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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO


DISICPLINA: CIE843 - MACROECONOMIA
Professor: Paulo Ricardo Feistel

Thiago Santos da Silva

Avaliação Final: A avaliação ocorrerá no formato de Take Home, que se iniciará as 18:00 Hrs.
do dia 03/09/2021 e as respostas deverão ser MANUSCRITAS e digitalizadas para postagem
via Moodle até as 18:00 Hrs. do dia 05/09/2021.

Obs. Escolha para responder, apenas 5 (cinco) questões propostas. A interpretação das
questões é parte integrante da avaliação.

1) Discuta se os seguintes comentários são verdadeiros ou falsos e justifique sua resposta.

a) De acordo com o modelo de Solow, se a razão capital-produto for elevada, esse país vai
crescer rapidamente. ( ) JUSTIFIQUE.

Quando há muito capital por produto, significa uma alta taxa de produção e maior do que pouco
capital por produto. Como consequência o giro de mercadorias vendidas tem tendência a
aumentar. Portanto sim, se a razão capital-produto for elevada o país irá crescer.

B) Para entender se existe convergência na economia mundial, temos de estudar os países


que são atualmente ricos. ( ) JUSTIFIQUE

Não, pois a convergência significa um aumento na renda per capita das economias mais
pobres e num crescimento com taxas mais elevadas do que as economias mais ricas. Portanto,
há de estudar a economia dos países pobres. Na literatura de Romer, o termo convergência
aparece como a letra grega sigma

d) Os países de rendimento médio têm uma maior probabilidade de verem alterada a sua
posição relativa nos rankings mundiais do que os países ricos ou os países pobres. ( )
JUSTIFIQUE

Sim. Atualmente mais da metade dos países pertencem à categoria de renda média, este
grupo representa 70% da população e 26% do produto. São a grande maioria e por isso a
alteração nos índices de renda mobiliza a posição relativa a outros países.

c) No modelo de Solow, uma alteração na taxa de crescimento da população não tem efeito na
taxa de longo prazo de crescimento per capita. ( ) JUSTIFIQUE
Não. Uma alteração positiva na taxa de crescimento populacional significa um número maior de
trabalhadores no modelo de Solow. Enquanto uma tax a baixa de crescimento significa menos
trabalhadores. O trabalhador é importante para o modelo.

d) No modelo de Solow, o produto per capita cai à medida que o capital per capita aumenta,
devido aos rendimentos decrescentes. ( ) JUSTIFIQUE

Sim, porque a lei dos rendimentos decrescentes afirma que em todos os processos produtivos,
se a quantidade de um bem for aumentada e a quantidade dos outros bens permanecer
constante significa que a produção total irá aumentar. Com uma produção total alta e uma
quantidade de produtos menor ou constante, a produção total por bem irá cair, gerando um
aumento de renda.

2) Apresente o modelo Neoclássico de Solow, destacando os seguintes aspectos:


a) Hipóteses básicas do modelo.
O modelo de crescimento de Solo estuda o crescimento da economia de um país em um longo
período. Neste modelo a acumulação de capital, o crescimento da força de trabalho e as
alterações tecnológicas promovem o crescimento do produto per capita, sendo este uma razão
entre capital e trabalho. A função de produção do modelo exibe rendimentos constantes de
escala dos fatores capital (k) e trabalho (L). Significa que se duplicar a quantidade de capital (k)
ou trabalho efetivo (L) e com a tecnologia (A) fixa o nível de produção irá dobrar.

b) Descrição algébrica do modelo.


Y(t ) = F (K(t ),A(t )L(t )),
O modelo de Solow gira em torno de quatro variáveis:
Produção (y);
Capital (k);
Trabalho (L) e;
Tecnologia (A).

Esta é a primeira equação chave do modelo, em que “t” denota o tempo.

c) A dinâmica da economia.
O crescimento do produto per capita é um resultado da mistura de capital, conhecimento e
trabalhadores. A força de trabalho neste modelo cresce a uma taxa natural e exógena ao
modelo. Se existe progresso tecnológico (A), o volume de produção que se obtêm a partir dos
recursos de capital e trabalho aumenta com o tempo somente se acumular tecnologia.

d) A transição em direção ao “Steady State”.(Ilustre graficamente sua resposta)


A única variável endógena no modelo de Solow é o capital (k). A segunda equação chave do
modelo de Solow é K(t)=I(t) - δk(t)=sY(t)-δK(t) no equilíbrio I=S
k.(t)=Sf(k)-k(t)[n+g+δ] se torna a equação fundamental do modelo de Solow, esta equação quer
dizer que a mudança do estado estoque de capital por unidade de trabalho efetivo é diferente
entre os termos.

No modelo de Solow, é necessária uma quantidade de poupança per capita que deve ser
utilizada para garantir a não depreciação do capital. Uma parte dessa poupança é chamada de
expansão da força de trabalho e a razão capital-trabalho se chama “aprofundamento de
capital”. Para alcançar o estado estacionário é necessário que a poupança per capita seja igual
à expansão da força de trabalho. O capital por trabalhador passa a ter um rendimento
decrescente, chegando ao ponto de equilíbrio em que não adianta investir mais na força de
trabalho.

e) Taxas de crescimento do produto per capita, do consumo per capita e do estoque de capital
trabalho-eficiente.

Taxa de crescimento produto per capita:


O produto cresce a uma taxa “g + n”, portanto “gy e gk” é igual a soma da taxa de crescimento
do trabalho em uma função homogênea de grau um (que é uma função que se sofrer
transformação em suas variáveis resultará em outra função proporcional à original).

Taxa de crescimento do consumo per capita


O consumo por unidade eficiência pode ser dado por c = y - I, o que leva para y = f(k) e I=sf(k).
Então c = f(k) - sf(k). E no longo prazo teria c* = f(k*) - sf (k*). Substituindo teriamos: sf(k*) = (n
+ g +δ)k*, Portanto, o consumo por unidade eficiência pode ser dado por: 𝑓 ′ (𝑘*) = (𝑛 + 𝑔 + 𝛿) .

A regra de Ouro na acumulação de capital é possível de ser alcançada no Modelo de Solow.


No entanto, é pouco provável que os agentes privados da economia atinjam automaticamente a
taxa de poupança que maximiza o consumo entre vários equilíbrios possíveis. Por fim o
Governo não afeta a taxa de crescimento de longo prazo, mas pode intervir de forma a
maximizar o consumo da economia.

Taxa de crescimento do estoque de capital trabalho-eficiente:


Se derivar o capital (k), por unidade de trabalho eficiência em relação ao tempo, obteremos:

Portanto, a equação que representa o equilíbrio dinâmico no longo prazo da variação de capital
por unidade de capital eficiência ao longo do tempo:
𝑘(𝑡) = 𝑆𝑓(𝑘)-𝑘(𝑡) [𝑛 + 𝑔 + 𝛿]

A quantidade de trabalho efetivo cresce de modo que o investimento necessário para manter
“k” constante, não é suficiente para manter o estoque de capital por unidade de trabalho efetivo
k(t).

3) Considere o modelo de Solow com uma função de produção 𝑌𝑡=𝐾𝑡𝛼𝐴𝐿𝑡1−𝛼, onde A é um


parâmetro tecnológico fixo. Resolva para os valores de “Steady State” de stock de capital per
capita e rendimento per capita. Mostre e comente, como estes valores variam em resposta a
um aumento: (Obs: está questão foi trabalhada no curso)

O equilíbrio no estado estacionário ocorre quando as taxas de crescimento das variáveis (n, g,
δ) são constantes. No entanto, é necessário que a taxa de crescimento do capital (k) por
unidade de trabalho eficiência seja constante, isso ocorre quando 𝑘̇=0, ou seja, sua variação no
tempo é zero.

a) do parâmetro tecnológico A;
No estado estacionário, o produto per capita e o capital per capita crescem apenas se tiver
crescimento tecnológico. Portanto, a taxa de crescimento tecnológico influencia o equilíbrio de
estado estacionário.

b) da taxa de poupança “s”;

O produto da economia é dividido entre consumo e investimento, onde a fração do produto


dedicado ao investimento é a poupança (s), que é exógena e constante. Ou seja, I=sY;

O efeito de uma alteração da taxa de poupança “s” no equilíbrio do estado estacionário é dada
por sf(k*)=(n+g+δ)k*. Então deve-se derivar a expressão nos dois lados, em função da variação
da poupança:

Lembrando que sf(k*)=(n+g+δ)k* e rearranjando (n+g+δ) = (f(k*))/k* e substituindo

Os efeitos da alteração da poupança no produto acontecem se alterar “s” em relação ao


produto por unidade de trabalho eficiência, ou seja, a variação de “y” no equilíbrio estacionário.
Lembrando que y*=f(k*).

Assim, se obtêm: f’(k*)>0 e (𝜕k*)/(𝜕s)>0

Portanto, o efeito se dá no mesmo sentido e graficamente o que acontece com “k” também
acontece com “y”.

c) de “α”;

d) de “δ”, a taxa de depreciação;

As taxas de crescimento (n+g+δ) influenciam o equilíbrio de “estado estacionário”


sf(k*)=(n+g+δ)k*
Isso significa que “δ” tem efeito inverso sobre k*; se “δ” diminui, então k* aumenta. Ou seja,
quanto mais depreciação, menor o ponto de estado estacionário em relação a quantidade de
“k”

e) da taxa de crescimento da população “n”?


As taxas de crescimento (n+g+δ) influenciam o equilíbrio de “estado estacionário”
sf(k*)=(n+g+δ)k*

Isso significa que “n” tem efeito inverso sobre k*; se “n” diminui, então k* aumenta. Ou seja,
quanto mais mão de obra, menor o ponto de estado estacionário em relação a quantidade de
“k”

4) Considere o Modelo de Solow, suponha que a função produção é Cobb-Douglas: Y(t) = K(t)
A(t)L(t)1-
a) Encontre as expressões para k*, y* e c* como função dos parâmetros do modelo s, n, δ, g e .

Começamos com Y=F(K,AL) e transformamos isso na forma por trabalhador efetivo.

Y= F(L, AL)

y= Y/AL = (1/AL) F(K, AL) = f((K/AL),(AL/AL) = f(k,1) = k(elevado a α)1(elevado a 1 - α)

y=k(elevado a α)

Agora usando 𝑘̇=-δK+sY vamos encontrar o baixo movimento para k:

𝑘̇= (∂/∂t) (K/AL)= (𝑘̇AL-K(∂/∂t) (AL))/(AL)² = 𝑘̇/AL - K/AL ((∂/∂t)(AL))/AL =

= (-δK+sY)/AL - (kA ˙L+AL˙)/AL = -δk+sy-k (A˙/A +L˙/L)

𝑘̇ = sk (elevado a α) - (δ+g+n)k

No estado estacionário, o estoque de capital por trabalhador efetivo é estável, por isso 𝑘̇=0;
0=sk(elevado a α)- (δ+g+n)k

Sk (elevado a α) = (δ+g+n)k

k(elevado a α-1) = (δ+g+n)/s

k*= (s/(δ+g+n)) (elevado a 1/1-α)

Transformamos o expoente, então ele é positivo agora (porque α existe entre 0 e 1). A
produção de estado estacionário e o consumo por trabalhador efetivo são então:

y* = (k*)(elevado a α) = (s/δ+g+n)(elevado a alfa sobre 1-α)

b) Qual é o valor da ¨regra de ouro¨ de k*

O valor da regra de ouro é tal que maximiza o consumo. Do anterior, sabemos que podemos
escrever s=(k*) (elevado a 1 menos alfa) (δ+g+n), substituindo isso no resultado para
rendimentos de consumo

c* = (1-(k*) (elevado a 1 - α) ( δ+g+n)) ((k*) (elevado a 1 menos α) (δ+g+n)/ (δ+g+n) (elevado a


α sobre 1-α)

= (k*) (elevado a α) - (δ+g+n) k*

Intuitivamente podemos obter se olharmos o consumo como

c*=f(k*(s)) - (δ+g+n)k*(s)

(∂c*)/(∂s) = [f’(k*(s))-(δ+g+n)] (∂k*)/(∂s)


A partir dessa expressão, podemos ver que o consumo ótimo é obtido se a derivada da função
de produção no estado estacionário for igual a (δ+g+n). Intuitivamente, se quisermos aumentar
o estoque de capital em uma unidade marginal, teremos de pagar (δ+g+n) unidades para
sustentar essa unidade adicional de capital.

Além disso, a condição f’(k*(s))- (δ+g+n) pode ser reescrita como


α(k*) (elevado a α-1) = (δ+g+n).

A partir daí é possível presumir que

k*(ouro) = (α/(δ+g+n)) (elevado a 1/1-α)

c) Que taxa de poupança é preciso para produzir o capital de estoque da regra de ouro?
Comparando o resultado acima k*(ouro) = (α/(δ+g+n)) (elevado a 1/1-α) com a otimização do
capital para cada s(poupança), k*(s) = (s/(δ+g+n) (elevado a 1/(1-α) , vemos que a taxa de
poupança é igual a α, portanto, s(ouro)=α.

5) Admitindo o declínio da produtividade e da poupança. Considere uma economia a la


Ramsey-Cass-Koopmans (Modelo de Ramsey), que está no crescimento balanceado e
suponha que há uma queda permanente em g. Dica, utilize o diagrama de fases.

a) Como a queda afeta a curva K = 0? (Se tem algum efeito?)


Como no modelo de Solow, ˙k é igual ao investimento real menos o investimento de equilíbrio.
O autor assume que não haja depreciação, portanto o investimento de equilíbrio é (n+g)k. O
investimento real é a produção menos o consumo, f(k)-c. Resultando em:

Para um dado k, o nível de c que implica ˙k=0 é dado por f(k)-(n+g)k. ˙k é zero quando o
consumo é igual à diferença entre a produção real e as linhas de investimento de equilíbrio.
Este valor de c aumenta em k até f(k)=n+g .

Quando c excede o nível que produz ˙k=0, k está caindo; quando c é menor que este nível, k
está aumentando. Para k suficientemente grande, o investimento de ponto de equilíbrio excede
a produção total e, portanto, ˙k é negativo para todos os valores positivos de c. Essas
informações estão resumidas na figura a seguir e as setas mostram a direção do movimento de
k.

b) Como a queda afeta a curva C = 0? (Se tem algum efeito?)


A maneira mais conveniente de descrever o comportamento da economia é em termos da

evolução de c e k. Visto que todos os domicílios são iguais, a equação


descreve a evolução de c para a economia como um todo. Como r(t)=f’(k(t)), é possível

reescrever para Assim, c é zero quando f(k) é igual a p+δg.


Sendo k* esse nível de k que, quando k excede k*, f(k) é menor que p+δg e, portanto, ˙c é
negativo; quando k é menor que k*, ˙c é positivo. Na figura acima, as setas mostram a direção
do movimento de c. Portanto, c aumenta se k<k* e diminui se k>k*. A linha ˙c=0 em k=k* indica
que c é constante para este valor de k.
c) O que ocorre com C no momento da mudança?

No momento da mudança à esquerda do locus


˙c=0 e acima do locus ˙k=0, ˙c é positivo e ˙k
negativo. Assim, c está subindo e k caindo, e
as setas apontam para cima e para a
esquerda. As setas nas outras seções do
diagrama baseiam-se em raciocínios
semelhantes.

Nas curvas ˙c=0 e ˙k=0, apenas um de c e k


está mudando. No ˙c=0 linha cima do locus
˙k=0, por exemplo, c é constante e k está
caindo; portanto, a seta aponta para a
esquerda. Finalmente, no ponto E ambos ˙c e
˙k são zero; portanto, não há movimento a
partir deste ponto.

6) Considerando o Modelo de Geração Sobrepostas. Descreva como cada um dos fatores


afetam na figura abaixo c= 0 e k = 0 e como eles afetam os vetores da trajetória de crescimento
balanceado de c e k.

a) um aumento de θ ;

b) uma mudança para baixo da função produção;

c) uma mudança na taxa de depreciação para valor assumido de zero.


7) Responda.

a) A renda média dos agricultores é menor do que a renda média dos não agricultores; a
hipótese da renda permanente prevê que as funções de consumo estimadas para agricultores
e não agricultores diferem?

De acordo com os esquemas apresentados por David


Romer, se for considerar a diferença entre
agricultores e não agricultores, é possível perceber
as variações relativas da renda permanente e
transitória são semelhantes nos dois grupos,
apontando estimativas semelhantes à do gráfico (b).
No entanto, a renda média dos agricultores é menor
que a dos não-agricultores e como resultado a média
dos agricultores é menor que a dos não-agricultores.
O exemplo pode ser expresso através do gráfico ao
lado, no qual o autor compara a renda média entre
negros e brancos.

A correlação pode ser feita em vista de que os


agricultores têm uma renda menor do que os não
agricultores, da mesma forma que os negros tem
uma renda mais baixa em relação aos brancos.
b) Descreva, quais são as hipóteses da renda permanente.

Para David Romer, a Hipótese da Renda Permanente fornece explicações atraentes para
muitas características importantes do consumo. Uma delas é os cortes de impostos
temporários terem efeitos muito menores do que os permanentes e ser responsável por muitas
características da relação entre renda corrente e consumo. Outra característica importante
sobre a Hipótese da Renda Permanente diante do consumo é de que o consumo geralmente
responde a mudanças previsíveis na renda.

c) O que é a poupança, na hipótese da renda permanente? Dado que, em um nível mais geral,
a ideia básica da hipótese da renda permanente é um insight simples sobre a poupança:
poupança é consumo futuro. Enquanto um indivíduo não poupa apenas por uma questão de
poupar, ele poupa para consumir no futuro. A poupança pode ser usada para consumo
convencional mais tarde na vida, ou legada aos filhos do indivíduo para seu consumo, ou
mesmo usada para erguer monumentos para o indivíduo após sua morte.

Poupança é uma reserva financeira para gastos futuros, no caso de famílias com pouca riqueza
a sua poupança será utilizada no caso de quedas acentuadas na renda ou em necessidades
emergenciais de gastos.

De acordo com o autor, a utilidade quadrática implica que a utilidade marginal chegue a zero
em algum nível finito de consumo e então se torna negativa. Implica também que o custo de
utilidade de uma dada variância de consumo seja independente do nível de consumo. Como a
utilidade marginal do consumo está diminuindo, os indivíduos têm uma aversão absoluta ao
risco crescente: a quantidade de consumo de que estão dispostos a abrir mão para evitar uma
determinada incerteza sobre o nível de consumo aumenta à medida que se tornam mais ricos.
Os cálculos derivados da equação de Euler demonstram que um aumento da incerteza
aumenta o incentivo para economizar.

8) No modelo da Seção 8.2, a incerteza sobre a renda futura não afeta o consumo. Isso
significa que a incerteza não afeta a utilidade esperada ao longo da vida?
Não afeta. O indivíduo sabe que o consumo de sua vida irá satisfazer a restrição orçamentária

com igualdade. Assim, as expectativas dos dois lados da restrição devem

ser iguais:

A equação demonstra que o indivíduo consome 1/T de seus


recursos esperados ao longo da vida. E, de maneira geral o consumo esperado do próximo
período será igual ao consumo atual e isso implica que as mudanças no consumo são
previsíveis.

O resultado de Hall demonstra que a utilidade marginal atual do consumo é maior do que a
utilidade marginal futura esperada do consumo e, portanto, é melhor para o indivíduo aumentar
o consumo atual. De maneira que ajuste seu consumo atual ao ponto em que não se espera
que o consumo mude.

9) Utilizando o diagrama de fase e considerando a relação entre capital e o q de Tobin,


refletidos nas equações 𝑘̇(t ) = f (q(t )), f (1) = 0, f (•) > 0, e 𝒒̇ (t ) = rq(t ) − π(K(t )), mostre e
descreva a implicações em uma economia de tem sobre os efeitos das mudanças no produto,
nas taxas de juros e nas políticas fiscais. Obs. Descrever e mostrar graficamente e explicar.

O diagrama de fases é semelhante ao utilizado no capítulo 2 referente ao modelo de Ramsey.


Neste, Romer se concentra em duas variáveis que são capital (k) e o q de Tobin em que a
quantidade de capital (k) é herdada do passado, mas seu preço se ajusta livremente no
mercado.

Na sessão 9.2 existem N empresas idênticas e a equação (9.21) afirma que cada empresa
investe até o ponto em que o preço de compra do capital mais o custo de ajuste marginal é
igual ao valor do capital: 1+C (I) = q. Visto que q é o mesmo para todas as empresas e que
todas as empresas escolham o mesmo valor de investimento (i). Portanto, a taxa de variação
do estoque de capital agregado (k.) é dada pelo número de firmas vezes o valor de i que
satisfaz a equação (9.21)
Onde e como C’ (i) aumenta em i, f(q) aumenta em q. E como o
consumo inicial é igual a zero, a f(1) também é zero. A equação exposta em (9.25), portanto,
implica que 𝑘̇ seja positiva quando q excede 1 e negativa quando q é igual a 1.

O gráfico ao lado representa a dinâmica do estoque de


capital.

A equação afirma que o


produto da receita marginal do capital é igual ao seu
custo de usuário rq-q˙ e reescrever essa equação para

resulta em:

Essa expressão implica que q é constante quando rq = π


(K) ou q = π (K)/r. Visto que π (K) está diminuindo em K,
o conjunto de pontos que satisfazem essa condição é
inclinado para baixo no espaço (K, q). Além disso, a equação escrita em (q.) implica que (q.)
esteja aumentando em K; de maneira que (q.) seja positivo à direita do locus (q.)=0 e negativo
à esquerda como na figura abaixo:

A figura abaixo representa o diagrama de fases e combina as informações das duas figuras
anteriores. No qual o diagrama mostra como K e q devem se comportar para satisfazer

e em cada ponto no tempo, dado


seus valores iniciais.

Supondo que K e q comecem


no ponto A. Como q é maior
que 1, as empresas aumentam seus estoques de capital, portanto, ˙K é positivo. E como K é
alto e os lucros são baixos, q pode ser alto apenas se houver expectativa de aumento;
portanto, ˙q também é positivo. Assim, K e q movem-se para cima e para a direita no diagrama.
Como no modelo de Ramsey, o nível inicial do estoque de capital é dado. Mas o nível da
variável mercado do capital é livre para se ajustar.

Portanto seu nível inicial deve ser determinado. Como no modelo de Ramsey, para um
determinado nível de K, há um único nível de q que produz um caminho estável.
Especificamente, existe um único de q tal que K e q convergem para o ponto onde são estáveis
(que é o ponto E no diagrama acima). Se q começar abaixo desse nível, significa que a
indústria eventualmente cruzará para a região onde K e q estão caindo, e então eles continuam
caindo indefinidamente. Similarmente, se q começa muito alto, a indústria eventualmente se
move para região onde K e q estão subindo e permanece lá.

É possível mostrar que a condição de transversalidade falha para esses caminhos. Isso
significa que as empresas não estão maximizando os lucros nesses caminhos e, portanto, não
são equilibrados. Portanto, o equilíbrio único, dado o valor inicial de K, é para q igual o valor
que coloca a indústria no caminho certo, e para K e q moverem-se ao longo desse caminho de
sela para E. Este caminho de sela é mostrado na figura abaixo:

O equilíbrio de longo prazo, ponto E, é


caracterizado por q = 1 (o que implica
˙K=0) e ˙q=0. O fato de q ser igual a 1
significa que os valores de mercado e de
reposição do capital são iguais; assim as
empresas não têm incentivos para
aumentar ou diminuir seus estoques de

capital. E de ,
para ˙q igual a 0 quando q é 1, o produto
da receita marginal do capital deve ser
igual a r. Isso significa que os lucros de
deter uma unidade de capital apenas
compensam os juros perdidos e,
portanto, que os investidores se
contentam em deter capital sem a
perspectiva de ganhos ou perdas de
capital.

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