Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Setembro de 1998
(Reimpressão: Julho de 2001)
Uma sólida filosofia contribui muito mais para um bom projecto do que qualquer livro sobre
padrões. Este livro é dedicado ao desenvolvimento, promoção e manutenção desta filosofia
de projecto.
i
1 -1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Antecedentes
A concepção de novas vias ou melhorias nas vias actuais deve ser feita com base
em volumes de tráfego projectados. Um periodo de vida útil de 20 anos é muitas
vezes assumido para as estradas inter-urbanas. Este período pode ser alterado,
sujeito ao planeamento da autoridade em causa, bem como a avaliação das
consequências económicas de partida. Por exemplo, uma estrada de baixo custo
com baixos volumes de tráfego pode justificar um periodo de vida útil mais curto,
resultante das poupanças provenientes do menor número de repetições de carga por
eixo num período mais curto. Uma estrada em terreno muito montanhoso pode exigir
período de vida util mais longo para se conseguir um retorno razoável sobre o custo
inicial de construção.
Sempre que seja necessário variar a velocidade ao longo de um troço de estrada por
causa de limitação ou outras características topográficas, os cuidados devem ser
tomadas para assegurar a transição da velocidade maior para a menor. Quando
velocidade prevista no desenho seja superior a 90 km/h, a variação entre as
velocidades sucessivas deve ser limitada a 10 km /h, e, abaixo de 80 km/h, a
variação deve ser limitada a 20 km /h. Sempre que for necessário alterar a
velocidade, a nova velocidade deverá aplicar-se a um troço longo da estrada o
motivo da mudança deve ser óbvio para o condutor. Um caso particular é uma
estrada que sai de um terreno relativamente nivelado e começa a percorrer o terreno
acidentado e ou montanhoso.
A necessidade de uma secção transversal com várias faixas sugere que os volumes
de tráfego sejam elevados. Para minimizar os custos do utente, uma velocidade de
120 km/h deve ser usado se a topografia o permitir. Estradas nacionais, mesmo que
sejam de duas faixas e dois sentidos, devem também ser concebidas para esta
velocidade, se possível. Os terrenos acidentados podem, no entanto, exigirem uma
redução para 100 km/h e, no caso de terreno montanhoso, pode até ser necessário
reduzir a velocidade para 80 km/h.
O nível de serviço ”A” representa um fluxo livre em que os utentes não são
praticamente afectados pela presença de outras pessoas no fluxo do tráfego. Dos
níveis de serviço “B” a “D” são descritos como representando fluxo estável, mas com
um aumento da influência de outros utentes da estrada sobre a sua liberdade de
manobra. Como afirmado anteriormente, o nivel de servico ”E” é considerado como
sendo representativa da capacidade de representar as condições tomadas no caso
de estradas bidireccionais que ocorram numa região de 2800 veículos ligeiros por
hora, em ambos os sentidos (ou seja, 1400 em cada sentido).
Tabela 1.1 Capacidade das estradas bidireccionais com duas vias (Nivel do Terreno)
50:50 2800
60:40 2630
70:30 2490
80:20 2320
90:10 2100
100:0 1990
*Veículos de passageiros por hora, em ambos os sentidos
A B C D E
Terreno Plano
Terreno ondulado
A distinção é também feita entre auto-estradas, vias rápidas e estradas não divididas
devido aos diferentes níveis de controlo de acesso sobre eles. A rede rodoviária rural
abordada neste documento é considerada como o Sistema Arterial Principal.
Tabela 1.3 Estimativa Média Máxima de Trafego Diário para Niveis de Serviço
Seleccionados e Factor K para Terrenos Planos, Ondulado e Montanhosos para Auto-
Estradas de 4 Faixas de Rodagem
A B C D E
Terreno Plano
Terreno Ondulado
Terreno Montanhoso
Desde que os padrões de uso da terra não mudem, o crescimento anual de tráfego
nas rotas de menor movimento, em termos de números de veículo, é susceptível de
ser reduzido. Nas rotas de longa distancia, o crescimento urbano irá influenciar o
crescimento do tráfego nas ligações entre áreas urbanas, causando o aumento da
taxa de crescimento nestas rotas. A selecção de um adequado factor de crescimento
baseia- se na posição que a estrada ocupa na hierarquia. Além disso, a flutuação
sazonal, semanal, diária ou horária nos volumes de tráfego numa determinada rota
varia de acordo com a função da rota. A classificação funcional da rede rodoviária é,
por isso, útil como um guia na seleção de parâmetros de concepção.
2. CRITERIO BÁSICO
2.1. Introdução
A derivação dos valores recomendados é dada para que o projectista que lide com
algum outro veículo ou circunstância esteja em condições de calcular os valores
apropriados.
2.2. Veiculo
2.2.1 Dimensões
As dimensões fornecidas abaixo foram determinadas em relação ao parque
automóvel Sul-Africano. Acredita-se que estas dimensões são representativas dos
veículos geralmente encontrados nos Países Membros da SADC. Sempre que as
dimensões não estiverem disponíveis, as dimensões do veículo crítico americano
foram tomadas em consideração. Dois veículos são recomendados para uso na
concepção das estradas rurais. O automóvel ligeiro de passageiros deverá ser
utilizado para efeitos de padrões de velocidade e camião monobloco (veiculo pesado
com um eixo) para efeitos manobrabilidade, geralmente nas intersecções.
As dimensões adoptadas para os vários veículos críticos são apresentadas na Tabela 2.1.
um eixo + reboque
(SU+T)
Os valores indicados na tabela acima constituem 95 por cento dos valores. Devido à
sua aplicação na determinação do sinal de passagem, os restantes 5 por cento
correspondem à altura seleccionada. A altura dos veículos de passageiros é,
portanto, assumida como sendo 1,3 m. A altura de 2,6 m é adoptada para todos os
outros veículos.
2.2.2 Modelos
A utilização de modelos é recomendada para estabelecer a configuração de
cruzamentos e aberturas dos ilheus centrais (separadores). Depois de se
estabelecerem os traineis (rampas) da estrada, recomenda-se que os mesmos
devem, para maior facilidade de construção, ser aproximadas por curvas simples ou
compostas.
As Figuras 2.1 e 2.2 nos dão as dimensões para a construção de modelos para
veículos de chassis rígido e veículos articulados, respectivamente.
Para efeitos de construção desses modelos, assume-se que a roda dianteira exterior
segue uma trajectória recta ou circular, ou seja, não há espaço para uma transição.
A roda interior traseira segue uma trajectória parabólica a partir de um ponto 1 de
comprimento da roda base antes do início da curva circular até um ponto 2 de
comprimento da roda base situado para além dela, a partir do qual a trajectória é
também uma verdadeira curva circular. Esta curva circular termina o comprimento 1
de roda base antes do final da curva circular descrita pela roda dianteira exterior,
com a largura da faixa retornando ao seu valor original no ponto 2 de comprimento
da roda base para além do final da curva circular.
2.3. O Condutor
Velocidade(km/h) Coeficientes
40 0.37
60 0.32
80 0.30
100 0.29
120 0.28
os perigos na estrada e que tenha tempo suficiente para iniciar qualquer acção
evasiva necessária de forma segura. Em estradas bidireccionais de duas faixas é
também necessário que ele ou ela seja capaz de entrar na faixa oposta em
segurança durante a ultrapassagem. No desenho da intersecção, a aplicação da
distância de visibilidade é ligeiramente diferente em relação à sua aplicação no
desenho de estradas abertas, mas a segurança é sempre o principal aspecto a
considerar.
S = 0,694V + V2/(254*f)
v = velocidade (km/h)
40 50
50 65
60 80
70 95
80 115
90 135
100 155
110 180
120 210
130 230
140 255
A distância de visibilidade de paragem também pode ser afectada por uma obstrução
visual (tais como um cut slope) próximo a uma faixa no interior de uma curva
horizontal, como se mostra na figura 2.5.·
40 110
60 170
80 240
100 320
120 430
40 290 -
60 410 226
80 540 312
100 670 395
120 800 471
No primeiro caso, partimos dos pressupostos de que o veículo que pretende fazer a
curva vai acelerar até a velocidade de funcionamento da via principal e que o veículo
que se aproxima na via principal vai desacelerar até a velocidade de funcionamento
deixando um espaçamento de dois segundos de avanço entre eles no final da
manobra. Segundo a AASHTO, a distância de intersecção exigida é de cerca de 1,0
m inferior ao exigido para a curva à direita, dadas os pressupostos assumidos no
primeiro caso.
No último caso mencionado, a distância que o veículo com que se cruza deve
percorrer é a soma da distância da linha de paragem até berma da via, a largura da
estrada a ser atravessada, bem como o cumprimento do veículo em questão. Esta
manobra deve ser realizada no tempo em que o veículo que se aproxima levará até
chegar ao cruzamento, assumindo que o veículo se aproxima a circular com uma
velocidade de funcionamento da estrada. Por razões de segurança, o tempo
disponível deverá incluir também a previsibilidade para o tempo que motorista levará
para determinar se é seguro atravessar, colocar a mudança necessária e pôr o
veículo em movimento, para o qual um período de cerca de dois segundos é
normalmente usado.
3. ALINHAMENTO HORIZONTAL
3.1 Introdução
3.2 Trainel
velocidade de 80 km/h sugerem que as traineis não devem ser superiores a cerca de
1,6 km.
Sempre que grandes volumes de tráfego nocturno sejam esperados, pode ser
necessário considerar comprimentos de traineis mais curtos do que os 12 km acima
propostos. Em casos extremos, pode até ser necessário ter em consideração a
inclusão de um separador na secção transversal e plantação de arbustos, ou
providenciar qualquer outro meio para reduzir o encandeamento. Porque a luz de
faróis se reflectem num ângulo muito plano, uma vedação convencional é
extraordinariamente eficaz para a redução dos reflexos.
Enquanto as outras restrições sobre o alinhamento horizontal e vertical são tais que
há relativamente pouco que projectista possa fazer para eliminar o problema do
encandeamento, recomenda-se que projecto deve ser avaliado, os potenciais
problemas identificados, e se faça uma tentativa de minimizar o problema, variando
quer a orientação e/ou inclinação da estrada, sempre que necessário e sempre que
possível.
3.3 Curvatura
50 90 85 80
60 140 125 110
70 190 175 160
80 250 230 210
90 330 300 270
100 420 380 350
110 530 475 430
120 650 580 530
A principal complicação que se pode sentir numa curva longa, porém, é o seu
possível efeito sobre as oportunidades de ultrapassagem. Convém notar que, numa
estrada de duas faixas, o principal entrave à ultrapassagem é, de facto, a distância
de visibilidade. Numa curva à esquerda, a manobra de ultrapassagem teria, assim,
que iniciar a uma distância considerável detrás do veículo que segue em frente. Além
disso, a distância a ser percorrida durante a manobra de ultrapassagem numa curva
do lado esquerdo (faixa exterior) é maior do que do lado direito (faixa interior), além
da necessidade de iniciar mais cedo a manobra de ultrapassagem. Do lado direito de
uma curva, a distância de visibilidade é um problema menor do que num alinhamento
recto. Para além de ter a estrada à vista sem ter que sair de trás do veículo que
segue em frente, a presença de sobrelevação favorece um aumento da distância de
visibilidade disponível.
O processo de localização de uma estrada como uma série de traineis tende a fazer
com que as curvas estejam relativamente longe umas das outras, de modo que cada
curva seja uma questão independente. À medida que topografia se torna mais
acidentada, o intervalo entre as curvas encurta-se, até que se alcança o estágio em
que as curvas sucessivas já não podem ser tratadas isoladamente. Três casos
devem ser considerados. Estes são as seguintes:
Curva seguida por uma curva na direcção oposta (curva inversa ou curva e
contra-curva);
Curva seguida por uma curva na mesma direcção (curva interrompida);
Curva composta que, tal e como a curva “curva interrompida”, é constituída
por sucessivas curvas na mesma direcção, mas não tem um intervalo
tangente.
também tem a vantagem de que o trainel de ligação pode ser executado de menor
dimensão do que o ditada pela inclusão de uma secção curva.
Qualquer veículo segue uma trajectória de transição, uma vez que entra ou sai de
uma curva circular horizontal. Na maioria dos casos, essa trajectória está contida
dentro dos limites normais da largura da faixa. Com combinações de altas
velocidades e raios acentuados, as transições longas daí resultantes, no entanto,
interferirão numa faixa adjacente. Verificou-se igualmente que os motoristas por
vezes entram na curva antes de iniciarem a sua mudança de direcção. Em
consequência, trajectória circular seguida, em última instância, tem um raio menor do
que o previsto, para além do facto de o veículo na faixa interior da curva ter um raio
menor do que aquele que circula sobre o eixo da estrada. Se este último raio já
estiver equiparado a um mínimo, as consequências poderão ser desagradáveis. A
principal vantagem, portanto, de uma curva de transição é que ela dá ao condutor
uma trajectória natural fácil de seguir e, ao mesmo tempo, proporciona um
mecanismo adequado para sobrelevação da estrada também é reforçada pela
utilização de espirais, pois isto evita quebras perceptíveis no início de curvas
circulares, pausas estas feitas mais frequentemente pronunciada pela sobrelevação.
As curvas de transição são recomendadas para utilização onde curva circular tenha
uma sobrelevação de 60 por cento ou mais do máximo. A forma recomendada é a
colocação de Clotóide, e a duração da transição é igual à duração necessária para o
desenvolvimento da sobrelevação a partir do ponto onde uma inclinação transversal
seja igual à inclinação transversal normal alcançada no sentido inverso (RC).
A equação da Clotóide é:
L = 0.0702V3 / (R. C)
C pode variar de 1,0 m/s3 a 3,0 m/s3, onde o menor valor representa o comprimento
máximo da curva de transição e o maior valor o comprimento mínimo. A gama de
comprimentos de curvas de transição é ilustrada na Figura 3.3.
3.6 Sobrelevação
Um veículo que percorre uma trajectória circular é forçado para o exterior pela força
centrífuga. Esta força é contrabalançada pelo peso do veículo causado pela
sobrelevação (e), ou o atrito lateral (f) desenvolvido entre o pneu e o pavimento ou
uma combinação dos dois. Esta combinação é dada pela expressão:
e + f = V²/127 R
A partir da taxa máxima de sobrelevação e atrito lateral, o raio de curva mínimo para
uma determinada velocidade pode ser determinada. Raios mínimos calculado nesta
base e arredondados para efeitos de projecto são apresentadas na Tabela 3.1 para
uma taxa máxima de sobrelevação de 10 por cento e factores de atrito lateral
conforme discutido abaixo.
O factor de atrito lateral máximo admitido para fins de concepção se expressa como:
3.6.3 Desenvolvimento
Desenvolvimento da sobrelevação é o termo geralmente utilizado para designar o
comprimento da estrada necessário para realizar uma mudança na secção
transversal a nível da sua inclinação a partir de uma secção plenamente sobrelevada
para ambos os lados para uma secção com sobrelevação apenas numa inclinação
inversa em ambas as vias. É no ponto de osculação ou topo do desenvolvimento
onde se inicia o processo de ‘retirada” da sobrelevação até que a secção transversal
se apresente com inclinação transversal normal, também denominado transição. Na
actual prática de concepção, o surgimento da sobrelevação rege largamente o seu
comprimento. Uma rotação demasiado rápida dá à superfície da estrada uma
aparência empenada e quebram o bom fluxo tridimensional da beira da estrada, que
é provavelmente a mais importante característica da estrada para o condutor.
Taxa de Rotação
A taxa de rotação é medida pela relação entre a inclinação do bordo da via e o eixo de
rotação. Os factores de inclinação citados na Tabela 3.2 têm sido encontrados na prática
como resultantes em comprimentos aceitáveis da transição.
L = LER / s
Figura 3.4: Taxas de sobrelevação para raios de curvatura acima do mínimo e emax = 6 %
Figura 3.6: Taxas de sobrelevação para raios de curvatura acima do mínimo e emax = 10
%
O comprimento de transição para superfícies mais largas do que uma faixa está
sujeito às mesmas considerações aplicáveis a estradas de duas faixas de circulação
rodadas sobre sua linha central. Nesta base, o comprimento de transição para
estradas de quatro faixas seria o dobro do aplicável à estrada de duas faixas, e para
as estradas de seis faixas o comprimento seria três vezes mais longo. Muitas vezes,
porém, não é viável fornecer comprimentos com base em tais relações directas,
embora seja geralmente aceite que o comprimento da sobrelevação na transição
deve ser maior para as estradas com mais do que duas faixas. Numa base
puramente empírica, conclui-se que os comprimentos mínimos de sobrelevação para
pavimentos mais largos devem ser calculados mediante a utilização factores de faixa
indicados na Tabela 3.4.
No caso de uma estrada dividida, se o separador for menor que 4,6 m, ele é
ignorado na selecção do factor de faixa. Se o separador for maior do que 12,2 m, as
duas faixas são consideradas como entidades separadas. Para largura intermédias
do separador, quer o maior ou o menor factor de faixa podem ser seleccionados.
Sempre que uma curva circular é precedida por uma curva de transição, o total da
sobrelevação será alcançado no início da curva circular. Como afirmado
anteriormente, a duração da transição que deverão ser suficientes para conter a
sobrelevação a partir do ponto em que uma estrada atinge uma inclinação
transversal normal. O resto da sobrelevação de transição e a retirada da
sobrelevação ocorre sobre o trainel que antecede a curva de transição. Onde não
exista curva de transição a sobrelevação deve ser distribuída entre o trainel recto e a
curva, porque a plena sobrelevação no final de um trainel é tão indesejável e que o
mais recomendado é obter dois terços da sobrelevação no desenvolvimento do
trainel e um terço na curva. O percurso do veículo, mesmo se não houver uma curva
de transição, será uma espiral que começa antes do início da curva e termina alguma
distância além dela. Este compromisso, em certa medida coincide com a trajectória
real do veículo.
As larguras das estradas são, por vezes, aumentadas nas curvas para tornar as
condições operacionais nessas curvas comparáveis com os dos traineis. O
alargamento é necessário pelas seguintes razões:
O desvio das rodas traseiras do veículo pode ser calculado a partir de simples
relações geométricas. No entanto, quando a curva é sobrelevada e a velocidade com
que a curva está a ser percorrida é substancialmente inferior àquela para a qual a
sobrelevação foi concebida, o desvio pode assumir valores maiores do que aqueles
calculados. Isto é devido ao ângulo de rolamento assumido pelos pneus em relação
ao rumo do veículo, como resultado do atrito lateral desenvolvido entre os pneus e o
pavimento.
4. ALINHAMENTO VERTICAL
4.1 Introdução
4.2 Curvatura
impossível de detectar e, em qualquer caso, dentro dos níveis de precisão para que
o pavimento é tipicamente construído.
y = ax2 + bx + c
2 2
Segue-se que a taxa de mudança de classe, d y/dx , é igual a 2a. A recíproca de 2-
A, K, é, portanto, a distância necessária para efectuar uma mudança de grau de
unidade. Curvas verticais são especificadas em termos deste factor, K, e seu
comprimento horizontal calculado multiplicando K pela diferença algébrica, A, em
percentagem entre os gradientes de ambos os lados da curva, para que
L = A.K
Quando uma curva convexa termina no início de uma curva côncava, o efeito visual
criado é que a estrada de repente “termina”. No caso inverso, é criada a ilusão de
uma montanha. O efeito é eliminado pela inserção de um alinhamento horizontal
recto entre as duas curvas. Normalmente, 60 m a 100 m é suficiente para o efeito.
4.3 Inclinações
Curvas horizontais e verticais podem estar afastadas umas das outras de modo que
não exista interacção entre elas no que diz respeito à considerações sobre distância
de visão à estética geral da estrada. Muitas vezes, porém, há situações que surgem
ao atravessar um ponto alto ou baixo da rota, que é acompanhado por uma
combinação de uma curva vertical e horizontal nas proximidades de uma outra curva.
Nestas circunstâncias, o faseamento das duas curvas se torna importante. A curva
horizontal situada imediatamente para além de uma curva convexa é obviamente
perigoso exemplo de um mau faseamennto de dois alinhamentos. Um outro exemplo
envolve a subrelevação relacionados com uma curva horizontal no início da curva
vertical. A borda exterior da estrada poderia, então, criar a ilusão de uma inclinação
inalterado, enquanto o eixo está dirigo para fora e a borda interior se afasta muito
acentuadamente como resultante da curvatura vertical e de sobrelevação. A
sobrelevação desenvolve-se invariavelmente e cria a impressão de um vértice no
alinhamento das bordas da estrada e a combinação da curva horizontal e vertical
descrita faz com que tais vértices sejam particularmente graves. Não só é o resultado
final antisetético, mas também é sabido que os motoristas têm se desviado para
evitar o que parece ser um buraco na estrada.
A faixa ascendente é uma faixa auxiliar acrescentada fora das faixas contínua e têm
o efeito de reduzir os congestionamentos nas faixas através do desvio dos veículos
lentos do fluxo de tráfego. Como tal, é usada para igualar o nível de serviço sobre a
inclinação crescente até o nível prevalecente nas secções do percurso. A faixa
ascendente também é referida como uma faixa indexadora, faixa de camiões e, de
maneira confusa, até mesmo como uma faixa de passagem. A faixa de passagem é
também uma faixa auxiliar, mas normalmente é construída ao nível das secções do
percurso. Sua aplicação visa elevar o nível global do serviço e da capacidade da via.
Como um exemplo extremo, uma estrada de quatro faixas poderia ser considerada
como uma estrada com duas faixas de passagem contínua em ambos os sentidos.
Se possível, a via de aceleração não deve ser situado nas curvas. Na vista em
planta, este esquema pode ser esteticamente agradável, mas, infelizmente, o
motorista não tem o privilégio de ver a estrada a partir desta perspectiva. Nestas
circunstâncias, a primeira vez que o condutor fica ciente do estreitamento da secção
transversal é quando ele constata que o veículo ao lado está subitamente muito mais
próximo do que estava anteriormente. A Figura 4.1 ilustra o esquema recomendado
para faixas ascendentes.
Qualquer inclinação que exceda o comprimento crítico dado na Tabela 4.4 irá causar
a redução da velocidade do camião em mais de 20 km/h. O efeito da inclinação
anterior, no entanto, não deve ser ignorado. Um perfil de velocidade do camião deve
ser elaborado para cada sentido de fluxo. Só então será possível identificar as
secções da estrada em que as reduções de velocidade em 20 km/h ou mais podem
justificar a criação de faixas ascendentes. A justificação do volume de tráfego é dada
na Tabela 4.5.
4 632 486
6 468 316
8 383 257
10 324 198
Uma alternativa para estas justificações seria considerar algum tipo de análise
económica. Por exemplo, um aplicativo foi desenvolvido para relacionar o custo de
construção da faixa ascendente ao valor do tempo poupado com a sua criação. A
análise baseia-se no cálculo do atraso que iria acontecer ao longo da vida útil da
estrada, se a faixa ascendente não tivesse sido criada.
A faixa ascendente deve ter a mesma largura que a faixa de tráfego. Será visto no
próximo capítulo que as faixas de tráfego ou de circulação podem ter uma largura de
3,7 m, 3,4 m ou 3,1 m. É pouco provável que faixas ascendentes sejam criadas em
estradas onde os volumes de tráfego sejam tão baixos, onde haja uma largura de
faixa inferior a 3,1 m. As faixas ascendentes, por isso, tendem a ter 3,7 m ou 3,4 m
de largura. Mesmo que as faixas tenham 3,7 m de largura, uma faixa ascendente
com 3,4 m ou talvez até 3,1 m de largura pode ser considerada em razão da baixa
taxa de ocupação da faixa e baixas velocidades.
5.1 Introdução
5.2 Faixas
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -2
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -3
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -4
Sempre que os volumes de tráfego sejam tais que uma secção transversal multi-faixa
ou secção transversal dividida for necessária, é lógico que a largura de faixa adoptar
é de 3,7 m. Larguras de faixa menores podem, porém, ser justificadas com base em
circunstâncias anormais.
5.3 Bermas
A berma é definida como a área útil ao longo da via de tráfego. A sua largura não
pode ser utilizada para providenciar a montagem de vigas metálicas flexíveis para
protecção de guardas de segurança, drenos nas bordas ou arredondamentos da
berma. O ponto de interrupção da berma está a uma certa distância para além do
bordoda berma utilizável. Esta distância é normalmente cerca de 0,5 a 1,0 m.
Existem muitos usos possíveis para bermas, incluindo roadside vending, mas neste
documento apenas abordamos a paragem de emergência. Um veículo parado pode
ser acomodado adequadamente por uma berma de 3,0 m de largura, e não há
qualquer mérito na adopção de largura superior a esta. A berma não deve, por outro
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -5
nas auto-estradas;
na parte dianteira das guardas de segurança;
se a inclinação total, ou seja, o resultante da inclinação longitudinal e da
inclinação da sobrelevação for superior a cinco por cento;
sempre que os materiais de que são construídos as bermas sejam alvo fácil da
erosão, ou onde a disponibilidade de materiais para manutenção das bermas
sejam restrita;
sempre que os veículos pesados tendem a utilizar as bermas como uma faixa
auxiliar;
em cinturões de névoa;
sempre que for economicamente justificável;
sempre que ocorra uma significativa utilização por peões (conforme
especificado no capítulo 11).
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -6
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -7
5.5 Margens
A margem deve estar livre de todos os perigos. Além disso, deverá também ser
mantido livre de vegetação no interior das curvas horizontais, onde isso poderia
causar uma obstrução à distância de visão.
5.6 Taludes
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -8
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 -9
A altura das passagens depende do facto de ser este o único acesso para a farma a
partir da estrada pública, caso em que uma altura de 5,1 m é exigida. Se não for o
único acesso, a altura pode ser reduzida para 4,0 m. Em ambos os casos, uma
largura de 4,0 m é geralmente suficiente.
Idealmente, a área de 9,0 m do bordo da via de tráfego deve ser mantido livre de
obstruções, tanto quanto possível. No entanto, os itens auxiliares da estrada, tais
como a sinalização perderiam muito o seu valor se situadas a esta distância. Será,
portanto, necessário permitir frequentes invasões deste espaço livre.
Os mastros dos sinais não devem estar localizados dentro de 0,5 m da berma,
permitindo assim a existência de um metro livre entre a extremidade da berma
utilizável e o bordo interior do mastro do sinal. Postos de iluminação devem ser
situados da mesma maneira acima indicada. Onde a via esteja delimitada por uma
berma, a face desta não deve distar a menos de 0,3 m da borda da via percorrida e à
distância lateral de 0,5 m recomendada para mastros dos sinais e postes de
iluminação e é medido a partir da face da berma.
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
5 - 10
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Elementos de Secções Transversais
Rurais (Inter-urbanas)
6 -1
6. DRENAGEM
6.1 Introdução
Tendo em conta que os dispositivos de drenagem, tais como drenos laterais, podem
estar muito perto da via percorrida pelos veículos, o projectista tem a
responsabilidade de assegurar que a drenagem eficaz seja alcançada sem que o
sistema de drenagem crie um risco maior do que a chuva que pretende escoar.
Finalmente, ele também tem a responsabilidade de garantir que a descarga de água
da reserva da estrada não crie um perigo ou um incómodo fora dos limites da
reserva.
Os lados do dreno não devem ser tão íngremes ao ponto de ser perigosos para os
utentes das estradas, sendo recomendada a inclinação máxima de 1:4. Idealmente,
ambos os lados do dreno devem ser concebidos com base neste declive ou em
declives mais planos. Quando a oferta de espaço para o dreno é restrita, o declive
próximo à estrada deverá permanecer em 1:4, e do o do lado exterior deverá ser
mais íngreme. Isto tem o efeito de posicionar os drenos, tanto quanto possível,
distante da trajectória dos veículos. Um exemplo disto é um dreno lateral num corte,
onde o declive do lado exterior dreno forma uma extensão do corte da face. Estes
declives, em combinação com os fluxos inversos, dão o perfil trapezoidal de um
dreno não pavimentado.
Edge ralos devem preferencialmente ser levantadas e não deprimidas no perfil. Uma
depressão dreno localizado quase no âmbito de um guardrail iria aumentar a
possibilidade de que um veículo pode roda sob a protuberância guardrail.
Mesmo que o corte incida sobre material que não é susceptível de assoreamento, o
catchwater drain serve para reduzir o volume de água que de outro modo seria
removida pelo dreno lateral localizado na parte inferior da escavação.
Os catchwater drain são raramente, ou nunca, revestidos. Eles são construídos com
o solo superficial não perturbadas da área, tal e como as inverts, e pode ser
facilmente relvados como uma protecção contra o assoreamento. Açudes
transversais também podem ser construídos de modo a reduzir a velocidade de
fluxo, uma vez que as restrições mencionadas no ponto 6.2 não se aplicam aos
catchwater drains. O cut face e o perfil do dreno reduzem a probabilidade de um
veículo entrar no dreno, mas, se tal acontecer, a velocidade do veículo
provavelmente será baixa.
6.5.2 Condutas
As condutas são destinadas ao escoamento de uma concentração de água por um
declive, que, sem essa protecção, estaria sujeita ao assoreamento. Elas podem
variar de tamanho, a partir de grandes estruturas até a meias-estruturas de produto
pre-selecionado de betão, mas todos eles são canais abertos. As velocidades de
fluxo são elevadas, pelo que são necessários stillness basins se pretende evita
7. BARREIRAS DE SEGURANÇA
7.1 Introdução
7.2.1 Fundamentação
Se a segurança rodoviária deve ser promovida, então não existe um verdadeiro
substituto para declives planos e bermas livres. Guardas de segurança são um
compromisso entre as exigências opostas dos custos de construção e da segurança
e que são, eles próprios, um perigo.
Para poderem ser usados, os guardas de segurança deverão ter um risco menor do
aquele que devem substituir. Em estradas existentes uma importante justificação
para instalação de guardas de segurança é um historial de acidentes adverso. No
caso das propostas de estradas, é necessário analisar se é provável que o resultado
de um acidente seja mais grave com guardas de segurança ou sem eles.
Veículos erráticos raramente circulam mais de 9,0 m para além da borda da via e
não deve haver obstáculos perigosos nesta área. Se uma obstrução não poder ser
removida, pode ser justificado o uso de guardrail, em função da extensão do perigo
apresentado pela obstrução. Esses obstáculos incluem águas permanentes com
mais de 1,0 m de profundidade, e descidas superiores a 1,0 m. Entradas e saídas de
Aquedutos, ainda que superiores a 1,0 m, não tem necessariamente de ser
considerados como drop-offs, já que a zona-alvo é menor do que o apresentado pelo
comprimento de guardrail necessário para uma protecção eficaz.
Protecção contra a face de uma rocha próxima da borda da via pode ser melhor
providenciada por uma barreira rígida.
Algumas autoridades estão inclinadas a considerar raios de curvatura pequenos
como uma justificação para a instalação de guardrails, independentemente da altura
do enchimento do lado exterior da curva. No entanto, é recomendado, quando a
altura do enchimento não cumpra com a justificação SI para um guardrail, que se
torne plano o declive do enchimento exterior, em vez de instalar um guardrail.
Geralmente, antes de aceitar-se que seja justificado o uso de guardrail, deve ser feita
uma tentativa de remover a obstrução, que justifiquem o guardrail, ou deve ser
investigada a possibilidade de utilizar um declive suficientemente plano para evitar a
necessidade de um guardrail.
O guardrail deverá ser montado com o seu rosto cerca de 300 mm além borda da
utilizável da berma, para garantir que a largura total da berma seja, de facto,
utilizável. Quando um guardrail é montado na frente de um objecto rígido, como
numa ponte cais, este deverá estar suficientemente distante (± 1,0 m) para permitir a
ocorrência da deformação.
7.2.3 O Tratamento
Os leading e trailing da instalação de um guardrail são suas características mais
perigosas, sendo mais perigosa a primeira relativamente a segunda.
7.3.1 Fundamentação
As barreiras das separadoras centrais não são normalmente utilizadas em estradas
com limites de velocidade inferior a 80 km / h.
Se o separador central cai fora, tais como quando a dupla faixa se cruza sobre outra
estrada ou um rio, em duas estruturas separadas, a instalação de guardrails em
ambos os extremos da abertura. A alternativa preferida, em termos de segurança
rodoviária, é criar um convés na abertura, embora, dependendo da largura do
separador central e do comprimento das estruturas, esta não é, na maioria dos
casos, a opção economicamente viável.
Guardrails montados no modo trás para trás, conforme mostrado como Tipo M1, são
usados como barreiras de separador central se a largura do separador for entre 5,0 e
9,2 m.
7.3.3 O Tratamento
O tratamento pode ser nariz-de-touro ou por enterro. Se o separador de barreira for
necessária como defesa contra um obstáculo do separador, esta deve ser larga o
suficiente para permitir a flexibilidade embora o grau de flexibilidade seja
provavelmente menor do que o normalmente utilizado da berma exterior. Se a
barreira se justificar pela largura do separador, esta seria normalmente construída
sobre eixo do separador, o que exclui a possibilidade de flexibilidade. O tratamento
8. INTERSECÇÕES
8.1 Introdução
Uma intersecção é uma parte importante de uma rede rodoviária, porque a segurança,
rapidez e custo de operação dos veículos na rede são fortemente influenciados pela
efectividade de suas intersecções.
A Figura 2.4 mostra o aumento dos requisitos da distância de paragem com aumento de
declive da inclinação negativa. A distância de travagem necessária sobre uma descida e de
seis por cento e de aproximadamente 40 por cento mais longo do que o exigido numa
estrada. Os motoristas aparentemente têm dificuldade em avaliar a distância necessária para
parar nas inclinações, e é sugerido, como uma medida de segurança, que as intersecções
não devem ser localizadas em inclinações mais acentuada do que três por cento. Se não for
possível alinhar todas as vias de uma intersecção a uma inclinação de três por cento ou
menos, através da estrada poderia ter-se um declive íngreme porque veículos no cruzamento
terão de parar ou ceder, os demais veículos só teriam de fazê-lo ocasionalmente. No caso
dos acessos privados, inclinações íngremes podem ser considerados.
Tractores com reboques agrícolas ou outros equipamentos têm dificuldade em parar e seguir,
em declives íngremes. É, por isso que costuma-se estender o declive das bermas das
estradas principais ao longo de uma estrada com uma distância suficiente para permitir que
um tractor/reboque possa parar fora das bermas das estradas principais e seguir com relativa
facilidade.
Uma distância de cerca de 8,0 m é normalmente usada para este efeito. Depois disso, uma
inclinação de seis por cento ou mais pode ser usados para levar o acesso à estrada ao nível
do solo.
Uma das consequências de uma colisão entre dois veículos em uma intersecção é que um
ou ambos podem deixar a estrada. Por isso, é aconselhável evitar a localizar os cruzamentos
em enchimentos elevados. A obstrução da distância de visão por parapeitos de pontes
também deve ser considerada quando a localização de um cruzamento está sendo
determinada. No caso da passagem de terminal de uma rodoviário de uma intersecção
estreita, ambos os problemas podem surgir, ou seja, o rampa cruzamento pode estar tanto nu
enchimento elevado e estar adjacente a uma estrutura, de modo que estes cruzamentos
inspirem algum cuidado da sinalização.
A localização de um cruzamento pode ser modificada pelo ângulo oblíquo entre a intercessão
das rodovias, ou seja, a mudança de direcção a ser negociada por um veículo que vire à
esquerda à saída da estrada principal. De preferência, as estradas devem cruzar-se em
ângulos rectos, ou quase isso, perpendicularmente. Ângulos enviesados entre 60 e 120°
representando a direcção da viagem na estrada, produzem apenas uma pequena redução na
visibilidade para os condutores de veículos de passageiros, que muitas vezes não justifica o
realinhamento da estrada secundária. Devem ser evitadas ângulos enviesado entre 60° e 75°
porque o motorista de caminhão que deseje entrar na estrada principal numa intersecção com
um ângulo enviesado entre estes valores encontraria a vista à sua esquerda obscurecida pelo
seu veículo. Portanto, se o ângulo enviesado da intersecção estiver fora do intervalo entre
75° 120 °, a estrada secundária deverá ser relocalizadas. A Figura 8.1 ilustra os ângulos de
enviesados aceitáveis.
A faixa de mudança de velocidade é uma faixa auxiliar, incluindo áreas cónicas, destinadas à
aceleração e desaceleração dos veículos que entram ou saem delas através de corredores.
Estas faixas são utilizadas porque alterações indevidas de velocidade perturbam o fluxo de
tráfego e são muitas vezes perigosas. A fim de evitar ou minimizar esses aspectos
indesejáveis nas intersecções, as faixas de mudança velocidade são normalmente criadas
em estradas com características de auto-estrada e são também frequentemente utilizados em
outras estradas principais.
faixa à velocidade operacional e irá negociar a taper a uma velocidade inalterada, ou seja,
diferencial de velocidade zero, e irá desacelerar na parte paralela à faixa.
Os comprimentos das faixas de aceleração são baseados em aceleração, a uma taxa de 1,5
m / s ² à velocidade operacional da estrada principal com a manobra fusão a ocorrer à
velocidade operacional. A aceleração também tem lugar sobre o taper, que é, portanto,
incluído no comprimento total da faixa de aceleração.
Quando o nível de serviço é elevado, ou seja, onde há baixo volume de tráfego, o efeito
restritivo de um veículo que vire à direita sobre o tráfego pode ser ligeiro, mas a presença de
um veículo estacionário num tráfego de alta velocidade constitui um perigo que pode ser
evitado.
As faixas para viragem à direita são, portanto, normalmente criadas nas principais
intersecções rurais para permitir a desaceleração e viragem a partir da estrada principal para
a secundária. Essas faixas podem, assim, ser concebidas de acordo com as sugestões
contidas no ponto 8.4.1.
Dois possíveis tratamentos das faixas de viragem à direita podem ser consideradas, as quais
incluem a criação de uma faixa adicional. Sempre que volumes de tráfego sejam altos e as
velocidades consequentemente baixas, o risco de um acidente grave é ligeiro e a faixa a
partir da qual a viragem à direita é feita por sua vez pode ser designada tanto para viragem
como para tráfego que segue em frente. Na ausência de tráfego de viragem, o fluxo de
tráfego normal sairá beneficiado. Quando são altas as velocidades, é aconselhável
disponibilizar aos veículos que farão a viragem, protecção através de uma faixa exclusiva. A
utilização obrigatória da faixa exterior (da esquerda) pelo tráfego normal pode ser indicada
por setas obrigatórias, eventualmente reforçada por uma ilha pintada.
e quando mais de 10 por cento do tráfego é constituído por camiões, a previsão deve ser
para, pelo menos, um automóvel e um camião. O tempo de dois minutos de espera é
arbitrário, e outros períodos de espera podem ser utilizados, dependendo, em grande medida,
das oportunidades para completar a curva à direita. Isto, por sua vez, depende do volume de
tráfego oposto.
Nas intersecções de nível com largas áreas pavimentadas, tais como aquelas com largos
raios de cantos bem como as situadas em cruzamentos em ângulo oblíquo, permitem
movimentos perigosos e descontrolados de veículos, exigem longas passadeiras e possuem
áreas de pavimento inutilizadas. Mesmo num simples cruzamento, pode haver grandes áreas
em que alguns veículos se movimentem entre trajectórias naturais e esperadas. Nestas
circunstâncias é usual o recurso a canalização da intersecção com a introdução das ilhas,
tendo em conta sempre que as ilhas também constituem perigo e que devem ser menos
perigosas do que aquelas que as mesmas substituem.
8.5.1. Ilhas
As Ilhas são incluídas no projecto de intersecções para uma ou mais das seguintes
finalidades:
Separação de conflitos.
Controle de ângulo de conflito.
Redução de área excessiva de pavimento.
Regulamento de tráfego e de indicação de utilização adequada de intersecção.
Arranjos para favorecer um movimento de viragem predominante.
Protecção dos peões.
Protecção e conservação de veículos que vão virar.
Localização dos dispositivos de controlo do tráfego.
Intersecções com vias múltiplas para viragem podem requerer três ou mais ilhas para
canalizar os diversos movimentos. Existe uma limitação prática sobre o uso de várias ilhas.
Elas podem causar confusão levando à entrada inadvertida de tráfego oposto numa via de
sentido único. Algumas ilhas grandes são preferíveis a um maior número de ilhas menores.
2
Sugere-se que uma ilha, para ser facilmente visível, deve ter uma área mínima de 5,0 m .
Para aumentar a visibilidade das ilhas providas de bermas, o nariz, no final da aproximação
de uma ilha deverá ter um raio mínimo de 0,6 m, enquanto, para os outros cantos de uma
ilha, um raio mínimo de 0,3 m é suficiente.
Caso 1: Uma via de sentido único com nenhuma disposição para a passagem de
veículos parados.
Caso 2: Uma via de sentido único com disposição para a passagem de veículos
parados.
Caso 3: Duas vias de sentido único.
Onde existam faixas de mudança da velocidade, a sobrelevação de seis por cento pode ser
desenvolvida dentro da própria faixa, sendo o eixo de rotação da borda da faixa utilizando
factores de declive relativos indicados na Tabela 3.2.
A configuração geral das aberturas dos separadores nas intersecções é normalmente ditada
pelos modelos das rodas dos camiões. No entanto, as aberturas nos separadores não deve
ser inferior a:
Existem três formas possíveis de extremos de separadores que podem ser consideradas.
Estas são ilustradas na Figura 8.5.
O mais simples é um semicírculo que é adequado para separadores de até 3,0 m de largura.
Para separadores com largura superior a 3,0 m, prefere-se o tratamento curva composta para
o extremo do separador. A curva composta é formada por duas porções de curvas com raios
Código de Boas Práticas Para Projecto Geométrico de Estradas Intersecções
Rurais (Inter-urbanas)
8 - 15
de transição e um pequeno raio adoptado por inferência, por exemplo, 0,6 m. A curva
composta segue de perto a trajectória da roda interior traseira do veículo considerado como
um modelo para efeitos de concepção e resulta em menos pavimento na intersecção e um
comprimento mais curto da abertura do que a extremidade semicircular. Para separadores
mais largos, uma extremidade curva composta exige comprimentos de abertura mais curtos.
Acima de uma largura de 5,0 m, os comprimentos mínimos a serem providenciados para o
tráfego que se intersecta, conforme listado acima, torna-se num dos factores de controlo.
Nesta fase, a extremidade curva composta deve ser substituída por uma extremidade curva
composta achatada, devendo a extremidade achatada ser paralela à linha central da estrada
de intersecção.
Nas secções anteriores deste Capítulo, as componentes individuais das intersecções foram
discutidas em detalhe. As várias combinações possíveis destas componentes podem ser
usadas para criar intersecções que vão desde simples ligação a esquemas complexos que
incluem canalização, alargamentos, ilhas de separações e vias de viragem com os seus
estreitamentos associados, activos ou passivos. Por isso, é útil considerar algumas
configurações típicas e sua aplicação.
As vias de ligação têm curvas simples com raios os quais se ligam aos bordos com a via a
intersectar. O raio é seleccionado dependendo da escolha do veículo considerado como
modelo para efeitos de concepção, mas normalmente teria um valor na ordem de 12 m para
15 m. Essas intersecções seriam aplicadas no caso de fluxos de tráfego baixos quer nas
intersecções como nas estradas propriamente ditas. Exemplos disso incluem acessos
privados, por exemplo, às quintas.
Com volumes de tráfego pouco mais elevados na estrada secundária, pode ser desejável
inserir uma ilha central na estrada secundária. Esta ilha é essencialmente destinada a
fornecer um alerta para a necessidade de parar ou ceder passagem e, para tal, deve ser
moldada para estender-se à toda a largura da faixa de aproximação. Os extremos da faixa
são geralmente sob a forma de curvas com 3 centros com os raios na proporção de 2:1:4
com o raio central na ordem dos 12 m. Essa configuração é uma aproximação razoável da
trajectória de um veículo perfazendo uma viragem de 90°. Como tal, não só se fornece uma
orientação para o condutor do veículo, mas também se reduz a extensão da área
pavimentada.
Quando os volumes de tráfego são bastante elevados nas estradas principais, com uma boa
percentagem desse tráfego tendendo fazer a curva na intersecção, será necessário prever
uma faixa de viragem à direita. Assim, ilhas deverão ser colocadas nas estradas principais
para criar uma faixa protegida de viragem à direita, que por sua vez, permitiria que outros
veículos passassem à esquerda do dos veículos que façam a curva.
Uma outra característica é mostrada na Figura 8.3, sendo as ilhas triangulares canalizadas as
que criam vias de viragem em vez de faixas de viragem. Estas ilhas são criadas onde os
volumes de tráfego de veículos que virem à esquerda de e para a estrada secundária são
elevados. Elas também são úteis nos casos em que a intersecção seja desviada. Não só
reduzem a área pavimentada, mas também fornecem orientações úteis para os veículos que
pretendam fazer uma viragem a esquerda. Além disso, as faixas de aceleração e
desaceleração associadas ajudam estas manobras bem afastadas das vias de circulação.
Um aspecto de concepção de intersecções, ilustrada na Figura 8.3, é que não é necessário
que a configuração seja replicada em torno do eixo da estrada. Esta disposição seria
aplicável à situação de pesados movimentos de e para uma das estradas secundárias com
tráfego relativamente menos intenso sobre o menor troço oposto.
9 CRUZAMENTOS
9.1 Introdução
Embora certas combinações de tipos de rampa se repitam tantas vezes que até já adquiriram
nomes, cada cruzamento representa uma combinação única de movimentos rectos e de
viragem. Um cruzamento mais eficaz será, portanto, resultado da análise de cada um dos
movimentos e dos volumes de tráfego associados, ao invés do resultado de uma selecção de
um tipo de configuração, onde se force as várias rampas para que possam caber nela. A
discussão sobre os diversos tipos de cruzamentos e sua aplicação formam a maior parte do
presente capítulo; diferentes rampas e sua aplicação são também abordadas. O detalhe dos
elementos do projecto geométrico é tratado no Capítulo 10.
Mesmo se o pleno controlo de acesso não for aplicada, o fluxo de tráfego, expresso em
termos de um nível de serviço, pode ainda ser reforçado por um cruzamento. Quando duas
vias rápidas se intersectam, podem ser encontrados volumes de tráfego que são demasiado
elevados para ser acomodados num cruzamento com inclinação, independentemente do nível
de sofisticação criado para movimentos de viragem por meio de canalização, sinalização e
faixas auxiliares em jeito de corredores de tráfego. Geralmente, se uma intersecção é
passível de se tornar num foco de congestionamento, e todas as possibilidades para melhorar
a sua capacidade tiverem sido esgotadas, se justifica um cruzamento. No planeamento de
uma nova estrada, sob circunstâncias em que haja espaços reduzidos para intersecções em
que se espera que haja tráfego intenso, pode ser necessário considerar a criação de
cruzamento em pontos onde o nível de serviço projectado não pode ser alcançado através de
intersecções.
Uma outra justificação para os cruzamentos é a sua contribuição potencial para a segurança
do utente. Uma intersecção pode ser perigosa por uma variedade de razões, por exemplo,
inclinações acentuadas em um ou mais troços da intersecção ou um movimento de viragem
muito acentuado onde os condutores podem sentir-se obrigados a aceitar lacunas muito
pequenas.
No terreno ondulado o local disponível mais adequado para uma intersecção pode ter
restrições no que toca à distância de visão, ou estar localizado próximo de uma curva de raio
mínimo. A topografia pode também resultar em alinhamentos naturais de duas rotas em
intersecção demonstrando uma grande separação vertical no ponto de seu cruzamento.
Forçar um ou outros alinhamentos, para um enchimento alto ou um corte profundo resultaria
numa localização indesejável para a intersecção, conforme discutido no Capítulo 8.
É feita uma distinção entre os cruzamentos com configuração “diamante” entre largos e os
estreitos. A configuração “diamante” tem a sua origem no facto de que ela foi considerada
como parte de um processo de construção gradual, levando, em última instância, à
construção de um cruzamento com configuração do tipo Cloverleaf. Em consequência, a
extremidade das rampas de saída da estrada de intersecção estão afastados da inclinação da
estrutura de separação, enquanto na configuração “diamante” estreito os extremidade das
rampas de saída da estrada de intersecção estão próximos a ela, com o problema da
distância de visibilidade mencionado acima. No configuração “diamante” largo, os
extremidade das rampas de saída da estrada de intersecção estão localizados mais
favoravelmente em termos de distância de visibilidade e possivelmente também em termos
de altura de enchimento, do que no configuração “diamante” estreito. Devido à maior área
nos quadrantes delimitada pelas rampas, para configuração “diamante” largo tem maiores
possibilidades no que diz respeito à futura expansão do cruzamento para lidar com volumes
crescentes de tráfego. A maior exigência em termos de extensão de terras, no entanto, impõe
custos adicionais de expropriação. A outra desvantagem desta configuração “diamante” é que
ele impõe uma trajectória mais longa para os veículos que pretendam fazer um movimento de
viragem. Uma modificação do cruzamento configuração “diamante” é a configuração
“diamante” desdobrada, que envolve a utilização de duas estradas em intersecção. O tráfego
que pretenda fazer o movimento de viragem espalhada em duas intersecções, o volume de
tráfego de viragem em cada uma delas é reduzido, trazendo, portanto a redução da
impedância que estes apresentam aos outros veículos.
O Cloverleaf deve a sua disposição característica à criação de uma ligação externa para cada
ligação à esquerda e um circuito para cada curva à direita, como mostrado na figura 9.3. Este
esquema tem uma estrutura única, mas requer considerável espaço. A principal desvantagem
do Cloverleaf é que todo o tráfego que pretenda virar à direita é obrigado a andar em
O cruzamento direccional prevê todas voltas à direita com rampas semi-direccionais. Estas
rampas podem ser restringidas ao cruzamento num ponto comum, como ilustrado no
cruzamento de quatro níveis mostrado na figura 9.4. Remover um dos níveis torna
necessárias mais quatro estruturas, tal e como no cruzamento de três níveis também
ilustrado na Figura 9.4. Os dois tipos discutidos acima podem ser considerados casos
extremos, ou seja, todas as curvas à direita no circuito ou todas as curvas à direita em
rampas semi-direccionais. Entre estes dois extremos há configurações onde uma ou mais
curvas à direita são criadas com um circuito e as restantes com rampas semi-direccionais.
Isto tem o efeito de eliminar uma ou mais estruturas, podendo assim ser utilizado com
vantagem quando o tráfego numa das curvas à direita seja relativamente ligeiro.
Quando dois circuitos são utilizados num cruzamento sistemas, uma das auto-estradas pode
ter dois circuitos de um lado e aí o movimento cruzados de fluxos de tráfego terá lugar, como
discutido anteriormente. Geralmente, os circuitos se localizam em quadrantes diagonalmente
opostos. Cruzamentos com esta configuração são referidos como " cruzamento direccionais",
com uma referência ao número de circuitos incluídos na configuração, por exemplo,
Cruzamento Direccional com um Circuito.
Curvas à esquerda ocorrem nas conexões exteriores e curvas à direita são criadas com
circuitos ou rampas semi-direccionais. Não é habitual criar duas curvas à direita com
circuitos, já que iriam dar origem a movimento cruzados de fluxos de tráfego na estrada. As
combinações geralmente empregues são uma rampa semi-direccional e um circuito, ou duas
rampas semi-direccionais.
A ligação externa é mostrada na figura 9.6 e está prevista para veículos que virem à
Duas possíveis configurações de rampa mostradas na figura 9.7 podem ser consideradas
para uma curva à direita. Sempre que as condições do tráfego forem ligeiras, frequentemente
é empregue uma rampa circuito. Veículos que façam uma curva são obrigados a mudar de
direcção de 270 graus a velocidades relativamente baixas, mas o circuito tem a vantagem de
que não requer uma estrutura adicional, embora invariavelmente exija o alongamento da
estrutura principal. Os circuitos começam e terminam condições de livre escoamento.
As baixas velocidades num circuito fazem com que esta tenha uma baixa capacidade, o que
não é melhorada através do acréscimo de uma faixa. Se a curva à direita envolve um elevado
volume de tráfego, a rampa mal direccional pode ser usada com vantagem. Rampas
puramente direccionais têm a desvantagem de que o tráfego que pretenda fazer uma curva
diverge e funde com o tráfego circulante a partir da direita, na medida em que essas vias são
destinadas ao tráfego rápido. Por este motivo (entre outros) o uso de das rampas direccionais
foi abandonado. A rampa semi-direccional, onde o tráfego parte e se junta através de tráfego
circulante a partir da esquerda, é agora a prática generalizada, porque esta é mais coerente
com as expectativas dos condutores quanto às curvas em cruzamentos, e porque conduz a
um melhor desempenho. A sinalização do cruzamento, que é um factor importante na
facilitação da operação em cruzamentos, é também bastante simplificada.
nestes terminais é a sua localização, que pode ser remota a partir da inclinação da
estrutura de separação ou próximo a ela. Terminais individuais podem variar de uma
simples boca-de-sino para uma intersecção canalizada complexa, dependendo da
relação entre os movimentos de viragem na intersecção e da sua magnitude. O
denominador comum entre os terminais de condicionamento de paragem é que as
rampas são concebidas para uma operação em sentido único. Efectivamente, portanto,
aquilo que parece ser uma intersecção de quatro ramos afluentes opera mais se tratasse
de intersecções com dois ou três ramos afluentes posicionadas em volta e volta.
Se uma faixa tiver que ter seu único destino um local fora da rampa, um condutor nessa
faixa não teria outra alternativa senão a saída da auto-estrada, quer seja esta ou não a sua
intenção. As faixas devem reflectir as várias opções permitidas no cruzamento através da
ramificação onde os veículos divergem. Numa saída de duas faixas, a faixa exterior tem de
continuar ao longo da área fora da rampa com a segunda faixa a divergir. A sinalização
adequada é chamada para garantir que o condutor esteja consciente do facto de que a
faixa está sendo interrompida.
Seria mais fácil para o motorista que entra na auto-estrada não ter que se fundir com o
tráfego de alta velocidade na auto-estrada, mas é claramente impraticável adicionar mais
uma faixa à auto-estrada em todas as rampas, o motorista não tem opção senão fundir-se,
e isso reflecte-se na fusão da rampa com uma faixa exterior. Numa entrada de duas faixas,
a faixa exterior é adicionada ao número total de faixas na auto-estrada e, a segunda faixa
funde-se com a faixa exterior da auto-estrada.
A figura 9.8 ilustra a aplicação do equilíbrio das faixas e da continuidade no número básico
de faixas nos cruzamentos.
O movimento cruzado de fluxos de tráfego envolve dois fluxos de veículos que se cruzam
num dado ângulo ao mesmo nível. O troço de estrada em que isso é verificado é referido
como uma secção de movimentos cruzados de fluxos de tráfego. Na sua forma mais
simples, a secção de movimento cruzados de fluxos de tráfego consiste em duas faixas
que se fundem para formar uma faixa e, em seguida, divergem para formar duas faixas
novamente. Esta forma de secção de movimento cruzado de fluxos de tráfego encontra-se
entre os circuitos de um cruzamento Cloverleaf, e os fluxos de tráfego envolvidos
compreendem dois fluxos internos ou de passagem, e um fluxo exterior. Mais
frequentemente, a secção de movimento cruzado de fluxos de tráfego compreende dois
fluxos exteriores para além dos dois fluxos internos. Ambas as secções de movimento
cruzados de fluxos de tráfego são referidos como movimento cruzados de fluxos de tráfego
simples, porque os veículos correctamente posicionados para efectuar a manobra de
movimento cruzados de fluxos de tráfego s não mudam de faixa, sendo que o equilíbrio
das faixas garante que as operações necessárias se fundem seguidas pela necessária
divergência. Entradas e saídas com espaçamentos sucessivos podem, no entanto, exigir a
incorporarão de uma mudança de faixa no processo de movimentos cruzados de fluxos de
tráfego. Ao abrigo destas condições, o processo é chamado de movimentos cruzados de
fluxos de tráfego composto ou múltiplo.
Nas secções anteriores se sugeriu que o movimento cruzados de fluxos de tráfego deve
ser evitado na medida do possível. Isto não implica que o movimento cruzados de fluxos de
tráfego deve ser evitado a todo custo. A alternativa ao movimento cruzados de fluxos de
tráfego é criar os fluxos de tráfego de passagem com uma inclinação de separação, mas
isso não é economicamente justificável se os volumes de fluxo forem baixos. Se a distância
necessária para criar uma inclinação de separação não estiver disponível, pode não haver
alternativa a uma secção de movimentos cruzados de fluxos de tráfego.
Três hipóteses alternativas são também consideradas. Estas referem-se a outro elemento
que tem que ser considerado na sequência dos sinais entre este e o resto da área em
questão. Eles são:
Caso 1: O outro elemento é um cruzamento com uma estrada principal como estrada
de intersecção.
Caso 2:O outro elemento é um cruzamento com uma estrada secundária como
estrada de intersecção
Caso 3: O outro elemento é uma outra área de repouso, com acesso directo à auto-
estrada.
As distâncias mínimas relevantes são apresentadas na Tabela 9.1. Ressalta-se que essas
distâncias são medidas entre extremidades dos bordos.
10 PROJECTO DE CRUZAMENTOS
10.1 Introdução
Estrada de Rampa
Circulação (km/h)
(km/h)
60 60
80 70
100 80
120 90
Os raios mínimos de curvas apresentados na Tabela 3.1 são calculados a partir da taxa
máxima de sobre-elevação e o factor de atrito lateral máximo admissível adequado à
velocidade de operação seleccionada. O facto de a curva estar localizada numa rampa,
não constitui motivo para a alteração do cálculo. Os raios que figuram na tabela referida
são repetidos na Tabela 10.2 por conveniência. As circunstâncias restritas prevalecentes
numa rampa podem, no entanto, dar lugar a uma distância suficiente para o
desenvolvimento de sobre-elevação máxima. O projectista teria, então, que seleccionar
uma curva de raio maior para corresponder à dimensão do desenvolvimento de sobre-
elevação à sua disposição.
É geralmente aceite que a mudança na velocidade máxima não deve ser muito
acentuada, de modo que estas mudanças devem ocorrer em intervalos não superiores a
10 km/ h. As duas velocidades mais baixas na Tabela 10.2 aplicam-se aos terminais
condicionados pela paragem, e os outros para o projecto da rampa em si.
O rácio entre os raios de sucesso é geralmente de cerca de 1:1,5. Quando uma curva
composta acima dos raios mínimos está a ser determinada, esse índice pode ser
empregue com vantagem. Os condutores são relutantes à travagem brusca nas curvas e
a desaceleração ao longo de uma curva composta, terá lugar em condições de travagem
nada suave. As curvas sucessivas que fazem a curva composta, deve cada uma ser
longa o suficiente para permitir ao motorista igualar a sua velocidade considerada
adequada para a seguinte secção de curva sem travagens bruscas. Esta condição é
alcançada quando o comprimento do arco é de aproximadamente um terço de seu raio
As taxas de sobre-elevação aplicada a curvas com mais do que o raio mínimo, como
mostrado na figura 3.6, são baseadas numa taxa máxima de 10 por cento, e pode ser
assim aplicada à curvatura da rampa.
Uma curva vertical do tipo “crossover crown” é uma linha longitudinal na qual ocorre uma
mudança instantânea de declive transversal do pavimento. A única diferença entre este e o
coroamento normal da estrada é que poderá ocorrer em qualquer posição que não seja o
eixo da estrada. A principal aplicação do coroamento do tipo “crossover” é no bisel (parte
final da confluência da rampa com a estrada) das rampas (ramos de ligação), onde poderá
ser usado para começar a sobre-elevação da rampa em curva mais cedo do que seria,
caso contrário, o caso. O coroamento (vertical) do tipo “crossover” poderá por um problema
ao condutor, particularmente ao de um veículo com arga elevada, porque o veículo oscilará
quando cruzar a linha de coroamento e, em casos extremos, poderá ser difícil de controlar.
Por esta razão são sugeridas diferenças algébricas máximas entre os declives de cada
lado do coroamento do tipo “crossover”. Estes são dados na Tabela 10.4.
Sob as circunstâncias acima referidas, é preferível uma rampa acentuada, desde que o
declive não exceda 8%. Na vizinhança da terminal com condição de paragem obrigatória
(stop), deverá ser aplicado um declive longitudinal máximo de três por cento, como
sugerido na Secção 8.2. se a rampa de saída tiver um declive descendente e a rampa de
entrada um declive ascendente, os declives sugeridos poderão também ser usados, mas
deveria então ser considerada uma margem de segurança para maiores distâncias
necessárias para aceleração e desaceleração.
Se um veículo avariado bloquear o ramo de ligação de saída, a fila de veículos parados irá
estender-se rapidamente para trás até à estrada principal, criando uma situação perigosa e
afectando a qualidade do fluxo (corrente) de tráfego na estrada principal. O bloqueio de um
ramo de ligação de entrada irá conduzir ao bloqueio do terminal do ramo de ligação com
paragem obrigatória (“stop”), impedindo o fluxo (corrente) de tráfego ao longo da estrada
secundária. Uma largura geral da rampa de 8,0 m, compreendendo duas bermas de 2,0 m
de largura e uma via de 4,0 m de largura, seria adequada para esta situação e também
permitiria na conversão futura de uma via simples em duas vias mais estreitas.
A largura básica da via indicada acima refere-se a secções da rampa em recta. As larguras
dadas na Tabela 8.5 para curvas em cruzamentos para o Caso 1, Condições de Tráfego B,
pode ser usada para secções de rampa em curva, na hipótese que haveria camiões
suficientes na corrente de tráfego para afectar a escolha da largura da via. A existência de
bermas revestidas para a ultrapassagem de veículos parados torna desnecessário
proporcionar ultrapassagem dentro da largura da via.
O espaçamento entre terminais sucessivos deverá ser tal que as manobras executadas por
um condutor a entrar num terminal não sejam dificultadas pelos veículos a entrarem no
terminal seguinte a jusante. A distância entre uma entrada e a saída seguinte deveria
permitir o entrecruzamento (entre veículos vindos de duas vias convergentes e a saírem
por duas vias divergentes) entre os dois terminais. Uma saída seguida de outra saída não
causa quaisquer problemas de condução, e se este fosse o único critério, saídas
sucessivas poderiam estar muito pouco espaçadas umas das outras. Contudo, é
necessário para o condutor ser capaz de distinguir claramente entre os destinos servidos
por duas saídas sucessivas, devendo ser concedido espaço adequado para sinalização
eficiente. Uma distância de 300 m entre terminais sucessivos é adequada para terminais
situados na própria via rápida. Se os terminais sucessivos estiverem numa estrada
colectora-distribuidora, ou nos ramos de ligação de um nó de ligação, a distância entre
terminais pode ser reduzida para 240 m. Se os ramos de ligação nos quais ocorrem os
terminais sucessivos fazem parte de um acesso a um nó de ligação, a distância entre os
terminais sucessivos pode ser reduzida para 180 m. As distâncias sugeridas correspondem
à distância de visibilidade de decisão para as diferentes velocidades de projecto
(velocidades base) que provavelmente serão aplicáveis às diversas circunstâncias.
São discutidos no Capítulo 9 dois tipos de terminal de ramo de ligação de fluxo livre,
nomeadamente o terminal do tipo paralelo e o terminal do tipo directo (ambos a terminarem
em bisel). O terminal do tipo paralelo envolve uma combinação de um bisel com um
comprimento de via auxiliar e é usado quando, por causa de declives acentuados, é
necessário um comprimento adicional para aceleração ou desaceleração e quando a
distância necessária não pode ser obtida por outros meios. O comprimento da via auxiliar
seria normalmente de 600 a 1.000 m. Estas vias auxiliares também poderiam ser
introduzidas com o objectivo de aplicar o princípio do balanceamento do número de vias
(uma via auxiliar de dupla opção dá ao condutor a opção de continuar ao longo da via
rápida ou de a deixar, sem ter que mudar de via para atingir o seu objectivo) num terminal.
A distância de 600 m corresponde a um tempo de viagem de 20 s, o qual é o dobro do
tempo de reacção necessário para decisões complexas.
Legendas da Figura
Legendas da Figura
Legendas da Figura
Figura 10.4: Saída com duas vias (com diminuição de uma via)
Legendas da Figura
NOSE → NARIZ
11.1 Introdução
A pesquisa tem mostrado que ocorre tráfego moderado a intenso de peões e de ciclistas,
bem como concentração de acidentes, ao longo de estradas interurbanas revestidas,
especialmente nas seguintes áreas: na proximidade de cidades, em áreas rurais
densamente povoadas (por exemplo, junto a escolas, paragens de autocarros, lojas e
habitações na proximidade da estrada, junto a minas e complexos mineiros, instalações
industriais, entrepostos agrícolas, sistemas de regadio, etc.. Habitualmente, não são
tomadas medidas específicas para peões e ciclistas nestes lugares - os peões estão
inteiramente dependentes da berma da estrada quando caminham para paragens; ou de
um lugar para o outro. São estabelecidas neste capítulo as condições sob as quais
deveriam ser disponibilizadas facilidades para peões e ciclistas.
11.2 Passeios
Para assegurar que os passeios são usados para o fim previsto, estes deveriam ser
superfícies á prova de quaisquer condições meteorológicas, caso contrário os peões
escolherão caminhar sobre a faixa de rodagem. Os passeios deveriam ser uma largura
mínima de 1,0 m em áreas rurais e de 1,5 m em áreas peri-urbanas, devendo estar
situados a pelo menos 3,0 m da via de circulação em terreno plano. Os passeios ao
longo da reserva da estrada não são populares entre os peões, mas poderão ser
preferíveis em algumas circunstâncias. Quando devam ser providenciados passeios em
terreno ondulado ou montanhoso em cortes ou aterros, estes poderão ficar situados junto
à estrada. Contudo, em tais casos deveriam ser tomadas medidas especiais para
proteger os peões. Isto poderia ser feito através de lancis em mistura betuminosa ou de
guardas de segurança. A protecção oferecida por lancis contra veículos a alta velocidade
é problemática.
Em casos em que os passeios não sejam justificados, mas um número grande de peões
caminha ao longo da estrada, a berma da estrada deveria ser melhorada para os
satisfazer. A largura mínima destas bermas deveria ser 3,0 m e deveriam ser
regularizadas e compactadas regularmente para providenciar aos peões uma superfície
dura sobre a qual possam caminhar. Em áreas com pluviosidade elevada deveriam ser
providenciadas bermas revestidas com 1,5 m de largura. As bermas das estradas
deveriam ser bem drenadas, para impedir a acumulação de água sobre elas, caso
contrário os peões serão forçados a caminhar na faixa de rodagem. Onde determinadas
secções da berma da estrada sejam revestidas, deverá tomar-se cuidado especial para
assegurar que as saídas de água estejam abaixo da superfície da estrada.
Quando uma estrada for realinhada ou reconstruída, parte da estrada velha poderia ser
mantida como um caminho de circulação para peões ou uma via para ciclistas. Quando
um caminho pedonal estiver localizado numa curva apertada, deveria ser dada
importância à instalação de guardas de segurança entre o fim da berma e o caminho
pedonal.
11.3 Pontes
• Uma via de desaceleração ou afunilamento para permitir uma entrada fácil para a
área de carregamento (de passageiros);
• Uma baía para autocarros com área de estacionamento suficientemente afastada
do bordo da estrada para elimina problemas de distância de visibilidade;
• Uma via de aceleração para permitir a reentrada na estrada.
Legendas da Figura
As baías para autocarros deveriam ter pelo menos 3,5 m de largura e deveriam estar
localizadas ao lado da berma revestida ou em cascalho, para que os autocarros possam
parar afastados da estrada. O comprimento de uma baía para autocarros em áreas rurais
não deveria ser inferior a 15 m. Em estradas de tráfego intenso/pesado, poderá ser
criada uma ilha de canalização de tráfego com 1,0 m de largura ao longo do bordo da
estrada para obrigar os condutores dos autocarros a pararem fora da berma da estrada.
Deveria ser providenciada uma área tratada, para passageiros, paralelamente à baía
para o autocarro à razão de 5,0 m por cada 10 passageiros em hora de ponta. A via de
ligação à estrada poderá ser algo mais abrupta que a via de desaceleração, mas não
deveria ser mais acentuada do que 1:3.
As ilhas de refúgio podem ser usadas para ajudar os peões a atravessar estradas largas
ou de tráfego intenso. Elas permitem aos peões atravessar de cada vez o trânsito num
sentido, sem afectar a capacidade de tráfego da estrada.
Em estradas novas ou reconstruídas, as ilhas de refúgio deveriam ter pelo menos 1,5 m
de largura (preferencialmente 2,0 m) e poderão tomar a forma de ilhas elevadas
dispositivos físicos, tais como barreiras, nos casos em que a estrutura de travessia tem
que se desviar do caminho normal.
11.7 Iluminação
Em estradas com 20 a 70 ciclistas durante qualquer uma hora do dia, deveria ser criada
uma via para bicicletas sobre uma berma pavimentada. Como a berma da estrada estará
então a ser usada como uma via para bicicletas, torna-se uma via de tráfego, devendo
portanto ser marcada de forma apropriada. Se for providenciada uma berma dura de
cascalho junto à via para bicicletas, seria suficiente uma via para bicicletas com 1,2 m,
mas para uma berma mole ou um degrau (entre a via e a berma), é recomendada uma
via para bicicletas com 1,5 m de largura.
Em áreas rurais ou periurbanas onde, durante quaisquer quatro horas de um dia médio,
mais do que 200 peões atravessam uma estrada com separador central dentro de um
espaço de 150 m, deveria ser estabelecido um limite localizado de velocidade de 80
km/h; em estradas sem separador central o limite de velocidade deveria ser de 70 km/h.
Em áreas onde grandes números de peões ou ciclistas usam a berma da estrada ou a
via para bicicletas, o limite de velocidade deveria ser estabelecido a 80 km/h.