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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

CAMPUS CUBATÃO

COMANDOS E SENSORES
CESA-3

AULA 2

Prof. Espec. Eng. Renato Rodrigues Filho


PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS
• O problema da partida de motores elétricos está no pico de corrente que ocorre quando se dá a
partida do mesmo. Vamos lembrar do princípio da inércia, e perceber que no momento inicial em
que se dá a partida do motor, o rotor com toda a sua massa está parado e precisa acelerar até
atingir a rotação de trabalho da máquina ( rotação nominal ).
• Para tanto ele solicita um valor elevado de corrente cujo pico pode atingir 9 até 10 vezes o valor
nominal de trabalho da máquina.
• Exemplo:
Seja um motor trifásico de potência aparente S= 10 KVA trabalhando numa rede sob tensão de
380 Volts. Temos que S =√3 . e . i a corrente nominal dessa máquina será obtida por
i = 10.000 / ( √3 .380 ) = 15,2 A
É uma corrente razoavelmente pequena, mas o surto de corrente de partida pode chegar à
Ip = 152 A
Onde Ip = pico máximo da corrente de partida
Conforme podemos observar na figura, esse surto ( elevação ) de corrente é razoavelmente
rápido se a máquina estiver partindo em vazio ( isto é: sem carga mecânica no eixo )

Pd = Rfios . Ip . Ip

Se a máquina tentar partir com carga, o tempo para atingir a rotação de regime aumenta
significativamente porque agora é preciso vencer a inércia do conjunto motor+carga e o calor
gerado pela dissipação na fiação do estator pode levar a destruição da mesma.
Considerando-se que uma máquina trifásica ligada em triângulo solicita 3X mais corrente da
fonte do que ela mesma ligada em estrela, fazemos a partida da máquina em estrela e
quando a rotação estiver próxima do valor nominal ( onde a eficiência dos ventiladores internos
é máxima ) mudamos então a conexão para ligação triângulo.
Por isso temos a chave estrela-triângulo, que pode ser manual ou automática.
Vejamos primeiramente como fica o circuito de potência:
Observem que temos na figura 3 contatores K1 ; K2 e K3

a) Se K1 e K2 estiverem fechados o motor estará ligado


em estrela com K3 aberto.
b) Se K1 e K3 estiverem fechados e K2 aberto a
máquina estará ligada em triângulo.
c) Temos ainda nesse esquema os 3 fusíveis na entrada
das linhas R,S e T
d) E o relé térmico ligado abaixo de K1

A comutação de uma forma de ligação para a outra vai depender do circuito de comando desses
3 contatores, ou dependendo da aplicação, de uma chave manual estrela-triangulo:
O circuito de comando deverá ficar como mostrado na figura a seguir, acrescentado de um
elemento novo que é um relé temporizado:
Quando fechamos a chave S1
energiza-se a bobina de K1.
O contato auxiliar de K1 fecha
os pinos 13 e 14, selando a
ligação. Isso energiza também a
Bobina de K2. o que mantém a
ligação estrela.
Mas observem que também
energiza a bobina do relé de
tempo d1.
Esse relé começa a contar um
tempo pré estabelecido, ao
final do qual ele comuta a
chave d1 fechando as posições
15 e 18.
Com isso a bobina de K2 abre
e K3 fecha o triangulo..
Descubram o que fazem os
chaves NF de K3 e K2 no
circuito.
O relé temporizado é mostrado a seguir:

É um modelo de relé de tempo que tem as características


Elétricas mostradas no desenho anterior e pode ser
ajustado para um tempo de retardo desde 1seg até 100
segundos
Podemos escolher usar os pinos 15 e 16 e o nosso relé
somente vai atuar depois de terminado a contagem de
tempo, desligando K2 e ligando K3.
Em alguma outra aplicação podemos usar os pinos 15 e
18 e o relé não vai energizar de imediato uma carga a
qual se liga quando o relé passa do pino 16 para o 18
Existem diversos modelos com variadas escalas de
tempo.
Todos esses componentes têm dimensões padronizadas para serem encaixados em trilhos nos painéis de
comando
Os contatores podem ser acionados por circuitos de c.a. ou de c.c. nas tensões de 127/220/380 Vca ou
mesmo em baixas tensões de 18 ou 24 Vca ou Vcc.
Os contatores geralmente têm bobinas que podem ser substituídas para manutenção ou mesmo para
mudança de um circuito c.a. para um circuito c.c.
Os contatores por outro lado podem acionar mais equipamentos do que o mostrado até aqui.
Por exemplo podemos querer que exista uma lâmpada sinalizadora que indique que o motor
Está ligado em estrela e uma outra que indique que ele esta trabalhando em triângulo.
Ao mesmo tempo podemos desejar duas lâmpadas sinalizadoras que indiquem o sentido de giro do motor
E assim por diante.
Para tanto os contatores admitem que sejam acopladas a eles unidades de contatos auxiliares, conforme
Mostrado a seguir:

Podem ser adicionados frontalmente


como mostrado à esquerda ou então
lateralmente como na imagem à direita.

Os contatos auxiliares podem ser do tipo NF ou NA, conforme a conveniência da aplicação.


Os painéis de comando podem ser desde aplicações relativamente simples até sofisticados Centros de
Controle de Motores ( CCM )
Já que estamos falando agora em painéis de comando, convém lembrar que eles obedecem a
Normas Técnicas definidas pela ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas ) através da Norma
ABNT IEC 60947. Com base nessa Norma são desenvolvidas definições e simbologias dos dispositivos
mais utilizados nas aplicações para controle de motores e outras cargas.
É importante frisar que os comandos elétricos não são aplicáveis somente no caso de motores elétricos,
mas podem incluir todo tipo de sistema de automação.
Tentem como um exercício pesquisar como fica um sistema de comando para uma ponte rolante, onde
temos 3 motores, sendo 2 para movimentar a ponte num plano e um terceiro que vai comandar o
guindaste para cima e para baixo. Algumas chaves de fim de curso devem ser previstas:

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