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'l'PsE

O termo apocalipse vem do grego (apokólypsis) O livro foi escrito


e significa "revelação". Assim, este livro poderia durante um período
ser chamado de'A Revelação de Deus a João'i É de perseguição. O exÊ
a única obra "apocalíptica" incluída no NT. Apoca- lio de João em Patmos
lipses judaicos foram escritos em tempos de crise. (1.9) provavelmente
Seu objetivo era infundir coragem nos leitores, implicava trabalho for-
mostrando-lhes o quadro mais amplo da história çado nas minas da ilha.
humana e enfatizando o fim do mundo, quando Alguns cristãos haviam
Deus reinará supremo em justiça e paz. Muitas das sido mortos (2.13) e
coisas que aparecem no Apocalipse e que os lei- outros aprisionados
tores modernos acham muito difíceis de entender por causa da sua fé. E o
são características desse tipo de literatura, a litera- pior ainda estava por vir
tura apocalíptica. Aqui se incluem, por exemplo, (2.10), quando o culto
r visôes ao lmperador romano
r símbolos se tornaria obrigatório
' Caps.:17:20 ,

A vitórià final de Deus:


r alusôes ao AT (um tipo de "releitura e atuali- (veja "O culto ao impe-
a última batalha
zação das Escrlturas") rador e o Apocalipse", O milênio
r números que têm significado especial. p.766). O livro deve ter O juízo
Mesmo aqueles que se deleitam com a rique- sido escrito durante o
za de símbolos ainda têm de lidar com o proble- reinado de Domiciano Caps.21-22
ma de definir o que João queria que seus leitores (81-96 d.C.), o lmpera- O novo mundo de Deus
entendessem com as imagens que escolheu. dor que perseguiu os Palavras finais de Joâo
i
!
cristãos. ;,
Passagem mais
O autor e sua situação :
conhecida t'.
O autor se identifica como João. Ele não se Tema e propósito O novo céu e a nova I
denomina apóstolo, mas apenas "servo" de Jesus O foco de Apocalip- teffa (21 .1-8) il
e profeta (22.1 9). Estava preso na ilha de Pat-
(1.1 ), se está em Jesus. João
11,,+,.:=:=rl"n+Ta+i4,ir.:rj-r,.ri:+,-=1-.i.,t_:l
mos por ter difundido a mensagem sobre Jesus. afirma que seu livro é
Côm base no seu conhecimento profundo do um registro daquilo que
AT e no fato de escrevet "gtego num estilo hebrai- Jesus Cristo lhe revelou. Sua primeira visão (1.1 1-20)
co" (bem diferente do grego do Evangelho de Joâo é uma visão de Cristo. É Cristo - o Leão de Judá, o
e das Epístolas de João), é provável que fosse um Cordeiro oferecido em sacrifício (Ap 5) - quem
cristão de origem judaica, provavelmente oriundo quebra os selos do rolo que marca o início
da Palestina. Em geral, acredita-se que esse João do juízo final. Os remidos são aqueles que
não é o mesmo João do Evangelho e das Epístolas, seguem o cordeiro (Ap 14). o povo de Deus,
*#i!Í,"il!;,o"
embora a diferença marcante de estilo possa ser os cidadáos da nova Jerusalém - a noiva
"qoutrsdimercão
do
explicada pelo fato de ser este último livro do NT Cordeiro - são aqueles cuios nomes estão -elesótem,porrcsim
uma obra apocalíptica. Além disso, é possível que escritos no "livro da vida"do êord eiro (21.27).E 'trL#::;:X:::
João tenha contado com um secretário para escre- Apocalipse termina com a reiterada promessa com o quql está
ver o Evangelho e as Epístolas. de Jesus: tertamente, venho sem demora'i familiarisado'
João era um nome comum naquela época, os primeiros cristãos viviam na ardente
mas, além do apóstolo, o único outro João no NT expectativa do retorno de Cristo. Mas já se ^Ã'Z',T#i^,
encqttqdo,
é João Marcos. haviam passado 60 anos desde a morte de ,muàtenareal
Segunda a tradição, o apóstolo João deixou a Jesus, a perseguição estava aumentando, e "nff:";'"!.ff;"
Palestina e foi morar em Éfeso, a capital da pro- alguns começavam a duvidar. Assim, as car- J.B. phi,ips,
víncia romana da Ásia, na qual ficavam as sete tas de Apocalipse às igrejas, e o livro como radutordaBíbria
igrejas que aparecem em Ap 2-3, sendo Éfeso um todo, eram necessários para incentivar
uma delas. esses cristãos a permanecerem firmes. Deus
§:§764

Será que o nele estão nas mãos de Deus. O amor e o cL :,n


Apocalipse foi
escrito pelo
do que ele tem por seu povo nunca falham.
apóstolo João A mensagem de João foi transmitida co* i
ou por algum
outro João? Não
finalidade de encorajar e também de ins:'- '
sabemos com Os impressionantes símbolos, que nos deir:r
cemeza. Segundo perplexos, eram claros aos primeiros ouvi-::
uma antiga
tradiçâo, o desta carta circular às igrejas. Eles entendiar l
apóstolo passou referências veladas, mas não havia nada que 3=:
seus últimos dias
pertasse a suspelta das autoridades ansiosas :,:'
em Éfeso, que o
autor certamente acusar esses cristãos de sedição.
conhecia bem. Ainda hoje muitos cristãos se encontrarn +a
Acredita-se que
seu úmulo situações semelhantes, sendo ameaçados e ma É
esteja em Éfeso, tados por regimes anticristáos. Em todos os te-
na Basílica
de São Joâo,
pos os cristáos necessitam das realidades eter:,:,
reconstaída da perspectiva, e do consolo que vêm do'Apc,:.r
pelo Imperador
lipse de João": saber que é certa a vitória fine lr
Justiniano no
século 6 d.C. Cristo e do seu povo sobre a morte e o mal.

Para interpretar o Apocalipse


Algumas regras simples de interpretaci:
podem ajudar a entender esse livro.
r O Apocalipse pertence a um tipo especia :É
literatura, chamada de"apocalíptica"(veja' -
tem o controle de tudo, apesar das aparências. O Apocalipse e a literatura apocalíptica juo:
Senhor da história é Cristo, e não o lmperador. Ele ca", p.768, e"Entendendo o Apocalipse :
tem nas mãos a chave do destino e está voltando 771).Para entendê-lo, é preciso lembrar s,t
para fazer justiça. Há um futuro glorioso e mara- sua forma se aproxima mais da poesia ::
vilhoso para cada cristâo que permanece fiel - e que da prosa.
principalmente para aqueles que entregam sua r O Apocalipse tem suas raízes no AT: e ali q,*
vida por Cristo. Este mundo e tudo que acontece se encontram as pistas que permitem ente--
der o significado dos vários símbolos.
r Trata-se de um livro de visôes. O importan::
e o significado geral de cada quadro. Ass -
como no caso das parábolas, devemos oit'a-
Números com significado especial em primeiro lugar para o todo, para desc:
brir a ideia principal.
0 Apocalipse, assim r0m0 outros um número é dobrado ou multiplicado, r A cronologia é, em grande parte, uma pre:-
esrritos apOcalíptic0t faz uso frequen- tOrna-se ainda mais significativo. Assim, cupação ocidental moderna. As visões ::
te de números. Sua importância reside, 144.000, que é 12 x 12 x 1000 é uma João são apresentadas como uma série c:
não em seu valor literal, mas no fato de forma de falar da totaiidade do povo de imagens gráficas, e não como uma sequê--
alguns deles terem significado especial. Deus. cia ou um cronograma de acontecimentos
Por exemplo, 4 se refere, geÍalmen- Algumas letras do alfabeto grego r Antes de fazer a relação com os nossos dia:.
0 eram usadas, também, c0m0 algaris-
te, à terra (7.1) ou a um lugar (4.6). pergunte:"O que isso significava para os p' -
número 6 é aquele que fica aquém da mos. Assim, é possível que, n0 caso de meiros leitores?"
perfeiÇão (e isso tem seu p0nt0 aito n0 alguns romes, um número seja usado
número da besta. 666). 0 número 7 em lugar de letras. N0 entanto, quem Apl
significa peúeição 0u completude. 0 envereda para a "numeÍ0l0gia", isto Urnavisão é, e tc:n,to!
número 12, que é o número das tribos, tenta identificar nomes a partir d0 tlalor Na introdução (1-3), João declara q:.
está relacionado com 0 p0v0 de Deus.0 numerico das letras, se depara c0m seu liwo é uma "mensagem profética". E -:
número 1000 representa "um grande muitas armadiltlas. Veja, por exemplo, a reveiação de Jesus Cristo" (1). Jesus é tan::
número" 0u "uma grande multidão". 5e nota sobre Ap 13.U-18. a fonte quanto o tema da revelação que Joã,
recebeu. Jesus afasta o véu que encobre c:
acontecimentos futuros para que João poss.
revelá-los. Não se trata de especulação: sà:
certezas, coisas que acontecerão "em breve".
Ápoialipsq 76s

As sete igrejas do APocaliPse

Um mensageiro que vies-


r: da ilha de Patmos, enviado llaltr&
:cr João, teria ido de barco
,:e Efeso e, a Partir daí, segui-
:c uma rota circular. As sete
:rejas (AP 2-3) são listadas
'a ordem em que teriam sido
. sitadas. l
*{ l.-
i

gregos colonizaram a região.


Colunas de um qrande templo
t - Éfeso
oreoo ainda são vistas no local'
l urante a sua terceira viagem ó gín;sio foi reconstruido E os
aissionária, Paulo trabalhou
arqueólogos ficaram surPresos
:or dois anos em Éfeso, a com a descoberta da antlga
:aoital da ProvÍncia romana
sinagoga que aParece na foto'
ra Ásia,Sua carta aos Efesios
ie diriqe acima de tudo aos
:.istãos da localidade Muitas 6 - Filadélfia
:scavacões foram feitas no Filadélfia era uma Pequena
ccal e quem visita a cidade cidade situada junto a um
roie em dia Pode avistar a qrande e fertil vale, PróPrio
noressionante Biblioteca de áara a aoricultura. Hoie, a
:eiso, que fica no inicio da rua cidade dã Alacehir ainda vive da
crincipal. Veja "A cidade de aqricultura. A Promessa de fazer
:feso", P.7'16, e At 19' dã vencedor uma "coluna no
santuário do meu Deus" Pode
ser uma referência ao templo
2 - Esmirna que ficava sobre o monte, atrás
-loie esta cidade se chama
da cidade.
Tmir.eeummovimentado
oorto na costa oeste da Turquia'
As mais importantes ruínas 7 - Laodiceia
oue remontam ao Periodo Esta era uma PrósPera cidade
.omano'são as do fórum (a nas proximidades de HieráPolis
oraca princiPal da cidade), e Colossos, no vale do rio
oue aparece na foto. Foi em Lico. A carta reflete detalhes
Esmirna que o já idoso bisPo tioicos da regiâo. A lâ branca
Policarpo, Por volta de 1 55 d C ,
de Tiatira e era vendedora de e o colírio eram Produzidos
5e recusou a negar Cristo e púrpura. E Possivel que ela tenha em Laodiceia. Também era
acabou sendo martiÍizado' voltado Para casa, a.judando a um centro bancário. "lMorno" é
orqanizar a igreja no local Havia' uma referência à temperatura
po-rém, em Tiatira uma mulher da áqua, que era trazida de
3 - Pérgamo i-rem diferente de Lidia. Estava Hierãpolis (veja foto à P.769)'
As ruínas da cidade antiga ticam afastando os membros da igreja
sobre a acróPole, bem acima da fé verdadeira e levando-os
do nível da moderna Bérgara' para o mau caminho. Por causa
O "trono de Satanás" (citado na de sua influência Pernlclosa e
carta) pode ser uma referência
4 - Tiatira
Este polo comercial, que ficava oela semelhança com a rainha
ao altar dedicado a Zeus, que que aparece no AT, foi aPelidada
iunto à estrada que levava ao
apare(e na foto. Pergamo era, 'Oriente, de'lezabel'i
nào Passa hoje de
tambem, um centro do culto
uma modesta aldeia, chamada
ao lmPerador. Alem disso, atraía
muitos viSitantes que vlnnam Akhisar. A carta menciona
'bbjetos de barro'i e e Possivel 5 - Sardes
em busca do tratamento Sardes havia sido a caPital do
oue a indústria cerámica tenha
médico ligado ao temPlo de antigo reino da Lídia. Proverbial
fiorescido no local. Outro produto
EsculáPio, o deus da cura Veja e lendária era a riqueza de
"O culto ao imPerador e o de destaque era a PúrPura'
Creso, rei de Sardes ("tão rico
Lídia, que recebeu Paulo em sua
ApocaliPse'i P. 766, e "Governo quanto Creso"). Depois disso os
romano. cultura qreqa': P 670' casa, em Filipos (At 16.14), vinha
1§zoo

O Apocalipse de João assume a forma de sete taças, etc.), que, neste liwo, geralme:jr
uma carta "às sete igrejas que estão na pro- indica alguma coisa que é completa, perfe::l
víncia da Ásia" (4, 11). (Esta província fica- Neste caso, o número é, também, litera-l. ter
va onde hoje é a região oeste da Turquia.) sete igrejas mencionadas nos caPs. 2 e :
O foco, desde o início, é Jesus Cristo: sua apenas Éfeso é bem conhecida (At 19). Es
"Vi.., um set morte que "nos libertou dos nossos pecados", At 16.14, Tiatira aparece como a cidade na=L
parecido com de Lídia. A igreja de Laodiceia é mencionaoa
umhorem
sua ressurreiçâo, seu reinado, sua vinda em
... Os se6 g1ória. em Cl 4.15-16. As demais não aparecem eE
cqbelos erqm O v. 9 dá início ao relato das visões de nenhuma outra passagem do NT,
brancos como
arã ou como João, quando o Espírito de Deus veio sobre ele » Se lamentarão/chorarão (7) Em arrepenô
o neve, no dia do Senhor - üsões estas que ele deüa mento ou por remorso.
e o§ §e6
olhos ersm escrever e enüar às igrejas. A figura radiante > Alfa eÔmega (8) Aprimeira e a última ler&
bfilhsntes "semelhante a um filho de homem" (L2-76), do alfabeto grego, significando que Deus e
como o fogo...
Na Ínão com suas alusões aDnT e 10, é o próprio eterno.
direita ere Cristo, o Senhor da üda, da morte, e do des- > Patmos (9) Pequena ilha grega, não longs
aegutavg sete
estrel6, e da tino humano. da costa ocidental da Turquia (veja o mapa
suq boco saía
uma espada
) Em breve (1) Não conhecemos o cronograma das "sete igrejas", p. 765).
afioda dos nem o conceito de tempo de Deus. A palawa ) O dia do Senhor (10) Geralmente interprÊ
dois lodos. serve para nos lembrar que devemos estar tado como o domingo.
rosto
O seu
brilhqvs como prontos sempre. ) Espada (16) Veja Hb 4.12. As palawas <k
o sol > Lê (3) No tempo de João, as Escrituras eram Jesus são de dois gumes: podem libertar a
do reio-diq"
ensinadas desta maneira: uma pessoa lia e as pessoa como podem executar o juízo.
visão que João
teve de Jesus demais escutavam. ) lnferno/mundo dos mortos (18) O "hades-
(Ap i.12-16, ) Sete igrejas (4 11) João faz uso frequente lugar onde os mortos aguardam a ressurrei@
NTLH)
do número sete (sete selos, sete trombetas, e o julgamento.

O culto ao imperador e o Apocalipse


J. Nelson KraYbill

Moedas romanas do primeirc


A ideia de dar ao lmperador roma- lugar onde fica o . séculofiequentemente
no o tratamento dispensado a uma "trono de Satanás" continham dtulos ou
imagens do Imperador
divindade surgiu entre a população (Ap 2.13). que alguns cristãos e
do Oriente, agradecida a Roma por ter A partir deste judeus consideravm
jdólatras. A moeda
reunido "todos os povos do lmpério" pequeno preceden- lado mostra
(Lc 2.1) sob um único governo e siste- te desenvolveu-se Domiciano (81-96
o costume de hon- d.C.), que foi o
ma econômico. Durante a "Paz Roma-
Imperador durmte
nai a partir de 31 a.C., cessaram. em rar o lmperador a época em que,
grande parte, as guerras civis, os pira- como deus, prática segundo muitos
estudiosos, João
tas foram banidos do mar, e o comér- difundida em todo escreveu o Apocalipse
cio pôde florescer. o lmpério. Após Domiciano apilece num
templo e ffês pessoas estão
Em 29 a.C., as elites da Ásia Menor, a morte de César
ajoelhadas diante dele, com os
em sinal de gratidâo, pediram permis- Augusto, em 14 d.C., braços estendidos.
são a Otaviano (o novo líder mundial, o senado de Roma declarou que ele
que viria a ser conhecido como César era divino, permitindo a Tibério (14-
Augusto) para que pudessem cultuá- 37 d.C.), filho adotivo e sucessor de É comum encontrar em moedas do
-lo como se fora uma divindade. Ota- Augusto, denominar-se "filho de um primeiro século a declaração de que o
viano autorizou esse novo culto em deus". lmperador no poder era DIVUS ("divi-
honra tanto a Roma (a deusa Roma) Este e outros títulos, como "salva- no"). Calígula (37-41 d.C.) tinha planos
quanto a Augusto (o lmperador). dor do mundo", atribuídos a impe- de colocar uma estátua sua no templo
João de Patmos, ao escrever o Apo- radores do primeiro século, são os de Jerusalém, mas morreu antes de
calipse, se refere a Pérgamo como o mesmos que os cristãos deram a Jesus. concluir o projeto. Domiciano (81-96
767*§

) V. 20 O "mistério" é o sentido secreto que três primeiras cartas, o apelo vem primei-
Cristo revela e que nenhum ser humano po- ro; nas quatro últimas, aparece em primeiro
deria ter descoberto. Segundo alguns, os "an- lugar a promessa.
_:os" são uma referência a pastores (embora "As igrejB
não
em outras partes do Apocalipse os anjos sejam Ap 2.1-72 Éfeso p6som de
sempre seres celestiais). Outros entendem que Veja At 19. A igreja de Éfeso estava soli- cmdelabros.
seriam anjos da guarda. Mas, à luz do que se- damente estabelecida e tinha discernimento Alu
é cristo,
gue, a melhor interpretação de "anjo" é "o es- espiritual. Tinha sido perseverante, mas seu e rc igrejw
pírito essencial" de cada igreja. amor (seja o amor a Cristo, o amor mútuo, dqem
mmiÍestü
ou o amor pela humanidade) não era mais o estq lw."
Âp 2-3 mesmo. Eles precisavam se arrepende4 pois Leon Morris
As tnensagens d.e Deus uma igreja sem amor não é igreja.
às sete igrejas » Nicolaítas (6) Mencionados apenas neste li-
As cartas foram escritas para suprir wo. Seu comportamento repugnante era fruto
as necessidades de igrejas específicas em de uma falsa doutrina (15) que se infiltrara na
Efeso e na região circunvizinha, mas tam- igreja de Pérgamo.
bém lidam "com tópicos relevantes ao povo ) Árvore da vida (7) A proibição de Grr3.22-24
de Deus em todos os tempos e em todos os é revogada para os que são fiéis a Cristo, que
lugares" (Morris). Elas seguem um padrão dá a üda eterna.
estabelecido. A saudação é seguida de uma
descrição específica de Cristo. Com o seu Ap 2.8-11: Esmirna
"conheço...", ele elogia o que a igreja tem A pequena igreja de Esmirna (hoje o porto
de bom. Em cinco das sete cartas, o elogio é de Izmi4 na Turquia) era materialmente pobre,
seguido por uma crítica e uma advertência. mas rica em tudo que realmente importava. As
Cada carta termina com um apelo ("Quem palawas de Jesus para essa igreja eram apenas
tem ouvidos, ouça...") e uma promessa. Nas de incentivo, ou seja, não há nenhuma crítica.

d.C.) gostava que seus súditos se diri- A seguinte inscriçã0, datada de 3 a.[. e procedente de uma cidade da Ásia Men0rsituada ao norte
gissem a ele como Dominus et Deus da região onde flcavam as sete lgrejas do Apocalipse, reflete 0 sentimento de gratidã0, ttpico das elites
Nosfer ("nosso Senhor e Deus"). provinciais daquele tempo, que ajudou a desenvolver o culto ao Imperador:
É possível que, ao escrever o Apo-
calipse, João de Patmos estivesse
preocupado com esse culto ao lmpe- 'T'lo terceiro ano a partir do décimo que sereileal a Caar Augusn
rador. Muitos eruditos entendem que
segundo corculado do Imperador e a seus filhos e daccndentes duronte
"a bbsta que emerge do mar" (Ap C*ar Augtuto, filho de um deus.. . toda aminhavido,
o juramento foifeíto pelos
seguinte empalavra1 açõe-s, e penxtmentos,
13.1-10) é uma referência ao lmpério
habitantrs de tuflagônia e pelos coraiderando amigos os que
romano com as suas "sete cabeças"
(sucessão de sete imperadores), cada comerciantes romanos que moram eles coruideram amigos...

qual trazendo "nomes de blasfêmia" entre elân Juro por Júpite4 que na defesa dos interesses
(tÍtulos de deificação). krrg Sol, por todos os deusu delu não pouparei corpo,
A segunda besta (Ap 13.11-18) e deusas, e pelo próprb Augusto, nem almq nem vidg nem filhos..."
pode representar a vasta corporação
de sacerdotes a serviço do culto ao
lmperador, muitos dos quais tinham de que a participação nesse culto ao
posição de liderança na política e no lmperador era quase que obrigatória
comércio da parte oriental do lmpé- para quem, no final do primeiro século,
rio. Esse grupo de sacerdotes "faz com queria fazer negócios com associações
que a terra e os seus habitantes ado- comerciais e instituições financeiras.
rem a primeira besta" (Ap 13.'12). Tudo indica que os cristãos, que afir-
A observação de que "ninguém mavam lealdade exclusiva a Jesus, se
podia comprar ou vender, a não ser viam empobrecidos e sem poder polÍ-
que tivesse esse sinal (da besta)" (Ap tico num contexto daqueles (veja Ap
13.17) pode ser uma referência ao fato 2.9;3.8).
'*,ras

E1e pôs um limite preciso ao sofrimento deles a Zeus, que ficava sobre a acrópole, podia -r
e lhes reservou o dom da vida. Eles não serão avistado da cidade. O povo também acorria ai
condenados no juízo. templo de Esculápio, tanto assim que Pérgam'l
) Sinagoga de Satanás (9) Os judeus que podia ser descrita como "a Lourdes do mundc
atormentavam a igreja não eram o povo de antigo". O "trono de Satanás" pode ser uroa
Deus. Veja Jo 8.39-44. referência a qualquer um desses, ou a todos
) Segunda morte (1 1) Explicada em 20.14-15. eles.
) Balaão, Balaque (14) Veja Nm 31.16; Nm L:
Ap 2.1.2-17: Pérgamo ) Alimentos oferecidos aos ídolos (14) \ê-
Em Pérgamo, a igreja se mantivera firme, ja nota em 1Co 8. A questão aqui é a mes-
apesar da pressão externa. Entretanto, alguns ma, ou seja, trata-se daquilo que é comidt
de seus membros haviam abraçado falsas dou- no templo do ídolo ("o evento em si, e nà':
ffinas. Como resultado, antigas práticas pagãs o cardápio").
estavam se infiltrando. A opção era, ou se arre- ) Maná (17) O alimento fornecido por Deu:
pendeq ou ter Jesus lutando conÚa eles. (Êx 16). O significado da pedra branca e

) TronodeSatanás(13) Pérgamo era, naquela desconhecido. O nome indica a pessoa inteira


região, o principal centro do culto ao Imperador Assim, um nome novo é um novo caráter, ur:
(veja "O culto ao imperador e o Apocalipse", segredo entre a pessoa e Deus.
p. 766). Além disso, um imenso altar dedicado
Lp 2.18-29: Tiatira
Na cidade de Tiatira (hoje Akhisar, n:
O Apocalipse e a literaturâ apocalípticaiudaica Turquia) moravam muitos trabalhadores
especializados, e as associações de traba-
0 período que vai de 200 a.(. a 100 Em termos deforma, eÍilo assun- e lhadores realizavam jantares que tinhan
d.C. foi um dos mais difíceis em toda a t0, 0 Apoolipse de João claramente se conexão com os cultos pagãos ("alimentos
hi$ória dosjudeus. Ao invés da era dou- parece iom esse tipo de literatura. 5ua sacrificados a ídolos": veja nota sob Pérga-
rada que os profetas haviam previslo, os preocupaçã0, típica da literatura apo- mo, acima).
judeui experimentaram derrota, ocupa- calíptica, eram as realidades eternas, 0 Essa era outra igreja bastante hetero-
perseguição fim do mundo, os novos céus e a nova gênea. Sob vários aspectos, gozava de boa
çã0 eÍrangelÍa e violenta
religiosa.Nãosurpreendequeneseperío- terra. Ao exemplo dos apocalípticos, saúde. No entanto, uma mulher influente na
do de tensão tenha surgido uma série de João se sente à vontade no AT e faz uso comunidade estava defendendo uma aco-
es(ritos (0m as mesmas (aracterísti(as e das ricas e evocatlvas imagens que apa- modação ao paganismo, com suas práticas
a mesma pre0cupaçã0. Essa literatura é recem nos profetas. Mas há, também, idólatras e imorais, e muitos já haviam sidc
conhecidacomo"apocalrptia'i diferençassignificativasemrelaçâoaos levados para o mau caminho. Certos "cris-
Pessimistas quant0 a0 temp0 em aoocalÍpticos; tãos" haviam se envolvido a fundo com o ma-
que eles próprios eÍavam vjvendo,0s . João escreve em seu próprio nome, ("as coisas profundas de Satanás"), talvez
apocalípticos retOÍnararn à visão e ins- e não em nome de algum ilustre para demonstrar sua suposta superioridade
piraçãodos profetas.5ua preocupação personagem do passado que pode- moral, ou, então, porque faziam uma falsa
era o reino messiânico
- á era deDáus, ria, supostamente, validar o que eie separação (comum no pensamento 8re8o
em (0ntraste (0m este mundo mau es(reve. entre a aima e o corpo. Aqueles que conti-
e sua irrupção tataclÍsmica. Para r Ele não"repassa a história como nuavam fiéis recebem a promessa do pode:
se
-autentitar a sua mensagem,0s apo(a- fosse profecia'i !le denomina seu e da presença de Cristo (a estrela da manhã
lípticos adotaram pseudônimos, nomes livro de profecia eÍá tão conÍiante
e - veja 22.76).
de alquns dos grandes personagens do quanto um Jeremias,
lsaías, Ezequlel ) Jezabel (20) A perversa mulher do re:
AT. Ao adotarem o ponto de vista de ou Daniel de que escreveu o que lhe Acabe; veia lRs 27.25'26.
alguém queviveu num pasado distante, fora revelado diretamente por Deus;
iambém estavam em condiçÕes de "pre- e confirmado com a autoridade divi- Ap 3.1-6: Sardes
dizer" os acontecimentos, atéchegarem na (Ap 1.1-i;22.6,,18-20). Apesar de sua fama, a igreja de Sardes
aos dias em que eles próprios eíavam . [le não escreve a respeito de um estava morrendo. O que essa igreja tinha de
vivendo. A temática era expressa em futuro Mesias, mas sobre a volta de superar era, não a oposição de fora, mas a
visoes e revelação n0 estilo que apare(e Jesus, o Messias. apatia, a indiferença, e a satisfação consi-
em Daniel, valendo-se em grarde escala go mesma. Mas havia alguns cuja fé estava
de simbolismo e figuras (muitas vezes imaculada.
bizarras). > V.2 'Vigiem", e não tanto 'Acordem!" Por
duas vezes, no passado, a cidade de Sardes
76en

haüa sido capturada porque os moradores poder e da glória de Deus,


relaxaram a ügilância. sua absoluta fidelidade (3;
) BÍanco (4-5) Cor que pode representar veja Gn 9.72-77) e pureza
p!Íeza, festiüdade ou ütória. (as vestes brancas, o mar de
vidro, claro como cristal).
Ap 3.7-13: Filadélfia Relâmpagos e trovões dão
Filadélfia é a atual cidade de AlacehiS na testemunho de sua gran-
Turquia. Esta carta, como a carta a Esmirna, diosidade. Quatro seres
não contém palawas de censura. A julgar por vivos, cobertos de olhos,
essas cartas, não são as igrejas maiores, nem representam toda a cria-
as mais impressionantes ou as mais prestigio- ção, cantando sem cessar
sas, que gozam necessariamente de melhor em honra ao Todo-Podero-
saúde espiritual. Cristo abre a porta para o so, ao Santo, ao "que era, que é e que há de A cidade de
trabalho eficaz (v. 8 e 1Co 16.9), não àqueles vir".Os anciãos se unem a eles na adoração Laodiceia
não tinha
que são fortes, mas àqueles que são fiéis. ao eterno Senhor da vida. abastecimento
I V.9 Veja nota em 2.9. ) Sete espíritos (5) O Espírito Santo. Veja 1.4 próprio de
á8ua. Esta era
para o significado do número sete. canalizada
Ap 3.1,4-22: Laodiceia ) Quatro seres viventes (6) Semelhantes, mas da vizinha
Das sete igrejas, a que estava em pior situa- Hierápolis, que
não idênticos, aos "querubins" de Ezequiel (Ez
tinla fontes de
ção era a de Laodiceia, tão orgulhosa de si que 1 e 10). á8uas termais.
não conseguia enxergar sua verdadeira con- Assim, a água
de Laodiceia
dição. Estava tão longe do ideal, que Jesus Ap 5.1-8.1 ela moma, e
se encontrava do lado de fora, batendo para Avisão do livro selo,do Joâo aplica esta
imagem à igreja
ser admitido na vida de pessoas que se cha- cofiL sete selos da cidade.
mavam cristãos (20). Essa carta está cheia de
alusões à realidade local. Laodiceia era uma Ap 5: O livro selado
cidade rica (17-18), graças à atiüdade bancá- A esta altura, João começa a ver o que
ria e à fabricação de roupas com a lã negra da "deve acontecer depois destas coisas" (4.7).
região. Os moradores se orgulhavam de sua Um livro em forma de rolo, escrito dos dois
escola de medicina, e a cidade era famosa lados e selado com sete selos - trata-se do
por um colírio especial para o tratamento dos livro que contém o destino do mundo ..Éisqueestou
olhos (18). Em Laodiceia, o abastecimento da (revelado numa série de imagens de àporiaebtto;
água era feito a partir de fontes termais que 6.1 a 8.1) - precisava ser aberio. João *:'#ffiT:*
ficavam nas imediações. A água era canaliza- ficou angustiado, ao ver que não se eqbritaports,
entrqrei"'
da até a cidade, onde chegava morna (16). A podia achar ninguém que fosse digno
igreja era como a água da cidade: morna. Não de abri-lo. Foi quando um dos anciãos
haüa nada ali que pudesse merecer elogios. chamou a atenção dele para o "Leão ",1T1".1i.'iià'À,
) Princípio (14) "Origem" ou "fonte". da tribo de Judá": o Leão que conquistou
a sua vitória como Cordeiro oferecido em
Ap4 sacrifício.
João e suo.visão d.o céu O cap. 4 apresenta Deus, o Criador. Este
O cenário e a perspectiva mudam, passan- capítulo apresenta Deus, o Redentor. Nos
do da terra para céu. O quadro das igrejas dois casos, a reação é de louvor e adora- uo coraeíto
queÍoimrto
com os seus problemas é ofuscado pela subli- ção universal (4.8-11; 5.8-14; veja também
me visão do trono, o "centro de controle" do Fp 2.8-11). Milhões e milhões dã anjos, os ,;:;ff"n:í,
universo, envolto por um arco-íris que bri- anciãos, e os seres viventes cantam em seu riquezoo
thava como uma esmeralda. Aquele que esta- louvore o adoram. "1";::#
va sentado no trono é indescritíveI. João só ) Sete chifres, sete olhos (6) Isto significa que :{*f#I"
consegue dizer que "seu rosto brilhava como ele tem todo o poder e tudo vê. Aps.12 (NrLHl
brilham as pedras de jaspe e sárdio" em seus
tons avermelhados. Ao seu redor estavam Ap 6: A quebÍa dos selos
os 24 "anciãos": talvez os 12 patriarcas de A quebra dos selos dá início a uma série de
Israel, mais os 12 apóstolos, mas provavel- desastres. (Muitos consideram os setes selos,
mente seres angelicais que representam todo as sete trombetas e o restante como descri-
o povo de Deus. Tudo ali dá testemunho do ções paralelas da mesma realidade - não
*770

uma sequência cronológica.) Depois da con- Ap8.2-11.19


quista (2) vêm massacres, fome e epidemias Avisão das sete tTotnbetas
(4-B) - os clássicos castigos de Deus previstos
tantas vezes pelos profetas (veja Jr 14.72;Ez Ap 8.2-13: As quatro primeiras
74.21; a imagem dos cavaleiros vem de Zc trombetas
1.8). Mas não importa qual o desastre, Deus Os seis primeiros juízos que se seguem ao
Em muitas das está no controle. Seu amor e o cuidado por toque das trombetas fazem alusão às pragas
üsões que João
seu povo são infalíveis (9-11). Os vs. 12-17 do Egito registradas emÊlx7-72.
teve aparece um
anjo de Deus. descrevem os cataclismos que introduzem o As trombetas que sinalizam o juízo diü-
Esse alto relevo grande dia do juízo divino. Em linguagem no são paralelas aos sete selos (veja as notas
em mámore
do anjo Gabriel apocalíptica, João descreve a desintegração sobre o cap. 6), com a diferença de que os
(no museu do mundo estável que conhecemos. Veja tam- juízos se intensificam. As orações do povo de
de Antalya,
Turquia) data
bém Mt 24.29; Jl2; Sf L. Deus têm um papel importante em tudo isso
de um período > V.2 Não se trata do mesmo personagem (5.8; 8.3-4). As trombetas soam com tom de
posterior de 19.11. advertência. Os juízos, embora severos, não
) V.6 O preço dos alimentos básicos são totais. Sua intenção é fazer com que o
será tão alto que as pessoas simples povo caia em si (9.20-21). Em linguagem
têm de investir o que ganham num simbólica, João descreve quatro calamidades
dia só para comprar pão. que atingem o mundo natural: a terra, o mar.
a água e os céus. Os "ais" da águia solitéria
Ap 7: Um interlúdio: dão a entender que o pior ainda está por vir
o povo de Deus (13). Os juízos restantes afetam diretamente
é selado a humanidade.
Os quatro ventos (1) talvez
correspondam aos quatro cava- Ap 9: A quinta e a sexta trombeta
leiros do cap. 6 (veja Zc 6.5). Em seguida serão soltas forças demoníacas
Nesse caso, João vê as forças de (gafanhotos monstruosos que picam como
destruição sendo detidas enquan- escorpiões), servos do Destruidor ('Abadom"
to Deus coloca a sua marca de ou 'Apolião", 11). Mas Deus lhes estabelece
proprietário em todos os que the um limite de tempo (um gafanhoto de ver-
pertencem. Aos cristãos não foi dade vive em média cinco meses). Embora
prometida vida tranquila na terra. Mas, seu alvo sejam os seres humanos, eles não
atravessando a grande perseguição, alcan- têm poder para tocar aqueles que pertencem
çarão a vida de perpétua tranquilidade do a Deus (4).
cer (74-77). Os "gafanhotos" torturam as pessoas. Os
) Depois disso (1, 9) Uma forma de indicar anjos que são soltos após o toque da sexta
"Éss6 pouc6 uma nova visão, não um tempo posterior trombeta, com seus exércitos, têm o poder de
visões nos dão
uma visão
aos acontecimentos do cap. 6. matar - dentro de certos limites. Mas, mesmo
pmorâmica ) Cento e quarenta e quatÍo mil (4) Um diante das advertências mais temíveis, o povo
ilqhistórto do número simbólico para a totalidade do povo se recusa a mudar de üda (20-27). Este é o
mundq e não
spen6um de Deus (72 x 72 x 1000), sinônimo da mundo em que üvemos: um mundo que resis-
retruto dos "grande multidão" (9). Veja "Números com te a Deus até o fim; um mundo que fabrica os
tenq)os do fim
num Íuturo significado especial", p. 764. "Israel" indica, seus próprios "deuses"; um mundo que não
distmte.' neste caso, não uma nação, mas o povo de tem padrões morais e não se perrurba diante
Marcus MNell Deus: os fiéis do AI e os cristãos do NT. de crimes, imoralidade, roubos, etc.
) Vs.5-8 A tribo de Dã não aparece nesta ) Duzentos milhões (16, NTLH) Eram tantos
lista. O que surpreende é que são incluídos que João não conseguiu contáJos; foi preciso
tanto José como o seu filho Manassés (mas que o número lhe fosse dito. O poder à
não Efraim, o outro filho de José). disposição de Deus é colossal.

Ap 8.1: O sétimo Ap 1O.1-11.14: Interlúdio:


selo o livrinho e as duas testemunhas
Um silêncio solene seSue a quebra do Há uma pausa entre a sexta e a sétima
último selo. Somos levados ao tempo do trombeta, como houve entre o sexto e o séti-
fim. mo selo. Deus adia o juízo final, mas não para
771

Entendendo o APocaliPse
RichardBauckham

situação em que se encontravam os tores do APocaliPse, mas esse mundo


O livro do APocaliPse é a Profecia
primeiros leitores do texto. Conclama é visto sob uma PersPectiva bem
que conclui e se constitui no clímax
esses leitores e ouvintes a participa- diferente daquela que caracterizava a
de toda a Bíblia. Ele completa a men-
rem da vitória de Deus sobre as forças ideologia dominante daquele tempo'
sagem de todos os profetas bíblicos,
anticristãs daquele tempo e lugar, ou Essa perspectiva bate de frente com a
mostrando como o reinado de Deus
seja, o poder e a influência de Roma e ideologia imperial romana, desmasca-
sobre toda a sua criação será, final-
da cultura pagã. rando o engano da idolatria e revelan-
mente, estabelecido.
Como revela uma leitura das sete do, em seu lugar, a verdade última das
Os leitores, de modo geral, enten-
mensagens, nem todos aqueles cris- coisas. Apesar das evidências em con-
dem que se trata do livro mais obscuro
tãos estavam sendo Perseguidos' trário, o poder supremo não pertence
do NT. Para náo incorrer nas mesmas
Muitos deles estavam se safando da à "besta", mas a Deus' E a vitória final
interpretaçÕes errôneas de muitos que
perseguição, adaptando-se ao poder será alcançada, náo Por meio da vio-
tentaram explicar o livro no passado, é
de Roma e aos costumes dos Pagãos' lência, mas através do testemunho da
fundamental levar-se em conta o tipo
O Apocalipse foi escrito, não apenas verdade em meio ao sofrimento.
de literatura que ele rePresenta.
para infundir coragem naqueles que Ao dar aos leitores a possibilidade
O ApocaliPse é ao mesmo tempo
já estavam sofrendo, mas também de entender isso de forma imagina-
uma carta circular e uma profecia apo-
para incentivar os covardes a darem tiva, as visões os caPacitam a fazer
calíptica. Para lê-lo de forma correta,
um claro testemunho a favor de Deus frente às mentiras da besta e seguir
é preciso levar em conta estes dois
e para capacitá-los a enfrentar a per- a Cristo em sua fidelidade sacrificial,
fatores.
seguiçáo que se abateria sobre eles, que se disPõe até mesmo a enfrentar
caso fossem fiéis a Jesus Cristo no con- a morte.
Carta circular A relevância do APocaliPse Para
O ApocaliPse é uma carta circular texto em que viviam.
leitores de outras épocas reside no po-
enviada às sete igrejas da província
Profecia aPocalíPtica der que ele tem de possibilitar a análi-
romana da Ásia (1.4), no final do pri-
O ApocaliPse é, também, Profe- se de cada situação em que o reinado
meiro século da era cristã. As mensa-
cia apocalíptica' Os primeiros leitores de Deus Parece ter sido subvertido
gens a essas igrejas (caps. 2-3) não
pelos poderes deste mundo à luz des-
são, em si mesmas, cartas, mas intro- desse livro estavam muito mais fami-
liarizados com a literatura apocalípti- sa perspectiva celestial. O objetivo do
duçoes (uma para cada igreja) ao res-
ca (encontrada também, na Bíblia, em Apocalipse não é o de simPlesmente
tante do livro.
Dn7-12) do que nós. informar a respeito do futuro, mas de
r' Cada mensagem é uma análise
capacitar os cristáosviverem do jeito
a
profética da situação de uma des- O proPósito das visôes repletas
de imagens e figuras simbólicas náo que o proPósito final de Deus Para o
sas igrejas.
era ocultar ou obscurecer, mas evo- mundo exige'
r Cada uma se volta Para uma va-
riação local de um contexto ou car uma comPreensão imaginativa'
problema mais amPlo, que será O significado do simbolismo é trans-
abordado nas Profecias do restan- mitido, em muitos casos, através de
te do livro' alusÕes ao AT ou através de alusões a
lsto significa que, da mesma forma fatos do mundo em que viviam os Pri-
como não Podemos ler uma carta de meiros leitores.
Paulo sem levar em conta o contexto O profeta descreve como foi leva-
dos primeiros leitores da mesma, náo do ao céu, Para ver o mundo da Pers-
deveríamos esperar entender o Apo- pectiva celestial de Deus' Em visâo,
calipse, se não levarmos em conta a ele é, também, levado ao final que se
situação dos Primeiros leitores' encontra no futuro, para ver o presen-
Por mais que o APocaliPse mostre te à luz do Propósito final que Deus
o cumprimento definitivo dos propó- tem para o mundo.
sitos de Deus Para o mundo, ele não O mundo descrito nessas visôes é

faz isso sem referir-se diretamente à aquele em que viviam os primeiros lei-
§,zrz

sempre (6-7). Outro anjo poderoso (como em (72.74). O número pode ter sido derivado c-
5.1) leva um liwo (em forma de rolo) aberto tempo que durou a tirania do rei sírio Antíoc:
até João. Ele contém uma mensagem para o Epífanes em Jerusalém, que começou em 16-i
mundo - o anjo se pôs em pé sobre o mar e a.C., ou dos 42 acampamentos de Israel l-
sobre a terra. A palawa de Deus é amarga e deserto. Mas a duração exata da provação:
doce (9). O cristão prova a sua doçura (veja menos importante do que o fato de Deus te:
Jr 15.16; Ez3.\-3), mas o estômago de João fixado um limite de tempo.
fica ürado diante da mensagem amarga que ) Sodoma e Egito (11.8) Símbolos de maldade
ele devia transmitir àqueles que não querem e opressão. A parte final do versículo sugere
saber de Deus. Jerusalém, mas é mais provável que a "grance
Ap 11.1-14 se assemelha em muito à lite- cidade", tanto aqui quanto mais adiante no lfirc-
ratura apocalíptica judaica (um texto de represente a cidade da humanidade rebelde.
Qumran, por exemplo, trata das medidas da
nova Jerusalém) e é muito difícil de explicar. Ap 11.1.4-19: A sétima trombeta
João toma os seus símbolos de Ez 40-47 (a A sétima trombeta anuncia o fim. Jesus
medição do Templo) e Zc 4 (as oliveiras). A reina: o mundo é seu reino. Deus seja lour-a-
medição indica a proteção e o cuidado de do! A arca da aliança, no passado escondida
Deus pelo seu povo. As duas oliveiras repre- na parte mais sagrada e inacessível do Tern-
sentam a Igreja, fiel até a morte. (A 1ei do plo, agora é visível a todos (19). O caminho a
AT - Dt 19.15 - exigia que a eüdência fosse presença de Deus é aberto em meio a terríveÉ
':::::^c"*d'
stnú flo
atestada por pelo menos duas testemunhas.) relâmpagos, trovões e um terremoto.
Contra elas combatem as forças da "besta"
"íí"'i"a"r
:.:iY\\* satânica que se opõem a Deus, com poder Ap12-14
vesnda do
para matar e desonra4 mas não para destruir Sete sino;is: o povo de Deus
"il-iiÀiu"
!1!":*" ou para impedir sua vitória. sob o,tc,que
Des e umo
íi"i"ia""" ) 10.4 João estava seguindo ordens quanto A mensagem central dessas visões é clara-
""::ly::^ ao que devia escrever. Nem tudo que ele viu mas o mesmo não se aplica aos detalhes. Os
carteça, que,
achud.|se era para ser transmitido ao público. sinais são estes:
srávitu".cri::
qofes
com 6
) Quarenta e dois meses (1 1.2) Isto equivale r uma mulher prestes a dar à htz (72.7-2)
í;';"*;-.:.;; a 7.260 dias (3) e a "um tempo (um ano), r um dragão vermelho (12.3)
Ap 12.1-2 (ÂRÂ) tempos (dois anos) e meio tempo (seis meses)" r uma besta que emerge do mar (13.1)
r uma besta que emerge da terra (13.11)
r o Cordeiro, com o seu povo, em pé sobre o
As visões de João seus afêzeres diári0s. Es- sionante figura de uma monte Sião (14.1)
apresentam o 1uízo de (avações re\/elaram mui- jovem tom uma tÚni(a r três anjos (74.6,8-9)
Deus com teniveis ima- tos detalhes, inrlusive a sobre 0 r0st0, lentando r um ceifeiro celestial, ceifando a terra
auno", (74.74-20).
gens de destruiçã0. elegante "Casa do I em vão evitar de ser su [o-
Durante a vida de Joã0, que pertencia à família cada pela fumaça. Já houve quem sugerisse que, para escre'
a destruição veio inespe- dosCásios,eaimpres- ver estes capítulos, João se baseou em mitos
radamente sobre a cidade
daquele tempo. Se este for o caso, a aplicação
que ele faz é bem própria. E1e escreve para
de Pompeia; quando o

vulcão Vesúvio lançou ga-


uma igreja perseguida, e nestes capítulos e1e
ses letais e lava sobre suas
a exorta a ser perseverante.
belas casas, deixando as
pessoas in(onscientes
Apl2:Amulhereodragáo
enquanto cuidavam de
vermelho
A mulher coroada com estrelas e vestida
do sol (1; contraste com a prostituta de 17.3-6)
representa o povo escolhido de Deus, do qual
nasceu, primeiro o Messias (5), e depois.
através de1e, a Igreja (17). O dragão que
está pronto para destruir é o próprio Satanás
(9). Os vs.7-T2lembram que a luta em que
os cristãos estão envolvidos faz parte de um
conflito muito maior (Ef 6.11-12).
7n7
A mensagem principal é clara. Embora Não importa quantas vezes seja repetido, ele
Satanás seja forte e poderoso, e seu ataque nunca chegará a7, o número da perfeição, o
feroz, seu tempo é curto. Ele foi derrotado por número de Deus. Por mais poderosa que seja
Cristo; assim, pode ser derrotado pelos segui- a "besta", ela não é Deus.
dores de Cristo. Ele está destinado à destrui- 'A verdadeirq
vitSrít f,ão
ção; a igreja, ao triunfo. O povo de Deus está Ap 14; A alegria dos redimidos; é viver em
sempre e em todos os lugares sob a soberana a colheita do fim dos tempos aegursnçC,
qitor os
proteção diüna. Este capítulo é bem diferente dos caps. 12 problerc,
) Miguel (7) O anjo da guarda especial de e 13. O Cordeiro está em pé sobre o monte preaeflúr
a vids
Israel. Sião, a nova Jerusalém, com todos aqueles ilefom
que têm o nome dele, e não apenas com uma cauteloso
e prudente;
Ap 13: As duas bestas elite espiritual (1; veja nota em 7.4 e arrota s verdqdeirq
A besta que vem do mar (um lugar malig- abaixo). João vê agora sete anjos, aparecen- vitóris
é enÍtentor
no, na üsão judaica de então) é uma criatura do um após o outro como agentes do juízo o pior qre
híbrida composta de Partes dos quatro mons- diüno. o mal pode
tros que aparecem em Dn 7 e que represen- r O primeiro (6) conclama o povo a dar ouü- fw1 e,
se recessárío,
tam sucessivos impérios mundiais. Com suas dos à mensagem divina do evangelho. ser ficl sté
r O segundo (8) anuncia a queda da "gran-
àMte."
coroas e seus chifres (soberania e poder) e sua
william Barclay
rebeldia contra Deus, ela representa o estado de Babilônia", cidade que simboliza a
autoritário que se opõe a Deus. E1a recebe seu humanidade unida em oposição a Deus.
poder do dragão (2, 4) e é, aparentemente, (Na época de João, "Babilônia" era um
indestrutível (3). Engana o mundo, mas não símbolo ou senha secreta para Roma; veja
aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da o cap.77.)
Vida do Cordeiro (B). r O terceiro anjo (9) anuncia ojuízo sobre *A moiorís
dGifragerc
A segunda besta - o pseudocordeiro que todos os que se renderam às forças do mal.
lmaisticu
fala com a voz de Satanás (11) - é a religião Uma voz consola o povo de Deus. Eles são de João são
felizes. São chamados à perseverança, mas stroídff
sancionada e dominada pelo Estado. Em Ap do lfr,
16.13 e 19.20 essa besta é chamada de "falso descansarão das suas fadigas. ea bests
qre emerSe
profeta". Ela imita a realidade e afasta o povo Então começa a colheita do juízo de Deus. domor
da adoração verdadeira. Os que se negam a Mais quatro anjos aparecem um depois do éu,mmisfitrs
dos qustro
adorar perdem, uns a sua üda (15), ouffos o outro, ündos do santuário de Deus no céu. morotrcs
seu sustento (17). Para João, as duas bestas O primeiro (com uma coroa na cabeça) ile Dn 7."
eram o Império romano e ao culto Imperador. está sentado sobre uma nuvem, segurando Marcus Mffiell
Mas cada época tem os seus equivalentes. uma foice afiada. Quando o segundo anjo dá
> Ap 13.3, 14 Haüa um rumor (conhecido co- a ordem (15), ele começa a ceifar a terra.
mo o mito de Nero redivivus) de que o Impe- Um terceiro anjo (17) aparece com outra
rador Nero não haüa morrido em 68 d.C., foice afiada. Quando o quarto anjo dá a
e que voltaria à frente de grandes exércitos ordem, ele vindima a videira da terra, lan-
(partos) ündos do Oriente. çando os cachos de uvas no lagar da ira de
) Quarenta e dois meses (5) Veja nota em Deus.
77.2. ) Vs. 3-4 Veja a nota em 7.4. O v. 4 nâo
) A marca (17) Indicando posse e aceitação pode ser tomado literalmente. Isso excluiria
da autoridade da besta. As pessoas têm, ou a as mulheres dos 144.000, o número que
"marca" do mundo, ou o "selo" de Deus - e representa todo o povo de Deus. E considerar
isto de forma üsível (v. 16; Ap 7.3). o ato sexual em si como algo que macula ou
) O número (17-1S) Muitos já tentaram iden- contamina é contrário ao ensino do restante
tificar um indiúduo, visto que, no mundo das Escrituras. Tampouco existe base bíblica
antigo, as letras do alfabeto também repre- para afirmar que ser celibatário é mais
sentavam números. "Nero César" é o favorito agradável a Deus do que casar. Portanto,
atual, "mas, para se conseguir esse resultado, o texto deve estar se referindo aos que são
é necessário usar a forma grega do nome la- fiéis a Deus (na época de João, aqueles que
tino, transliterado em letras hebraicas, e com se recusavam a participar dos cultos pagãos
ortografia variante" (Morris). Mas a chave po- e eram'çrirgens" nesse sentido). Isso condiz
de estar no simbolismo dos números: 6 é "um com os profetas, que frequentemente se
número humano", o número da humanidade. valiam da mesma linguagem figurada: o Israel
;;;;774

idó1atra é descrito como uma "prostituta" e ) Taberná<ulo (f 5.5) Referência ao tei:,:':


uma "adúltera". em que Israel peregrinou pelo deseno" -
As "primícias" são a parte da colheita do tabernáculo (a Tenda da Presença) simbo-::i
mundo que pertence a Deus. a presença de Deus.
> Babilônia (8) Veja o cap. 77. > 16.12 O Eufrates separava o mundo cii_.
) Um semelhante a filho de homem/ser zado dos bandos bárbaros que ficavam a,.:
humano (14) Como recebe ordens de outro dele.
(15), deve ser um anjo, e não Cristo. ) Armagedom (16.16) O monte de Megr::
> 1.600 estádios (20, ARA) O estádio media a famosa fortaleza situada na extremidade :l
cerca de 200 m. Mil e seiscentos estádios planície de Jezreel e que guardava o ace>i:
equivalem a 300 km. Mas este é, claramente, aos montes do Carmelo. Tantas foram as ::
outro número simbólico: 4 (que representa a talhas travadas em Megido que o nome se I::'
tera) x 4 x 10 x 10, o que significa a destruição nou sinônimo de batalha.
completa dos perversos em toda a terra. ) A grandecidade... grande Babilônia (16.19
Veja o cap. 17.
Ap 15-16
As sete últimas pro;gcrs Ap17-20
De acordo com
Ap 16.16, o
Agora vêm outros sete anjos com sete Avitóriafin,o,l d.e Deus
lugar onde os pragas. Em 5.8, João descreve sete taças de
reis do nundo
ouro cheias do incenso da oração. As taças Ap 17.1-19.5: A queda da prostitua
se reúnem pata
a batalha final do cap. 16 derramam pragas sobre a terra, *Babilônia'
conÍa Deus é sendo expressão da ira de Deus. Essas pragas, Tantas e tão veementes foram as denúnc-
"Amagedom".
A palaua como os juízos do cap. B, lembram vMdamen- dos profetas do AI contra a Babilônia lite::.
significa "monte te as pragas que atingiram o ESito na época (veja as referências abaixo) que "Babi1ôn::'
de Megido". O
monte da antigâ
do êxodo. Mas antes (15.2-4) vemos a alegria veio a ser sinônimo do orgulho e da vangl --
cidade pode ser e a segurança do povo de Deus. Este não está ria humanos.
ústo nesta foto suieito aos terrores finais, que são dirigidos Para João e seus ieitores, Babilônia, a prc:'
ao longe, do
outro lado da especificamente contra o mal (16.2, 9, 11). O tituta amante do luxo (ao contrário da mulh.:
passagem através céu (deduz-se com base em Apocalipse) é um do cap. 72 e da noiva do cap. 21), era RoE:
dos montes
do Camelo,
lugar em que ressoam cânticos alegres. Lou- a cidade dos sete montes (veja o v. 9), ric:
guardada pelos var a Deus será, finalmente, algo que vem ao esplêndida e decadente; Roma, onde os cI..-
moradores
natural. tãos eram lançados aos leões e queimad:,
de Megido.
Foram tantas as ) Número do seu nome (15.2) Veja a nota em vivos para o divertimento do público; Rom.
batalhas tavadas 13.17-18. a fossa do império.
nesse local que
João adotou esse ) Cântico de Moisés (15.3) O cântico alegre Mas cada época tem a sua "Babilônia". .
nome paÍa a que foi entoado depois da travessia do mar personificação da ganância, da ostentação .
batalha que porá
fim a rodas as
Vermelho (Êx 15). Ambos são cânticos de dos prazeres egoístas que afastam as pessoas .:
batalhas. libertação e liberdade. Deus; a personi-ficaçâo das coisas que promere:--
tanto e acabam dando tão pouco. E Babilôrua. =
síntese de tudo o que engana, está condenada
O cap. 18, que descreve a queda da Babil:'
nia, faz eco ao espírito e à linguagem de toda:
as grandes profecias de "queda" que aparecer,
***ai:>:
no AT (Is 13-14; Is 24; Jr 50-51; Ez 26-
28). Trata-se de uma sentença final e abrar:-
gente de ruína sobre as potências de todos c.
tempos que se nuffem da maldade e tratam a-.
pessoas como simples mercadorias que poden
ser compradas e vendidas (18.13).
Os membros do povo de Deus são tentados
a se adaptarem ao mundo. Todavia, são cha-
mados a uma atitude que não faz concessãc
nenhuma (18.4). Eles serão vingados, a jus-
tiça será feita, e isso é tão certo que se pode
dizer que já aconteceu. Babilônia caiu!
7zsffi

Ap 19.1-5: Do céu vem um grande grito te do banquete do Cordeiro. A besta e o falso


:e vitória e um hino de louvor. Não se trata profeta (cap.13; 16.13), que são os dois capan-
:e espírito vingativo, nem de alegria com a gas de Satanás, bem como os seus aliados são
lesgraça alheia. O povo de Deus arrisca a sua presos e desrmídos. Esta é uma "guerra" sem
',ida pela verdade e justiça de Deus e, por isso, ã.-ut, armaduras, nem batalhas, tamanho é
,e alegra ao ver que Deus sai vitorioso e as o poder deste cavaleiro, Cristo.
obsdnadas forças do mal são derrotadas. » Um nomê (12) Veja nota em 2.17.
t Besta (17.3) Veja 13.1. Babilônia é apoiada ) Sangue (13) Pode ser o sangue do Cristo
por um poder satânico. Neste trecho, a besta crucificado, ou o sangue de seus inimigos'
a. às rer"t, um reino; outras vezes, um rei' João pode estar se referindo a um destes, ou
I Era e não é (17.8) Forças do mal assolam a ambos.
roda a história da humanidade. Às vezes, elas
desaparecem por um tempo, mas sempre Ap 2O: O milênio; a derÍota
acabam voltando. dô satanás; ojuízo final
) Sete Íeis (17.9) Estes podem ser os impera- Os "mil anos" (milênio) de Ap 20 não têm
dores romanos. Neste caso, os cinco passados paralelo em nenhuma outra passagem bíbli-
são os que vão de Augusto a Nero; o sexto é ãa, e nenhum outro texto bíblico foi objeto de
Galba ou Vespasiano; o sétimo, Tito. Por ou- tanta discussão quanto ao seu significado. No
tro lado, os sete podem ser impérios. Talvez entanto, algumas coisas são claras.
seja melhor dar ao número sete seu significa- r João vê que Deus tem controle total sobre
do simbólico, ou seja, "todo o Império Roma- Satanás (1-3). A humanidade

no histórico". r Ele vê as almas dos mártires, não de todos tem duas faces.

os cristãos (e isso era importante para a


A mensagem do
> Dez reis (17.12) Às vezes, se vê aqui uma re- Apocalipse é que
ferência a imperadores romanos. No entanto, Igreja primitiva perseguida), que torna- chegará um dia
em que a justiça
João descreve uma coalizão futura. Veja tam- ram a viver para reinar com Cristo duran- prevalecerá.
bém 13.3, 14, sobre o mito de Nero. te "mil anos" (4-6). Deus irá
r No final desse período, as forças do mal se enadicar
totalmente mdo
Ap L9.6-1O: A festa de casamento reúnem para atacar o povo de Deus, mas o que é mau, e
do Cordeiro são totalmente destruídas. O próprio Sata- levará aqueles

No AII Israel é retratado como a esposa do nás compartilha o destino da besta e do que o amam
para estilem
Senhor (geralmente uma esposa infiel). As- falso profeta no "lago de fogo" (7-70)- com ele para

sim, não nos surpreende a figura da noiva, r Há uma ressurreição geral, quando todos sempre.

neste texto. O mesmo vale para a figura das


bodas. As pessoas esperavam que a vinda do
Messias fosse celebrada com um grande ban-
quete. João une as duas imagens ou figuras
nesta bela descrição da festa de casamento do
Cordeiro com os seus seguidores fiéis, a noiva,
sendo que o linho finíssimo de seu vestido são
"os atos de justiça dos santos". Que alegria ser
um conüdado dessa festa de casamento!
> Ceia (9) Veja Mt 8.77; 22.2'9; 25.10; Lc
1,3.29; 14.75-77.

Ap 1-9.1L-21: O cavaleiro montado


no cavalo branco
Neste momento, esperamos ver o cordeiro,
o Noivo. Em vez disso, vemos um Guerreiro'
O nome pelo qual o conhecemos (e há coisas
profundas relacionadas com seu caráter que
não conseguimos perscrutat; v. 12) é 'A Pala-
wa de Deus" (13). Sua vitória é certa. Ele é o
Rei dos reis e Senhor dos senhores: supremo'
Aves de rapina são convocadas com antece-
dência para provarem uma ceia bem diferen-
§zra

"Então se apresentam diante de Deus para serem Pois Deus está sempre presente. EIe está próÉ
viumgrmde julgados, cada um segundo as suas obras. O
trono brgnco mo. Não há pecado nem tentação para abalaÍ
e aquele qre veredicto é a vida ou a morte. E para aqueles o perfeito relacionamento com Deus. Nenhu-
utd sentqdo que üvem não haverá mais morte (11-15).
nele... ma culpa, e nem sinal de vergonha.
Vitambém Com relação aos detalhes, aqui como no A noiva do cap. 19 aparece como cidade: a
os mortos,
t@to os
resto do liwo, é bom ter cuidado. E as regras nova Jerusalém e seu povo. As melhores cida-
importqnt6 básicas de interpretação (veja a Introdução) des do mundo não são nada comparadas com
como
os humildes,
devem ser aplicadas. Perguntar "onde" se a glória e o esplendor desta cidade dourada,
que est@om passa esse reinado, ou tentar formular uma com suas dimensões perfeitas, seus alicerces
de pé dimte
do trono.
cronologia dos acontecimentos, vai contra o adomados de pedras preciosas, suas muralhas
Forím sbertoa espírito do Apocalipse. É verdade que nojuda- resplandecentes de diamantes, suas portas de
livrcs, ísmo antigo o reino messiânico é üsto como
e tambémÍoi pérola. Essas portas estão sempre abertas. E
aberto outro tendo lugar na teÍra. Algunsjudeus pensavam a cidade não tem Templo, porque o próprio
livro, o Livro em ternos de um reinado messiânico durante
dovide Deus está presente. Ali existe paz, liberdade
Os mortos um determinado período de tempo, ao passo e seSuranç4.
Íorom que ouffos falavam sobre um sábado interino Do trono de Deus e pelo centro da cidade
julgodos
de acordo de 1.000 anos. Os primeiros intérpretes cris- flui o rio da üda, cristalino. Nas margens do
@mo que tãos deduziram que este capítulo se referia a
cqdsum rio, a árvore da üda, que dá fruto todo o ano
hovitfeíto, um milênio terreno. e cujas folhas servem para curar as nações.
conforu Mas João registra algo novo. O reinado
estavq 6crito Tirdo aponta para uma üda maraülhosa, seÊ
nos liyros. " aqui não é um reinado geral de todos os cren- fim. A noite já não existe. A luz perpétua do
Ap 20.11-12 tes, mas apenas dos mártires. Ele também não próprio Deus brilha sobre o seu povo que o
(NTLH) diz com todas as letras que esse reinado será adora.
na terra (em outras passagens do Apocalip- ) 12.000 estádios (21.161 2.400 km. Mas
se, os tronos - v. 4 - estão no céu). E embo- isso não deve ser interpretado literalmente.
"9i um novo ra tenha haüdo discussões acaloradas sobre a Trata-se de 12 x 1.000 (veja as notas em
céu e uma
novo tefra... relação entre o milênio e a ünda de Cristo, o 7.4 e 74.20). Na terra, os cristãos parecem
E vi a Cido.de fato é que, neste capítulo, João nunca mencio- poucos e dispersos. Mas fazem parte de uma
Saf,ta" a nova
Jercaáfi\ na a "segunda ünda" de Cristo. comunidade imensa - a cidade eterna de
qw descid ) Nota A üsão de João pode ser comparada Deus.
do céu.
Elavin/n.o
com o ensino de Paulo em 1Co 15.24-28. > 21.19-20 A lista de pedras preciosas lembra
de Dew..." ) 1.000anos (2) Número simbólico, como tan- as pedras incrustadas no peitoral do sumo
Ap 27.1.-2 tos outros números no Apocalipse. Mil anos é sacerdote, representando Israel.
(NTLH)
tempo suficiente para mostrar a plena autori- ) 22.2 Como resultado da queda, a huma-
dade de Deus sobre Satanás, e para compen- nidade teve barrado o seu acesso à "áryore
sar os sofrimentos terenos dos mártires. da vida" (Gn 3.22-24). Agora essa decisão é
) Gogue e Magogue (8) Veja Ez 38. anulada. A humanidade, redimida, jamais vol-
) A cidade querida (9) A comunidade do povo tará a abusar de sua liberdade.
de Deus, em contraste com a "grande cidade"
de Babilônia. A.p22.6-21
Conclttsão
Ap 21.1-22.5 Tudo isso é verdade - o anjo assegura a
O novo fitu:n,do de Deus João. "Ele vem em breve. Propague essas coi-
*Agora
A morte e tudo o que é mau foram destmí- sas." Então a üsão do anjo termina, e o prô
amorodo dos. Será que Deus vai renovar ou substituir prio Jesus passa a falar.
de Dew 6tá. o céu e a teÍTa que aí estão? As afirmações finais são um tanto desar-
entre os seres
hmcaos... O que João descreve é totalmente novo. A ticuladas, mas cheias de vigor. João afirma
Ele enruganí descrição é feita em terrnos teÍTenos, mas que a verdade do que acaba de escrever. No esti-
dos olhos
del6 tod6 G outra descrição poderíamos entender? lo mais severo daquela época, ele adverte os
&ígrimc. A nova üda será um interminável dia de que são tentados a alterar a mensagem. Suas
NAohMtú
mais morte, núpcias para todo o povo de Deus - o tempo últimas palawas têm um senso de urgência.
rem tristew, mais feliz e alegre que se possa imaginar. E As coisas que descreveu aconteceriam em
mchorc,
nem don" não há nada que possa estragar isso: nenhu- breve. A vinda de Cristo é iminente. Naque-
Ap 21.3-4 ma tristeza; nenhuma dor; nenhuma despe- le momento, as atitudes das pessoas esta-
(NTLH) dida de entes queridos; nenhuma escuridão. rão fixas; não haverá mais possibilidade de
.7.7.7
,/// ::;i3
§#

mudança. No flnal, aqueles que não são salvos


estarão perdidos; aqueles que não entram na
r.ida eterna e na presença de Deus ficarão de
fora para sempre,
Assim, "aquele que tem sede venha". Que
'receba a ág:ua da vida" - de graça.

'A cidsde não Precisa de sol


nem ile lw pua a ilrrmintrery
pois a gJória ile Dew brilh.o sobte elo.
e o Cordeíro é o seucandelobro.
Os portõ6 do ci.dtde estarão
sempre qbertos o dit inteirc.
NAo se Íechüão Porque oli
não h@e?ó noite."
Joâo. falando sobre
a Nova Jerusalém
(AP 21.23,2s, NTLH)
Apocar,rpsE

o último livro da Bíblia tem um caráter singular no Novo Testamento.


Ele não olha para trás, como os Evangerhos ou Aios dos Apóstolos.Também
não pretende ensinar e advertir as comunidades ou p.rro^
perante proble-
mas concretos, como faziam as cartas. A revelação deste
livro apont a paÍa
frente, olha para o futuro: "Nesse livro estão escritas as coisas
queJesus cristo
revelou. Deus the deu esta revelação para mostrar aos seus
servos o que pre-
cisa acontecer 1ogo." (1.1) o objetivo e o conteúdo do
livro é descrito desta
maneira na introdução. Ao mesmo tempo, era enfatizaque
a visão que
João
recebeu foi revelada por uma fonte suprema, que é o próprio Deus. Deus re-
velou para cristo, e cristo revelou ao servo
João, por m.io d. seus anjos.

ções mais exatas sobre João, sua localização e seu chamado (cf. também
1.19). Leia esses versículos com muita atenção. Apocalipse
1.7-g pode
ser considerado o tema do livro.
erail{atos do pa,ssado, dt p.es.rrt. . do
futuro são citados nesses versículosi É Lr v ,íih'
\mJ [.0r,{ Í-§ Nüvsr.] 5.
05 t/ÉR§o : Êf'dc:.$.)Lc irr.='jlrlrtir"r,{ toraili^rca.m>os ps"o,
L[o(ArtÀ(Q J0À í1,8 .
ói
Cursô Bíblico sBB
184 | I

a história da Igreja, o üwo de Apo-


Desde o 2o século d.C. e ao longo de toda
alguns momentos da história recebia muito ^,
calipse sempre foi muito discutido. Em
e depois colocado novamente
d.rtuqr., era lido e estudado com muito empenho
teológica. Algumas gerações e grupos o
à margem da úda daigreiae da pesquisa
nele'
respeitavam múto; porém, náo encontraram maior relevância
*,t,
inúmeras figuras do Apocalipse,
Nas próximas páginas serão estudadas as
bem como serão apresentados o
suas visões grutdior"Is e palavras poderosas'
é preciso apontar algumas conside-
sentido e a relaçáoentre àhs. Antes disso,
do Apocalipse'
rações gerais parufaciitar a comPreensáo

'Noperíodoentre200a'C'e100d'C''surgiramnojudaísmomuitoses- os
critos religiosos que ttatavum sobre o fim
do mundo' descrevendo
acontecimentos càsmicos do tempo do
fim, com a intervençáo e a vitó-
de "apocalíptici'(isto é'
ria de Deus. Esse tipo de literatura é chamada
,de revelação"; no Antigo Têstamento pode-se acrescentar Daniel 7-72'

zzcariasg-14e Isaías 24-27;cf.Judas 9-74). o


Apocalipse deJoáo

temrelaçãocomessesescritos.Muitasfiguraseilusraçõespodemseren-
de Apocalipse, em relação aos
contradas tantolícomo aqui. Mas o livro
escritosjudaicos,temalgunssinaispróprios:elenãopretendeserumcó-
digosecreto,comoqueÍemosoutrosescritos'porémfalacomtodafran--'
E ele sempre
qír^e também cita o nome do seu autor publicamente.
aPontadenovoparaCristo:eleéoSenhordacomunidadepresente'o
Cordeiro sacrificado; ele será o vencedor no
frnal
.oApocalipsetemumaabundânciadefiguraseüsões.Comisso,elenão
querensinardemaneiraabstrata,masmostrafedeixarcontemplar.Isso
ou compreensáo pode a1-
tem o seu motivo: nenhuma sabedoria racional
cafiçíàÍomistériodofinal,doúndouro.Palawasdidáticasnáoconseguem
isoladas e visões do Apocalipse,
exPÍessaÍ o que o observador vê. As figuras
mera descrição do futuro ou
portanto,.raà pod"t" ser traduzidas como uma
até um.ronogru*, dos acontecimentos
do flnal. Por outro lado, as Íiguras
incompreensíveis para
e os símboloíao fi."- fechados e completamente
nós:elesderivamemboapartedoAntigoTêstamento.Visualizando?-PLr-
tirdoAntigoTestamento,elesganhamoseusentidoeasuaforça'
.OsnúmefosemApocalipserecebemumsignificadoespecial.Muitas
yezeselesnãopodemserentendidospeloseuvaloraritmético,massim'
Lição 8 | 18s

em seu sentido mais profundo: assim o número 7 significa a perfeição


(7 sáo os dias de uma semana; 7 comunidades significam toda a cris-
tandade). O número 7 é a soma de 3+4,o número de Deus (Trindade)
e o número daterra (4 pontos cardeais,4 estações do ano).Tiês e meio
só exprime meia perfeição. O número 72 designa o povo de Deus do
Antigo Testamento (12 tribos) e o povo da nova aliança (12 discípulos).

7 1-6 - Introdução, saudação às comunidades


7-B -Tema do Apocalipse
9-20 - Cristo encarrega João
2-3 As mensageps às sete igrejas:
l"igreja: §Fçgp ' .

f"igrei.a: Es"nrRt)A
tl. rgreJa:'pÊ GíA\ÁA
4" igr$a:11pn' R.*
5" igreja: Ç,À**t-S

!"i.grqa: ç,,y1yr6tfrfr
/^ lgfelâi t AÃie,ct a
4-5 Adoração diante do trono de Deus
Trono ancião Cordeiro liwo
- - -
6 Os sete selos: ^-
-.,* a nl .Nü
tuNcr*.,€, lelfR'raa tk
,""::il:àoi,'À nôÊANfo i cfrúALG#ta%ua n€Na
2" selo: C,r,;r1Ío ttatlvuLlbt ?o':ef-" PlnPfifl § PhZ IA-Í*FAA g {/au* l-. *-r
3o selo: cÊdÊt4 ?pffi, ll§rÇée 9x* ttwr+*.ta E SKXettllty P-le
4o selo: i, íà,,.üà;'"r0 eÉ! 414ffirâ pl u*r*t peLa 'íous ,rffifu t/4/79
50 selo: i+LMʧ Cl yeST€ prçoilCAS naq§-bí PcL* Pft(fi1trp* )e >cira6 . a Gp,s.+
6oselo: G%çfrn T€pi?ÉN,íÍ: -J .r^1 É:,ot s§{trê_o Lt,t<tWt2:,<:'»* '
t'-l-r;;
7 Os cento e quarenta e quatro mí do povo de Israel ;J í: i?
8.1 0 tia (at Px< UaL\fl v>e íl,e)fr llafA
Toselo: ílc,tJtjÊ §iíÉl'.}ü
8-9 Assetetrombetas: a,.? L;llzfft
t \ t'?r.
l"trombera: Çenm à ( w(?A ui§'t(l** cf t*u6'rta
2^trombeta:W^b,á'i\or,fit. ít^ r.*futanS Éi ÊÊdí#}c b fifiÍ.
3, trombeta: f W wo UMÊ út\r,Í>€. É*tlí?.e , 4
Ait) ,

4atrombeta: keiAo uM lZOp saL,nq Lüâ,)âs ÉsUíaÁç


,l
5'trombeta: esRELfr u*V t foi)§Díà ü c+ant<>o f *o I 16üt,.,
6' trombeta:*SolrÉ eS h nnt r.rç r'.*f i nn n?) n-*( â^ o' -7-.
.'Bu.JÇ
ft/r$ ,

10-11 Oanjoeoliwinho
As duas testemunhas
17.75-79:7^ trombeta
186 | Curso Bíblico SBB

E
72-t4 Amuihereacriança (UULU6ç É o p9üO, A t'1op'D€d € W*(
odragão StsrÉr.rpr Gr.,lá6g44Í-r.§al
O monstro do mar
LIS -nL arüç1j
ur ,t
O monstro daterru
-E
O Cordeiro e os seus
Os seis anjos o Filho do Homem
- Ê
A colheita do fim dos tempos E
75-76 As sete tacas:
7" taça:{pB;)A f ^Adttçttfrl € >a{otaos Ae A)É TlilHAq 4 \.1' Ílrs
7711
2"taça: rO úÊ( €t\^,dA^J6.uá *o*lffi
tS/-ITaANSFo,flt,ía,)
:::?l, ttot R.tes'É NHJ P?NTÉS É. *írü.r+ § v1'ts48ry"4 iailç,t .-r
!:i:i:',§tr;,*L"rmoBff
&orry P)o eüRtdn
6ataça:%B{Lé o
,rlryWffi*W OE
tA+
,1.
p6 *Q p 1l §íaf>J.n Ptn Jô,rl) Au*.Ãt*f
7^taça:
77-19 A grande prostituta da Babilônia
tk17 ran.s-
viN l*F'W1fuNO ÂJd êj\
ts
 queda da Babilônia
Júbilo sobre a queda da Babilônia
I
Çi

79-22 O cavaleiro montado no cavalo branco


u
Cristo vence o monstro I
O dragão é aprisionado (mil anos)
ã
A ultima batalha; o julgamento do mundo I
O novo céu e a nova terra a novaJerusalém
- Ê
A ünda deJesus
I
calipse. Para uma melhor visuahzaçáo, os trechos da grande série dos sele !
(cartas, selos, trombetas, taças) ficaram à esquerda. Durante a sua leitur^ _
do Apocalipse você deve completar esse esquema. I
Cristo encarregaloõo (Apocalipse 1) ã
E
T
vs. L-6 A introdução fala sobre o conteúdo do livro (rcvelaçáo para mostÍaÍ
aos seus servos o que precisa acontecer logo.") e a quem é revelado F
("servo João"). João inicia seu testemunho como uma carta aberta
(vs. 4-6). O remetente e o destinatário são mencionados de maneira
I
breve, a saudação detalhada (a partir do v.4) menciona Deus,Jesus
Cristo e os destinatários ("nós") respectivamente de três maneiras I
-s
is? -
Lição 8 | 187

vs.7-8 Jâ aqui no primeiro capítulo é mencionado o objetivo do Apocúpse:


Jesus, o crucificado, virá e todos irão vê-lo. Â palawa solene de Deus
encerra a primeira introdução
v.9 João recebe a revehçáo num domingo na ilha de Patmos (na costa da
Asia Menor, a oeste de Mileto). Por que João está nessa ilha?
vs. 10-11,19 Cristo encarregaJoão de escrever o liwo (quer dizer, a"revelaçío")
para as sete iqreias
vs. 12-18 João vê o Cristo ressuscitado

Asmensagens às sete igreias (Apocalipse 2-3)

elogios ou censuras? Com que finalidade ela é admoestada? Anote suas


respostas com palavras-chaves nos quadros.

Éf"ror Era acapital da província da


Ásia e, das sete cidades, era a que frcava g
mais perto da ilha de Patmos. O impe-
kr{t e t tÊA r, rÁ,-' &J Ps-fsAAl
rador Domiciano mandou construir um I

templo e 1á se deixou venerar como deus.


Aqueles que se Íecusavam a adorâ-lo uá. MÉr rrBnuDodüt JÃ^r,1fr ,
eram perseguidos.

Esmirna: fJma cidade portuária lfrfrilü| U)il\ifiA t)t(xJlt É


bonita e moderna; Era considerada "a
primeira da Ásia" (compare isso com o
v. 8). Em Esmirna os cristãos eÍam tra-
tados com drrezapelos judeus. €v W>n@ fi etfnÉ ffi L.r}ll

Pérgamo: Havia um enorme altar a


Zeus e um templo a Atenas. Além disso,
t,{L ffi u*u *çtw, uBs nt-
Pérgamo era o centro do culto ao impe-
MfiJ PçEa.# 4vfSglPE6
rador e uma estação climática com um
importante templo a Esculápio (o deus Êo( áiJl;NloJ É ÉÊt4§ É

da Medicina), onde trabalhavam médi- ,t lr,slQi'u)0,É jál,lÊ I


cos importantes.
HlhJllil furt É Ê.E'át)t't rlos
fNJtrlCI: rX i :ír, jrliin.
188 |
Curso Bíblico SBB

Tiatira: Em Pérgamo também es- /'t" Xf""rpr''r Pl*»e;run'


tava pÍesente o grupo dos "nicolaítas",
p yÁ fiffq)»ra*ar sç agZÉaos
que persuadiam os cristãos a participar
da idolatria, da mesma maneira que Je- dr, g(é.tut§4-sí cau
zabel havia feito em tempos passados. $Baad-+-* gA Ats br W

oâe.pé
-- çfr F WáÊ=il>n .c

Sardes: Era o ponto de embarque ViP,;;t ea+o Lfr\Íx\ f Ve

paÍa- o transporte de tecidos (cf. 3.5). u@


$tMi gpfift{l* ts*t§.
l

> rlN'llí \É {C üuA

Filadélffa: Em 70 d.C., a cidade ,,Ji,V6lÉT,4 &â


recebeu o nome de Flávia (cf.3.72). ,ptu>NAr üM/p.Lfil(A
lRs 0v6,íçl o ra^*<,, a/e}ilÁ..

Laodiceia: Suas imediações eram


Nnna úào rrJev t7tétrl)6u
famosas por causa de suas fontes ter- b*o>g çs*,rfr- b
mais (um exemplo era Hierápolis, atual
Pamukkale).

Adoraçõo diante do trono de Deus (Apocalipse 4-5)


A revelação propriamente dita inicia com a visão grandiosa do salão do
trono. João vê Deus sentado no trono e, em torno dele, estão sentados 24Ií-
deres (anciãos) em constante adoraçáo a Deus. Eles lembram a comunidade
da antiga e da nova aliança. (12 tribos de Israel e 12 discípulos): a comuni-
dade está muito perto de Deus, apesar de tudo o que aconteceu. Da mesma
maneira, todos os crentes ficarão perto de Deus (cf. Apocalipse 7.9; 20.1,1;
Ii;ão 8
| 18e

27.3-5). O mar de vidro diante do trono pode repres entaÍ ahistória dos povos
do mundo: o que parece opaco é totalmente transparente diante de Deus. Em
volta do trono se movimentam quatro seres vivos, cantando: "Santo, santo,
santo é o Senhor Deus...".
A grande solenidade e a calma majestosa dessa cena ainda não combi-
nam com os monstros e batalhas ferozes dos capítulos seguintes. Desde o
começo fica bem claro que, aconteça o que acontecer, Deus está sentado no
trono no céu!

semelhanEas que você pode,observur? ffis OéLE§anrs (vlre >2,êM


-1)hF}pl\1^0Jto, tAÍ\D! F O JEl.lils( çor r:lstlú>ç:s .

cap. 5: Em sua rhaô, Deüs sãgura um livro em forma de rolo: é a histó-


ria do mundo, o plano de Deus. O livro está selado: o futuro esdá trancado.
Qrem poderá abrir e mostrar o futuro? De repente, o observador vê no meio
do trono o Cordeiro que foi morto: é Cristo, que reconciliou o mundo com
Deus por meio de sua morte e, por isso, pode abrir a história do mundo e a
impelir paÍa o seu final. O Cordeiro abre os sete selos dó livro. As designa-
ções de Cristo do cap. 5 se originam de Çênesis 49.9-10; Isaías 17.1.2 53.7.
o kjÍD-)ÊTA3c )€s\iiàâ/ Vsrücéri pl p6A'Ra tÁlÊ- E ot 7 .rcmr
Os prtmeiros seis selos (Apocalipse 6)
O Cordeiro abre os selos do rolo. As cenas dos quatro primeiros selos lem-
bram as luxuosas aberturas das apresentações dos circos romanos, com desfile
de cavalos.Aqui aparecem quatro cavaleiros. Os significados do segundo, ter-
ceiro e quarto aparecem imediatamente. O segundo cavalo (vermelho) traz a
goerra. Com o terceiro cavalo (preto) vêm a inílaçáo e a fome (no v. 6 são citado
alguns dos preços usuais daquele tempo). O quarto cavalo (amarelo) representa
a morte. Todos os três cavaleiros tÍazem miséria e ameaças sinais do fim.
-
Mas o primeiro cavaleiro é o mais diffcil para entender. Alguns pensam histori-
camente nos Partas, que conquistaram vitórias com seus arcos sobre o Império
Romano; outros pensam no Anticristo, disfarçado com a cor da luz. Se a cor
branca for considerada como sinal da santidade e graça (v. 11), também pode-
ria ser considerado o poder de Deus no mundo, cujo anúncio precede o medo.
A abertura do quinto selo mostra aqueles que foram mortos por sua Íé, os
mártires de todos os tempos. Eles estão guardados em um lugar especial. O
sexto selo tÍaz catâstÍofes de proporções cósmicas: o mundo sai do eixo.
1e0 ge1u'r R-y, or§rt
-{f,Siaiurico sBB
I
t)a-g é
t
os seus pensamentos. Compare Apocalipse 6 com
6'1-8'Leia
!!t^!S;
Você já viu
também Marcos 13. você consegue descobrir os paralelos?
representações dos quatÍo "cavaleiros do apocalipse"?

Os selados do povo ile Israel (Apocalipse 7)


Antes do Cordeiro abrir o ultimo selo é mostrado um interlúdio
con-
acontecimentos (o
solador: a comunidade é prese rvada durante todos esses
todos os crentes:
número 144.000 é entendido como o número completo de
12 x 72X 1000). Além das catástrofes João pode ver o Íinal:
a comunidade

infinitamente grande louvando em torno do trono de Deus'

As sete trombetas (Apocalipse 8-g) l


catástrofes,
Após a abertura do sétimo selo vem um profundo silêncio: as
Agora o rolo da his-
portanto, não seguem imediatamente uma atrâs daoutra.
o juízo' Mas
tória do mundo é desenrolado, e as sete tfombetas tocam Para
a oração dos
primeiro há a imagem consoladora do incenso: apesar'de tudo,
crentes chega até Deus.
Muitas imagens das visões das trombetas têm sua origem no Antigo Tes-
tamento.

Qral praga também se encontra em Apocalipse 8-9? GAçA O hlorc§


Assim como as pragas do Egito, os juízos das trombetas se intensificam
da vida das
cadavezmais. As devastações se estende m pata todos os âmbitos
pessoas: sobre a criaçáo,as condições fundamentais da
vida (água, fuz),o mun-
t
do espiritual e o mundo político-social'

Um terço dar.iatl;r:zaé destruído:


. Qreimado através da chuva de pedra e fogo misturados com sangue

. Destruído através do impacto de uma coisa parecida com uma grande


montanha que foi jogada no mar
. Envenenada pelo impacto de uma grande estrela chamada Amargura
(ou Absinto)

' Feridos, o sol, a luz e as estrelas perdem parte do seu brilho'


Liçáo 8 | 1el

e que possam estar relacionados cóm questões ambientais do nosso mundo.

As üsões da quinta e sexta trombetas {alam sobre o abismo aberto do qual


um exército de criaturas demoníacas e fantasmagóricas gafanhotos e cava-
leiros se elevam e se espalham pelo mundo.
-
As imagens são intensificadas
pa:ra
-
o inimaginável (o número "duzentos milhões" do v. 16 é o numeral mais
alto citado na Bíblia) e quer mostrar, com isso, que o mundo será invadido por
poderes demoníacos e, apesaÍ do júzo das trombetas, eles não se voltam para
Deus (vs.20-2L).

O anjo e as testemunhos (Apocalipse L0-LL)


Antes do ressoar da sétima trombeta,Joáo tem uma visão consoladora: um
anjo forte envolvendo majestosamente o mundo com seu passo jura com voz
potente que o segredo de Deus logo será revelado: não vai demorar mais mui-
to!João deve engolir um liwinho, aPalavra de Deus, e assim acolhê-la dentro
de si. Ele tem um gosto amaÍgo e doce ao mesmo tempo: a comunidade é
preservada até o fim durante todos os sofrimentos e perseguições.

"'- "'
{ trJAlÊ, J{U ɧr ot4ÀÇ''':! t,tr... h-
A preservação do povo de Deus é mostrada novamente nb ààF. 11.^r;dPA
Ecrir.Ii
'
. isso é feito pela figura do templo e no vulto das testemunhas. Muitas parti-r.r*ie
'cularidades
diÍícil ou até de nenhuma interpretação. Um número 4.-f"o,r1f
são de
sempenha um importante papel:)3,5 anos = 42 meses = L.260 dias (= *.tud.
Ítiài '
de 7 anos; portanto, uma perfeição pela metade, temporária e transitória). A
ameaça contra o templo (o povo de Deus) irá passar e a perseguição contra as
testemunhas de Jesus terá um fim.

Testamento? Cf. lReis 17.1; Exodo 7.19-20.. , -


ÉLi a: r"'rb {v\
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'te2l Curso Bíblico 5BB

As batalhas dos tempos do fim (Apocalipse 12-1.4)


Nesta parte central do Apocalipse estão reunidos os acontecimentos re-
lativos ao final dos tempos, relatando as disputas dos grandes personagens:
. A mulher com seu filho: todo o Povo de Deus daantiga e da nova aliança
(doze estrelas), entre o qual o Messias foi gerado e a quem Satanás não
podefazer malalgum.
. O dragão, Satanás, é lançado para {ora do céu pelo arcanjo Miguel. O
dragáo,entáo,persegue a mulher (o povo de Deus) até o deserto.
r- . Dois monstros do mar; o primeiro monstÍo com sete cabeças e dez chi-
fres (L3.1-10) e um segundo monstro (13.11-13) recebem o seu poder
j d. Satanás. Em Apocalipse !7.9,7!-16 eles são descritos com mais de-
-?,, talhes: sete cabeças coÍÍespondem a sete reispoder qoncentrado
do Anticristo, como Joáo e sua comunidade a presenciavam no Império
i
Romano e sob o seu imperador (o número 666 poderia ser uma refe-

I
rência ao imperador Nero). Durante a história da Igreja esses monstfos
constantemente eram interpretados e identificados com os soberanos do
momento.

Mas no meio da batalha entre os monstros e a mulher,João consegue ver:


. O observador vê o Cordeiro no monte Sião: é Cristo, e com ele está
toda a comunidade. A hora do lúzo chegou, a queda da "Babilônia" (um
pseudônim o pzr,:a Roma, repÍesentação do poder do Anticristo) é anun-
ciada, o lizo final é PreParado.

As taças ilaira e a queda da Babilônia (Apocalipse 15-19)


Os últimos jrttzos serão derramados, mas os crentes que resistiram ao
monstro entoam no mar de vidro (cf. o cap. 4) a ctnçáo da antiga (Moisés) e
da nova (Cordeiro) aliança.

taças lado a lado. O que você pode perceber?


"Babilônia prostituta" se refere a Roma, a potência mundial inimiga de
Deus, que está sentada nos sete montes do monstro (17.9). Sua queda é la-
mentada na terfa (18.9-10) mas louvada no céu: o grande aleluia desponta
(Lg.6);as bodas de Cristo e sua comunidade começam: Cristo apaÍece em um
Lição 8 | 1e3

cavalo branco para avitória Íinal e assume publicamente o domínio do mun-


do. Os monstros são destruídos.

luízo e novo mundo (Apocalipse 20-22)


Primeiramente Satanás é lançado no abismo (o reinado de mil anos).
Depois ele é solto mais uma vezp^r^ a última luta e finalmente é vencido de-
finitivamente. O fim chegou. Os mortos são ressuscitados e aparecem diante
do trono julgador de Deus. Depois João vê o novo céu e a nova terra e
-
Deus "enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte,
nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram." (27.4)

A estrutura do Apocalips
Nas páginas 185-186 você encontra um esquema que mostra toda a es-
trutura do Apocalipse.
O Apocalipse não tem por objetivo apresentar uma sequência cronológica
dos acontecimentos do fim (com dia e hora marcados). Isso se torna claro
através de duas observações:

' As visões de trombetas e taças mostram os juízos de Deus antes do do-


mínio definitivo deJesus Cristo.
'A parte central dos caps. l2-L4já mostra as lutas do fim dos tempos
até a chegada do Cordeiro em Sião, o que então é mostrado mais uma
vez emApocalipse 79-1l,com mais detalhes e com outras imagens.

Durante todo o desenrolar de Apocalipse, o trono de Deus pode ser visto


porJoão.Justamente quando os terrores se agravam, essavisão se mostra con-
soladora.João vê que Deus reinarí! Apesar de todos os sofrimentos e dificul-
dades, o trono de Deus está em pé, e em torno dele a comunidade salva está
louvando aquele que no fim vai dizer"agora.faço novas todas as coisas!" (2I.5).

A mensagem do Apocalipse
A mensagem das imagens e palawas impressionantes do Apocalipse pode
ser resumida assim:

'A história não se desenvolve de forma aleatóúa e sem sentido. Pelo con-
úário, ela tem o seu objetivo, o seu sentido, mesmo quando isso parece
194 | Curso Bíblico 5BB

ser diferente paÍa a comunidade de Jesus. Cristo gaia a história para o


alvo planejado, que é a sua vrtória, o seu domínio do mundo e o novo
mundo de Deus.
'Até mesmo os poderes malignos não podem deter o caminhar da histó-
ria. Os números que sempre se repetem (7,4,3 e meio,12) mostram que
o tempo da história é limitado e demarcado; também o tempo de Sata-
nás tem uma duraçáo certa. Dor e lágrimas, perseguição e morte terão
um fim. A vitória de Cristo é cefta.
' O Apocalipse foi escrito por volta do ano 90 d.C. para comunidades que
sofreram com uma perseguição violenta (a prostituta Babilônia está em-
briagada com o sangue dos mártires,77.6).Para eles o Apocalipse é um
poderoso liwo de consolo, que oferece a üsão paÍa, o fim e para a útima
vitória de Cristo. .i

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