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ESTRADAS E AEROPORTOS

Elementos de Projeto
Trafego - Estudos de tráfego
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 O objetivo é obter, através de métodos sistemáticos de


coleta, dados relativos aos cinco elementos fundamentais
do tráfego e suas relações: Motorista, Pedestre, Veículo,
Via e Meio ambiente. Deseja-se conhecer:
 Número de veículos que circula por uma via em um
determinado período;
 Perfil de velocidades;
 Ações mútuas dos motoristas e veículos:
◼ Locais onde seus condutores desejam estacioná-los;
◼ Locais onde se concentram os acidentes de trânsito.
 Determinação quantitativa da capacidade das vias;
 Estabelecimento dos meios construtivos necessários à melhoria
da circulação ou das características de seu projeto.
Trafego - Volume de Tráfego
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 É o principal parâmetro a ser analisado em qualquer


estudo. Consiste no número de veículos que passa por
uma determinada seção de uma estrada num
determinado intervalo de tempo. Podem ser referidos
a um ou aos dois sentidos do movimento (unidirecional
ou bidirecional).
 Os volumes mais utilizados são: Volume Anual; Volume
Diário Médio (VDM ou VMD) e Volume Horário.
Trafego - Volume de Tráfego
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 Volume Anual: é a quantidade total de veículos que


passa numa estrada durante o período de um ano.
As utilizações principais deste parâmetro são:
 Estimar a receita de implantação de pedágios;
 Determinar índice de acidentes;

 Avaliação da viabilidade econômica de projetos


rodoviários;
 Estudar tendência de crescimento do volume;

 Determinação do volume de tráfego da estrada no ano-


horizonte de projeto.
Trafego - Volume de Tráfego
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 Volume Diário Médio – VDM: consiste na quantidade


média de veículos que passa numa seção da estrada durante
todo o dia. É o parâmetro de tráfego mais importante, porque
é o critério para a classificação técnica de rodovias, que
considera o volume de tráfego que deverá utilizar a rodovia
no 10º ano após sua abertura ao tráfego (VDM no ano
horizonte de projeto).
 O VDM permite o estabelecimento da classe da via e
condiciona o projeto geométrico, permitindo o adequado
dimensionamento dos seus elementos. As utilizações principais
deste valor são:
 Avaliar a distribuição do tráfego;
 Medir a demanda atual em uma via;
 Programação de melhorias.
Trafego - Volume de Tráfego
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 Volume Horário: Volume determinado no período


de uma hora. Utilização:
 Análise de capacidade de vias;
 Projetos geométricos;

 Estabelecer controles de tráfego;

 Estudos de regulamentação de estacionamento.


Trafego - Composição do Tráfego
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 O tráfego é composto por veículos que diferem entre si em termos


de tamanho (dimensões), peso e velocidade. A composição é
medida em porcentagem dos diferentes tipos de veículos.
 Os veículos são classificados em leves (automóveis e caminhonetes) e
pesados (caminhões e ônibus). Estes ainda podem ser
subclassificados em função da quantidade de eixos.
 Os veículos pesados são mais lentos, ocupam mais espaço na via,
interferem na mobilidade dos outros veículos, acarretam em
diminuição da vazão do tráfego e o efeito é equivalente a mais de
um automóvel. Assim, tanto para análise de capacidade de vias
quanto para o dimensionamento de pavimentos, é necessário
analisar os veículos pesados separadamente, incluindo fatores de
equivalência no cálculo.
Trafego - Variações dos Volumes de
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Tráfego
 As variações espaciais consistem na
distribuição direcional e na distribuição por
faixa. As mais importantes ocorrem em função
do tempo e de maneira cíclica. Podem ser:
 variações ao longo da hora mais carregada;
 variações horárias;

 variações diárias;

 variações sazonais;

 crescimento anual.
Trafego - Variações dos Volumes de
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Tráfego

 Para a maior parte dos estudos de tráfego, é


necessário conhecer os volumes totais projetados até
o ano do horizonte de projeto. O crescimento anual
pode ser do tipo linear ou geométrico (os mais
utilizados). A taxa de crescimento deve considerar
projeções de evolução da economia e a capacidade
da via em absorver os novos usuários.
Trafego - Variações dos Volumes de
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Tráfego
 Em ambos os métodos, é necessário conhecer o VDM no ano
inicial (V0), a taxa de crescimento (t) e o período de projeto
(P).
Estimativa de crescimento linear: Estimativa de crescimento geométrico:

𝑃
𝑉𝑝 = 𝑉0 ∙ 1 + 𝑃 ∙ 𝑡 𝑉𝑝 = 𝑉0 ∙ 1 + 𝑡

𝑉0 + 𝑉𝑝 1+𝑡 𝑃−1
𝑉𝑚 = 𝑉𝑡 = 365 ∙ 𝑉0 ∙
2 𝑡
𝑉0 + 𝑉𝑝
𝑉𝑚 =
2

Onde Vp é o volume projetado no ano horizonte de projeto, Vm é o


volume médio ao longo do horizonte de projeto e Vt é o volume total
solicitante ao longo do período de projeto.
Velocidade - Velocidade de Projeto
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 A velocidade de projeto (VP), ou velocidade diretriz da


via, é a máxima velocidade que um veículo pode manter
em um determinado trecho da rodovia em condições
normais com segurança.
 É aquela utilizada para determinar as características
geométricas da via como, por exemplo, raio de curva
horizontal, raio de curva vertical, faixas de
aceleração/desaceleração e distâncias de visibilidade.
 A determinação da VP depende da classe funcional da
via, do uso e ocupação no entorno e da topografia
atravessada (plana, ondulada ou montanhosa).
Velocidade - Velocidade de Projeto
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 Na seleção do valor a ser utilizado, o ideal é que


seja adotada uma única velocidade de projeto.
Recomenda-se que velocidades diferentes sejam
adotadas apenas em casos especiais, como variações
bruscas de topografia. (DNER, 1999)
VELOCIDADES DIRETRIZES PARA PROJETO (KM/H)
CLASSE
RELEVO
DE PROJETO
PLANO ONDULADO MONTANHOSO
Classe 0 120 100 80
Classe I 100 80 60
Classe II 100 70 50
Classe III 80 60 40
Classe IV 80 – 60 60 – 40 40 – 30
Velocidade - Velocidade de Operação
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 A Velocidade Operacional ou Velocidade de


Operação é a mais alta que o veículo pode realizar
sob condições favoráveis de tempo e tráfego (fluxo
livre), sem atingir a velocidade de projeto. Assim,
tem-se que VOPER < VP.
 A velocidade de operação é obtida a partir de uma
curva de frequências de velocidades praticadas
pelos motoristas, ou seja, é uma variável
comportamental e depende das características do
segmento analisado (tangente ou curva).
Velocidade - Velocidade de Operação
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 Considera-se que é aquela em que 85% dos motoristas trafegam nela ou


abaixo dela, sendo adotada a nomenclatura V85 (ou V85) para designar
a velocidade operacional.
Velocidade - Velocidade de Projeto
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 Velocidades características da via e relação das condições de


aplicação em projeto. (DER/SP, 2006)
PARÂMETRO CONCEITO APLICAÇÃO
menor velocidade instantânea medida em uma
Vmin
seção transversal dispositivos de sinalização,
velocidade que é alcançada por alguns, mas faixas adicionais
V15
não excedida por 15% do total de veículos
velocidade média que é atingida por alguns,
Vmédia = V50 mas não excedida por 50% do total dos estudos de planejamento
veículos envolvendo cálculos de
rentabilidade e comparação de
velocidade média = média aritmética de todas alternativas
V = VD
as velocidades instantâneas medidas
velocidade que é atingida por alguns, mas não projeto da via
V85
excedida por 85% do total dos veículos sinalização
máxima velocidade instantânea medida em avaliação da reserva de
Vmáx
uma seção transversal segurança
Veículos de projeto
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 Os veículos de projeto são adotados para


estabelecer controles de projeto na via. Os órgãos
de projeto costumam estabelecer grupos
representativos de veículos em função de dimensões,
peso e características operacionais, como o raio de
giro e a relação peso/potência do veículo.
 A influência do veículo de projeto na determinação
das características da via projetada inclui o gabarito
vertical permitido e os raios de curvas, entre outros
parâmetros.
Veículos de projeto
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 Influência do veículo de projeto nas características da via


CARACTERÍSTICA DO VEÍCULO
ELEMENTO DE PROJETO
DE PROJETO
Largura do veículo Largura da faixa de rolamento, ramos e acostamentos
Raios mínimos internos e externos
Distância entre eixos
Largura dos ramos
Largura dos canteiros
Comprimento dos veículos Extensão das faixas de armazenamento
Extensão das baias de ônibus
Valor da rampa máxima admissível
Relação Peso Bruto / Potência Necessidade de faixa adicional
Determinação da equivalência em veículos de passeio
Gabarito vertical sob viadutos, sinalização vertical, semáforos e
Altura admissível redes aéreas
Dimensões dos túneis (altura)
Veículos de projeto
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 O DNIT estabelece 4 grupos básicos de veículos de projeto: veículos leves,


caminhões, ônibus e veículos recreacionais, divididos nos subgrupos.
 Os veículos leves ou veículos de passeio (subgrupo VP) podem transportar
carga de até 2t e possuem peso total de até 4t. (automóveis, as vans, as
pick-ups e os VUCs - Veículos Urbanos de Carga).
 Os veículos comerciais rígidos (subgrupo CO) são compostos por unidade
tratora simples. Normalmente possuem 2 eixos e até 6 rodas. O peso total
varia de 4t a 20 t. (ônibus e caminhões simples).
 Os veículos comerciais rígidos longos (subgrupo O) possuem normalmente 3
eixos e seu comprimento está próximo ao limite máximo legal.
 Os veículos comerciais articulados ou semi-reboques (subgrupo SR), são
compostos por unidade tratora simples (cavalo) e um semi-reboque de 2
eixos. seu também está próximo ao limite máximo legal.
 O subgrupo dos Reboques (RE) é composto por uma unidade tratora
simples, um semi-reboque e um reboque. O comprimento costuma ser o
máximo permitido pela legislação. Os treminhões são o exemplo clássico
desta categoria.
Veículos de projeto
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Veículos de projeto
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Veículos de projeto
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Veículos de projeto
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Veículos de projeto
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Veículos de projeto
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 Dimensões dos veículos de projeto por grupo.

DESIGNAÇÃO DO VEÍCULO
CARACTERÍSTICAS
VP CO O SR RE

Largura total (m) 2,1 2,6 2,6 2,6 2,6

Comprimento total (m) 5,8 9,1 12,2 16,8 19,8

Raio mínimo da roda externa dianteira (m) 7,3 12,8 12,8 13,7 13,7

Raio mínimo da roda interna dianteira (m) 4,7 8,7 7,1 6,0 6,9
Veículos de projeto
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 Os manuais de projeto costumam


apresentar os gabaritos de giro
por tipo de veículo.
 Normalmente, a classe CO é
recomendada como veículo no
cálculo do projeto, salvo em trechos
em que se conhece previamente a
frota e sabe-se que há circulação
expressiva de veículos de maiores
dimensões.
Veículos de projeto
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 Deve-se observar sempre o disposto no Código de Trânsito


Brasileiro – CTB, que é o documento legal pertinente ao
trânsito nas vias terrestres do território brasileiro.
 O CTB estabelece os seguintes limites de dimensões para
veículos em trânsito livre:
 Largura máxima: 2,60m;
 Altura máxima: 4,40m;
 Comprimento total:
◼ Veículos simples: 14,00m;
◼ Veículos articulados: 18,15m;
◼ Veículos com reboque: 19,80m.
 As características de peso por eixo também estão explicitadas
no Código de Trânsito Brasileiro.
 Veículos com dimensões acima das citadas necessitam de AET
– Autorização Especial de Trânsito para trafegar.
Distâncias de visibilidade
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 Em rodovias, a visibilidade do motorista em relação ao trecho


subsequente é limitada por mudanças de direção e da
declividade ao longo do traçado, com destaque para:
 Curvas horizontais em trecho
de corte;
 Curvas verticais convexas;
 Curvas verticais côncavas, que
implicam na necessidade de
iluminação noturna, já que a
visibilidade é limitada pela
extensão do alcance dos faróis
do veículo.
Distancias de visibilidade
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 Em rodovias, a visibilidade do motorista em relação


ao trecho subsequente é limitada por mudanças de
direção e da declividade ao longo do traçado, com
destaque para:
 Curvas horizontais em trecho de corte

 Curvas verticais convexas

 Curvas verticais côncavas, que implicam na


necessidade de iluminação noturna, já que a
visibilidade é limitada pela extensão do alcance
dos faróis do veículo.
Distancia de visibilidade de parada
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DVP
 A DVP é, a distância mínima necessária para que um veículo
que percorre uma estrada possa parar antes de atingir um
veículo na sua trajetória.
 Quando um motorista percebe o surgimento de uma
situação de perigo, a sua reação não é imediata: leva certo
período de tempo para dar início ao acionamento dos
freios. Da mesma forma, a ação de frenagem do veículo
consome um período de tempo, mesmo que os freios sejam
acionados rapidamente. O tempo total consumido
corresponde a distância percorrida desde a percepção da
situação de perigo até a parada completa do veículo.
Distancia de visibilidade de parada
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DVP
 Assim, tem-se:
𝐷𝑉𝑃 = 𝐷1 + 𝐷2
𝑉2
𝐷𝑉𝑃 = 𝑉 × 𝑡𝑟 +
2×𝑔× 𝑓+𝑖
Onde V é a velocidade diretriz da via; tr é o tempo de reação
do motorista; f é o fator de atrito pneu-pavimento na direção
longitudinal e i é a declividade da via.
Distancia de visibilidade de parada
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DVP
 Considerando o tempo de reação do motorista
igual a 2,5 s, a aceleração da gravidade igual a
9,8 m/s² e a conversão de unidade da velocidade
de km/h para m/s, tem-se:
𝑉2
𝐷𝑉𝑃 = 0,7 × 𝑉 +
255 × 𝑓 + 𝑖

Valores de f em função da velocidade de projeto (DNER, 1999)


VELOCIDADE
DE PROJETO 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
(km/h)
FATOR DE
0,40 0,37 0,35 0,33 0,31 0,30 0,29 0,28 0,28 0,27
ATRITO f
Distancia de visibilidade de
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ultrapassagem DVU
 É a distância que deve ser proporcionada ao veículo
trafegando em pista simples de mão dupla para que,
quando estiver trafegando atrás de um veículo mais lento,
possa realizar manobra de ultrapassagem em condições
aceitáveis de segurança.
 Em rodovias de pista simples deve-se proporcionar, a
intervalos tão frequentes quanto possível, trechos tão
extensos quanto possíveis providos de DVU.
 Recomenda-se que os trechos de pista simples sejam
dotados de segmentos com visibilidade de ultrapassagem
entre 1,5 e 3,0 km e que tais segmentos sejam os mais
extensos possíveis.
Distancia de visibilidade de
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ultrapassagem DVU
 Primeira fase: veículo toma a decisão de ultrapassar e vai
para o sentido contrário. Segunda fase ele faz a
ultrapassagem e retorna para a pista original.
Distancia de visibilidade de
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ultrapassagem DVU
 Valores de DVU em função da velocidade de projeto (DNER, 1999)
VELOCIDADE DE PROJETO DVU
(km/h) (m)
30 180
40 270
50 350
60 420
70 490
80 560
90 620
100 680
110 730
120 800
Distancia de visibilidade para tomada
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de decisão DVD
 É a extensão necessária para que o motorista consiga
detectar uma situação inesperada, captar informações de
difícil percepção, analisar condições que ocultem ou que
venham a encobrir a sua visão da rodovia e detectar
condição de eventual perigo e risco potencial em locais
como:
 Interseções
 Cruzamentos
 Praças de Pedágio
 Fim de faixas auxiliares
 Locais com tráfego elevado e diferentes fontes de informação
Distancia de visibilidade para tomada
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de decisão DVD
 Tendo percebido a ocorrência e analisado as possibilidades, deve
ainda haver extensão possível para que o motorista possa
selecionar a trajetória e velocidade adequadas para que possa
completar a manobra de forma eficiente e segura.
Distancia de visibilidade para tomada
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de decisão DVD
 Valores de Distância de Visibilidade para Tomada de Decisão (DNER,
1999)
VELOCIDADE DE PROJETO CASO 2: DESVIO DE
CASO 1: PARADA
(km/h) OBSTÁCULOS
40 50 115
50 75 145
60 95 175
70 125 200
80 155 230
90 185 275
100 225 315
110 265 335
120 305 375

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