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Memorex PM CE – Rodada 01

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Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos
TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua
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Rodada 02 23/09
Rodada 03 28/09
Rodada 04 30/09
Rodada 05 05/10
Rodada 06 07/10

Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS
RODADAS já disponíveis, independente da data de compra.

Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois,
muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode, infelizmente, custar inúmeras posições no
resultado final.

Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada
uma das dicas.

Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas
para: atendimento@pensarconcursos.com

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ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4


RACIOCÍNIO LÓGICO ..................................................................................................... 14
ATUALIDADES..................................................................................................................... 18
HISTÓRIA DO CEARÁ...................................................................................................... 25
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA ........................................................................ 35
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 44
DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................... 57
DIREITO PENAL MILITAR ............................................................................................ 62
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR ............................................................. 66
DIREITO PENAL/PROCESSO PENAL ...................................................................... 70
CRIMINOLOGIA ................................................................................................................. 79
SEGURANÇA PÚBLICA .................................................................................................... 84

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LÍNGUA PORTUGUESA

DICA 01
ACENTUAÇÃO
Os acentos gráficos estabelecem, de acordo com as regras existentes, a intensidade
das sílabas nas palavras. Na língua portuguesa, os acentos gráficos são:

Acento Agudo (´ ): aparece sobre as letras a, i, u e sobre o


e (no caso de –em). Sua função é indicar a as vogais tônicas.

Ex.: Saúde; Paraná.

Pode indicar um timbre aberto.

Ex.: chulé; herói.

Acento Grave (`) – Mais conhecido como crase.

Ex.: à; àquela.

Acento Circunflexo (^) – Aparece nas vogais “a”, “e” e “o”,


indica a vogal tônica e o timbre fechado na pronúncia.

Ex.: Vovô; mês.

A acentuação gráfica relaciona-se com a posição da sílaba tônica nas palavras. Existem
regras específicas para palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

DICA 02
OXÍTONAS
As palavras são oxítonas porque têm a sua última sílaba tônica. Há as seguintes
regras:

Palavras oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s)

A(S): Paraná, aliás, vatapá.

E(S): café, boné, jacarés.

O(S): jiló, após, avó.

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Palavras oxítonas terminadas em em, ens

EM: também, alguém, refém.

ENS: parabéns, reféns.

Palavras oxítonas terminadas em ditongos abertos éi, éu, ói com ou sem s

ÉI: anéis, hotéis, pastéis.

ÉU: chapéu, troféu, troféus.

ÓI: dodói, herói, lençóis.

TOME NOTA: Palavras como “coração” e “sabão” são oxítonas não acentuadas,
pois o til (~) não é um acento.

QUESTÃO FGV, 2015.


As duas palavras do texto 2 que recebem acento gráfico por razões diferentes são:
A) homicídio/média;
B) país/juízes;
C) histórico/pública;
D) secretários/relatório;
E) está/é. CERTO, pois “está” é oxítona terminada em “a” e “é” é monossílabo
terminado em “e”.

DICA 03
PAROXÍTONAS

As palavras são paroxítonas porque têm a sua penúltima sílaba tônica. Há as


seguintes regras:

REGRAS PAROXÍTONAS

Palavras terminadas em R Açúcar, caráter, néctar.

Palavras terminadas em X Córtex, látex, tórax, fênix.

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REGRAS PAROXÍTONAS

Palavras terminadas em N Abdômen, pólen, próton.

Palavras terminadas em L Ágil, fácil, amável.

Palavras terminadas em PS Bíceps, tríceps.

Palavras terminadas em ã(s), ão(s) Órfã, órfãos, bênção.

Palavras terminadas em I, IS Táxi, grátis, tênis.

Palavras terminadas em EI, EIS Hóquei, jóquei.

Palavras terminadas em US Vírus, bônus.

Palavras terminadas em om, ons um, uns Prótons, álbum, álbuns.

DICA 04
PAROXÍTONAS

Com o Novo Acordo Ortográfico foram abolidos:


O acento agudo na vogal i e na vogal u quando precedidas de ditongos.

Ex.: Feiura
O acento agudo nos ditongos abertos oi e ei.
CUIDADO! Nas palavras oxítonas, ainda há o acento agudo, como em: herói, papéis.

Ex.: heroico, joia, paranoia, jiboia.

O acento circunflexo nos encontros oo e ee.

Ex.: abençoo, voo, enjoo, leem, creem.

QUESTÃO FGV, 2013.


(Questão adaptada) As alternativas a seguir apresentam palavras do texto acentuadas
pela mesma regra de acentuação, à EXCEÇÃO de uma. Assinale-a.
A) será / está.
B) ônibus / últimos.
C) política / econômica.
D) médio / saúde. ”Médio” é paroxítona terminada em ditongo. “Saúde” é
hiato.

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DICA 05
PROPAROXÍTONA
As palavras são proparoxítonas porque têm a sua antepenúltima sílaba tônica.
TODAS AS PROPAROXÍTONAS SÃO ACENTUADAS!

EXEMPLOS

Acadêmico (a-ca-dê-mi-co)

Acústica (a-cús-ti-ca)

Círculo (cír-cu-lo)

Décimo (dé-ci-mo)

Elétrico (e-lé-tri-co)

Fósforo (fós-fo-ro)

Ginástica (gi-nás-ti-ca)

Ínterim (ín-te-rim)

Lâmpada (lâm-pa-da)

Míope (mí-o-pe)

Plástico (plás-ti-co)

Próxima (pró-xi-ma)

QUESTÃO FGV, 2013.


(Questão adaptada) Assinale a alternativa que indica a palavra que só pode ser
empregada com acento gráfico.
A) Científico.
B) É.
C) Físico. É uma proparoxítona e não existe a palavra “fisico” sem acento.
D) Vítima.

DICA 06
FALSA PROPAROXÍTONA
Muitas vezes há dúvida sobre uma palavra ser paroxítona terminada em ditongo oral
crescente ou proparoxítona. Exemplos de palavras paroxítonas: his-tó-ria, ar-má-rio,
á-rea, tê-nue. São ditongos orais crescentes.

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Por outro lado, essas palavras podem ser interpretadas como proparoxítona (em última
instância).

Ex.: his-tó-ri-a, ar-má-ri-o, á-re-a, tê-nu-e.

ATENÇÃO!

1º - Se aparecer uma questão, pedindo 2º - SOMENTE se você não encontrar


para você marcar a palavra que possui
uma palavra proparoxítona, com certeza
a mesma regra de acentuação que a terá uma palavra que seja paroxítona
terminada em ditongo crescente e
palavra “ÚLCERA” (que é uma você marcará esta como correta (ex.:
proparoxítona), por exemplo, você vitória), pois, daí, significa que o
procura por uma palavra proparoxítona, examinador considerou essa palavra
em que a antepenúltima sílaba seja “vitória” como proparoxítona. Embora
acentuada (ex.: vítima  ví-ti-ma). “vitória” não seja uma verdadeira
proparoxítona, ela pode ser uma falsa
proparoxítona.

DICA 07
MONOSSÍLABO TÔNICO
Monossílabos são palavras que têm apenas uma sílaba.

Exemplos de monossílabos tônicos não acentuados: bem; dor; flor; mar; mau;
trem; vez; voz.

São acentuados os monossílabos tônicos terminados em:

Terminados em a, as Pá; má; chás; já.

Terminados em e, es Pé; ré; sê; mês.

Terminados em o, os Pó; nó; dó; cós.

Terminados em éu, éus Céu; véu; véus.

Terminados em éi, éis Géis; méis.

Terminados em ói, óis Dói; sóis.

DICA 08
HIATO
O encontro vocálico entre 2 vogais que ficam em sílabas distintas é chamado de
hiato.

Então: ENCONTRO VOCÁLICO → 2 VOGAIS → EM SÍLABAS DISTINTAS → HIATO

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Ex.: “País” e “Coelho” →


Note que há um encontro vocálico em cada uma dessas
palavras. Porém, quando as separamos, as vogais ficam em sílabas distintas: “pa-ís” e
“co-e-lho”.

São outros exemplos de hiato:

Paraíba = Pa-ra-í-ba

Juízes = ju-í-zes

Burocracia = bu-ro-cra-ci-a

Saúde = sa-ú-de

CUIDADO!

Hiato: as vogais ficam em sílabas distintas.

Ex.: País (divisão silábica: pa-ís)

Ditongo: as vogais ficam na mesma sílaba.

Ex.: Pais (divisão silábica: pais)


DICA 09
DITONGO E TRITONGO

Há um ditongo quando existe o encontro de uma semivogal e de uma vogal na


mesma sílaba. Os ditongos podem ser:

Crescente: Semivogal (som + fraco) + vogal (som + forte) → qual, tranquilo,


goela.

Decrescente: Vogal (som + forte) + semivogal (som + fraco) → mau, céu, caixa.
Nasal: ão, ãe, õe, am, an, em, en, ãi, ui → cãimbra, põe.
Oral: ai, ia, iu, ui, eu, éu, ue, ei, éi, ie, oi, ói... → chapéu, herói, lei.
Há um tritongo quando, numa mesma sílaba, existe o encontro de uma semivogal
+ vogal + semivogal. Os tritongos podem ser:

Oral: Paraguai, Uruguai.

Nasal: Quão, saguões.

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DICA 10
ACENTOS NOS VERBOS TER, VIR, PROVER

TOME NOTA: Os verbos ter, vir, prover, manter, intervir, não possuem acento.
Desse modo, quando precisamos coloca-los no plural, eles deverão receber o acento
circunflexo.
O verbo concorda com o sujeito. Portanto, se o sujeito estiver no singular, os verbos
acima ficarão sem acento. Se o sujeito estiver no plural, os verbos acima terão
acento.

Ex.: A jogadora de vôlei tem bolas profissionais em casa.


As jogadoras de vôlei têm bolas profissionais em casa.
João vem de ônibus para a academia.
João e Alberto vêm de ônibus para a academia.
DICA 11
ENCONTRO VOCÁLICO, ENCONTRO CONSONANTAL E DÍGRAFO
O encontro vocálico é o encontro de 2 ou mais vogais em uma palavra. São
encontros vocálicos o: ditongo, tritongo e hiato.
O encontro consonantal é o encontro de 2 consoantes ou mais e ambas são
pronunciadas. Pode ser classificado em:

Perfeito – é o encontro inseparável,


no qual há uma consoante + os fonema /l/ ou o /r/.

Ex.: a-tle-ta; cr-ise

Imperfeito – é separável, ficando em


sílabas diferentes.

Ex.: pac-to; ab-di-car.

O dígrafo é uma sequência de duas letras que forma um único som. Pode ser de 2
tipos: consonantais e vocálicos.

CONSONANTAIS VOCÁLICOS

O encontro de duas letras forma um O encontro de duas letras forma um único


único som consonantal. som vocálico.
Os dígrafos consonantais são: lh, ch, Os dígrafos vocálicos são: am, em,
nh, rr, ss, qu, gu, sc, sç, xc, xs. im, om, um, an, en, in, on, un.

Ex.: baralho, chuva, ganho, torre, Ex.: lâmpada, tempo, tombo, sangue,
massa, aquilo... cinto...

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DICA 12
DIVISÃO SILÁBICA

Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu.

Ex.: cha-ve, ba-nha, quei-xa.

Não se separam os ditongos e tritongos.

Ex.: foi-ce, Pa-ra-guai.

Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba.

Ex.: psi-qui-a-tra.

Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc.

Ex.: car-ro, ex-ce-len-te.

Separam-se as vogais dos hiatos.

Ex.: sa-ú-de

Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, SALVO aqueles em


que a segunda consoante é l ou r.

Ex.: ap-to, con-vic-ção.


DICA 13
ACENTO DIFERENCIAL
CUIDADO! O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi extinto.

ANTES VÔO

ENJÔO

CRÊEM

LÊEM

DEPOIS VOO

ENJOO

CREEM

LEEM

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MACETE  “CREDELEVE”  São os verbos: CRER, DAR, LER e VER.  Quando


ficam no plural, dobra-se o “e” e não levam acento, como exposto no quadro acima.

QUESTÃO FGV, 2013.


(Questão adaptada) Indique a alternativa cujos vocábulos tiveram sua acentuação
gráfica alterada em função do último acordo ortográfico.
A) têm – vêm
B) heroico – saúde
C) colmeia – herói
D) veem – leem. Não mais se acentua os encontros -oo e –ee. Ex.: voo, enjoo,
creem, deem, leem, veem.

DICA 14
ACENTO DIFERENCIAL
Não existe mais o acento diferencial. Mas em algumas palavras ele aparece para
diferenciar uma da outra que se grafa de igual maneira:

PÔR – VERBO / POR – PREPOSIÇÃO.

Pôr: verbo, mesmo sentido de: colocar, botar, inserir.


Por: preposição, mesmo sentido de: através de, para, durante.

PÔDE – VERBO PASSADO / PODE – VERBO PRESENTE

Ex.: Joana pôde fazer no passado coisas que não mais pode realizar atualmente.

TEM – VERBO NA 3ª PESSOA DO SINGULAR/ TÊM – VERBO NA 3ª PESSOA DO


PLURAL

Ex.: Ela tem um papagaio muito fofo. / Eles têm dois papagaios em casa.

VEM – VERBO NA 3ª PESSOA DO SINGULAR/ VÊM – VERBO NA 3ª PESSOA DO


PLURAL

Ex.: Ele vem de longe. / Eles vêm jantar conosco.

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DICA 15
PALAVRAS TERMINADAS EM “ESA” E “EZA”
É muito fácil confundir o final das palavras com “esa” ou “eza”. Ficamos na dúvida
se a palavra é escrita de uma forma ou outra. Por isso, as terminações em “esa/ês” são
usadas com ADJETIVOS e as terminações em “eza/ez” são usadas com
SUBSTANTIVOS.

ADJETIVOS SUBSTANTIVOS

Eu odeio lasanha de calabresa. Como eu amo a natureza!

Minha esposa é Portuguesa. A palidez do seu irmão me assustou!

Júlia ama filme Francês. A Terra possui muita beleza.

Casou-se com um Camponês.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

DICA 16
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES,
OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS
RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA
ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES
ESTRUTURAS LÓGICAS
Divide-se em Proposições Lógicas e Tabela Verdade.
Chama-se proposição toda oração declarativa que pode ser expressa de forma
afirmativa ou negativa;
A oração declarativa deve conter um sujeito, um verbo e um predicado;
Outro ponto a ser analisado na definição é que a oração declarativa deve poder ser
classificada em V ou F, mas não as duas;

Ex.: A seleção brasileira foi campeã em 1994; (V)

Neymar foi eleito em 2019 como melhor jogador de futebol do mundo;(F)


DICA 17
PROPOSIÇÃO LÓGICA
As frases imperativas, interrogativas, exclamativas não são proposições, pois não existe a
possibilidade de julgamento em verdadeiro ou falso.

Ex.: Vá dormir; (Não tem valor V ou F)

Ele viajou? (Não tem valor V ou F, quem viajou? não sabemos)

Passei no concurso!!! (Não tem valor V ou F)

Sentenças abertas também não são proposições;

Ex.: X+4=7; (é uma sentença aberta, eis que X pode assumir qualquer valor)

Já a sentença fechada é uma proposição;

Ex.: 7+3=12 (é uma proposição falsa)

5+25=30 (é uma proposição verdadeira)


DICA 18
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Qualquer Proposição ou é Verdadeira ou Falsa, não pode ser verdadeira e falsa
simultaneamente;
Uma proposição se for verdadeira será sempre verdadeira, e se for falsa será sempre
falsa;

Proposições simples:

Ex.: Pelé é o rei do futebol;

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Proposições compostas:

Ex.: Pelé é o rei do futebol e Pelé foi campeão da copa do Mundo em 1970; ( temos 2
sentenças)
DICA 19
CONECTIVOS, SIMBOLOGIAS E OPERAÇÕES LÓGICAS

Conectivo Não, tem símbolo ~, e é uma Negação.

Conectivo E, tem símbolo ^, e é uma Conjunção.

Conectivo Ou, tem símbolo V, e é uma Disjunção Inclusiva.

Conectivo Ou...Ou, tem símbolo V, e é uma Disjunção Exclusiva.

Conectivo Se...então, tem símbolo →, e é uma Condicional.

Conectivo Se e somente se, tem símbolo ↔, e é uma Bicondicional.

DICA 20
TABELA VERDADE
Tabela verdade é uma tabela matemática usada no campo do raciocínio lógico, para
verificar se uma proposição composta é válida.
Para sabermos quantas linhas terá nossa tabela verdade é só pegar o número 2 e elevá-lo
ao número de proposições simples. (2𝑛 )

Ex.: Duas proposições simples: 2² = 4

Três proposições simples: 2³ = 8


DICA 21
TABELA VERDADE COM 2 PROPOSIÇÕES

p q

V V

V F

F V

F F

Como são 2 proposições compostas, têm 4 linhas.


Sendo p a 1º Proposição e q a 2º proposição.

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DICA 22
TABELA VERDADE COM CONJUNÇÃO (E, ^)

p q P^q
Será FALSO
V V V se houver
V F F pelo menos
F V F uma FALSA
F F F

Para memorizar, vamos supor que p=Andrea anda de moto e q=Andrea anda de
Bicicleta;
Na 1º linha (p e q são verdadeiras), como é conjunção Ela (Andrea) vai ficar feliz se ela
andar de moto e de bicicleta, e se ela fica feliz o resultado será verdadeiro (V).
Na 2º linha (p é verdadeira e q é falsa), como é conjunção, p=Ela anda de moto, e
~q=Ela não anda de bicicleta. Ela ficou infeliz então é falso (F).
Na 3º linha (p é falsa e q é verdadeira), como é conjunção, ~p=Ela não anda de moto, e
q=Ela anda de bicicleta. Ela ficou infeliz então é falso (F).
Na 4º linha (p é falsa e q é falsa), como é conjunção, ~p=Ela não anda de moto, e
~q=Ela não anda de bicicleta. Ela ficou infeliz então é falso (F).
DICA 23
TABELA VERDADE COM DISJUNÇÃO (OU, V)
Será
p q Pvq
VERDADEIRO
V V V se houver
V F V pelo menos
F V V uma
F F F
VERDADEIRA

Na disjunção, ela ficará feliz, se ela andar em qualquer veículo (em um ou no outro, ou
nos dois).
Na 1º linha (p e q são verdadeiras), ela vai ficar feliz, e o resultado será verdadeiro(V).
Na 2º linha (p é verdadeira e q é falsa), como é disjunção, p=Ela anda de moto, ou
~q=Ela não anda de bicicleta. Ela ficou feliz então é verdadeira(V).
Na 3º linha (p é falsa e q é verdadeira), como é disjunção, ~p=Ela não anda de moto, e
q=Ela anda de bicicleta. Ela ficou feliz então é verdadeira(V).
Na 4º linha (p é falsa e q é falsa), como é disjunção, ~p=Ela não anda de moto, e ~q=Ela
não anda de bicicleta. Ela ficou infeliz então é falso(F).

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DICA 24
TABELA VERDADE COM DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (OU..., OU...)

p q PVq

V V F Diferente = Verdadeiro
V F V Iguais = Falso
F V V

F F F

Na disjunção exclusiva, ela ficará feliz se ela andar em um veículo ou no outro, e não em
ambos (em apenas um veículo, exclusão).
Na 1º linha (p e q são verdadeiras), ela vai ficar infeliz, e o resultado será falso (F).
Na 2º linha (p é verdadeira e q é falsa), como é disjunção exclusiva, p=Ela anda de moto,
ou ~q=Ela não anda de bicicleta. Ela ficou feliz então é verdadeira (V).
Na 3º linha (p é falsa e q é verdadeira), como é disjunção exclusiva, ~p=Ela não anda de
moto, e q=Ela anda de bicicleta. Ela ficou feliz então é verdadeira (V).
Na 4º linha (p é falsa e q é falsa), como é disjunção exclusiva, ~p=Ela não anda de moto,
e ~q=Ela não anda de bicicleta. Ela ficou infeliz então é falso (F).
DICA 25
TABELA VERDADE COM CONDICIONAL (→)

p q P→q Só será FALSO


na VeraFischer
V V V
(VF)
V F F

F V V

F F V

Na condicional todas são verdadeiras, EXCETO a “Vera Fischer”, ou seja, apenas será
Falsa quando o p=V e o q=F;

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ATUALIDADES

DICA 26
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE: PROBLEMAS, POLÍTICAS PÚBLICAS,
ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS, ASPECTOS LOCAIS E ASPECTOS
GLOBAIS
PANDEMIA DE COVID-19
A pandemia do novo coronavírus (COVID- 19) é um assunto que está presente na
atualidade do mundo. Portanto, é muito importante que o (a) candidato (a) esteja
devidamente ciente da temática.

Qual foi primeiro local onde Wihuan, capital da província de Hubei, na


surgiu? China.

De onde veio o coronavírus? O vírus é originário dos morcegos. A mutação


se deu de forma natural.

Quem são os grupos de risco no Idosos, pessoas com o sistema imune mais
Covid-19? vulnerável (pessoas com HIV, por exemplo),
pessoas com doenças graves e/ou
comorbidades.

Quais são seus sintomas? Os mais comuns: Febre, tosse, perda de


paladar ou olfato e dor de garganta.

Lembrando que o nome científico do vírus causador da Covid-19 é SARS-CoV-2.


SARS é uma abreviação de Severe Acute Respiratory Syndrome, que significa
Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Mas como o covid-19 surgiu? A teoria mais aceita pelos cientistas é que a transmissão
se deu da mesma forma que em se deu em 2003 (com um tipo de vírus da mesma família
do covid-19), ou seja, seres humanos em contato com animais hospedeiros (uma
vez que o animal vetor é o morcego), que possivelmente estavam sendo vendidos no
mercado de Wuhan, que foi o epicentro da pandemia. Suspeita-se inclusive de um animal
chamado pangolim, com um possível hospedeiro.
Com o objetivo de frear o avanço da doença, muitos governos decretaram medidas de
isolamento.
Fique atento!
A banca pode te cobrar conhecimentos sobre o isolamento vertical, isolamento
horizontal e lockdown. São medidas diferentes. Vamos ver a seguir:

Lockdown: O trânsito de pessoas é totalmente restrito, com EXCEÇÃO dos


trabalhadores de áreas essenciais, como saúde e segurança, por exemplo. É uma medida
mais restrita que as demais.

Isolamento horizontal: Todas as pessoas devem ficar em casa. A medida restringe


ao máximo o contato humano, evitando uma grande propagação da doença.

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Isolamento Vertical: Apenas pessoas do grupo de risco ficam em casa, como por
exemplo os idosos.
A nova variante Delta foi detectada pela primeira vez na Índia, tem um alto poder de
transmissibilidade.

Além da própria variante Delta já ser altamente transmissível, houve outros fatores que
contribuíram para que ela se espalhasse com mais facilidade, como as brechas no controle
de fronteiras e nas medidas de isolamento.
Importante: Atualmente, a China tem enfrentado um novo surto que de coronavírus,
mais precisamente nova variante Delta. O Aeroporto da cidade de Nanquim chegou a
ser fechado em agosto.
DICA 27
QUEBRA DE PATENTES: VACINAS
Patente é um título de propriedade, de caráter temporário de um processo ou
produto.
A Índia e África do Sul apresentaram, no ano de 2020, uma proposta à Organização
Mundial do Comércio (OMC) em defesa da quebra de patentes das vacinas de Covid-19,
porém esta proposta foi repudiada pelos EUA, pela União Europeia e também por outros
países desenvolvidos economicamente.
*No Brasil, quem expede esse título é o INPI (Instituto Nacional de Propriedade
Industrial).

INPI = Autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio


Exterior

⏳Lembrando: O Brasil tem uma história muito forte quando o assunto é quebra de
patentes no campo da saúde. Foi o país que quebrou a patente de um medicamento
do HIV -o Efavirenz, durante a gestão do ex presidente Lula e do então ministro da saúde
José Gomes Temporão.
O PL 12/2021 visa a licença compulsória (quebra de patentes) de vacinas e também de
remédios para o enfrentamento da Covid-19, tanto os já licenciados pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto os com pedidos de patente pendentes de análise
pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Congresso Nacional brasileiro
tem se mostrado favorável à quebra de patentes, bem como algumas organizações
famosas, como a organização Médicos Sem Fronteiras.
Já os argumentos de quem é contra a quebra de patentes se baseia principalmente no
argumento de que os laboratórios investiram dinheiro no desenvolvimento das
vacinas (inclusive, tendo estas sido desenvolvidas em um espaço de tempo considerado
curto) e medicações contra o coronavírus, logo, a quebra de patente desestimularia
investimentos na área de inovação em saúde.

Importante: Recentemente o G20 rejeitou quebra de patentes de vacinas da Covid.


Aqui no Brasil, o projeto de Lei falado acima foi APROVADO, mas com vetos, e publicado
no DOU no dia 03 de setembro de 2021.

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DICA 28
TERREMOTO OCORRIDO NO HAITI
No último dia 14/08/21, ocorreu no Haiti um terremoto de magnitude 7,2 na escala
Richter. A região também enfrentou a passagem do ciclone tropical Grace, no dia
17/08/21.
O Haiti sofre muito com terremotos, pois a nação fica localizada em meio a um grande
sistema de falhas geológicas, que tem como resultado o movimento da placa caribenha e
da imensa placa norte-americana.
O fator que desencadeou o terremoto mais recente na pequena nação caribenha foi o
deslizamento da falha de Enriquillo-Plantain Garden.
O fato das construções deste pequeno país não serem adaptadas para cenários
catastróficos como o deste terremoto maximiza o número de vítimas, pois a maior parte
dos imóveis haitianos são feitos de concreto e acabam desmoronando quando submetidos
a este tipo de pressão.

Importante: O examinador pode tentar te confundir com relação aos dados do Haiti.
Portanto, lembre-se: O Haiti é um país localizado na América Central, fazendo fronteira
terrestre apenas com a República Dominicana. Ele é atualmente considerado um dos
países mais pobres do Ocidente, com sérios problemas socioeconômicos, que incluem
a ausência de saneamento básico e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
muito baixo.

TERREMOTO NO HAITI

Localização: O Haiti fica na ilha de Hispaniola, na América Central.

Data: 14 de agosto de 2021

Local do terremoto: Ocorreu cerca de 15 quilômetros de Porto


Príncipe, que é a capital do Haiti.

E por falar em Haiti:


Recentemente, o Presidente haitiano foi assassinado. Jovenel Moise, foi morto em
um ataque a tiros em sua casa, na capital Porto Príncipe, na madrugada do dia 07 de
julho de 2021, em sua própria residência. A primeira dama também foi ferida, mas
sobreviveu.
Há pouca probabilidade de ocorrer uma nova intervenção militar internacional,
como foi a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti), liderada
pelo Brasil entre 2004 e 2017, com o apoio de outras 21 nações. O motivo seriam os
altos custos financeiros, visto que boa parte dos países estão lutando para reaquecer
suas economias prejudicadas pela pandemia.
DICA 29
MANCHAS DE ÓLEO NO LITORAL
Em 2019, manchas de óleo apareceram no litoral brasileiro, mais precisamente
falando no litoral do Nordeste e do Sudeste. Naquela época, foi descoberto que óleo foi
produzido na Venezuela.

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Por causa da sua densidade, fica concentrado em profundidades que dificultam a


identificação até por imagens de satélites.
Mas esse ano, a Capitania dos Portos comunicou o surgimento de novas manchas de
óleo, que foram encontradas no litoral da Bahia. Segundo a Capitania, o material
oleoso possui densidade pastosa rígida, surgindo só na maré baixa, misturado à areia da
praia.
A biodiversidade dos locais atingidos ainda sofre muito com as consequências do
vazamento. No litoral norte baiano, por exemplo, em locais onde era comum ver peixes,
hoje não se vê mais.

Importante: Este óleo encontrado é petróleo cru. Não apenas o mar costeiro foi
atingido, mas também estuários, manguezais e campos de gramas marinhas.
DICA 30
ENERGIA EÓLICA
A energia eólica é a energia gerada pela força do vento. Logo, é o que chamamos de
fonte de energia limpa e renovável.
De uma forma simplificada, podemos dizer que energia cinética que existe nos ventos é
convertida em energia mecânica por meio uma turbina eólica, chamada de
aerogerador.

Como não esquecer que a Energia Eólica é produzida pela força dos ventos?

ENERGIA EÓLICA

VENTOS

Recentemente, o site oficial do Governo Federal publicou que a Região Nordeste


bateu o recorde da produção de energia eólica e também de energia solar.

Importante: Como estamos falando da prova da PM CE, um ponto que merece


atenção é que o Estado do Ceará tem papel de destaque quando se fala de energia
eólica, pois conta atualmente com 92 parques eólicos.
DICA 31
RESOLUÇÕES REVOGADAS NO CONAMA
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) teve recentemente revogadas
algumas resoluções. Esta revogação se deu pelo Governo Federal.
Essas resoluções garantiam a preservação de áreas de restinga e manguezais, de
entornos de reservatórios d'água e que disciplinavam o licenciamento ambiental para
projetos de irrigação.

As resoluções revogadas foram:


Resolução n. 284/2001 (sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos de
irrigação);
Resolução n. 302/2002 (sobre os parâmetros, definições e limites de áreas de
preservação permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do
entorno);

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Resoluções n. 264/1999 e 303/2002 (sobre os parâmetros, definições e limites de


áreas de preservação permanente).
Um ponto que merece atenção é a revogação da Resolução n. 264/1999 da CONAMA.
Ela tratava da incineração de resíduos. No lugar dela, foi aprovada uma nova
regulamentação que segundo os argumentos deste Conselho, está de acordo com a
recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a queima de lixo
tóxico em locais controlados, pois podem ocasionar danos à saúde.
Lembrando que o CONAMA é o principal órgão consultivo do Ministério do Meio
Ambiente (MMA).
Fique atento!
Como não esquecer que o CONAMA é o principal órgão consultivo do Ministério do Meio
Ambiente?

CONAMA

MIN. DO MEIO AMBIENTE

CONAMA = CONSULTIVO

DICA 32
LEI SANSÃO (LEI 14.064/20) – MUDANÇAS IMPORTANTES

O que é a Lei Sansão? De uma forma bem resumida, a lei que atualmente está
vigente visa aumentar as penas para quem maltratar cachorros e gatos. A Lei
Sansão veio trazer alterações na Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 2018).
A lei recebeu este nome em homenagem ao cachorro da raça pitbull Sansão, que teve as
patas traseiras decepadas pelo seu tutor, a golpes de facão, em MG. Houve um grande
clamor popular para que houvesse o endurecimento das punições para os agressores de
animais.
Quem cometer tais maus tratos receberá punição com reclusão de 2 a 5 anos, além de
multa e proibição de guarda.
Fique atento!
Como faço para não esquecer o tempo de punição com reclusão da Lei Sansão?

SAN-SÃO tem duas sílabas 2 anos

SANSÃO 5 anos

Importante: A lei traz qualificadoras agravantes para os casos de maus tratos


exclusivamente de gatos e cachorros.

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ATENÇÃO!

A banca pode tentar te confundir na prova com isto, dizendo que a lei traz
qualificadoras para maus tratos a todos os animais domésticos, o que não é
verdade. A lei visa punir quem maltratar cães e gatos. 😺 🐶

DICA 33
TARIFAS DE ENERGIA E CRISE HÍDRICA
O Brasil sentiu um aumento considerável na conta de energia elétrica, e
recentemente a Aneel anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária, acima da
vermelha 2 – que já era a mais cara.

Mas por qual motivo a conta de energia começou a ficar muita mais cara?
Aí entra o assunto da crise hídrica. O Brasil tem enfrentado uma grave crise hídrica,
pois houve escassez de chuvas no Brasil, ameaçando todo o abastecimento de água,
causando um forte impacto na agricultura e, consequentemente, o encarecimento das
contas de energia.
Vale a pena ressaltar que o Brasil ainda depende muito da produção de energia realizada
nas usinas hidrelétricas. Logo, a falta de água é um problema grande.
Um dos rios mais afetados é o Rio Paraná, segundo maior rio da América do Sul. O
nível do Rio Paraná atualmente está muito baixo, o que afeta a produção de energia.
O volume médio de águas é calculado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Em contrapartida, na região Norte, o Rio Negro teve a sua maior cheia em 119 anos.
Tanto a seca quanto a cheia do Rio Negro são considerados extremos climáticos.
DICA 34
SURTO DE GAFANHOTOS
Recentemente, um surto de gafanhotos tem assolado os EUA e trazido grandes
prejuízos, já que estes insetos são herbívoros e comem lavouras. A região mais atingida é
a do Oeste norte americano.

Mas o assunto de surto de gafanhotos já foi destaque antes: O aparecimento de


uma nuvem de gafanhotos na Argentina assustou produtores rurais, assim como
entidades do governo do país. O fato ocorreu no mês de junho de 2020, quando os
insetos destruíram lavouras de milho na Argentina e migraram sentido Rio Grande do Sul.
O tempo seco e as fortes ondas de calor são propícios para a proliferação dos
gafanhotos. Ou seja, a falta de chuvas na região tem sido benéfica para os gafanhotos.
Esta nuvem de gafanhotos traz um impacto negativo ao agronegócio, pois como já
falado, eles se alimentando de plantações.

SIMPLIFICANDO: Os gafanhotos estão em constante migração em busca de


alimentos, e se dão bem com o clima seco e calor. Logo, regiões carentes de chuvas
são mais favoráveis para estes insetos. Visto que eles comem plantas, as lavouras têm
sofrido demais com estes ataques, dando um prejuízo imenso ao agronegócio.

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DICA 35
INTRUSÃO SALINA NO RIO SÃO FRANCISCO
O Rio São Francisco está sofrendo um fenômeno chamado intrusão salina. Esse
fenômeno ocorre quando há massa de água salgada avançando sobre o continente
com a força das marés porque há menos água doce correndo.
Existe ainda o problema relacionado ao aparecimento de doenças em pessoas que
consomem a água e o pescado da região. Um exemplo é o aumento de pacientes
hipertensos jovens, sendo relacionado ao provável consumo da água salobra.
Há regiões, como Piaçabuçu (AL), em que a água já é salobra. Peixes nativos, como
surubim e curimatã, deixaram de existir.

Mas qual o motivo desta intrusão?


O Rio São Francisco sofre com diversos fatores, como por exemplo a produção de energia,
navegação, desmatamento, produção de alimentos, pesca e impacto da mineração. Um
dos seus afluentes, o Paraopeba, está cheio de rejeitos do desmoronamento da barragem
da Vale em Brumadinho (MG), em 2019.
Segundo pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas, a água do mar avançou 17
quilômetros adentro do rio. A região do Baixo São Francisco, área mais próxima à foz,
entre Alagoas e Sergipe, é a mais prejudicada.
Outro problema enfrentado pelo Rio São Francisco é o assoreamento: O assoreamento é
o acúmulo de areia no leito, sendo este acumulo causado pelo desmatamento às
margens. Esse problema tem prejudicado atividades típicas da região, como por exemplo
a navegação.

SIMPLIFICANDO: O volume de água doce do Rio São Francisco diminui muito,


fazendo com que a água do mar avançasse, por intermédio da força da maré. Logo, o rio
acaba ficando com a água mais salgada, o que traz efeito negativo sobre o ecossistema do
Rio São Francisco seja imenso. Um dos efeitos desta intrusão é o aparecimento de
algas. Regiões onde antes a água do rio era doce, agora estão com a água salobra.

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HISTÓRIA DO CEARÁ

DICA 36
HISTÓRIA DO CEARÁ
O PERÍODO COLONIAL – MOTIVOS DA COLONIZAÇÃO
Em 1530 Martim Afonso de Souza, nomeado comandante da expedição, enviado pelo
Rei de Portugal, parte para Brasil para povoar, permanecendo até 1533. Fundou a
primeira cidade (a primeira oficialmente fundada), São Vicente, e montou o primeiro
engenho de açúcar no Brasil;
Motivos que levaram Portugal a colonizar o nosso território:

O comércio de especiarias com o oriente - estava em decadência (devido ao


aumento da concorrência internacional e a diminuição do preço dos produtos devido à
maior oferta);

Ameaça estrangeira - cada vez maior, o que, de fato, impeliu Portugal à colonização.
Além disso, éramos uma colônia de exploração, ou seja, estávamos sujeitos a uma relação
de exploração de nossos recursos e dependência legal (uma colônia não possui
autonomia. É administrada pela metrópole) expresso do pacto colonial, isto é, a colônia
enviava a matéria-prima e a Metrópole enviava manufaturas.

CONTEXTO ECONÔMICO
Lembre-se das características do mercantilismo: Intervenção do Estado na economia,
metalismo, busca de superavit (balança comercial favorável), colonialismo;

CAPITÂNIAS HEREDITÁRIAS

No início da colonização foi criado o sistema de capitânias hereditárias. É importante


lembrarmos que quando esse sistema foi instalado, o território do atual estado do CEARÁ
correspondia em partes à Capitania do Siara Grande;

Colonizar o Brasil foi missão das mais difíceis, pois a Coroa portuguesa não tinha
recursos para o projeto e o transferiu para a iniciativa privada: por meio do sistema de
capitanias e da produção de cana de açúcar;

O primeiro donatário da Capitania do Siara Grande foi Antônio Cardoso de Barros;

As primeiras expedições que chegaram passaram por muitas dificuldades, entre elas, se
não a maior, a resistência dos indígenas à colonização portuguesa.

A opção de cultivar a cana de açúcar ocorreu por algumas razões:

Havia uma alta demanda na Europa pelo açúcar e seus preços eram altos;

A cana é um vegetal asiático, da Índia, que possui clima quente e úmido e adaptou-
se muito bem ao clima do litoral nordestino (tropical úmido) e ao fértil da região (solo de
massapé);

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O financiamento da produção, o transporte, o refino e a distribuição no mercado


europeu do açúcar eram realizados por holandeses.

Clima tropical úmido: É o clima da região do litoral nordestino, a zona da mata.


É quente e úmido e sofre influência da umidade oceânica, e no inverno da massa polar
atlântica, que provoca chuvas de inverno.

Solo de Massapê: É o solo encontrado na zona da mata. Solos são rochas


desagregadas, misturadas com material orgânico e microrganismos. Ele é o resultado
da desagregação de duas rochas: a gnaisse e o calcário.

MODELO DE PRODUÇÃO UTILIZADO NO BRASIL

PLANTATION- LATIFÚNDIO
EXPORTADOR
IMPORTANTE!
MONOCULTOR
ESCRAVISTA

DICA 37
CAPITANIA DO SIARA GRANDE

Como foi citado anteriormente, o primeiro donatário foi Antônio Cardoso de Barros,
mas ele nunca chegou a fazer investimentos por não acreditar no sucesso da capitania;

A primeira expedição colonizadora ocorreu em 1603, com o capitão Pero de


Coelho, que conquistou a região de Ibiapaba, assim ao retornar à barra do rio Ceará
construiu o Forte de São Tiago da Nova Lisboa (1604), região hoje localizada a cidade
de Fortaleza. Foi a primeira tentativa de colonizar o Ceará;

O segundo capitão mor do Ceará foi Martins Soares Moreno e 1611 ao se juntar com os
índios Potiguares e construiu o Forte de São Sebastião;
A expansão portuguesa ganhou força devido à aliança entre boiadeiros e a igreja
que veio a resultar em aprisionamento de indígenas visando o aumento da produção de
gado e o processo de catequização;
Maior presença do estado português na região;
1698, foi editada uma Provisão Régia que determina a interiorização da pecuária;

Concentração econômica estava presente no litoral, com a produção da cana de


açúcar;
A coroa proibiu qualquer atividade econômica além da cana por 100Km do litoral.
DICA 38
CONFLITO CONTRA OS INDÍGENAS

Devido às características adversas do clima seco e, principalmente, da resistência de


alguns povos indígenas, a Capitânia do Siara Grande teve dois momentos iniciais na
colonização:

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A fase de expansão;

A fase de fixação populacional através da fundação e construção das Vilas.

Essa movimentação do colonizador resultou em um capítulo sangrento da história, a


chamada Guerra dos Bárbaros.

Os conflitos entre portugueses e indígenas foram frequentes, até chegarem ao auge no


fim do século XVll, no período do final da ocupação holandesa (1630- 1654);

O combate aos indígenas, os portugueses se baseavam no conceito medieval de


Guerra Justa, apoiado e divulgado pela Igreja, desde as cruzadas medievais contra os
islâmicos. Estariam combatendo em nome da civilização e da igreja católica, contra
os bárbaros, antropofágicos (canibais) e sem religião;
A ideia da Guerra Justa é uma justificativa para a colonização e para o combate aos
indígenas;

Destaque para os colonos do nordeste, mas sobretudo bandeirantes paulistas e padres


jesuítas;

A expressão Bárbaros foi elaborada pelos colonizadores, pois esses viam a


organização social indígena como algo atrasado que se apresentava como obstáculo e
dificultava o processo colonizador;
Por outro lado, a Guerra dos Bárbaros promoveu inúmeras organizações de resistências
indígenas pautadas em alianças entre as etnias contra o colonizador, que colaborou no
retardo da colonização por quase dois séculos;

Em 1699, a Companhia o Terço, criada para combater indígenas, promoveu o


assassinato de 400 e aprisionou 250 índios Paiacu;

O colonizador aproveitou-se da rivalidade já existente entre as etnias,


promovendo a discórdia entre elas. Com objetivo de aprisionar índios e tomar suas terras
o argumento de que estariam em guerra;

Enquanto ocorriam décadas de confronto, foi instalada a lavoura açucareira, que usou a
mão de obra escrava africana e contou com o suporte financeiro dos holandeses, que
mais tarde invadiram as capitanias do Nordeste, dando início a um processo de
colonização holandesa, sobre o comando de Maurício de Nassau.
A relação entre os colonizadores e os indígenas passou por fases:

Índios inicialmente considerados inocentes e bons -1500 a 1530.

Relação pacífica e sem escravidão, marcada por escambo (troca de produtos) e


cunhadismo (mestiçagem- aceitação de estranhos com índia, constituindo laços).

“Bárbaros” e violentos - depois de 1530, com a colonização propriamente.

Escravidão e conflitos armados.

Armistício: colaboração com os portugueses.

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DICA 39
INVASÕES HOLANDESAS
A presença de boas condições para a produção do açúcar despertou ainda mais o
interesse holandês em ocupar a região nordeste do Brasil, passando esses a
financiar o produto através do transporte e do refino;
A produção e o comércio pelos holandeses foram colocados na ilegalidade depois da união
das coroas de Portugal e Espanha, conhecida como União Ibérica (1580-1640);
O projeto de colonização da Holanda em solo brasileiro era mais progressista do que o
projeto colonizador português, tendo como destaque a figura de Maurício de Nassau,
que entendia a ideia de modernização como concretização de uma sociedade capitalista;
Os holandeses organizaram uma Companhia – a Companhia das Índias Ocidentais – e
decidiram invadir a capital, que na época era Salvador- BA, em 1624. Prenderam o
Governador Geral e o enviaram para a Holanda. Não conseguiram, no entanto, governar a
região;
Em 1625, eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de Fradique Toledo Osório;
Os holandeses pretendiam controlar as regiões produtoras de cana de açúcar e também
procurar potenciais riquezas da região. As riquezas cearenses foram exploradas,
como madeira, sal, alguns engenhos e o gado;
Importância estratégica do Ceará neste momento era dar apoio logístico, servindo
de entreposto a viagens mais longas (isso ocorria no litoral cearense e potiguar) e ser um
ponto de apoio à manutenção canavieira de Pernambuco;
A presença holandesa ao norte pernambucano, no RN e Ceará, foi marcado por
massacres e conflitos religiosos (apesar de ser concedido liberdade religiosa aos
colonos);
Os holandeses tomaram o forte de São Sebastião, mas em 1644 os indígenas, muito
hostis aos holandeses, tomaram o forte e o destruíram;
1649 o pastor protestante holandês Matias Beck foi o líder da expedição holandesa no
Ceará, em que empreendeu forte luta com os nativos, procurou exploração de prata;
Construção do forte Shoonenborch, o embrião da atual cidade de Fortaleza;
Quebra de acordo pelos holandeses de desocupação do território;
Após as derrotas holandesas e a insurreição Pernambucana, Matias Beck entrega o
governo do Ceará em maio de 1654;
Após o declínio da cana e a expulsão dos holandeses, o gado vai ocupar a cena econômica
cearense.

ESCLARECENDO

União Ibéria - foi quando Portugal e Espanha formaram um só governo e foram


unificados entre 1580 e 1640. Devido a crise sucessória que se deu em 1578, o rei
de Portugal morreu e não deixou herdeiros e apesar das tentativas de manter
independência, o território do reino português foi anexado pelo reino espanhol que era a
maior potência militar da época. Nesse período, os holandeses, que faziam o comércio
marítimo do açúcar, se tornaram inimigos de Portugal, pois estavam em guerra contra a
Espanha desde 1568. Os holandeses, então, invadiram diversas partes do nordeste
brasileiros (inclusive Ceará), onde se concentravam a produção da cana-de-açúcar.

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ATENÇÃO!

A criação do município de Fortaleza se deu a 13 de abril de 1726, quando a


povoação do Forte foi levada à condição de vila.

DICA 40
ATIVIDADE PECUÁRIA

A ocupação da Capitania do Siara Grande foi feita através da atividade pecuária, a


principal responsável pela ocupação;

Dos 2472 lotes das sesmaras solicitados entre 1679 e 1824, 90,84% eram para
criação de gado;

Até a primeira metade do século XVlll, a Capitania do Siara foi marcada pela presença
de fazendas de gado dispersas pelo sertão, na qual promoveu o processo de povoamento
da região;

Essas fazendas eram locais de concentração das unidades familiares, da atividade


produtiva que estimulou as primeiras acumulações de renda no sertão, também foi sede
da vida política local, - criação de relação de poder quase absoluto, estabelecendo
grupos na posição de mando e outros na posição de obediência;

Tal organização territorial e social auxiliou no papel de defesa em relação as


resistências indígenas e aos sesmeiros que lutavam pela posse da terra;

Processo de aculturação e miscigenação da região do Ceará – “civilização do couro”;

Criação de fazendas de gado na extensão do sertão resultou em alguns núcleos que


na sua maioria deram origem a maioria das vilas de brancos na Capitania;

Não só a ocupação econômica na região cearense ocorreu de forma demorada, em


relação a outras regiões do litoral, pois a presença da Igreja, por meio da catequese,
também se apresentou de forma tardia;

O poder civil, ou seja, as autoridades portuguesas, também se instalou


tardiamente, só após a Igreja. Logo, ficou evidente os interesses dos portugueses nessas
regiões, pois garantiriam as relações de poder por meio das instituições civis e
religiosas, cada uma com seu papel nas diferentes localidades;

Importante destacar também que após abertura de caminhos por boiadeiros e


membros da Igreja a fixação em diferentes locais não foi feita de forma aleatória, o
objetivo era estabelecer uma autoridade civil lusitana;

Através das entradas, por meio de mapeamentos e, principalmente, o reconhecimento


dos espaços físicos, por exemplo, mapear o relevo e os percurso dos rios que serviam
para facilitar a presença dos colonizadores no interior;

Através dos caminhos trilhados estavam presentes o povoamento das sesmarias que
eram concedidas em sequências de lotes, dessa forma estabeleciam ligações entre as
fazendas criando regiões comerciais;

O primeiro caminho cearense utilizado pelos colonizadores é chamado de Estrada


Velha, que surgiu como o intuito de ligar as regiões do Maranhão e Pernambuco;

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Uso dos conhecimentos territoriais dos nativos para alcançarem outras regiões- A região
do Cariri ao Sul do Ceará percorrendo caminhos indígenas que passavam pela Bahia e
Sergipe.

ESQUEMATIZANDO

Atividade comercial -> Pecuária Extensiva -> Fundações de Vilas -> Igreja na
catequização de índios através das missões (eram aldeamentos indígenas criados pela
Ordem dos Jesuítas no final do século XVll).

DICA 41
Importante decorar!
1535 - Capitania do “Siara Grande” (como era chamada a região correspondente as
capitanias do Rio Grande, Ceará e Maranhão); administrada por Antônio Cardoso de
Barros;

1603 - Pero Coelho de Souza liderou a primeira expedição àquelas terras;


construiu o Forte de São Tiago, às margens do Rio Pirangi (depois batizado rio Siará).
Enfrentou índios locais que destruíram o Forte S. Tiago, migrando assim para o rio
Jaguaribe, onde construíram o Forte de São Lourenço;

1612 - Chega ao Siará o português Martim Soares Moreno, considerado o fundador


do estado. Ele também se instalou às margens do rio Siará onde recuperou e ampliou o
Forte São Thiago e o batizou de Forte de São Sebastião;

1637 - A capitania foi invadida por holandeses, enviados por Maurício de Nassau,
que tomaram o Forte São Sebastião, mas que depois foram dizimados pelos indígenas;

1649 - Voltam os holandeses e se instalaram nas proximidades do rio Pajéu, ainda no


Siará, onde construíram o Forte Shoonenborch;
1654- O Forte Schoonenborch foi tomado por portugueses, chefiados por Álvaro de
Azevedo Barreto, e renomeado de Forte de Fortaleza de Nossa Senhora da
Assunção. No seu entorno, formou-se a segunda Vila do Ceará, chamada de Vila do Forte
ou Fortaleza. A primeira vila reconhecida foi a de Aquiraz;

1680- Siará passou à condição de Capitania- Subalterna de Pernambuco, desligada


do Estado do Maranhão. A questão que deixou a região de subalternidade, era a de que
para se chegar de Lisboa ao Maranhão e ao Pará era mais fácil por mar do que
atravessando o sertão;
1726 - A vila de Fortaleza passou a ser oficialmente a capital do Ceará após disputas
com Aquiraz;

1799 - A capitania do Ceará veio a alcançar a autonomia da Capitania de


Pernambuco no fim do século XVll, pela Carta- Régia de 17 de janeiro de 1799; A
situação social e econômica da capitania do Ceará passou a se modificar a parte desse ano
por meio de sua independência. Importante ressaltar que fatores externos, como a
Guerra da Independência norte-americana, fez com o que o algodão ganhasse
ênfase na pauta de exportação, e fatores internos, como o declínio do *charque, que
até então sua distribuição estava concentrada em Aracati, passando para Fortaleza o
status de principal cidade cearense devido a sua condição de destinos dos produtos
agrícolas cultivados nos municípios vizinhos;
1821- Às vésperas da Independência do Brasil, a 28 de fevereiro de 1821, tornou-se
uma província e assim permaneceu durante todo o período imperial;

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Charque - No interior, a atividade foi a pecuária, que deu origem ao comércio de


artigos de couro e depois ao charque- beneficiamento e comércio da carne, consistente
em salgá-la e desidrata-la para durar mais.
DICA 42
ESQUEMATIZANDO

Ceará Colônia Pecuária e Vaqueiros -> Indígenas e caboclos;


Viabilizou a colonização;
Aracati, Sobral, Icó, Acaraú, Camocim e Granja;
Litoral- charqueadas, interior, criação.

Jesuítas Parangaba, Caucaia, Paupina próximo a Serra da Ibiapaba,


Buritiré.

Fortaleza Forte Schonemboch 1649 Matias Bech;


1726 novo nome: Fortaleza de Nossa Senhora da
Assunção;
1726 Primeira Capital.

Confederação dos Foi um movimento de resistência dos índios;


Cariris
Tentativa de expulsar os portugueses de suas terras.

Capitania Subordinada ao MA depois de 1680 PE;


“Siara Grande”;
Antônio Cardoso de Barros.

1603 Capitão Pero Rio Jaguaribe;


de Coelho
Expedição colonizadora;
Ibiapada;
Escravização dos nativos;
1604-1612 Fortim de São Tiago da Nova Lisboa;

Cana e Escravidão 1612 Martin Soares Moreno – Forte de São Sebastião.

DICA 43
CONTEXTO HISTÓRICO
O início do século XlX, a Europa passava pelas Guerras Napoleônicas. Ameaçados por
Napoleão Bonaparte, que proibiu os portugueses de fazerem comércio com os ingleses, a
família real portuguesa pôs em prática um antigo projeto de evacuação do território,
transferindo toda a Corte para o Brasil;

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Os portugueses eram dependentes da Inglaterra desde 1703 quando foi assinado o


Tratado de Metheun (panos e vinhos). Então, na transferência para o Brasil, os
portugueses foram escoltados pelos britânicos;
Tem-se o início do nosso processo de independência;

Ao desembarcarem no Brasil, foram assinados dois importantes tratados comerciais:


1808: A abertura dos portos às nações amigas: punha fim ao pacto colonial; na
pratica, permitia realizar comércio com os ingleses.
1810: Tratados de comércio e navegação com as nações amigas: Concedia
tarifas alfandegárias especiais aos ingleses que pagavam 15% de impostos sobre o
valor. As outras nações pagavam até 60%. Ocorreu uma grande enxurrada de
produtos ingleses no nosso mercado, o que atrasou nossa industrialização por quase
100 anos.

O período em que Dom João ficou no Brasil (1808- 1821) ficou conhecido como
Período Joanino e ele realizou importantes mudanças como:

Criação do Banco do Brasil;

Fundação da Casa da Moeda no Brasil;

Criação do Jardim Botânico;

Obras públicas;

Escolhas de estudos médicos e farmacêuticos no Rio de Janeiro e Salvadir;

Invasão militar da Guiana Francesa (retaliação à Napoleão) e da província cisplatina


(atual Uruguai);

Em 1815 elevou o Brasil à categoria de Reino Unido (deixando de ser colônia)


Em 1821, D. João Vl retorna a Portugal, como consequência direta da Revolução do
Porto de 1820, que, entre outras coisas exigia seu retorno e um governo constitucional.
Deixa seu filho como príncipe regente, que acaba proclamando a Independência do Brasil
e se coroando como D. Pedro l, Imperador do Brasil.
Revolução do Porto - foi um movimento ocorrido em 1820, na cidade do Porto, em
Portugal. Exigiam a promulgação de uma Constituição e a volta da Corte
portuguesa que se encontrava no Brasil.
DICA 44

A PROVÍNCIA DO CEARÁ
As transformações pelas quais o Brasil passava afetaram os grandes proprietários de
terra, pois estão diretamente ligados ao poder político e várias mudanças estavam
ocorrendo;
Foram beneficiados com a abertura dos portos, contudo permaneciam afastados das
decisões políticas e eram dependentes dos comerciantes portugueses. A vinda da família
real alterou a realidade cotidiana de urbana do Rio de Janeiro, mas nas outras
províncias a situação pouco se alterou;
Para o Nordeste, na verdade, a exploração parecia ter aumentado. E esse foi o principal
motivo da “Revolução de 1817” de caráter anticolonial e separatista (como o

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objetivo de separar-se de Portugal), da qual o Ceará participou. Crato foi a única


localidade cearense que aderiu ao movimento libertador de Pernambuco em 1817;
No século XlX, já habitavam na vila do Crato famílias que enviavam seus filhos para
estudar em Recife-PE. Foi por lá que muitos entraram em contato com os ideais de
independência e adoção do regime republicano no país;
Sublevaram a população do Crato e proclamaram a República;
Repercutindo os ideais da Revolução Pernambucana de 1817, o diácono José
Martiniano proclama a Independência do Brasil no púlpito da matriz da cidade em 3 de
maio de 1817. Com isso, a cidade do Crato foi considerada um país por 8 dias,
restaurando-se o governo monárquico no dia 11 do mesmo mês;
Leandro Bezerra Monteiro, o mais importante proprietário rural do Cariri, católico e
monarquista, juntamente com o então governador do Ceará, Manoel Inácio de Sampaio,
puseram fim ao intento republicano;

ESQUEMATIZANDO

Monopólio dos comerciantes portugueses de Recife e Olinda-> Controlavam a


chegada de mercadorias e financiamentos de lavouras e as exportações para
a Europa.

Principais produtos de exportação: Algodão e o Açúcar;

Contexto econômica agrava a crise entre proprietários de PE e comerciantes


portugueses-> Em 1816 ocorreu uma grande seca que afetou a produção agrícola. E
1817 ocorreu uma queda nos preços internacionais do algodão e do açúcar.

Desenvolve-se um sentimento antilusitano;

Influência do Liberalismo e das Repúblicas recém-fundadas na América.

DICA 45
PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA
O processo de independência, em 7 de setembro de 1822, que posteriormente resultou no
governo imperial, provocou diversas movimentações internas, pois surgiram grupos a
favor e grupos contra esse evento;
Grupos formados por portugueses buscavam a manutenção do sistema colonial, isto
é, eram contra a independência do Brasil, visando garantir seus benefícios econômicos
quando tentou manter as regiões do Pará, Maranhão e Piauí como colônias, gerando então
conflitos;
Nesse momento, ganha ênfase a figura do Major Fidié, que ao lado da Coroa Portuguesa
buscou garantir os interesses coloniais;
Por outro lado, vaqueiros, escravos, gente do povo com poucas armas rumaram do
Ceará para o Piauí, mais precisamente para o rio Jenipapo, concentrando-se contra as
forças de Fidié;
Durante o período imperial, a Província do Ceará ficou numa posição secundária, ficando
nas mãos das elites de cada região articulando formas de legitimar um poder e autoridade
que surgia da própria dinâmica social, pautada na seca e nas desigualdades que passou
a gerar as elites e a população cearense;

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O Ceará passou a construir seu espaço político no país a partir do momento em que
começa a estruturar sua aparelhagem pública (Assembleia Provincial, polícia pública,
poder legislativo com maior autonomia) no decorrer do século XlX;
O poder centralizado no Estado expande sua autoridade pelas diversas regiões cearenses,
onde até então predominavam as vontades das famílias ricas, através do poder
público e da ordem social dentro das províncias;
Disputas entre famílias ricas da região – Famílias Montes e Feitosas, que ficou
conhecida como o duelo entre os “Ferros” e os “Aços”;
Essas disputas entre famílias tiveram por objetivo a imposição de sua superioridade diante
do poder público, sendo que através do uso da força e das próprias vontades buscavam
efetivar seus interesses particulares;
O governo central do Império, junto aos grupos pertencentes às esferas administrativas e
políticas das províncias, articulava com membros das famílias municipais apoio para
conquistarem votos, tendo como finalidade garantir os seus interesses políticos;
Tal dinâmica envolvia os partidos Liberal e Conservador do Império, visando garantir
sua presença dentro da máquina pública;
Uma das maiores dificuldades do poder central do século XlX foi desmontar a
estrutura política exercida pelas famílias das elites, para que então pudesse
estabelecer novos rumos aos governos do interior;

PRINCIPAIS FAMÍLIAS

Família Alencar: herdeira de terras, possuía membros em altos postos de poder,


participaram da Revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador em
1824;

Família Paula Pessoa de Granja e Sobral: deram origem a uma tríade de oligarquias
familiares (matrimônios com outras famílias) e participaram ativamente da política
provincial;

Família Fernandes Vieira: presentes na região do Icó no sertão centro-sul e da


Ibiapaba, pertenceu ao partido conservador e se apresentavam como força política dos
conservadores na região.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ÉTICA

O conteúdo relativo à ÉTICA será abordado apenas na última rodada


devido a proporção no edital.

DICA 46
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS
Organização é um conjunto de funções e hierarquias visando o ganho através da
produção de bens ou serviços. Tem uma liderança formal. A organização se estrutura
conforme a natureza do ramo de sua atividade e meio de trabalho.
De acordo com Max Weber, as organizações formais modernas baseiam-se em leis, que as
pessoas aceitam por acreditarem que são racionais. Qualquer sociedade, organização ou
grupo que se baseie em leis racionais é uma burocracia e apresenta três características
principais: Formalidade, impessoalidade e profissionalismo.

As principais características de uma organização formal moderna são:

Divisão do Trabalho: Uma empresa para produzir com eficiência deve dividir o
trabalho em várias outras tarefas, ou seja, dividir um processo complexo em uma série de
pequenas tarefas.

Especialização: é uma maneira de aumentar a eficiência e diminuir os custos de


produção através da divisão do trabalho em tarefas mais simples e repetitivas que exigem
pouca experiência do executor e pouco conhecimento prévio.

Hierarquia: Em toda estrutura organizacional existe uma hierarquia que divide a


empresa em níveis de autoridade e responsabilidade, onde o superior hierárquico
autoridade sobre os inferiores. Geralmente é representado por um organograma

Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade: A autoridade é equivalente ao


grau de responsabilidade dentro da organização formal. A autoridade legitima o direito do
superior hierárquico de dirigir seus subordinados para alcançar os objetivos da
organização.
“Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas.
Responsabilidade é a contrapartida da autoridade”.Henri Fayol

Racionalismo: É tornar padrão para a organização os procedimentos mais importantes


para atingir os objetivos da empresa de forma a minimizar os esforços (menor custo) e a
maximizar os rendimentos (maior lucro) mantendo um certo padrão de qualidade.
DICA 47
TIPOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Primeiramente, é preciso entender que a estrutura organizacional se refere a um
desenho da organização, que é resultante da identificação, análise, ordenação e
agrupamento das atividades e dos recursos da organização.
Um dos critérios mencionados pela doutrina com o intuito de estabelecer a estrutura
organizacional ideal, é a departamentalização, que permite simplificar o trabalho do
administrador, aumentando a eficácia e a eficiência da administração, pois contribui para
um aproveitamento mais racional dos recursos disponíveis nas organizações. Assim, a

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diferença básica entre estrutura organizacional e departamentalização está no


nível de detalhamento.
Fique Ligado!
Enquanto a estrutura se refere ao desenho organizacional como um todo e possui uma
visão vertical da organização
A departamentalização sistematiza esse desenho por meio critérios aplicados na
formação das divisões da organização, possui uma visão mais horizontal, trata da divisão
e variedade das atividades desenvolvidas na organização.
Portanto, com base no conhecimento adquirido até aqui, seguiremos para os tipos de
estruturas organizacionais.
DICA 48
ORGANIZAÇÃO LINEAR
Organização Linear ou de linha é a forma mais simples e antiga de estrutura
organizacional, se originando nas organizações militares (exércitos) e eclesiásticas
(igrejas). A nomenclatura linear é devida ao fato de que, entre o superior e os
subordinados, existem linhas diretas e únicas de autoridade e de responsabilidade. Essa
estrutura possui um formato de pirâmide, onde cada superior recebe e transmite por meio
de linhas de comunicação rigidamente estabelecidas.

Características de uma organização linear:

Autoridade linear ou única. A autoridade é absoluta do superior sobre seus


subordinados, decorrente do princípio da unidade de comando. Cada subordinado reporta-
se única e exclusivamente ao seu superior.

Linhas formais de comunicação. As comunicações entre os órgãos ou cargos na


organização são feitas unicamente por meio das linhas existentes no organograma.

Centralização das decisões. O comando de decisão é centralizado no topo da


organização.

Aspecto piramidal. Esse aspecto segue em decorrência da centralização da autoridade


no topo da organização e da autoridade linear de cada superior em relação aos
subordinados. À medida que se sobe na escala hierárquica, diminui o número de cargos
ou órgãos.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Estrutura Simples Estabilidade e constância das relações


formais

Facilidade de Implantação Autoridade linear baseada no comando


único e direto

Clara delimitação das


Exagera a função de chefia e de comando
responsabilidades dos órgãos

Tipo de organização indicado para Congestionamento das linhas formais de


pequenas empresas comunicação

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DICA 49
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
A organização funcional é o tipo de estrutura organizacional que aplica o princípio
funcional ou princípio da especialização das funções. Essa estrutura separa, distingue e
especializa, ou seja, é um modelo que busca especializar as funções para torná-las
mais fáceis. No entanto, seus resultados são apurados de forma centralizada, dentro de
um sistema contábil único.

Suas características:

Autoridade funcional ou dividida: a autoridade é baseada na especialização. É uma


autoridade do conhecimento. Cada subordinado reporta-se a muitos superiores,
simultaneamente, porém reporta-se a cada um deles somente nos assuntos da
especialidade de cada um.

Linhas diretas de comunicação: as comunicações entre os órgãos ou cargos na


organização são efetuadas diretamente, sem necessidade de intermediação. Dessa forma,
buscando a maior rapidez nas comunicações entre os diferentes níveis;

Descentralização das decisões: as decisões são delegadas aos órgãos ou cargos


especializados que possuam conhecimento necessário para melhor implementá-las. Não é
a hierarquia, mas a especialidade quem promove as decisões. A organização funcional
caracteriza-se pela descentralização das decisões.

Ênfase na especialização: a organização funcional baseia-se no primado da


especialização de todos os órgãos ou cargos, em todos os níveis da organização. Há uma
separação das funções de acordo com as especialidades envolvidas, onde cada órgão ou
cargo contribui com sua especialidade para a organização.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Permite a melhor supervisão técnica Subordinação múltipla


possível

A comunicação é direta e sem Diluição e consequente perda de


intervenção autoridade de comando

Proporciona o máximo de especialização Forte tendência à concorrência entre os


especialistas

Separa as funções de planejamento e de Forte tendência à tensão e conflitos dentro


controle das funções de execução da organização

DICA 50
ORGANIZAÇÃO DIVISIONAL
A organização divisional proporciona a diversificação de produtos, tecnologias e
mercados, visando à eficácia, e não exatamente à eficiência. Assim, os recursos e
tarefas necessários à produção são alocados em unidades ou divisões, de acordo com o
foco principal, que podem ser, por exemplo, produtos, mercados ou clientes
Essa estrutura foi desenhada inicialmente por Alfred P. Sloan e se caracteriza pela criação
de unidades que operam com relativa autonomia, inclusive no que diz respeito à apuração
de lucros ou prejuízos, denominadas centro de resultados.

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São exemplos dessa estrutura:

A departamentalização por produtos ou serviços,

A departamentalização por região geográfica,

A departamentalização por processo ou projeto

A departamentalização por clientes.

DICA: A Organização Divisional se origina o processo de descentralização.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Descentraliza as decisões Reduz ou minimiza a economia de escala


em departamentos funcionais

Facilita a diferenciação em produtos, Reduz ganhos de desenvolvimento de


regiões e clientes competências e especialização técnica

Permite alta coordenação intradivisional Reduz a coordenação interdivisional

Adequada para ambientes instáveis, que Dificulta a integração e a padronização


exigem mudanças rápidas entre linhas de produtos

DICA 51
ORGANIZAÇÃO MATRICIAL
A organização matricial é um tipo específico de estrutura organizacional que procura
reunir as vantagens das estruturas funcionais e das estruturas divisionalizadas
(multidimensionalidade). Utiliza a divisão da organização por projetos, grupos de clientes
ou unidades de produção, são designados os chamados chefes de projeto. Para cada um
dos projetos são também designados especialistas provenientes das diversas áreas
funcionais, cada um deles coordenado pelo chefe de projeto em que está integrado e pelo
responsável da área funcional a que pertence.
Essa estrutura possui duração limitada à duração de seus projetos, mas seus órgãos de
apoio são de natureza permanente. Aqui os funcionários se reportam a dois ou mais
gerentes.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Maior eficiência de comunicação Potencial conflito entre gerentes e projetos

Melhor motivação dos funcionários Confusão de autoridade

Maximiza a utilização dos recursos Eficácia reduzida dos funcionários

Maior desenvolvimento profissional dos Aumento dos custos indiretos de


funcionários gerenciamento

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DICA 52
ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF
A organização Linha-Staff, que também denominada de organização hierárquica
consultiva, é o resultado da combinação dos tipos de organização linear e
funcional, buscando incrementar as vantagens desses dois tipos de organização
e reduzir as suas desvantagens. Dentre os diversos conceitos que se incluem na
escolha de critérios para se estabelecer essa estrutura organizacional, temos os que
definem os órgãos de linha e os órgãos de staff. Órgãos de linha são os órgãos que
aparecem na hierarquia organizacional, no organograma, e que são os responsáveis pelo
cumprimento operacional dos objetivos da organização.
Em suma, compõe-se de cargos que “põem a mão na massa”!

Características da Organização Linha-STAFF:

Autoridade única: os órgãos se dirigem a um superior


IMPORTANTE
Separação entre os órgãos operacionais(executivos) e órgãos de apoio
(assessores): essa característica apresenta apenas um superior, porém, todos os demais
órgãos operacionais da organização recebem assessoria e serviços especializados do Staff.

Coexistem entre linhas formais de comunicação e linhas diretas de


comunicação: como a linha de comunicação entre superiores e subordinados representa
uma hierarquia, na organização linha-staff essas linhas são mais formais.

Hierarquia versus especialização: apesar do convívio entre características lineares e


funcionais, há forte predominância dos aspectos lineares na organização linha-staff. A
organização linha-staff mantém o princípio da hierarquia (cadeia escalar), ou seja, a
nivelação dos graus de autoridade linear, sem abrir mão da especialização. A hierarquia
(linha) assegura o comando e a disciplina, enquanto a especialização (staff) fornece os
serviços de consultoria e de assessoria.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Assegura assessoria especializada e Falta de integração nas equipes


inovadora

Gerenciamento Hierarquia em desequilíbrio

Consultoria especializada Existência de conflitos

Contribuição equilibrada de trabalho

DICA 53
ORGANIZAÇÃO COMISSIONAL OU COLEGIADA COMISSÃO
A Organização Comissional ou Colegiada Comissão é um grupo de pessoas a
quem se dá um assunto para estudar ou um projeto para ser desenvolvido. O tipo
de estrutura de comissão é encontrado nas grandes organizações, nos níveis de alta
administração e no setor público, quando da formulação de políticas e orientações como
conselhos de assessoramento. A autoridade dada às comissões é tão variada que reina
bastante confusão acerca de sua natureza. Para alguns, é um tipo distinto de organização
de assessoria, não possuindo características de linha. Outros conceituam comissão como
um grupo designado de pessoas para desempenhar um ato administrativo

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Suas características são:

Não é um órgão da estrutura organizacional

Pode ser criada para analisar problemas que ultrapassam os limites ou a competência
de um ou mais órgãos da organização

Enquanto cada órgão tem seu pessoal próprio, a comissão é formada por participantes
que pertencem a vários e diferentes órgãos

Podem assumir diversos tipos: formais, informais, temporárias, relativamente


permanentes.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Decisões e julgamentos grupais Custo em tempo e em dinheiro

Coordenação Divisão de responsabilidades

Transmissão de informações Exige um coordenador excepcionalmente


eficiente

Contribuição equilibrada de trabalho Possível perda de tempo na tomada de


decisões

DICA 54
ORGANIZAÇÃO CELULAR
A Organização Celular ou estrutura celular é encontrado na literatura com várias
denominações, embora mantendo suas características essenciais. Com particularidades
próprias, trata-se da necessidade de uma forma diferente de estruturar a
organização, apropriada à crescente complexidade, tanto de suas atividades
quanto de seu relacionamento com o ambiente externo.
Essa estrutura se distancia do modelo de departamentalização, pois é vista mais como um
agregado de organizações em busca de um objetivo comum, semelhante às organizações
em rede.

Algumas de suas características:

Um animador no grupo dá sua consistência e o representa no exterior;

As relações interpessoais são intensas;

Cada membro do grupo é reconhecido por suas qualidades e seus defeitos; de certa
forma a identidade pessoal é construída por meio do pertencimento ao grupo;

O grupo funciona de forma autorregulada e cada um de seus membros dispõe de


capacidade de iniciativa;

Algumas células são estáveis no tempo, outras têm duração muito efêmera;

A eficácia da organização está ligada à riqueza das comunicações internas das células e
entre as células;

O “tecido” celular é organizado na forma de uma “rede” com muitos caminhos possíveis
entre uma célula e outra;

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Cada célula, de certa forma, se assemelha a uma microempresa, mas há uma


vinculação visceral com o projeto da empresa global;

Á uma célula central que assegura a unidade ao projeto da empresa e controla a


eficácia das demais células;

O crescimento da empresa é orientado pelas condições externas;

Quando uma célula cresce muito ela tende a se dividir em células menores;

Quando uma célula vai mal ela não põe em risco o conjunto;

As condições de geração de inovação são aumentadas.


DICA 55
ORGANIZAÇÃO EM EQUIPES
A Organização em equipes ou estrutura de equipe também requer que os
funcionários sejam tanto generalistas quanto especialistas. A principal característica da
estrutura de equipes é que ela desmonta as barreiras departamentais e
descentraliza o processo decisório no nível das equipes de trabalho. É a estrutura
indicada para organizações que planejam desenvolver uma estrutura mais flexível,
associada a maior eficiência e motivação.
A estrutura por equipes envolve uma grande transformação na organização, na cultura e
exige a necessidade de uma nova mentalidade das pessoas envolvidas. Esse tipo de
organização funciona melhor quando cada equipe possui todas as especializações
necessárias e interação de habilidades para executar o processo.
DICA 56
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Agora entraremos na maneira como essas organizações são organizas internamente. A
departamentalização consiste em agrupar as atividades da organização, de
forma lógica e racional, buscando a maior eficiência possível, otimizando os
recursos organizacionais.

Existem quatro princípios destacados na departamentalização:

Maior uso: o departamento que utiliza mais uma atividade deve tê-la sob sua
jurisdição.

Maior interesse: o departamento que mais interesse tiver sob uma atividade deve
supervisioná-la, porque se torna proficiente nela.

Separação do controle: as atividades de controle devem ser autônomas,


independentes e separadas das atividades que estão sendo controladas.

Supressão da concorrência: deve-se eliminar a concorrência entre departamentos,


agrupando atividades diversas em um só departamento, embora, em certos casos, a
rivalidade interdepartamental seja salutar, quando cria uma competição leal e sadia.

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DICA 57
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSO OU FASES DO PROCESSO
A departamentalização por processo ou fases do processo é o agrupamento das
atividades de acordo com o fluxo do processo produtivo. Também pode-se pensar
como o agrupamento de atividades que se centralizam nos processos de produção ou
equipamento. É encontrada com mais frequência em produção. As atividades de uma
fábrica podem ser grupadas em perfuração, soldagem, montagem e acabamento, cada
qual em seu departamento.
A maior preocupação, portanto, está no processo de produção, nas atividades
operacionais executadas. Um exemplo desse tipo de departamentalização está nas
fábricas montadoras de automóveis.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Melhor coordenação e Integração Centraliza a atenção no processo


produtivo

Tempos de respostas mais rápidos Pouca flexibilidade a mudanças

Mantém o foco no processo Não funciona bem em ambientes mutáveis

Maior satisfação dos funcionários

DICA 58
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES OU FUNCIONAL
A departamentalização funcional ou por funções é também chamada de
departamentalização por disponibilidade de recursos, é o agrupamento das atividades
de acordo com as especializações, recursos ou funções principais da organização,
como finanças, recursos humanos, mercadologia, produção, marketing etc.
Neste caso, os departamentos da organização são formados por pessoas que possuem
habilidades similares e que participam de atividades e tarefas comuns dentro do processo
de trabalho. As principais áreas adotadas nesse tipo de departamentalização são:
produção, vendas, finanças, recursos humanos. É o tipo mais comum nas organizações.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Melhor coordenação Reduzida comunicação


intradepartamental interdepartamental

Incentiva a especialização técnica Não há muita flexibilidade com


mudanças externas

Orienta o funcionário à uma atividade Estrutura muito burocratizada


específica e eficaz

Redução de custos Promove menos inovação

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DICA 59
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETOS
Departamentalização por projetos é o agrupamento das atividades de acordo
com os projetos planejados pela organização. Cada pessoa receberá funções de
acordo com o projeto envolvido. Considerando que qualquer projeto deve ter começo,
meio e fim, as atribuições existirão enquanto o projeto existir.
Esse tipo de departamentalização é muito utilizada por organizações de grande porte que
produzem produtos que envolvam grande concentração de diferentes recursos, produtor e
pessoas, por um longo período. Os projetos produzidos exigem, muitas vezes, tecnologia
sofisticada. É estrutura muito utilizada em obras de construção civil (edifícios) ou
industrial (fábricas e usinas nucleares).
Lembre-se: na departamentalização por projetos, as são atividades temporárias e
orientadas para resultados.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Melhor cumprimento de prazos O projeto tem vida planejada, portanto, é


descontinuo

Melhor atendimento ao cliente Pode causar desanimo entre os


funcionários

Concentração de diferentes recursos Após sua execução, os funcionários são


geralmente desligados

Agrupa equipes multifuncionais

DICA 60
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PRODUTOS OU SERVIÇOS
A Departamentalização por produtos ou serviços é o agrupamento das atividades
de acordo com o resultado da organização, ou seja, de acordo com o produto ou
serviço realizado. Neste tipo de departamentalização temos uma abordagem divisional,
que envolve a diferenciação e o agrupamento das atividades e tarefas de acordo com os
produtos ou serviços realizados, ou seja, os resultados esperados pela empresa.
A divisão do trabalho é feita por linhas de produtos ou de serviços, que se desempenham
em todas as funções necessárias para a realização do produto ou serviços.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Cada departamento é responsável pelo Elevados custos operacionais


seu produto ou serviço

Facilidade de coordenação Ocorre redução nas oportunidades de


interdepartamental carreira

Facilidade nas inovações Demora no reconhecimento de melhorias

Permite flexibilidade Enfatiza a coordenação em detrimento da


especialização

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 61
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

O Título II da Constituição Federal dispõe sobre o gênero Direitos e Garantias


Fundamentais, que são divididos em espécies:
Direitos e deveres individuais e coletivos;

Direitos sociais;

Direitos de nacionalidade;

Direitos políticos;

Partidos políticos.
Neste ponto, vale diferenciar os conceitos de direitos e garantias fundamentais.

Direitos fundamentais – são prerrogativas, faculdades e instituições vinculadas


aos seres humanos, imprescindíveis para assegurar uma existência digna, livre, igual e
fraterna.

Garantias fundamentais – são instrumentos que asseguram o exercício e o gozo


dos direitos fundamentais, ou que prontamente reparam violações.
A mencionada diferenciação é amplamente aceita pela doutrina constitucional, bem como
reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal – STF.
DICA – Os remédios constitucionais são espécies do gênero garantias fundamentais.
DICA 62
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais acompanham a evolução da sociedade e de acordo com a
história passou por algumas fases, oportunidade em que alguns direitos, pelos
acontecimentos históricos, tiveram maior relevância.
A doutrina costuma dividir essa evolução histórica em gerações, ou conforme a doutrina
moderna, dimensões. A utilização do termo geração ou dimensão relaciona-se com o fato
de que “geração” traz a ideia de sucessão, onde a “geração” seguinte abandonaria as
conquistas da “geração” anterior. Já o termo “dimensão” não induz a este raciocínio.

1ª Dimensão – Direitos civis e políticos


Tais direitos estão ligados a liberdades individuais, pois ocorria a passagem do Estado
Autoritário para um Estado de Direito. Dessa forma, a ideia ligada a esta dimensão é a de
absenteísmo estatal, ou seja, “deixar de fazer” do Estado. Coloca em evidência os
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS.

2ª Dimensão – Direitos sociais, econômicos e culturais


Os direitos de 2ª dimensão surgem com a Revolução Industrial europeia. Nesse contexto,
o proletariado buscava a ingerência do Estado para preservação de direitos

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trabalhistas e de assistência social. Surgem os direitos sociais, culturais e econômicos,


o que corresponde com os direitos de igualdade.

3ª Dimensão – Direitos de solidariedade e fraternidade


Estes direitos são marcados pela globalização, tendo em vista os problemas e
preocupações globais que surgem e que devem ser resolvidos por todos. Denomina-se de
direitos transindividuais, pois transcendem os interesses do indivíduo. São exemplos, o
direito ao meio ambiente, desenvolvimento, patrimônio comum da humanidade.
As três primeiras gerações ou dimensões fazem alusão ao lema da Revolução Francesa
“Liberté, égalité, fraternité”. O que corresponde a liberdade, igualdade e fraternidade.
Há ainda definições de 4ª e 5ª dimensões de direitos fundamentais, o que não é pacificado
na doutrina.

4ª DIMENSÃO

Norberto Bobbio Direito a engenharia genética

Paulo Bonavides Direito à globalização política e dos direitos


fundamentais, englobando direitos a informação,
democracia e pluralismo.

5ª DIMENSÃO

Karel Vasak Direito a PAZ

Paulo Bonavides Direito à democracia participativa ou Supremo Direito da


Humanidade

DICA 63
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

UNIVERSALIDADE Destinam-se a todos os seres humanos, sem


distinções.

HISTORICIDADE Possuem caráter histórico, pois se


desenvolveram durante os anos.

INALIENABILIDADE Os direitos fundamentais não podem ser


alienados, não apresentam conteúdo
econômico-patrimonial.

IMPRESCRITIBILIDADE Os direitos fundamentais podem ser exercidos


a qualquer tempo, não havendo que se
falar em prazo para o seu exercício, sob
pena de perda da exigibilidade pela
prescrição.

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RELATIVIDADE / Os direitos fundamentais não são


LIMITABILIDADE ABSOLUTOS. Por vezes os direitos
fundamentais entram em conflito e, nesse
caso, cabe ao intérprete harmonizar os
direitos em conflito para extrair a máxima
proteção a cada um deles.

IRRENUNCIABILIDADE Os direitos fundamentais não podem ser


renunciados. O que se permite, em alguns
casos, é o seu não exercício.

CONCORRÊNCIA Os direitos fundamentais podem ser


exercidos cumulativamente.

EFETIVIDADE Os direitos fundamentais devem desempenhar


concretamente a sua função social.

INTERDEPENDÊNCIA Os direitos fundamentais estão vinculados


uns aos outros, não podem ser considerados
como elementos isolados, e sim como um todo,
interrelacionados.

QUESTÃO FGV, 2019.


(FGV-2019-MPERJ) Com o objetivo de bem exercer os seus direitos fundamentais,
Antônio consultou um jurista sobre os limites a serem observados no seu exercício. Em
resposta, o jurista informou, corretamente, em total harmonia com a doutrina mais
abalizada, que os referidos direitos: podem ser limitados por outros direitos da
mesma natureza, viabilizando a sua concordância prática.
Gabarito: Certa.

DICA 64
A TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK
Essa Teoria tem o objetivo de explicar o papel que os direitos fundamentais
exercem na relação indivíduo x estado. A incidência em concursos se resume em
saber o conceito de cada um dos status.

STATUS PASSIVO OU O indivíduo está em posição de


SUBJECTIONIS subordinação em relação ao Estado.
O indivíduo é portador de deveres.

STATUS NEGATIVO O indivíduo possui determinada liberdade


perante o estado.

STATUS POSITIVO OU STATUS O indivíduo tem o direito de que o Estado


CIVITATIS atue positivamente.
O Estado como PRESTADOR de serviços.

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STATUS ATIVO O indivíduo possui prerrogativas para


participar na formação da vontade do
estado.
O indivíduo é portador de direitos políticos.

DICA 65
TITULARES DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Os titulares dos direitos e garantias fundamentais previstos no ordenamento jurídico


brasileiro são:

Brasileiros natos ou naturalizados;

Estrangeiros residentes no país;

Estrangeiros não residentes;

Apátridas;

Pessoas jurídicas.
Os brasileiros natos e naturalizados, bem como os estrangeiros residentes no país
estão previstos expressamente como detentores de direitos e garantias fundamentais no
art. 5º, da Constituição Federal.
Já os estrangeiros não residentes no país, apátridas e pessoas jurídicas como
detentores de direitos e garantias fundamentais foram incluídos pela doutrina e pela
jurisprudência do STF.
DICA 66
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Inicialmente, os direitos fundamentais surgem com a denominada eficácia vertical,
aplicada nas relações entre o indivíduo e o Estado.

Eficácia vertical Indivíduo X Estado

Basta lembrar da evolução dos direitos fundamentais e as suas dimensões. A todo


momento o que se busca é: ou uma menor ingerência do Estado na vida do indivíduo (1ª
dimensão); ou uma prestação do Estado para garantir alguns direitos (2ª dimensão); ou
um monitoramento e interferência do Estado para garantir a preservação de bens difusos
e coletivos (3ª dimensão).
A eficácia horizontal ou privada surgiu para aperfeiçoar a ideia da eficácia vertical dos
direitos fundamentais. A eficácia horizontal não afasta a ideia da eficácia vertical, mas
acrescenta que os direitos fundamentais devem ser observados também nas
relações privadas (indivíduo x indivíduo).

Eficácia horizontal Indivíduo X Indivíduo

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A eficácia irradiante corresponde ao fato de que os direitos fundamentais devem ser


observados por TODOS. Pelo Legislativo, quando for elaborar a lei; pela Administração,
quando for aplicar a lei (governar); e pelo Judiciário, quando for provocado a resolver
conflitos.

JURISPRUDÊNCIA

O STF já reconheceu a violação do princípio do devido processo legal, da ampla


defesa e do contraditório na hipótese de exclusão de associado de cooperativa ou de
sócio da sociedade sem direito a defesa (RE 158.215-4 e RE 201.819).

DICA 67
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE – IGUALDADE/ISONOMIA
O principal dispositivo constitucional sobre o direito de liberdade é o art. 5º, inciso I, da
CF, que assim dispõe: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição”.
O objetivo deste dispositivo não é somente garantir a igualdade formal, mas
principalmente a igualdade material ou substancial.
A igualdade formal busca tratar todos os indivíduos da mesma maneira, garantindo-se
os mesmos direitos e deveres. Contudo, a igualdade material busca o mesmo
tratamento igualitário, com a observação de que todos devem ser tratados de maneira
igual, na medida das suas desigualdades.
Nesse sentido, a própria Constituição em algumas situações já materializa a igualdade
material ou substancial, como no art. 5º, inciso L, da CF: “às presidiárias serão
asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação”.
Com base também no princípio da igualdade material é que se legitima as chamadas
ações afirmativas, que representam medidas de compensação para grupos com
realidade histórica de marginalização ou discriminação. São exemplos de ações
afirmativas: Cotas raciais, PROUNI e a lei maria da penha.

JURISPRUDÊNCIA

A lei que veda o exercício da atividade de advocacia por aqueles que desempenham,
direta ou indiretamente, atividade policial, não afronta o princípio da isonomia. STF.
Plenário. ADI 3541/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/2/2014 (Info 735).

DICA 68
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE - LEGALIDADE
O direito fundamental à legalidade surge como garantia ao indivíduo frente a
qualquer forma de poder autoritário ou antidemocrático. Encontra fundamento no
art. 5º, inciso II, da CF, que possui a seguinte redação: “ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Esse princípio tem aplicação tanto para o indivíduo quanto para o Estado, contudo
apresenta significados diferentes.

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Para o indivíduo, o princípio da legalidade significa que ele não será obrigado a fazer
ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. Em outras palavras, o indivíduo
apenas fará ou não fará algo se tiver uma lei obrigando ou desobrigando a fazer tal coisa.
Em relação ao Estado, o princípio da legalidade apresenta outro significado, na medida
em que a Administração Pública poderá fazer apenas o que a lei permitir. A
doutrina chama esse princípio de legalidade estrita.
Dessa forma, a Administração Pública deve atuar nos limites da lei, não sendo legítimo
atuar em situações não reguladas em lei.
DICA 69
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE – LIBERDADE DE
PENSAMENTO

Sobre este direito fundamental, encontramos referência no art. 5º, incisos IV, IX e XIV,
da CF:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional

Se de um lado o Estado garante a liberdade de pensamento, de outro responsabiliza


quem exerce tal direito de forma abusiva. Nesse sentido, segue a previsão do art. 5º,
inciso V, da CF: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem”

A liberdade de pensamento é frequentemente analisada pelo STF quando colide com


outros direitos fundamentais. Vejamos as principais decisões do STF sobre o tema:

Constitucionalidade das manifestações em prol da legalização da maconha


(ADPF 187, DJe de 29.05.2014);

Desnecessidade do diploma para exercício do jornalismo (RE 511.961);

A classificação indicativa das diversões públicas e programas de rádio e TV devem


ter natureza meramente indicativa, não se confundindo com licença prévia (ADI 2.404).

ATENÇÃO!
IMPORTANTE

A liberdade de expressão NÃO abrange os chamados “discursos de ódio”


(manifestações de ódio, desprezo ou intolerância contra determinados grupos,
vinculados a questões de etnia, religião, gênero, deficiência, orientação sexual etc.).

DICA 70
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE – LIBERDADE DE
CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA

Nos termos da Constituição (art. 5º), é assegurado:


VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
a suas liturgias;

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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
O Brasil é um país leigo, laico ou não confessional, o que significa a separação oficial
entre o Estado e a religião. Assim, o Estado não permite a interferência de correntes
religiosas em assuntos estatais.

JURISPRUDÊNCIA

A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e


bibliotecas públicas estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à
liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988. STF.
Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).

É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que,


registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa
Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou
(iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com
base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à
liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis,
nem tampouco ao poder familiar. STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 1103)
(Info 1003).
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade
religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz
africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 (Info 935).
CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º).
[...] O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas
escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim
ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade
do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o
cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade
de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante
requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser
permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno
exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os
princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente
credenciados a partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer
ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe
que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas
ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se
garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário.ADI
4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 27/9/2017 (Info 879).

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JURISPRUDÊNCIA

“[...] nos termos do artigo 5.o, VIII, da Constituição Federal é possível a


realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos
previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo de
crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, a
preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarrete ônus
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada” (RE 611.874, j. 26.11.2020).

DICA 71
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE – INVIOLABILIDADE
DOMICILIAR
Um dos direitos fundamentais que mais caem em provas de concursos é o da
inviolabilidade domiciliar. Esse direito consiste:
“XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”

SISTEMATIZANDO

REGRA:
→ A casa é inviolável;

EXCEÇÃO:
→ Consentimento do morador;
→ Flagrante delito;
→ Desastre;
→ Prestar socorro;
→ Determinação Judicial.

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Das exceções apresentadas, ressalta-se a determinação judicial, que somente


poderá ser cumprida durante o dia. As outras exceções podem ocorrer durante o dia
ou a noite.

Conceito de casa – abrange não só o domicílio, quanto o escritório, oficinas,


garagens, quarto de hotéis. A doutrina ainda considera a boleia do caminhão como
equiparado à casa.

QUESTÃO FGV, 2019 – 2020.


1. A busca veicular equivale à busca pessoal e independe, de regra, de ordem judicial.
No entanto, essa ação está sujeita ao devido controle judicial e ao competente
mandado quando se referir a veículos que proporcionem abrigo, como, por exemplo, a
boleia do caminhão utilizada para momento de descanso do motorista. CERTA!!
2. (FGV-TJRS-2020) João, oficial de justiça, recebeu determinação judicial para que
procedesse à busca e apreensão de determinado objeto que estava no interior da
residência de Antônio. À luz dos balizamentos estabelecidos exclusivamente na
sistemática constitucional e partindo-se da premissa de que foram cumpridas as
exigências da lei processual, João: precisa cumprir o mandado durante o dia,
independentemente do dia da semana. CERTA!!
3. (FGV-2019-Prefeitura/BA) Antônio, pessoa do povo, percebeu que uma criança de
aproximadamente 4 anos estava sendo duramente espancada por um adulto, no
interior de uma casa, durante a noite. Considerando a sistemática constitucional, é
correto afirmar que: Antônio pode ingressar na casa, contra a vontade do
morador, e prendê-lo. CERTA (hipótese de flagrante delito).
4. (FGV-2019-DPERJ) Maria procurou a Defensoria Pública e informou que foi
surpreendida, às 12h, com o ingresso de agentes públicos armados em sua residência,
contra a sua vontade, sob a alegação de que estavam procurando um criminoso.
Considerando a sistemática constitucional, o Defensor Público informou corretamente
que a conduta dos agentes públicos era: ilícita, pois os agentes públicos não
podem ingressar na casa alheia, sem o consentimento do morador, para
procurar um criminoso, sem ordem judicial. CERTA!!

JURISPRUDÊNCIA

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de


flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa
causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera
intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse
autorizar abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por
si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu
consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel.
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).

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DICA 72
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE – SIGILO DE
CORRESPONDÊNCIA E COMUNICAÇÕES
A Constituição Federal dispõe que:

“É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e


das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e
na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal.”
A inviolabilidade de sigilo abrange quatro situações: correspondências, comunicações
telegráficas, comunicações de dados e comunicações telefônicas.
O próprio dispositivo da Constituição excepciona a regra, ao afirmar que o sigilo das
comunicações telefônicas pode sofrer restrição por ordem judicial para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal, nos termos da lei.

ATENÇÃO!

A exceção que a Constituição Federal traz corresponde apenas a comunicações


telefônicas.

O fato de a Constituição Federal trazer apenas exceção quanto às comunicações


telefônicas, NÃO significa que as outras inviolabilidades são ABSOLUTAS, pois NÃO
existem direitos fundamentais absolutos.
A título de exemplo, as inviolabilidades de correspondência e de comunicações telegráficas
podem ser restringidas nas hipóteses de decretação de estado de defesa e de sítio (art.
136, §1º, inciso I; e art. 139, inciso III, ambos da CF).

QUESTÃO FGV, 2018.


O sigilo das comunicações telefônicas é inviolável, protegido por dispositivo
constitucional que constitui cláusula pétrea, não se autorizando a realização de
interceptação telefônica. ERRADA!!
A interceptação telefônica pode ser realizada pela autoridade policial sem a
necessidade de autorização judicial, mas os dados de registro somente podem ser
acessados após decisão judicial. ERRADA!!
O sigilo das comunicações telefônicas e o sigilo de dados não poderiam ser quebrados
nem mesmo por decisão judicial, por se tratar de cláusulas pétreas. ERRADA!!

DICA 73
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE – LIBERDADE DE REUNIÃO
Previsão constitucional (art. 5º, inciso XVI)
“XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;”

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Ao analisar esse direito fundamental, extrai-se os seguintes requisitos:

Reunião pacífica;

Sem armas;

Em locais abertos ao público – o que não veda a realização de reuniões em espaços


privados;

Independentemente de autorização;

Não frustrem outra reunião marcada anteriormente para o mesmo local;

Exige-se prévio aviso.

JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE

O PRÉVIO AVISO, segundo a jurisprudência do STF, não exige uma comunicação


formal, pois “eventual ausência de prévio aviso para o exercício do direito de
reunião não transforma a manifestação em ato ilícito e que o Poder Público pode
legitimamente impedir o bloqueio integral de via pública para assegurar o direito de
locomoção de todos” (Notícias STF de 19.12.2018).

Como os demais direitos fundamentais, o direito de reunião NÃO É ABSOLUTO e pode


ser restringido na vigência de estado de defesa (art. 136, § 1.o, I, “a”) e de estado de
sítio (art. 139, IV).
DICA 74
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE – PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA

Presunção de inocência ou presunção de não culpabilidade – tem o objetivo de


evitar condenações criminais precipitadas.

JURISPRUDÊNCIA

Quanto a este tema, importante ressaltar a orientação atual do STF quanto à


execução provisória da pena. Atualmente, o STF NÃO admite a execução
provisória da pena, uma vez que o cumprimento da pena somente pode ter início
com o esgotamento de todos os recursos.
Sobre concursos públicos, o STF também tem jurisprudência pacificada, no sentido
de que “Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é
legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação
de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal.”.
(STF – RE 560.900/DF - Tema 22 - Tese).

Crimes inafiançáveis e imprescritíveis – Racismo e Ação de grupos armados contra


a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Para lembrar, basta pensar na RAÇÃO (Racismo e Ação de grupos armados).

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CRIMES INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA.

Utiliza-se a sigla 3TH:

3T T Tortura

T Tráfico de drogas

T Terrorismo

H H Crimes Hediondos

DICA 75
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – HABEAS CORPUS (HC)
O termo Habeas Corpus significa “apresente o corpo”. Trata-se de uma garantia
constitucional para proteger o direito de locomoção do indivíduo.
Qualquer indivíduo que sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, pode impetrar o HC.
Importante ressaltar que qualquer pessoa é legitimada para impetrar HC, não
precisa ser advogado (art. 654, do Código de Processo Penal).
A liberdade de locomoção é um direito fundamental de tamanha envergadura que até
mesmo de ofício o juiz ou tribunal pode conceder a ordem de HC (art. 654, §2º, do
Código de Processo Penal).
Quem impetra o HC é denominado IMPETRANTE, e quem sofre a violência na liberdade de
locomoção é denominado PACIENTE.
Pessoa jurídica pode impetrar HC em favor de pessoa física, todavia pessoa jurídica
NÃO PODE SER PACIENTE.
Fala-se ainda em HC PREVENTIVO, quando o indivíduo não sofreu a violência ainda, mas
está ameaçado de sofrer. Por sua vez, o HC REPRESSIVO é aquele impetrado quando
já houve a violência no direito de locomoção.

NÃO é cabível HC:

PUNIÇÕES MILITARES: Art. 142. §2º Não caberá habeas corpus em relação a
punições disciplinares militares.

JURISPRUDÊNCIA

1. SÚMULA 694 - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de


exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.

2. Súmula STF 395 - Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja
resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de
locomoção.

3. Súmula 695 - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de
liberdade.

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JURISPRUDÊNCIA

4. Súmula 693 - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada.

QUESTÃO FGV, 2008.


A ordem de habeas corpus deve ser concedida: em caso de estar alguém sofrendo ou
se achar na eminência de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção
por ilegalidade ou abuso de poder. CERTA!!

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DIREITOS HUMANOS

DICA 76
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Relacionado a garantia ao mínimo existencial da pessoa humana, para garantir a
solidariedade, igualdade, fraternidade, liberdade e a dignidade.

Ligado ao Direito Internacional Público.

A Constituição Federal de 1988 foi a primeira constituição que estabeleceu, de forma


objetiva, a prevalência dos Direitos Humanos como preceito fundamental.
DICA 77
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS
Historicidade: frutos de momentos históricos.
Universalidade: para todas as pessoas, sem distinção.
Relatividade: podem sofrer limitação quando confrontados com outros direitos.
Exceção: vedação à tortura e à escravidão.
Essencialidade: essencial á dignidade da pessoa humana.
Irrenunciabilidade: são irrenunciáveis.
Imprescritibilidade: não se extinguem pelo decurso do tempo.
Inviolabilidade: insuscetíveis de violação.
Inexauribilidade: possibilidade de surgirem novos direitos humanos.
Vedação ao retrocesso: não admitem o regresso, a diminuição dos meios de proteção.
DICA 78
GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS

Primeira Geração: Envolvem os direitos de Liberdade.

Marco: Revoluções Liberais do Século XVIII na Europa e Estados Unidos.

O papel do Estado na defesa dos direitos humanos de primeira geração é passivo


(prestações negativas).

Ex.: Direito à liberdade, intimidade, segurança, propriedade, igualdade perante a lei.

Segunda Geração: Envolvem os direitos de Igualdade.

Marco: Frutos das chamadas lutas sociais na Europa e Américas, sendo seus marcos a
Constituição Mexicana, a Alemã de Weimar.

O papel do Estado na defesa dos direitos humanos de segunda geração é ativo


(prestações positivas).

Ex.: Direito à saúde, educação, previdência social, habitação, entre outros.

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Terceira Geração: Envolvem os direitos de Fraternidade.

Marco: Pós Segunda Guerra Mundial.

De titularidade da comunidade.

Ex.: Direito ao desenvolvimento, a autodeterminação, direito ao meio ambiente


equilibrado.

OBS: Os concursos têm cobrado a classificação das gerações com base no


entendimento de Paulo Bonavides, que considera mais duas gerações, a saber:

Direitos de Quarta Geração – resultante da globalização dos direitos humanos,


corresponde ao direito ao pluralismo, bioética e limites à manipulação genética.
IMPORTANTE
Direitos de Quinta Geração – contemplam o direito à paz em toda a humanidade.
DICA 79
INCORPORAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Antes da Emenda Constitucional (EC) de 45/2004, só havia uma forma de se incorporar os
tratados internacionais, por meio de Le Ordinária Federal, como norma infraconstitucional.
Após a EC 45/2004, que incluiu o § 3º do art. 5º da Constituição Federal (CF),
estabelecendo que os tratados que tivesse matéria específica em direitos humanos, teria
incorporação diferente, passando a ter status de emenda constitucional, se:

Aprovado nas 2 (duas) casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e


Senado Federal);

Em 2 (dois) turnos;

Com quórum de 3/5 dos votos dos membros.

Caso os tratados que têm matéria de direitos humanos, que não cumprir os requisitos
do § 3º do art. 5º da CF, terá caráter de norma supralegal.
DICA 80
INTERNALIZAÇÃO DOS TRATADOS

Ocorre em quatro fases, são elas:

1ª Fase Todos os atos são realizados privativamente pelo Presidente


da República (art. 84, VIII, da CF).

Negociação;

Celebração;

Assinatura.

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2ª Fase Seguem para o Congresso Nacional para:

Referendo;

Aprovação (será emitido um decreto legislativo).


- OBS: Deputados e Senadores, não podem alterar o texto.

3ª Fase O texto retorna para o Presidente.

Fase de ratificação (confirmação);

O Brasil já pode ser responsabilizado se violar os


Direitos Humanos.

4ª Fase Promulgação (por meio de um decreto presidencial).

Feita pelo Presidente da República;

Começa a produzir efeitos internos.

DICA 81
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Responsabilizações de cunho moral/material, em razão de
descumprimentos/inobservância de direitos.
A responsabilidade possui duas finalidades, a preventiva (coerção) e repressiva
(reparação do dano).
A responsabilidade se estende a todas as esferas do poder (Executivo, Legislativo e
Judiciário) e a todos os entes públicos (União, Estados/DF e Municípios)
DICA 82
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI)
Criado pelo Estatuto de Roma em 1998 e em 2002, o Brasil se torna signatário (passou
por todos o procedimento de internalização).
Previsão art.5º, § 4º da CF, tem como função julgar pessoas que cometem crime contra a
humanidade.

Ex.: Genocídio.

Extradição: entrega do sujeito ao governo estrangeiro para ele ser julgado.

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POSSIBILIDADE DE EXTRADIÇÃO

Estrangeiro É possível.
Exceção: Crime político ou de opinião (art. 5º, LII da
CF);

Brasileiro Naturalizado Não é possível.


Exceção: Crime comum praticado ANTES da
naturalização OU crime de tráfico de drogas a
qualquer tempo (art. 5º, LI da CF);

Brasileiro Nato Não é possível, mas pode ser entregue ao TPI para
ser julgado por crime contra humanidade.

DICA 83
POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
CONFERÊNCIA MUNDIAL DE DIREITOS HUMANOS EM VIENA.
Foram criados em decorrência de uma recomendação feita na Conferência Mundial
de Direitos Humanos em Viena.
Apenas o Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH -3) está em vigor.
A Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena de 1993 reafirmou os princípios da
indivisibilidade e universalidade dos Direitos Humanos, já previstos na carta da
ONU e na Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH).
O Brasil foi um dos primeiros países a acolher a recomendação, no governo de Fernando
Henrique foi estabelecido o primeiro programa e direitos humanos em 1996.
DICA 84
PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Segundo Valério Mazzuoli, são apenas propostas para temas de debate nacional em
matéria de direitos humanos, que não têm força normativa.

1º Programa Nacional de Direitos Humanos, por meio do Decreto nº. 1.1903, de


maio de 1966: identificação dos principais obstáculos à promoção dos direitos humanos no
país; a execução, a curto, médio e longo prazo.

2º Programa Nacional de Direitos Humanos, Decreto nº 4229, de 13 de maio de


2002: concepção de direitos humanos como um conjunto de direitos universais,
indivisíveis e interdependentes; identificação dos obstáculos, difundir o conceito de
direitos humanos, entre outros.

3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), por meio do Decreto nº.


7.037, de 21 dezembro de 2009: está estruturado em 6 (seis) eixos orientadores:

Interação democrática do Estado e sociedade civil (Sociedade influenciando na tomada


de decisão);

Desenvolvimento e Direitos Humanos (desenvolvimento com liberdade e sustentável);

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Universalizar direitos em um contexto de desigualdades;

Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência;

Educação e Cultura em Direitos Humanos;

Direito à memória e à verdade (relacionado ao período da ditadura).


DICA BÔNUS – ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS
ESTRUTURA DO PNDH-3
O documento é dividido em tópicos e subtópicos.
O ponto inicial são os eixos orientadores, que são seis; dentro de cada eixo há
diretrizes (25 ao total), em cada diretriz há objetivos estratégicos (82 objetivos) e
dentro de cada objetivo estratégico há ações programáticas, que correspondem a 521
no total.

ATENÇÃO!

O Eixo IV é o mais importante para a prova, trata da “Segurança Pública, Acesso à


Justiça e Combate à Violência” e as diretrizes 16 e 14.

DICA 85
VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Se define como qualquer tipo de agressão física, psicológica, sexual ou simbólica contra
alguém por causa do gênero ou orientação sexual.
Alcançar a igualdade entre os gêneros é um dos 17 objetivos na Agenda 2030 da
Organização das Nações Unidas (ONU) e o Brasil é signatário.
A violência de gênero é resultado de uma questão cultural em um cenário em que o
masculino exerce domínio sobre o feminino em virtude de sua “fragilidade”.
O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking de homicídio contra mulheres.

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DIREITO PENAL MILITAR

DICA 86
CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ

São os Crimes Militares em Tempo de paz:

Serão Considerados Crimes Militares em Tempo de paz (art. 9º, II do CPM):

Os crimes que o CPM disser que é, mesmo que não previstos em outra legislação e
independente de quem for o agente, salvo disposição especial;

Os crimes previstos no CPM e na Legislação Penal, quando praticados:

Militar (ativa) ou assemelhado contra militar em mesma situação ou assemelhado;

Militar (ativa) em local sujeito a adm. militar contra mil. da reserva, reformado,
assemelhado ou civil;

Militar em serviço contra militar da reserva, reformado ou civil. Não precisa ser em local
sujeito à adm. militar.
Militar (ativa) contra patrimônio sob adm. militar, ou a ordem administrativa militar.

Os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil,


contra as instituições militares:

Contra patrimônio sob adm. militar, ou a ordem administrativa militar;

Em lugar sujeito à adm. militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado,


ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função
inerente ao seu cargo;

Contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação,


exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;

Ainda que fora do lugar sujeito à adm. militar, contra militar em função de natureza
militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem
pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou
em obediência a determinação legal superior.

ATENÇÃO!

O artigo 9º que sofreu alterações consideráveis em 2017.


A figura do Assemelhado não existe mais no ordenamento.

DICA 87
CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ

São critérios para configurar os crimes militares em tempo de paz:

Ratione personae – crimes praticados em razão da pessoa, de acordo com o Art. 9,


inciso II, “a”;

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Em razão da pessoa;

O crime deve ser cometido por militar da ativa contra outro militar também da ativa;

Mesmo que de férias ou folga;

Para o CPM e STM, basta que os militares sejam da ativa, mas já para o STF e o STJ
se faz necessário o conhecimento do autor de que a vítima seja militar da ativa. Caso esse
não tenha conhecimento e o crime não tiver nexo relevante com as atividades castrenses,
não há crime militar;

Ex.: Cabo David discutiu com Tenente Alan (ambos militares da ativa) após uma briga
de bar por causa de um jogo de futebol. Não satisfeito com as ofensas verbais, parte para
agressão. Neste caso não estaria configurado o crime militar.

RATIONE LOCI

É o que ocorre no art. 9, inciso II, “b”;

Em razão do lugar;

Faz referência aos crimes cometidos em locais sujeitos à Administração Militar;

Não compreende apenas quartéis, hospitais militares e academia, mas sim, qualquer
lugar pertencente ao patrimônio das instituições militares ou sob comando/administração
militar (exemplo: helicóptero apreendido e utilizado pela aeronáutica);

PNR – Próprio Nacional Residencial. Por força constitucional da inviolabilidade


domiciliar, o crime praticado dentro de um PNR não é, em regra, um crime militar;

Auditorias militares e o STM não são lugares sujeitos à administração militar;

RATIONE MATERIAE

É o que ocorre no art. 9, inciso II, “c”;

Trata-se dos crimes militares cometidos por militares em serviço ou em razão dele;
Não basta ser militar da ativa, deve estar em serviço;
DICA 88
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
Com a vigência Lei n° 13.491/17 que causou grande mudança no conceito de crime
militar, quando um crime estiver previsto no Código Penal Militar (CPM) e no Código Penal
(CP) comum, prevalecerá, via de regra, o tipo penal contido no CPM, em razão de a
lei ser de direito material e por ser lei especial prevalecer sobre a comum. – PARA O
DIREITO PENAL MILITAR.
DICA 89
QUANDO OCORRER CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA

REGRA: Quando cometidos por militares contra civil  competência do Tribunal do


Júri;

No entanto, quando forem praticados nas hipóteses abaixo – por militares das Forças
Armadas -, serão da competência da Justiça Militar da União:

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Cumprimento de atribuições dadas pelo Presidente da República ou pelo Ministro da


defesa;
Ação que envolva a segurança da instituição militar ou de missão militar, mesmo que não
beligerante;

De atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou


de atribuição subsidiária.
E no caso dos militares estaduais?
Continuam sendo julgados pelo Tribunal do Júri.
DICA 90
CONCEITO DE MILITAR DA ATIVA – ART. 22 CPM

É aquele que não está inativo, ou seja, não foi reformado e nem se encontra na reserva
remunerada.
É considerado militar para efeito da aplicação do Código Penal Militar, qualquer pessoa
que, em Tempo de Paz ou de Guerra, seja incorporada às Forças Armadas, para nelas
servir em posto, graduação, ou sujeição à Disciplina Militar.
DICA 91
JULGAMENTO DE CIVIS PELA JUSTIÇA MILITAR
O Civil poderá ser julgado pela Justiça Militar da União, mas NUNCA pela Justiça Militar
Estadual, pois essa não possui competência para tanto. Dessa forma, em regra, será
julgado pela Justiça Comum.
Só há Justiça Militar Estadual nos seguintes estados: Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e São Paulo.
DICA 92
CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES
Sinônimos: puramente militares, essencialmente militares ou crimes militares próprios;
Trata-se da infração penal prevista no Código Penal Militar sendo específica e funcional do
ocupante do cargo militar que lesiona bens ou interesses das instituições militares no
aspecto particular da disciplina, da hierarquia, da autoridade, do serviço e do dever
militar;
O sujeito ativo deve ser militar, em regra (ver dica 09 – polêmica sobre o crime de
insubmissão);
A Lei 13.491/2017 trouxe a figura dos CRIMES MILITARES EXTRAVAGANTES.
DICA 93
CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES
Sinônimos: crime militar impróprio;
Trata-se da infração penal prevista no CPM que, não sendo específica e funcional do
militar, torna-se crime militar diante da presença de uma das hipóteses do art. 9 do CPM,
praticado por militares ou civis;
O sujeito ativo pode ser militar ou civil;

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Ex.: Crime de corrupção passiva, ativa, roubo, furto, homicídio, entre outros.
DICA 94
PECULIARIDADES SOBRE O CRIME DE MILITAR DE INSUBMISSÃO
O crime de insubmissão está previsto no art. 183 do CPM.
Ocorre quando no dia da incorporação o sujeito não comparece ou se comparece, não
permanece para a realização do ato oficial. Só pode ser praticado por civil, mas como a
tutela de interesse jurídico é exclusivamente militar, tal tipo penal só está previsto no
Código Penal Militar;
Para o STM trata-se de um crime PROPRIAMENTE MILITAR, embora só possa ser
cometido por civil;
No entanto, para que haja julgamento do presente crime, o civil deve ser incorporado na
força;
Caso o civil não seja incluído na força, com base em algum impedimento, o processo será
arquivado.
DICA 95
IMPOSSIBILIDADE DE COAUTORIA DE CIVIL EM CRIME PROPRIAMENTE MILITAR
A Jurisprudência dominante entende sobre a impossibilidade.
Mas fique alerta, há exceções:

Violência contra inferior (art. 175, CPM) – STF já admitiu coautoria entre civil e
militar;

Ofensa aviltante a inferior (art. 176, CPM) – STM em julgados isolados já constatou a
hipótese de coautoria entre civil e militar. A justificativa se baseou na comunicabilidade da
elementar (militar) por força do art. 53, §1º, do CPM.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

DICA 96
APLICAÇÃO E ESPECIFICIDADES DA LEI PENAL MILITAR
ASPECTOS INICIAIS SOBRE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
Civis não são julgados pela Justiça Militar Estadual, mas responderão pelos crimes
militares que cometerem perante a justiça comum;
O Código Penal Militar não trata das infrações disciplinares, apenas de crimes – art. 19
CPM;
Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares;
Em caso de divergência entre o Código de Processo Penal Militar e as convenções e
tratados aos quais o Brasil FOR SIGNATÁRIO, prevalecerão essas últimas;

ATENÇÃO!

Interpretação EXTENSIVA ou RESTRITIVA:

Extensiva: quando a lei for mais estrita;

Restritiva: quando a lei for mais ampla.

CUIDADO: não se pode usar as interpretações extensiva e restritiva quando:

Cercear defesa pessoal;


Prejudicar ou alterar a natureza do processo, ou lhe desvirtuar a natureza;
Desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo.
DICA 97
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E ANTERIORIDADE DA LEI PENAL MILITAR
Princípio da Legalidade: O tipo penal incriminador deve ser criado por lei, seguindo o
processo legislativo previsto na Constituição Federal.
Princípio da Anterioridade: A lei penal incriminadora deve existir antes da
imputação de caráter ilícito ao fato, ou seja, para que alguém possa ser processado e
julgado, deve existir uma lei criada com data anterior ao fato definido como crime, como
também a determinação da sanção a ser imposta deve ser prévia.
“Nullum crimen nulla poena sine lege”: Não raras vezes, o examinador quer saber
a que princípio essa frase se aplica. “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal”  Princípio da Legalidade + Anterioridade.

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DICA 98
LEI SUPRESSIVA DE INCRIMINAÇÃO E O PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA
LEI PENAL MAIS BENÉFICA
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando,
em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto
aos efeitos de natureza civil. – Art. 2º CPM.
O art. 2º do CPM trata da descriminalização da conduta;
Caso a lei nova deixe de considerar a conduta como criminosa, mesmo em face de
sentença condenatória irrecorrível, esta será desconstituída e, por conseguinte, deixará de
gerar seus efeitos.
Os efeitos civis não cessam, ou seja, caso tenha um processo civil referentes a perdas e
danos, por exemplo, esse continua, bem como seus efeitos legais.
A Lei Penal, se for mais benéfica retroagirá, em favor do réu. Só assim ela poderá
retroagir.
Proibido Frankstein: Não podemos cumular leis para extrair delas uma “terceira”. Dessa
forma, a solução é apreciá-las individualmente e ver qual trará mais benefícios ao réu.
DICA 99
MEDIDAS DE SEGURANÇA (BREVES CONSIDERAÇÕES)
Para o CPM é aplicável para os inimputáveis e semi-imputáveis que necessitem de especial
tratamento curativo;
Está prevista no artigo 110 do CPM:
“As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira espécie
subdividem-se em detentivas e não detentivas. As detentivas são a internação em
manicômio judiciário e a internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao
manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um
ou de outro. As não detentivas são a cassação de licença para direção de veículos
motorizados, o exílio local e a proibição de frequentar determinados lugares. As
patrimoniais são a interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou
associação, e o confisco”.
Apenas o CPM prevê a divisão em pessoais e patrimoniais;
Estão sujeitas às medidas de segurança: civis, militares, condenados a pena privativa de
liberdade por tempo superior a dois anos, ou aos que de outro modo hajam perdido
função, posto e patente, ou hajam sido excluídos das forças armadas.
DICA 100
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
CPM Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vigência.
Lei Excepcional: é a lei que se revoga sozinha (autorrevogável) assim que cessa a
excepcionalidade.
Ex.: Lei penal que preveja algum crime durante um momento de pandemia ou durante
a guerra.
Lei Temporária – é a lei autorrevogável, mas com data certa para ser revogada.

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Ex.: Olimpíadas no Rio 2016 para evitar ataques terroristas. A lei durou por tempo
determinado.
Para este tópico é fundamental entender que esses tipos de leis serão aplicados aos
fatos que ocorreram durante a sua vigência, mesmo que sejam julgados em
momento posterior. Isso quer dizer que tais leia (mais gravosas ou não) são ultrativas, ou
seja, serão aplicadas aos fatos, mesmo após a autorrevogação.
DICA 101
OMISSÃO DA LEI PENAL MILITAR
As lacunas serão cumpridas por:
Pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e
sem prejuízo da índole do processo penal militar;
O Código Penal Comum é a primeira fonte supressiva.
Pela jurisprudência;
Ex.: O STF, em processo de execução na esfera militar, tem aplicado o benefício
da progressão de regime mesmo diante da ausência de previsão legal específica.
Pelos usos e costumes militares;
Ex.: A Marinha é a força mais antiga, a sua prevalência sobre as demais forças é
um costume militar. Dessa forma, foi positivado na Lei de Organização da União que
o Capitão-Tenente (Marinha) antecede o Capitão (exército e aeronáutica).
Pelos princípios gerais de Direito;
Pela analogia:

Só pode ser usada em benefício do réu, nunca com interpretação para prejudicá-
lo.

LEMBRAR!!! Não se pode usar as interpretações extensiva e restritiva quando:


Cercear defesa pessoal;
Prejudicar ou alterar a natureza do processo, ou lhe desvirtuar a natureza;
Desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo
DICA 102
FORMAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS E AUXILIARES
De modo geral, a legislação castrense aplica-se aos militares e, de modo excepcional,
a quem cometer crimes militares, mesmo sendo civil. Em tópico próprio veremos quem
são eles. Por hora, é necessário identificar como se dá a presente formação.
As Forças Armadas são formadas pela Marinha, Exército e Aeronáutica (ordem de
criação);
As Polícias Militares e Corpo de Bombeiros são forças auxiliares do Exército e
subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital,
aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. – art. 144, §6º da
CF.

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DICA 103
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO
Segundo o art. 5º do CPM: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o do resultado”.

→ Trata-se da TEORIA DA ATIVDADE


Ex.: Em março de 2009 o soldado Pedro comete crime militar, e para esse crime era
utilizada a lei “A”, mas ele só foi julgado em abril de 2010, quando a lei “B” já estava em
vigor. A lei “A” é que será aplicada ao caso concreto.
Nos Crimes Continuados: o tempo do crime será todo o lapso de tempo em que a
conduta delituosa estiver se desenvolvendo.
DICA 104
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO
Para os Crimes COMISSIVOS: Teoria da Ubiquidade
Para os Crimes OMISSIVOS: Teoria da Atividade
Teoria da Ubiquidade: Considera-se o local do crime tanto onde ocorreu a conduta
quanto onde se deu o resultado.
Crimes Comissivos: Depende de conduta ativa do agente.
Crimes Omissivos: O agente deveria agir para evitar o resultado, mas não o fez.
DICA 105
TERRITORIALIDADE
Onde a Lei Penal Militar é aplicada?
No todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente
esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. – art. 7º, CPM.
O que compreende o Território Nacional?
Território é o espaço onde o Brasil exerce a sua soberania: mar, terra e espaço aéreo.
Território Nacional por extensão: aeronaves e os navios¹ brasileiros, onde quer que
se encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem
legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada - art. 7º, §1º.
1. Navio para aplicação da Lei Penal Militar é QUALQUER EMBARCAÇÃO.
IMPORTANTE: Se na aeronave ou navio estrangeiro houver sido praticado crime
militar em local sujeito à Administração Militar e o crime atente contra instituições
militares, a esses crimes será aplicada a Lei Penal Militar Brasileira.

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DIREITO PENAL/PROCESSUAL PENAL

DICA 106
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO

O direito processual penal usa como REGRA o princípio da territorialidade ou lex fori,
conforme art. 1º do CPP e, em seguida, estabelece algumas EXCEÇÕES, casos em que
não aplicamos o CPP em processos brasileiros.

Os tratados, as convenções e regras de direito internacional;

As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de


Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros
do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts.
86, 89, § 2º, e 100);
Os processos da competência da Justiça Militar;

Os processos da competência do tribunal especial;

Os processos por crimes de imprensa.

ATENÇÃO!

Nos itens acima aplicará o CPP quando as leis especiais que os regulam não
dispuserem de modo diverso.

OBS: Exemplo de leis especiais: Lei Maria da Penha, crimes de abuso de autoridade,
infrações de menor potencial ofensivo, etc. (princípio da especialidade).
Outra EXCEÇÃO: art. 5º § 4º CF/88 também estabelece que “O Brasil se submete à
jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão”.
OBS: A possibilidade de processo e julgamento de agentes perpetradores de graves
crimes (crimes contra a humanidade, crimes de guerra, genocídio e agressão) por uma
jurisdição internacional conforme prevê o Estatuto de Roma.
DICA 107

INQUÉRITO POLICIAL

CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA

Procedimento administrativo

Inquisitório (pois não admite contraditório)

Presidido pela autoridade policial (delegado de polícia) que contém diligências


realizadas pela polícia investigativa (polícia judiciária)

Tem por objetivo colher elementos de informação para a elucidação quanto à


autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal
possa ingressar em juízo.

Característica:

Escrito – As peças são reduzidas a termo;

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Dispensável – Não é necessário se já existem provas da autoria e materialidade;

Sigiloso – Sigilo necessário à elucidação dos fatos;

Inquisitorial – Sem contraditório;

Discricionário – Liberdade de atuação;

Oficial – Investigação realizada por agentes públicos;

Oficioso – Delegado instaura de ofício nos crimes de ação penal incondicionada;

Indisponível – A autoridade policial não pode arquivar;

Temporário – Há um prazo para conclusão do inquérito policial.


DICA 108

INQUÉRITO POLICIAL

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP

Crimes de ação penal pública incondicionada:

De ofício;

Mediante requisição da autoridade judiciária ou do ministério público, ou a


requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

Crimes de ação penal pública condicionada:

Está subordinada à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça.

Crimes de ação penal de iniciativa privada:

O estado fica condicionado ao requerimento do ofendido ou de seu


representante legal. No caso de morte ou ausência do ofendido, o requerimento poderá
ser formulado por seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI).
OBS: Em relação aos crimes de ação penal pública condicionada e de ação penal de
iniciativa privada, a instauração do inquérito policial também poderá se dar em virtude de
auto de prisão em flagrante.
DICA 109

AÇÃO PENAL

INCONDICIONADA

DE INICIATIVA
AÇÃO PENAL
PÚBLICA

CONDICIONADA

A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público. O MP


inicia a ação penal com a denúncia.

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A regra no sistema jurídico = a ação penal seja pública incondicionada.


A ação penal pública condicionada depende da representação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça. Nesses casos, o Ministério Público continua sendo o
titular da ação penal, mas não pode exercer o seu direito de ação de ofício, como nos
casos de ação penal pública incondicionada.

de requisição do
promovida por Ministro da
denúncia do Justiça, ou de
Crimes de ação Ministério Público, representação do
pública dependerá, ofendido ou de
quando a lei o quem tiver
exigir, qualidade para
representá-lo.

OBS: Caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão


judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Qualquer
crime

praticado em detrimento do
patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município

a ação penal
será pública

OBS: Os crimes de lesão corporal leve ou culposa cometidos no contexto de


violência doméstica ou familiar contra a mulher, que se enquadram na Lei Maria da
Penha, são de ação penal pública incondicionada. Exceção: crime de ameaça em que
a ação penal pública é condicionada à representação.

Princípios da ação pública

Obrigatoriedade: Presentes a materialidade e indícios de autoria deve o MP oferecer


denúncia;

Divisibilidade: Havendo mais de um autor do crime, o MP pode ajuizar a ação


somente em face de um ou uns, deixando para ajuizar em face dos outros depois
(visando, por exemplo, reunir mais provas);

Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação - mas pode pedir o arquivamento


do IP - ou absolvição do réu;

Oficialidade: O MP é uma instituição pública e;

Intranscendência: A pena não poderá passar da pessoa do condenado.

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DICA 110

PRISÃO

Há 03 tipos de prisão no nosso ordenamento jurídico. A que nos interessa especificamente


para este concurso é a prisão cautelar (também denominada prisão provisória,
processual ou sem pena):

Prisão cautelar,
Prisão extrapenal provisória, processual Prisão Penal
sem pena
• prisão civil e; • prisão em flagrante; • a que decorre de
• prisão militar sentença condenatória
• prisão preventiva; com trânsito em
• prisão temporária. julgado.

DICA 111

PRISÃO

DOS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS SOBRE A TUTELA DA


LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO

Da comunicação imediata da prisão ao juiz competente e ao Ministério Público:

A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente:

Ao juiz competente;

Ao ministério público e;

À família do preso ou à pessoa por ele indicada.


A imediata comunicação da prisão à autoridade judiciária não se confunde com a
obrigação de remessa posterior do auto de prisão em flagrante (APF), em até 24
horas da captura.
OBS: A ausência injustificada de comunicar a prisão em flagrante à
autoridade judiciária no prazo legal caracteriza o delito de abuso de autoridade, nos
termos do art. 12, caput, da Lei n.º 13.869/2019 (Nova lei de abuso de autoridade).

Do direito ao silêncio (nemo tenetur se detegere):


O direito ao silêncio, previsto na CF/88 como direito de permanecer calado, significa que
ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

Do direito do preso à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial:

Prisão em flagrante: é através da nota de culpa que o preso recebe a


identificação dos responsáveis por sua prisão.

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OBS: A nota de culpa será entregue ao preso, mediante recibo, em até 24 horas
após a realização da prisão, contendo a assinatura da autoridade policial, o motivo da
prisão, o nome do condutor e o das testemunhas.
O prazo de 24 horas é contado a partir do momento da captura, e não da lavratura do
auto de prisão em flagrante delito.
O que acontece caso não seja entregue a nota de culpa?
A ausência macula a prisão com grave vício de ilegalidade, autorizando seu
relaxamento por parte da autoridade judiciária.

Prisão preventiva e/ou temporária: através da cópia do mandado de prisão, que


deve ser entregue ao preso.

O que acontece caso não seja entregue a cópia do mandado de prisão?


A ausência macula a prisão com grave vício de ilegalidade, autorizando seu
relaxamento por parte da autoridade judiciária.

Do relaxamento da prisão ilegal:


Relaxar a prisão significa reconhecer a ilegalidade da restrição da liberdade imposta a
alguém.

Audiência de custódia (ou de apresentação):

Ocorre com o recebimento do auto de prisão em flagrante pela autoridade judiciária


que deverá fundamentadamente:
Relaxar a prisão ilegal;

Converter a prisão em flagrante em preventiva, para garantia da ordem


pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
OBS: Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o
fato em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de
dever legal ou no exercício regular de direito poderá, fundamentadamente,
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a
todos os atos processuais, sob pena de revogação.
DICA 112

LIBERDADE PROVISÓRIA

Conceito geral
É direito subjetivo do preso frente ao Estado, garantido ao acusado para que este
responda o processo livre de prisão cautelar, isto é, em liberdade, com ou sem o
arbitramento de fiança ou outras medidas cautelares.

Liberdade provisória sem fiança


Em casos de excludente de ilicitude

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Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato
acobertado por uma das excludentes da ilicitude, ou seja, estado de necessidade, legítima
defesa, estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito, poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação.
Por motivo de pobreza
O juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade
provisória, sujeitando-o às obrigações como a comparecer perante a autoridade, todas as
vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento,
mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se
por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado e a outras medidas cautelares, se for o caso.
Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas
impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso,
decretar a prisão preventiva.

Liberdade provisória com fiança


A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos
ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em
hipoteca inscrita em primeiro lugar.
A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita
imediatamente por perito nomeado pela autoridade.
Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado
pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham
livres de ônus.
Momento para a concessão da fiança
A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória.
Concessão de fiança pela autoridade policial
A autoridade policial pode conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Ademais, em havendo demora ou
retardamento da autoridade policial no tocante à concessão da fiança, o preso, ou alguém
por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que terá
48 (quarenta e oito) horas para proferir sua decisão (CPP, art. 335), sob pena de
acionamento das instâncias superiores por habeas corpus.
OBS: Nos casos em que a fiança for cabível, a autoridade que a denegar poderá,
inclusive, responder por crime de abuso de autoridade, nos termos do art. 9.º,
parágrafo único, inciso II, da Lei n.º 13.869/2019.
Valor da fiança
A autoridade deverá levar em consideração:

a natureza da infração;

as condições pessoais de fortuna do preso;

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a vida pregressa do acusado;

as circunstâncias indicativas de sua periculosidade;

a importância provável das custas do processo, até final julgamento.

Dessa forma a autoridade deve fixar o valor da fiança nos seguintes limites:

de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena
privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa


de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.
OBS: A autoridade policial quanto a judiciária podem reduzir o valor da fiança até o
máximo de 2/3, assim como aumentá-la em até 1.000 (mil) vezes, nos termos do art.
325,§ 1º, incisos II e III, mas somente o juiz pode dispensar a caução (CPP, art. 350,
caput).
DICA 113

LEI Nº 7.960/1989 (PRISÃO TEMPORÁRIA)

Só pode ser decretada durante a fase pré-processual, sendo criada com o objetivo de
assegurar a eficácia das investigações criminais quanto a alguns crimes graves.

Requisitos para cabimento da prisão temporária:

Quando imprescindível para as


investigações do inquérito policial

Quando o indicado não tiver residência


Caberá prisão fixa ou não fornecer elementos
temporária necessários ao esclarecimento de sua
identidade

Quando houver fundadas razões, de


acordo com qualquer prova admitida
na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado

Não há decretação de prisão temporária de ofício pelo juiz, devendo haver


requerimento do Ministério Público ou da autoridade policial. Na hipótese de
representação da autoridade policial, o juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Púbico.

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DICA 114

PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS


FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Os procedimentos são divididos em duas classes: os especiais e os comuns.


O processo e julgamento dos crime de responsabilidade dos funcionários públicos trata-se
de Procedimento Especial.
Portando, destina-se a apuração de crimes praticados por funcionários públicos
contra a administração pública.

CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO (ART. 327 DO CÓDIGO PENAL)


Funcionário público, para os efeitos penais, quem transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.
Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
Também são considerados funcionários públicos os ocupantes de cargos em comissão ou
de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
OBS: O funcionário público somente será processado e julgado em procedimento
especial quando cometer crime contra a administração pública, ou seja, aqueles previstos
no Código Penal art. 312 ao art. 326.
DICA 115

PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS


FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Etapas do processo e julgamento:

A denúncia será instruída com

Documentos que façam presumir a existência do delito;

Justificação que faça presumir a existência do delito e;

Declaração da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.

Pressupostos

Crimes afiançáveis;

Crimes funcionais próprios, os quais somente funcionários públicos podem praticar


(Arts. 312 a 326, CP) e;

Estar o acusado no exercício da função pública durante a relação processual penal


(tempus regit actum).

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Forma da reposta

Por escrito

Prazo para a resposta preliminar

15 (quinze) dias, a partir da notificação.

Quem pode responder

Acusado ou Defensor e;

Não se exige que a defesa preliminar esteja subscrita por advogado, podendo o
próprio funcionário assiná-la.

Hipóteses de rejeição da queixa/denúncia

Inexistência do crime

Improcedência da ação.
A ausência de notificação para oferecimento de resposta preliminar gera

Nulidade relativa e;

O vício de ausência de oportunidade para sua apresentação de resposta preliminar


deve ser registrado na primeira oportunidade, sob pena de preclusão.

No caso de concurso de particular. prerrogativa extensiva?

Não! Defesa prévia NÃO é extensiva ao particular.

A notificação do acusado para apresentar defesa preliminar somente se aplica ao


funcionário público, não se estendendo ao particular.

Ação penal instruída por inquérito policial

STJ - Desnecessária a resposta preliminar

OBS: Súmula 330 STJ – É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo
514 do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial.

STF - Indispensável, mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito policial.

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CRIMINOLOGIA

DICA 116
TEORIAS CRIMINOLÓGICAS SOCIOLÓGICAS
SOCIOLOGIA CRIMINAL / MACROSSOCIOLOGIA
As teorias sociológicas propõem compreender e explicar a criminalidade como um
fenômeno social nas perspectivas ETIOLÓGICAS (causas) ou INTERACIONISTAS
(reações sociais).

São classificadas em:

TEORIAS DO CONSENSO (Funcionalistas / de Integração / Conservadorismo /


Movimentos de Direita).

Ex.: Escola de Chicago; Teoria da Associação Diferencial; Teoria da Anomia; Teoria da


Desorganização Social, Teoria da Neutralização e Teoria da Subcultura Delinquente.

TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL (de cunho argumentativo / Revolucionários /


Movimentos de Esquerda).

Ex.: Teoria Crítica / Teoria do Etiquetamento.


DICA 117
TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL
TEORIA DO “LABELING APPOACH” / ETIQUETAMENTO, INTERACIONISMO
SIMÓBLICO, REAÇÃO SOCIAL

Tem como autores Erving GOFFMAN, Edwin LEMERT e Howard BECKER;

Fundada na ideia de que a INTERVENÇÃO DA JUSTIÇA NA ESFERA CRIMINAL pode


ACENTUAR A CRIMINALIDADE;

A prisão, e o contato com os outros presos poderia gerar novos criminosos, assim
sendo e por essa lógica a criminalidade seria produzida pelo próprio controle social
(Exemplo: penitenciária = “universidade para o crime”);

A PENA é considerada GERADORA DE DESIGUALDADE;

O condenado sofreria estigma por parte de familiares, amigos, conhecidos, colegas, o


que acarretaria a marginalização no trabalho, na escola etc.;

Criminalização PRIMÁRIA produz “etiqueta” ou “rótulo”, que, por sua vez, produz a
criminalização SECUNDÁRIA (reincidência).

Ex.: Atestados de antecedentes, folha corrida criminal, divulgação de jornais


sensacionalistas.

Inspirações no Brasil:

Lei dos juizados especiais criminais (Lei nº 9.099/95): institutos despenalizados


(composição civil dos danos, transação penal e suspensão condicional do processo);

Reforma penal de 1984: progressão dos regimes de penas e penas alternativas,


numa tendência garantista de não intervenção ou de Direito Penal Mínimo.

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DICA 118
TEORIA CRÍTICA, RADICAL, MARXISTA OU NOVO CRIMINOLOGIA

Tem suas bases alicerçadas no MARXISMO, enxergando o crime como fenômeno


proveniente do sistema CAPITALISTA;

Defensores: ALESSANDRO BARATTA (Itália); ROSA DEL OMO e EUGÊNIO RAUL


ZAFFARONI (América Latina);

O Direito Penal se ocupa de defender os interesses do grupo social dominante;

Reclama compreensão e até apreço pelo criminoso;

Critica severamente a criminologia tradicional;

O CAPITALISMO é a base da criminalidade;

Propõe reformas estruturais na sociedade para a redução das desigualdades e,


consequentemente, da criminalidade;

Essa teoria inspirou 3 tendências da criminologia:

Neorrealismo de esquerda,

Abolicionismo penal; e

Direito penal mínimo.

→ Críticas:
Retira do ser humano qualquer possibilidade de autorresponsabilidade ao culpar
EXCLUSIVAMENTE o sistema CAPITALISTA, considerando o criminoso como uma mera
vítima da sociedade e da classe em que foi inserida;
Não explica os crimes dos mais abastados e não explica o não cometimento de crimes por
outras pessoas que também vivem em classes menos favorecidas;
Aponta apenas problemas em países capitalistas, deixando de analisar por completo os
crimes praticados em países socialistas/comunistas.
DICA 119
TEORIA ABOLICIONISTA (LIBERDADE INDIVIDUAL MÁXIMA)

Defende a ABOLIÇÃO do Direito Penal, EXCLUINDO a PRISÃO juntamente com


todo o SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL;

Parte da ideia de que o Direito Penal não soluciona conflitos – ao contrário, seria fator
capaz de gerar novos crimes por meio de processos de estigmatizações seletivos;

Desta forma, a solução viria de INSTRUMENTOS INFORMAIS (diálogos, tratamentos


médicos ou psicológicos, concórdia, solidariedade, etc), ou de outras instâncias DE
CONTROLE MENOS REPRESSIVAS como o Direito Civil e o Direito Administrativo.

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DICA 120
TEORIA MINIMALISTA

Espécie de “ABOLICIONISMO MODERADO”, apregoando que o Direito Penal deve


subsistir de forma mínima, sendo aplicado apenas sobre casos EXTREMAMENTE
GRAVES;

O Estado deve aplicar MEDIDAS ALTERNATIVAS DE REPRESSÃO (prestação de


serviço à comunidade, pagamento em cestas básicas etc.);

DICA 121
TEORIA NEORREALISTA DE ESQUERDA (ANTI-LIBERAL)

Apesar de ter influências marxistas, caminha em sentido diametralmente OPOSTO


comparada com o abolicionismo e minimalismo, por defender um Direito Penal rigoroso e
maximalista;

Não enxergam apenas a pobreza como fator determinante para a prática de crimes,
mas também a COMPETITIVIDADE, GANÂNCIA, MACHISMO, CONSUMISMO,
INDIVIDUALISMO etc.;

Com isso, sobre as demais causas, defendem um DIREITO PENAL MÁXIMO;

Defendem o AFASTAMENTO DA DISCRICIONARIEDADE DO PODER JUDICIÁRIO


na aplicação da lei penal, limitando-se em aplicar a legislação de forma fria e objetiva,
sem margens para interpretação ou juízos de valor.
DICA 122
TEORIA FEMINISTA

Parte do pressuposto de que a SOCIEDADE é MACHISTA e impõe papéis OPOSTOS


entre homens e mulheres;

A sociedade seria responsável por conceder aos homens funções nobres e de prestígio,
ao passo que conferiria posições inferiores e de pouco valor ou relevância às mulheres;

Além da objetificação da mulher, há uma espécie de SEXISMO


INSTITUCIONALIZADO, evidenciando VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER desde a
criação de leis até as respectivas e efetivas aplicações concretas.
DICA 123
TEORIA “QUEER”

Tem origem norte-americana e significa literalmente ESQUISITO, ESTRANHO ou


EXCÊNTRICO;

Pautada na IDENTIDADE DE GÊNERO e HETERONORMATIVIDADE;

As chamadas “violências heterosexistas” são classificadas da seguinte forma:

Violência simbólica: parte de questões culturais homofóbicas de menosprezo e


inferiorização sobre homossexuais;

Violencia das instituições: homofobia praticada pelo próprio Estado, criminalizando


ou rotulando como patológicas as identidades homossexuais;

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Violência interpessoal: violência individual propriamente dita de cunho homofóbico,


como agressões e insultos contra homossexuais.
DICA 124
TEORIAS DO CONSENSO
TEORIA DA ANOMIA

Desenvolvida por ÉMILE DURKHEIM e adaptada pelo sociólogo americano ROBERT


MERTON;

Destaca-se por interpretar o CRIME como FENÔMENO SOCIAL, NORMAL e


FUNCIONAL;

Caso os mecanismos reguladores da vida em sociedade não consigam cumprir sua


função, instala-se a ANOMIA, ou seja, a ausência ou decomposição das normas sociais;

O enfrentamento da criminalidade não reside na prevenção especial ou geral, mas na


SATISFAÇÃO da consciência COLETIVA;

O crime pode ser considerado FENÔMENO CULTURAL dentro da sociedade, devendo


permanecer dentro de certos níveis de tolerância. Caso contrário, instala-se o caos, estado
de desorganização generalizada que chega a comprometer valores e desacreditar o
sistema normativo de conduta.
DICA 125
TEORIA DA ANOMIA
FATORES SOCIAIS DA CRIMINALIDADE

Sistema econômico
A má distribuição de renda, desigualdades sociais, precária situação econômica e o poder
aquisitivo de parcela significativa da população, segundo algumas teorias sociológicas, são
fatores capazes de provocar o crescimento da criminalidade.

Ex.: Teoria Crítica.

Pobreza e miséria
A pobreza e condições de miserabilidade podem gerar sentimento de revolta e exclusão
social nas pessoas, levando à prática de crimes.

Ex.: Crimes de latrocínio.

Desnutrição e fome
Consequências da pobreza e da miséria, a fome e a desnutrição são fatores sociais que
podem levar o indivíduo a sofrer danos psicossomáticos em sua formação.

Ex.: Furto famélico – Art. 24, CP - Estado de necessidade.

Habitação
Habitações precárias criam ambientes propícios para revoltas, baixa qualidade de vida e
exposição à subculturas.

Ex.: Favelas.

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Educação
A precariedade no sistema regular de ensino, criminalidade nas escolas e restrição de
algumas crianças e adolescentes ao acesso de escolas (distanciamento físico das escolas
ou diante do “dever” de trabalhar desde a tenra idade), atrapalham no desenvolvimento
do indivíduo e propicia campo fértil para vida na criminalidade.

Mal vivência
Grupo de indivíduos marginalizados, que vivem em situação de parasitismo, sem aptidão
para o trabalho, por razões de ordem biológica ou pela exclusão social.

Ex.: Andarilhos, prostitutas, mendigos.

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SEGURANÇA PÚBLICA

DICA 126
DIREITOS HUMANOS: DESARMAMENTO E COMBATE AOS PRECONCEITOS DE
GÊNERO, ÉTNICO, RACIAL, GERACIONAL, DE ORIENTAÇÃO SEXUAL E DE
DIVERSIDADE CULTURAL.
DIREITOS HUMANOS

Conceito de Direitos Humanos tem origem no Direito Internacional PÚBLICO;

Normas internacionais que protegem os direitos dos indivíduos que estão no


Estado que ADERIU E RATIFICOU determinado tratado internacional (instrumento
protetivo);

Visam à proteção de todas as pessoas, independente da nacionalidade;

Conjunto de direitos indispensáveis para uma vida humana pautada pela liberdade,
igualdade e fraternidade, que devem ser reconhecidas positivamente em nível
nacional e internacional;
DICA 127
DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

Direitos Humanos – são direitos essenciais das pessoas estabelecidos em Tratados e


Convenções Internacionais;

Direitos Fundamentais – são direitos essenciais das pessoas estabelecidos nas


Constituições Federais dos Estados;

Note que a distinção entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais reside no


plano de positivação dos direitos essenciais das pessoas.

ATENÇÃO!

Essa diferenciação é muito cobrada em concursos públicos, normalmente, o examinador


tenta confundir o candidato.

DICA 128
DESARMAMENTO

Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826 de 2003), surgiu como uma tentativa do


governo de diminuir os altos números de mortes por arma de fogo no Brasil;

Em 2005, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e


Cultura) realizou um estudo apontando que entre 1993 e 2003 a taxa anual de mortes por
armas de fogo no Brasil era mais elevada do que uma série de conflitos armados mundo
afora, ex: Guerra do Golfo - em 1991, registrou 10 mil baixas em um ano de conflitos;
Brasil - registrou uma média de 32 mil mortes por armas de fogo por ano entre 1993 e
2003.

A lei 10.826 de 2003 contém medidas que restringem substancialmente o porte e


aquisição de armas no Brasil.

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DICA 129
COMBATE AOS PRECONCEITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Este tópico tem íntima relação com o módulo II do conteúdo de conhecimentos


específicos constante do conteúdo programático do edital, relacionados às noções de
Direito Constitucional/Direitos Humanos;

Dentre os OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil, previsto


no artigo 3º, inciso IV, da Constituição Federal, encontra-se o repúdio a qualquer tipo
de preconceito, vejamos:

Art. 3º Constituem OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil:


(...)
IV - promover o bem de todos, SEM PRECONCEITOS de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação;
Além disso, o artigo 5º, caput e inciso I, da Carta Magna, fixa o primado da
igualdade, vejamos:

Art. 5º TODOS SÃO IGUAIS perante a lei, SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER


NATUREZA, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
I - HOMENS E MULHERES SÃO IGUAIS em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
Dica: Candidato estude com afinco os artigos iniciais da Constituição Federal (art. 1º ao
5º), pois são recorrentes em concursos públicos. Além disso, por representarem princípios
e a garantias fundamentais têm intima relação com todos os pontos do edital.
DICA 130
DISTINÇÃO ENTRE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

Preconceito: se constitui no julgamento previamente negativo de pessoas


estigmatizadas por determinados estereótipos. Existindo preconceitos de diversas
ordens, como por exemplo: os preconceitos de gênero, étnico, racial, geracional, de
orientação sexual e de diversidade cultural.

Discriminação: pode ser positiva OU negativa.


A discriminação NEGATIVA consiste em um tratamento injusto, que viola de direitos,
segundo critérios a raça, o gênero, nacionalidade, religião entre outros. Em síntese, a
discriminação negativa nada mais é do que o preconceito ou racismo em forma de ação ou
omissão.
A discriminação POSITIVA é a oferta de políticas públicas e oportunidades que
promovam a equidade de determinados agrupamentos ou populações, por
critérios étnicos (v.g. negros), etários (v.g. crianças, adolescentes e idosos),
econômicos etc.

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DICA 131
PRECONCEITOS DE GÊNERO
Entende-se por preconceito de gênero, também conhecido como sexismo, as atitudes
sociais que discriminam as pessoas de acordo com o seu sexo, gênero ou ainda
orientação sexual, em detrimento de outro. Em geral, as mulheres são mais afetadas
através de ideias, palavras e atos, determinando diferentes comportamentos sociais
quando comparadas aos homens, ou seja, são práticas que desprezam, desqualificam,
desautorizam e violentam as mulheres, tomadas como seres de menor prestígio social.
GÊNERO é uma construção social, resultado das dinâmicas sociais produzidas em
cada cultura. O gênero vai além do sexo: o que importa na definição do ser que é
homem ou mulher, não são os cromossomos ou a conformação genital, mas a
autopercepção e a forma como a pessoa se expressam socialmente.
DICA 132
HOMOFOBIA

JURISPRUDÊNCIA

Tese do STF (ADO 26; Mandado de Injunção 4.733) - Até que sobrevenha lei
emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de
criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República,
as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por
traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social,
ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos
primários de incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 08/01/1989,
constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica,
por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”); (Rel. Min. Celso
de Mello).

DICA 133
DIVERSIDADE CULTURAL
Representa o conjunto das distintas culturas que existem no planeta, ou seja, o
conjunto de costumes e tradições de um povo os quais são transmitidos de geração
em geração.
Elementos culturais representativos de um determinado povo destacam-se: língua,
crenças, comportamentos, valores, costumes, religião, folclore, dança, culinária,
arte, dentre outros.

Em razão da relevância, a temática da diversidade cultural tem previsão e proteção


constitucional, vejamos:
Art. 215 da CF. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais
e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e
afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
Art. 216 da CF. (…)

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§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências


históricas dos antigos quilombos.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
DICA 134
PRECONCEITO ÉTNICO RACIAL

Distinções entre Raça e etnia:

Raça: O emprego desse termo para designar grupos humanos não atende a critérios
científicos, pois biologicamente raça diz respeito a viventes homogêneos, absolutamente
puros, como ocorre em hipóteses do reino animal. É forçoso reconhecer, que do ponto de
vista biológico, inexistem raças humanas, sendo um verdadeiro construto social.

Etnia: Diz respeito a aspectos que extrapolam os dados biológicos do indivíduo,


levando em conta aspectos culturais, eis que a formação de grupos étnicos não se deve
apenas à ancestralidade comum, sendo necessários outros elementos compartilhados
como a língua, a religião, a nacionalidade, entre outros.
DICA 135
PRECONCEITOS DE GERACIONAL
Também conhecido como discriminação etária, discriminação generacional,
etaísmo, idadismo ou ainda etarismo é um tipo de discriminação contra pessoas ou
grupos baseado na idade.
Importante pontuar que este tipo de preconceito é muito evidente na sociedade
moderna, como por exemplo: a colocação no mercado de trabalho de pessoas com idade
avançadas.
Atualmente, esse assunto está cada vez mais em evidência, notadamente, em razão
pandemia global do Covid-19, e, no Brasil, recentemente, em virtude da reforma da
previdência.
Da mesma forma que a crise decorrente da pandemia traz à tona algumas discussões
relativas às pessoas mais velhas, eis que acentua um estereótipo ainda muito comum,
qual seja: de colocação de pessoas mais velhas na posição de seres frágeis e impotentes –
pior ainda, por vezes, tratando-os quase como um fardo para a sociedade.
Apesar da letalidade da Covid-19 ser maior entre os mais velhos, é preciso fazer uma
análise menos simplista da situação e tomar cuidado com os rótulos, caso contrário
corremos o perigo de reforçar ainda mais o preconceito etário existente em nossa
sociedade, que já é enorme.
Em uma cultura “jovem-cêntrica” como a nossa, onde os mais jovens são exaltados e os
mais velhos são esquecidos, é preciso repensar urgentemente os valores que nos
levam a esse comportamento. Isso porque a população mundial está envelhecendo de
forma acelerada. No Brasil, segundo o IBGE, em 2020, a parcela da população com mais
de 50 anos ultrapassou 53 milhões de pessoas, representando essa faixa etária mais de
25% da nossa população.

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