.

• Índice de rendimento: Este índice retrata a relação entre o LGN produzido


e a carga processada.

• Corte de GLP: É a relação entre a produção de GLP e a produção de


LGN, quanto maior o corte maior a produção de GLP. O corte depende da
composição do gás maior os teores de propano e butanos no gás maior o
corte de GLP.

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80

Desidratação

Umidade no gás desidratado acima de 0,1 ppm pode trazer sérios


problemas nas unidades de processamento de gás. A formação de hidratos na
parte criogênica da unidade pode trazer diversos problemas. Portanto, a
desidratação deve ser monitorada.
Devido ao trabalho do leito durante as etapas de adsorção e regeneração
provocam inevitavelmente a formação de finos proveniente da peneira molecular.
O acompanhamento dos filtros de pó é essencial devido o rotor do turboexpansor
ser sensível a erosão quando se têm partículas sólidas no gás.

Dióxido de Carbono

A presença de dióxido de carbono em quantidades suficientes para


provocar problemas de formação de sólidos na unidade pode requerer a sua
retirada antes do processamento. A formação de sólidos no sistema pode
acontecer em baixas temperaturas na saída do expansor. A Figura 4.11 mostra
condições aproximadas de formação de dióxido de carbono.

“Caixa fria”

A recuperação de produtos está diretamente relacionada com os


trocadores de calor, a “caixa fria”. O acompanhamento do diferencial de pressão
nas diversas correntes é importante para identificar formação de hidratos.

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81

Figura 4.11 – Condições de formação de CO2 sólido

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82

4.10 Problemas Operacionais

4.10.1 Relacionados com a Hidráulica das torres

4.10.2 Hidratos

Uma UPGN trabalha com altas pressões e baixas temperaturas, condições


propícias para a formação de hidratos. Portanto, a formação de hidratos é um
problema muito comum que, quando ocorre, provoca perda de produção,
desgaste de equipamentos e pode implicar, quando não detectado a tempo,
sérios riscos operacionais.

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BIBLIOGRAFIA
_____________________________________________________________________________________

83

BIBLIOGRAFIA

1. GPSA - Engineering data book


Vol I and II, 11th edition, 1998

2. Gas Conditioning and Processing


John M. Campbell, Larry Lilly and Robet Maddox

‰ Vol 1: The basic Principles, 7th edition, 328 pages, 1992


‰ Vol 2: The equipment modules, 7th edition, 407 pages, 1992

3. Introdução à Termodinâmica na Engenharia Química


J. M. Smith e H.C. Van Ness 3ª edição, 1980

4. Apostila “Processamento Primário do Gás Natural”


Luciana Rachid – PETROBRÁS – 1991

5. Expander Plants
Beverly K Stokes – Exxon Production Research Company – July 1981

____________________________________________________________________________________
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Publicado no DOU em 18 de junho de 2008

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

RESOLUÇÃO Nº 16, DE 17 DE JUNHO DE 2008

Estabelece a especificação do Gás Natural de origem nacional


ou importado a ser comercializado em todo o território nacional.

O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO GÁS NATURAL


E BIOCOMBUSTÍVEIS – ANP, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto nos
incisos I e XVIII, do art.8°, da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, alterada pela Lei nº
11.097, de 13 de janeiro 2005 e com base na Resolução de Diretoria nº 404, de 11 de junho de
2008,
Considerando a atribuição legal da ANP de estabelecer ações que contribuam para a
proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta de produtos;
Considerando que cabe à ANP estabelecer as especificações dos derivados de petróleo,
do gás natural e seus derivados e dos biocombustíveis;

Considerando a existência de recursos energéticos no País distribuídos mediante


autorização temporária;
Considerando a Resolução n°4 de 21 de novembro de 2006 do Conselho Nacional de
Política Energética estabelecendo diretrizes e recomendações para a importação de gás natural
liquefeito de forma a garantir suprimento confiável, seguro e diversificado de gás natural
visando a garantia do abastecimento;
Considerando que a introdução do gás natural liquefeito demanda a necessidade de
revisão da especificação; e
Considerando que o conceito de intercambiabilidade já vem sendo utilizado em vários
países, por garantir a operacionalidade das aplicações de gás natural de forma segura,
R E S O L V E:
Art. 1º. Fica estabelecida no Regulamento Técnico ANP parte integrante desta
Resolução, a especificação do gás natural, nacional ou importado, a ser comercializado em
todo o território nacional.
Art. 2º. Empresas ou consórcios de empresas que exerçam as atividades de
comercialização e transporte de gás natural no País, isto é, carregadores e transportadores bem
como as empresas distribuidoras deverão observar o disposto no Regulamento Técnico em
anexo.
Parágrafo único. A comercialização e o transporte de gás natural de especificações
diversas daquela indicada pelo Regulamento Técnico em anexo são permitidos, desde que
respeitadas as condições de entrega acordadas entre todas as partes envolvidas e os limites de
emissão de poluentes fixados pelo órgão ambiental ao qual caiba tal atribuição.
Art. 3º. Para os fins desta Resolução, ficam estabelecidas as seguintes definições:
I. Carregador: pessoa jurídica que contrata o transportador para o serviço de transporte
de gás natural especificado;

1/10
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Publicado no DOU em 18 de junho de 2008

II. Transportador: pessoa jurídica autorizada pela ANP a operar as instalações de


transporte;
III. Gás Natural Processado: é o gás natural nacional ou importado que, após
processamento, atende à especificação do Regulamento Técnico ANP parte integrante desta
Resolução;
IV. Gás Natural Liquefeito: é o gás natural no estado liquido obtido mediante processo
de criogenia a que foi submetido e armazenado em pressões próximas à atmosférica;
V. Instalações de Transporte: dutos de transporte de gás natural, suas estações de
compressão ou de redução de pressão, bem como as instalações de armazenagem necessárias
para a operação do sistema;
VI. Ponto de Recepção: ponto no qual o gás natural especificado é entregue pelo
carregador ou quem este autorize ao transportador;
VII. Ponto de Entrega: ponto no qual o gás natural especificado é entregue pelo
transportador ao carregador ou quem este autorize;
Art. 4º. A presente Resolução aplica-se ao gás natural a ser utilizado como
combustível para fins industriais, residenciais, comerciais, automotivos e de geração de
energia.
Parágrafo único. Para utilização como matéria-prima em processos químicos, a
qualidade deverá ser objeto de acordo entre as partes.
Art. 5º. O carregador fica obrigado a realizar as análises do gás natural nos pontos de
recepção, no intervalo máximo de 24 horas, a partir do primeiro fornecimento e encaminhar o
resultado ao transportador por meio de Certificado da Qualidade, o qual deverá conter o
resultado da análise de todas as características, os limites da especificação e os métodos
empregados, comprovando que o produto atende à especificação constante do Regulamento
Técnico.
§ 1°. O Certificado da Qualidade deverá ser firmado pelo químico responsável pelas
análises laboratoriais efetuadas, com indicação legível de seu nome e número de inscrição no
respectivo órgão de classe.
§ 2°. No caso de cópia emitida eletronicamente, deverão estar indicados, na cópia, o
nome e o número da inscrição no órgão de classe do químico pelas análises laboratoriais
efetivadas.
§ 3°. O carregador deverá enviar à ANP, até o 15º (décimo quinto) dia do mês
subseqüente àquele a que se referirem os dados enviados, um sumário estatístico dos
Certificados da Qualidade, em formato eletrônico, seguindo o modelo disponível no sítio da
ANP, para o endereço eletrônico carregadorgn@anp.gov.br.
Art. 6º. O transportador fica obrigado a realizar a análise do produto e a emitir o
Boletim de Conformidade com os resultados da análise e os limites da especificação das
seguintes características: poder calorífico superior; índice de Wobbe; teores de metano, etano,
propano, butano e mais pesados; inertes (N2+CO2); dióxido de carbono e oxigênio; nos
seguintes pontos:
I – em todos os pontos de recepção após a homogeneização da mistura entre o gás
entrante e o gás passante no intervalo máximo de 24 horas a partir do primeiro recebimento;

2/10
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Publicado no DOU em 18 de junho de 2008

II – em todos os pontos de entrega com incidência de inversão de fluxo no duto de


transporte e vazão superior a 400 mil m³/d no intervalo máximo de 24 horas a partir da
primeira entrega.
§ 1º. Nos pontos de recepção, em caso de inexistência de mistura de produtos distintos,
o transportador poderá não realizar a análise, no entanto, deverá preencher o Boletim de
Conformidade com os dados enviados pelo carregador, constantes no Certificado da
Qualidade, tornando-se responsável pelos dados da qualidade informados.
§ 2º. O transportador deverá encaminhar ao carregador, a cada intervalo de até 24 horas,
cópia do Boletim de Conformidade, comprovando a qualidade do gás, firmado pelo químico
responsável pelas análises laboratoriais efetuadas, com indicação legível de seu nome e
número de inscrição no órgão de classe.
§ 3°. No caso de cópia emitida eletronicamente, deverão estar indicados, na cópia, o
nome e o número da inscrição no órgão de classe do químico pelas análises laboratoriais
efetivadas.
§ 4º. O transportador, se solicitado pelo distribuidor a que estiver ligado por ponto de
entrega comum, deverá disponibilizar cópia do respectivo Boletim de Conformidade a cada
intervalo de até 24 horas.
Art. 7º. Para efeito de identificação de carregador, transportador, ponto de recepção e
instalação de análise, em atendimento ao disposto nos artigos 5º e 6º, deverão ser utilizados os
códigos que permanecerão atualizados na página da ANP no endereço eletrônico
www.anp.gov.br.
Art. 8º. A ANP poderá, a qualquer tempo, submeter os agentes responsáveis pela
emissão do Certificado da Qualidade e do Boletim de Conformidade a auditoria de qualidade,
a ser executada por entidades credenciadas pelo INMETRO, sobre procedimentos e
equipamentos de medição que tenham impacto sobre a qualidade e a confiabilidade dos
serviços de que trata esta Resolução e seu Regulamento Técnico.
Art. 9º. O carregador e o transportador deverão manter sob sua guarda os Certificados
da Qualidade e os Boletins de Conformidade, respectivamente, pelo prazo mínimo 12 (doze)
meses a contar da data de emissão, e torná-los disponíveis à ANP sempre que solicitados.
Art. 10. A odoração do gás natural deverá ser realizada no transporte de acordo com as
exigências previstas durante o processo de licenciamento ambiental.
Art. 11. O gás natural deverá ser odorado na distribuição, atendendo às exigências
específicas de cada agência reguladora estadual.
Parágrafo Único: A dispensa de odoração do gás natural em dutos de distribuição cujo
destino não recomende a utilização de odorante e passe somente por área não urbanizada deve
ser solicitada ao órgão estadual competente para sua análise e autorização.
Art. 12. Os agentes mencionados pelo artigo 2° disporão do prazo de 240 dias para
atender aos limites de especificação constantes do Regulamento Técnico em anexo, período
no qual, em todo o caso, observarão, no mínimo, as especificações já constantes da Portaria
ANP n° 104, de 8 de julho de 2002.
Art. 13. O não atendimento ao disposto nesta Resolução sujeita o infrator às sanções
administrativas previstas na Lei nº 9.847 de 26 de outubro de 1999, alterada pela Lei n°
11.097, de 13 de janeiro de 2005, e no Decreto n° 2953, de 28 de janeiro de 1999, sem
prejuízo das penalidades de natureza civil e penal.

3/10
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Publicado no DOU em 18 de junho de 2008

Art. 14. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 15. Revoga-se a Portaria ANP n° 104 de 8 de julho de 2002, observados os termos
do art. 12 desta Resolução.

HAROLDO BORGES RODRIGUES LIMA


Diretor-Geral

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Publicado no DOU em 18 de junho de 2008

ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO ANP Nº 2/2008

1. Objetivo
Este Regulamento Técnico aplica-se ao gás natural processado, de origem nacional ou
importado, a ser comercializado em todo o território nacional.
1.1 Nota explicativa
O gás natural objeto desta especificação permanece no estado gasoso sob condições de
temperatura e pressão ambientes. É produzido a partir de gás extraído de reservatório,
consistindo de uma mistura de hidrocarbonetos, que contém principalmente metano, etano,
propano e, e em menores quantidades hidrocarbonetos superiores, podendo ainda apresentar
componentes inertes do ponto de vista da aplicação, tais como nitrogênio e dióxido de
carbono, bem como traços de outros constituintes.
O gás natural deve apresentar concentrações limitadas de componentes potencialmente
corrosivos de modo que a segurança e a integridade dos equipamentos sejam preservadas.
Esses componentes são sulfeto de hidrogênio, dióxido de carbono e água.
2. Sistema de Unidades
O sistema de unidades a ser empregado no Regulamento Técnico é o SI de acordo com a
norma brasileira NBR/ISO 1000.
Desta forma, a unidade de energia é o J, e seus múltiplos, ou o kWh, a unidade de pressão é o
Pa e seus múltiplos e a unidade de temperatura o K (Kelvin) ou o °C (grau Celsius).
3. Condição de referência
A condição de temperatura, pressão e umidade de referência requerida para o cálculo das
características de poder calorífico e de índice de Wobbe especificadas neste Regulamento
Técnico são 293,15K e 101,325kPa e base seca.
4. Normas Aplicáveis
A determinação das características do produto far-se-á mediante o emprego de normas da
American Society for Testing and Materials (ASTM), da International Organization for
Standardization (ISO) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Os dados de incerteza, repetitividade e reprodutibilidade, fornecidos nos métodos
relacionados neste Regulamento, devem ser usados somente como guia para aceitação das
determinações em duplicata de ensaio e não devem ser considerados como tolerância aplicada
aos limites especificados.
A análise do produto deverá ser realizada em amostra representativa do mesmo obtido
segundo método ISO 10715 – Natural Gas: Sampling Guidelines.
As características incluídas no Quadro I – Tabela de especificação do Gás Natural - deverão
ser determinadas de acordo com a publicação mais recente dos seguintes métodos de ensaio:

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4.1 Normas ABNT


MÉTODO TÍTULO

NBR/ISO 1000 Unidades SI e recomendações para o uso dos seus múltiplos e de algumas outras
unidades
NBR 14903 Gás natural – Determinação da composição por cromatografia gasosa
NBR 15213 Cálculo do poder calorífico, densidade, densidade relativa e índice de Wobbe de
combustíveis gasosos a partir da composição

4.2 Normas ASTM


MÉTODO TÍTULO
ASTM D 1945 STM for analysis of natural gas by gas chromatography
ASTM D 3588 Standard practice for calculating heat value, compressibility factor, and relative
density (specific gravity) of gaseous fuels
ASTM D 5454 STM for water vapor content of gaseous fuels using electronic moisture analyzers
ASTM D 5504 STM for determination of sulfur compounds in natural gas and gaseous fuels by gas
chromatography and chemiluminescence
ASTM D 6228 STM for determination of sulfur compounds in natural gas and gaseous fuels by
gas chromatography and flame photometric detection

4.3 Normas ISO


MÉTODO TÍTULO
ISO 6326-1 Natural gas – Determination of sulfur compounds, Part 1: General introduction
ISO 6326-3 Natural gas – Determination of sulfur compounds, Part 3: Determination of
hydrogen sulfide, mercaptan sulfur and carbonyl sulfide sulfur by potentiometry
ISO 6326-5 Natural gas – Determination of sulfur compounds, Part 5: Lingener combustion
method
ISO 6327 Gas analysis – Determination of water dew point of natural gas – Cooled surface
condensation hygrometers
ISO 6570 Natural gas – Determination of Potential Hydrocarbon Liquid Content
ISO 6974-1 Natural gas – Determination of composition with defined uncertainty by gas
chromatography, Part 1: Guidelines for tailored analysis
ISO 6974-3 Natural gas – Determination of composition with defined uncertainty by gas
chromatography, Part 3: Determination of hydrogen, helium, oxygen, nitrogen,
carbon dioxide, and hydrocarbons up to C8 using two packed columns
ISO 6974-5 Natural gas – Determination of composition with defined uncertainty by gas
chromatography, Part 5: Determination of nitrogen, carbon dioxide and C1 to C5
and C6+ hydrocarbons for a laboratory and on-line measuring system using three
columns
ISO 6974-6 Natural gas – Determination of composition with defined uncertainty by gas
chromatography, Part 6: Determination of hydrogen, helium, oxygen, nitrogen,

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carbon dioxide and C1 to C8 hydrocarbons using three capillary columns


ISO 6975 Natural gas – Extended analysis – Gas chromatographic method
ISO 6976 Natural gas – Calculation of calorific values, density, relative density and Wobbe
index from composition
ISO 6978-1 Natural gas – Determination of mercury, Part 1: Sampling of mercury by
chemisorption on iodine
ISO 6978-2 Natural gas – Determination of mercury, Part 2: Sampling of mercury by
amalgamation on gold/platinum alloy
ISO 10101-1 Natural gas - Determination of water by the Karl Fischer method - Part 1:
Introduction
ISO 10101-2 Natural gas - Determination of water by the Karl Fischer method - Part 2: Titration
procedure
ISO 10101-3 Natural gas - Determination of water by the Karl Fischer method - Part 3:
Coulometric procedure
ISO 10715 Natural gas – Sampling Guidelines
ISO 11541 Natural gas – Determination of water content at high pressure
ISO 13686 Natural gas – Quality Designation
ISO 15403 Natural gas – Designation of the quality of natural gas for use as a compressed fuel
for vehicles. Part 1 to 2.
ISO 18453 Natural gas – Correlation between water content and water dew point
ISO 19739 Natural gas - Determination of sulfur compounds using gas chromatography
ISO 23874 Natural gas - Gas chromatographic requirements for hydrocarbon dewpoint
calculation

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Quadro I: Tabela de especificação do Gás Natural (1)

LIMITE (2) (3) MÉTODO

CARACTERÍSTICA UNIDADE
Centro-
Norte Nordeste Oeste, NBR ASTM D ISO
Sudeste e
Sul
Poder calorífico kJ/ m³ 34.000 a 38.400 35.000 a 43.000
superior (4) 15213 3588 6976
kWh/m³ 9,47 a 10,67 9,72 a 11,94
Índice de Wobbe (5) kJ/m³ 40.500 a
46.500 a 53.500 15213 -- 6976
45.000
Número de metano,
(3) 65 -- -- 15403
mín. (6)
Metano, mín. % mol. 68,0 85,0 14903 1945 6974
Etano, máx. % mol. 12,0 12,0 14903 1945 6974
Propano, máx. % mol. 3,0 6,0 14903 1945 6974
Butanos e mais % mol.
1,5 3,0 14903 1945 6974
pesados, máx.
Oxigênio, máx. (7) % mol. 0,8 0,5 14903 1945 6974
Inertes (N2+CO2), % mol.
18,0 8,0 6,0 14903 1945 6974
máx.
CO2, máx. % mol. 3,0 14903 1945 6974
Enxofre Total, máx. -- 5504 6326-3
3
(8) mg/m 70 6326-5
19739
Gás Sulfídrico -- 5504
(H2S), máx. mg/m3 10 13 10 6326-3
6228
ºC -39 -39 -45 -- 5454 6327
Ponto de orvalho de
10101-2
água a 1atm, máx.
10101-3
(9)
11541
Ponto de orvalho de °C 15 15 0 -- -- 6570
hidrocarbonetos a 4,5
MPa, máx. (10)
Mercúrio, máx. (11) μg/m³ anotar -- -- 6978-1
6978-2

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Observações:
(1) O gás natural não deve conter traços visíveis de partículas sólidas ou líquidas.
(2) Os limites especificados são valores referidos a 293,15K (20ºC) e 101,325kPa (1atm) em base
seca, exceto os pontos de orvalho de hidrocarbonetos e de água.
(3) Os limites para a região Norte se destinam às diversas aplicações exceto veicular e para esse uso
específico devem ser atendidos os limites equivalentes à região Nordeste.
(4) O poder calorífico de referência de substância pura empregado neste Regulamento Técnico
encontra-se sob condições de temperatura e pressão equivalentes a 293,15K, 101,325 kPa,
respectivamente em base seca.
(5) O índice de Wobbe é calculado empregando o poder calorífico superior em base seca. Quando o
método ASTM D 3588 for aplicado para a obtenção do poder calorífico superior, o índice de Wobbe
deverá ser determinado de acordo com a seguinte fórmula:
IW = PCS
d

onde: IW – índice de Wobbe


PCS – poder calorífico superior
d – densidade relativa
(6) O número de metano deverá ser calculado de acordo com a última versão da norma ISO 15403-1.
Na versão ISO 15403-1:2006(E), considera-se o método GRI do Anexo D. Calcula-se inicialmente o
Número de Octano Motor - MON a partir da equação linear empírica, função da composição dos
componentes discriminados. Em seguida com o valor determinado para o MON calcula-se o número
de metano ou NM a partir da correlação linear entre NM e MON. Tais equações vêm descritas abaixo:

MON = (137 ,78 xme tan o ) + ( 29,948 xe tan o ) + ( −18,193 x propano ) + ( −167 ,062 xbu tan o ) + (181,233 xCO 2 ) + ( 26,994 x N 2 )

onde x é a fração molar dos componentes metano, etano, propano, butano, CO2 e N2.
NM = 1,445 × ( MON ) − 103,42

(7) Caso seja usado o método da norma ISO 6974, parte 5, o resultado da característica teor de
oxigênio deverá ser preenchido com um traço (-).
(8) É o somatório dos compostos de enxofre presentes no gás natural. Admite-se o limite máximo de
150 mg/m³ para o gás a ser introduzido no início da operação de redes novas ou então a trechos que
em razão de manutenção venham a apresentar rápido decaimento no teor de odorante no início da
retomada da operação.
(9) Caso a determinação seja em teor de água, a mesma deve ser convertida para (°C) conforme a
correlação da ISO 18453. Quando os pontos de recepção e de entrega estiverem em regiões distintas,
observar o valor mais crítico dessa característica na especificação.
(10) Pode-se dispensar a determinação do ponto de orvalho de hidrocarbonetos - POH quando os
teores de propano e de butanos e mais pesados forem ambos inferiores a 3 e 1,5 por cento molares
respectivamente de acordo com o método NBR 14903 ou equivalente. Anotar nesse caso ‘passa’ no
referido campo. Se um dos limites for superado, analisar o gás natural por cromatografia estendida
para calcular o ponto de temperatura cricondentherm- PTC (definida como a máxima temperatura do
envelope de fases) por meio de equações de estado conforme o método ISO 23874. Caso o PTC seja
inferior ao POH especificado em mais que 5°C, reportar o POH como sendo esse valor. Quando o
PTC não atender a esse requisito, determinar o POH pelo método ISO 6570. O POH corresponde à
acumulação de condensado de 10 miligramas por metro cúbico de gás admitido ao ensaio. Quando os

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pontos de recepção e entrega estiverem em regiões distintas, observar o valor mais crítico dessa
característica na especificação.
(11) Aplicável ao gás natural importado exceto o gás natural liquefeito, determinado semestralmente.
O carregador deverá disponibilizar o resultado para o distribuidor sempre que solicitado.

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Anexo 2: Especificação do GLP

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO


RESOLUÇÃO ANP Nº 18, DE 2.9.2004 - DOU 6.9.2004

O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO - ANP, em exercício, no uso das


atribuições que lhe foram conferidas pela Portaria nº 139, de 14 de julho de 2004, com base nas
disposições da Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997 e na Resolução de Diretoria nº 383, de 31 de
agosto 2004 e

Considerando que cabe à ANP proteger os interesses do consumidor quanto ao preço, à qualidade e à
oferta de produtos derivados de petróleo e gás natural.
Considerando o déficit do GLP para atender à demanda nacional.
Considerando a necessidade de conferir credibilidade à qualidade do produto, resolve:

Art. 1º. Estabelecer, através da presente Resolução, as especificações dos Gases Liqüefeitos de
Petróleo - GLP, de origem nacional ou importada, comercializados pelos diversos agentes econômicos
no território nacional, consoante as disposições contidas no Regulamento Técnico ANP nº 2/2004, parte
integrante desta Resolução.
Parágrafo único. A presente Resolução aplica-se aos Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP a serem
utilizados para fins industriais, residenciais e comerciais, nas aplicações previstas pela legislação
vigente, não se aplicando ao uso dos mesmos como matéria-prima em processos químicos.
Art. 2º. Para efeitos desta Resolução os Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP classificam-se em:
I - Propano Comercial - mistura de hidrocarbonetos contendo predominantemente propano e/ ou
propeno.
II - Butano Comercial - mistura de hidrocarbonetos contendo predominantemente butano e/ ou buteno.
III - Propano / Butano - mistura de hidrocarbonetos contendo predominantemente, em percentuais
variáveis, propano e/ou propeno e butano e/ou buteno.
IV - Propano Especial - mistura de hidrocarbonetos contendo no mínimo 90% de propano em volume e
no máximo 5% de propeno em volume.
Art. 3º. O Produtor e o Importador ficam obrigados a enviar ao Distribuidor Certificado de Qualidade,
contendo a análise de todas as características, os limites da especificação e os métodos de ensaio
empregados, comprovando que o produto atende às especificações constantes do Regulamento Técnico
anexo.
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§ 1º O Certificado de Qualidade referente à batelada do produto comercializado deverá ser firmado pelo
químico responsável pelas análises laboratoriais efetivadas, com indicação legível de seu nome e
número de inscrição no órgão de classe, nome do laboratório e deverá ficar à disposição da ANP para
qualquer verificação julgada necessária pelo prazo mínimo de 6 (seis) meses a contar da data de
comercialização.
§ 2º O Certificado de Qualidade, quando disponibilizado através da Internet, deverá também indicar o
nome e o número de inscrição no órgão de classe do responsável técnico pelas análises laboratoriais
efetivadas.
Art. 4º. A documentação fiscal referente às operações de comercialização e de transferência dos Gases
Liqüefeitos de Petróleo - GLP realizadas pelo Produtor ou Importador, deverá ser acompanhada de cópia
do respectivo Certificado de Qualidade, atestando que o produto comercializado atende às
especificações estabelecidas no Regulamento Técnico.
Art. 5º. O Produtor e o Importador deverão encaminhar bimestralmente à ANP sumário estatístico
bimestral das análises cromatográficas, obtidas pelo método ASTM D 2163 - Método de Ensaio para
análise de Gases Liquefeitos de Petróleo e Propeno Concentrado por Análise Cromatográfica (Test
Method for Analysis of Liquefied Petroleum (LP) Gases and Propene Concentrates by Gas
Chromatography), até o 15º (décimo quinto) dia do mês subsequente àquele bimestre a que se referirem
os dados, no qual deverão constar:
I - razão social e CNPJ;
II - nome da instalação industrial ou do porto de internação;
III - número total de análises no bimestre;
IV - resultados dos ensaios solicitados, contendo os valores mínimos, máximos, desvio padrão e média
ponderada dos teores dos componentes presentes no produto, conforme tabela abaixo.

Unidade Máximo Média Mínimo Desvio Padrão


Característica Ponderada

Componente % vol.

onde:
Componente - componente presente no GLP detectado na cromatografia Mínimo, Máximo - valores
mínimos e máximos encontrados nas determinações laboratoriais do bimestre Média Ponderada - média
ponderada pelos volumes objeto das análises realizadas no bimestre Desvio Padrão - desvio padrão da
média
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§ 1º Os Produtores e os Importadores deverão submeter à análise os Gases Liqüefeitos de Petróleo -


GLP à cada comercialização ou importação, conforme o caso.
§ 2º O sumário estatístico bimestral de que trata o caput deste Artigo deverá ser encaminhado através do
endereço eletrônico glpsqp@anp.gov.br ou entregue em disquete de 3,5 polegadas para
microcomputadores.
Art. 6º. Os Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP serão odorizados pelo Produtor ou Importador, de forma
a tornar detectável qualquer vazamento, sempre que sua concentração na atmosfera atingir 20% do
limite inferior de inflamabilidade, conforme previsto pela NFPA 58 - Storage and Handling Liquefied
Petroleum Gases” -National Fire Protection Association (item A.1.3.1).
Parágrafo único. A odorização será dispensada quando:
I - o produto apresentar um teor de enxofre decorrente do processo de produção que torne detectáveis
eventuais vazamentos, de acordo com o caput deste artigo;
II - o produto destinar-se a processo industrial incompatível com o uso de odorante, devendo o
consumidor solicitar expressamente o recebimento do produto não odorizado, ficando tal solicitação à
disposição da ANP para qualquer verificação julgada necessária.
Art. 7º. O Distribuidor dos Gases Liqüefeitos de Petróleo -GLP deverá emitir o Boletim de Conformidade
do produto a ser comercializado, identificado por unidade do Distribuidor, elaborado pelo operador de
GLP e firmado pelo supervisor ou gerente, contendo no mínimo as seguintes informações dos produtos
armazenados nos tanques:
I - Identificação do número do tanque e tipo de produto armazenado;
II - Medição da massa específica a 20 C;
III - Verificação e registro da ausência de água livre.
§ 1º O Boletim de Conformidade deve ser arquivado pelo Distribuidor, ficando à disposição da ANP para
qualquer verificação julgada necessária pelo prazo de 6 meses a partir da data de comercialização.
§ 2º É da responsabilidade do Distribuidor a garantia de rastreabilidade do produto por meio da
associação da data e local de envasamento dos recipientes atrelados com o Certificado de Qualidade do
produto.
§ 3º Quando do recebimento do produto por poliduto pelo Distribuidor, devem ser realizadas
adicionalmente àquelas análises previstas no caput deste artigo o ponto de ebulição 95% evaporados e
o resíduo 100 mL evaporados a cada bombeio, cabendo para estas análises específicas um acordo
entre o produtor e distribuidor quanto à execução das mesmas.
Art. 8º. A mistura propano/butano comercializada em botijão P-13 deve apresentar uma massa específica
a 20ºC máxima de 550 Kg/m³ na etapa de distribuição nos municípios cuja média das temperaturas
mínimas se encontre abaixo de 10 C, nos meses de junho, julho e agosto, conforme Anexo II.
Art. 9º. Os instrumentos laboratoriais utilizados na análise dos Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP para
a emissão de Certificados de Qualidade e Boletim de Conformidade deverão ser mantidos em perfeito
estado de funcionamento, sendo passíveis de fiscalização pela ANP.
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Art. 10. A ANP poderá, a qualquer tempo e às suas expensas, submeter o Produtor e Distribuidor à
auditoria de qualidade, a ser executada por entidades certificadoras credenciadas pelo INMETRO, sobre
os procedimentos e equipamentos de medição que tenham impacto sobre a qualidade e a confiabilidade
dos serviços de que trata esta Resolução
Art. 11. O Distribuidor de Gases Liqüefeitos de Petróleo -GLP envasilhados fica obrigado a fornecer com
o recipiente transportável, a identificação do Distribuidor responsável pelo produto, local e data de
envasilhamento e informações de segurança sobre o produto, sua utilização e serviço de atendimento ao
consumidor.
Parágrafo único. O Revendedor deverá afixar em local visível de seu estabelecimento comercial o
seguinte aviso:
“OS BOTIJÕES DE GLP À VENDA NESTE ESTABELECIMENTO DEVEM ESTAR DEVIDAMENTE
LACRADOS, IDENTIFICADOS E DEVERÃO POSSUIR INFORMAÇÕES RELATIVAS AO PRODUTO E
SUA UTILIZAÇÃO.”
Art. 12. Fica determinado que os recipientes transportáveis de Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP
envasilhados deverão ser lacrados pelo Distribuidor.
Art. 13. Fica concedido o prazo de 12 (doze) meses, a partir da publicação da presente Resolução, para
que os agentes econômicos se ajustem ao que nela se dispõe apresentando à ANP a cada 3 meses um
cronograma de implantação de ações que permitam este ajuste.
Art. 14. O não atendimento ao disposto nesta Resolução sujeita o infrator às penalidades previstas na
Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, e no Decreto nº 2.953, de 28 de janeiro de 1999.
Art. 15. Ficam revogadas a Resolução CNP nº 02, de 07 de janeiro de 1975 e demais disposições em
contrário.

HAROLDO BORGES RODRIGUES LIMA

ANEXO I
REGULAMENTO TÉCNICO ANP Nº 2/2004

1. Objetivo
Este Regulamento Técnico aplica-se aos Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP, de origem nacional ou
importada a serem comercializados em território nacional.
2. Normas Aplicáveis
A determinação das características dos Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP será feita mediante o
emprego das Normas Brasileiras (NBR) e Métodos Brasileiros (MB) da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) ou de normas da Sociedade Americana para Testes e Materiais “American Society for
Testing and Materials” (ASTM).
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Os dados de incerteza, repetitividade e reprodutibilidade fornecidos nos métodos relacionados neste


Regulamento devem ser usados somente como guia para aceitação das determinações em duplicata do
ensaio e não devem ser considerados como tolerância aplicada aos limites especificados neste
Regulamento.
A análise do produto deverá ser realizada em uma amostra representativa do mesmo segundo método
ASTM D 1265 - Amostragem de Gases Liqüefeitos de Petróleo (Sampling Liquefied Petroleum (LP)
Gases).
As características constantes da Tabela de Especificação deverão ser determinadas de acordo com a
publicação mais recente entre os seguintes métodos de ensaio:

2.1 PRESSÃO DE VAPOR A 37,8ºC


MÉTODO TÍTULO
ASTM D 1267 Método de Ensaio para Pressão de Vapor de Gases Liqüefeitos de Petróleo
(Test Method for Vapor Pressure of Liquefied Petroleum LP Gases (LP-Gas
Method).
ASTM D 2598 Prática de Cálculo para algumas Propriedades Físicas dos Gases Liqüefeitos de
Petróleo a partir da Análise da Composição (Practice for Calculation of Certain
Physical Properties of Liquefied Petroleum (LP) Gases from Compositional
Analysis)
ABNT MB 205 Pressão de Vapor de Gases Liquefeitos de Petróleo

2.2 PONTO DE EBULIÇÃO DOS 95% EVAPORADOS


MÉTODO TÍTULO
ASTM D 1837 Método de Ensaio para Volatilidade de Gases Liqüefeitos de Petróleo (Test
Method for Volatility of Liquefied Petroleum (LP) Gases)
ABNT MB 285 Ponto de Ebulição dos 95% Evaporados de GLP

2.3 BUTANO E MAIS PESADOS OU PENTANO E MAIS PESADOS


MÉTODO TÍTULO
ASTM D 2163 Método de Ensaio para Análise de Gases Liqüefeitos de Petróleo e Propeno
Concentrados por Cromatografia (Test Method for Analysis of Liquefied
Petroleum (LP) Gases and Propene Concentrates by Gas Chromatography)

2.4 RESÍDUO 100mL EVAPORADOS


MÉTODO TÍTULO
ASTM D 2158 Método de Ensaio para Resíduos em Gases Liquefeitos de Petróleo.(Test
Method for Residues in Liquefied Petroleum (LP) Gases)
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2.5 ENXOFRE TOTAL


MÉTODO TÍTULO
ASTM D 2784 Método de Ensaio para Enxofre em Gases Liqüefeitos de Petróleo (Test Method
for Sulfur in Liquefied Petroleum Gases (Oxy- Hydrogen Burner or Lamp))
ASTM D 3246 Método de Ensaio para Resíduos em Gases Liqüefeitos de Petróleo por
Microcoulometria Oxidativa (Test Method for Sulfur in Petroleum Gas by
Oxidative Microcoulometry)
ASTM D 4468 Método de Ensaio para Enxofre Total em Combustíveis Gasosos por
Hidrogenólise e Colorimetria Rateométrica (Test Method for Total Sulfur in
Gaseous Fuels by Hydrogenolysis and Rateometric Colorimetry)
ASTM D 5504 Método de Ensaio para Determinação de Componentes de Enxofre para Gás
Natural e Gases Combustíveis por Cromatografia Gasosa e
Quimioluminescência (Test Method for Determination of Sulfur Compounds in
Natural Gas and Gaseous Fuels by Gas Chromatography and
Chemiluminescence)
ASTM D 5623 Método de Ensaio para Componentes de Enxofre em Líquidos Leves de Petróleo
por Cromatografia Gasosa e Detecção de Enxofre Seletiva (Test Method for
Sulfur Compounds in Light Petroleum Liquids by Gas Chromatography and
Sulfur Selective Detection)
ASTM D 6667 Método de Ensaio para Determinação de Enxofre Volátil Total em
Hidrocarbonetos Gasosos e Gases Liqüefeitos de Petróleo por Fluorescência
Ultravioleta (Test Method for Determination of Total Volatile Sulfur in Gaseous
Hydrocarbons and Liquefied Petroleum Gases by Ultraviolet Fluorescence)

ABNT NBR 6563 Gás Liqüefeito de Petróleo e Produtos Líquidos de Petróleo - Determinação do
Teor de Enxofre - Método da Lâmpada

2.6 H2S
MÉTODO TÍTULO
ASTM D 2420 Método de Ensaio para Sulfeto de Hidrogênio em Gases Liqüefeitos de Petróleo
(Test Method for Hydrogen Sulfide in Liquefied Petroleum (LP) Gases (Lead
Acetate Method)

2.7 CORROSIVIDADE A 37,8ºC


MÉTODO TÍTULO
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ASTM D 1838 Método de Ensaio para Corrosividade ao Cobre em Gases Liqüefeitos de


Petróleo (Test Method for Copper Strip Corrosion by Liquefied Petroleum (LP)
Gases)
ABNT MB 281 Método de Ensaio para a determinação da Corrosividade do GLP

2.8 MASSA ESPECÍFICA A 20ºC


MÉTODO TÍTULO
ASTM D 1657 Método de Ensaio para Massa Específica e Densidade Relativa de
Hidrocarbonetos Leves por Termohidrômetro de Pressão (Test Method for
Density or Relative Density of Light Hydrocarbons by Pressure
Thermohydrometer)
ASTM D 2598 Prática de Cálculo para algumas Propriedades Físicas dos Gases Liqüefeitos de
Petróleo a partir da Análise da Composição (Practice for Calculation of Certain
Physical Properties of Liquefied Petroleum (LP) Gases from Compositional
Analysis)
MB 903 Determinação de densidade de hidrocarbonetos leves pelo densímetro

2.9 COMPOSIÇÃO
MÉTODO TÍTULO
ASTM D 2163 Método de Ensaio para Análise de Gases Liqüefeitos de Petróleo e Propeno
Concentrados por Cromatografia (Test Method for Analysis of Liquefied
Petroleum (LP) Gases and Propene.Concentrates by Gas Chromatography)

2.10 UMIDADE
MÉTODO TÍTULO
ASTM D 2713 Método de Ensaio para Umidade de Propano (Test Method for Dryness of
Propane (Valve Freeze Method)
ABNT MB 282 Método de Ensaio para a Determinação de Umidade em Propano

3. ESPECIFICAÇÕES
Os Gases Liqüefeitos de Petróleo - GLP, especificados no presente Regulamento Técnico, deverão
possuir as características expressas na Tabela I anexa conforme o tipo.
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Tabela I - Especificações dos Gases Liqüefeitos de Petróleo

UNIDADE PROPANO BUTANO Mistura PROPANO MÉTODO DE


CARACTERÍSTICA Comercial Comercial PROPANO/ Especial ENSAIO
BUTANO
ABNT ASTM
Pressão de Vapor a kPa 1430 480 1430 1430 MB 205 D 1267
37,8ºC (1), máx. 2598
Resíduo Volátil PE, ºC -38,3 2,2 2,2 -38,3 MB 285 D 1837
95%
evaporados,máx.

Butanos e mais % vol. 2,5 - - 2,5 D 2163


pesados, máx
Pentanos e mais % vol. - 2,0 2,0 - D 2163
pesados, máx;
Resíduo, 100 ml mL 0,05 0,05 0,05 0,05 D 2158
evaporados, máx.

- -
Teste da Mancha Passa (2) Passa (2)

Enxofre Total , máx. mg/kg 185 140 140 123 NBR 6563 D 2784

D 3246
(3) D 4468
D 5504
D 5623
D 6667
H2S Passa Passa Passa Passa D 2420

Corrosividade ao 1 1 1 1 MB 281 D 1838


Cobre a 37,8ºC

1 hora, máx
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Massa Específica a kg/m³ Anotar Anotar Anotar Anotar MB 903 D 1657


20ºC (4) D 2598
Propano %vol. 90 (mín) D 2163
Propeno %vol. 5 (máx). D 2163
Umidade Passa - - Passa MB 282 D 2713

Água Livre - Ausente Ausente - (5)

Odorização 20% LIF (6)

(1) Em caso de divergência de resultados prevalece o método da ASTM D 1267.


(2) O produto não deve originar um anel de óleo persistente quando 0,3ml da mistura de solvente/
resíduo é adicionado em um papel de filtro, em incrementos de 0,1ml e examinado a luz do dia, após 2
min, como descrito no método ASTM D 2158.
(3) Os limites de enxofre total incluem os compostos sulfurados usados para fins de odorização. Os
métodos ASTM D 3246, D 4468, D 5504, D5623 e D 6667 poderão ser utilizados alternativamente e em
caso de divergência de resultados, prevalece o método ASTM D 2784.
(4) Aplica-se à massa específica a 20ºC o limite superior de 550 Kg/m³ na etapa de distribuição de
mistura propano/butano envasilhada em botijão P-13 nos municípios cuja média das temperaturas
mínimas se encontre abaixo de 10??C, nos meses de junho, julho e agosto, conforme Anexo II.
(5) A presença de água livre deve ser determinada por inspeção visual das amostras durante a
determinação da massa específica ou por análise cromatográfica.
(6) A odorização deve ser realizada de acordo com a NFPA 58 - Armazenagem e Manipulação de Gases
Liqüefeitos de Petróleo - Associação Nacional de Proteção ao Fogo (“Storage and Handling Liquefied
Petroleum Gases”) (National Fire Protection Association - NFPA) (item A.1.3.1).
ANEXO II
Municípios onde deve ser distribuída a mistura propano/ butano envasilhado em botijão P-13 com limite
superior de massa específica de 550 Kg/m3, a 20 C:
RIO GRANDE DO SUL: Bagé, Bom Jesus, Caxias do Sul, Encruzilhada do Sul, Irai, Passo Fundo, Santa
Maria, Vitoria do Palmar.
SANTA CATARINA: Porto União e São Joaquim
PARANA: Castro, Curitiba, Foz do Iguaçu, Maringá e Rio Negro.
SÃO PAULO: Campos do Jordão e Itapeva
MINAS GERAIS: Bambuí, Caparaó, Machado e São Lourenço
RIO DE JANEIRO: Nova Friburgo
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Anexo 3: Predição de formação de hidratos - Correlação de Katz

Correlação de Katz – Constantes de equilíbrio vapor-sólido

∑ (yI/kvs) = 1,0

As limitações do método é a limitação da pressão em 1000 psia e não levam em


conta que os compostos C5+ impedem a formação de hidratos.
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Anexo 4: Sistemas de refrigeração

Refrigeração por compressão

A refrigeração por compressão é o processo de refrigeração mecânica mais


utilizado.
A figura abaixo mostra um sistema de refrigeração mecânica de um único
estágio.
O refrigerante está no ponto A como líquido saturado e expande numa válvula
(isentalpicamente).
Durante a expansão ocorre vaporização. A expansão provoca abaixamento da
temperatura da mistura líquido mais vapor do refrigerante.
A mistura líquido mais vapor entra no chiller. O líquido vaporiza.
No ponto C temos vapor saturado. Esse vapor entra no compressor e sai como
vapor superaquecido.
O refrigerante sai do condensador como líquido saturado.

Cálculo de um sistema simples

1. Determinação das entalpias


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2. Determinação da vazão de propano refrigerante

Por balanço de energia: Qchiller + mA.hA = mC.hC

Como mA = mB = m m = Qchiller/(hC – hA)

3. Determinação da potência do compressor

W = m (hDISENT – hC)/E
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4. Determinação do carga térmica do condensador

QCOND = W + Q = m(hA –hD)

Cálculo da fração vaporizada

x = Fração líquida = (hV -hF)/(hV – hL)

y = fração vapor = (hF – hL)/(hV – hL)


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Sistemas com economizador

Em sistemas de refrigeração o termo “economizador” se refere a qualquer


dispositivo ou modificação no processo que diminui o consumo energético de
compressão.

Sistema com vaso economizador


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Sistema com trocador de calor como economizador

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