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XII FATECLOG

GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO:


DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL
FATEC MOGI DAS CRUZES
MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL
18 E 19 DE JUNHO DE 2021
ISSN 2357-9684

ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO


DE PREÇOS EM UMA EMPRESA DO SETOR
INDUSTRIAL DE PRODUÇÃO POR ENCOMENDA
VIVIAN RIBEIRO MESSIAS (Faculdade de Tecnologia de São
José dos Campos)
vivian.messias@fatec.sp.gov.br
VALTER JOÃO DE SOUSA (Faculdade de Tecnologia de São
José dos Campos)
valter.sousa@fatec.sp.gov.br

RESUMO
O ambiente de alta competitividade entre as empresas torna qualquer estratégia capaz de proporcionar alguma
vantagem competitiva, uma poderosa ferramenta de sobrevivência no mercado. A busca pelo aumento da
produtividade com o foco na obtenção de maiores lucros, tem levado as empresas a procurarem novas estratégias
de gestão para este fim. Neste sentido a adequada gestão de custos e prática na formação de preços, podem
propiciar um diferencial competitivo bastante importante. Nas empresas que produzem sob encomenda grandes
projetos exclusivos, esta atividade torna-se ainda mais significativa. Este trabalho teve como objetivo analisar o
método de custeio e orçamentação para uma adequada precificação do produto final em uma empresa de
produção por encomenda. Para atingir este objetivo optou-se por uma pesquisa descritiva, por meio de um estudo
de caso. A coleta de dados ocorreu por meio de análise documental e entrevistas com gestores e líderes de setor
da empresa. Como resultado pôde-se detectar a existência de falhas no processo de levantamento de custos, bem
como no processo final de precificação. Elaborou-se, a partir dessas confirmações, uma proposta para a melhoria
do processo de formação de preços, com o propósito de corrigir as deficiências encontradas e contribuir com a
melhoria na lucratividade da organização analisada. Conclui-se, portanto, que uma adequada gestão de custos e
politica de formação de preços é fundamental para sobrevivência das empresas.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Custos. Formação de Preços. Produção por Encomenda.

ABSTRACT
The highly competitive environment among companies makes any strategy capable of providing some
competitive advantage, a powerful tool for survival in the market. The search for increased productivity with a
focus on obtaining greater profits, has led companies to seek new management strategies for this purpose. In this
sense, the adequate cost management and practice in the formation of prices, can provide a very important
competitive differential. In companies that produce large exclusive projects to order, this activity becomes even
more significant. This work aimed to analyze the costing and budgeting method for an adequate pricing of the
final product in a production company by order. To achieve this objective, a descriptive research was chosen,
through a case study. Data collection took place through document analysis and interviews with managers and
industry leaders of the company. As a result, it was possible to detect the existence of flaws in the costing
process, as well as in the final pricing process. Based on these confirmations, a proposal was developed to
improve the price formation process, with the purpose of correcting the deficiencies found and contributing to
the improvement in the profitability of the analyzed organization. It is concluded, therefore, that an adequate cost
management and price formation policy is fundamental for the survival of companies.

Keywords: Cost Management. Price Formation. Make-to-Order Companies.

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FATEC MOGI DAS CRUZES
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1. INTRODUÇÃO

As mudanças no ambiente de negócios das indústrias de manufatura, como a crescente


competitividade, a modernização de processos e a racionalização de atividades, exigem que as
empresas busquem incessantemente a melhoria da qualidade e a redução de custos de seus
produtos.
Conforme Kaplan e Cooper (1998), em contextos com estas características, a gestão de
custos torna-se uma ferramenta estratégica para aumento da competitividade e/ou
sobrevivência das empresas. No caso de empresas que trabalham no sistema de produção por
encomenda, a adequada gestão dos custos não é apenas uma ferramenta de gestão, mas sim
uma necessidade para sua longevidade.
Decisões gerenciais como terceirização de serviços, investimentos em maquinas e
materiais, gerenciamento de contratos, precificação de produtos; tornam-se uma função direta
da gestão de custo para orçamentação de produtos (SOUZA; AVELAR; BOINA., 2005;
CAMPOS, 2003).
Conforme Garcia (2001), a utilização de softwares para lidar com os processos de
gestão de custos e formação de preço, pode representar uma importante ferramenta para
mitigação das possibilidades de falhas ao longo desses processos. Entretanto o correto
dimensionamento do software a ser utilizado ainda gera muitas dúvidas e controvérsias.
Considerando-se, portanto, o cenário apresentado acima, este trabalho teve como
principal objetivo a análise do processo de gestão de custo e formação de preços em uma
empresa do setor de caldeiraria e usinagem na região do Vale do Paraíba, identificando os
principais fatores intervenientes nesse processo.

2. IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS

A gestão de custos tem a responsabilidade de apresentar estratégias inteligentes para o


controle dos gastos, e a eficácia na aplicação dos recursos financeiros de uma organização.
De acordo com Pompermayer e Lima (2002), a boa gestão de custos tem seu principal
objetivo na obtenção de maiores lucros, cuja eficácia mais contundente é a conquista natural
da liderança e custos, esta é a estratégia competitiva mais importante para levar uma empresa
a conquistar mais espaço o mercado e garantir a permanência assegurada dentre os
concorrentes.
Para atingir uma gestão de custos eficiente e que acompanhe a diversificação das
mudanças dos concorrentes, fornecedores e consumidores, além de conhecer o processo de
formação dos custos, buscam constantemente a redução e melhoria contínua dos custos. Essa
redução e melhoria contínua, ainda de acordo com Pompermayer (2002) poderá ser obtida
pela utilização de uma meta de custeio para um produto e/ou serviço a partir do preço pelo
qual o consumidor está disposto a pagar. No caso de empresas industrias, o custo-meta pode
ser conseguido através de margens de preços que os concorrentes expuseram durante a
licitação de novos projetos.
Durante o processo de melhoria contínua a empresa deve sempre reforçar a
mentalidade do Kaizen, que faz a introdução de novas alternativas para a resolução de
problemas, no caso ‘qualidade de seu produto e/ou serviço final.
Na conclusão de Pompermayer e Lima (2002), a trajetória estratégica escolhida pela
empresa terá influência decisiva na definição e desenvolvimento do sistema de custos a ser
implantado. A utilização de sistemas digitais e tecnológicos fornecidos pela empresa poderão

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oferecer algum conflito em


função de adaptações e reformulações que se mostrem necessárias com a introdução de novos
sistemas ou quaisquer mudanças gerenciais.
A intensidade com que estas questões se aplicam, fará com que a organização atinja ou
não as metas estabelecidas e que a utilização correta dos recursos de gestão financeira
colocará a empresa no patamar almejado.

2.1 Processo de Formação de Preços

Segundo Warren, Reeves e Fess (2003) são três (3) os principais fatores que
influenciam o processo de formação de preços, são eles:
 -Fatores baseado na demanda que utiliza informações pertinentes à demanda
apresentada pelos clientes para tomar decisões de preços;
 -Fatores com base na concorrência que verificam as informações de preços dos
concorrentes para subsidiar as decisões de preços;
 - Fatores obtidos através dos custos que utilizam informações de custos e despesas da
empresa para dar suporte a decisões de preços.

Esta definição de Warren, Reeves e Fess (2003) serve como orientação para qualquer
empresa que queira melhorar seu processo de formação de preços, porém para as empresas
que trabalham com projetos únicos e exclusivos, deve-se levar em consideração mais alguns
fatores, pois praticamente não há referências mercadológicas para auxiliar na precificação.
De acordo com Atkinson et al.(2000), o preço dos produtos é formado somando a
margem de lucro desejada pelos gestores aos custos incorridos na produção dos mesmos, essa
ideia pode ser aplicada nas empresas de projetos exclusivos onde a formação de preços deve
ser formada através da utilização dos históricos dos projetos já fabricados, fazendo um
comparativo entre o custo programado e o realizado.
Antes de apresentar o preço de venda aos seus clientes, os orçamentistas destas
empresas devem estimar os custos de produção para estipular uma margem mínima do preço
a ser apresentado, além disso, de modo geral, é necessário uma avaliação criteriosa de
diversos fatores internos e externos que influenciam os processos de acordo com a
criteriosidade de cada cliente e projeto solicitado, é muito importante ressaltar que a avaliação
de projetistas técnicos é imprescindível durante o orçamento, visto que estes profissionais
possuem qualificações necessárias para estabelecer alguns requisitos que não foram levados
em consideração durante o processo de levantamento de custos de produção.

2.2 Produção por Encomenda Com Ênfase em Projetos Exclusivos

Empresas que produzem sob encomenda somente executam a fabricação mediante a


solicitação do cliente, os produtos possuem peculiaridades normalmente variadas e com
volumes relativamente baixo.
De acordo com Loiola (2003) os produtos destas empresas são desenvolvidos para um
cliente em específico e não são estocáveis, ou seja, os gestores da empresa esperam seus
clientes solicitarem a fabricação de determinado produto/projeto, ou participam de licitações
com outros fornecedores para conquistarem novos contratos e iniciarem efetivamente o
processo produtivo.

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Para apresentar melhor o conceito de produção por encomenda, Corrêa e Corrêa


(2007) classificam os processos produtivos em:

 -Processos por tarefas, são caracterizados pela produção de pequenos lotes, de


uma grande variedade de produtos, que possuem variados roteiros de
fabricação;
 Processos de lotes (batch), é um processo similar ao processo por tarefa,
porém ele apresenta uma maior especialização dos recursos e algumas
economias de escala, estas geralmente ocorrem quando o custo marginal é
menor que o custo médio, conforme a produção aumenta;
 Processos em linha, ocorrem pela produção de peças discretas (contabilizada
em unidades), elas passam de uma estação de trabalho à outra, de acordo com
uma taxa pré-estabelecida;
 Processo contínuo, designado pelo processamento de materiais não discretos,
sendo que, na maioria das empresas boa parte das estruturas de fabricação são
automatizadas.

Segundo Corrêa e Corrêa (2007) podem ser consideradas empresas de Produção por
Encomenda, aquelas que apresentam os processos por tarefa ou de lotes, sendo assim, se
enquadrariam: as ferramentarias; as fábricas de móveis de cozinha por encomenda; as fábricas
de máquinas convencionais (Processos por tarefa); as indústrias químicas de especialidades;
as indústrias de alimentos e as estamparias de montadoras de veículos (Processos por lote).
As empresas que trabalham sob encomenda de produtos seriados, normalmente
utilizam de métodos já existentes e eficazes para realizar a precificação, visto que as
organizações deste segmento possuem dados quantificados e qualificados anteriormente, as
fábricas de produção por encomenda de produtos exclusivos, não possuem este recurso.
Conforme orientado por Garrison e Noreen (2001), como os produtos fabricados são
únicos e os projetos iniciam do zero “0”, os preços também deverão ser exclusivos, estudados
e adaptados para cada encomenda, porém é importante manter os registros de custos para cada
produto ou ordem de produção, os autores ressaltam que deste nicho de mercado, a maioria
das empresas de sucesso utilizam este sistema de acumulação de custos para fomentar seus
futuros projetos.
As principais vantagens obtidas através da utilização do sistema de acumulo de custos
por ordem de produção são MAHER (2001):
 O auxílio durante o processo de encomenda de um trabalho semelhante a
outro já realizado podendo utilizar dos erros e acertos obtidos anteriormente;
 O maior controle dos custos, uma vez que os custos estimados
podem ser comparados com os efetivamente ocorridos;
 A disponibilidade de argumentos para os gestores para renegociar contratos
com os clientes ou durante licitações;
 O aumento na margem de lucro, pois com base nas experiências obtidas
através dos históricos, os gastos adicionais em projetos anteriores serão levados
em consideração.
A crescente utilização de ferramentas de planejamento e controle de custos
estabelecido pelos gestores demonstra a importância de informações desta natureza para a
competitividade das empresas. Diversas decisões sobre a estabilidade e vida das empresas por
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encomenda, dependem de informações de custos e destacam-se argumentos referentes aos


preços.
Kingsman e Hendry (2002) relatam que as indústrias que formam seus custos a partir
do preço de fabricação, têm um promissor futuro para a longevidade da empresa, o autor
ainda destaca que o preço demonstra ser a principal variável avaliada pelos clientes, quando
decidem qual empresa fabricará o seu produto.

3. METODOLOGIA

A ciência necessita de investigação criteriosa, por meio de regras e procedimentos bem


definidos. Nesta pesquisa optou pela realização de uma pesquisa descritiva, utilizando-se de
um estudo de caso.
Segundo Gil (2002) uma pesquisa descritiva tem como principal objetivo a descrição
de uma população ou fenômeno ou, o estabelecimento de relações entre variáveis.
A pesquisa descritiva promove a observação, registro, análise, classificação e
interpretação, sem, entretanto o pesquisador interferir no ambiente. Já o estudo de caso pode
ser entendido como um delineamento adequado para a investigação de determinados
fenômenos em seu contexto real (YIN, 2001). Neste caso especificamente pretende-se
preservar o caráter único do objeto estudado.
A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com gestores dos
processos analisados na empresa, bem como por análise documental e observação.
A análise dos dados se deu pela utilização da análise de conteúdo.

4. DESENVOLVIMENTO

Nesta seção é apresentada a empresa objeto do estudo, bem como seu processo atual
de orçamentação e definição do preço final.
A análise foi realizada durante o período de pandemia mundial, entretanto, os fatores
externos não interferiram na coleta de dados da empresa. A fabricante localiza-se na região do
Vale do Paraíba no estado de São Paulo e é especializada em diversos segmentos do setor
industrial, oferecendo soluções completas em usinagem, caldeiraria, pintura industrial,
soldagem, engenharia e fabricação de equipamentos, manutenção, mecânica e revestimento
anticorrosivo.
De acordo com Corrêa e Corrêa (2007) o tipo de processo produtivo da empresa se
classifica como processos por tarefas. Para manter o sigilo da empresa estudada, será utilizado
o nome fictício de “Indústria X”. A Figura 1 ilustra o mapeamento do processo de entrada de
novos clientes.
Por meio do fluxograma apresentado pode-se perceber como são feitas as etapas para a
captação de novos clientes. Esta etapa inicia-se a partir do recebimento de cartas
convite/editais ou licitações, na sequência a empresa avalia a possibilidade de se enquadrar ou
não nas exigências solicitadas pelos futuros projetos.
A fase de análise de escopo do serviço é a principal etapa do processo de vendas, pois
é neste momento que serão definidos os custos e lucros de fabricação, como também a
viabilidade de ingressar no novo projeto.

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Figura 1 - Mapeamento do fluxo processo da Indústria X

Fonte: Elaborado pelo Autor

As atividades necessárias para a execução dos projetos possuem caraterísticas


exclusivas e peculiaridades individuais de cada proposta, com isto a empresa criou planilhas
com os custos de todas as etapas de fabricação para calcular e definir o orçamento para o novo
cliente. De acordo com as informações fornecidas pela Indústria X, as tabelas de cálculo é o
único método utilizado para realizar a orçamentação.
As Tabelas 1 e 2 que serão apresentadas a seguir são as principais envolvidas no
processo.
Tabela 1 – Planilha com os custos de matéria prima

Fonte: Elaborado pelo Autor

A Tabela 1 apresenta todo o levantamento de matéria prima necessária para a fabricação. Os


materiais necessários a consecução do projeto podem ser fornecidos pelo cliente ou não,
porém para o estudo do caso, a planilha apresenta a formação de custos para materiais
quando comprados pela Industria X, sendo que o levantamento referente a quantidade e
especificações técnicas, são feitos por especialistas da área de métodos e processos e o cálculo
de custos de matéria prima é feito pelo setor de compras e financeiro da empresa que utiliza
um Sistema de Gestão Integrado (ERP - Enterprise Resource Planning) chamado software
RSLogix 5000® para cadastrar os custos de matéria prima.

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Este software possui uma linha de sistemas com vários módulos que atende demandas de
diversos segmentos, a empresa faz o uso de alguns módulos deste software, como o de
compras, gestão de estoque e fiscal, não incluindo em seu escopo de utilização os módulos de
gestão orçamentária e gestão de vendas (TOTVS, 2021).
A Tabela 2, tem como objetivo realizar a finalização do orçamento com a somatória de
outros custos, como mão de obra, transporte e serviços de engenharia. Após todo o
preenchimento da planilha, é dado o valor total dos custos de fabricação e o valor final a ser
cobrado para o cliente.

Tabela 2 – Planilha Final de Orçamento

Fonte: Elaborado pelo Autor

Durante o levantamento de informações pertinentes a formação de custos da empresa,


foram realizadas entrevistas com os principais profissionais envolvidos. O roteiro das
entrevistas semiestruturadas foi elaborado de forma a obter dos respondentes sua percepção,
baseada na vivencia nas atividades e processos avaliados, buscando a identificação dos
principais fatores intervenientes nesse processo; bem como sua análise critica a respeito das
possibilidades de melhorias no processo.
A formação bastante qualificada e o tempo de experiência dos respondentes, também,
foram fatores que contribuíram para a consistência dos resultados que serão apresentados
adiante.
Após a coleta de todas as respostas, foi observado que existem muitos fatores que não
são considerados durante o preenchimento das planilhas, como por exemplo: custos adicionais
de mão de obra específica para etapas no chão de fábrica; testes de qualidade exclusivos
solicitados no contrato; custos de maquinário para movimentação interna das peças e custos
adicionais que envolvem pintura e finalização.
Alguns dos fatores citados, são peculiaridades de cada cliente analisado
individualmente, podendo haver ainda, outras características adicionais que são executadas na
fabricação, mas não são custeadas.

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5. RESULTADOS E
DISCUSSÕES

O atual processo de orçamentação, custeio e formação de preços da empresa analisada


não é totalmente automatizado, trazendo como algumas das principais consequências a não
consideração de itens importantes na composição dos custos do produto a ser vendido; além
de não permitir a criação de um histórico de ocorrências para futuras consultas e analises.
Uma das primeiras percepções que se apresenta a partir do confronto da teoria com a
prática da empresa analisada é o fato de que o software de sistema de gestão ERP adotado
pela empresa analisada, não foi adquirido considerando todas os módulos necessários para
uma contribuição mais efetiva no processo de custeio e formação de preço final. Em função
disso parte do trabalho é feito em planilhas da Microsoft Excel.
Após os entrevistados responderem as primeiras perguntas, foi questionado se
haveriam soluções para o atual problema no processo de custeio da empresa. De acordo com a
percepção dos respondente, de forma unanime, é imprescindível haver um histórico de
fabricações, como o ramo de atividade da Indústria X é muito diverso e atende a demandas
muito peculiares do mercado, algumas etapas precisam ser realizadas artesanalmente e muitas
vezes só é possível prever um custo adicional durante a execução na prática de cada projeto.
Manter as informações de custeio arquivadas de trabalhos que foram executados
anteriormente, trará mais clareza e profundidade para um próximo orçamento, pois ao fazer
um comparativo entre o preço previsto e o preço realizado, será possível calcular com maior
assertividade os custos finais.
Como outra solução, foi proposto a utilização de outros módulos do software Logix,
este sistema possui outras plataformas que não são utilizadas na empresa, mas que atendem a
necessidade para o problema apresentado, visto que este ERP é utilizado há muitos anos na
empresa e sua base de dados possui muitas informações que já são utilizadas na
orçamentação. Uma breve pesquisa realizada para este fornecedor, mostra que o custo que
seria acrescentado por utilizar módulos adicionais, seria minimamente representativo em
comparação ao valor que é perdido quando se tem uma má formação de preços.
Conforme citado por Garcia (2001) o uso de softwares para maior agilização e melhor
acurácia dos processos pode significar um importante aliado para evitar falhas humanas no
processo. Entretanto o não dimensionamento adequado e correto da composição do software
escolhido poderá comprometer os resultados esperados.
Portanto, a aquisição dos demais módulos do software de gestão utilizado atualmente
pela empresa pode prover a necessária acurácia nos processos de custeio e de formação de
preços.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entende-se que os objetivos propostos neste trabalho foram atingidos. Promoveu-se


uma análise dos processos realizados para gestão de custos e formação de preços e pôde-se
comprovar a importância dessas atividades e processos para a sobrevivência das organizações.
Conforme mencionado na literatura, a prospecção de novos clientes é o principal fator
para manter um fluxo de caixa positivo e garantir que a empresa seja competitiva no mercado.
É nesta etapa que se define a margem de lucratividade e também possíveis investimentos no
futuro. Percebeu-se que quando não se tem uma formação de preços confiável e estabilizada,
a empresa pode entrar em colapso financeiro e até mesmo entrar em falência.

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Após os dados observados neste artigo, conclui-se que a utilização de um software


para manter o histórico de fabricação é indispensável e que a correta aplicação de suas
funções permite que as indústrias alcancem resultados melhores.
Este trabalho não tem a pretensão de esgotar o assunto, portanto, sugere-se como
pesquisas futuras a análise de empresas que trabalham sob encomenda e que atuem em outros
setores de atividade.

REFERÊNCIAS

ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.

CAMPOS, G W S. Saúde Paidéia. São Paulo: Editora Hucitec, 2003.

CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de Produção e Operações – Manufatura


e Serviços: uma abordagem estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GARCIA, V. P. Desenvolvimento das famílias empresárias. Rio de Janeiro: Qualitymark,


2001

GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W. Contabilidade gerencial. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC,


2001.

GIL, A. C.. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus custos para
ser mais competitivo. Futura, 1998.

KINGSMAN, B. G.; HENDRY, L. C. The relative contributions of input and output


controls on the performance of a workload control system in make-to-order companies.
Production Planinng e Control, v. 46, n. 7, p. 579-590, 2002.

LOIOLA, T. F. Desenvolvimento de um modelo de integração entre projeto e fabricação


de produtos especiais sob encomenda: caso dos laboratórios de próteses dentárias.
Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2003.

MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo:


Atlas, 2001.

POMPERMAYER, Cleonice Bastos; LIMA, João Evangelista Pereira. Gestão de


custos. Finanças empresariais. Curitiba: Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom
Jesus. Coleção Gestão Empresarial, n. 4, p. 49-68, 2002.

TOTVS.O QUE É ERP – Você sabe o que é erp? Disponível em:


https://www.totvs.com/blog/erp/o-que-e-erp/. Acesso em 25/04/2021.

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SOUZA, A.A. ; AVELAR,


E. A.; BOINA, T. M.. Gestão de custos e formação de preços em empresas de produção por
encomenda: estudos de casos. Revista de Informação Contábil, Recife, Vol. 2, no 1, p. 56-
81, jan-mar, 2008.

WARREN, C. S.; REEVES, J. M.; FESS, P. E. Contabilidade gerencial. 7. ed. São Paulo:
Pioneira, 2003.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi - 2.ed. Porto
Alegre : Bookman, 2001.

Maiores informações referente ao software RSLogix 5000® acesse:


https://www.totvs.com/blog/erp/logix/#:~:text=A%20linha%20Logix%20da%20TOTVS,com
%20baixo%20custo%20de%20manuten%C3%A7%C3%A3o

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