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INFRAESTRUTURA VIÁRIA

Conteúdo: Projeto Geométrico de Rodovias Rurais:


terminologias / definições gerais

Professor(a): José Nonato Saraiva Filho


Ivana Arruda Silveira Saraiva
Infraestrutura Viária
Prof. José Nonato Saraiva Filho / Profª Ivana Arruda S. Saraiva

PROJETO GEOMÉTRICO DE RODOVIAS RURAIS

Objetivo: construir uma estrada segura, confortável e eficiente, atendendo


os objetivos para os quais foi projetada, comportando um determinado
volume de tráfego e dando condições de escoamento que justifiquem o
investimento feito.

É necessário estabelecer parâmetros e critérios para as principais


características físicas e geométricas de novas rodovias rurais  em
geral, esses valores representam padrões mínimos que separam
situações aceitáveis daquelas não recomendadas.

Tão importante quanto a escolha de um determinado valor é a


manutenção de um padrão homogêneo ao longo de todo trecho:
• evita surpresas para o motorista;
• conduz o motorista a um padrão uniforme de operação.
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1. VELOCIDADE: um dos principais elementos a condicionar o projeto


rodoviário  tem participação na determinação da maioria das
características técnicas da rodovia.

A velocidade com a qual um determinado veículo percorre a estrada


depende dos seguintes aspectos, dentre outros:

• das condições e características do veículo;


• da capacidade e vontade do motorista;
• da qualidade da estrada (superfície de rolamento);
• das condições climáticas do momento;
• do volume e condições de escoamento de tráfego do momento;
• das características geométricas do traçado;
• das restrições relativas a velocidades máximas e mínimas da estrada;
• do policiamento e sistema de controle de velocidade dos veículos.
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1.1 VELOCIDADE DE PROJETO (VP) OU VELOCIDADE DIRETRIZ:

Representa a maior velocidade que um trecho viário pode ser


percorrido, com segurança e conforto.
A superfície de rolamento apresenta características normais de
rugosidade e ondulações, mesmo com o pavimento molhado, quando
o veículo estiver submetido apenas às limitações impostas pelas
características geométricas, sem influência do tráfego (AASHTO,
1994).

A Vp é fator decisivo na definição do padrão da estrada:


é a velocidade selecionada para fins de projeto!!!
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• Todas as características geométricas mínimas terão que ser definidas


de forma que a estrada em todos os pontos ofereça segurança ao
motorista que a trafegue na velocidade de projeto!!!

• A velocidade de projeto deve ser coerente com a topografia da região e


classe de rodovia.
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1.2 VELOCIDADE DE OPERACÃO (VO):

É a média de velocidade para todo o tráfego ou parte dele, obtida pela soma
das distâncias percorridas dividida pelo tempo de percurso.
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2. VEÍCULOS DE PROJETO

A escolha do veículo de projeto deve considerar a composição do tráfego que utiliza


ou utilizará a rodovia, obtida de contagens de tráfego ou de projeções que
considerem o futuro desenvolvimento da região.

Esses veículos são divididos em cinco grupos básicos, sendo que os predominantes no
Brasil são o tipo CO e O.
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VP - Representa os veículos leves, física e operacionalmente assimiláveis ao
automóvel, incluindo minivans, vans, utilitários, pick-ups e similares.

CO - Representa os veículos comerciais rígidos, não articulados. Abrangem os


caminhões e ônibus convencionais, normalmente de dois eixos e quatro a
seis rodas.
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O - Representa os veículos comerciais rígidos de maiores dimensões. Entre


estes incluem-se os ônibus urbanos longos, ônibus de longo percurso e de
turismo, bem como caminhões longos, freqüentemente com três eixos
(trucão), de maiores dimensões que o veículo CO básico. Seu comprimento
aproxima-se do limite máximo legal admissível para veículos rígidos.
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SR - Representa os veículos comerciais articulados, compostos de uma


unidade tratora simples (cavalo mecânico) e um semi-reboque. Seu
comprimento aproxima-se do limite máximo legal para veículos dessa categoria.
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RE - Representa os veículos comerciais com reboque. É composto de um


caminhão trator trucado, um semi-reboque e um reboque, e que mais se
aproxima do veículo conhecido como bitrem. Seu comprimento é o máximo
permitido pela legislação.
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O veículo de projeto deverá abranger e cobrir os veículos representativos


da frota que irá utilizar a rodovia, de modo que a participação dos
veículos remanescentes com características mais desfavoráveis que as do
veículo de projeto seja reduzida ao mínimo e os efeitos adversos
consequentes possam ser desprezados!!!!
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A seguir são apresentadas as dimensões e as trajetórias mínimas dos elementos
significativos do veículo de projeto, que servem para fins de projeto e de verificação de
dispositivos geométricos de rodovias - tais como retornos e interseções.
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3. DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE
• A estrada tem que oferecer condições de visibilidade suficientes para que o
motorista possa desviar ou parar diante de qualquer obstáculo que possa
surgir no seu percurso.
• A segurança da estrada está diretamente relacionada às condições de
visibilidade.
Valores que devem ser respeitados para atender essas condições:
• distância de frenagem (Df) ou distância de visibilidade de parada; e
• distância de ultrapassagem (Du).

3.1 DISTÂNCIA DE FRENAGEM - DF (DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE DE


PARADA)
• É a distância mínima para que um veículo que percorre a estrada, na Vp, possa
parar, com segurança, antes de atingir um obstáculo em sua trajetória.
• Para se determinar a distância de frenagem deve-se considerar o tempo de
percepção e o tempo de reação do motorista.
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Assim:
 Tempo de percepção é o lapso de tempo entre o instante em que um
motorista percebe um obstáculo a sua frente e o instante em que decide
iniciar a frenagem (~ 0,7s).
 Tempo de reação é o intervalo de tempo entre o instante em que o
motorista decide frenar e o instante em que efetivamente inicia a frenagem
(~ 0,5 s).
 Recomenda-se adotar valores para tempo de reação e percepção com
um certo fator de segurança (AASHTO, 1994):
- tempo de percepção de 1,5 s;
- tempo de reação de 1 s,
resultando um tempo t=2,5 s.
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Calculando:
D1= V.t  D1= 2,5.V , sendo V (m/s) eeD1
D1(m).
(m).
• No
Noprojeto
projetode
deestradas
estradasaavelocidade
velocidadeéédada
dada
emem
km/h;
km/h.
torna-se
Torna-se
necessário
necessário
compatibilizar
compatibilizar
as
unidades:
as unidades:
D1=2,5.V(m/s)  D1=2,5.V(km/h)/3,6  D1=0,7.V

Onde:
Df= distância de frenagem (m)
D1= distância percorrida durante o tempo de percepção e reação (m)
D2 = distância percorrida pelo veículo durante a frenagem (m)
V= velocidade diretriz ou velocidade média de viagem (km/h)
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Tendo calculado D1, para o cálculo de D2 deve-se considerar que a energia
cinética do veículo no início do processo de frenagem deve ser anulada
pelo trabalho da força de atrito ao longo da distância de frenagem. Assim:
Ec = fa  mv2/2 = P.f.D
P.f.D22 
 mv22/2 = m.g.f.D2
.f.D2  DD2=V
2=V22/2.g.f
/2.g.f
Em unidades usuais e sendo g=9,8m/s2, a equação fica:
D 2=(V/3,6)22/2.9,8.f 
D2=(V/3,6)  D
D2=V
2=V22/255.f
/255.f
Onde:
Df= distância de frenagem (m)
D1= distância percorrida durante o tempo
de percepção e reação (m)
3 D2= distância percorrida pelo veículo
durante a frenagem (m)
V= velocidade diretriz ou velocidade
média de viagem (km/h)
D1 D2 4 5 f= coeficiente de atrito
i= greide, em m/m (positivo no sentido
ascendente e negativo no sentido
descendente)

Quando o trecho da estrada considerada está em rampa, a distância de frenagem em subida


será menor que a determinada pela equação acima, e maior no caso de descida. Para levar
em conta o efeito das rampas, é usada a seguinte equação: Df=0,7.V+{V2/[255.(f+i)]}
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Distâncias de visibilidade de parada desejadas (m)
Contudo, apenas se exige a obediência da Distância
de Frenagem Mínima para o greide nulo. Os valores
assim obtidos são considerados aceitáveis para fins de
projeto em quaisquer circunstâncias por englobarem
suficiente margem de segurança, podendo-se
desprezar as influências dos greides ascendentes
ou descendentes.
Distâncias de visibilidade de parada mínimas (m)
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ORIENTAÇÃO GERAL:

• O projetista deverá tentar atender, em cada situação encontrada, a


Distância de Visibilidade Desejada, considerando-se o greide e a
distância de visibilidade horizontal.

• Se isso não for viável, deverá, no mínimo, atender à Distância de


Visibilidade Mínima para greide nulo, considerando também a distância
de visibilidade horizontal.
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3.2 DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE PARA ULTRAPASSAGEM (DU)

Consiste na distância da estrada necessária para que um veículo possa


executar a manobra de ultrapassagem de outro veículo com segurança.

O valor mínimo para Du indica a condição mínima de visibilidade a ser


respeitada em alguns trechos da estrada.

OBS:

• Aconselha-se tentar viabilizar a ultrapassagem a intervalos entre 1,5 e 3,0 km.


• Trechos com intervalos superiores, sem visibilidade mínima para ultrapassagem,
reduzem a segurança e a capacidade de tráfego.
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No cálculo das distâncias mínimas de ultrapassagem admite-se as seguintes


condições:

• o veículo mais lento VL, a ser ultrapassado, viaja com velocidade uniforme.
• o veículo mais rápido VR, que ultrapassará, está logo atrás do veículo VL e
com mesma velocidade no momento em que atinge o ponto inicial PI do
intervalo de ultrapassagem.
• após atingir PI, o motorista de VR precisa de um certo período de tempo para
perceber a possibilidade de ultrapassar e iniciar a manobra: Tempo de Percepção
e Reação.
• o veículo VR acelera durante a manobra e sua velocidade média durante o
período em que está na faixa esquerda é 15 km/h maior que a do veículo VL.
• quando VR volta para a faixa direita, há uma distância de segurança
razoável do veículo que vem em sentido oposto VO.
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• Distância d1: percorrida


durante o período de percepção
e reação acrescido do tempo
gasto no posicionamento para
ultrapassar.
• Distância d2: percorrida pelo
Du
VR na faixa esquerda.
• Distância de segurança D3:
entre VR e o veículo que vem em
sentido oposto VO.
• Distância D4: percorrida por
VO.
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São empregadas as seguintes fórmulas nos cálculos:


• Distância d1: distância percorrida durante o período de percepção e reação
acrescido do tempo gasto no posicionamento para ultrapassar.

• Distância d2: distância percorrida pelo VR na faixa esquerda.


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• Distância de segurança D3: distância entre VR e o veículo que vem em


sentido oposto VO: valor fixado experimentalmente, variando de 30 a 90 m,
conforme a velocidade de passagem.
• Distância D4: distância percorrida por VO:

• Com base nestas fórmulas e nas hipóteses feitas, a AASHTO (1994)


determinou valores de distância de visibilidade de ultrapassagem para as
seguintes velocidades:
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4. TERMINOLOGIA / DEFINIÇÕES GERAIS:


• Acostamento - área da plataforma adjacente à
pista de rolamento, destinada a estacionamento
provisório de veículos, servir de faixa extra de
rolamento para emergências, contribuir para
proteção da estrutura do pavimento e dos efeitos da
erosão.
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• Alinhamento horizontal - projeção do eixo da rodovia no plano horizontal.


Determina o traçado em planta e o percurso da rodovia.

• Alinhamento vertical - greide da rodovia, com suas características altimétricas.


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• Banqueta – plataforma feita nos taludes de cortes e aterros com vistas à sua
estabilidade e à drenagem.
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• Barreira (New Jersey) - estrutura rígida, indeformável, geralmente de concreto,


disposta longitudinalmente à pista com o objetivo de impedir que veículos
desgovernados saiam da plataforma, choquem-se com objetos fixos ou invadam
outras pistas adjacentes e, ainda, desejavelmente, de reorientar o veículo para a
trajetória correta com o mínimo de danos para o motorista e passageiros. Também
denominado separador físico rígido.

• Bordos (Bordas) da pista - limites laterais da pista de rolamento. Em rodovias


de pista dupla, o limite à direita do sentido de tráfego é denominado bordo
externo e, aquele à esquerda, bordo interno.
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• Canteiro central - espaço compreendido entre os bordos internos de pistas de


rolamento, com tráfego geralmente em sentidos opostos, objetivando separá-las
física, operacional, psicológica e esteticamente. Por definição, inclui as faixas de
segurança ou faixa de espera e conversão à esquerda.

• Capacidade - consiste no número máximo de veículos que poderá passar por


uma seção de um determinado trecho de uma faixa ou pista durante um período
de tempo determinado, sob as condições reais predominantes na via e no tráfego.
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• Controle de acesso - função atribuída ao órgão rodoviário de controlar o acesso


e a interferência de veículos e/ou pedestres com uma certa via, em favor do
aumento da qualidade de serviço, capacidade e segurança do tráfego.
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• Cota vermelha - corresponde à distância vertical entre a cota do greide de projeto


e a cota do terreno natural.

• Defensa metálica - estrutura não rígida, com elevado ou reduzido grau de


deformabilidade, disposta longitudinalmente à pista, com o objetivo de impedir que
veículos desgovernados saiam da plataforma, choquem-se com objetos ou
obstáculos fixos ou invadam outras pistas adjacentes, e, ainda, desejavelmente, de
reorientar o veículo para a trajetória correta, com o mínimo de danos para o
motorista e passageiros.
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• Dispositivos de drenagem - conjunto de dispositivos, estruturas e obras cuja


finalidade é evitar que águas pluviais precipitadas em áreas adjacentes, águas
subterrâneas do lençol freático ou cursos d'água atinjam ou danifiquem a pista ou
a plataforma, bem como drenar a água pluvial precipitada sobre a pista e o corpo
estradal.

STC
Sarjeta Triangular de Concreto

DAD BDTC BTCC


Descida d´água em Degraus Bueiro Duplo Tubular Concreto Bueiro Triplo Celular Concreto
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• Eixo - linha de referência, cujo alinhamento seqüencial projetado no plano


horizontal define o traçado em planta, ou seja, a ele são referidos os elementos
planimétricos da via.
Eixo Via

Eixo Via
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• Faixa de aceleração - consiste da faixa adicional destinada à mudança de


velocidade, cujos objetivos são:
- permitir que um veículo, ao entrar em uma via principal, aumente sua velocidade
até um valor tal que possa penetrar na corrente principal de tráfego direto com
razoável segurança e um mínimo de interferência com os demais veículos;
- proporcionar aos veículos em tráfego na via principal tempo e distância
suficientes para proceder aos reajustes operacionais necessários para permitir a
entrada dos novos veículos.

• Faixa de desaceleração - trata-se da faixa destinada à mudança de velocidade,


cujo objetivo é permitir a um veículo que sai da via principal a diminuição de sua
velocidade para uma velocidade segura, compatível com as características do
ramo ou da via de conexão que se segue, sem interferir com o veículo
imediatamente atrás.
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• Faixa de domínio - área compreendendo a rodovia e suas instalações correlatas


e faixas adjacentes legalmente delimitadas, de propriedade ou sob domínio ou
posse do órgão rodoviário e sobre a qual se estende sua jurisdição. Deve ser
prevista com largura suficiente para conter as instalações necessárias aos serviços
de controle da operação da rodovia e permitir sua conservação, proteção e sua
futura expansão.

• Faixa de rolamento ou faixa de tráfego: faixa longitudinal da pista, designada e


projetada para uma fila de veículos em movimento contínuo.

2 faixas de tráfego
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• Greide - perfil do eixo de rotação da pista referido à superfície acabada do


pavimento. Neste caso, também é especificado como greide de pavimentação.
Quando o perfil do eixo de rotação for referido à plataforma terraplenada, é
especificado como greide de terraplenagem.
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• lnterseção – confluência, entroncamento ou cruzamento de duas ou mais vias:

• Interseção em nível - interseção onde os cruzamentos de correntes de tráfego


ocorrem no mesmo nível.

• Interseção em desnível - interseção onde ocorrem cruzamentos de


correntes de tráfego em níveis diferentes, sem interferência mútua.
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• Meio-fio - construção longitudinal em degrau disposta no bordo de pista,


acostamento ou faixa de segurança, com o objetivo de conduzir águas pluviais,
conter o pavimento, delimitar áreas não pavimentadas e, especialmente, realçar
para o motorista, mediante um obstáculo intencional ao deslocamento do veículo,
as trajetórias possíveis. Também é denominado guia ou cordão.
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Off-sets: dispositivos (geralmente varas ou estacas) que servem para


referenciar a posição das marcas físicas correspondentes às cristas dos cortes
ou dos pés dos aterros, colocados em pontos afastados por uma distância fixa
convencionada (daí a denominação, do original em inglês, que designa tal
afastamento), com o objetivo de facilitar a reposição das marcas, se arrancadas
durante a construção dos cortes ou dos aterros.
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• Perfil do terreno - perfil de uma linha (por exemplo, o eixo ou um bordo da


pista) que representa de forma contínua a situação allimétrica do alinhamento
disposto sobre a superfície terrestre.

• Pista de rolamento - área da plataforma, destinada à circulação de veículos em


movimento contínuo.

Pista de rolamento com


2 faixas de tráfego
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• Pista de seção transversal com caimento simples - pista com declividade


transversal em um único sentido entre os bordos.

• Pista de seção transversal abaulada - pista cuja seção tem declividade


transversal em dois sentidos, seja sob forma de dois planos cuja interseção
forma a crista da seção, seja sob forma continuamente arredondada (seção
convexa). Neste último caso, o lugar geométrico dos pontos da seção de
maior cota também é denominado crista.
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• Plataforma - parte da rodovia compreendida entre os os bordos dos


acostamentos externos, mais as larguras das sarjetas e/ou as larguras adicionais,
conforme se trate de seções de corte, de aterro ou mista.
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• Projeto geométrico - projeto que define detalhadamente os aspectos
geométricos de uma via.
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• Rampa - declividade longitudinal do greide da pista ou plataforma. Seu valor
normalmente é dado pela tangente do ângulo formado com o plano horizontal.
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• Seção-tipo - seção transversal constante empregada repetitivamente em trechos
contínuos de rodovias ou ramos. Ex: Seção-tipo pista simples.
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• Seção-tipo - seção transversal constante empregada repetitivamente em trechos
contínuos de rodovias ou ramos. Ex: Seção-tipo pista dupla.
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Seção transversal do terreno – é a interseção do terreno natural com o plano
vertical normal ao eixo da rodovia na estaca considerada.
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• Seção Transversal (terreno natural)

Eixo de Projeto
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• Seção Transversal

Eixo de Projeto
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• Seção Transversal

Eixo de Projeto
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• Seção Transversal

Eixo de Projeto
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• Seção Transversal (da rodovia)
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• Seção transversal (da rodovia) - para fins do projeto geométrico, representa o
alinhamento superficial que conforma transversalmente a rodovia, incluindo a
pista, acostamentos, plataforma e taludes, até a interseção com o terreno natural.
Resulta da interseção de um plano vertical perpendicular ao eixo com a superfície
do corpo estradal contido entre os limites da terraplenagem.
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• Seção transversal da rodovia (seção gabaritada) - para fins do projeto
geométrico, representa o alinhamento superficial que conforma transversalmente a
rodovia, incluindo a pista, acostamentos, plataforma e taludes, até a interseção com
o terreno natural.
Resulta da interseção de um plano vertical perpendicular ao eixo com a superfície
do corpo estradal contido entre os limites da terraplenagem.
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• Sinalização horizontal - processo de sinalização, constituído por marcas


aplicadas sobre o pavimento, destinado a transmitir mensagens de
regulamentação, advertência ou indicação para o trânsito de veículos e pedestres.

• Sinalização vertical - tipo de sinalização constituído por dispositivos montados


sobre suportes, no plano vertical, fixos ou móveis, destinado a transmitir
mensagens de regulamentação, advertência ou indicação para o trânsito de
veículos e pedestres.
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• Superelevação - declividade transversal em um único sentido de que a pista é


dotada em curvas, com caimento orientado para o centro (lado interno) da curva,
com o objetivo de contrabalançar a atuação da aceleração centrífuga.

• Superlargura - acréscimo total de largura da pista, ao longo das curvas de


concordância horizontal, para possibilitar a manutenção dos afastamentos
transversais necessários entre veículos em movimento, em condições de
segurança.
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• Talude de corte - a superfície lateral (geralmente inclinada) que resulta da
conformação de uma seção de corte; a interseção dessa superfície com a plataforma é
denominada de pé do corte, sendo a interseção com o terreno natural denominado
crista do corte. Expresso pela relação v : h (ou v/h). Matematicamente, o talude
expressa a tangente do ângulo que a superfície inclinada forma com o horizonte.

• Talude de aterro (saia do aterro) - a superfície lateral (geralmente inclinada) que


resulta da conformação de uma seção de aterro; a interseção dessa superfície com o
terreno natural é denominada de pé do aterro, sendo a interseção com a plataforma
denominada crista do aterro. Expresso pela relação v : h (ou v/h).
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• Taper (Teiper ) - faixa de trânsito de largura variável, utilizada como transiçao


para deslocamento lateral para uma faixa paralela. Normalmente usada no início de
uma faixa de desaceleração, no fim de uma faixa de aceleração, e no início e no fim
das terceiras faixas.
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•Terceira faixa - consiste de uma faixa auxiliar acrescida lateralmente à pista do
lado direito no sentido ascendente, destinada ao tráfego de veículos lentos,
objetivando melhorar a fluência de operação mediante obras de relativo baixo
custo que adiem investimentos de grande vulto . Aplica-se a designação tanto a
pistas de mão dupla como de mão única.

• Valeta de proteção de corte - dispositivo de drenagem superficial, disposto a


montante das seções de corte, que tem por objetivo interceptar as águas
superficiais que correm em direção à rampa do corte, conduzindo-as
longitudinalmente para fora das seções de corte.
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Exemplo: Características Técnicas de um Projeto Viário
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BIBLIOGRAFIA:
BRASIL. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem.
Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico. Manual de Projeto Geométrico de Rodovias
Rurais. Rio de Janeiro, 1999. 195 p.

BRASIL. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria de


Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa.
Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de projeto de interseções. 2.ed. - Rio de
Janeiro, 2005. 528p. Disponivel em:
http://ipr.dnit.gov.br/manuais/manual_de_projeto_de_intersecoes_versao_final.pdf

LEE, Shu Han. Introdução ao Projeto Geométrico de Rodovias - Parte 1. Programa


Especial de Treinamento Engenharia Civil (Apostila da Disciplina ECV 5115).
Florianópolis: UFSC, 2000.

PIMENTA, Carlos R. T. & OLIVEIRA, Márcio P. Projeto Geométrico de Rodovias. São


Carlos: RiMa Editora, 2001.

PONTES FILHO, Glauco. Estradas de Rodagem: Projeto Geométrico. São Carlos: G.


Pontes Filho, 1998. 432 p.

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