MANUAL TECNOLÓGICO - Nº 14

DOI: 10.36524/9788582635889

Obtenção do índice de vegetação de um mosaico utilizando o

Agisoft Metashape: Passo a passo

Thiago Blunck Rezende Moreira

Jéferson Luiz Ferrari
Otacílio José Passos Rangel
Alexandre Rosa dos Santos

Alegre, ES
Setembro/2022
 Editora do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo
R. Barão de Mauá, nº 30 – Jucutuquara
29040-689 – Vitória – ES
www.edifes.ifes.edu.br | editora@ifes.edu.br

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Revisão de Projeto gráfico: Diagramação: Capa: Imagem de capa:

texto:
Jéferson Luiz Thiago Blunck Jéferson Luiz Thiago Blunck Thiago Blunck
Ferrari Rezende Ferrari Rezende Rezende Moreira
Moreira Moreira

DOI: 10.36524/9788582635889

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Obtenção do índice de vegetação de um mosaico utilizando o

Agisoft Metashape: Passo a passo

Thiago Blunck Rezende Moreira, Engenheiro Agrimensor e de Segurança do

Trabalho, Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Agroecologia do Instituto
Federal do Espírito Santo – Campus de Alegre, Alegre, ES. E-mail:
tbrmoreira@hotmail.com.
Jéferson Luiz Ferrari, Dr. em Produção Vegetal, Professor no Instituto Federal do
Espírito Santo – Campus de Alegre, Alegre, ES. E-mail: ferrarijl@ifes.edu.br.
Otacílio José Passos Rangel, Dr. em Solos, Professor no Instituto Federal do
Espírito Santo – Campus de Alegre, Alegre. E-mail: ojprangel@ifes.edu.br.
Alexandre Rosa dos Santos. Dr. em Engenharia Agrícola. Professor da Universidade
Federal do Espírito Santo, Alegre, ES. E-mail: mundogeomatica@yahoo.com.br.

Introdução
Um dos princípios fundamentais da Agroecologia é a sustentabilidade. As geotecnologias
podem ser aplicadas no meio rural, no estudo e monitoramento de animais, em políticas
públicas, na pecuária, em zoneamentos agroecológicos determinando as limitações e
potencialidades do meio físico para diferentes atividades, apontando as necessidades de
preservação e conservação ambiental, identificando e delimitando áreas de conflitos entre
uso atual, legislação, potencial de uso e necessidades de preservação e conservação
ambiental (ROSA, 2005).

Com uma elevada quantidade de algoritmos computacionais capazes de processar,

analisar, quantificar e gerar índices de vegetação, é possível extrair informações
agroecológicas, como o uso da terra e a identificação de áreas que necessitam de
conservação e preservação ambiental por meio da aquisição e atualização de dados
espaciais, contribuindo no meio científico para uma agricultura sustentável.

Os índices de vegetação são formulações matemáticas que apresentam uma relação

entre as radiações emitidas pelo sol e os tecidos fotossinteticamente ativos das culturas
vegetais. Geralmente compreendem as bandas entre o visível (RGB) e infravermelho
próximo (NIR), servindo como indicativos de estimativa de cobertura vegetal do solo,
fitomassa, atividade fotossintética, bioquímicas, fisiológicas e biofísicas das vegetações
(FORMAGGIO; SANCHES, 2017; CAMBRAIA FILHO; BRITES; BIAS, 2020).

Os índices de vegetação podem ser utilizados para avaliar aspectos fotoquímicos

relacionados com a atividade fotossintética das plantas, possibilitando estimar a clorofila
presente nas células. Quando a luz solar incide sobre as folhas, parte dessa radiação é

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absorvida e outra parte refletida, onde através de uma análise das bandas correspondentes
ao visível e infravermelho próximo, que consegue penetrar mais no dossel da planta,
permite quantificar sua matéria verde (IBARRA, 2020).

As pesquisas que utilizam os índices de vegetação baseados nos comprimentos de onda

visível (RGB) estão ganhando cada vez mais relevância e importância no cenário atual. Tal
fato se dá que os produtos advindos de RPA convencional se constituem em uma fonte de
dados significativa com potencialidades diversas para aplicações em estudos ambientais e
agroecológicos (CAMBRAIA FILHO; BRITES; BIAS, 2020).

Assim, o objetivo deste manual é auxiliar o estudante ou profissional nas etapas de

extração do índice de vegetação obtidas de um mosaico por meio do software “Agisoft
Metashape”.

O “Agisoft Metashape” é um software autônomo que realiza o processamento

fotogramétrico de imagens digitais e gera dados espaciais 3D para serem usados em
aplicativos GIS, documentação de patrimônio cultural e produção de efeitos visuais, bem
como para medições indiretas de objetos de várias escalas (AGISOFT, 2022). É um
software pago com período de avaliação de 30 dias.

Pode ser obtido em https://www.agisoft.com/downloads/installer/. Existe opção de

pagamento por horas de processamento. As assinaturas flexíveis incluem um plano gratuito
limitado (20 horas de processamento) para uso experimental e educacional.

Um mapeamento com drones é simplesmente a captura de dados com sensores, como

por exemplo, as câmeras RGB e as câmeras multiespectrais, apontados para o solo.
Durante um mapeamento com uma câmera RGB, o solo é fotografado diversas vezes em
diferentes ângulos e cada imagem é marcada com coordenadas.

Qualquer drone, equipado com sensor RGB, onde seja possível configurar as
sobreposições longitudinais e laterais, de forma que o equipamento consiga extrair fotos de
um determinado alvo de vários ângulos, pode ser utilizado para gerar os mosaicos.

Os índices de vegetação podem ser obtidos de acordo com a metodologia descrita a

seguir.

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Metodologia
Com o software “Agisoft Metashape” instalado em um computador, e de posse de um
mosaico de ortofotos, deve-se realizar as seguintes e etapas:
Etapa 1: Abra o mosaico gerado no software “Agisoft Metashape” de acordo com a
Figura 1:
Figura 1 – Abrindo o Mosaico.

Fonte: Agisoft, 2022.

Ao fazer isso, será exibido o mosaico de ortofotos em questão. Figura 2.

Figura 2 – Mosaico.

Fonte: Agisoft, 2022.

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Com o mosaico em tela, clique no menu Tools (ferramentas) e escolha a opção Set Raster
Transform... (Configurar a transformação Raster), como mostra a Figura 3.

Figura 3 – Abrindo a ferramenta “Set Raster Transform”.

Fonte: Agisoft, 2022.

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Abrirá uma calculadora Raster, conforme a Figura 4.

Figura 4 – Calculadora Raster.

Fonte: Agisoft, 2022.

Selecione a aba Transform. Figura 5.

Figura 5 – Visualização da aba “Transform”.

Fonte: Agisoft, 2022.

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O software reconhece as bandas espectrais do mosaico. Neste exemplo, as bandas

reconhecidas foram B1 – Vermelha; B2 – Verde; e B3 – Azul como mostra a Figura 6.
Figura 6 – Reconhecimento das bandas.

Fonte: Agisoft, 2022.

Neste exemplo, o mosaico foi gerado por um quadricóptero Phantom 4 Pro com sensor
CMOS RGB.
Use a calculadora para configurar a operação desejada entre as bandas. O Índice a ser
calculado será o VARI.

O Índice VARI (visible atmospherically resistant index - índice resistente à atmosfera na

região visível), é utilizado para estudos de agricultura de precisão e permite detectar as
características nutricionais de uma planta, realizar um monitoramento agrícola e a
previsibilidade do rendimento de forragem (HUNT et al., 2013), bem como a distinção da
vegetação verde (ROMEO et al., 2013; KAZMIN et al., 2015).

Este índice foi proposto por Gitelson et al. (2002) e resulta da combinação entre as bandas
do vermelho, verde e azul, com operações que envolvem a soma, diferença e a subtração.
Com esse índice é possível monitorar a área foliar das culturas que se encontram em
estágios avançados (LOUHAICHI et al., 2001; GITELSON et al., 2002); analisar o
desenvolvimento e a diferença da coloração dos cultivos, a partir dos déficits de nutrientes e
sua respectiva relação a problemas no balanço nutricional do solo e consequente indicativo
da saúde vegetal (SILVA, 2018). Este IV atua reduzindo os efeitos da atmosfera que está
comumente associado na fase de captação da imagem e reduz a sensibilidade quanto às
variações dos efeitos atmosféricos (GITELSON, 2008).

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A equação do Índice descrito acima é dada por:

𝐵𝑔𝑟𝑒𝑒𝑛−𝐵𝑟𝑒𝑑
𝑉𝐴𝑅𝐼 = 𝐵𝑔𝑟𝑒𝑒𝑛+𝐵𝑟𝑒𝑑−𝐵𝑏𝑙𝑢𝑒

onde: Bgreen = Banda verde; Bred = Banda vermelha e Bblue = Banda azul.

Esses valores serão inseridos na calculadora raster conforme a Figura 7.

Figura 7 – Equação matemática do Índice de Vegetação VARI.

Fonte: Agisoft, 2022.

Se a expressão for válida este ícone será exibido:

Depois de inserir a expressão, clique no botão Apply (aplicar). Figura 8.

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Figura 8 – Clicar em Apply.

Fonte: Agisoft, 2022.

Após clicar em aplicar, o software realizará a operação e mostrará em tela o resultado

conforme a Figura 9.

Figura 9 – Resultado da operação.

Fonte: Agisoft, 2022.

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É possível ajustar os intervalos de máximo e mínimo das bandas e melhorar a visualização

do Índice calculado por meio do botão auto conforme a Figura 10.

Figura 10 – Calibração do resultado.

Fonte: Agisoft, 2022.

Clique em aplicar e veja o resultado na Figura 11.

Figura 11 – Resultado da Calibração.

Fonte: Agisoft, 2022.

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É possível configurar uma paleta de cores pré-definidas conforme a Figura 12.

Figura 12 – Opções de paleta de cores.

Fonte: Agisoft, 2022.

Escolha a paleta desejada e depois clique em auto para ajustar automaticamente os
intervalos do histograma. Clique em Aplicar e o resultado será dado conforme a Figura 13.

Figura 13 – Resultado da aplicação de uma paleta de cores.

Fonte: Agisoft, 2022.

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Considerações finais

O Agisoft Metashape é uma ferramenta computacional empregada para o processamento

de imagens aéreas e possibilita a geração de diversos produtos cartográficos: entre eles, o
cálculo de índices de vegetação.

O comunicado traz uma sequência de procedimentos de como obter o índice de

vegetação denominado VARI (visible atmospherically resistant index ou índice resistente à
atmosfera na região visível). Constitui-se em um material prático, objetivo e de fácil
entendimento a todos os leitores e interessados no assunto.

Agradecimentos

À FAPES, ao IFES e ao PGA/IFES.

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Referências

AGISOFT. Discover intelligent photogrammetry with Metashape. Process digital images

and generate 3D spatial data. Fast and highly accurate, 2022. Disponível em:
<https://www.agisoft.com/>. Acesso em: 26 fev. 2022.

CAMBRAIA FILHO, D. J.; BRITES, R. S.; BIAS, E. de S. Potencialidades de Aplicação dos

Índices de Vegetação Baseados na Porção Visível do Espectro das Radiações
Eletromagnéticas. Anuário do Instituto de Geociências, v. 42, n. 4, p. 83-93, 2020.

FORMAGGIO, A. R.; SANCHES, I. D. Sensoriamento remoto em agricultura. São Paulo:

Oficina de Textos, 2017.

GITELSON, A. A. Wide dynamic range vegetation index for remote quantification of

biophysical characteristics of vegetation. Journal Plant Physiology, v.161, p.165-173,
2008.

GITELSON, A. A.; KAUFMAN, Y. J.; STARK, R.; RUNDQUIST, D. Novel algorithms for
remote estimation of vegetation fraction. Remote sensing of Environment, v. 80, n. 1, p.
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GITELSON, A. A.; VIÑA, A.; ARKEBAUER, T. J.; RUNDQUIST, D. C.; KEYDAN, G.

LEAVITTET, B. Remote estimation of leaf area index and green leaf biomass in maize
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HUNT, E. R. Jr; DORAISWAMY, P. C; MCMURTREY, J. E; DAUGHTRY, C. A visible band

index for remote sensing leaf Chlorophyll content at the Canopy Scale. International
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IBARRA, L. Além do NDVI: Um panorama sobre os Índices de Vegetação na agricultura,

2020. Disponível em: <https://www.austertecnologia.com/single-post/indices-de-
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KAZMIN, W., GARCIA-RUIZ, F.J., NIELSEN, J., RASMUSSEN, J. & ANDERSEN, H.J.
Detecting creeping thistle in sugar beet fields using vegetation indices. Computers and
Electronics in Agriculture, n. 112, p. 10–19, 2015.

LOUHAICHI, M.; BORMAN, M. M.; JOHNSON, D. E. Spatially located platform and aerial
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Kong, v. 16, n. 1, p. 65-70, 2001.

ROMEO, J.; PAJARES, G.; MONTALVO, M.; GUERRERO, J. M.; GUIJARRO, M.; DE LA
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ROSA, R. Geotecnologias na Geografia Aplicada. Revista do Departameto de Geografia.

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SILVA, H. da. Utilização de drone em mapeamentos florestais para classificação do uso e

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<https://www.acervodigital.ufpr.br/handle/1884/60786>. Acesso em: 12 abr. 2021.

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Manual Exemplares digitais deste Comissão Otacilio José Passos

tecnológico, comunicado técnico podem Editorial do Rangel, Ana Paula
Nº 14 ser obtidos em: PPGA Candido Gabriel
Berilli, Aparecida de
Programa de Pós-
Graduação em Fátima Madella de
Agroecologia (PPGA) Oliveira, Danielle
Inácio Alves, Jeane
Instituto Federal do Espírito de Almeida Alves,
Santo -Campus de Alegre Jéferson Luiz Ferrari,
Maurício Novaes
Rodovia ES 482, km 47, Cx.
Souza, Monique
Postal-47, Distrito de Rive,
Alegre-ES Moreira Moulin, Pedro
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