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Universidade Potiguar

Curso de Direito
30383 – Desenvolvimento Humano e Social

Atividade 1 (A1) – De que modo as escolas, enquanto instituições sociais, podem


contribuir para o enfrentamento às desigualdades sociais? Como outras instituições,
por exemplo, o Estado e a família, poderiam realizar articulações com a instituição
escolar, contribuindo para o enfrentamento às desigualdades e por meio de quais
ações concretas isto se realizaria.

Os processos de desigualdade social consistem numa diferença entre as classes


sociais, em que determinados indivíduos se encontram em situações mais vantajosas que
outros, e estão presentes em todas as relações de sociedade do mundo, reservando aos
desiguais um local de diferença: seja por questões raciais, econômicas, de gênero, de cor,
de crença, sexualidade, etc. A desigualdade se manifesta através da limitação do cidadão
ao seu acesso a direitos básicos, como, por exemplo, o acesso à educação. São várias as
teorias que versam sobre a origem das desigualdades, mas um vórtice comum entre elas
consiste na má-distribuição de renda.
Dentro deste contexto, a educação é crucial para a busca da equidade social ou, ao
menos, como minimizadora das questões de desigualdade. A educação escolar é
ferramenta geradora de cidadania e contribui para o desenvolvimento científico-
tecnológico de uma nação, que por sua vez será responsável por progressos nas mais
diferentes áreas, desde saúde à geração de empregos e à distribuição de renda, por
exemplo. Entretanto, não se pode demandar unicamente das escolas a criação de
condições para o desenvolvimento pleno e pessoal, que deve ser amparado por políticas
públicas.
É imperativa, portanto, a atuação de demais instituições no enfrentamento das
desigualdades, sendo o Estado um dos principais atores capazes de contribuir para tal.
Uma vez que as desigualdades têm origem na disparidade da distribuição de renda, é
fundamental que sejam desenvolvidas políticas públicas que combatam a concentração
desta. Somados a tais políticas, investimentos maciços em saúde e educação, promoção
de ofertas de trabalho, combate à concentração de terras e melhor gestão do dinheiro
público são ferramentas que contribuem ativa e eficazmente para a redução das
desigualdades.
Junto ao Estado, a família é uma das mais importantes instituições de controle
social que a sociedade possui. Os indivíduos que fazem parte de famílias estruturadas já
estão, automaticamente, em situação de privilégio. Da mesma maneira, famílias
disfuncionais contribuem para o crescimento de crianças desajustadas. Em sociedades
muito desiguais, aqueles que começam a vida com déficits precoces, acumulam mais
déficits em seguida e as ações de correção, estas promovidas pelo Estado, passam a custar
cada vez mais caro. A ideia é que o dano é instaurado na criança ainda no ventre da mãe
e consolidado nos primeiros anos de vida, antes do confinamento escolar. Ou seja,
sozinha, a escola não é capaz de reparar tais problemas. Por fim, é importante ressaltar
que crianças desassistidas são inferiorizadas e mais propensas ao crime, à gravidez
indesejada, à evasão escolar, sendo indispensáveis a adoção de políticas para corrigir as
desvantagens do nascimento, políticas estas que devem ser gerenciadas pelo Estado, pelas
famílias e também pela escola.

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