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ENSAIO FILOSÓFICO

Ao longo deste ensaio filosófico iremos discutir o problema de uma família que ficou
desempregada, enfrenta dificuldades em pagar as despesas, prestação da casa, bens
essenciais, e, para além disso, a educação dos dois filhos adolescentes poderá ser
comprometida, nomeadamente no ensino superior. Será que o Estado deve intervir e ajudar
esta família? Como? Ou será que os mais ricos devem contribuir para minimizar a situação
desfavorável desta família?
Consideramos que a discussão deste problema é importante, uma vez que este tipo de
situações tem vindo a ser cada vez mais frequente, face à situação pandémica que temos
vivido nos últimos dois anos e que tem gerado muitas dificuldades económicas às famílias
portuguesas.
Esta situação integra-se no problema da Justiça social ou distributiva, estudado pela filosofia
política, que é uma disciplina filosófica que estuda questões acerca da forma como uma
sociedade deve ser organizada.
Sendo que, o Estado é uma instituição que regula e organiza a vida social, exercendo o poder e
autoridade sobre os cidadãos.
Assim, vamos defender o Liberalismo social ou igualitário de Rawls.
O igualitarista dá prioridade á igualdade social, ou seja, o Estado deve intervir para evitar
desigualdades sociais, transferindo riqueza dos mais ricos para os mais pobres através de
mecanismos de distribuição e redistribuição.
Consideramos que os argumentos seguintes permitirão encontrar uma solução para melhorar
a situação desfavorável desta família:
Em primeiro lugar a aplicação do princípio da igualdade equitativa de oportunidades, que
defende que cada um deve ter as mesmas oportunidades de acesso às várias funções e
posições sociais, poderá ser uma solução para garantir a educação dos filhos deste casal, uma
vez que o Estado deve ajudar os alunos que não tenham poder económico para ingressar no
ensino superior ou para prosseguir o ensino obrigatório, através da promoção de políticas
sociais: refeições gratuitas e/ou comparticipadas, apoio nos transportes e no alojamento,
auxílios económicos diretos na aquisição dos matérias escolares, entre outros.
Em segundo lugar a aplicação do princípio da diferença, que diz que o Estado deve proceder à
redistribuição da riqueza de modo a que os mais favorecidos contribuam para os menos
favorecidos, através de mecanismos de distribuição, como os impostos e tributações, e
redistribuir, através de subsídios, apoios para trabalhadores sem rendimentos, que poderão
ajudar esta família a suprir as necessidades básicas.
O nosso grupo rejeita o princípio da diferença, tal como Nozick, uma vez que se trata de uma
forma padronizada de distribuição de riqueza e rendimentos, e isto, restringe liberdades
fundamentais, como o direito à propriedade em si mesmo.
Propomos uma perspetiva não padronizada, em que as desigualdades não são, em si mesmas
um mal. Temos de conhecer o processo que deu origem á titularidade dos bens que cada
pessoa possui. Então, se a desigualdade se gera a partir de uma situação inicial legítima e por
etapas legítimas, então é justa, independentemente de a distribuição ser igualitária ou de
alguns terem muito e outros pouco.

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