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HISTÓRIA DO CRISTIANISMO MEDIEVAL

INTRODUÇÃO GERAL

abrange dos séculos VI a XV da era cristã, foi caracteristicamente um período


bastante conturbado para a Igreja Ocidental.

Em face do decreto de Constantino (272 a 337 d.C.), imperador romano


convertido, iniciando o processo que viria a tornar o cristianismo a religião oficial
do Império Romano, a adesão à fé cristã não se deu mais por conversão
espiritual, mas simplesmente por uma conformação ao status quo prevalecente,
ou seja, ser cristão deixou de ser uma experiência de conversão pessoal ao
senhorio de Cristo e passou a ser, para a maioria das pessoas, apenas uma
formalidade ou, até mesmo, uma conveniência social e política.

Dois séculos passaram-se e as consequências disso já dificultavam bastante


o exercício da verdadeira fé cristã. Nichols (2004, p. 83), comenta assim os
problemas e importância da compreensão do contexto que envolveu o início
desse período:

Devemos ter sempre em mente que a igreja durante esse


período que estamos considerando tinha, no seu interior, muitas
-
Vejamos, resumidamente, as causas dessa situação alarmante.
Uma delas era a atitude dos imperadores romanos que tinha
tornado o Cristianismo a religião da moda, cujo patrono era o
governo imperial e à qual aderiram grandes multidões. Outra
causa era o decreto do imperador Teodósio, que obrigava seus
súditos a professarem o Cristianismo de forma ortodoxa. Desse
modo surgiu a política imperial do uso do poder para reprimir a
idolatria e forçar o povo a filiar-se à Igreja. Mais uma vez os
métodos missionários medievais resultaram na entrada para a
Igreja de multidões de germanos e outros povos que nunca
tinham experimentado a conversão cristã. O mal só se agravou
quando governos e conquistadores obrigaram seus povos a

massa de pagãos, imbuídos das ideias pagãs a respeito da


religião e da moral, pessoas que de cristãs só tinham o nome.

É por causa disso que o período que agora estudamos também foi
decorrendo assim
muitos estudiosos preferirem chamá-

Além, e tão importante quanto a situação espiritual, é fundamental termos


a compreensão do contexto social desse período chamado de Medieval . De
por muitos estudiosos que tratam destes séculos
se justifica, pelo menos em alguma medida. Não é possível entender a Igreja e
suas características em um período histórico ignorando seu contexto mais
amplo. Pensar a Igreja sem pensar a história, é falar de um corpo sem alma; ler
e estudar a história da Igreja sem estudar a sociedade à sua volta, é ler um
romance.

A estabilidade, estrutura e poder do Império Romano se diluíra quase que


totalmente, favorecendo que povos vizinhos se sentissem atraídos para invadir
as regiões da Itália e França. Durante quase quatro séculos, até Carlos Magno
(742-814 d.C.), que estudaremos a seguir, muitas guerras, confusão, invasões e
todo o tipo de barbarismo aconteciam por quase toda a Europa Ocidental. Tribos
germânicas, escandinavas e normandas assaltavam desde o sul da Alemanha e
toda a costa do Mediterrâneo.

Do Oriente, inspirados pela nova religião, o Islamismo, adotando a guerra

povos árabes, guerreiros tradicionais, a morte, fome, doenças, medo e imigração


forçada são as marcas da sociedade europeia para qual a Igreja cristã precisava
dar respostas e consolo. Curiosamente, o desafio imposto pelo Islamismo, trouxe
uma oportunidade para a Igreja da Europa Ocidental se fortalecer e ocupar
grande importância de destaque e liderança também na vida social, política e
econômica.

Por tratar-se de um período que abrange mais de dez séculos de história,


com muitos nomes, eventos e movimentos importantes, dividiremos o estudo da
Idade Medieval em duas partes principais: a Baixa e a Alta Idade Média.

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