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4 – PREVISÃO DE TRÁFEGO
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Os projetos, em princípio, podem ter uma vida útil determinada pela sua vida
física. Como também podem receber modificações, quer seja por imposições
econômicas ou pelos avanços tecnológicos, através de inovações e
aperfeiçoamentos dos processos trabalhados, ou ainda alterações impostas pelos
mercados.
Sendo os projetos na área de transportes, usualmente projetos que tem uma vida útil
muito grande, a decisão dos investimentos depende fundamentalmente das
previsões estabelecidas para o período analisado. Daí a importância de trabalhar as
hipóteses de tráfego levantadas, como também as condições operacionais, do que
deixá-las omissa.
Terceiro: Utilização dos Modais - Considerar que o mesmo deve ser efetuado de
modo tal que venha a ser distribuído pelas modalidades de transporte, que possam
executar a distribuição de forma a mais eficiente e eficaz.
Observações:
a) Os três estágios agora citados são usualmente inter-relacionados, uma vez que
as produções e os fluxos de tráfego dependem, em parte, dos custos de
transporte.
b) “Quando os custos financeiros não refletem os custos econômicos, a
distribuição do tráfego deve ser trabalhada em cima dos primeiros”.
c) Embora muitos técnicos ligados à área de transportes não considerem o
“turismo” nas premissas a serem estudadas, consideramos a mesma
efetivamente como uma atividade industrial e, como consequência, entendemos
que deve ser considerada.
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É o caso da área portuária (portos), das ferrovias e rodovias, por exemplo, que não
poderão ser transferidas para outras regiões, após a sua implantação, caso não
venha a dar certo. Como exemplo podemos citar o Porto de Luiz Correia (PI); e a
estrada Belém – Brasília. Por isto a importância de se buscar prever a produção, o
consumo e ainda as localizações destes investimentos, de forma a mais coerente
possível.
Embora não ligado a transportes, um outro exemplo prático de ações que não
deram certo, por falta de um estudo mais apurado, aqui no estado do Rio Grande do
Norte, foi à série de hotéis inaugurados no interior do estado a um determinado
tempo atrás, buscando introduzir um desenvolvimento turístico ao interior. É óbvio
que ocorreram falhas no processo como um todo.
Exemplo:
Produção – 300.000 toneladas ano
Quantidade de vagões necessários -?
Tm x Rm
Ndias = --------------
t x d
Tm = Tonelagem mês
Rm = Rotatividade média: 3
t = Capacidade vagões: 42 t
Ndias = Número de vagões de acordo com os dias
d = Número de dias do mês trabalhados
Para: 20.000 t. x mês (considerando que 5.000 toneladas venham a sair via
rodoviária pra o mercado regional) teremos:
Dias mês: 25 dias
Ou seja: Para que venhamos a ter um tráfego sem maiores problemas, serão
necessário 63 vagões, considerando 25 dias de funcionamento mês, ou 53 vagões se
considerarmos 30 dias mês.
Esta elasticidade dos preços também poderá variar em função do tempo, pois
poderão ocorrer alterações tarifárias, quando do declínio de um determinado modal
por outro; e alterações nos custos, em função do tempo de viagem. O que poderá
terminar por responder na localização de indústrias.
Nos últimos anos, muito se tem avançado nos estudos de modelos de transporte,
buscando-se um modelo matemático que permita ofertar um melhor resultado entre
a grandeza dos fatores geradores de tráfego e o volume de tráfego resultante.
Infelizmente não se tem colhido melhores resultados, por serem os fatores
geradores de tráfego muito complexos, com poucas informações coerentes
disponíveis, tornando a preparação dos modelos muito difíceis e demorados.
Exemplos.:
negativo, uma vez que a tonelagem média daquela unidade portuária gira em torno
de 18 a 20 toneladas terno hora, para este mesmo tipo de carga.
Primeiro: Considerar que os cálculos dos custos são normalmente difíceis, por
falta de informações adequadas. E também porque os custos que interessam são os
econômicos, que podem ser diferentes dos financeiros, como já foi visto.
Particularmente se considerarmos os custos na ótica da iniciativa privada.
OBSERVAÇÕES:
a) Isto ocorreu, como já observado em outras aulas, com certa frequência no
modal ferroviário, antes da privatização, cujas tarifas eram baseadas no valor
do produto e cobradas de forma uniforme nos vários ramais existentes no
Brasil, independentes das diferenças de custos existentes entre as mesmas.
b) Isto também vem a ocorrer nos modais rodoviários e portuários, que também
raramente traduzem corretamente os custos por eles praticados. No modal
rodoviário, aqui no Rio Grande do Norte, temos o caso do frete conhecido
como frete de retorno. Normalmente os caminhões retornam ao sul do país
transportando produtos, particularmente o sal, a preços que cobrem
basicamente as despesas.
c) Já no caso portuário, as tarifas são determinadas através de estudos que
estabelecem os seus valores. No entanto, em razão da competitividade dos
portos da região, muitas vezes o preço praticado não reflete a realidade.
d) É muito importante que a avaliação de projetos leve em consideração os
custos econômicos em relação aos benefícios econômicos. Porém devemos
levar em consideração os encargos financeiros relativos ao projeto. E
entender sempre que, muitas vezes, particularmente em projetos
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Exemplos:
O transporte rodoviário, como inúmeras vezes informado, pode proporcionar (e
proporciona) um serviço que é conhecido nos meios de transportes como “door to
door”. Ou seja: porta a porta. Este modal apresenta, em geral, uma considerável
economia de tempo (quando comparado a outros modais), uma maior regularidade,
uma maior frequência, menores perdas e menores avarias. Inclusive um melhor
atendimento as possíveis reclamações dos usuários, em face de elevada
competitividade hoje existente no mercado. Isto é muito importante, no caso
específico da carga geral. Isto explica a preferência pelo modal rodoviário para
este tipo de carga, apesar dos custos diretos do transporte por rodovia possam ser
de fato mais elevados que os custos ferroviários e/ou portuários.
“É importante não esquecer que o objetivo final não é o mais baixo custo de
transporte e sim o mais baixo custo para o produto entregue no seu destino”.(na
ponta final).
Exemplo 02:
A prefeitura de uma cidade está analisando um pedido para construção de um
Centro Comercial em um terreno situado à margem de uma via expressa. Como a
via expressa já possui um volume de tráfego elevado, para evitar congestionamento
futuros, é preciso fazer uma estimativa de tráfego adicional, que será gerado pela
construção do centro comercial.
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A área do centro comercial a ser ocupada por lojas será igual a 04 (quatro) vezes a
área (m2) ocupada por restaurantes. Os números de viagens atraídas por
automóveis no horário de maior movimento (horário de pico) são: 0,1 viagem por
m2 de restaurantes e de 0,6 viagem por m2 de lojas. Considerar:
a) Que o volume médio de tráfego diário existente hoje na via expressa é de 25.000
automóveis / dia, e que a capacidade dessa é de 4.000 automóveis por hora.
Calcule a maior área em m2 a ser ocupada por lojas e restaurantes no centro
comercial.
b) A importância em amenizar o problema de congestionamento de tráfego urbano
está nos custos econômicos e sociais por eles provocados. Cite pelos menos
quatro desses custos.
c) DADOS / INFORMAÇÕES TÉCNICAS: Volume de tráfego no horário de pico
= 10 % (doze por cento) do volume médio de tráfego diário.
Solução:
a) Vol. Médio Tráfego Diário – 25.000 aut. X dia
b) Vol. Tráfego Hr. Pico – 10% Vol. Médio Traf. Diário
c) Folga de capacidade na via de acesso;
F = 4000 – 2500 = 1500 aut / hora
d) Det. Área Máxima a ser Construída
0,1R + 0,6 L = 1.500 ..... L = 4R
0.1R + 0,6 (4R) = 1.500
0,1R + 2,4R = 1.500 2,5 R = 1.500
R = 1.500 / 2,5 = 600
R = 600 m² L = 4R 4 x 600 = 2.400
L = 2.400 m²
Exemplo 03:
Considerando que o número de leitos em hotéis da região vai crescer 10% ao ano, a
partir da conclusão da obra, calcule o valor da nova taxa de embarque, para que o
investimento se pague em 05 (cinco) anos, assumindo que as demais variáveis do
problema, inclusive a nova taxa de embarque, permanecerão constantes ao longo
desses 05 9cinco) anos.
Solução:
Sendo de 250.000 o número de passageiros embarcados no primeiro ano, após a
conclusão das obras, o número de leitos em hotéis da região será de:
# 250.000 = 125,0 (Lh) (Lh) = 250.000 / 125 = 2.000
# (Lh) = 2.000 leitos
Ano Nº de Leitos
01 2.000 = 2.000
02 1,10 x 2000 = 2.200
03 1,10 x 2200 = 2.400
04 1,10 x 2400 = 2.662
05 1,10 x 2662 = 2.928,2
Total = 12.210,2
Tráfego Normal: É aquele tráfego que existiria de qualquer maneira nos meios
existentes com ou sem os investimentos. Ele é bastante beneficiado pela redução
dos custos que possíveis alterações venham a proporcionar, pois, por definição, elas
ocorreriam, mesmo a custos mais elevados.
Tráfego Desviado: Será aquele tráfego que será desviado para um outro meio, quer
de outros modais ou do mesmo modal praticado. Exemplos típicos ocorrem quando
temos os desvios do tráfego rodoviário para uma rodovia paralela ou vice-versa; do
rodoviário para o dutoviário; do rodoviário para o hidroviário e vice-versa; do
ferroviário para o portuário, e outros, como do ônibus para os transportes
alternativos e os carros particulares.
Tráfego Gerado: Corresponde a um novo tráfego, gerado pela redução dos custos
de transporte e que não existia anteriormente. Pode ser um tráfego resultante de um
determinado aumento de produção, quer industrial ou agrícola, como também
aquele que não envolve acréscimo de produção, como possíveis produtos que antes
eram comercializados no próprio local e que passam a ser comercializados em
outros locais aonde podem obter melhores preços. Infelizmente não temos muitas
informações estatísticas a este respeito. Há casos em que investimentos levaram a
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Como Exemplo prático também deste tipo de tráfego, podemos citar também o caso
do tráfego de contêiner transportado sal ensacado, através do Porto de Natal. Eram
produtos transportados normalmente via rodoviária, como observado
anteriormente.