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Marco Antonio de Andrade R.A. 06035062 - mod.3.resumo.

barroco

RESUMOS

BARROCO
Teve início em 1580 após a morte de Camões , quando Portugal entra em
decadência após o desaparecimento do Rei D. Sebastião motivo pelo qual
Portugal nunca mais teve o mesmo prestígio (início do Sebastianismo).
Portugal perde sua autonomia para a Espanha porque após o desaparecimento
de D. Sebastião quem assume o poder foi o Cardeal D. Henrique que por não
ter herdeiros passou o trono a Felipe II da Espanha que acabou por anexar
Portugal a Espanha. Termina em 1756 quando se funda a Arcádia e a
Lusitânia.

No barroco encontramos o dualismo, isto é, grandes contrastes, mostrando o


homem divido entre a cultura medieval (religião e misticismo) e a cultura
clássica (racionalista) podendo assim citar os conflitos entre corpo e alma, vida
e morte, Deus e o Diabo, Deus e homem, Carne e Espírito, etc.

Percebemos que no barroco há sempre um desejo de conciliar essas


diferenças, integrá-los, por isso recorrem freqüentemente ao uso de figuras de
linguagem, uma segunda característica forte no barroco.

Um dos ícones da literatura barroca foi o Padre Antonio Vieira, que teve grande
influencia na oratória, através da escrita de seus sermões.

Na Prosa podemos destacar:

- D. Francisco Manuel de Melo,

- Padre Manuel Bernardes e

- Matias Aires.

Na poesia não houve grandes mudanças, ela fragmenta-se em

- gongórica, descritivismo plástico, o poeta esmera-se em descrever a mulher


amada com fartura de cores e pormenores, usando metáforas rebuscadas:

Ex: ...são os olhos luzentes

Celestial safiro,

Os beiços são rubis,...

- contraceptista: é caracterizado por um jogo de idéias ou conceitos seguindo


um raciocínio lógico, racionalista que utiliza uma linguagem aprimorada,
podemos citar:

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- Francisco Rodrigues Lobo,

- D. Francisco Manuel de Melo,

- Jerônimo Baía e

- Antonio Barbosa Bacelar.

O teatro continuou a seguir os modelos vicentinos desenvolvendo apenas


aspectos pedagógicos e religiosos.

Obs: Professor, sei que o senhor pediu para não pesquisar em outros sites, mas achei
legal conhecer esta biografia do padre Antonia Vieira, e também para ficar gravada
nos meus arquivos, por isso eu resolvi colocá-la aqui, mas não precisa considerar se
assim achar melhor.

Padre Antonio Vieira

1608: A 6 de Fevereiro, nasce em Lisboa


António Vieira. – 1614: Aos 6 anos parte para
o Brasil, com família; seu pai fora nomeado
escrivão da Relação na Baía. – 1623: Aluno
do Colégio dos Jesuítas na Baía sente
vocação religiosa. –1633: Prega pela primeira
vez. – 1635: É ordenado sacerdote, é Mestre
em Artes e exerce a função de pregador.
1638: Pronuncia nos anos seguintes alguns
dos seus mais notáveis Sermões. – 1641:
Parte para Portugal na embaixada de
fidelidade ao novo rei; é preso em Peniche no
desembarque; torna-se amigo e confidente de
D. João IV. – 1642: Prega na Capela Real;
publica um sermão avulso. – 1643: Na
"Proposta a El-Rei D. João IV "declara-se favorável aos cristãos novos e
apresenta um plano de recuperação econômica. – 1644: Nomeado pregador
régio. – 1646: Inicia atividade diplomática indo à Holanda. – 1647: Vai à França
e fala com Mazarino. – 1648: Emite um parecer sobre a compra de
Pernambuco aos holandeses; defende a criação da província do Alentejo. –
1649: É ameaçado de expulsão da Ordem dos Jesuítas, mas D. João IV opõe-
se. – 1650: Vai a Roma, para contratar o casamento de D. Teodósio. – 1652:
Parte para o Brasil como missionário no Maranhão. – 1654: Sermão de Santo

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António aos peixes; embarca para Lisboa a fim de obter novas leis favoráveis
aos índios. - 1655: Prega na capital, entre outros, o Sermão da Sexagésima;
regressa ao Maranhão com as novas leis. – 1659: Escreve Esperanças de
Portugal - V Império do mundo. – 1661: É expulso, com os outros jesuítas, do
Maranhão, pelos colonos. – 1662: Golpe palaciano que entrega o governo a D.
Afonso VI; desterro no Porto. – 1663: Desterro para Coimbra; depõe no Santo
Ofício sobre a sua obra Esperanças de Portugal. – 1664: Escreve a História do
Futuro; adoece gravemente. – 1665: É preso pela Inquisição, depois mantido
em custódia. – 1666: Entrega a sua defesa ao Tribunal; é interrogado inúmeras
vezes. – 1667: É lida a sentença que o priva da liberdade de pregar; D. Afonso
VI é afastado do trono. – 1668: É mantido em custódia em Lisboa; pazes com
Castela; é anistiado, mas impedido de falar ou escrever sobre certas matérias.
- 1669 - Chega a Roma, prega vários Sermões que lhe dão grande notoriedade
na Corte Pontifícia e na da Rainha Cristina; combate os métodos da Inquisição
em Portugal; defende novamente os cristãos novos. – 1675: Breve do Papa
que louva Vieira e o isenta da Inquisição; regressa a Lisboa. – 1679: Sai o
primeiro volume dos Sermões; recusa o convite da Rainha Cristina para seu
confessor. – 1681: Volta à Baía e aos trabalhos de evangelização. – 1683:
Intervém ativamente na defesa de seu irmão, Bernardo. – 1688: É nomeado
Visitador Geral dos Jesuítas no Brasil. – 1691: Resigna ao cargo por força da
idade e da falta de saúde. – 1697: Morre na Baía, a 18 de Julho, com 89 anos.

OBS: Encontrei este trabalho sobre o Padre Antonio Vieira e o Autor Gregório de
Matos. Achei muito interessante: Segue anexo.

http://www.filologia.org.br/soletras/16/o%20poder%20da%20literatura
%20moralizadora%20de%20padre%20an%C3%B4nio%20vieira.pdf

Neste site também tem as obras do Padre Antonio Vieira e comentários. Segue
um trecho abaixo:

http://www.brasiliana.usp.br/vieira_sermoes

SERMÕES DO PADRE ANTÔNIO VIEIRA

Os Sermões são a obra pela qual o jesuíta Antônio Vieira (1608-1697) ficou
conhecido, sendo depois considerado por suas prédicas impressas o
“Imperador da língua portuguesa”, na expressão recorrentemente lembrada de
Fernando Pessoa.

Em vida, os Sermões circularam impressos simultaneamente tanto como sinal


de sua autoridade e fama de pregador quanto veículo de afirmação dessa
autoridade – sua e, por decorrência, da ordem jesuítica. Teriam sido impressos,
segundo consta em cartas, contra sua própria vontade, a pedido de seus
superiores de ordem, para servir como modelo de pregação. Preferiria ficar

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trabalhando nos seus tratados proféticos, nos quais propunha um Quinto


Império do mundo, tratados e projeto que chamava de seus “altos palácios”
diante das “pequenas choupanas” dos sermões.

Não obstante, como ele indica no prefácio do primeiro tomo, também começou
a organizá-los para combater os volumes não autorizados que foram editados
em castelhano, impressos já na década de 1660 e que circularam não só na
península Ibérica e na Europa, mas eram a versão lida em muitos lugares das
Américas. Sinal do prestígio do pregador e da sua importância como modelo de
sermonista, estas edições foram feitas à sua revelia, sem sua autorização, por
meio de cópias falhas ou mesmo de textos “alheios”, inventados, alguns
completamente diferentes do que havia proferido. Por isso, a importância de
ordenar, rever e preparar para edição os seus sermões, segundo os seus
critérios. Publicar sua versão escrita dos sermões era, assim, uma marca da
sua autoridade como exemplo de pregador e, ao mesmo tempo, um sinal da
defesa da sua autoria sobre aqueles textos.

Os Sermões começaram a sair em 1679, quando ainda estava em Lisboa, e o


último volume organizado por ele que veio a lume foi estampado um ano após
sua morte em Salvador, na Bahia. Obra do final da vida, iniciada aos 71 anos,
os 12 volumes organizavam, em alguns casos, atualizavam uma vida de
pregador que se iniciara antes mesmo da sua ordenação em 1636, no colégio
dos jesuítas na capital do Estado do Brasil. Dos 12 tomos, dois reúnem
prédicas dedicadas a Ns. Sra. do Rosário, entre os quais estão os famosos
sermões aos homens pretos, e um é dedicado a S. Fco. Xavier. Afora a
organização por homenagem a figuras santas desses três volumes, como ele
próprio afirma, os outros nove não parecem seguir nenhuma ordenação, talvez
obedecendo ao ritmo de preparação e término dos originais do próprio autor.
Além desses, compõem a coleção um volume de sermões de ação de Graças,
impresso em 1692 – e entendido por Vieira como livro separado e diverso dos
Sermões, mas contabilizado entre os volumes dos Sermões no séc. XVIII –, e
quatro volumes organizados postumamente, entre 1710 e 1748, contendo
sermões, cartas, poemas e discursos vários, sendo depois, dois deles,
adicionados à conta de 15 volumes de Sermões. Ao total, são mais de 200
sermões que cobrem as décadas de 1630 a 1690, proferidos em Salvador,
Lisboa, São Luís, Cabo Verde, Roma, entre outros lugares.

Os sermões que temos impressos são a versão escrita de prédicas faladas ao


longo da vida do jesuíta, dividida entre Brasil, Portugal, Maranhão e Roma. Por
assim dizer, são a voz que se tornou letra impressa, ou para usar uma figura do
próprio Vieira, são cadáveres, pois lhes falta a alma, a voz, que lhes dá vida.
Se a imagem é talvez demasiado forte para nós, ela nos serve de alerta para
entender que entramos num dos pontos altos da produção oratória do séc.

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XVII, na qual as relações entre impressão, publicação, oralidade, escrita


funcionavam por regras diversas das nossas.

O sermão no séc. XVII, e talvez em grande parte do período moderno, era um


dos principais meios de comunicação, circulação de informações e de
doutrinamento das populações cristãs na Europa e no Novo Mundo. A vida das
sociedades do período passava pela palavra anunciada, seja no sermão de
grandes homens, como Vieira, Bossuet ou Donne, seja no sermão de rua,
pregado por pastores puritanos ou frades mendicantes – ou mesmo fiéis que se
arvoraram na figura de homens santos. Vieira ganhou notoriedade e autoridade
nos púlpitos o que lhe permitiu circular desde o a sede do governador-geral do
Brasil até as cortes européias, tendo recebido convite para se tornar confessor
e pregador da rainha Cristina da Suécia, exilada, após abraçar o catolicismo,
na Sé romana.

Os sermões que temos aqui digitalizados tratavam, como meios de doutrinação


e de reflexão sobre o mundo, dos assuntos os mais diversos que estivessem
em pauta no momento e que parecessem ao pároco, importantes para ordenar
seu rebanho. Lidavam desde os excessos dos senhores para com seus
escravos no Nordeste do Brasil, até o nascimento de um príncipe como sinal da
graça divina e do início de um novo Império universal; do demônio mudo que
reside no espelho até a omissão que gera a perda das Conquistas. Como
discurso pensado pela ocasião e para uma audiência específica, os sermões
supunham figuras, exemplos e mensagens adequadas ora ao rei e sua corte
portuguesa, ora a africanos escravizados nas Américas, ora a príncipes e
cardeais romanos. Os 15 volumes de Sermões, mais os das Vozes, permitem
assim supor diferentes situações, momentos, auditórios, problemas
enfrentados e combatidos por Vieira na sua trajetória de mais de seis décadas
de vida religiosa e política, bem como imaginar as variadas audiências que o
ouviram e, quem sabe, adivinhar como estas receberam os sermões, por vezes
duramente críticos. Servem assim de repertório riquíssimo para desenhar
quadros sobre as sociedades européias e americanas nas quais o jesuíta
esteve ao longo do século XVII. Ao mesmo tempo, como palavra impressa que
traduz uma voz perdida nos púlpitos, fazem-nos perguntar o que Vieira terá
atualizado dos seus sermões ao prepará-los para impressão, 20, 30 às vezes
40 anos depois de pregados. Como também, em sua versão impressa, levam a
questões de como terão sido lidos ao saírem publicados para outra platéia, que
não (ou)vira Vieira no púlpito e então o leria. Agora, uma nova camada de
leituras e leitores é somada com a disponibilização integral, pela primeira vez,
dos Sermões de Vieira digitalizados e on-line.

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