OTIMIZAÇÃO DO LEVANTAMENTO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
1st José Luiz da Silva Junior
dept. Engenharia Elétrica
Universidade Potiguar 2nd Leandra D. Carlos Leandro
Natal, Brasil
junior.87.zeluiz@hotmail.com dept. Engenharia Elétrica
Universidade Potiguar
Natal, Brasil
dhenneyse@hotmail.com
Abstract— In the Public Lighting Survey Optimization
project that will follow, we will explain how estimated street
lighting billing is performed, the current issue and the
importance of requirements engineering to create a solution
(product) for the customer, taking into account the
particularities of the activity. With the Life Cycle Canvas tool,
we were able to carry out a case study that enabled a vision of
the project as a whole, also seeing other opportunities for
improvement in the process.
Keywords— Design, Canvas, Lighting, Requirements, Street
lighting.
I. INTRODUÇÃO
No parque de iluminação pública, existem duas formas de
faturamento: O faturamento medido, realizado com base na
leitura retirada dos medidores instalados em campo e o
faturamento estimado, realizado com base nas informações
retirada da base de dados. Esta base de dados precisa estar o
mais fiel possível com o que existe em campo, pois qualquer
mudança nos parâmetros das instalações ou lâmpadas em
campo realizada pelo município e não informada a
concessionária para atualização, significa um faturamento
não conforme com a realidade, pois ele estará desatualizado.
Quando as alterações em campo são a menor, ou seja, as
potências ou quantidades são reduzidas, o munícipio não
consegue ver o reflexo do seu investimento. Quando as
alterações são a maior, ou seja, aumento das quantidades ou
potências, a concessionária pode sofrer sobrecarga em seu
sistema, além de perdas no faturamento.
II. OBJETIVOS
Neste tópico serão apresentados os objetivos deste
trabalho que se subdividem em geral e específicos, sendo
estes apresentados, respectivamente, nos tópicos A e B.
A. OBJETIVO GERAL
Utilizar a engenharia de requisitos para otimizar a
atividade de atualização da base de dados no levantamento
de iluminação pública em uma concessionária de energia.
B. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
XXX-X-XXXX-XXXX-X/XX/$XX.00 ©20XX IEEE
3nd Giuliani Paulineli Garbi
dept. Engenharia Elétrica
Universidade Potiguar
Natal, Brasil
giuliani.garbi@gmail.com
 Negócio – Entender as necessidades do cliente;
 Solução - Realizar o entendimento entre as
necessidades de negócio e solução;
 Ganhos – Apresentar os ganhos da engenharia de
requisitos.
III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este tópico explanara a teoria para realizar a otimização
do levantamento de iluminação pública estimada em uma
Concessionária de energia por meio de conhecimentos
obtidos na área.
A. ILUMINAÇÃO PÚBLICA
Iluminação pública é o sistema de iluminação noturna das
cidades.
A iluminação pública é essencial à qualidade de vida nos
centros urbanos, atuando como instrumento de cidadania,
permitindo aos habitantes desfrutar, plenamente, do espaço
público no período noturno.
Em 1417, o Prefeito de Londres, ordenando a colocação
de lanternas em alguns pontos da cidade, parece ter feito a
primeira iluminação pública. Dois séculos mais tarde, em
Paris, foi ordenada a colocação de luzes nas janelas das casas
dando para a rua, como meio de reduzir o crime.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, trouxeram o
sistema de iluminação usado na Europa, os lampiões, lá
abastecidos com óleo de baleia. Por se tratar de uma
substância cara, os brasileiros a substituíram pelo óleo de
peixe e de mamona. Cada cidadão iluminava a própria casa.
Eram os lampiões instalados e públicas que clareavam as
ruas. A partir de 1830, a iluminação passou a ser
responsabilidade da prefeitura, que tinha funcionários com a
função de acender os lampiões quando a cidade escurecia.
Até os anos 60, a iluminação pública era através de
lâmpadas incandescentes, e em alguns lugares lâmpada
fluorescentes, a partir daí, começou a introdução das
lâmpadas de vapor de mercúrio (brancas) na iluminação
pública das cidades. Posteriormente, a partir dos anos 90,
houve a introdução das lâmpadas de vapor de sódio
(amarelas), e mais recentemente, no século XXI, está
havendo a introdução de lâmpadas de vapor metálico
(brancas), e também das lâmpadas de Led (brancas).
Além de estar diretamente ligada à segurança pública no
tráfego, a iluminação pública previne a criminalidade,
embeleza as áreas urbanas, destaca e valoriza monumentos,
prédios e paisagens, facilita a hierarquia viária, orienta
percursos e aproveita melhor as áreas de lazer.
A melhoria da qualidade dos sistemas de iluminação
pública traduz-se em melhor imagem da cidade, favorecendo
o turismo, o comércio, e o lazer noturno, ampliando a cultura
do uso eficiente e racional da energia elétrica, contribuindo,
assim, para o desenvolvimento social e econômico da
população.
Diversos tipos artefatos para iluminação foram
desenvolvidos ao longo da história. Atualmente, nas zonas
rurais, ainda pode-se encontrar postes de madeira, que têm
sido substituídos por postes de concreto, já nas cidades
predominam os postes de concreto e, principalmente metal,
em diversas formas tamanhos e tecnologias de emissão de
luz.
Os postes de iluminação pública passam por um
revestimento em zinco para não terem nenhum tipo de
corrosão, além de passarem por um processo de banho
quente até atingirem a eletro galvanização.
O serviço de Iluminação Pública das cidades é de
responsabilidade das gestões municipais, desde a elaboração
do projeto, implantação, expansão, operação até a
manutenção das instalações.
Em caso de lâmpadas queimadas e outras melhorias
necessárias, o cidadão deve procurar a prefeitura.
De acordo com a regulamentação 414 da Aneel,
Iluminação Pública é o serviço que provê claridade para os
logradouros públicos, de forma periódica, contínua ou
eventual. Caracteriza-se pela iluminação de ruas, praças,
avenidas, túneis, passagens subterrâneas, jardins, vias,
estradas, entre outras áreas públicas e definidas por meio de
legislação específica, exceto o fornecimento de energia
elétrica que tenha por objetivo qualquer forma de propaganda
ou publicidade, ou para realização de atividades que visem a
interesses econômicos.
B. MEDIÇÃO ESTIMADA
Obrigatoriedade de Conferência
Deve se dar um tratamento diferenciado para faturas de
energia elétrica cujo consumo é feito por estimativa: há
necessidade de se ter um responsável (engenheiro ou técnico)
para a sua liquidação, ou seja, alguém que avalie o direito
adquirido pelo credor, nos termos do que estabelece a Lei
Federal nº 4.320/64 (Lei Orçamentária):
O pagamento da despesa somente pode ser efetuado
quando ordenado após sua regular liquidação (art. 62).
A liquidação da despesa consiste na verificação do
direito adquirido pelo credor... (art. 63).
A ordem de pagamento é o despacho exarado
por autoridade competente, determinando que a despesa
seja paga (art. 64)
Para que se possa conferir uma fatura cujo consumo
adotado seja efetuado por estimativa, há necessidades que a
Distribuidora apresente a memória de cálculo de como
obteve o montante de consumo em KWh (quilowatt-hora).
Segundo inciso III do artigo 6º do Código de
Defesa de Consumidores (Lei nº 8.078/1990) se
constitui em Direito Básico dos Consumidores em
receber informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e
preço.
A Prefeitura pode efetuar seu próprio cálculo estimativo
de consumo diário/mensal e apresentar para a Distribuidora
que deverá, a partir daí, passar a utilizá-lo no cálculo dos
montantes de consumo considerados nas faturas de energia
elétrica.
O importante é que se crie um procedimento interno
diferenciado para pagamento de faturas cujo montante de
consumo seja realizado por estimativa e que tenha um
servidor público responsável (engenheiro ou técnico) pela
conferência.
A Concessionária tem de atribuir uma unidade
consumidora para cada praça e é irregular perante os
regulamentos da ANEEL se agrupar várias praças numa
mesma unidade consumidora (fatura).
Como Efetuar a Estimativa
Fazer um levantamento de todas as cargas instaladas em
uma praça pode ser útil não apenas para efetuar o cálculo
estimativo de consumo, mas também para diversas outras
possibilidades, como por exemplo, para preparação de dados
para ligação, para instalação de um medidor e para controles
internos. A seguir e abaixo um exemplo ilustrativo de uma
memória de cálculo. Observe que a potência da lâmpada
deve-se somar a potência de perdas dos equipamentos
auxiliares (reatores).
Tabela.1. Simulação faturamento mensal por estimativa.
De acordo com a Resolução Normativa da ANEEL nº
414/2010:
Art. 24. Para fins de faturamento da energia elétrica
destinada à iluminação pública ou à iluminação de vias
internas de condomínios, o tempo a ser considerado para
consumo diário deve ser de 11 (onze) horas e 52 (cinquenta e
dois) minutos, ressalvado o caso de logradouros que
necessitem de iluminação permanente, em que o tempo é de
24 (vinte e quatro) horas por dia do período de fornecimento.
§ 1º O tempo a ser considerado para consumo diário pode
ser diferente do estabelecido no caput, após estudo realizado
pelo consumidor e a Distribuidora junto ao Observatório
Nacional, devidamente aprovado pela ANEEL.
§ 2º A tarifa aplicável ao fornecimento de energia elétrica
para iluminação pública é a Tarifa B4a.
Art. 25. Para fins de faturamento, a energia elétrica
consumida pelos equipamentos auxiliares de iluminação
pública deve ser calculada com base nas normas específicas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas –ABNT, em fontes luminosas artificiais podem variar entre 2000K (muito
dados do fabricante dos equipamentos ou em ensaios quente) até mais de 10000K (muito fria).
realizados em laboratórios credenciados por órgão oficial,
(6) Índice de Reprodução de Cor (IRC): O índice de
devendo as condições pactuadas constarem do contrato.
reprodução de cor (IRC) de uma fonte luminosa é a medida
As 11 horas e cinquenta e dois minutos diários devem ser de cor real de uma superfície e sua aparência a ser iluminada
convertidas em centesimal, o que corresponde a 11,86667 pela fonte artificial. Uma fonte com IRC 100% é a que
horas. apresenta as cores de um objeto com a máxima fidelidade.
As perdas máximas de reatores estabelecidas pelas
normas específicas da Associação Brasileira de Normas Fig. 1 Comparativo entre as tecnologias de luminárias
Técnicas –ABNT foram relacionadas no Anexo 1.
Segundo art. 113 da Res. Norm. 414/2010, poderá ser
solicitada a devolução das quantias pagas indevidamente nos
últimos 36 meses, acrescidas de atualização monetária pelo
IGP-M e juros de mora de 1% ao mês calculadas pro rata die,
em valor igual ao dobro do que foi pago em excesso.
A sugestão é instalar equipamentos de medição em postes
da Distribuidora onde se encontra o ponto de entrega e de
acordo com a padronização feita de medição no alto do poste
e com lente de aumento para permitir a leitura do IV. METODOLOGIA
equipamento de medição no solo. Evita-se vandalismo e não
polui visualmente as praças.
Hoje existe um espaço de tempo muito grande entre a
coleta das informações em campo para a atualização da base
C. LUMINOTÉCNICA de dados no escritório, pois não há uma comunicação entre as
partes, a não ser por um mapa impresso no início do
processo.
A seguir serão definidos alguns termos luminotécnicos e
elétricos necessários para a compreensão das demais seções. Para os analistas atualizarem a base de dados do cadastro
de iluminação pública, é necessário realizar o download dos
(1) Fluxo Luminoso: O fluxo luminoso pode ser dados existentes no banco e a plotagem do mapa da área
entendido como a quantidade de energia radiante em todas as objeto da fiscalização. Esse mapa é impresso e repassado
direções, emitida por unidade de tempo, e avaliada de acordo para a equipe terceira responsável realizar a validação em
com a sensação luminosa produzida. A unidade de medida é campo.
o lúmen (lm).
A fiscalização em campo é feita de forma manual. Os
(2) Eficiência Luminosa: A eficiência luminosa é a inspetores localizam os pontos geográficos dos postes no
relação entre o fluxo luminoso emitido pela potência elétrica mapa e conferem se no mesmo existe uma luminária e
absorvida, sendo a unidade de medida o lúmen por Watt verificam se a lâmpada instalada naquela luminária confere
(lm/W). Este conceito é utilizado para comparar a diferentes com a que está no mapa, caso o resultado da verificação seja
fontes luminosas. positivo, o inspetor não faz nenhuma anotação no mapa,
porém se o resultado é negativo, é preciso “rabiscar” o mapa
(3) Iluminância: Iluminância é a densidade de fluxo
com anotações relatando a diferença.
luminoso recebido por uma superfície. Por definição a
unidade de medida é o lúmen por metro ao quadrado (lm/m²),
que pode ser denominada também de lux. A verificação deste
parâmetro é fundamental para comprovar a qualidade da
iluminação de um determinado local
(4) Fator de Uniformidade: O fator de uniformidade é
uma relação entre a iluminância mínima e a média de uma
determinada área. Resulta em um valor adimensional
variando entre zero e a unidade, que indica como está a
distribuição da luminosidade na superfície aferida.
(5) Temperatura de Cor: Este parâmetro não está
relacionado com o calor emitido por uma lâmpada, mas pela
sensação de conforto que a mesma proporciona em um
determinado ambiente. Quanto mais alto for o valor da
temperatura de cor, mais branca será a luz emitida,
denominada comumente de “luz fria” e que é utilizada, por
exemplo, em ambientes de trabalho, pois induz maior
atividade ao ser humano. No entanto, caso seja baixa a
temperatura de cor, a luz será mais amarelada,
proporcionando uma maior sensação de conforto e
relaxamento, chamada popularmente de “luz quente”,
utilizada preferencialmente em salas de estar ou quartos. As
 Fig. 2 Recorte de mapa impresso com informações de atualização
escritas a mão.
Fonte: Arquivo próprio
Com o mapa todo conferido, os inspetores retornam ao
escritório, onde é realizada a inserção da informação em uma
planilha, que será enviada para a concessionária. Ela irá
validar a informação recebida. Caso alguma inconsistência
seja encontrada, a informação retornará para a empresa
terceira que fará uma nova validação nos pontos sinalizados
pela concessionária. Caso não existam inconsistências, os
dados daquela área serão atualizados em sistema.
Após uma análise do processo como um todo, chegamos
ao número de três meses, do início do processo até seu final,
em média, pois podem existir erros, como por exemplo
anotações no mapa borradas ou de difícil interpretação, como
também, erros de digitação no ato de transcrever para a
planilha que servirá de base de dados. Estes erros travam o
serviço como um todo, fazendo o período de duração do
processo se prolongar.
Fig. 3 Modelo de planilha a ser preenchida com informações do mapa
impresso.
Fonte: Arquivo próprio.
Após uma análise do processo como um todo, chegamos
ao número de três meses, do início do processo até seu final,
em média, pois podem existir erros, como por exemplo
anotações no mapa borradas ou de difícil interpretação, como
também, erros de digitação no ato de transcrever para a
planilha que servirá de base de dados. Estes erros travam o
serviço como um todo, fazendo o período de duração do
processo se prolongar.
A. CANVAS
O modelo Life Cycle Canvas apresenta uma abordagem
simples, onde é possível acompanhar o projeto com seus
pontos essenciais, planejamento, execução, monitoramento e
controle em uma única tela.
O preenchimento dos fatores-chave do modelo representa a
resposta a questionamentos básicos em projetos, como:
O “Por quê?” pode ser respondido através das justificativas,
benefícios e objetivos do projeto. A justificativa mostra o
problema atual que justificam a necessidade do projeto. O
objetivo, por exemplo, faz uma ligação entre a situação atual
e o resultado esperado.
O “O quê?” pode ser respondido através do produto,
requisitos e restrições do projeto. O produto se refere ao que
vai ser entregue após a finalização do projeto. As restrições,
por exemplo, mostram fatores limitadores ou impeditivos
para realização do projeto.
O “Quem?” pode ser respondido através das partes
interessadas, equipe e comunicações. As partes interessadas
são as pessoas envolvidas direta ou indiretamente. A
comunicação define os meios que serão utilizados e a
frequência entre a equipe e as partes interessadas.
O “Como” pode ser respondido através das premissas,
entregas e aquisições. As premissas colocam no radar
possíveis situações que não estão sob controle do gerente de
projeto. As aquisições mostram todas as possíveis aquisições
para o projeto.
O “Quando e quanto” pode ser respondido pelos riscos,
tempo e custo. Os riscos deixam mapeados situações que
podem impactar o resultado. Os custos demonstram os gastos
totais do projeto e o tempo tem como missão mapear os
prazos e entregas.
B. LCC – ANÁLISE DE VIABILIDADE
A análise de viabilidade é outra ramificação do LCC.
Com ela é possível validar se o projeto é viável, viável
mediante ajustes ou inviável de acordo com os pilares
Econômico-Financeiro, Técnico, Legal e Ambiental.
Matriz de análise de viabilidade:
Viabilidade econômico-financeira: Determina se o projeto
tem condições de atender ás expectativas e demandas dos
investidores e ou interessados. Indicadores normalmente
utilizados nesta fase são payback descontado, taxa interna de
retorno(TIR) e Valor Presente Líquido(VPL).
Viabilidade técnica: Analisa a capacidade do projeto de ser
exequível. Verifica se existem recursos que possam produzir
as entregas atendendo ás especificações.
Viabilidade legal: Assegura que o projeto e ou produto do
projeto são permitidos pela legislação.
Viabilidade ambiental: Assegura que o projeto e ou produto
é viável ambientalmente. São normalmente documentos
apresentados na forma de estudo de impacto ambiental
(EIA) ou sobre forma de licença de operação ambiental
(LO).
C. LEVANTAMENTO DE REQUISITOS
Os principais problemas no desenvolvimento de soluções
estão associados a requisitos.
Requisitos inconsistentes, incompletos, que não refletem a
real necessidade do usuário, alterações de pontos
anteriormente acordados e principalmente a dificuldade de
entendimento entre os desenvolvedores e os usuários são os
principais problemas que causam: Aumento nos custos,
retrabalho, atraso na entrega e insatisfação dos envolvidos.
Os requisitos devem descrever o que o sistema deve fazer e o
que ele não deve fazer, sem dizer “como” fazer.
No caso em estudo, iremos tratar os requisitos do negócio,
que descrevem o que deve ser satisfeito pelo sistema. Os
requisitos de usuário, que descrevem as atividades que os
usuários deverão conseguir executar com a utilização do
sistema e os requisitos funcionais, que definem o que o
sistema deve possuir para que os usuários possam executar
suas atividades
V. ANÁLISE E RESULTADOS
Nesta seção serão apresentados os principais resultados
obtidos durante o trabalho realizado, analisando-os para
explanar os ganhos com a utilização da engenharia de
requisitos e do Life Cycle Canvas para levantamento de
requisitos de um projeto de otimização do levantamento de
iluminação pública estimada de uma concessionárias de
energia.
A. LIFE CYCLE CANVAS (LCC)
Resultado obtido após o uso da ferramenta Life Cycle
Canvas (LCC)
Fig. 4 Life Cycle Canvas
Justificativa: O processo de atualização do banco de dados
de Iluminação Pública estimada de uma distribuidora pode
levar até 3 meses para ser concluído devido a partes do
processo que são feitas de forma manual. Isso pode gerar
retrabalho para validação de dados, atraso na atualização do
parque e consequentemente atraso na geração de receita.
Objetivo: Otimizar o processo para atualização dos dados de
Iluminação Pública estimada, gerando dados mais rápidos e
confiáveis.
Benefícios: Diminuição da Hora-Homem envolvida no
processo, antecipação da receita, maior confiabilidade nos
dados.
Produto: Programa para otimização no levantamento em
campo, verificação e armazenamento dos dados de
Iluminação Pública estimada.
Requisitos: Mapa com geolocalização, armazenamento de
dados, funcionamento offline.
Restrições: Não divulgação da base de dados atualizada.
Partes interessadas: Distribuidoras de energia, ente
municipal, sociedade de modo geral.
Premissas: Disponibilização dos dados por parte da
distribuidora, disponibilização de orçamento para realização
do projeto.
B. LCC – ANÁLISE DE VIABILIDADE
Resultado obtido após o uso da ferramenta LCC – Análise de
viabilidade.
Fig. 5 Análise de Viabilidade
Viabilidade Econômico-financeira: O investimento
inicial seria para criação do software e treinamento das
equipes envolvidas. Após a conclusão do projeto, o retorno é
em curto prazo resultando em antecipação de receita.
Viabilidade Técnica: Nosso produto é a união de várias
tecnologias já existentes e aplicadas em diversos locais. O
foco é unir essas tecnologias para facilitar a vida do cliente
ao buscar uma solução para o seu negócio.
Viabilidade Legal: O produto une diversas tecnologias já
aplicadas no mercado e são permitidas por lei.
Viabilidade Ambiental: Não existe impacto ambiental na
atividade exercida. Por outro lado, existe um ganho ao
retirar o mapa impresso do processo.
C. PROTÓTIPO
Protótipo criado com a finalidade de servir como versão de
teste para ser aprimorada/aperfeiçoada durante o
desenvolvimento.
Fig. 6 Desenvolvimento do protótipo.
Fig. 7 Protótipo.
VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um projeto se dá pela identificação de uma possível
melhoria. No caso estudado, foi visto que o processo de
atualização do banco de dados de iluminação pública para
faturamento por estimativa demandava muito tempo para
conclusão, devido ao seu processo ser realizado de forma
manual, com abertura para erros e retrabalho. A demora para
conclusão do processo acarreta também perda financeira para
a Concessionária, visto que, enquanto a base não é
atualizada, o faturamento de determinado município é
realizado com dados defasados.
Com essa justificativa, foi desenvolvido com o apoio da
ferramenta LCC (Life Cycle Canvas) os requisitos
simplificados de um projeto de software para otimização da
atualização do parque de iluminação pública estimada. A
ideia de utilização do Canvas veio da experiência adquirida
em disciplina de inovação e empreendedorismo e do estudo
sobre a importância da qualidade no levantamento de
requisitos para projetos.
Para que o projeto seja desenvolvido conforme os
requisitos estabelecidos, deve ser atendida como principal
premissa a disponibilização da base de dados pela
Concessionária, visto que, sem essa informação não é
possível saber quais pontos devem ser fiscalizados e nem
realizar sua validação. O não atendimento dessa premissa
inviabiliza o projeto.
Foi definido as partes interessadas na solução, que são as
Concessionárias de energia, o ente municipal e a sociedade
de modo geral, pois com os dados atualizados, a
Concessionária pode adequar sua rede para atender a
demanda inserida pela municipalidade e evitar sobrecarga em
horários de pico, por exemplo, que causam quedas de
energia.
Para a entrega foi definido o levantamento dos requisitos
através do LCC e um protótipo com o mínimo produto
viável.
O produto a ser desenvolvido tem como requisitos
principais ser capaz de localizar os pontos geográficos dos
postes indicados pela base de dados, armazenar as
informações coletadas em campo e funcionar em modo
offline.
É importante destacar que não é possível desenvolver
soluções de qualidade, atendendo a prazos e custos, sem ter
um processo de desenvolvimento de requisitos definido e
aplicado por toda a equipe envolvida. Devido as
características de sistema, da organização ou da tecnologia
aplicada, podem ser necessárias modificações, porém,
quando existe um bom planejamento de requisitos, esse
impacto é diminuído.
A. TRABALHOS FUTUROS
A cerca de trabalhos ou estudos futuros, através do
desenvolvimento de um produto viável o projeto pode ser
continuado através da criação do software de acordo com os
requisitos levantados.
REFERÊNCIAS
[1] ROSITO, Luciano Haas. Desenvolvimento da Iluminação Pública no
Brasil. Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), 2020. Disponível
em: <https://www.fne.org.br/upload/documentos/projetos/iluminacao-
publica/desenvolvimento_i_p_no_brasil_-_luciano_haas_rosito.pdf>.
Acesso em: 28 de outubro de 2020.ANEEL – Atlas de Energia
Elétrica do Brasil. 2ª ed. Brasília, DF: ANEEL - Agência Nacional de
Energia Elétrica, 2005.
[2] ANEEL. RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 888. AGÊNCIA
NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2020. Disponível em:
<https://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2020888.pdf>. Acesso em: 28
de outubro de 2020.
[3] ANEEL. Iluminação Pública. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA, 2020. Disponível em: <https://www.aneel.gov.br/ip>.
Acesso em: 28 de outubro de 2020.
[4] JONES, Capers. SOFTWARE DEFECT ORIGINS AND REMOVAL
METHODS. Namcook Analytics LLC, 2012. Disponível em:
<https://www.ifpug.org/content/documents/Jones-
SoftwareDefectOriginsAndRemovalMethodsDraft5.pdf>. Acesso em:
02 de fevereiro de 2021.
[5] Veras, M. (2016). Gestão dinâmica de projetos: Life Cycle Canvas.
Rio de Janeiro: Brasport.