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Engenharia
Elétrica
E S T U D O
D A
M Á Q U IN A
D E
IN D U Ç Ã O
D O
T IP O
“ G A IO LA
D E
ESQ U ILO ”
N A
G ER A C Ã O
E Ó L IC A
C O M
F R E Q U
Ê N C IA
D E
A L IM E N T A Ç ÃO
V A R IÁ V E L
i
Thiago
Koh
Guerra
E S T U D O
D A
M Á Q U IN A
D E
IN D U Ç Ã O
D O
T IP O
“ G A IO LA
D E
ESQ U ILO ”
N A
G ER A C A O
EÓ LIC A
C O M
F R E Q U
Ê N C IA
D E
A L IM E N T A Ç Ã O
V A R IÁ V E L
Monografia
submetida
à
banca
examinadora
designada
pelo
Colegiado
do
Departamento
de
Engenharia
Elétrica
do
CEFET-‐MG,
como
parte
dos
requisitos
necessários
à
obtenção
do
grau
de
Ensino
Superior
em
Engenharia
Elétrica.
Área
de
Concentração:
Máquinas
Elétricas
Orientadores:
Marcos
Antônio
da
Silva
Marcos
Fernando
dos
Santos
Centro
Federal
de
Educação
Tecnológica
de
Minas
Gerais
Belo
Horizonte
CEFET-‐MG
2015
ii
iv
Agradecimentos
Agradeço
aos
meus
pais
que
sempre
fizeram
tanto
por
mim.
Pois
um
dos
maiores
presentes
que
eles
me
deram
foi
à
possibilidade
de
estudar
em
boas
escolas.
Sempre
me
apoiaram
nos
momentos
de
dificuldade.
Aos
meus
orientadores
Marcos
Antônio
Silva
e
Marcos
Fernando
dos
Santos
por
destinarem
seu
tempo
para
me
ajudar
com
esse
estudo
e
por
fornecer
o
conhecimento
necessário
para
realização
desse
trabalho.
Aos
colegas
do
departamento
de
eletrotécnica
que
me
auxiliaram
com
a
parte
técnica,
com
a
instalação
dos
equipamentos
e
sempre
com
boa
vontade
me
auxiliaram
na
solução
de
problemas
encontrados.
“In theory, theory and practice are the same.
In practice, they are not.”
Albert Einstein
v
Resumo
O
aumento
da
demanda
de
energia
no
mundo
é
ponto
de
muitas
discussões,
pois
está
relacionado
com
o
aumento
dos
impactos
ambientais
e
consumo
dos
recursos
naturais
não
renováveis.
A
energia
eólica
é
considerada
uma
geração
limpa
e
altamente
produtiva.
Vários
estudos
são
feitos
para
potencializar
esse
tipo
de
geração
de
energia,
visando
a
possibilidade
de
uso
dos
aerogeradores
em
qualquer
parte
do
mundo,
de
forma
eficiente
e
sustentável.
O
presente
trabalho
discute
como
alternativa
de
geração
sustentável,
o
uso
de
aerogeradores
utilizando
máquinas
de
indução
do
tipo
gaiola
de
esquilo,
para
realizar
a
conversão
eletromecânica.
É
feita
uma
análise
do
sistema
utilizando
inversor
afim
de
propiciar
um
fornecimento
estável
de
energia
independente
das
variações
do
vento
e
da
carga
alimentada.
São
feitas
simulações
para
melhor
analise
desse
comportamento,
assim
como
medições
em
uma
máquina
real
e
discussão
do
controle
dessa
planta.
Palavras
chaves:
Inversores
de
frequência,
Energia
Eólica,
Gerador
de
Indução.
vi
Abstract
The
increase
of
energy
demand
in
the
world
is
a
point
of
much
discussion
since
it
is
related
to
the
increase
of
environmental
impacts
and
consumption
of
non-‐renewable
natural
resources.
Wind
energy
is
considered
clean
and
highly
productive.
Several
researches
are
done
to
enhance
this
type
of
energy
generation,
aiming
at
the
possible
use
of
wind
turbines
anywhere
in
the
world,
efficiently
and
sustainably.
This
paper
discusses
as
an
alternative
for
sustainable
generation,
the
use
of
wind
turbines
using
induction
squirrel
cage
machines,
to
conduct
the
electromechanical
conversion.
Is
made
an
analysis
of
the
system
using
inverter
in
order
to
provide
a
stable
supply
of
energy
independent
of
constant
variations
of
the
wind
speed
and
of
load.
Simulations
to
better
analyze
this
behavior
are
made,
as
well
as
measurements
on
a
real
machine
and
discussion
of
the
control
of
this
plant.
vii
Sumário
viii
4.1.6.
Gerador
de
indução
associado
a
um
banco
de
capacitores
......................................
45
4.1.7.
A
operação
da
máquina
auto-‐excitada
em
sistemas
isolados
.................................
46
4.1.8.
Máquina
de
indução
a
ser
analisada
...................................................................................
49
4.2.
Inversor
de
frequência
......................................................................................................................
51
4.2.1.
Modelo
do
inversor
a
ser
utilizado
.....................................................................................
53
4.3.
Modelo
do
sistema
proposto
..........................................................................................................
54
ix
Figura 2.1 – Classes de potencial de energia eólica. [1] ....................................................................................................... 19
Figura 2.2 – Localização dos parques eólicos em operação e outorgados ate setembro de 2003. [1] ............ 20
Figura 2.3 – Matriz energética brasileira em 2013. [2] ........................................................................................................ 21
Figura 2.4 – Gráfico da evolução da potencia eólica instalada em GW. [3] .................................................................. 22
Figura 3.1 – Formação dos ventos devido ao aquecimento por raios solares. [5] ................................................... 24
Figura 3.2 – Diagrama para cálculo da energia na entrada da turbina. [6] ................................................................. 25
Figura 3.4 – Tipos mais comuns de geradores. [7] ................................................................................................................. 29
Figura 4.1 – Diagrama do estator de máquina de indução. [9] ......................................................................................... 32
Figura 4.2 – Decomposição de um rotor do tipo “gaiola de esquilo”. [9] ..................................................................... 32
Figura 4.3 – Formação do campo magnético girante. [8] .................................................................................................... 34
Figura
4.4
–
Relação
do
escorregamento
com
o
conjugado
para
os
diferentes
modos
de
operação
da
máquina
de
indução.
[8]
.........................................................................................................................................................
36
Figura 4.5 – Circuito equivalente recomendado pelo IEEE. [8] ........................................................................................ 37
Figura 4.6 – Impedâncias do estator ligadas em delta dentro da máquina de indução. ........................................ 38
Figura 4.9 – Diagrama fasorial do motor de Indução. [13] ................................................................................................. 42
Figura 4.10 – Fluxo de potência no motor de indução. [8] ................................................................................................. 42
Figura 4.11 – Circuito da Máquina de indução operando como gerador (modificado).[12] ............................... 43
Figura 4.12 – Diagrama fasorial do gerador de Indução. [13] ........................................................................................... 43
Figura 4.13 – Fluxo de potência no gerador de indução. [12] ........................................................................................... 44
Figura 4.14 – Montagem do gerador de indução auto-‐excitado isolado da rede. [13] ........................................... 46
Figura 4.15 – Curva de magnetização de um gerador de indução. [12] ........................................................................ 47
x
Figura
4.16
–
Efeito
do
aumento
de
carga
na
curva
conjugado
versus
velocidade
em
um
GI
auto-‐
excitado.[15]
...............................................................................................................................................................................
48
Figura 4.17 – Variação da curva de magnetização sob aumento de carga em um GI auto-‐excitado. [15] ..... 49
Figura 4.18 – Máquina de indução usada nos experimentos. ............................................................................................ 50
Figura 4.19 – Diagrama de blocos de um inversor de frequência. .................................................................................. 51
Figura 4.21 – Inversor de frequência modelo CFW 07. [19] .............................................................................................. 53
Figura 4.22 – Diagrama do sistema de geração de energia com inversor de frequência. ..................................... 54
Figura 5.1 – Modelo base para a primeira etapa da simulação. ........................................................................................ 57
Figura 5.2 – Modelo base para a segunda etapa da simulação .......................................................................................... 58
Figura 5.3 – Fluxograma da primeira etapa da simulação. ................................................................................................. 59
Figura 5.4 – Fluxograma da segunda etapa da simulação. .................................................................................................. 60
Figura 5.5 – Resultado da simulação para potência ativa e reativa. ............................................................................... 61
Figura 5.6 – Resultado da simulação para conjugado e corrente de fase. .................................................................... 61
Figura 5.7 – Resultado da simulação para fator de potência. ............................................................................................ 61
Figura 5.8 -‐ Resultado da simulação para rendimento. ....................................................................................................... 62
Figura 5.9 – Frequência ideal para cada valor de resistência da carga em 1800 rpm. ........................................... 62
Figura 5.10 – Frequência ideal para a potência desejada em diferentes velocidades do rotor. ......................... 62
Figura 5.12 – Modo de conexão do medidor de qualidade para medição trifásica. ................................................. 64
Figura 5.14 – Telas do medidor de qualidade para medição de tensão, corrente e potência. ............................ 65
Figura 5.15 -‐ Resultado do experimento para tensão e corrente de fase. .................................................................... 67
Figura 5.16 – Resultado do experimento para fator de potência. ................................................................................... 67
Figura 5.17 – Resultado do experimento para potência ativa e reativa. ...................................................................... 67
Figura 5.18 – Balanço de potência ativa para os diferentes valores das resistências da carga. ......................... 68
xi
Tabela 2.1 – Classes de potencial de energia eólica. [1] ....................................................................................................... 18
Tabela 2.2 – Parques eólicos em operação no Brasil até 2003. [1] ................................................................................. 20
Tabela 4.1 – Dados de placa da máquina de indução a se utilizada nos ensaios. ...................................................... 50
Tabela 4.2 – Parâmetros do circuito elétrico equivalente para a máquina de indução. ........................................ 51
Tabela 4.3 – Dados de placa do inversor de frequência modelo CFW 07. [19] .......................................................... 53
Tabela
5.2
–
Relação
dos
harmônicos
medidos
nos
ensaios
e
suas
respectivas
frequências.
.............................
69
xii
CEFET-‐MG (Centro Federal de Educação de Minas Gerais) ........................................................................................ 11
xiii
Capítulo 1
Introdução
14
1.2. Objetivos
15
16
Capítulo 2
Neste
capitulo
é
apresentada
a
trajetória
da
energia
eólica
ao
longo
da
História,
juntamente
com
a
sua
utilização
em
relação
ao
uso
das
outras
fontes
de
energia
renováveis
e
o
seu
aproveitamento
em
escala
nacional
e
mundial.
2.1. Breve histórico da utilização de energia eólica no mundo
17
A
fim
de
se
determinar
o
cenário
atual
da
energia
eólica
no
Brasil,
primeiramente,
é
necessário
entender
como
é
avaliado
o
seu
potencial
e
como
esse
se
distribui
ao
longo
do
território
brasileiro.
O
processo
proposto
pela
ANEEL
de
cálculo
da
viabilidade
da
instalação
de
turbinas
eólicas
se
inicia
por
uma
avaliação
rigorosa
das
variáveis
ambientais
no
local
abordado,
o
que
inclui
velocidade
do
vento,
umidade
do
ar,
temperatura
e
pressão.
Para
que
o
projeto
se
torne
viável
nesse
local,
estima-‐se
que
o
potencial
mínimo
deve
ser
próximo
de
500
W/m²,
a
uma
altura
de
50
m
em
relação
ao
nível
do
solo.
Para
satisfazer
essa
condição,
o
vento
deve
possuir
uma
velocidade
mínima
igual
a
7
m/s.
A
partir
desse
estudo
de
viabilidade,
é
possível
classificar
o
território
quanto
ao
seu
potencial
de
geração
de
energia
elétrica,
com
base
nas
suas
características
ambientais,
o
que
inclui
as
variáveis
atmosféricas,
o
tipo
de
vegetação
e
o
tipo
de
relevo
local.
A
classe
1consiste
em
regiões
de
baixo
potencial
eólico.
As
classes
2
e
3
podem
ou
não
ser
favoráveis,
dependendo
das
condições
topográficas.
Por
exemplo:
um
local
de
classe
3
na
costa
do
Nordeste
pode
apresentar
velocidades
médias
anuais
entre
6,5
e
8
m/s,
enquanto
que
um
local
de
classe
3
no
interior
do
Maranhão
apresentará
apenas
valores
entre
4,5
e
6
m.
A
classe
4
é
a
mais
visada,
pois
apresenta
as
melhores
condições
para
geração
de
energia
elétrica
através
do
vento
[1].
A
tabela
2.1,
a
seguir,
relaciona
as
classes
de
viabilidade
com
a
velocidade
media
do
vento
e
a
densidade
media
de
energia
potencial
eólica
disponível:
Tabela
2.1
–
Classes
de
potencial
de
energia
eólica.
[1]
Já
a
Figura
2.1
apresenta
a
distribuição
do
potencial
eólico
ao
longo
do
território
brasileiro,
com
conforme
a
classificação
apresentada
na
tabela
2.1.
18
Figura
2.1
–
Classes
de
potencial
de
energia
eólica.
[1]
Nota-‐se
na
Figura
2.1,
que
as
regiões
próximas
ao
litoral
brasileiro
se
enquadram
nas
classes
mais
altas
de
viabilidade
para
a
implantação
de
projetos
de
geração
eólica.
A
região
nordeste
concentra
o
maior
potencial
de
energia
eólica,
uma
vez
que
está
próxima
à
linha
do
Equador
e
ao
Oceano
Atlântico.
A
partir
do
estudo
de
viabilidade
do
território
brasileiro,
foram
construídos
seis
parques
eólicos
na
região
nordeste,
um
na
região
sudeste
e
dois
na
região
sul,
os
quais
já
estavam
em
operação
em
2003.
Juntos,
esses
parques
possuem
um
potencial
instalado
de
22
MW
[1].
A
lista
com
a
descrição
desses
parques
está
apresentada
em
seguida:
19
Tabela
2.2
–
Parques
eólicos
em
operação
no
Brasil
até
2003.
[1]
Figura
2.2
–
Localização
dos
parques
eólicos
em
operação
e
outorgados
ate
setembro
de
2003.
[1]
20
Figura
2.3
–
Matriz
energética
brasileira
em
2013.
[2]
A
geração
eólica
tem
sido
uma
das
formas
de
geração
de
energia
sustentável
que
mais
se
desenvolveu
nos
últimos
anos.
Os
pioneiros
na
implantação
de
aerogeradores
foram
os
europeus,
que
ainda
detém
o
maior
desenvolvimento
tecnológico
nessa
área.
A
Figura
2.3
apresenta
como
a
capacidade
de
geração
eólica
se
desenvolveu
nos
últimos
10
anos
no
mundo:
21
Figura 2.4 – Gráfico da evolução da potencia eólica instalada em GW. [3]
O
gráfico
anterior
indica
que
a
China
liderou
em
2013
o
potencial
eólico
mundial
com
92
GW
de
potência
instalada.
Ela
desenvolveu
o
seu
parque
eólico
em,
praticamente,
7
anos
e,
no
ano
de
2012,
foi
recordista
na
expansão
do
potencial
instalado,
conseguindo
um
aumento
de
16
GW
em
1
ano
[3].
Em
2008,
a
Europa
possuía
mais
de
50%
de
toda
a
potência
eólica
instalada
no
mundo.
Esse
patamar
foi
alcançado
devido
aos
esforços
da
Associação
Européia
de
Energia
Eólica
(EWEA),
que
englobou
membros
de
quase
60
países,
incluindo
centros
de
pesquisas,
concessionárias
de
energia
e
governos
de
estado.
Essa
associação,
desde
de
a
sua
criação,
ampliou
a
potência
instalada
na
Europa
em
91,5%
[4].
22
Capítulo 3
intertropicais
sopram
no
sentido
leste-‐oeste
no
hemisfério
sul,
e
no
sentido
oeste-‐leste
no
hemisfério
norte.
Na
região
da
linha
do
Equador,
devido
ao
aquecimento
constante
e
quase
uniforme
é
formada
uma
zona
de
baixa
pressão
(chamada
de
ZCIT
–
Zona
de
Convergência
Intertropical)
para
a
qual
se
deslocam
os
ventos
alísios
de
sudeste,
vindos
do
hemisfério
sul,
e
os
ventos
alísios
de
nordeste,
vindos
do
hemisfério
norte.
Ambos
formam-‐se
a
latitudes
de
cerca
de
30º
em
ambos
os
hemisférios.
O
ventos
“contra-‐alísios”
se
movem
em
sentido
contrário
aos
ventos
alísios,
até
as
zonas
dos
cinturões
anticiclônicos
mantendo-‐se
assim,
o
sistema
de
circulação
entre
zonas
tropicais
e
subtropicais
e
a
zona
equatorial.
Figura
3.1
–
Formação
dos
ventos
devido
ao
aquecimento
por
raios
solares.
[5]
A
energia
disponível
para
uma
turbina
eólica
é
calculada
com
base
na
energia
cinética
(Wc)
de
uma
porção
de
ar
se
deslocando
com
velocidade
constante
(v1)
em
direção
às
pás
dessa
turbina
ao
longo
de
um
tempo
(Δt).
Para
se
determinar
a
massa
dessa
porção
de
ar,
assume-‐se
um
cilindro
como
modelo
matemático,
conforme
mostrado
na
Figura
3.3,
cuja
área
da
base
é
a
área
de
uma
circunferência,
na
qual
o
valor
do
seu
raio
consiste
no
comprimento
de
uma
das
pás
da
turbina.
O
comprimento
desse
cilindro
será
um
valor
infinitesimal
(Δl).
A
partir
do
valor
da
densidade
do
ar
(ρAR)
e
do
cálculo
do
volume
desse
cilindro,
obtém
o
valor
da
massa
de
ar
abordada
(m).
24
Figura
3.2
–
Diagrama
para
cálculo
da
energia
na
entrada
da
turbina.
[6]
Inicialmente,
no
modelo
abordado,
considera-‐se
que
a
distancia
percorrida
pela
massa
de
ar
é
função
de
sua
velocidade
e
do
tempo
gasto
no
processo:
Δl = v1Δt ( 1 )
Então,
considera-‐se
que
a
distancia
percorrida
pela
massa
de
ar
equivale
ao
comprimento
do
cilindro,
o
que
disponibiliza
todos
as
variáveis
para
o
cálculo
do
volume
do
mesmo,
que
consiste
na
área
da
base
multiplicada
pela
altura:
π d 2 Δl π d 2 v1Δt
ΔV = = ( 2 )
4 4
Aplicando-‐se
a
definição
matemática
de
densidade
e
o
volume
calculado
em
(2),
obtém-‐se
a
variação
de
massa:
ρ ar π d 2 v1Δt
Δm = ρ ar ΔV = ( 3 )
4
25
Δmv12 ρ ar π d 2 v13Δt
ΔWc = = ( 4 )
2 8
2
ΔWc 1 ⎛ d ⎞
Pdisp = = ρ ar v13π ⎜ ⎟
(
5
)
Δt 2 ⎝ 2 ⎠
Onde:
Pdisp –
Potência
eólica
disponível[W]
t –
Tempo
[s]
ρ ar –
Densidade
do
ar
[kg/m³]
26
Uma
turbina
eólica
convencional
possui
uma
estrutura
externa
semelhante
aos
antigos
moinhos
de
vento,
nos
quais
as
pás
se
conectavam
a
um
eixo
que
permitia
o
movimento
de
rotação
das
mesmas
[1].
A
estrutura
interna
dessa
turbina
é
composta
por
um
sistema
de
acoplamento
mecânico
e
por
um
gerador
elétrico.
Os
componentes
de
uma
turbina
convencional
estão
descritos
a
seguir:
Figura
3.3
–
Turbina
eólica
convencional.
[1]
28
Figura
3.4
–
Tipos
mais
comuns
de
geradores.
[7]
O
sistema
com
gerador
síncrono
é
dividido
em
dois
tipos:
Geradores
com
ímãs
permanentes
e
geradores
com
excitação
externa.
No
caso
do
segundo
tipo,
é
necessário
um
subsistema
de
suporte
que
forneça
ao
rotor
um
sinal
de
corrente
continua,
indispensável
para
o
funcionamento
dessa
máquina.
Os
geradores
síncronos
conectados
a
rede
elétrica
diretamente
apresentam
comportamento
dinâmico
desfavorável
quando
usados
como
máquinas
primárias
a
partir
de
uma
potência
flutuante.
Isso
pode
causar
carregamentos
estruturais
e
risco
de
instabilidade
durante
as
rajadas
de
vento.
O
gerador
síncrono
deve
ser
sincronizado
antes
de
ser
conectado
à
rede
elétrica,
o
que
também
é
problemático.
O
modo
de
conexão
mais
comum
de
um
sistema
composto
por
uma
máquina
de
indução
do
tipo
rotor
“gaiola
de
esquilo”
é
a
ligação
direta
à
rede
elétrica
com
a
presença
de
um
banco
de
capacitores.
Esse
banco
é
conectado
ao
circuito
em
paralelo
com
a
máquina
de
indução,
o
que
visa
suprir
a
demanda
de
potência
reativa
necessária
para
a
magnetização
do
gerador
[8].
A
ausência
desse
banco
fará
com
que
a
potência
reativa
29
seja
solicitada
à
rede
elétrica,
o
que
pode
causar
efeitos
indesejados
ao
sistema
local
de
transmissão
de
potência,
tais
como
o
aumento
de
perdas
nas
linhas
de
transmissão,
desequilíbrio
do
balanço
de
cargas
e
alteração
do
fator
de
potência.
Os
outros
sistemas
de
geração
listados
na
Figura
3.4
contém
dispositivos
de
eletrônica
de
potência
para
o
controle
da
velocidade
ou
da
freqüência
da
tensão
produzida
pelo
gerador.
Um
exemplo
disso
consiste
no
sistema
no
qual
é
utilizado
um
conversor
de
potencia.
Nesse
sistema
sinal
gerado
pela
máquina
de
indução
é
retificado
e
novamente
convertido
em
sinal
de
corrente
alternada
com
frequência
constante.
Esse
sistema
de
dupla
conversão
permite
a
geração
de
energia
com
tensão
e
frequência
constante
na
saída
da
turbina,
independe
das
variações
de
velocidade
do
vento.
30
Capítulo 4
A
máquina
de
indução
é
dividida
em
duas
partes,
uma
parte
fixa
ou
estator
e
uma
parte
móvel
ou
rotor.
O
formato
da
máquina
está
sujeita
a
variações,
dependendo
da
função
para
a
qual
é
construída.
A
análise
a
seguir
considera
uma
máquina
de
indução
padrão
que
pode
ser
usada
como
motor
ou
gerador
[7].
O
estator
é
a
parte
fixa
da
máquina,
comportando
os
enrolamentos
das
fases
que
alimentam
a
máquina.
Sua
função
principal
é
produzir
o
campo
magnético
girante,
que
por
sua
vez
magnetiza
o
rotor.
O
estator
é
composto
pela
carcaça,
pelo
núcleo
ferromagnético,
e
os
enrolamentos
de
cobre
que
formam
as
bobinas.
A
disposição
desses
elementos
é
apresentada
na
Figura
4.1:
31
Figura
4.1
–
Diagrama
do
estator
de
máquina
de
indução.
[9]
O
rotor
é
a
parte
móvel
da
máquina.
No
caso
de
um
rotor
tipo
bobinado,
seu
núcleo
ferromagnético
é
envolvido
por
bobinas
que
se
conectam
a
terminais
externos
da
máquina
através
de
anéis
condutores,
dessa
forma
é
possível
variar
a
resistência
do
circuito
do
rotor,
consequentemente
variando
alguns
parâmetros
de
seu
funcionamento
como,
por
exemplo,
o
torque
nominal
da
máquina.
O
rotor
do
tipo
“gaiola
de
esquilo”
não
possui
conexões
externas,
ao
contrário
do
rotor
tipo
bobinado,
pois
o
material
condutor
esta
fundido
internamente
ao
núcleo.
O
rotor
pode
ser
dividido
em
quatro
estruturas
principais:
O
Eixo,
o
núcleo
ferromagnético,
as
barras
de
material
condutor
e
os
anéis
de
curto-‐circuito
[9].
As
estruturas
do
rotor
são
ilustradas
na
Figura
4.2:
Figura
4.2
–
Decomposição
de
um
rotor
do
tipo
“gaiola
de
esquilo”.
[9]
32
Figura
4.3
–
Formação
do
campo
magnético
girante.
[8]
A
velocidade
do
campo
magnético
girante,
ns,
resultante
é
chamada
de
velocidade
síncrona,
pois
é
sincronizada
com
a
frequência
da
rede,
e
pode
ser
calculada
como
função
do
número
de
polos
e
pela
frequência
do
sinal:
34
120 f
ns = (
9
)
p
O
rotor
é
atravessado
pelo
campo
eletromagnético
gerado,
a
variação
deste
induz
o
surgimento
de
uma
corrente
elétrica
nas
bobinas
do
rotor,
esta
por
sua
vez
produz
um
campo
magnético
contrario
a
variação,
de
velocidade
na,
conforme
afirmado
pela
lei
de
Lenz.
A
corrente
induzida
no
rotor
sobre
a
influência
do
campo
magnético
gera
uma
força
sobre
o
rotor
com
sentido
igual
ao
de
rotação
do
campo
magnético,
provocando
movimento
no
rotor
com
velocidade
nr.
A
equação
a
seguir
expressa
como
essas
velocidades
estão
relacionadas
entre
si:
ns = nr + na
(
10
)
Onde:
ns–
A
velocidade
síncrona
do
campo
girante.
na
–
A
velocidade
assíncrona
do
campo
magnético
induzido
no
rotor.
O
modo
de
operação
da
máquina
de
indução
é
definido
pelo
escorregamento
e
pode
operar
como
gerador,
motor
ou
como
sistema
de
frenagem.
Em
seu
funcionamento
como
motor,
o
rotor
gira
no
mesmo
sentido
do
campo
girante
do
estator,
mas
sempre
a
uma
velocidade
menor.
Essa
velocidade
será
dependente
da
frequência
da
rede,
como
descrito
na
equação
(9).
A
função
do
motor
é
produzir
trabalho
a
partir
da
energia
elétrica
fornecida
nos
terminais
da
máquina.
35
Figura
4.4
–
Relação
do
escorregamento
com
o
conjugado
para
os
diferentes
modos
de
operação
da
máquina
de
indução.
[8]
36
Existem
alguns
tipos
de
modelos
equivalentes
que
são
utilizados
para
essa
finalidade,
como
o
modelo
IEE,
o
modelo
completo
ou
o
modelo
aproximado.
O
modelo
utilizado
nesse
trabalho
será
o
recomendado
pelo
IEEE.
O
circuito
equivalente
de
uma
máquina
de
indução,
ao
contrário
do
modelo
equivalente
de
um
transformador,
é
dinâmico,
pois
seus
parâmetros
irão
variar
com
o
aumento
da
velocidade
do
rotor.
À
medida
que
a
velocidade
do
rotor
se
aproxima
da
velocidade
síncrona,
a
variação
do
campo
magnético
aplicado
no
rotor
diminui
e
conseqüentemente
a
corrente
induzida
no
rotor
diminui.
O
circuito
equivalente
é
apresentado
na
figura
4.5:
Figura
4.5
–
Circuito
equivalente
recomendado
pelo
IEEE.
[8]
Onde:
V1–
Tensão
de
fase
aplicada
ao
enrolamento
do
estator
[V]
R1–
Resistência
das
bobinas
do
estator
por
fase
[ Ω ]
E1–
Tensão
induzida
nas
bobinas
do
estator
por
fase
[V]
I1–
Corrente
de
fase
do
estator
[A]
I0–
Corrente
de
magnetização
por
fase
[A]
I’2–
Corrente
de
fase
do
rotor
refletida
no
estator
[A]
X1–
Reatância
de
dispersão
do
estator
por
fase
[ Ω ]
Xm–
Reatância
de
magnetização
[ Ω ]
X2–
Resistividade
do
material
[ Ω ]
R2–
Resistência
do
rotor
refletida
no
estator
[ Ω ]
s–
Escorregamento
Os
parâmetros
do
circuito
equivalente
são
calculados
com
base
nas
medições
obtidas
em
uma
sequência
de
ensaios.
Os
ensaios
são
realizados
na
maquina
operando
como
motor,
pois
dessa
forma
é
possível
quantificar
a
energia
gasta,
a
energia
gasta
para
37
vencer
o
atrito
com
a
estrutura
e
com
o
ar.
Os
realizados
para
obtenção
dos
parâmetros
são:
1. Medição
da
resistência
do
enrolamento
do
estator;
2. Ensaio
a
vazio;
3. Ensaio
com
rotor
bloqueado.
O
ensaio
da
obtenção
da
resistência
R1
consiste
na
aplicação
de
corrente
continua
nos
terminais
da
máquina
e
então
medido
a
tensão
gerada
entre
eles.
Entretanto
o
valor
medido
não
é
a
resistência
da
bobina
de
uma
das
fases,
mas
do
conjunto
das
bobinas
ligadas
em
delta
dentro
da
máquina,
como
apresentado
na
Figura
4.6
:
Figura
4.6
–
Impedâncias
do
estator
ligadas
em
delta
dentro
da
máquina
de
indução.
Como
o
circuito
equivalente
a
ser
utilizado
considera
as
bobinas
ligadas
em
estrela,
a
resistência
R1
utilizada
no
modelo
deve
ser
três
vezes
menor
que
o
valor
obtido
por
esse
ensaio.
O
ensaio
a
vazio
consiste
na
obtenção
dos
parâmetros
de
magnetização
do
estator
e
perdas
rotacionais.
Como
o
torque
contrario
a
rotação
do
rotor
não
representa
um
valor
significativo,
pode-‐se
considerar
que
ele
gira
com
velocidade
igual
à
velocidade
síncrona
do
estator,
de
forma
que
o
escorregamento
é
nulo.
Para
um
escorregamento
nulo
não
há
indução
eletromagnética
no
rotor.
Esse
ensaio
é
realizado
pela
aplicação
da
tensão
de
fase
com
frequência
nominal
nos
terminais
da
máquina,
mantendo
o
eixo
do
rotor
livre
para
se
movimentar.
O
diagrama
do
ensaio
com
os
instrumentos
já
posicionados
é
apresentado
na
Figura
4.7:
38
Figura
4.7
–
Ensaio
a
vazio
(modificado).
[8]
As
medições
realizadas
pelo
amperímetro
e
pelo
wattímetro
irão
fornecer
a
potência
e
a
corrente
de
entrada.
As
perdas
rotacionais
podem
ser
calculadas
aplicando
os
dados
medidos
na
equação
(12),
[7]:
máquina
divido
por
3 ,
pois
o
modelo
considera
um
circuito
monofásico,
divido
pela
corrente
medida
no
amperímetro,
como
descrito
pela
equação
(13):
V1
Z NL =
(
13
)
3I
Onde:
Z NL
–
Impedância
de
entrada
a
vazio
[ Ω ]
39
X NL = Z 2 NL − R2 NL
(
15
)
Onde:
Z NL
–
Impedância
de
entrada
a
vazio
[ Ω ]
O
ensaio
com
rotor
bloqueado
é
necessário
para
definir
os
parâmetros
da
máquina
referentes
às
reatâncias
de
dispersão
do
estator
e
rotor
da
máquina
de
indução.
Nesse
ensaio,
o
rotor
é
travado
para
o
que
valor
da
velocidade
de
rotação
do
rotor
seja
0,
dessa
forma
,
conforme
a
equação
(11),
o
valor
do
escorregamento
será
igual
a
1.
Aplica-‐se
nos
terminais
da
máquina
sua
corrente
nominal,
para
simular
seu
funcionamento
em
regime
de
operação.
A
frequência
da
alimentação
também
deverá
ser
ajustada,
pois
as
impedâncias
são
condicionadas
por
essa
frequência.
A
corrente
induzida
no
rotor,
em
condição
de
operação,
apresenta
frequência
menor
que
a
frequência
de
alimentação,
proporcional
ao
valor
do
escorregamento.
Para
que
os
valores
de
indutância
calculados
por
esse
ensaio
sejam
próximos
aos
valores
reais
em
condição
nominal,
o
IEEE
recomenda
uma
frequência
igual
a
25%
da
frequência
nominal.
40
4.1.4. Equacionamento
da
máquina
de
indução
com
base
no
circuito
equivalente
Figura
4.8
–
Método
das
Malhas.
Após
a
aplicação
do
método
das
malhas
o
seguinte
sistema
de
equações
é
obtido:
V1 = [R1 + j * (X M + X1 )]* I1 − j * X m * I 2
(
16
)
!!
0= !
+ 𝑗 ∗ 𝑋! + 𝑋′! ∗ 𝐼 ! ! − 𝑗 ∗ 𝑋! ∗ 𝐼!
(
17
)
A
solução
desse
sistema
apresenta
os
fasores
das
correntes
do
estator
(I1)
e
do
rotor
(I’2),
o
que
permite
a
dedução
do
sentido
de
circulação
dessas
correntes.
Relembrando
que
s
representa
o
escorregamento,
que
é
a
diferença
entre
a
velocidade
do
rotor
(nr)
e
a
velocidade
do
campo
magnético
girante
(ns),
quando
nr
se
torna
maior
do
que
ns,
ou
seja,
quando
(s<0),
o
torque
magnético
proveniente
desse
campo
atua
para
frenar
o
rotor,
o
que
ocasiona
a
inversão
do
sentido
das
correntes
e
I’2.
A
soma
das
correntes
e
I’2.
resulta
em
uma
terceira
que
representa
a
corrente
de
magnetização
da
máquina
de
indução
(I0).
Essa
corrente
circula
pela
indutância
Xm,
41
Figura
4.9
–
Diagrama
fasorial
do
motor
de
Figura
4.10
–
Fluxo
de
potência
no
motor
de
Indução.
[13]
indução.
[8]
Espera-‐se
que
essa
máquina
gere
potência
mecânica
no
rotor,
sendo
essa
potência
o
resultado
da
potencia
elétrica
inserida
nos
terminais
menos
as
perdas
elétricas
nos
condutores,
perdas
magnéticas
e
perdas
por
atrito
e
ventilação,
conforme
apresentado
na
Figura
4.10.
Além
disso,
ela
pode
ser
decomposta
em
dois
fatores:
o
torque
eletromagnético
induzido
no
rotor
e
a
velocidade
de
rotação
do
próprio.
Logo,
a
potencia
mecânica
é
descrita
matematicamente
pela
seguinte
equação:
Pmec = Tmec * ω mec
(
18
)
O
torque
gerado
no
eixo
da
máquina
de
indução,
que
é
indicado
na
equação
18,
tende
a
manter
o
rotor
girando
com
velocidade
próxima
à
velocidade
do
campo
magnético
girante.
Ele
pode
ser
calculado
a
partir
dos
seguintes
parâmetros
elétricos
do
circuito
equivalente:
a
resistência
R2,
a
corrente
e
o
escorregamento
s.
Portanto,
o
torque
é
descrito
matematicamente
pela
seguinte
equação:
R'2
I '22 (1− s)
Tmec = s (
19
)
ω mec
42
Outra
característica
importante
para
analisar
a
operação
da
máquina
de
indução
é
o
fator
de
potência,
uma
vez
que
seu
valor
é
a
proporção
de
potência
ativa
requerida
pela
máquina
em
relação
à
potência
aparente.
O
fator
de
potência
é
dado
pelo
cosseno
do
ângulo
da
impedância
equivalente
do
circuito
da
Figura
4.8.
ou
pelo
cosseno
do
ângulo
da
corrente
de
entrada
da
máquina,
como
se
segue:
𝐹𝑃 = cos 𝜃!
(
20
)
A
ultima
características
de
performance
da
máquina
de
indução
a
ser
avaliada
é
a
eficiência
dela,
que
quantifica
o
percentual
de
energia
cinética
que
foi
efetivamente
convertida
em
energia
elétrica.
O
seu
calculo
é
definido
como
a
divisão
da
a
potência
de
saída
pela
potência
de
entrada
da
máquina,
como
se
segue:
O
motor
de
indução
pode
ser
ajustado
de
forma
que
a
velocidade
do
sistema
nr
é
maior
que
a
velocidade
síncrona
ns,
e
dessa
forma
produz
um
escorregamento
de
valor
negativo.
O
torque
eletromagnético
originado
na
situação
de
escorregamento
negativo
atua
para
frenar
o
rotor,
o
que
ocasiona
a
inversão
do
sentido
das
correntes
I1
e
I’2.
As
figura
4.11
e
4.12
demonstram
os
sentidos
das
correntes
da
máquina
de
indução
na
operação
como
gerador:
Figura
4.11
–
Circuito
da
Máquina
de
indução
Figura
4.12
–
Diagrama
fasorial
do
gerador
de
operando
como
gerador
(modificado).[12]
Indução.
[13]
43
Figura
4.13
–
Fluxo
de
potência
no
gerador
de
indução.
[12]
44
O
gerador
tem
a
função
de
converter
potencia
mecânica
em
elétrica,
dessa
forma
a
analise
da
eficiência
de
um
gerador
considera
como
entrada
do
sistema
a
energia
mecânica
no
rotor
e
a
energia
produzida
é
a
potencia
elétrica
medida
nos
terminais
da
máquina.
Nota-‐se
na
Figura
4.13
que
a
potência
de
entrada
é
decomposta
em
potência
mecânica
do
rotor
que
é
convertida
em
energia
elétrica,
calculada
pela
equação
(18)
e
nas
perdas
mecânicas
que
estão
relacionadas
ao
movimento
do
rotor
como
atrito
do
rotor
com
a
estrutura
da
máquina
e
com
o
ar
confinado
no
equipamento.
Essas
perdas
devem
ser
consideradas
para
calculo
da
eficiência,
conforme
apresentado
na
equação
(23):
pOUT V * I * cosθ
η% = =
(
23
)
PIn Pmec + Perdasmec
A
máquina
de
indução
do
tipo
gaiola
de
esquilo,
quando
empregada
para
a
função
de
geração
de
energia
elétrica,
é
normalmente
associada
a
um
banco
de
capacitores,
como
apresentado
anteriormente
na
Figura
3.4.
O
conjunto
formado
pelo
gerador
de
indução
e
pelo
banco
de
capacitores
é
utilizado
devido
à
demanda
de
carga
reativa
requerida
pelo
próprio
gerador.
Esse
conjunto
pode
ser
aplicado
em
redes
interligadas
ou
em
sistemas
isolados.
No
caso
de
redes
interligadas,
a
operação
do
gerador
com
banco
de
capacitores
ocorre
em
paralelo
a
grandes
cargas
e
outras
fontes
geradoras
de
energia,
de
forma
que
distúrbios
do
gerador
interferem
de
forma
insignificante
na
tensão
e
freqüência
da
rede.
Entretanto,
o
GI
requer
potência
reativa
da
rede,
que
pode
ser
compensada
a
partir
do
uso
do
banco
de
capacitores
[10].
O
valor
dos
capacitores
de
um
banco
conectado
em
é
calculado
conforme
a
equação
a
seguir:
ΔQ
Cf =
(
24
)
2
3V (2π f ) L
45
Onde:
C f –
Capacitância
por
fase[F]
Figura
4.14
–
Montagem
do
gerador
de
indução
auto-‐excitado
isolado
da
rede.
[13]
O
banco
de
capacitores,
em
sistemas
isolados,
é
dimensionado
com
base
na
curva
de
magnetização
do
gerador.
Essa
curva
relaciona
a
tensão
de
saída
do
gerador
pela
corrente
de
fase
ao
se
aplicar
um
escorregamento
igual
a
0,
ou
seja,
uma
velocidade
do
rotor
igual
a
velocidade
síncrona.
Sabe-‐se
pela
análise
do
circuito
apresentado
na
Figura
3.13,
que
haverá
corrente
fluindo
apenas
pelo
ramo
da
reatância
de
magnetização,
pois
a
componente
R2/s
adquire
valores
muito
grandes.
A
figura
seguinte
apresenta
um
modelo
de
curva
de
magnetização
de
uma
GI:
46
Figura
4.15
–
Curva
de
magnetização
de
um
gerador
de
indução.
[12]
Na
figura
anterior,
a
reta
que
cruza
a
curva
de
magnetização
da
máquina
de
indução,
representa
a
curva
tensão
versus
corrente
do
banco
de
capacitores.
Os
capacitores
são
dimensionados,
de
forma
que
o
ponto
de
intersecção
das
curvas
(representado
por
P)
ocorra
sobre
o
ponto
nominal
de
operação
da
máquina
e
permite
o
processo
de
auto-‐excitação
descrito
a
seguir:
O
gerador
de
indução
quando
acionado
por
uma
força
motriz,
produz
uma
tensão
induzida
nas
bobinas
do
estator,
mas
de
pequena
magnitude,
o
que
é
possível,
pois
existe
um
magnetismo
residual
no
rotor.
A
frequência
da
tensão
induzida
é
proporcional
a
velocidade
de
rotação
do
rotor
e
a
sua
amplitude
depende
da
intensidade
do
magnetismo
residual.
A
tensão
induzida
inicia
o
processo
de
auto-‐excitação,
fornecendo
uma
corrente
pequena
ao
banco
de
capacitores,
este
ao
receber
corrente
proveniente
do
gerador,
gera
um
valor
pequeno
de
tensão,
amplificando
a
tensão
nos
terminais
do
gerador.
O
processo
de
auto-‐excitação
é
acumulativo
e
a
tensão
do
gerador
é
incrementada
até
o
ponto
até
o
ponto
P
de
operação
e
a
corrente
entre
o
banco
e
a
máquina
então
se
estabiliza
no
valor
nominal
de
magnetização
[14].
O
sistema
auto-‐excitado
de
geração
elétrica
com
GI
é
uma
composição
simples,
contudo
não
é
resistente
a
distúrbios,
possui
regulação
de
tensão
insatisfatória
e
sofre
variação
da
frequência
síncrona
com
aumento
de
carga.
Os
distúrbios
originados
pelo
aumento
abrupto
de
carga
pode
acarretar
a
queda
da
tensão
instantânea
nos
capacitores,
anulando
a
tensão
nos
terminais
do
GI,
ou
seja,
o
gerador
perde
a
excitação
e
deixa
de
operar
[14].
47
Figura
4.16
–
Efeito
do
aumento
de
carga
na
curva
conjugado
versus
velocidade
em
um
GI
auto-‐
excitado.[15]
O
aumento
da
carga
suprida
pelo
gerador
não
só
altera
a
frequência
síncrona
como
reduz
a
tensão
gerada
pelo
GI.
A
redução
da
frequência
síncrona,
altera
a
reatância
de
magnetização
da
máquina
e
a
reatância
do
banco
de
capacitores,
criando
um
novo
ponto
de
intersecção
das
curvas
V/I
do
capacitor
e
da
curva
de
magnetização
[15].
Esse
efeito
é
ilustrado
na
Figura
4.17
:
48
Figura
4.17
–
Variação
da
curva
de
magnetização
sob
aumento
de
carga
em
um
GI
auto-‐excitado.
[15]
Além
do
efeito
causado
pelo
aumento
da
demanda
de
potência
ativa
do
gerador
de
indução,
a
alta
demanda
de
potência
reativa
também
gera
distúrbios
na
operação
dessa
máquina,
como
por
exemplo,
ao
drenar
a
potência
reativa
fornecida
pelo
banco
de
capacitores,
levando
a
desmagnetização
do
rotor.
Foram
realizadas
diversas
investigações
afim
de
solucionar
o
problema
de
regulação
de
tensão,
e
assim
viabilizar
essa
máquina
geração
de
energia
elétrica.
As
principais
estratégias
empregam
contatores,
relés
ou
chaves
semicondutoras
para
compensação
de
reativos.
Alguns
exemplos
são:
bancos
de
capacitores
compostos
série-‐
shunt
(Bassete
Potter,
1935;
Wang
e
Jina-‐Yi,
1997;
Chan,
1995;
Chan,
1994;Bim
et
alii
,
1989),
retificadores
controlados
(Watson
et
alii
,1979;
Watanabe
et
alii
,
1983;
Rocha
et
alii
,
1984;
Watanabe
e
Barreto,
1987;
Bonert
e
Rajakaruna,
1998),
reatores
chaveados
por
tiristores
(Brennen
e
Abbondanti,
1977;
Pinheiro
et
alii
,
1988;
Quispe
et
alii
,
1997),
chaveamento
de
bancos
discretos
de
capacitores
(Malik
e
Haque,
1986;
Malik
e
Mazi,
1987;Chan,
1993),
ou
reatores
saturados
(Doxey,
1963;Alghuwainem,
1997).
A
máquina
de
indução
a
ser
utilizada
nos
testes
é
um
motor
de
indução
do
tipo
rotor
gaiola
de
esquilo
de
2
cv
de
potencia
da
Fabricante
Siemens.
Esse
motor
se
encontra
nos
laboratórios
do
campus
2
do
CEFET-‐MG.
49
Figura
4.18
–
Máquina
de
indução
usada
nos
experimentos.
Fornecedor
Siemens
Tipo
de
Motor
1LA7097-‐4EA90
Tensão
Nominal
220V/380V/440V
–
60
Hz
Potência
Nominal
do
Motor
1,5
kW
/
2cv
Velocidade
nominal
do
Motor
1700
RPM
Frequência
60
Hz
Número
de
Pólos
4
polos
Corrente
Nominal
6,3
A
/
3,64
/
3,15
A
Tabela 4.1 – Dados de placa da máquina de indução a se utilizada nos ensaios.
Para
que
seja
feito
o
circuito
equivalente
dessa
máquina
é
necessário
a
realização
dos
ensaios
comentados
no
capítulo
3.
•
Ensaio
a
vazio;
•
Ensaio
com
rotor
bloqueado;
•
Medição
de
resistência
do
estator;
Esses
ensaios
foram
realizados
em
trabalhos
anteriores
e
através
dos
valores
medidos
nesses
ensaios,
foram-‐se
obtidos
os
seguintes
parâmetros
[15]:
50
Parâmetro Valor
Tabela 4.2 – Parâmetros do circuito elétrico equivalente para a máquina de indução.
Figura
4.19
–
Diagrama
de
blocos
de
um
inversor
de
frequência.
O
primeiro
estágio
consiste
no
processo
de
retificação,
no
qual
um
dos
dois
semi-‐
ciclos
do
sinal
senoidal
é
eliminado.
Já
no
segundo
estágio,
o
sinal
proveniente
do
primeiro
estágio
passa
por
um
filtro
RC,
o
que
atenua
o
efeito
Ripple.
Esse
efeito
é
definido
como
a
variação
periódica
residual
indesejada
da
corrente
contínua
resultante
do
processo
de
retificação.
O
terceiro
estágio
do
inversor
é
constituído
por
uma
ponte
de
51
IGBTs
(Insulated
Gate
Bipolar
Transistor
),
que
são
semicondutores
de
potência
usados
para
chaveamento.
A
ação
de
chaveamento
da
ponte
de
IGBTs
transforma
o
sinal
de
tensão
constante
em
um
sinal
próximo
a
uma
onda
senoidal
de
frequência
desejada.
A
técnica
utilizada
nesse
estágio
é
o
PWM
(Pulse
Width
Modulation).
O
PWM
é
a
técnica
utilizada
nos
inversores
e
conversores
de
frequência
modernos.
O
método
consiste
na
geração
de
pulsos
de
amplitude
constante
mas
de
espessura
variável,
de
forma
que
a
tensão
média
desse
trem
de
pulsos
equivale
à
tensão
média
de
uma
onda
senoidal.
Os
tempos
em
que
os
IGBTs
permanecem
em
cada
estado
são
ditados
pelo
CPU
com
base
na
frequência
desejada.
Figura
4.20
–
Formação
do
sinal
PWM.
52
permite
o
controle
preciso
do
torque
fornecido,
mas
para
isso
é
necessário
configurar
o
inversor
com
os
parâmetros
nominais
de
operação
do
motor,
como
tensão,
corrente
e
frequência
nominal,
que
servirão
de
referencia
para
que
o
equipamento
determine
a
corrente
a
ser
aplicada
.
O
inversor
utilizado
nesse
trabalho
é
um
inversor
de
frequência
da
empresa
WEG
modelo
CFW
07.
Esse
inversor
utiliza
um
controle
do
tipo
escalar,
mas
como
as
frequências
a
serem
utilizadas
estão
próximas
da
nominal
o
sinal
de
saída
irá
trabalhar
com
tensão
próxima
da
nominal.
Fornecedor
WEG
Modelo
CFW
07
Potência
Nominal
3,8
kVA
Corrente
Nominal
de
Saída
10
A
Corrente
Máxima
de
Saída
15
A
Tensão
de
alimentação
220
V-‐
230
V
Figura
4.21
–
Inversor
de
frequência
modelo
CFW
Tabela
4.3
–
Dados
de
placa
do
inversor
de
07.
[19]
frequência
modelo
CFW
07.
[19]
53
•
P220–
Parâmetro
que
seleciona
qual
a
forma
de
entrada
de
valor
referencia,
via
local
ou
remoto;
Figura
4.22
–
Diagrama
do
sistema
de
geração
de
energia
com
inversor
de
frequência.
No
modelo
apresentado
pela
Figura
4.22
busca-‐se
que
o
inversor
de
frequência
proporcione:
• Manter
constante
a
tensão
do
gerador
independente
da
variação
da
carga
requerida;
54
• Compensar
a
variação
da
velocidade
do
rotor
para
garantir
o
controle
da
potência
produzida;
• Magnetizar
a
máquina
de
indução
sem
utilizar
um
banco
de
capacitores.
O
banco
de
baterias
é
necessário
para
fornecer
a
energia
requerida
pelo
inversor
de
frequência
para
partida
e
para
operação,
pois
o
inversor
irá
suprir
o
sistema
com
potência
reativa.
O
banco
de
bateria
será
carregado
através
da
retificação
do
sinal
produzido
pelo
gerador.
A
potência
ativa
produzida
pelo
gerador
será
distribuída
entre
a
carga,
o
inversor
e
um
banco
de
baterias.
Logo,
deve-‐se
ajustar
à
frequência
do
inversor
para
que
a
potência
produzida
tenha
valor
igual
ao
que
a
carga
requer,
mais
a
potência
necessária
para
carregar
o
banco
de
baterias,
de
forma
que
o
inversor
não
absorva
potência
ativa.
Isso
é
possível,
pois
em
um
sistema
isolado
a
frequência
de
alimentação
pode
sofrer
pequenas
variações
que
não
serão
significativas
para
cargas
resistivas.
55
Capítulo 5
Simulação e Montagem
Para
avaliar
a
operação
do
sistema
proposto
e
sua
viabilidade,
será
inicialmente
simulada
a
operação
do
modelo
de
um
gerador
de
indução
baseado
em
uma
máquina
real.
Essa
simulação
visa
avaliar
as
características
de
performance
desse
gerador
para
diferentes
valores
de
velocidade
síncrona
e
de
rotação
do
rotor,
e
os
efeitos
causados
pela
aplicação
de
valores
distintos
de
carga.
Conforme
o
circuito
equivalente
apresentado
na
Figura
4.5,
foi
criado
um
modelo
computacional
a
partir
dos
parâmetros
elétricos
apresentados
na
tabela
4.2,
o
qual
foi
simulado
em
duas
etapas.
A
primeira
etapa
consiste
na
simulação
de
uma
máquina
de
indução
conectada
a
um
barramento
infinito
de
tensão
constante,
conforme
apresentado
na
Figura
5.1.
A
frequência
nesse
barramento
varia
de
50
Hz
a
70
Hz,
o
que
provoca
a
variação
do
valor
do
escorregamento
da
máquina.
A
situação
simulada
possui
as
seguintes
características:
• Velocidade
de
rotação
do
rotor
constante
e
igual
a
1800
rpm;
• Barramento
infinito
que
fornece
toda
a
potência
requerida
pela
máquina
de
indução;
• Barramento
infinito
que
absorve
toda
a
potência
gerada
pela
máquina
de
indução.
56
Figura
5.1
–
Modelo
base
para
a
primeira
etapa
da
simulação.
Em
cada
iteração
dessa
simulação,
é
utilizado
um
valor
de
frequência
que
corresponde
a
um
valor
especifico
de
escorregamento.
Para
cada
valor
de
escorregamento,
são
utilizadas
as
equações
(16)
e
(17)
para
a
determinação
dos
valores
das
correntes
I1
e
I’2
.
Essas,
por
sua
vez,
são
empregadas
nas
equações
nas
equações
(19)
até
(24)
para
o
cálculo
das
características
de
performance
da
máquina.
O
código
de
programação
do
Matlab
e
os
passos
constituintes
dessa
primeira
etapa
da
simulação
são
apresentados
no
anexo
A
e
no
fluxograma
da
Figura
5.3
respectivamente.
Já
na
segunda
etapa
da
simulação,
o
gerador
de
indução
está
conectado
a
uma
carga
resistiva
e
a
um
inversor
de
frequência.
Isso
constitui
um
sistema
autônomo
que
apresentado
na
Figura
5.2.
O
valor
das
resistências
que
compõem
a
carga
e
o
valor
do
escorregamento
foram
variados
em
cada
iteração
do
programa.
Para
cada
valor
de
escorregamento,
são
utilizadas
as
equações
(16)
e
(17)
para
a
determinação
dos
valores
das
correntes
I1
e
I’2.
Essas
correntes,
por
sua
vez,
são
empregadas
no
calculo
da
potência
produzida
pelo
gerador
de
indução.
Em
seguida,
calcula-‐se
o
valor
de
escorregamento
para
o
qual
toda
a
potência
ativa
é
absorvida
pela
carga.
A
situação
simulada
possui
as
seguintes
características:
• O
escorregamento
é
variado
a
partir
de
0
até
o
ponto
em
que
a
potência
gerada
é
igual
à
potência
requerida
pela
carga;
• A
velocidade
de
rotação
do
rotor
varia
de
1750
rpm
a
1850
rpm;
• A
carga
é
formada
por
um
conjunto
de
resistências
ligadas
em
estrela.
O
valor
de
cada
resistência
é
variado
de
25Ω
a
150Ω;
• O
programa
calcula
as
potências
produzida
pelo
gerador
e
requerida
pela
carga
separadamente.
A
potência
que
não
for
absorvida
pela
carga
é
dissipada
no
inversor
de
frequência;
57
Figura
5.2
–
Modelo
base
para
a
segunda
etapa
da
simulação
O
código
de
programação
do
Matlab
e
os
passos
constituintes
dessa
segunda
etapa
da
simulação
são
apresentados
no
anexo
B
e
no
fluxograma
da
Figura
5.4
respectivamente.
.
58
Figura
5.3
–
Fluxograma
da
primeira
etapa
da
simulação.
59
Figura
5.4
–
Fluxograma
da
segunda
etapa
da
simulação.
60
Figura 5.6 – Resultado da simulação para conjugado e corrente de fase.
61
Figura
5.9
–
Frequência
ideal
para
cada
valor
de
resistência
da
carga
em
1800
rpm.
Figura
5.10
–
Frequência
ideal
para
a
potência
desejada
em
diferentes
velocidades
do
rotor.
62
Observa-‐se
na
figura
5.10
que,
para
cada
valor
de
frequência
e
de
velocidade
de
rotação,
ou
seja,
para
cada
valor
específico
de
escorregamento,
tem-‐se
um
valor
determinado
de
potência
ativa
produzida
pelo
gerador
de
indução.
As
curvas
apresentadas
nessa
figuras
podem
ser
empregadas
para
se
determinar,
com
base
na
potência
da
carga
e
na
velocidade
do
rotor,
a
frequência
ideal
a
ser
utilizada.
Figura
5.11–
Diagrama
de
montagem
para
teste.
A
partida
do
sistema
mostrado
na
figura
5.11
segue
a
seguinte
ordem:
I. Ajustar
a
frequência
de
alimentação
desejada
para
o
gerador
na
IHM
do
inversor,
a
qual
garanta
um
escorregamento
negativo;
II. Ligar
o
inversor
de
frequência;
III. Conectar
a
máquina
motriz
à
rede;
IV. Conectar
de
uma
carga
resistiva
nos
terminais
do
gerador.
Após
a
conexão
da
máquina
motriz
à
rede,
não
é
possível
alterar
a
velocidade
de
rotação
do
sistema,
pois
essa
sofre
influência
direta
da
frequência
da
rede.
Mas
com
o
63
Figura
5.12
–
Modo
de
conexão
do
medidor
de
qualidade
para
medição
trifásica.
A
carga
utilizada
no
sistema
para
teste
em
laboratório
consiste
na
conexão
de
um
conjunto
de
resistores
variáveis
ligados
em
estrela
a
sua
resistência
será
variada
entre
50
e
150
Ω.
A
seguir
será
submetido
para
uma
mesma
carga
diferentes
valores
de
escorregamento.
Para
cada
alteração
do
sistema
(resistência
da
carga
ou
frequência
do
inversor)
serão
realizadas
medidas
de
tensão
e
corrente
de
linha,
potências
ativa,
reativa
e
aparente
e
de
harmônicos
na
saída
do
inversor,
do
gerador
e
da
carga.
A
montagem
do
sistema
realizada
em
laboratório
é
apresentada
na
Figura
5.13.
64
Figura
5.13
–
Bancada
de
trabalho.
A
tela
do
medidor
de
qualidade
43b
da
Fluke
para
durante
as
medições
de
potência,
tensão
e
corrente
são
apresentadas
na
figura
5.14:
Figura
5.14
–
Telas
do
medidor
de
qualidade
para
medição
de
tensão,
corrente
e
potência.
O
procedimento
experimental
descrito
no
inicio
item
5.2
foi
realizado
para
a
máquina
de
indução
da
Siemens
apresentado
no
item
4.14
e
obteve-‐se
os
resultados
apresentados
na
tabela
a
baixo:
65
Dados%medidos%nos%ensaios
Frequência%% Potência% Potência% Potência% Velocidade%
Ponto%de% Carga% Tensão% Corrente% Fator%de% Escorregamento% THDr%para%
do%inversor% ativa% reativa% aparente% de%giro%do%
medição% (Ω) (V) (A) potência (%) Tensão%(%)
(Hz) (kW) (kVAr) (kVA) rotor%(rpm)
Carga 50 56.8 223.9 2.33 -0.774 0.019 0.774 1.00 1747 -2.5235 3.4
Gerador 50 56.8 223.6 5.28 0.890 1.670 1.880 0.47 1747 -2.5235 3.4
Inversor 50 56.8 223.9 4.83 -0.080 1.630 1.630 0.05 1747 -2.5235 3.4
Carga 50 57.2 223.5 2.33 -0.775 0.038 0.777 1.00 1753 -2.1562 4.8
Gerador 50 57.2 223.4 5.05 0.770 1.630 1.790 0.43 1753 -2.1562 4.8
Inversor 50 57.2 222.9 4.61 0.040 1.570 1.570 0.03 1753 -2.1562 4.8
Carga 50 57.5 223.0 2.33 -0.768 0.038 0.770 1.00 1758 -1.9130 4.1
Gerador 50 57.5 223.4 4.76 0.670 1.710 1.580 0.42 1758 -1.9130 4.1
Inversor 50 57.5 224.0 4.50 0.120 1.560 1.560 0.08 1758 -1.9130 4.1
Carga 100 57.8 227.3 1.36 -0.463 0.000 0.463 1.00 1764 -1.7301 3.3
Gerador 100 57.8 227.8 4.69 0.594 1.610 1.710 0.35 1764 -1.7301 3.3
Inversor 100 57.8 226.7 4.45 -0.080 1.580 1.580 0.05 1764 -1.7301 3.3
Carga 100 58.1 227.0 1.33 -0.438 0.027 0.440 1.00 1768 -1.4343 6.3
Gerador 100 58.1 228.0 4.46 0.505 1.530 1.610 0.31 1768 -1.4343 6.3
Inversor 100 58.1 227.8 4.34 0.000 1.540 1.540 0.00 1768 -1.4343 6.3
Carga 100 58.3 228.2 1.36 -0.463 0.011 0.463 1.00 1771 -1.2579 2.5
Gerador 100 58.3 228.2 4.29 0.438 1.510 1.570 0.28 1771 -1.2579 2.5
Inversor 100 58.3 226.8 4.19 0.060 1.520 1.520 0.04 1771 -1.2579 2.5
Carga 150 58.5 231.6 0.84 -0.288 0.007 0.288 1.00 1775 -1.1396 2.4
Gerador 150 58.5 231.0 4.40 0.395 1.580 1.630 0.24 1775 -1.1396 2.4
Inversor 150 58.5 231.0 4.32 -0.080 1.560 1.560 0.05 1775 -1.1396 2.4
Carga 150 58.8 232.3 0.89 -0.302 0.007 0.302 1.00 1778 -0.7937 2.4
Gerador 150 58.8 231.2 4.17 0.287 1.550 1.570 0.18 1778 -0.7937 2.4
Inversor 150 58.8 230.7 4.22 0.000 1.490 1.490 0.00 1778 -0.7937 2.4
Carga 150 59 227.3 0.87 -0.298 0.018 0.299 1.00 1781 -0.6215 2.8
Gerador 150 59 227.6 4.08 0.248 1.540 1.560 0.16 1781 -0.6215 2.8
Inversor 150 59 235.6 4.14 0.094 1.530 1.530 0.06 1781 -0.6215 2.8
Tabela
5.1
–
Resultados
dos
ensaios.
A
partir
da
tabela
acima,
plota-‐se
as
curvas
de
tensão
de
fase,
corrente
de
fase,
potências
ativa
e
reativa,
fator
de
potência
do
gerador
de
indução,
semelhante
às
curvas
resultantes
da
simulação.
Espera-‐se
observar
um
comportamento
igual
para
as
curvas
obtidas
pelo
método
prático
e
teórico,
mas
devido
a
fontes
de
erro
como
incertezas
do
medidor
e
variação
da
velocidade
do
rotor
devido
à
frequência
da
rede,
houve
diferença
entre
os
valores.
A
curvas
seguintes
apresentam
os
resultados
medidos
na
prática:
66
134.12&
10.00& 160&
133.71&
131.75&
131.23&
131.23&
131.06&
129.27&
129.04&
128.75&
9.00&
140&
8.00&
120&
7.00&
5.28&
100&
5.05&
6.00&
4.76&
4.69&
4.46&
4.40&
4.29&
4.17&
4.08&
5.00& 80&
4.00&
60&
3.00&
40&
Tensao&de&fase&(V)& 2.00&
20&
1.00&
Corrente&de&fase&(A)&
0.00& 0&
-3.0000& -2.5000& -2.0000& -1.5000& -1.0000& -0.5000& 0.0000&
Escorregamento,(%),
Figura
5.15
-‐
Resultado
do
experimento
para
tensão
e
corrente
de
fase.
0.50%
0.47%
0.45%
0.42%
0.43% 0.40%
0.35% 0.35%
0.31%
0.30%
0.28%
0.24% 0.25%
0.20%
0.18%
0.16% 0.15%
0.10%
Fator%de%Potência% 0.05%
0.00%
,3.0000% ,2.5000% ,2.0000% ,1.5000% ,1.0000% ,0.5000% 0.0000%
Escorregamento,(%),
Figura
5.16
–
Resultado
do
experimento
para
fator
de
potência.
1.800%
1.710%
1.600%
1.670%
1.630%
1.610%
1.580%
1.550%
1.540%
1.530%
1.510%
1.400%
1.200%
0.890%
0.770%
1.000%
0.670%
0.594%
0.800%
0.505%
0.438%
0.395%
0.600%
0.287%
0.248%
Potencia%A7va%(kW)% 0.400%
Potencia%%Rea7va%(kVar)% 0.200%
0.000%
-3.0000% -2.5000% -2.0000% -1.5000% -1.0000% -0.5000% 0.0000%
Escorregamento,(%),
Figura
5.17
–
Resultado
do
experimento
para
potência
ativa
e
reativa.
67
0.770&
1.000%
0.670&
0.594&
0.800%
0.505&
0.438&
0.395&
0.600%
0.287&
0.248&
0.400%
0.120&
0.094&
0.060&
0.040&
0.000&
0.000&
Potência&&a6va&(kW)&
0.200%
0.000%
!2.5235% !2.1562% !1.9130% !1.7301% !1.4343% !1.2579% !1.1396% !0.7937% !0.6215%
!0.200%
!0.080&
!0.080&
!0.080&
!0.288&
!0.298&
!0.302&
!0.400%
!0.438&
!0.463&
!0.463&
!0.600%
Carga%
!0.800%
!0.768&
!0.774&
!0.775&
Gerador%
!1.000%
Escorregamento&(%)& Inversor%
Figura
5.18
–
Balanço
de
potência
ativa
para
os
diferentes
valores
das
resistências
da
carga.
A
seguir
estão
indicados
os
valores
de
escorregamento
relacionados
a
cada
um
do
valores
de
resistência
da
carga
utilizados
no
experimento:
• Valores
de
escorregamento
de
-‐2.5235%
,
-‐2.1562%
e
-‐1.9913%
referentes
a
uma
resistência
de
50
Ω;
• Valores
de
escorregamento
de
-‐1.7301%
,
-‐1.4343%
e
-‐1.2579%
referentes
a
uma
resistência
de
100
Ω;
• Valores
de
escorregamento
de
-‐1.1396%
,
-‐0.7937%
e
-‐0.6215%
referentes
a
uma
resistência
de
150
Ω;
68
100.00%&
84.58%&
Corrente&
90.00%&
80.00%& Tensão&
70.00%&
60.00%&
50.00%&
40.00%&
30.00%&
20.00%&
3.57%&
3.19%&
2.37%&
1.96%&
1.92%&
1.58%&
1.42%&
1.40%&
1.17%&
1.04%&
1.04%&
0.99%&
0.86%&
0.82%&
0.31%&
0.17%&
0.16%&
0.13%&
0.10%&
0.11%&
0.09%&
0.09%&
0.07%&
0.07%&
10.00%&
0.00%&
0.00& 56.55& 169.65& 282.75& 395.85& 508.95& 622.05& 735.15& 848.25& 961.35& 1074.45&1187.55&1300.65&
Frequência+(Hz)+
Figura
5.19
–
Resultado
do
experimento
para
harmônicos.
Harmônicos 0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
Frequência7(Hz) 0 56.55 169.65 282.75 395.85 508.95 622.05 735.15 848.25 961.35 1074.45 1187.55 1300.65
Tabela
5.2
–
Relação
dos
harmônicos
medidos
nos
ensaios
e
suas
respectivas
frequências.
Os
harmônicos
observados
no
sistema
são
referentes
a
altas
freqüências,
provenientes
do
efeito
de
chaveamento
do
inversor.
Para
a
alimentação
de
um
sistema
puramente
resistivo,
as
distorções
causadas
nos
sinais
de
tensão
e
corrente
por
esses
harmônicos
não
são
notadas.
69
Capítulo 6
Conclusão e Recomendações
70
Referências Bibliográficas
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Energia
Eólica.
Disponível
em
www.aneel.gov.br,
p.
acesso
em:
20/03/2012,
2009.
2. Ministério
das
Minas
e
Energia.
Proposta
para
a
expansão
da
Geração
Eólica
no
Brasil.
Rio
de
Janeiro,
2009.Disponível
em
www.epe.gov.br,
p.
acesso
em:
20/03/2012,
2009.
1. BP
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Disponível
em:
http://www.bp.com/en/global/corporate/about-‐bp/energy-‐
economics/statistical-‐review-‐of-‐world-‐energy.html,
acesso
em:
20/03/2012.
2. E
WEA
–
Disponível
em:
www.ewea.org.
Acessado
em:
janeiro/2013.
3. CEPEL.
Atlas
do
Potencial
Eólico
Brasileiro.
Ed.
CEPEL,
Rio
de
Janeiro,
RJ,
2001.
4. FERREIRA,
Jorge
Filipe
da
Silva
Barros.
Controlo
de
Geradores
de
Indução
Duplamente
Alimentados
em
Turbinas
Eólicas.
Dissertação
(Mestrado
em
Engenharia
Eletrotécnica)
-‐
Faculdade
de
Ciências
e
Tecnologia,
Universidade
de
Lisboa,
2009.
5. LEITE,
Andrea
P.
Modelagem
de
Fazendas
Éolicas
para
estudos
de
Confiabilidade
(Mestrado
em
Engenharia
Elétrica)
–
UFRJ,
2005.
72
73
Apêndice A
% **********************************************
% Programa para avaliacao do gerador de Inducao
% Aluno: Thiago Koh Guerra
% TCC 2 – Etapa 1
% **********************************************
% *********************************
% Dados do Gerador & Inicializacao
% *********************************
clear all;
close all;
clc;
% Estator:
P=4; % numero de polos
R1 = 1.011; % [ohms] % Resistencia de estator
X160 =1.437; % [ohms] % Reatancia de dispeR1ao de estator
para 60 Hz
L1= X160 / (2*pi*60);
% Rotor:
R2 = 1.305; % [ohms] Resistencia de rotor
X260 = 1.437; % [ohms] Reatancia do rotor para 60 Hz
74
% Magnetizacao:
Xm60 = 31.771; % [ohms] Reatancia de magnetização para 60 Hz
Lm= Xm60/(2*pi*60);
% ********************************************
% Alimentacao da maquina (eletrica e mecanica)
% ********************************************
% **********************************
% Inicio da interacao
% **********************************
b=[V1;0];
end
Escorregamento=s*100;
end
% % Curva de rendimento
figure(3);
plot(Escorregamento, Rend,'Linewidth',1.5);
xlabel('Escorrregamento
(%)','FontSize',16,'FontWeight','bold')
ylabel('Rendimento (%)','FontSize',16,'FontWeight','bold');
legend('Rendimento','FontSize',16,'FontWeight','bold');
grid;
Apêndice B
% **********************************************
% Programa para avaliacao do gerador de Inducao
% Aluno: Thiago Koh Guerra
% TCC 2 - etapa 2
% **********************************************
Nr=1750:10:1850;
s=0.0001:0.0001:5;
RL=25:1:150;
for cont3=1:10;
for cont2 = 1:126
cont=1;
error= 1;
while error > 0.9
esc(cont)=-s(cont);
Ns= Nr(cont3)/(1-esc(cont));% Escorregamento
f=Ns*P/120;
wsyn=4*pi*f/P;
79
100*esc(cont);
end
freq(cont2)=f;
IR(cont2)=I1r;
VT(cont2)=abs(I1a)*RL(cont2);
Pot(cont2)=3*V1*I1a;
end
if Nr(cont3)==1800
% Curva frequencia por potencia para uma velocidade
figure (1)
80
plotyy(RL,freq,RL,Pot);
xlabel('Resistencia por fase (ohms)','FontSize',16);
legend('Frequencia otima de operacao','Potencia entregue a
carga');
grid on;
hold on;
end
% Curva frequencia por potencia para diferentes velocidades
figure (2)
plot(freq,Pot);
xlabel('Potencia fornecida (W)','FontSize',16);
legend('Frequencia otima de operacao');
grid on;
hold on;
end
81