• Quando viajamos, é comum nos depararmos com rodovias
em condições ruins ou péssimas, não é mesmo? Também é comum encontrarmos rodovias com tráfego pesado, congestionadas, fazendo-nos perder mais tempo do que gostaríamos nos nossos trajetos. • Fica claro que, para a economia do nosso país acelerar, muito investimento deverá ser dedicado a esse setor, e o seu papel como engenheiro civil será fundamental. • Após disponibilizados os dados da contagem que resultou em VMDA igual a 3.054 veículos e a distribuição por tipos de eixos apresentada na Tabela 1.6 com os respectivos fatores de carga, o projetista questionou qual será a solicitação à estrutura do pavimento (número de repetições do eixo padrão - N). • De acordo com os dados levantados nas situações anteriores, calcule o N com base nos estudos que estabeleceram uma taxa de crescimento exponencial de 1,2% e fator climático regional igual a 1 e apresente a solicitação à qual a estrutura do pavimento estará submetida ao longo da vida útil do pavimento, 20 anos, conforme informado em projeto. • Use o conhecimento obtido nas seções anteriores sobre pesquisa de tráfego e aplique no cálculo do número N, que é um dos principais parâmetros necessários para o dimensionamento dos pavimentos. • Para garantir a vida útil do pavimento, você precisará entender a demanda de tráfego da via. • Ao longo desta seção, reflita sobre a dependência do Brasil no transporte rodoviário e como o excesso de carga danifica e reduz a vida útil das vias. • Além disso, compreenda a importância do levantamento de dados para os projetos de rodovias e prepare-se para fazer a diferença. • Tipos de eixo dos veículos para tráfego rodoviário: A frota brasileira vem aumentando consideravelmente ao longo dos anos e nosso maior desafio é prever este crescimento com tantas oscilações no cenário econômico nacional. • Como vimos na seção anterior, utilizamos séries históricas para obter o volume diário médio anual e a partir dela adotamos uma taxa de crescimento. • Tão importante quanto a quantidade de veículos é compreendermos os tipos de veículos, seus pesos e dimensões e quais serão os esforços provocados por eles nos pavimentos. • Uma forma simplificada de classificar os tipos de veículos é agrupá- los em leves, médios, pesados, semirreboque, reboque e ônibus, conforme a Figura 1.11, com a respectiva quantidade de eixos. • Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), as dimensões autorizadas para veículos com ou sem carga são: • Largura máxima: 2,60 m. • Altura máxima: 4,40 m. • Comprimento total: 14 m para veículos leves, 18,15 para veículos articulados e 19,80 para veículos com reboques. • O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) (2006) resume as principais dimensões empregadas em projetos de rodovias, interseções entre outras, apresentadas na Tabela 1.7. • Quando analisamos as classes, deparamo-nos com termos que caracterizam os veículos e a forma como as cargas serão aplicadas nas vias. A Figura 1.12 traz algumas ilustrações destes termos. • Número de repetições de eixo padrão (N): O parâmetro de tráfego utilizado no dimensionamento das vias é o número de repetições de eixo padrão (N), já que ao longo de um período (P) a via será solicitada por esforços cíclicos de carregamento e descarregamento em um determinado ponto da superfície de rolamento, provocados pelas rodas dos veículos. • O eixo tomado como padrão rodoviário brasileiro é simples de rodas duplas, que transmite um esforço de 8,2 toneladas (80 kN) para o pavimento. • Para obter o parâmetro (N), é necessário estimar o volume total de tráfego ( ) Vt : • A determinação do tráfego futuro auxilia na análise de viabilidade econômica do investimento e fornece dados para o dimensionamento do projeto, garantindo um serviço aceitável ao longo da vida útil prevista (P). • A projeção deve-se basear na natureza da demanda, nas variáveis socioeconômicas e nos modelos de projeção (DNIT, 2006). • Você está estudando a via que dá acesso a grandes fábricas, cujo projeto de um trecho específico prevê pista simples, com um volume diário médio anual de 534 veículos nos dois sentidos, uma distribuição de veículos comerciais de 50% para cada sentido e período de projeto de 10 anos. • A via pertence a uma região que, segundo dados econômicos, apresenta uma taxa de crescimento anual de tráfego linear de 2,5% e tem distribuição de veículos, conforme a Tabela 1.10, elaborada de acordo com a última pesquisa de tráfego realizada. • Solicitações à infraestrutura dos pavimentos rodoviários: O Brasil é dependente do transporte rodoviário, e a frota cresce de forma significativa com o passar dos anos. • Neste contexto, o controle do excesso de carga passa a ter uma grande importância por ser responsável pelo desgaste dos pavimentos em um sistema precário de conservação. • Você está vendo que a previsão das cargas que atuarão é fundamental para a elaboração dos projetos de construção e manutenção dos pavimentos. • A intensidade do tráfego influencia diretamente a durabilidade e a qualidade do pavimento, evitando a formação de patologias como trincas, deformações e desagregações, seguidas de perda de material. • Entretanto, a análise das cargas é complexa, pois temos diversos carregamentos relativos aos tipos de veículos e suas configurações de eixos, rodas, velocidades variáveis e cargas transportadas (KLAMT et al., 2017). • O excesso de carga reduz a vida útil do projeto, demandando mais investimentos em manutenção e reduzindo a segurança das vias, além de aumentar as emissões que geram danos ambientais. • A fiscalização das cargas transportadas é realizada em diversos pontos do país, divididos em todas as regiões, sendo que para o controle são utilizados os limites máximos de peso bruto transmitido por eixo de veículo nas superfícies das vias públicas, de acordo com a Resolução 012/98 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN): • − Eixo simples de roda simples (ESRS): 6 t. • − Eixo simples de roda dupla (ESRD): 10 t. • − Eixo tandem duplo (ETD): 17 t. • − Eixo tandem triplo (ETT) 25,3 t. • A fiscalização e o controle do excesso de peso nos veículos de carga ocorrem em parte das rodovias brasileiras. • Imagine o impacto do excesso de carga na capacidade de frenagem, na estabilidade do veículo, nos danos ao pavimento e nos danos às pontes e ao próprio veículo. • Qual é a importância do controle de excesso de carga nas rodovias? Qual é a contribuição dos efeitos do excesso de carga na estatística preocupante dos acidentes nas rodovias brasileiras? • Estatística das rodovias brasileiras: Aluno, é importante você ter a compreensão da abrangência dos modais no nosso país, pois a necessidade de expansão, modernização e manutenção é enorme. • O planejamento dos investimentos em infraestruturas de transporte é fundamental para garantirmos a eficiência dos transportes de cargas e passageiros, bem como a agilidade no escoamento da produção agrícola e industrial. • A Confederação Nacional de Transportes emite boletins estatísticos mensais com informações, como a participação de veículos na frota (Tabela 1.11), a extensão da malha rodoviária (Tabela 1.12) e a movimentação anual de cargas e passageiros (Tabela 1.13) que destaca a dependência do país do transporte rodoviário.