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COLÔMBIA: DESAPARECIMENTOS E

VIOLÊNCIA CONTRA MANIFESTANTES

Madalina Pop
ÍNDICE

Introdução ………………………………………………………………………………………………………… 3

Reforma Tributária ……………………………………………………………………………………………4

Protestos …………………………………………………………………………………………………………… 5

Denuncias ……………………………………………………………………………………………………………7

ONG Temblores ……………………………………………………………………………………………………9

Violação dos Direitos Humanos ……………………………………………………………………… 11

Conclusão ………………………………………………………………………………………………………… 13

Netgrafia ………………………………………………………………………………………………………… 14

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INTRODUÇÃO
Este trabalho é realizado no âmbito da disciplina de Economia C onde
com o decorrer do mesmo vou introduzir brevemente o tema sobre o qual o
trabalho está a ser realizado.

Os direitos humanos são os direitos e as liberdades de todos os seres


humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a ideia também de
liberdade de pensamento e expressão, e a igualdade perante a lei.

Os Direitos Humanos correspondem as necessidades essenciais da pessoa


que são iguais para todos e devem ser atendidas para que a pessoa possa viver
com dignidade. Por exemplo, a vida é um direito humano fundamental, pois
sem ele a pessoa não existia. A preservação da vida é uma necessidade para
todas as pessoas.

São direitos civis, políticos, económicos e sociais. Dando a garantia da


dignidade e respeito pelo ser humano, gerindo também normas coletivas de
forma a tornar os governos mais justos.

O objetivo deste trabalho é simplesmente abordar um caso concreto


onde os direitos foram violados e neste caso é a Colômbia, mas poderá
acontecer em outro país. Este trabalho é um abre olhos.

Neste trabalho vou falar de um caso “recente”, pois este ocorreu entre
abril e maio deste ano na Colômbia onde manifestantes andavam a
desaparecer, a ser mortos e a ser violados sexualmente por se contrapuserem a
uma ocorrência política que o Presidente colombiano anunciou, uma reforma
tributária.

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REFORMA TRIBUTÁRIA
O que é a reforma tributária? Então, é simples a reforma tributária
consiste na mudança de leis que determinam quais as taxas, impostos e
contribuições que empresas e pessoas devem pagar.

A reforma tributária serve para ajudar as pessoas a distribuir melhor a


renda e poderia mudar também como esses recursos devem ser usados pelo
Estado. Há muita discussão e pontos polémicos neste assunto. Numa mão de
opiniões, existem indivíduos que pensam que todos os impostos deveriam ser
reduzidos ou alguns até eliminados e que o Estado deveria gastar menos. Já na
outra mão de opiniões, tem pessoas que acham melhor aperfeiçoar a
arrecadação que já têm para garantir dinheiro e que o dinheiro vá para um
lugar certo (saúde, educação, transporte, infraestruturas, entre outros…). Não
importa o lado em que se encontram se ambos têm o mesmo objetivo: ajudar a
economia do país a crescer.

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PROTESTOS
As manifestações na Colômbia começaram após o presidente anunciar
uma reforma tributária que desagradou grande parte da população. Os
protestos começaram a 28 de abril de 2021 em Bogotá, Medelín e Cali. Segundo
o jornal El País, estradas e avenidas foram bloqueadas em todo país e
manifestantes foram às ruas contra a reforma tributária apresentada pelo
presidente Iván Duque ao Congresso Nacional.

A Colômbia assistiu a, 3 de maio, a mais uma noite de protestos contra a


reforma tributária anunciada pelo governo. O choque entre forças policiais e
manifestantes durante os dias de manifestação já tiraram a vida a 19 pessoas e
deixaram feridos graves.

No dia seguinte, 4 de maio, Órgãos Internacionais se pronunciaram sobre


a situação no país. A União Europeia condenou as mortes anunciadas e pediu
"calma" a manifestantes e tropas policiais. ("Condenamos as mortes de todos
que foram assassinados nos protestos. É uma prioridade parar o aumento da
violência e evitar o uso desproporcional de força pelos órgãos de segurança." -
Porta-voz da União Europeia). O governo colombiano nega que houve excesso
de violência por parte das forças policiais e acusou "organizações criminosas"
pela confusão nos protestos. O ministro da defesa do país insinuou que as ações
estariam a ser financiadas por grupos da esquerda e chegou a relembrar que
houve uma tentativa frustrada de acordo de paz com ex-rebeldes das FARC
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em 2016.

Vários grupos ameaçaram entrar em greve, como camionistas e taxistas,


e uma greve geral foi convocada no dia 5 de maio através de uma rede social,
Twitter, por um sindicato relevante colombiano.

A repressão policial e resposta militarizada às manifestações


maioritariamente pacíficas em várias cidades colombianas continua, apesar da
crescente condenação nacional e internacional. A polícia usou a força de forma
indiscriminada e desproporcional, existindo ainda relatos preocupantes de
violência sexual e desaparecimentos. Desaparecimentos forçados e violência

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sexual praticados por autoridades são crimes à luz do direito internacional, que
impõem investigações e julgamentos em cada cidade.

“As autoridades colombianas devem garantir o direito de reunião pacífica


e abster-se de censurar e reprimir as manifestações que têm ocorrido desde 28
de abril em todo o país. Garantir o direito à vida e a segurança dos
manifestantes pacíficos deve estar no centro da resposta das autoridades, de
acordo com os padrões internacionais de direitos humanos”, excerto do jornal
El País.

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DENUNCIAS
Denunciaram previamente incidentes de forças de segurança a recorrer
indiscriminadamente a armas letais e menos letais e, apesar de múltiplas
condenações internacionais, o jornal continua a documentar casos graves de
uso excessivo da força contra manifestantes. Através da análise e verificação
de imagens audiovisuais encontradas no site do jornal El País, por exemplo, o
uso de lançadores de granadas de gás lacrimogéneo disparadas à queima-roupa
por agentes do Esquadrão Móvel Anti-Distúrbios (ESMAD) contra manifestantes
em Cali.

Num outro incidente em Bogotá, foi possível verificar que a polícia


utilizou uma arma de fogo contra uma pessoa enquanto esta fugia. Receberam
relatos de que no bairro de Siloé em Cali, houve disparos diretamente sobre
manifestantes, ameaças e atos de tortura.

Houve múltiplos relatos de abuso sexual pelas forças de segurança durante as


detenções. Nas manifestações em Cali, uma mulher relatou nas redes sociais
ter sido abusada sexualmente por agentes da ESMAD. Durante um confronto,
vários agentes dispararam gás para dispersar os manifestantes e, embora ela
tivesse os seus braços levantados de maneira pacífica, os agentes da ESMAD
separaram as mulheres dos homens e um agente abusou sexualmente dela em
frente aos companheiros.

Embora a maioria das manifestações tenha sido pacífica, houve relatos


de destruição e destruição de cidades e propriedades privadas e obstrução de
estradas públicas. No entanto, certos atos isolados de violência não podem
justificar todas as manifestações como violência ou suprimi-las.

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“Estamos muito preocupados com a maneira de atuar da polícia,
especialmente da tropa de choque. Nós recebemos muitas denúncias.
Acreditamos que este é um erro gravíssimo do presidente Iván Duque, ao
colocar a polícia e o Exército nas ruas. Os soldados estão preparados
para a guerra, para o conflito, não para o controle da ordem pública.”

“Vivemos uma crise humanitária de direitos humanos, dotada de


um caráter ditatorial. A polícia tem feito o que quer em espaços
públicos. Em Cali, policiais dispararam com metralhadoras contra civis.
Há um governo que governa para a guerra, que não acredita na paz e que
se encarrega de gastar o orçamento público com armamentos.”

Ambos os excertos foram retirados do site da ONG Temblores. E são


excertos ditos pelo Alejandro Rodríguez Pabón, coordenador da plataforma da
organização não governamental Temblores.

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ONG TEMBLORES
Esta ONG é uma associação dedicada a reportar
os abusos de violência policial contra os cidadãos. Esta
organização reportou a morte violenta de 39 pessoas,
1708 casos de utilização abusiva de força, 26 vítimas
de lesões oculares, 234 vítimas de violência física e
934 detenções arbitrárias de manifestantes.

Esta denunciou também que 11 pessoas foram


vítimas de violência sexual. O Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos
Forçados, composto por organizações de vítimas, documentou 135 relatos de
possíveis desaparecimentos forçados. Desde então, pelo menos 28 destas
pessoas foram localizadas.

A ONG Temblores partilhou também a indignação de todos aqueles que


foram vítimas de violência baseada no género no contexto dos protestos na
Colômbia. Iván Duque, como comandante-chefe das forças de segurança,
deveria pronunciar-se sobre estes eventos. O silêncio deste deixa apenas um
manto de impunidade e cumplicidade. A ONG recebeu várias queixas de abuso
sexual por agentes da ESMAD, e condenaram fortemente o uso de força contra
os corpos das mulheres como forma de punição.

“As autoridades colombianas devem investigar de maneira célere,


imparcial e exaustiva todas as alegações de violações dos direitos humanos e
crimes à luz do direito internacional, garantindo os direitos e segurança de
vítimas e testemunhas. A impunidade não pode prevalecer diante destes graves
crimes.”, acrescenta a ONG Temblores.

A ONG está preocupada pois as autoridades do governo nacional


declararam publicamente que as manifestações têm fins “terroristas” e que,
deste modo, o uso de força excessiva contra a população seja justificado. Além
disso, as declarações de autoridades locais a apelar aos civis para que usem
armas contra manifestantes são assustadoras e parecem justificar o uso de
estratégias paramilitares. Isto não só viola os padrões de direitos humanos,
como se revela uma afronta para todas as vítimas de grupos paramilitares num

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país que tem o conflito interno armado mais longo no continente. A
estigmatização do protesto social só gera repressão e violações dos direitos
humanos, bem como uma atmosfera de desconfiança nas autoridades que não
conduz ao estabelecimento genuíno de canais de diálogo.

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VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Os padrões internacionais de direitos humanos são consistentes na
exigência de que os agentes policiais, no controlo das manifestações, só devem
usar a força como último recurso, e devem cumprir os princípios de legalidade,
necessidade, proporcionalidade e responsabilização. O uso de força para
manter a ordem em situações que não são uma ameaça concreta à vida ou à
segurança física de terceiras partes é considerado uso desproporcionado de
força, sendo, por essa razão, contrário aos padrões internacionais.

A Amnistia Internacional, é uma organização não governamental que


defende os direitos humanos, assinou uma petição global juntamente com 650
organizações da sociedade civil exigindo uma investigação exaustiva às
violações dos direitos humanos no contexto da repressão, e apelando à
Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que solicite o
consentimento do estado colombiano para visitar o país e estabelecer um órgão
independente de especialistas para ajudar na investigação dos eventos e
garantir justiça às vítimas.

  “Os ataques por civis armados, alguns na presença da polícia, contra a


Minga Indígena em Cali são um reflexo da incessante dinâmica de violência na
Colômbia, que foi acentuada durante os protestos sociais relacionado com a
Greve Nacional. Desde 28 de abril, houve relatos de dezenas de pessoas mortas,
centenas feridas e desaparecidas, atos de tortura sexual e cenas de horror por
entre a repressão de manifestações maioritariamente pacíficas, sem o governo
de Iván Duque sequer reconhecer publicamente estas violações dos direitos
humanos.”, refere Erika Guevara-Rosas advogada mexicana, feminista e
defensora dos direitos humanos.

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Neste caso os direitos violados são:

- Artigo 2.o- Direito à vida; Todas as pessoas têm direito à vida. Ninguém pode
ser condenado à pena de morte, nem executado.

- Artigo 3.o- Direito à integridade do ser humano; Todas as pessoas têm direito
ao respeito pela sua integridade física e mental. No domínio da medicina e da
biologia, devem ser respeitados, designadamente:

a) O consentimento livre e esclarecido da pessoa, nos termos da lei;

b) A proibição das práticas eugénicas, nomeadamente das que têm por


finalidade a seleção das pessoas;

c) A proibição de transformar o corpo humano ou as suas partes, enquanto tais,


numa fonte de lucro;

d) A proibição da clonagem reprodutiva dos seres humanos.

- Artigo 11.o - Liberdade de expressão e de informação. Qualquer pessoa tem


direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a liberdade de
opinião e a liberdade de receber e de transmitir informações ou ideias, sem
que possa haver ingerência de quaisquer poderes públicos e sem consideração
de fronteiras. São respeitados a liberdade e o pluralismo dos meios de
comunicação social.

- O direito às garantias judiciais; aos advogados é atribuída a função nobre de


defender o Estado de Direito e os direitos e garantias individuais dos cidadãos.
O Acesso ao Direito, constitui para os advogados portugueses, um desafio mas
também uma enorme responsabilidade, tanto mais que, se está a dar
cumprimento ao estatuído no artigo 20º da Constituição da República
Portuguesa.

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REFLEXÃO SOBRE A SITUAÇÃO REFERIDA

Esta situação aconteceu devido à imposição feita por Iván Duque,


presidente da Colômbia, de uma reforma tributária o que levou as pessoas a
sair à rua para mostrarem que não concordam. Jornalistas colombianos referem
que o presidente tentou andar um passo a trás, mas mesmo assim a população
saiu à rua pela reforma tributária e saiu também por causa de outros aspetos
negativos que acontecem no país, digamos que foi uma manifestação com
vários princípios, mas o primeiro foi a “famosa” reforma tributária.

A reforma tributária que foi imposta na Colômbia pretende aumentar a


quantidade de impostos para a população. Podemos imaginar que a Colômbia
esta a passar por uma das piores crises da sua história. A taxa de desemprego já
chegou aos 20% e as pessoas que estão em situação de pobreza é quase metade
da população colombiana. Mesmo assim o governo achou pertinente realizar
uma reforma tributária para cobrar ainda mais impostos como referi
anteriormente o presidente realizou esta reforma para aumentar os impostos
para depois investir em certos setores. Deixou-me bastante abalada pelo facto
de as forças policiais e militares usarem o poder que têm para fazer mal aos
cidadãos sendo o dever deles fazer o oposto, ou seja, deviam manter a paz e a
segurança. Nas manifestações os policias normalmente é para puderem
controlar a situação e não deixar que a situação piore.

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CONCLUSÃO
Terminando assim a viagem, o acesso ao direito e à justiça é hoje a
pedra de toque para o reconhecimento de um regime democrático e, em
simultâneo, a garantia essencial da realização efetiva do Estado de Direito.

Este caso na Colômbia deveria ser um abre olhos pelo facto de como o
presidente Iván Duque ser o comandante-chefe de segurança ele poderia ter
dado um “final” a estas trágicas situações, mas talvez fosse do contentamento
dele, já que os manifestantes se expunham contra a reforma tributária. E estes
manifestantes acusam o presidente de tentar sabotar as famílias de rendimento
baixo e médio em plena pandemia.

Obrigada, professora, pelo seu tempo na leitura deste trabalho, tenha


um bom fim de semana.

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NETGRAFIA

Amnistia Internacional Portugal - Pelos Direitos Humanos


Noticias de Colombia - El País (elpais.com.co)
Google Imagens

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