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Instrumentos e procedimento de coleta de dados

A fim de responder o problema de pesquisa, foram utilizados 2 questionários e


2 escalas Likert. Os questionários foram um sociodemográfico e o outro foi o DASS-21.
O primeiro questionário e as 2 duas escalas foram criadas pela faculdade Maurício de
Nassau.
O questionário sociodemográfico, como o nome sugere, é a ferramenta sobre o
qual que foram adquiridas informações gerais sobre o grupo de interesse como a
idade, estado civil, nível de escolaridade, área do curso, turno de estudo, número de
filhos, se a pessoa entrevistada é responsável por cuidar se alguém além dos filhos se
tiver, número de pessoas que vivem da renda mensal familiar, se trabalha e em que
modalidade atua e por fim, o tempo médio de trabalho na semana. Isso torna possível
determinar o quanto uma amostra se aproxima da população.
Ainda, no estudo em questão, o grupo são estudantes mulheres que possuam
dupla jornada (são estudantes e trabalham) ou tripla jornada (são estudantes,
trabalham e tem filhos), também havendo casos de mulheres que são apenas
estudantes. Além disso, o estudo limita-se ao grupo de mulheres que estudam na
instituição supracitada.
O questionário DASS-21 (Depression, Anxiety and Stress Scale) é um teste que
foi desenvolvida por Lovibond e Lovi-bond (1995) com o objetivo de medir e
diferenciar, ao máximo, os sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Esse
instrumento é composto por 21 afirmações, 7 para cada variável, e cada uma altera
numa escalada de 0 à 3. Então são feitas somas e cada variável é classificada em um
estado: leve, moderado ou severo.
As escalas foram criadas com intuito de atender especialmente os objetivos
específicos do estudo. A primeira escala avaliou mensurações de responsabilidade e
satisfação e a outra a de frequência.
Por fim, os questionários e escalas foram aplicados por estudantes de
psicologia da faculdade Maurício de Nassau em forma de entrevista e participaram do
estudo uma amostra de 76 mulheres tendo entre 17 e 54 anos.
Processamento e análise de dados
As informações obtidas pelas entrevistas foram transferidas para uma planilha
no Software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) em que também foram
analisadas Correlações de Pearson que variam em -1 (correlação inversa) e 1
(correlação positiva) entre os fatores Ansiedade, Depressão e Estresse com as variáveis
das escalas construídas. A correlação 0 a 0.3 positivo ou negativo indica uma
correlação desprezível, 0.3 a 0.5 positivo ou negativo indica uma correlação fraca, 0.5 a
0.7 positivo ou negativo indica uma correlação moderada,0.7 a 0.9 positivo ou
negativo indica uma correlação forte e 0.9 para mais ou para menos indica uma
correlação muito forte
Foi levado em consideração um nível de significância de 5% e 8% para
determinar se o resultado da correlação pode assumir um poder estatisticamente
significativo. Por fim, eles valores foram postos na Tabela 1, que acabou por ser
dividida em duas partes para que as informações ficassem mais visíveis, e foram
analisados os resultados. Além disso, os resultados também incluíram gráficos de
frequência para variável Trabalho doméstico para ser feita uma comparação.
Tabela 1

Correlações Correlações

Educação dos Atividade Lazer Ajuda entre as

filhos física doméstica variáveis

Ansiedade p=0.8410 p=0.1095 p=0.2798 p=0.7879


c=-0.0247 c=-0.1958 c=-0.1309 c=-0.0325
Depressão p=0.8920 p=0.0081* p=0.2370 p=0.4289
c=-0.0170 c=-0.3232 c=-0.1453 c=-0.0968
Estresse p=0.0791 p=0.1695 p=-0.0977 p=0.6582
c=0.5086** c=-0.1636 c=0.4074 c=-0.0519
sociodemográficas e as variáveis referentes ao adoecimento no DASS21.
Correlações
Responsável Situação Trabalho Cuidado
pelo econômica doméstico parentes
sustento
Ansiedade p=0.2081 p=0.9546 p=0.0094* p=0.1456
c=0.1523 c=0.0069 c=0.3082 c=0.1770
Depressão p= 0.2166 p=0.731 p=0.0169* p=0.4625
c=0.1517 c=-0.0424 c=0.2888 c=0.0912
Estresse p=0.0731 p=0.8465 p= 0.0078* p=0.0525*
c=0.2095 c=0.02304 c=0.3065 c=0.2278

Nota. Autoral

* valores significativos p<0.05 ou p≅0.05, valor da correlação de Pearson: c

* valores significativos p<0.08 ou p≅0.08, valor da correlação de Pearson: c


Nota. Autoral

* valores significativos p<0.05 ou p≅0.05, valor da correlação de Pearson: c

Aspectos éticos
Resolução 510/16 e Termo de consentimento.
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html
Resultados
O estudo revela que a única variável que influencia na ansiedade de forma significativa
é a frequência com que é realizado o trabalho doméstico (0.0094). Além disso, a
correlação é positiva e fraca (c=0.3082), isso significa que nesse estudo para amostra
de 76 mulheres, quanto mais a mulher realiza atividades de trabalho doméstico, mais
ansiosa se sente. Talvez isso seja pela teoria de que um ambiente desorganizado deixa
as pessoas mais ansiosas, e o fato das mulheres, em sua maioria, serem responsáveis
pela atividade de organização do lugar em que moram, juntando ao cansaço e outras
atividades que também estão sobre a responsabilidade da mulher como estudar e
trabalhar. A relação entre níveis de ansiedade e frequência do trabalho doméstico
pode ser melhor percebidas pelo Gráfico 1.

Gráfico 1
Outra correlação interessante é entre depressão e realizar atividade física (c=-0.3232,
p=0.0081). Apesar da correlação ser fraca, o fato de ser negativa revela que quanto
mais atividades físicas uma pessoa realiza, menor a chance de ter Depressão. Por esse
motivo muitos psicólogos e psiquiatras recomendam que pacientes depressivo façam
exercícios, pois além de ajudar com a questão da saúde física melhoram
significativamente a saúde mental por contribuir com a geração da serotonina que
melhora o bem estar e o humor. Além do mais ,fazer atividades físicas torna-se um
excelente aliado no tratamento de depressão para pessoas que precisam de tal
hormônio, mas são resistentes a utilização de medicamentos da classe dos Inibidores
Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS). Além do mais, a realização de trabalho
doméstico também influencia na depressão de forma crescente (c=0.2828, p=0.0169) e
é melhor percebida pelo Gráfico 2.

Gráfico 2
Para as variáveis que influenciam no estresse tem-se ajudar na educação dos filhos
(c=0.0791, p=0.5086), realizar de forma frequente o trabalho doméstico (c=0.3065,
p=0.0078) e o cuidado de parentes (c=0.2278, p=0.0525). Apesar de todas as
correlações serem fracas, são significativas no estudo. Essas variáveis de influência no
estresse podem ser devido a alguns fatores externos e pessoas. Ajudar na educação
dos filhos, por exemplo, eleva o estresse pois é necessário tempo e principalmente
paciência, além de uma abordagem que funcione para cada criança e tentar exercer a
disciplina na construção da aprendizagem. Além disso, o trabalho doméstico é mais um
fator que desgasta a mulher que já tem que ajudar na aprendizagem dos filhos e cuidar
de outros parentes, assumindo uma grande carga física e emocional que acaba
culminando na elevação dos níveis de estresse como representado no Gráfico 3.

Gráfico 3
Dos três gráficos apresentados, percebemos uma maior frequência do estresse na
realização do trabalho doméstico, as barras têm alturas maiores e as cores mais
frequentes são azuis, vermelho e roxo, mostrando que as pessoas com níveis de
estresse mais elevados limpam a casa de modo frequente, sempre e às vezes. Assim,
mesmo que a realização do trabalho doméstico influencia na depressão e ansiedade, a
frequência é muito significativa para o estresse.

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