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SISTEMAS DE

TRANSPORTES
AULA 5 - VOLUME DE
TRÁFEGO

Prof. Paulo Nino


DETERMINAÇÃO  Volume de Tráfego: Número de
DO VOLUME DE veículos que passam numa
TRÁFEGO determinada seção da via na
unidade de tempo.

 AADT ou VMDA: Volume médio


diário anual do tráfego. Volume
total anual ÷ 365 dias.
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 ADT ou VMD: volume diário do tráfego ou volume médio
diário. Volume total durante dado período (< 1 ano) ÷ nº
dias período. Assim, tem-se:

 VMDm: Volume médio diário mensal. Número total de


veículos trafegando em um mês dividido pelo número de
dias do mês.
 VMDs: Volume médio diário semanal. Número total de
veículos trafegando em uma semana dividido por 7. É
sempre acompanhado pelo nome do mês a que se refere.
 VMDd: Volume médio diário em um dia de semana. Deve ser
sempre acompanhado pela indicação do dia de semana e
do mês correspondente.
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Para todos esses casos a unidade é veículos/dia. O VMDA é o
de maior importância.
Os demais são geralmente utilizados como amostras a serem
ajustadas e expandidas para determinação do VMDA.

 Composição do Tráfego: porcentagem dos diferentes tipos de


veículos que compõem o tráfego (Automóveis + Caminhões +
ônibus + motos + outros)= contagem classificada.
 Volume Abreviado: fluxo para período < 1 hora (0 a 30 minutos).
 Variações do Volume de Tráfego:
Variações sazonais ou mensais (ao longo do ano);
 Variações diárias (ao longo da semana);
 Variações horárias (ao longo do dia);
4  Variações dentro da hora:
PESQUISA DE TRÁFEGO: CONTAGENS

As contagens de tráfego são feitas com o objetivo de conhecer-se o número


de veículos que passa através de um determinado ponto da estrada, durante
certo período, podendo-se determinar o Volume Médio Diário (VMD), a
composição do tráfego, etc.
Tais dados servem para a avaliação do número de acidentes, classificação
das estradas e fornecem subsídios para o planejamento rodoviário, projeto
geométrico de estradas, estudos de viabilidade e projetos de construção e
conservação.
Permitem, ainda, aglomerar dados essenciais para a obtenção de séries
temporais para análise de diversos elementos, tais como a tendência de
crescimento do tráfego e variações de volume.
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PESQUISA DE TRÁFEGO: CONTAGENS

 Contagens Globais
São aquelas em que é registrado o
número de veículos que circulam
por um trecho de via,
independentemente de seu
sentido, grupando-os geralmente
pelas suas diversas classes.
São empregadas para o cálculo de
volumes diários, preparação de
mapas de fluxo e determinação de
tendências do tráfego.
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PESQUISA DE TRÁFEGO: CONTAGENS

 Contagens Direcionais
São aquelas em que é registrado o número de veículos por sentido do fluxo
e são empregadas, por exemplo, para cálculos de capacidade,
determinação de intervalos de sinais, estudos de acidentes e previsão de
faixas adicionais em rampas ascendentes.

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PESQUISA DE TRÁFEGO: CONTAGENS

 Contagens Classificatórias
Nessas contagens são registrados
os volumes para os vários tipos ou
classes de veículos.
São empregadas para o
dimensionamento estrutural e
projeto geométrico de rodovias e
interseções, cálculo de capacidade,
cálculo de benefícios aos usuários e
determinação dos fatores de
correção para as contagens
8 mecânicas.
MÉTODOS DE CONTAGEM
 Contagem Manual
Utiliza material humano.
Permite classificação por tipo,
tamanho, etc.;
1 pesquisador – até 1.000
veículos/h ou 200 pedestres/h;
Quando o período de contagem
é inferior a 8 ou 10 horas;

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 Procedimentos de Contagem
Os observadores necessitam ser trocados a
cada 2 ou 3 horas (fadiga).
Dividir o período de contagem em intervalos
de 5 a 15 minutos.
Pode-se utilizar planilhas com anotação à lápis
ou contadores manuais, que acumulam o
número de veículos do período de contagem.

Vantagem Desvantagem

 Boa precisão, maior número de  Limitação de cobertura;


informações;  Custo.
 Grande flexibilidade, simplicidade
10 e rapidez.
MÉTODOS DE CONTAGEM
 Contagem Mecânica
Utiliza detectores de tráfego de instalação permanente ou
móvel.

Vantagem Desvantagem
 Baixo custo/hora;  Não fornece muitas
informações;
 Amplitude de tempo de
cobertura;  Investimento inicial alto.
 Boa precisão.

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MÉTODOS DE CONTAGEM
 Contagem Mecânica

Tipos de Contadores
Os detectores de dados de tráfego podem ser classificados em dois grupos:
• Detectores na via ou intrusivos;
• Detectores acima da via ou não-intrusivos.
O detector intrusivo é instalado embutido ou preso à superfície do pavimento.
O detector não-intrusivo não modifica a estrutura da via, é instalado acima ou
às margens da faixa de tráfego.
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Detectores Intrusivos
 Tubos Pneumáticos

Os sensores enviam pulsos de pressão de ar por um tubo de


borracha assim que o veículo passa sobre o tubo,
produzindo um sinal elétrico, que é transmitido a um
software de análise ou a um contador.
O objetivo é a contagem de tráfego em períodos curtos,
classificação dos veículos por número de eixos, medição de
velocidade e espaçamento, entre outros estudos.
Esta foi a primeira tecnologia de detecção de tráfego,
inventada em1920. Ainda é muito utilizada, pois além de ser
de baixo custo, é simples de instalar e usar.
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Detectores Intrusivos
 Laços Indutivos

Os detectores por laços indutivos


(loops) são os sensores mais
utilizados para a coleta de dados
de tráfego.
Seus principais componentes são
um detector oscilador que serve
como uma fonte de energia ao
detector, um cabo para o
controlador e um ou mais laços de
metal enrolados sobre si mesmos
instalados dentro do pavimento.
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Detectores Intrusivos
 Laços Indutivos

O laço é constantemente alimentado com uma tensão com freqüência fixa. Um


cabo enrolado formando uma bobina por onde passa uma tensão elétrica, gera
uma indutância. Quando um outro metal está próximo do laço, a indutância
diminui; o que aumenta a freqüência de oscilação. Esse aumento na freqüência
faz com que a unidade de controle gere um pulso, acusando a passagem de um
veículo.
O laço indutivo pode fornecer dados sobre a passagem de veículos, presença,
ocupação e velocidade. Também pode realizar a classificação de veículos. A
diminuição da indutância é proporcional à quantidade de metal que passa sobre
o laço; assim, pode-se determinar a classe do veículo através do valor da
diminuição da indutância.
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Detectores Intrusivos
 Sensores Magnéticos

Os sensores magnéticos operam baseados na variação das linhas de fluxo do


campo magnético terrestre. Um rolo de fio com corpo de altíssima
permeabilidade magnética é instalado abaixo da superfície do pavimento.
Quando um objeto metálico (veículo) passa pelo sensor, as linhas de fluxo
constantes do campo magnético são deflexionadas. Isto causa uma variação
na tensão e um amplificador traduz essa variação em sinal digital, informando
ao controlador de tráfego a detecção de um veículo.
São utilizados para medir volume, headway, presença e velocidade dos
veículos e podem ser divididos em dois tipos:

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Detectores Intrusivos
 Sensores Magnéticos

• Magnetômetros de indução (ou apenas detectores


magnéticos): Esse tipo de sensor não consegue detectar
veículos parados na via, necessita de veículos com uma
velocidade mínima entre 5 e 16 km/h.
• Magnetômetros de eixo duplo: detectam mudanças nos
componentes horizontais e verticais do campo magnético
terrestre, causado pela passagem de um veículo. Este
tipo de sensor pode detectar veículos em movimento ou
parados.

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Detectores Intrusivos
 Sensores Piezoelétricos

Um material piezoelétrico é capaz de converter energia cinética em energia


elétrica.
Quando um veículo passa sobre um detector, o sensor piezoelétrico gera uma
tensão proporcional à força ou ao peso do veículo.
Esses sensores podem medir volume, velocidade (com múltiplos sensores),
peso e classificar veículos (a partir da contagem de eixos e espaçamento). São
utilizados, principalmente, na coleta de dados de tráfego e verificação de peso
(balanças).

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Detectores Intrusivos
 Sensores Piezoelétricos

Um cabo piezoelétrico é composto por um


cabo coaxial com um núcleo de metal,
seguido pelo material piezoelétrico e uma
camada externa de metal.

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Detectores Não-Intrusivos
 Sensores Infravermelhos

Existem os sensores infravermelhos passivos e os ativos.

 Sensores infravermelhos passivos: detectam mudanças na


energia infravermelha emitida ou refletida de uma
determinada área. Esses sensores medem a energia emitida
pelo pavimento da via (valor básico).
Quando um veículo entra na zona de detecção, há uma
variação no valor básico, acusando sua presença. Podem
acusar presença do veículo, medir volume e ocupação, além
20 de velocidade se utilizadas várias zonas de detecção.
Detectores Não-Intrusivos

 Sensores infravermelhos ativos: emitem


raios laser de baixa energia para uma
área específica do pavimento e medem o
tempo de retorno do sinal emitido.
Podem detectar presença, medir volume,
densidade, classificar veículos e medir
velocidade, e podem ser instalados vários
detectores em uma mesma interseção,
sem que haja interferência entre eles.

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Detectores Não-Intrusivos
 Sensores Microondas

Transmitem radiação de microondas de baixa energia em uma área do


pavimento a partir de uma antena e analisa o sinal refletido para o detector.

 Doppler: Mede a presença de um veículo em


função do movimento relativo de uma fonte
sonora e seu receptor, provocando uma mudança
na freqüência recebida de volta.
Podem medir a presença e a velocidade de um
veículo em movimento. Esse sistema tem a
desvantagem de não conseguir medir veículos
parados e de ter dificuldade de contar veículos
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em regime de “anda-e-pára”.
Detectores Não-Intrusivos
 Radar: Os sensores que utilizam radar usam um
sinal de freqüência ou fase modulada para
calcular o atraso de tempo da onda refletida,
obtendo a distância do veículo. Pode acusar a
presença de veículos parados. Assim, além de
medir velocidade, pode ser utilizado para
monitorar filas de veículos e ocupação.

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Detectores Não-Intrusivos
 Detectores por Imagem (Vídeo)

As câmaras de vídeo são utilizadas para fiscalização e controle de tráfego.

Um sistema de processamento
de imagens de vídeo consiste
em uma ou mais câmeras, um
computador para digitalização e
processamento das imagens e
um software para interpretação
das imagens e para convertê-las
em dados do fluxo de tráfego.
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Detectores Não-Intrusivos

As câmeras de vídeo podem ser utilizadas para coletar velocidade,


volume, presença, ocupação, densidade, movimentos de conversão,
mudança de faixa, aceleração, classificação de veículos e outros.
Nas áreas urbanas, as câmeras estão entre os principais instrumentos
de sistemas de monitoramento das condições de tráfego e do
gerenciamento de incidentes.

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Detectores Não-Intrusivos
 Sensores Ultra-sônicos

Tais detectores transmitem ondas


de pressão de energia sonora acima
da freqüência audível humana.
Estes sons refletem no pavimento ou
no veículo, são captados pelo
receptor e processados para
fornecer informações de passagem e
de presença.

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Detectores Não-Intrusivos
Podem ser montados acima da via ou ao seu
lado, conforme a figura seguinte:

 Existem dois tipos de sensores ultra-sônicos:

 Sensor de pulso ultra-sônico: possuem pulsos de energia com largura e


período padrões, que são emitidos. Se o tempo medido for menor que o valor
básico, a presença do veículo é acusada, fornecendo dados como altura,
largura, ocupação, presença, volume e classificação do veículo.
 Sensor de onda ultra-sônica contínua: usam o princípio de Doppler para acusar
27 a presença de um veículo, volume e velocidade.
Detectores Não-Intrusivos
 Detectores Acústicos Passivos

O tráfego de veículos produz sons audíveis, ou


seja, energia acústica. Os detectores acústicos
passivos (ou sônicos) utilizam um receptor para
detectar a energia sonora gerada pelos veículos
e determinar sua presença.
Podem detectar volume, velocidade e
ocupação.
Uma desvantagem é o fato de serem sensíveis a
efeitos ambientais, como chuva e ventos fortes.
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CONTAGENS PONTUAIS OU
LOCAIS
 São realizadas em locais específicos da via;
 Uso: projeto viário, análise de capacidade, análise de
operação,
 Dimensionamento de semáforos;
 Levantar dados por direção e/ou classificada;
 Tempo de duração:
 automática – 1 dia a 1 semana
 manual – algumas horas

29  classificada – 10 a 15 min.
CONTAGENS PONTUAIS OU
LOCAIS
 Contagem em Interseções

As contagens em interseções são realizadas visando à obtenção de dados


necessários à elaboração de seus fluxogramas de tráfego, projetos de canalização,
identificação dos movimentos permitidos, cálculos de capacidade e análise de
acidentes. Características:
 normalmente são utilizadas contagens manuais;

 são contados os volumes que entram na interseção;

 são contados os volumes por movimento (direto ou de conversão) e por tipo de


veículo;

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 devem ser divididas em intervalos de 15 minutos, para determinar as variações
dentro da hora de pico.
CONTAGENS PONTUAIS OU
LOCAIS
Procedimento especial para interseções semaforizadas

 todos os movimentos não ocorrem


simultaneamente (por fase);

 anotar o tempo de ciclo e a divisão de


tempo de verde por fase;

 período de contagens divididos em


intervalos de tempo múltiplos do tempo de
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ciclo.
CONTAGENS PONTUAIS OU
LOCAIS
 Contagem entre Interseções

 normalmente são utilizadas contagens automatizadas;


 para determinação do volume total, pode ser utilizado 1 contador
(desde que capture todas as faixas);

 para determinação do volume por


direção, é necessário mais de um contador,
com sensores para cada direção;
 contagens manuais curtas são utilizadas
para estimar a proporção dos diversos tipos
32 de veículos (classificada).
CONTAGEM EM ÁREAS
 Postos de Contagem

 Postos de contagem contínua (permanente)

São instalados em todos os pontos onde se necessite uma série contínua de


dados para a determinação de volumes horários, tendências dos volumes de
tráfego, ajustamento de contagens curtas em outros locais, etc. Sua
localização deve ser distribuída de tal modo que sejam representativos de
cada tipo de via do sistema, de acordo com:
 função (rodovia interurbana, vicinal, turística, etc.);

 situação geográfica;

 relação com zonas urbanas ou industriais;


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 volume de tráfego.
CONTAGEM EM ÁREAS

Os postos permanentes
funcionam 24 horas por dia,
durante os 365 dias do ano.
Neles devem ser instalados
contadores que registrem os
volumes que passam em
cada hora e a cada 15
minutos.

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CONTAGEM EM ÁREAS
 Postos de contagem de controle
• em períodos repetidos de tempo, porém intermitentes;
• para estabelecer fatores de expansão diárias e sazonais dos
dados dos postos de cobertura.
Divididos em :
• principais – 1 semana de contagem durante cada mês do ano.
• secundários – 1 semana de contagem a cada 2 meses do ano.
• O número de postos secundários é normalmente o dobro dos
principais.
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CONTAGEM EM ÁREAS
 Postos de contagem de cobertura
• Fornece informações para se estimar VMD (volume médio diário)
para cada seção da via, pelo menos uma vez por ano no local.
• A duração das contagens nesses postos será função do grau de
confiabilidade desejado na determinação do VMD, podendo ser
de 7, 3 ou 1 dia, de 24 ou 16 horas.

O período deve ser suficiente para a determinação de fatores de


correção a serem introduzidos nas contagens de menor duração.

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CONTAGEM EM ÁREAS
 Contagem em Áreas Rurais

 (Método do BPR – Bureau of Public Roads)


• depende do tipo e tamanho da área.
• classificação das vias rurais (uso do solo,
origem/destino, ...)

 Postos de contagem contínua:


• localização cuidadosa, contadores
automáticos.
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CONTAGEM EM ÁREAS
 Contagem classificada complementar:

• em postos de controle selecionados: manual


• em postos de contagem contínua:
 para volume > 2000 veículos – 1 contagem classificada 24
horas em 2 dias úteis, sábado e domingo, 6 vezes ao ano, em
meses alternados (1 contagem a cada 2 meses).
 em 1/5 das estações restantes fazer sábado e um domingo,
em cada uma das 4 estações do ano.
 nas estações restantes fazer 8 horas em dia de semana, em
cada uma das 4 estações do ano.
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CONTAGEM EM ÁREAS
 Contagem em Áreas Urbanas

 a contagem em toda área urbana torna-


se impraticável devido ao alto custo
para cobrir toda a área;
 recomenda-se a classificação do
sistema viário:
 vias principais – expressas, principais
arteriais e coletoras;
 vias secundárias ou locais –
residenciais, comerciais e industriais.
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CONTAGEM EM ÁREAS
 Postos de Contagem de Controle
• principais:
• secundários:
• postos chaves:

 Postos de Contagem de Controle


• Postos de Cobertura
no sistema principal:
no sistema secundário:
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CONTAGEM EM ÁREAS

 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

 Mapas de fluxo de tráfego, em escala.


 Diagrama de fluxo em interseções.
 Gráficos de variações de volume.
 Gráficos de tendências – para vários anos.
 Tabelas resumo.
 Folha resumo dos fluxos de tráfego nas interseções.
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Obrigado!
Dúvidas?
Você pode entrar em contato comigo:

paulo.roberto@fatecie.edu.br

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