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A ESCOLA E O COMBATE DA DESIGUALDADE SOCIAL

O papel da escola na formação do indivíduo é sem dúvida muito maior do que o


desenvolvimento intelectual, é nela que ocorre o primeiro contato com a diversidade, visto
que no ambiente familiar somos apresentados para uma moral contextual que abrange apenas
os indivíduos daquele meio, que consequentemente pensam igual ou de forma parecida
conosco. Por isso a instituição de ensino exerce a função de nos colocar diante das diferenças,
sejam elas quais forem. Dada sua importância no meio social, vamos debater quais alternativas
podem ser apresentadas para que exista dentro da comunidade de ensino um meio mais
igualitário e inclusivo.

No primeiro ponto podemos abordar a inclusão racial, que já é por vezes amparada no
sentido institucional, seja por meio de programas de cotas e/ou bolsas de ensino. Mas no
contexto social, ocasionalmente ocorre um processo excludente desses grupos. E é trabalho da
organização de ensino e da comunidade de pais e alunos estabelecer medidas preventivas que
possam combater essa realidade. Um bom exemplo disso é algo que muito se discute hoje,
que é a inclusão da história dos povos nativo-americanos (indígenas) e africanos à grade
curricular obrigatória dos ensinos médio e fundamental, para que se estabeleça um
contraponto à história tipicamente eurocêntrica. E haja o entendimento do papel importante
que esses povos tiveram no nosso desenvolvimento enquanto sociedade, e como sua cultura
foi suprimida pelos interesses políticos da época. E cabe também ao ambiente familiar
trabalhar essas mudanças junto à escola, incentivando o respeito às diferenças.

Há também o aspecto religioso dentro do ambiente estudantil privado, que divide


opiniões sobre o tema. Existem instituições que possuem em sua grade o estudo Teológico ou
Religioso, mas em parte dos casos a matéria atua mais como uma doutrinação religiosa do que
um ambiente aberto de descoberta e entendimento de crenças alheias às nossas.
Diferentemente das escolas públicas que preconizam um ambiente de aprendizado laico, ainda
há muito interesse por parte das particulares (religiosas), adquirir mais adeptos de sua fé.

Já voltado para o ponto de vista sociopolítico, é clara a discrepância entre as castas


sociais no Brasil, e no ensino isso não poderia ser diferente. O ensino público está longe de ser
ideal, mas para grande parcela da população essa é sua única alternativa. E nesse quesito entra
o papel do estado na tomada de decisões de como podemos melhorar. As opiniões se dividem,
assim como tudo que envolve o aspecto político, mas as principais alternativas sugeridas são:
A aplicação de uma maior parcela do dinheiro público para o setor da educação, promovendo
a modernização da infraestrutura da escola pública, ou a privatização do ensino com a criação
de programas conveniados, onde é o estado que arca com os custos do estudo de alunos em
situação de vulnerabilidade social.

Em suma, podemos concluir que a educação não está alheia às outras instituições
sociais, o que nos permite deduzir que uma mudança tanto depende quanto pode
desencadear as outras. Do ponto de vista histórico ainda é muito recente a obtenção dos
direitos civis igualitários para toda a população, e não é um código de leis que altera toda a
cultura de uma nação, ainda há muito que se debater e lutar para vivermos de acordo com os
ideais previstos na legislação, apesar de estarmos mais atentos a essa realidade e dispostos a
combatê-la.

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