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Elementos básicos para o projeto

 O projeto geométrico estuda as diversas características geométricasdo traçado


o Leis do movimento
o Comportamento do motorista
o Características de operação dos veículos
o Tráfego
 Objetivo
o Garantir uma estrada segura, confortável e eficiente, com o menor custo
possível
 Características inadequadas
o Causar acidentes
o Baixa eficiência
o Obsolescência precoce da estrada

Elementos básicos para o projeto:

 A escolha de boas características geométricas nem sempre acarreta grandes


acréscimos no custo da construção
 Alterações na estrada depois de construída, como alargamento da plataforma ou
redução de rampas, implicam a perda de vários outros serviços, gerando custos altos
que devem ser evitados
 Os diversos elementos do projeto geométrico devem ser escolhidos de forma a gerar
uma estrada que possa atender aos objetivos para os quais ela foi projetada, dando
condições de escoamento de tráfego que justifiquem o investimento

Velocidades

 O tempo de viagem é um fator muito importante na escolha de um determinado meio


de transporte por parte de um usuário
 É importante que a estrada forneça condições para que os usuários possam
desenvolver, de forma segura, velocidades compatíveis com suas expectativas
 Velocidade depende
o Motorista
o Veículo
 Estrada

Velocidade de projeto em função da classe de projeto (DNER, 1999):

Velocidades de projeto recomendadas pelo DER-SP:

Velocidade de operação (Vo)

 “Velocidade Média de Percurso (Vm)“


 Melhores características geométricas e maior segurança encorajam os motoristas a
adotar maiores velocidades
 Volume e composição do tráfego
 Condição e características dos veículos
o tipo, peso, potência, estado de conservação
 Comportamento, capacidade, vontade e estado psicológico do motorista
 Qualidade da estrada: geometria e pavimentos
 Condições climáticas
 Policiamento e limite legal de velocidade

Relação entre velocidade de projeto e velocidade de operação:

Distância de visibilidade

 A segurança de uma estrada está diretamente relacionada com a visibilidade que ela
oferece
 O projetista deve sempre buscar soluções que gerem espaços com boa visibilidade
 Nos acessos às estradas devem ser tomados cuidados especiais para que todos os
veículos que vão entrar nas correntes de tráfego possam ser vistos a uma distância
suficientemente segura
 Quanto melhor forem as condições gerais de visibilidade, mais segura será a estrada
 Devem ser respeitados valores mínimos
o Distância de visibilidade de frenagem (Df)
o Distância de visibilidade de ultrapassagem (Du)

Distância de visibilidade de frenagem - Df (ou Distância de parada – Dp)

“Distância mínima necessária para que um veículo que percorre a estrada, na velocidade de
projeto, possa parar, com segurança, antes de atingir um obstáculo que possa surgir em sua
trajetória”

 Soma de duas parcelas


o Distância percorrida pelo veículo durante o tempo de reação (D1)
o Distância percorrida pelo veículo durante a frenagem (D2)
 Tempo de reação e percepção
o Intervalo de tempo entre o instante em que o motorista avista um obstáculo
em sua faixa de tráfego e o início da frenagem
o tempo de percepção: 0,7 s
o tempo de reação: 0,5 s
o f(distância do obstáculo; acuidade visual; condições atmosféricas; tipo, cor e
forma do obstáculo; atenção do motorista)

 Tempo de reação e percepção


o O valor já considera um coeficiente de segurança

 D2: distância percorrida durante a frenagem


o Força de Frenagem (F): perda de energia cinética
o Hipótese: F = cte
 Desaceleração não-uniforme (ação do freio diminui após certo tempo
e a pressão exercida pelo motorista aumenta com a proximidade do
obstáculo)
 O trabalho desenvolvido pela força será igual à perda da energia
cinética do veículo

Assim,

Nas unidades usuais, para V em km/h, D2 em metros e substituindo g por seu valor, temos:

Portanto, Df = D1 + D2:
 O valor de f varia com a velocidade (V f)
 O coeficiente de atrito depende do material, desenho dos sulcos, pressão dos pneus,
tipo e condição da superfície do pavimento e, principalmente, a presença de água
 Adotado, para cálculo da Df, o coeficiente de atrito para a condição de pavimento
molhado
o Df (desejável) = f(Vp)
o Df (mínimo) = f(Vo)

Coeficiente de atrito e distância de frenagem (DNER)

Exemplo:

1. Calcular a distância de visibilidade de frenagem mínima numa estrada cuja velocidade de


projeto é 100 km/h

2. Calcular a distância de visibilidade de parada desejável numa estrada cuja velocidade de


projeto é 100 km/h

Efeito das rampas sobre a distância de frenagem


Distância de visibilidade de ultrapassagem (Du)

Nas estradas de pista única, com dois sentidos de tráfego, é necessário que existam trechos
com visibilidade suficiente para que os veículos mais rápidos possam ultrapassar os mais lentos

Distância de visibilidade de ultrapassagem (Du)

 Ultrapassagens múltiplas
o Não devem ser considerados no cálculo do valor da distância mínima de
ultrapassagem, pois levariam a valores muito altos que certamente
implicariam aumentos dos custos de construção desnecessário
 A adoção de um valor mínimo de Du tem por objetivo estabelecer uma condição
mínima de visibilidade a ser respeitada em pelo menos alguns trechos da estrada
 Trechos com mais de 2 km sem visibilidade mínima para ultrapassagem reduzem a
segurança e a capacidade de tráfego
 Locais com grandes distâncias de visibilidade aparecem normalmente ao longo do
projeto

 Em trechos de topografia acidentada, algumas vezes é mais econômico criar uma faixa
adicional
 Estabelecer um critério adequado para cálculo de Du é difícil
o Motoristas reagem de forma diferente quando decidem executar
ultrapassagens
 AASHTO
o Adotou critérios com base no comportamento médio de motoristas
o Adotado em projetos de estradas em todo o mundo com bons resultados
 Motorista médio brasileiro
o Características próprias
o Não dispomos de estudos conclusivos
o Os critérios AASHTO têm apresentado bons resultados

Critério de cálculo da AASHTO

Hipóteses:

 O veículo a ser ultrapassado trafega a uma velocidade constante menor que Vp


 O veículo que vai ultrapassar reduz sua velocidade e acompanha o veículo a ser
ultrapassado até visualizar um espaço suficiente para executar a manobra
 Quando aparece um espaço suficiente, o motorista gasta um certo tempo de
percepção e inicia a aceleração de seu veículo para a ultrapassagem
 O veículo que ultrapassa executa a manobra pela faixa da esquerda até obter uma
velocidade média 16 km/h mais alta que a velocidade do veículo ultrapassado
 Quando o veículo que ultrapassa termina a manobra, voltando a sua faixa de tráfego
haverá um espaço de segurança (d3) entre ele e um eventual veículo que venha no
sentido contrário

Definições:

 t1 = tempo da manobra inicial (s)


 t2 = tempo de ocupação da faixa oposta (s)
 a = aceleração média (km/h/s)
 d1 = distância percorrida durante o tempo de reação e aceleração inicial (m)
 d2 = distância percorrida durante o tempo de ocupação da faixa oposta (m)
 d3 = distância de segurança entre os veículos (1) e (3) (m)
 d4 = distância percorrida pelo veículo (3), que aparece no instante em que o veículo (1)
acha que não tem mais condição de desistir da ultrapassagem (m)
 Hipóteses
o V2 = constante
o V1 = V2 + m (m = 16 km/h)
 Expressões:
o d1 = 0,278 . t1 (V1 - m + (a . t1 / 2))
o d2 = 0,278 . V1 . t2
o d3 = tabelado
o d4 = (2 . d2) / 3
 Du = d1 + d2 + d3 + d4

Valores adotados pela AASHTO

Distância de visibilidade de ultrapassagem (DNIT)

Veículos de projeto
 Veículo teórico de uma certa categoria cujas características físicas e operacionais
representam uma envoltória das características da maioria dos veículos existentes
nessa categoria
 A escolha do veículo de projeto deve considerar a composição do tráfego que utiliza
ou utilizará a rodovia, obtida de contagens de tráfego ou de projeções que considerem
o futuro desenvolvimento da região
 Essas características condicionam diversos aspectos do dimensionamento geométrico
de uma via

Características das vias influenciada pelo veículo de projeto

 A largura do veículo de projeto influencia na largura da pista de rolamento dos


acostamentos e dos ramos de interseções
 A distância entre eixos influi no cálculo da superlargura e na determinação dos raios
mínimos internos e externos das pistas
 O comprimento total do veículo influencia a largura dos canteiros, a extensão das
faixas de espera, etc
 A relação PBT/potência influencia o valor da rampa máxima e participa na
determinação da necessidade de faixa adicional de subida
 A altura do veículo de projeto influi no gabarito vertical

Cinco grupos básicos (predominante no Brasil é o tipo CO)

Dimensões básicas dos veículos de projeto:


Gabaritos:
Comparação entre gabaritos de giro de veículos :

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