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EDUCAÇÃO

E NOVAS
TECNOLOGIAS
PROF.a CYNTHIA RÚBIA
BRAGA GONTIJO
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br

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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
EDUCAÇÃO E NOVAS
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SUMÁRIO
AULA 01 VIAGEM PELA HISTÓRIA ATRAVÉS DAS 07
TECNOLOGIAS – DA SUA GÊNESE AOS TEMPOS
CONTEMPORÂNEOS

AULA 02 MÍDIAS E COMPUTADORES NA EDUCAÇÃO – 18


COMO TUDO COMEÇOU

AULA 03 SABERES NECESSÁRIOS AOS EDUCADORES NO 28


CONTEXTO DA EDUCAÇÃO 4.0

AULA 04 MODALIDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA 40


EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

AULA 05 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: 50


DIMENSÕES, RECURSOS E EXEMPLOS

AULA 06 TEORIAS DE APRENDIZAGEM NA ERA DIGITAL E 62


INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

AULA 07 ESTILOS DE APRENDIZAGEM, SEGUNDO O 74


MÉTODO VAC, E SISTEMAS ADAPTATIVOS NA
WEB

AULA 08 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO- 84


APRENDIZAGEM TRADICIONAIS E
CONSTRUTIVISTAS

AULA 09 CRIAÇÃO DE TRILHAS DE APRENDIZAGENS 98

AULA 10 USO DO COMPUTADOR E DE OUTROS 111


RECURSOS MULTIMÍDIAS NA EDUCAÇÃO –
DEFINIÇÃO DE SOFTWARES EDUCATIVOS

AULA 11 AVALIAÇÃO DE SOFTWARES EDUCATIVOS – 118


TENDÊNCIAS ATUAIS
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SUMÁRIO
AULA 12 USO DE COMPUTADORES E OUTROS RECURSOS 129
MULTIMÍDIA NA EDUCAÇÃO – SUGESTÕES DE
FERRAMENTAS

AULA 13 PLANOS DE AULAS COM TICS 138

AULA 14 PROJETOS DE ENSINO COM TICS 150

AULA 15 PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA A 158


EaD

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INTRODUÇÃO

Prezada, Prezado,
Me sinto honrada por participar com você desta disciplina “Educação e Novas
Tecnologias”, porque, assim como você, acredito no potencial das tecnologias de
informação e de comunicação (TDICs) para a ampliação das oportunidades educacionais
em nosso país.
Sabemos que a Educação 4.0/5.0 tem nos desafiado, cada vez mais, a rever práticas
e buscar alternativas formativas, tendo em vista o nosso compromisso pedagógico, e
com os nossos sonhos e projetos pessoais, acadêmico-profissionais, e institucionais
em geral.
Desejo fortemente que esta disciplina contribua com a ampliação de seus horizontes
ao te seduzir para estudos, aprofundamentos e experiências na área.
Nesta disciplina, você vai encontrar, e interagir, com diversas discussões acerca da
educação deste século XXI, especialmente às relacionadas à apropriação pertinente
das tecnologias e metodologias construtivistas e conectivistas. Nesse sentido, são
seus objetivos:
• Conhecer o percurso histórico e técnico das tecnologias.
• Identificar a inserção dos recursos midiáticos na educação, reconhecendo o
seu papel em processos ensino-aprendizagem.
• Reconhecer características da Educação 4.0 / 5.0, com destaque para os saberes
necessários à atuação dos profissionais da educação nesse contexto.
• Diferenciar modalidades educacionais presenciais, à distância (EaD), remotas
e híbridas.
• Reconhecer as dimensões e os recursos presentes em ambientes virtuais de
ensino-aprendizagem (AVAs).
• Analisar teorias de aprendizagem: behaviorismo, construtivismo, conectivismo,
andragogia, neuropedagogia, e teoria das Inteligências Múltiplas.
• Saber aplicar com propriedade os estilos de aprendizagem: método visual,
auditivo e cinestésico.
• Desenvolver competências e habilidades para o trabalho com Metodologias
Ativas.
• Desenvolver práticas educativas com base em Metodologias Ativas.

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• Aprender a utilizar Ambientes de Ensino-aprendizagem Adaptativos na Web


(AdaptWeb).
• Aplicar com propriedade metodologias de aprendizagem diferenciadas em
sistemas adaptativos (u-learning).
• Criar trilhas de aprendizagem.
• Compreender o uso de algumas ferramentas para a mediação e a avaliação em
ambientes na Internet.
• Avaliar o uso de softwares na educação.
• Utilizar computadores e outros recursos multimídia em processos educativos.
• Elaborar planos de aulas, projetos de ensino e materiais didáticos para a EaD
intermediados por TICs.

Perceba que temos uma longa jornada pela frente, a qual espero que se configure
como um importante contributo para você melhor lidar com os desafios inexoráveis
da denominada pós-modernidade ou hipermodernidade.
Afinal, em tempos contemporâneos, no século XXI, é difícil, ou quase impossível,
pensar a educação desconsiderando a presença das TICs, não é mesmo?
Então, preparado para a inovação?
Vamos juntos nesta jornada?

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AULA 1
VIAGEM PELA HISTÓRIA
ATRAVÉS DAS TECNOLOGIAS
– DA SUA GÊNESE AOS
TEMPOS CONTEMPORÂNEOS

1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Atualmente, no século XXI, convivemos com várias tecnologias, não é mesmo? Você
já parou para observar, atentamente, e pensar sobre todas as tecnologias que estão ao
nosso redor, e com as quais lidamos, às vezes de forma íntima, às vezes nem tanto?
De fato, são muitas e variadas tecnologias que são produzidas e utilizadas para
objetivos específicos e, às vezes, até reinventadas para fins não projetados quando da
sua criação. Afinal, temos um potencial e uma capacidade infinitos para transformar
o que criamos em prol das nossas necessidades e dos nossos desejos, certo?
Pois é... considerando-se a presença massiva de tantas tecnologias na contemporaneidade,
é muito importante, especialmente como profissionais da educação, melhor compreender
o que são tecnologias; as suas origens e o seu aprimoramento; e as suas implicações
para o desenvolvimento societário, para o desenvolvimento da humanidade. Certamente,
com esses conhecimentos, teremos melhores condições de nos apropriar criticamente e
criativamente de tecnologias em nossos contextos ensino-aprendizagem.
Dessa maneira, esta aula do nosso primeiro encontro tratará da presença das
tecnologias no processo de desenvolvimento humano, desde a Antiguidade até o
momento contemporâneo.
Então, preparado para a nossa viagem?

1.2 TECNOLOGIAS E SUAS IMPLICAÇÕES CIVILIZATÓRIAS: da gênese à pós-


modernidade

Você já parou para pensar que o ser humano sempre teve que recorrer à determinados
instrumentos para desenvolver as suas atividades físicas e cognitivas? Nesses termos,

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desde a sua origem na Terra, as pessoas criaram, e ainda criam, recursos para
transformar a natureza em função das suas necessidades.
Considerando-se que as nossas necessidades são múltiplas, os recursos foram
sendo aprimorados de forma a possibilitar aos homens a execução de novas tarefas;
a satisfação de novas necessidades e novos desejos; e, sobretudo, o desenvolvimento
cultural, conforme veremos.
Afinal, as nossas necessidades e os nossos desejos são muitos, não é mesmo?
Recorrendo à teoria clássica “Hierarquia de necessidades” do psicólogo e pesquisador
norte-americano Abraham Maslow, situamos, pelos menos, cinco campos de
necessidades humanas, conforme apresenta a figura seguinte.

Título: Hierarquia de necessidades, segundo Maslow.


Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Maslow (1943).

Maslow (1943) foi muito assertivo em sua teoria; afinal, tal como na música “Comida”,
do grupo musical brasileiro Titãs, “[...] A gente não quer só comida. A gente quer
comida, diversão e arte [...]” (TITÃS, 1987, s/p).
Pois bem... em termos gerais, podemos considerar tecnologia como qualquer artefato,
qualquer objeto, criado pelos homens para tornar o seu trabalho mais leve e possível,
libertando-os da passividade frente à natureza. Assim sendo, criamos tecnologias,
por exemplo, para estender a nossa força física; para amplificar os nossos potenciais
sensoriais; aumentar a nossa capacidade comunicacional; e, conforme Lévy (2006),
desenvolver o nosso pensamento e a nossa inteligência sobre o mundo e a nossa
existência nele.
Assim sendo, o termo tecnologia, techné e logos (técnica e razão), não se limita
apenas ao instrumento criado para mediar a ação humana, mas corresponde também
ao conhecimento decorrente de um conjunto de técnicas específicas que auxiliam o

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homem a estender sua ação no mundo. As tecnologias, ao mesmo tempo que são
criadas para atender às necessidades humanas, geram também novas formas de
produzir conhecimento.
Considere, pois, que a produção de instrumentos vem evoluindo, desde a fabricação e
uso de instrumentos de caça, por exemplo, até a produção de tecnologias sofisticadas,
tais como os programas para computador desenvolvidos no contexto da Web 4.0/5.0,
conforme veremos. Dessa forma, tal como afirma Chaves (2019, p. 17), “a tecnologia,
neste sentido, não é algo novo, na verdade, é quase tão velha quanto o próprio homem,
visto como homo creator”.
Perceba que quando começamos a criar, e utilizar, uma tecnologia, mudamos o
estado inicial das coisas, dos fenômenos, e iniciamos a cultura, ou melhor, as culturas.
Ao criarmos tecnologias, transformarmos o mundo, e nunca mais fomos os mesmos.
Portanto, a mudança da natureza por meio da ação concreta e simbólica dos homens, ou
seja, do seu trabalho, através das tecnologias inventadas/aprimoradas, nos possibilitou
a criação da História.
Vejamos, então, a origem de algumas produções tecnológicas e a sua evolução
nos períodos compreendidos entre a Antiguidade e a Idade Média.
Na denominada pré-história, período compreendido entre 2.5 milhões de anos atrás
a 3.500 a.C, iniciamos a produção de tecnologias, dentre as quais se destacam as
relacionadas às técnicas de agricultura, as quais além de ampliarem a diversificação
alimentícia, permitiram o abandono, ou pelo menos, a diminuição da cultura nômade.
Ao lado disso, construímos recursos, tais como tijolos e utensílios domésticos, para
a fixação dessas moradias. Começamos a “lançar mão” de peles de animais, por
exemplo, para nos cobrir, criando as primeiras roupas da história da humanidade.
Concebemos os primeiros barcos para deslocamentos e explorações (FAVA, 2016).
E, é claro, não podemos esquecer da descoberta do fogo, a qual nos permitiu
desenvolver, ainda mais, as nossas possibilidades existenciais. Veja só como que
com ferramentas produzidas a partir de pedras, madeiras, ossos, começamos a criar
o nosso mundo.

Título: Imagem de um martelo sobre pedaços de troncos de árvores.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/machado-eixo-axe-axis-4205990/

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ISTO ESTÁ NA REDE

Você conhece, ou já ouviu falar, do filme “A guerra do fogo”? Esse clássico da


filmografia mundial discorre sobre a presença dos homens na terra há cerca de
80.000 anos atrás, em que para sobreviverem tiveram que lidar com um ambiente,
por vezes, bastante hostil. Destaca-se, nesse filme, o processo de descoberta do
fogo, a qual permitiu que aqueles humanos primitivos pudessem experimentar um
salto evolucionário. Essa obra-prima pode ser assistida, em versão completa, com
legendas ou em versão em português do Brasil, no Youtube através do link https://
www.youtube.com/watch?v=ibK3UI2YTDE. Vale a pena; anote aí a dica, ok?

Na Antiguidade, período compreendido entre 3.500 a.C. até o século V, tivemos o


aprimoramento de técnicas agrícolas, especialmente do arado, recurso para trabalhar
o solo, pelos povos mesopotâmicos e egípcios. Inventamos a engenharia hidráulica
através da criação de canais de irrigação para plantações. Desenvolvemos o transporte
por meio de carruagens, tendo em vista que, nesse período, especificamente por volta
de 3.500 a.C., engendramos a roda. Começamos a utilizar o vidro, o bronze e o cobre
com intensidade, pois já tínhamos o fogo para trabalhar esses materiais. Ressalta-
se, ainda, que aperfeiçoamos as armas ao criarmos, por exemplo, a catapulta e os
primeiros carros de guerra. Tivemos a invenção da eletricidade estática por Tales de
Mileto. Inventamos o primeiro alfabeto e as primeiras línguas (FAVA, 2016).

Título: Imagem de suporte com registros da escrita cuneiforme.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/ca/Cuneiform_script2.jpg/320px-Cuneiform_script2.jpg

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Título: Alfabeto grego da Antiguidade.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/Alfabeto_Grego.gif

Você sabia que todas as letras que compõem o alfabeto ocidental tiveram por base
o alfabeto grego, o qual sofreu modificações até chegar ao que temos na atualidade
ocidental: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, Y, X, Z?
Continuando a nossa viagem pela história, situamos na Idade Média, período
compreendido entre os séculos V e XV, a sofisticação de técnicas para a agricultura,
tais como a criação de moinhos d’água; a invenção da pólvora e dos fogos de artifício
pelos chineses (FAVA, 2016); as construções arquitetônicas mais complexas, com
destaque para a Românica, porque oriunda de Roma/Itália, e a Gótica. Esclarecemos
que, diferentemente do estilo Gótico, a arquitetura Românica caracterizava-se por
construções horizontalizadas, com paredes mais grossas e com pouca luz, cujo principal
objetivo era a defesa territorial. Ao contrário, no estilo Gótico prevalecia construções
verticalizadas, considerando-se que os seus adeptos entendiam que quanto mais altas
mais próximas estariam de Deus (GOMBRICH, 2012).
Em fins do século XIII, inicia-se uma das revoluções mais transcendentes da história:
a produção de papel , e, no século XV, a invenção da imprensa por Johann Gutenberg,
o que possibilitou a impressão em larga escala. Imagine só o quão revolucionária foi,
e ainda é, essa tecnologia.

Título: Imagem de um dos primeiros exemplares da Bíblia impresso na História da humanidade.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b0/Gutenberg_Bible.jpg/800px-Gutenberg_Bible.jpg

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Essa revolução foi logo constatada no campo educacional, pois sabe-se que as
obras, durante a Idade Média, eram restritas a poucos, dentre os privilegiados estavam
os nobres, sacerdotes, estudiosos diretamente ligados aos mosteiros.

ISTO ESTÁ NA REDE

Como uma boa cinéfila, “louca” por cinema”, de plantão, tenho para você mais
uma dica de um filme imperdível. Trata-se do “O Nome da Rosa”, inspirado na obra
do italiano Umberto Eco, um dos maiores filósofos e semiólogos do século XX,
início do XXI. Essa obra tem como eixo principal, em seu enredo, embates sobre
livros e textos científicos e filosóficos guardados na biblioteca de um mosteiro,
os quais não deveriam ser acessados pela população. A partir daí, a trama toma
rumos surpreendentes, dentre os quais intrigas entre os monges que lá viviam, e
até crimes contra a vida. Para assisti-lo, é só acessar https://www.youtube.com/
watch?v=GJG8r6o4eHU. E, é claro, preparar o coração e a mente, e separar a
pipoca.

Dando continuidade, lembro aqui Barbosa (2009) quando conta que, no contexto
educacional,

só fazia sentido aprender a ler, caso se pretendesse seguir a vocação


religiosa. Nesse caso a criança era admitida na escola aos 7 anos
onde o ensino era sobretudo oral: o mestre falava e instruía e a criança
ouvia e memorizava, pois saber era saber de cor. A leitura era ensinada
em latim e, para aprender, os escolares decoravam o Livro dos Salmos
(BARBOSA, 2009, p. 98).

Nesses termos, as práticas de leitura centravam-se na oralidade e baseavam-se,


sobretudo, na leitura em voz alta. Nesse contexto, ressalta-se, também, uma prática
didática conhecida até os dias atuais: o ditado. Você conhece? Já teve alguma
experiência com ditados? Nessa prática pedagógica, o professor ditava, falava em voz
alta alguma palavra para o aluno reproduzir, escrever em seu caderno, por exemplo.
Contudo, a possibilidade de produção de livros em massa potencializou a elaboração,
divulgação e, consequentemente, a ampliação e formação de leitores diversificados
(FERREIRO, 2009). De acordo com Barbosa (2009, p. 104), se no período da Alta Idade
Média “a relação do leitor se restringia a livros sacros – principalmente a Bíblia”, no fim
da Idade Média e início dos tempos Modernos “o mercado começa a ser invadido por

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grande quantidade de obras profanas – almanaques, calendários, contos populares


e amorosos – com grande sucesso entre as camadas mais pobres da população”.
Merece destaque que nessa época a demanda por escolas se acentua, pois mais
pessoas queriam aprender a ler e a escrever; amplia-se o número de obras didáticas
e de literatura infantil; aumenta-se o número de leitores (BARBOSA, 2009).
Veja só como que tecnologias específicas contribuíram, sobremaneira, para definir
novos rumos para a história da humanidade.
Na Idade Moderna, período iniciado no século XV, tivemos inúmeros avanços
tecnológicos em todos os setores da vida em sociedade. Logo no início da Idade
Moderna, Galileu Galilei inventou um termômetro e construiu um telescópio, o qual
permitiu novas descobertas astronômicas; e Isaac Newton publicou as suas leis físicas,
com destaque para a Lei da Gravitação Universal (FAVA, 2016).
No contexto da primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra por volta de
1760, e marcada pela utilização de máquinas nos processos de trabalhos nas fábricas,
sofisticamos instrumentos de transporte, de fabricação de produtos em larga escala,
reorganizamos a nossa vida nas cidades (FAVA, 2016).
Já no final do século XIX, Alexander Graham Bell patenteia
o telefone, Thomas Edison patenteia a lâmpada elétrica
incandescente, Karl Benz produz um carro com motor a
gasolina, Albert Einstein explica o efeito fotoelétrico. Essas,
dentre tantas outras invenções e inovações, impactaram,
significativamente, os nossos modos de ser e estar no
mundo. Imagine...

Logo tivemos a segunda Revolução Industrial, nas


décadas de 40 e 50 do século XX, e com ela uma explosão
tecnológica sem precedentes na história da humanidade. A
partir da década de 50 do século XX, iniciamos um período
da história da humanidade conhecido como a “Era das
invenções”, nos encontramos aí na Idade Contemporânea,
a denominada Pós-Modernidade. Substituímos o ferro pelo
aço, o que implicou na expansão industrial; ampliamos
as nossas possibilidades comunicacionais através de
dispositivos como o rádio e a televisão; criamos alternativas Título: Imagem de um telefone.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/antiguidade-classico-
elegante-tradicional-5378353/

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para o deslocamento, agora, em escala interplanetária; chegamos à Lua (FAVA, 2016).


Esses são alguns dos inúmeros exemplos do que a evolução das tecnologias permitiu
aos homens em termos de desenvolvimento.

Título: Chegada do homem à Lua.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/239394536420194674/

Dentre todos os possíveis exemplos, temos que assinalar a invenção do computador


na década de 40 desse século, e da Internet, por volta de 1954, após a Segunda Guerra
Mundial, período denominado como “Guerra Fria” (FAVA, 2016). Cabe esclarecer que a
Internet foi criada e utilizada pela inteligência militar norte-americana, nesse período,
justamente para espiar o considerado “inimigo”.
Ao lado disso, a Internet, sistema mundial de redes de computadores interconectados,
também foi criada para fins de pesquisas, conforme esclarece Coelho (1999).

A Internet surgiu a partir de um projeto da agência norte-


americana Advanced Resecarch and Projects Agency (ARPA), uma
instituição militar, objetivando conectar os computadores dos seus
departamentos de pesquisa. A primeira iniciativa foi a ARPANET, em
1969, que interligava quatro instituições: Universidade da Califórnia,
LA e Santa Bárbara, Instituto de Pesquisa de Stanford e Universidade
de Utah. Desta experiência que perdurou na década de 70, nasceu o
TCP/IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol), grupo de
protocolos que é a base da Internet desde aqueles tempos até hoje. A
Universidade da Califórnia de Berkeley implantou os protocolos TCP/
IP ao Sistema Operacional UNIX, possibilitando a integração de várias
universidades a ARPANET. Nesta época, início da década de 80, redes
de computadores de outros centros de pesquisa foram integrados
à rede da ARPA. Em 1985, a entidade americana National Science
Foundation (NSF) interligou os supercomputadores do seu centro de
pesquisa, a NSFNET, que no ano seguinte entrou para a ARPANET. As
duas espinhas dorsais (backbone) de uma nova rede foram então a
ARPANET e a NSFNET junto com os demais computadores ligados
a elas (COELHO, 1999, p. 29).

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Contudo, os computadores e, especialmente, a Internet só se popularizaram na


década de 90 do século XX. No Brasil, por exemplo, a partir de 1995.
Pois bem, de lá pra cá muita coisa mudou, certo? Nesse sentido, analise a linha do
tempo a seguir, a qual apresenta características das gerações da Internet.

Título: Gerações da Internet.


Fonte: elaborada pela autora.

A evolução das tecnologias, também, implicou nas concepções explicativas sobre


o termo. Atualmente, século XXI, “a tecnologia possui múltiplos significados que
variam conforme o contexto, podendo ser vista como: artefato, cultura, atividade com
determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus
respectivos processos, etc” (REIS apud ALMEIDA & MORAN, 2005, p. 40).
Portanto, podemos situá-las como processos e produtos, cada vez mais, resultantes
da ciência aplicada, dentre os quais se destacam as tecnologias de informação e
comunicação (TICs). As TICs são frutos de um

conjunto de tecnologias microeletrônicas, informáticas e de


telecomunicações que potencializam a aquisição, a produção, o
armazenamento, o processamento e a transmissão de dados na
forma de imagem, vídeo, texto, áudio, desenvolvidas no interior das
bases materiais e sociais da economia, da sociedade e da cultura
(GONTIJO, 2008, p.37).

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Verifique, pois, que o contexto contemporâneo, definitivamente, é marcado por um


movimento de transformações científicas e tecnológicas que se manifesta de forma
intensa, com grande velocidade e difícil dimensionamento. Você já refletiu o quanto
esse movimento pode impactar diversas áreas, considerando-se variáveis, tais como de
ordem econômica, social, cultural, política, religiosa, institucional, filosófica e ecológica?
Pense, por exemplo, nos contextos em que determinados e específicos setores se
destacam, como, por exemplo, dos sistemas de comunicação e informação, com
informatização veloz e praticamente generalizada na sociedade.
A existência de uma nova e radical transformação em relação ao acesso e à produção
cultural da linguagem impressa (livros, jornais, revistas, dentre outros) para uma cultura
audiovisual e cibernética, em que produtos das tecnologias, tais como Inteligência
Artificial (IA), compartilhamentos em nuvem, gamificação, metodologias ativas exercem
grandes influências na vida das pessoas e nos vínculos que elas estabelecem.
Levy (2006) argumenta que qualquer indivíduo, independentemente de sua origem
geográfica ou social, mesmo não dispondo de grande poder econômico, desde que
aplique um mínimo de competência técnica, pode investir no ciberespaço por sua
própria conta, participar de comunidades virtuais de aprendizagem ou difundir, para
um vasto público, toda informação que julgar digna de interesse.
E confirmamos isso quando lembramos, por exemplo, de redes, tais como o TikTok
ou Kwai, não é mesmo?

Título: Imagem da tela inicial da rede TikTok.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/anonimo-aplicacao-aplicativo-solicitacao-5081930/

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ANOTE ISSO

O ciberespaço é um território societário que engloba práticas e representações de


diversos grupos que dele fazem parte, e que nele atuam. É um lócus, sobretudo, de
interações, em que as pessoas podem experimentar diversas possibilidades de ser
e estar no mundo. Portanto, para além da sua dimensão pragmática informacional,
é um espaço de comunicação, sociabilidade e reconfiguração de identidades.
Lembre-se que é um espaço virtual, mas isso não o torna irreal, pois o virtual é,
também, real, tendo em vista que existe de forma simbólica, a qual, inclusive,
impacta, significativamente na vida material, ok?

Assim, adentramos o “Admirável mundo novo” (HUXLEY, 2014), anunciado na obra


de Aldous Huxley, em 1931, na qual o autor já problematizava possíveis repercussões
da presença das tecnologias para a civilização. Vale aqui comentar que a série de
filmes “Matrix” está bastante em sintonia com a perspectiva futurista analisada por
Huxley lá na década de 40 do século XX. Aproveitando a deixa, você conhece a série?
Nos encontramos, pois, no contexto da Web 4.0, e no campo educacional no da
denominada Educação 4.0, porque intermediada, radicalmente, pela presença das
TICs, especialmente das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs),
com destaque para a Internet. Assunto para as nossas próximas aulas.

1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Bem..., fizemos uma breve viagem pela história, uma “ponte aérea”, através das
tecnologias nela inventadas/produzidas/aprimoradas. Confirmamos que somos seres
produtores de tecnologias, e vislumbramos como essas contribuíram, sobremaneira,
para o nosso desenvolvimento.
Chega a ser fantástico refletir sobre a produção e o uso das tecnologias, e como
essas tiveram, e têm, implicações em nossas vidas, não é?
Fato é que percebemos que as tecnologias atravessam a formação dos povos e
que, portanto, do seu sustentáculo educacional, tornando-se, neste momento, século
XXI, uma de suas bases pedagógicas, conforme veremos em nossa próxima aula.
Assim sendo, discutiremos, em nossa próxima aula, a presença das tecnologias,
com destaque para o computador, na educação.
Por enquanto, ficamos por aqui, mas deixo, a título de reflexão, a seguinte mensagem
para você “É tão urgente quanto necessária à compreensão correta da tecnologia, a que
recusa entendê-la como obra diabólica ameaçando sempre os seres humanos ou a que
a perfila como constantemente a serviço de seu bem-estar (FREIRE, 2000, p. 101).
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AULA 2
MÍDIAS E COMPUTADORES
NA EDUCAÇÃO – COMO TUDO
COMEÇOU

2.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Em nossa primeira aula, vimos que as tecnologias sempre estiveram presentes na


vida do homem. Sendo consideradas como artefatos culturais, tal como discutimos,
reconhecemos, também, a sua presença na educação desde tempos imemoráveis.
Afinal de contas, desde os tempos mais remotos, os homens perceberam que só
poderiam sobreviver, assim como as suas gerações posteriores, se transmitissem aos
seus pares, aos membros da mesma espécie, conhecimentos por eles construídos.
Assim sendo, configura-se a educação, a qual, tornando-se cada vez mais um processo
formativo intencionado, requer de meios, objetos e técnicas para a sua realização.
Portanto, as tecnologias sempre foram utilizadas de alguma maneira na educação.
Contudo, a inserção de mídias e do computador, por exemplo, em processos ensino-
aprendizagem, é relativamente recente, considerando-se o nosso tempo de existência
neste mundo.
Nesta aula, veremos aspectos desta inserção de recursos midiáticos e tecnológicos
na educação brasileira.
Vamos nessa?

2.2 INSERÇÃO DE RECURSOS MIDIÁTICOS E TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO


BRASILEIRA: desafios, impasses e horizontes

A utilização pedagógica de mídias na educação, ou seja, com intenções formativas,


data da década de 20 do século XX, quando iniciamos o uso do rádio em processos
ensino-aprendizagem. Exatamente em 1923, entusiasmado com o rádio como poderoso
veículo de comunicação de massa, o antropólogo e professor Edgar Roquete Pinto

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cria a Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a qual desenvolvia programas


educativos, com vistas a acabar com o analfabetismo no Brasil que naquela época era
muito alto, atingia cerca de 65% da população. Ao lado disso, em 1930, o Ministério da
Educação criou uma rádio educativa. Contudo, ambas experiências não prevaleceram,
pois nelas se sobressaíram interesses comerciais da época (GONTIJO, 2008).
O uso sistemático do rádio na educação retornou na década de 50 daquele século.
Nesse momento, essa mídia foi, amplamente, utilizada no contexto do Movimento de
Educação de Base (MEB). Você já ouviu falar desse Movimento?
O MEB tinha como objetivo geral alfabetizar agricultores das regiões Norte e Nordeste
do Brasil a partir da metodologia freiriana, pois foi criada pelo renomado educador
brasileiro Paulo Freire. Aproveito aqui para te sugerir que conheça, em profundidade,
essa metodologia, ok?
Pois bem, nas décadas de 60 e 70 do século XX, iniciamos as primeiras experiências
com TVs educativas no país. Perceba que esse momento se configura como um
marco da história da educação a distância (EaD) no Brasil, modalidade educacional
que será tratada em aulas posteriores.
Vale a pena observar que essas mídias impactaram, significativamente, o imaginário
social, provocando importantes transformações culturais. Afinal, tal como afirma
Perrenoud (2000, p.125), elas “transformam espetacularmente não só a maneira de
comunicação, mas também de trabalhar, de decidir, de pensar”.

ANOTE ISSO

Em termos gerais, entendemos a mídia como um conjunto de meios, instrumentos


de informação e comunicação, a qual utiliza-se de plataformas, suportes diversos
para veiculá-las, tais como rádio, televisão, jornal, Internet (SANTOS, 2016).
Atualmente, no século XXI, experimentamos um mundo denominado como
hipermidiático, assunto para próximas aulas, certo?

Então, especialmente no processo formativo das crianças e dos adolescentes, as


mídias exercem um papel mediador significativo, o qual devemos, como profissionais
da educação, nos atentar e intervir. Nesse sentido, analise, por exemplo, esta
constatação:

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A educadora Kincheloe considera que uma das características da


banalização da violência por parte da TV é que quando uma criança
chega aos 12 anos já assistiu a mais de 100 mil assassinatos na
televisão tornando-se praticamente impossível desvincular a sua
realidade a que é mostrada na televisão, assim esse bombardeio de
informações provoca o amadurecimento precoce das crianças, sem
falar que esse meio de comunicação colabora com o distanciamento
humano que contribui para o silêncio entre as pessoas [...] (CARVALHO
& BARBIERE, 1998, p. 64).

Assustador, não é mesmo?

Título: Rádio e TV das décadas de 50/60 do século XX.


Fonte: https://istockphoto.6q33.net/c/1982588/258824/4205?u=https%3A%2F%2Fwww.istockphoto.com%2Fphoto%2Fretro-outdated-yellow-tv-set-from-70s-old-
fm-radio-classic-golden-microphone-on-oak-gm1224839746-360313349

Nesse sentido, destaco as críticas empreendidas na Escola de Frankfurt/Alemanha,


especialmente pelos intelectuais Theodor Adorno e Max Horkheimer, os quais criaram
o conceito de indústria cultural, dentre outros, justamente para demonstrar como o
sistema capitalista de produção utiliza as mídias para reproduzir a sua ideologia, ou
seja, a reprodução do poder desigual entre classes.
É muito importante que a gente reconheça isso em nosso dia-a-dia para que
tenhamos melhores condições de lidar com esses processos e essas práticas de
alienação, certo?

Título: Imagem de personagens da série de TV “Vila Sésamo” da década de 70 do século XX.


Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/bonecos-coloridos-da-s%C3%A9rie-de-gergelim-gm1084426264-290966269

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Na década de 50 do século XX, iniciam-se pesquisas sobre o uso desses recursos


tecnológicos midiáticos na educação, bem como do computador, nos Estados Unidos
da América do Norte. No Brasil, essas pesquisas iniciam-se por volta da década de
60 desse século.
Essas pesquisas se alinhavam, especialmente, à Pedagogia Liberal Tradicional.
Essa tendência pedagógica concebe o aluno como um ser passivo e desprovido
de conhecimentos, vivências, histórias no processo ensino-aprendizagem. Nessa
pedagogia, o professor é o detentor do saber e o aluno uma “página em branco” a
ser preenchida com os conteúdos que o docente escolher para lhe transmitir. A sua
aprendizagem tem por base a repetição e a memorização de conteúdos, nos moldes
behavioristas. E a avaliação é sempre utilizada para a simples checagem dessas
aprendizagens, também, usada como mecanismo de opressão e punição.
Observe que esse modelo de avaliação implicou na construção de uma cultura
avaliativa na escola que gera pavor em muitos de nós, não é mesmo?
Esclarece-se que o behaviorismo ou comportamentalismo basicamente é uma
corrente da psicologia, com forte influência na educação, que entende que o indivíduo
constrói conhecimentos através do estímulo-resposta. Se você provocou o aluno para
a realização de uma atividade, por exemplo, e ele a desenvolveu de forma satisfatória, a
sua resposta será positiva, retribuída com um prêmio, tal como com um ok, um conceito
A, uma “caneta azul”. Caso não, a resposta será negativa, retribuída com uma sanção,
tal como com uma repreensão, um conceito baixo, uma “caneta vermelha”. Lembrando
aqui que hoje, século XXI, temos os emoticons, as “carinhas” que retornamos para os
alunos quando eles desenvolvem uma tarefa de forma satisfatória ou não. Veja só,
não estou aqui fazendo juízo de valor, apenas uma constatação, ok?
Essa teoria teve, e ainda o tem, forte influência no pensamento educacional brasileiro
através das ideias do norte-americano Burrhus Frederic Skinner. Voltaremos a ela e
as suas críticas em momento posterior quando formos tratar, especificamente, de
metodologias de ensino, certo?

Título: Imagens de alguns emoticons.


Fonte: https://istockphoto.6q33.net/c/1263831/258824/4205?u=https%3A%2F%2Fwww.istockphoto.com%2Fphoto%2Fhand-choosing-green-happy-smiley-face-
paper-cut-product-user-service-feedback-rating-gm1227064104-361755109

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Conforme essas pressuposições, as mídias, as tecnologias seriam um elemento


reforçador para o aprendizado.
Maggio assinala que:

a psicologia da educação, aparecia centrada em buscas investigativas


de forte caráter experimental. [...] A pesquisa da época aparecia
centrada nos materiais, nos aparelhos e nos meios de instrução,
apontando a comparação entre meios, a partir da elaboração de
instrumentos para sua avaliação e seleção (MAGGIO, 2007, p. 14).

Nesse contexto, o papel do professor passa a ser representado pela competência de


manipular as condições do ambiente dos alunos, a fim de lhes assegurar o aprendizado.
O papel dos alunos passa a ser o da recepção do conhecimento, tal como destacamos.
Na década de 70, surgem outras concepções sobre o uso das tecnologias na
educação, as quais tinham como foco os elementos sistêmicos da administração
escolar. Segundo Maggio (2007, p.16),

no enfoque sistemático a educação é concebida como o sistema


ou a totalidade de subsistemas inter-relacionados. O sistema é um
conjunto de dados vinculados entre si e com os dados do meio
ambiente. Funciona relacionado com os propósitos para os quais
foi criado. A preocupação central tem a ver com administrar, dirigir,
controlar, regular, melhorar esses sistemas educacionais em geral
ou alguns de seus subsistemas; ou os processos de aprendizagem,
entendidos também como sistemas. A busca, neste enfoque,
esta orientada para o acréscimo da eficiência e para o controle de
que realmente se produzam os efeitos buscados. Pretende-se a
regularidade. Não aparece à busca da contradição como o modo de
avançar no conhecimento.

Por esse enfoque, vincula-se o uso das tecnologias à resolução de todos os problemas
do sistema educacional, na medida em que esse uso é considerado como determinante
de resultados desejados e efetivos nos processos pedagógicos. Nesses termos, a
inserção das tecnologias nas escolas era pensada pelo viés puramente instrumental,
utilitarista e pragmático.
E é justamente nessa década, 70 do século XX, que tivemos o início, propriamente
dito, da inserção de computadores nas escolas. Esclarecemos que as primeiras
experiências de ensino auxiliadas pelo computador foram feitas usando terminais
ligados a telas para escrever. Com as telas para escrever, a interação homem-máquina
era muito limitada, bem diferente de hoje, não é mesmo?

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De acordo com Valente e Almeida (1997, s/p), a história “oficial” da informática na


educação

nasceu no início dos anos 70 a partir de algumas experiências na


UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 se estabeleceu através de
diversas atividades que permitiram que essa área hoje tenha uma
identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade. [...] Entretanto,
a implantação do programa de informática na educação no Brasil
inicia-se com o primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática
em Educação, realizados respectivamente na Universidade de
Brasília em 1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982. Esses
seminários estabeleceram um programa de atuação que originou o
EDUCOM e uma sistemática de trabalho diferente de quaisquer outros
programas educacionais iniciados pelo MEC. No caso da Informática
na Educação as decisões e as propostas nunca foram totalmente
centralizadas no MEC. Eram fruto de discussões e propostas feitas
pela comunidade de técnicos e pesquisadores da área. A função do
MEC era a de acompanhar, viabilizar e implementar essas decisões.
Portanto, a primeira grande diferença do programa brasileiro em
relação aos outros países, como França e Estados Unidos, é a questão
da descentralização das políticas.

Ressalta-se que, nesse contexto, o EDUCOM atuava com base no reconhecimento


de que o computador deveria facilitar a aprendizagem e não automatizá-la;
perspectiva que o diferenciava da ideia que prevaleceu em décadas anteriores
quando muitos consideravam que as tecnologias deveriam assumir o lugar de
“máquinas de ensinar”.
Certamente, esse reconhecimento constituiu-se como um enorme desafio na
prática, pois, se antes prevalecia uma pedagogia centrada nos moldes behavioristas,
comportamentalistas etc, tal como vimos, nesse momento desenvolvemos um novo
“olhar” acerca das abordagens educacionais.
Contudo, a introdução da informática na educação encontrou resistências,
especialmente por parte da comunidade docente. Por um lado, alguns professores
consideravam que os computadores reforçariam o ensino comportamentalista,
tecnicista, assumindo o papel de “máquinas de ensinar”, podendo, até mesmo, tomarem
o seu lugar. Por outro lado, outros professores acreditavam que os computadores
resolveriam todas as demandas ensino-aprendizagem, os reconhecendo como uma
espécie de panaceia, uma “cura”, educacional.

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ANOTE ISSO

Fica aqui uma dica de obra para você, trata-se do livro “Apocalípticos e Integrados”
de Umberto Eco, autor que vimos em nossa primeira aula. Lembra? A título
de introdução, os “apocalípticos” seriam aquelas pessoas que acreditam que as
tecnologias desumanizam o ensino e, portanto, o seu uso resultaria no pleno
repasse de conteúdos. Já os “integrados” seriam aquelas pessoas que idolatram o
uso de tecnologias na educação, pois acreditam que o seu mero uso é o suficiente
para a qualidade do ensino-aprendizagem.

Título: Capa do livro “Apocalípticos e Integrados” de Umberto Eco.


Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.amazon.com.br%2FApocal%25C3%25ADpticos-Integrados-Humberto-Eco%2
Fdp%2F8497933869&psig=AOvVaw0WqdL7RjX3H5kDbINXtjF0&ust=1633818046009000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCJjEvtXsu_
MCFQAAAAAdAAAAABAD

Assim como Cysneiros (2008), entendemos que ambas ideias são equivocadas,
constituindo-se como mitos em torno da introdução e presença das tecnologias na
educação.
Afinal,

a presença de aparato tecnológico na sala de aula não garante


mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir
para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção
de conhecimentos através de uma atuação ativa, crítica e criativa por
parte de alunos e professores (BRASIL, 1998, s/p).

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Nos termos de Coelho et al. (2007), estudos de pesquisadores da área demonstram


que o uso do computador na educação contribui com mudanças significativas
quando

introduzem ou reforçam um paradigma que promove aprendizagem


ao invés de ensino, que coloca o controle do processo nas mãos do
aprendiz e que auxilia o professor a compreender que a educação
é um processo de construção de conhecimento (COELHO ET. AL,
2007, p. 32).

Pois bem, na última década do século XX, tivemos a implementação do programa


de maior envergadura na área até então: o Programa Nacional de Informática na
Educação (ProInfo). O ProInfo foi criado pelo Ministério da Educação (MEC), por meio
da Secretaria de Estado de Educação a Distância (SEED) da época, com o objetivo
de introduzir a informática nas escolas públicas estaduais e municipais do Brasil,
atingindo alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (BRASIL, 1997).
Política essa que não foi efetiva na prática, especialmente pela fragilidade da
formação pedagógica de professores para o uso das tecnologias em sala de aula, e
pelo sucateamento de computadores que foi constatado em boa parte das escolas
no país, dentre outros motivos (GONTIJO ET. AL, 2003).

Título: Imagem de computadores sucateados.


Fonte: https://istockphoto.6q33.net/c/1982588/258824/4205?sharedID=1982588&u=https%3A%2F%2Fwww.istockphoto.com%2Fphoto%2Fold-monitors-and-
computer-parts-gm517521238-89528157

Outra iniciativa governamental importante no período foi a implementação do


“Programa Sociedade da Informação”, apresentado no conhecido “Livro Verde”
(TAKAHASHI, 2000). Nesse documento, ressalta-se a importância da alfabetização
digital no país, entendendo-a como o desenvolvimento de habilidades básicas
para o uso do computador e da Internet, a qual já estava “chegando” nas escolas
brasileiras.

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ISTO ESTÁ NA REDE


Que tal conhecer, caso não conheça, o “Livro Verde” em sua íntegra? Ele é um
importante marco da história das políticas de tecnologias em áreas como educação,
saúde, cultura, trabalho, transportes, dentre outras, em nosso país. Para tanto, acesse:
https://livroaberto.ibict.br/handle/1/434.

Viramos o século e com ele, ainda, permanecemos enfrentando os enormes desafios de


trabalhar com tecnologias na educação, especialmente considerando que nesse momento,
final do século XX, início do XXI, estávamos no contexto da Web 2.0, conforme vimos em
nossa primeira aula.
Dessa forma, reconhecemos que falar de alfabetização digital não é mais suficiente,
tendo em vista as inúmeras possibilidades tecnológicas que se anunciaram e vêm se
consolidando no campo educacional (SANCHO & HERNÁNDEZ, 2014).
.Atualmente, no século XXI, somos, enquanto profissionais da educação, desafiados
a trabalhar pedagogicamente com diversas tecnologias, em diversas modalidades
educacionais, tal como discutiremos.
Portanto, nos parece mais sensato, neste contexto, falarmos de letramento tecnológico,
letramento digital, literacia digital.
Para fins desta aula, precisamos que o letramento tecnológico ou digital implica não
somente o uso da tecnologia como consumidor e cliente, mas a atuação do indivíduo
como agente de informações em diferentes mídias e hipermídias, como produtor e leitor
de diferenciados textos e hipertextos, com capacidades analíticas de significados em
âmbitos culturais diversos, em processos educacionais diversos. Termo análogo ao de
letramento tecnológico, literacia digital trata-se do conjunto de habilidades e competências
para o uso apropriado das tecnologias, o que implica ler, compreender, avaliar, apresentar,
representar e trocar informações; comunicar-se e participar de redes virtuais (JOAQUIM,
VÓVIO E PESCE, 2020). A literacia digital engloba a autoconscientização de como as
tecnologias impactam a vida do homem em sociedade, nos termos da figura seguinte.

Título: Ciclo básico da literacia digital.


Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em FCT (2021).

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Tendo em vista a necessidade histórica do letramento tecnológico/literacia digital,


não queremos que as tecnologias sirvam apenas como equipamentismo pedagógico,
mas como um constructo para a sua inovação. Afinal, no contexto da hipertextualidade
contemporânea, a qual abordaremos em breve, as pedagogias têm cada vez mais
sido desafiadas a se repensar.
Isso demanda um compromisso de todos para que as crianças, os adolescentes,
os jovens e os adultos utilizem as tecnologias de forma crítica e criativa, e, ao mesmo
tempo, requer dos profissionais da educação um trabalho que as coloque à serviço
das aprendizagens dos seus interlocutores, parceiros de aprendizagens, assunto para
a nossa próxima aula.

2.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Vivemos em um mundo que, tal como assinala Franco (2007, p. 12),

Mais do que nunca o homem recorre à tecnologia, agora como auxiliar,


no que ele considerava sua aptidão mais nobre: a inteligência. O
homem não é mais “naturalmente” apto, talvez nunca tenha sido, para
buscar as informações de que necessita. Para acessa-las busca o
auxílio de técnicas e de objetos técnicos.

Assim sendo, vimos, nesta aula, que, apesar de leituras diferenciadas acerca das
tecnologias, a inserção de mídias, do computador etc na educação foi inevitável. Afinal,
ainda que lentamente, especialmente a escola não pôde ficar a reboque do seu tempo.
Contudo, percebemos que a simples inclusão desses recursos na educação não
é suficiente para provocar mudanças substantivas, em termos de qualidade, em
processos educativos. Ora, essas só podem ocorrer a partir de decisões e ações que
nenhuma máquina poderá fazer.
E entendemos aqui que essas mudanças demandam muitas decisões e ações, dentre
elas o desenvolvimento/aprimoramento de determinadas capacidades, em termos de
competências e habilidades, por parte dos educadores. Assunto que abordaremos em
nossa próxima aula.

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AULA 3
SABERES NECESSÁRIOS AOS
EDUCADORES NO CONTEXTO DA
EDUCAÇÃO 4.0

3.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Em nossas duas primeiras aulas, vimos que as relações socioculturais, em todos


os tempos históricos, foram intermediadas por tecnologias. E que as transformações
sócio-políticas ocorridas, especialmente no século XX, com destaque para a produção
de tecnologias da informação e da comunicação (TICs), condicionaram a organização
de uma sociedade profundamente entrelaçada a essas tecnologias.
Assim sendo, nos parece que não cabe mais uma visão puramente instrumentalista
das tecnologias, a qual as concebem apenas como técnicas a serem utilizadas pelos
homens. Entendemos, pois, que, em tempos pós-modernos, é, cada vez mais, necessário
as reconhecer como produtos e processos que se configuram no interior de práticas
socioculturais, oriundas de um emaranhado de conhecimentos aplicados, produzidos
e gerenciados pelos sujeitos (FAINHOLC, 2003).
Esse panorama histórico, portanto, requer, cada vez mais, o desenvolvimento/
aprimoramento de saberes necessários à uma atuação humana condizente com o
seu tempo histórico. No caso dos profissionais da educação, isso torna-se, ainda mais
premente, tendo em vista que somos corresponsáveis por esse desenvolvimento em
outras pessoas.
Nesse sentido, na aula de hoje, iremos discutir aspectos importantes de capacidades,
em termos de competências e habilidades, a serem construídas ou reforçadas por
educadores no contexto da Educação 4.0.
Vamos começar?

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3.2 DIMENSÕES FORMATIVAS IMPORTANTES PARA A ATUAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE

Na realidade presente, configurada nas duas primeiras décadas do século XXI, na


qual as TICs têm um papel ativo e co-estruturante de novas formas de aprender e
de conhecer, situa-se a denominada Educação 4.0, a qual já abordamos, ainda que
sinteticamente, nas aulas anteriores.
A Educação 4.0 está diretamente ligada à quarta revolução industrial e é caracterizada,
radicalmente, pela relação dos sujeitos com o uso crítico e criativo, e com a produção,
o da cultura audiovisual e cibernética. A Educação 4.0 baseia-se, sobretudo, no
potencial humano, ancorado nas TICs, para lidar com a grande quantidade de dados
e informações (Big Data) produzidas diariamente, em escala global; no conceito de
learning by doing (aprender fazendo); e no protagonismo das pessoas em seus processos
de aprendizagens, ou seja, em um olhar que reconhece o sujeito como ativo e não
passivo na relação pedagógica; conforme apresenta a figura seguinte.

Título: Fundamentos básicos da Educação 4.0.


Fonte: elaborada pela autora.

Entendemos que, neste contexto da Educação 4.0, não se trata mais de usar
as tecnologias na educação a qualquer preço, mas de acompanhar, consciente e
deliberadamente, uma mudança da civilização, colocando a descoberto, profundamente,
as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educativos
tradicionais, notadamente os papéis dos profissionais da educação e dos estudantes.
Isso significa que a questão fundamental não é se a escola, ou demais instituições
formativas, devem ou não trabalhar com as TICs, mas como deve fazê-la, isto é, de
que modo elas poderão contribuir, efetivamente, para a inovação e o desenvolvimento
da atividade educativa.
Seria, pois, um erro, tratar dessas tecnologias apenas como fator de modernização
da educação, sem levar em conta que as tecnologias aplicadas à educação devem

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obedecer a um projeto pedagógico consistente e coerente com as suas finalidades,


tendo uma roupagem eficiente, que se contraponha aos processos ineficazes e
anacrônicos de uma educação de ontem, para um aluno inexistente, pretensamente
situado em uma sociedade idealizada, mas sim para o aluno de hoje (FAVA, 2016).

Título: Menina no contexto da Educação 4.0.


Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/pupila-f%C3%AAmea-construindo-carro-rob%C3%B3tico-na-aula-de-ci%C3%AAncias-gm1206218645-347795804

Por esta razão, quando se fala, atualmente, e se fala muito, em tecnologias na


educação, não se pode reduzi-las à produtos ou equipamentos, tal como temos
discutido. Nada mais alienante, nesse cenário, do que o equipamentismo inconsequente,
partindo-se do falso pressuposto de que a última invenção, sacrificando objetivos
fundamentais, seria a última panaceia para a educação.
Pois bem... o uso das tecnologias na educação se refere à exigência desafiadora de
colocá-las a serviço das aprendizagens, ou seja, de um processo educativo capaz de
ajudar o estudante a ser um sujeito apto a viver o presente e, ao mesmo tempo, ser
agente e construtor do amanhã. Isso significa, de um lado, considerá-lo como sujeito
da educação e, do outro, representa o ressignificar dos compromissos da educação
com o novo protagonismo dos estudantes e dos educadores (FAVA, 2016).
Afinal, a educação que se define como uma prática social de natureza cultural não
pode se privar da utilização das tecnologias que, se bem utilizadas, possibilitarão a
melhoria da qualidade do processo de construção de conhecimentos e desenvolvimento
dos sujeitos (FAVA, 2016).
Assim, compreendemos que a apropriação das TICs na educação deve estar a
serviço de processos educativos que potencializem o reconhecimento do valor dos
profissionais da educação e do protagonismo dos alunos. Para tanto, deve estar em
sintonia com um projeto educacional que evidencie o compromisso da educação com
a construção de habilidades e competências individuais e coletivas, nos termos da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018).

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Essa construção demanda que diferenciemos informação de conhecimento. Nesse


sentido, analise a próxima figura.

Título: Contraponto entre informações e conhecimentos.


Fonte: elaborada pela autora.

Observe que, enquanto as informações se apresentam de maneira estanque e sem


conexão entre elas, os conhecimentos se constroem de forma processual e em redes
de informações que dialogam, produzindo sentidos para os sujeitos.
Nesse contexto, eu te pergunto: e a educação não é justamente um processo
sociocultural, sobremaneira, indutor para que os sujeitos construam conhecimentos?
Pense nisso.

ISTO ESTÁ NA REDE

Que tal assistir à uma entrevista com Manuel Castells no programa televisivo Roda
Viva? O sociólogo espanhol Manuel Castells é autor da trilogia “A Sociedade em
Rede”, dentre tantas outras obras. Essa trilogia é uma das obras mais lúcidas e
assertivas sobre o mundo “informacional” que se anuncia e se fortalece no século
XX. Vale muito a pena!

Então, para atuarmos, com responsabilidade, no cenário aqui colocado, precisamos


desenvolver/aprimorar determinadas capacidades, em termos de competências e
habilidades (BEHAR, 2013).
Pensamos aqui em uma formação, nos termos de Nóvoa (2002, p. 26), que estimule
“uma perspectiva crítico-reflexivo, que forneça aos profissionais da educação os meios
de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de autoformação participada”.
Para esse autor, é necessário pensar essa formação numa perspectiva globalizante,
pois o professor ou qualquer outro especialista do campo educacional é uma pessoa,

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com seus sentimentos, suas crenças, seus conhecimentos. Assim, é fundamental dar
espaço nessa formação

para a interacção entre as dimensões pessoais e profissionais,


permitindo aos professores e demais profissionais da educação
apropriar-se dos seus processos de formação e dar-lhes um sentido
no quadro das suas histórias de vida (NÓVOA, 2002, p. 26). (Grifos
nossos).

De acordo com pesquisas recentes (ARARIPE, 2020), essa formação, no contexto da


Educação 4.0, requer que os atores da educação se apropriem de algumas dimensões
tecnológicas, nos termos da figura seguinte.

Título: Ciclo de dimensões tecnológicas a serem apropriadas pelos atores da educação.


Fonte: elaborada pela autora, com base em Araripe (2020).

A dimensão “Tecnologia digital” se refere ao desenvolvimento de capacidades


por esses sujeitos para: 1) apresentar e representar dados e informações no mundo
digital/ciberespaço; 2) compreender o que é, ainda, que sinteticamente, hardware (parte
física dos computadores) e software (parte lógica dos computadores – sistemas e
aplicativos); 3) entender os fundamentos conceituais da Internet e das redes virtuais
em geral.
A dimensão “Cultura digital” se relaciona à construção de capacidades desses sujeitos
para: 1) aprimorar, constantemente, o seu letramento tecnológico/digital; 2) usar de
forma responsável e com compromisso social as TICs e as redes virtuais em geral;
3) compreender crítica e criativamente essas tecnologias em contextos específicos.
Por fim, a dimensão “Pensamento computacional” diz respeito ao seu desenvolvimento
para tratar dados e informações; e para resolver problemas de forma eficiente. Essa
dimensão tem sido cada vez mais discutida na educação, tendo em vista a explosão

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de dados (Big Data) que precisam ser organizados, processados, transformados e


analisados, em escalas variadas.
Você já pensou, por exemplo, sobre a quantidade de dados nos formatos de textos,
imagens, vídeos, conteúdos de redes sociais diversas, dentre outros, que a humanidade
produz diariamente? Imagine que você faça uma consulta, neste momento, sobre
um assunto de destaque ocorrido nos últimos dias, em um buscador na Internet:
quantos conteúdos aparecerão? Veja, por exemplo, o resultado que tive ao pesquisar
sobre conteúdos acerca da educação, publicados no buscador Google, nas últimas
24 horas, no Brasil.

Título: Imagem do print da tela resultante de pesquisa sobre conteúdos relativos à educação, publicados no buscador Google, em um período de 24 horas,
no Brasil.
Fonte: extraída pela autora de https://www.google.com.br/search?q=educa%C3%A7%C3%A3o&sxsrf=AOaemvK_yzfCp7N2VEDBZbTKXvnFrQQK0w:16337982487
34&source=lnt&tbs=qdr:d&sa=X&ved=2ahUKEwjP6__h5L3zAhXYqZUCHXzXBskQpwV6BAgBEDM&biw=1242&bih=545&dpr=1.1.

É preciso, pois, saber extrair o valor das informações para construir significados
a partir delas e para melhor intermediar esses junto aos estudantes, não é mesmo?

ANOTE ISSO
Nesse sentido, sugiro que você participe de redes educacionais, grupos de trabalho
(newsgroups) em plataformas variadas, círculos de aprendizagem em comunidades
da sua área e cursos de curta ou longa duração em universidades online, pois
esses espaços têm demonstrado um grande potencial em relação à formação/
capacitação de profissionais da educação. Nunca deixe de acompanhar o que
está acontecendo, pois as mudanças na área são velozes. Para tanto, explore, por
exemplo, o site da Rede Nacional Ciência para a Educação (Rede CpE) através do
link: http://cienciaparaeducacao.org/ .

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Dando continuidade às nossas tratativas, ressalto que o Centro de Inovação para


a Educação Brasileira (CIEB, 2020), com fundamentação na BNCC, tem indicado que
os profissionais da educação aprimorarem níveis de desenvolvimento para atuarem
na Educação 4.0 de forma que percorram um caminho do nível emergente até o
avançado, nos termos do quadro 1.

Níveis de Desenvolvimento

Emergente Básico Intermediário Avançado

Envolve os
Integra as
estudantes em
Reconhece a Diferencia tecnologias tecnologias digitais
atividades com
importância educacionais e a sua ao currículo para
o apoio das
das tecnologias importância em contextos a personalização
tecnologias e
educacionais pedagógicos específicos. do ensino e da
em atividades de
aprendizagem.
autoria.

Entende Aplica atividades


Cria experiências
contribuições diferenciadas
Utiliza tecnologias de aprendizagem
das tecnologias com o suporte de
educacionais e softwares de forma regular
educacionais tecnologias digitais,
educacionais/educativos de com o suporte
para o ensino atendendo às
forma sazonal. de tecnologias
personalizado e necessidades de
educacionais.
adaptativo. cada estudante.
Quadro 1 Níveis de desenvolvimento da apropriação das tecnologias na educação, segundo CIEB (2020)
Fonte: CIEB (2020), adaptado pela autora.

Constatamos que nos níveis emergente e básico, os profissionais da educação


são capazes de identificar, distinguir e compreender o uso apropriado das TICs em
experiências de aprendizagem. Já nos níveis intermediário e avançado já desenvolveram
capacidades para planejar e integrar essas tecnologias às suas práticas de ensino,
considerando, especialmente, um processo personalizado e adaptado aos alunos,
tendo em vista as suas necessidades e particularidades.
Sugiro que você analise o quadro para verificar em que nível melhor se encaixa.
Mas fique tranquilo, pois trataremos do desenvolvimento/aprimoramento, em termos
práticos, em aulas posteriores, combinado?

Título: Professor em uma aula, com a utilização de tecnologias.


Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/professor-entre-mi%C3%BAdos-da-escola-usando-computadores-em-classe-gm1045327744-279734471

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É preciso, também, que você aprimore competências e habilidades técnicas e


tecnológicas; de mediação; e gerenciais, nos termos do quadro 2.

Competências e
Capacidades
Habilidades

Criar e gerir e-mails, criando listas de distribuição; fóruns de discussão,


incluindo a postagem de comentários, respostas às mensagens dos alunos
e a criação de novos tópicos de conversação; programas de chat, que
permitem a comunicação em tempo real (síncrona); Websites, adaptando
ferramentas de desenvolvimento de sites, blogs, redes sociais; ferramentas
de vídeo e audioconferência; Wikis; personalizar a página da sua disciplina e
seus conteúdos; inserir imagens, áudio, vídeo, equações e outros elementos
multimídia numa página; utilizar repositórios para disponibilização de
conteúdos; criar lições de sequência adaptável ao processo de aprendizagem
Técnicas e
dos alunos; elaborar testes interativos; disponibilizar um enunciado e uma
Tecnológicas
area para os alunos submeterem um trabalho e consultar a avaliação e
feedback; utilizar a atividade glossário de forma criativa adaptando-a a
outras finalidades; dinamizar workshops que promovam a motivação, o
trabalho colaborativo e a avaliação entre pares; organizar os alunos em
grupos e agrupamentos para dividir a disciplina e as atividades em turmas e/
ou grupos de trabalho etc.; configurar outras funcionalidades como o acesso
condicional a atividades, as condições para a conclusão das atividades
e da disciplina, os inquéritos de avaliação, as sondagens de opinião e a
aprendizagem baseada em competências e em projetos.

Comunicação interpessoal para apoiar, orientar e incentivar o aluno on-line


por meio da sua experiência de aprendizagem; facilitação e envolvimento
do aluno no processo de aprendizagem, especialmente no início;
questionamento adequado; ouvir e dar feedback; fornecer orientação e
De mediação apoio aos alunos; gestão de discussões on-line; construir equipes on-line;
construção de relacionamento, principalmente de um-para-um nas relações
professor/aluno; motivação; assumir atitude positiva para o ensino on-line;
ser inovador e experimental; ser proativo; identificação da capacidade de
autoaprendizagem do aluno e de estar disponível para a mudança.

De gestão do tempo; criar e manter diretrizes para o processo de aprendizagem,


tais como o tipo e frequência de comunicação com o aluno; planejamento:
estabelecer parâmetros para o professor e os alunos trabalharem em conjunto,
olhando para o curso/módulo on-line; controlar eficazmente o processo de
Gerenciais
aprendizagem e tomar medidas, quando necessário; rever o processo de
ensino e aprendizagem para identificar as alterações e melhorias; se adaptar
e mudar o ensino e os cursos para atender às necessidades específicas dos
alunos e promover a diversidade on-line.
Quadro 2 Competências e habilidades gerais para a atuação dos profissionais da educação em ambientes intermediados por tecnologias
Fonte: Gontijo (2020).

Sugiro que, neste momento, você elabore uma lista das competências e habilidades,
apresentadas no “quadro 2”, que você já desenvolveu e/ou está desenvolvendo. Vamos
abordá-las, em termos práticos, ao longo da nossa disciplina, ok? Também abordaremos
competências e habilidades específicas essenciais requeridas à atores, tais como
professores e tutores, nos termos de Behar (2013), certo?

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ANOTE ISSO

Basicamente, habilidades se referem ao “saber fazer”. Por exemplo: eu sei criar e


gerir emails. Contudo, o fato de eu saber criar e gerir e-mails não faz de mim uma
pessoa que utiliza tecnologias para me comunicar com efetividade. Assim, situamos
as competências. As competências dizem respeito ao conjunto de habilidades
que mobilizo em determinada situação específica para alcançar fins específicos.
Por exemplo: para me comunicar com efetividade, na Internet, preciso colocar em
prática diversas habilidades, diversos conhecimentos e diversas atitudes de forma
que eu exerça essa ação de maneira competente.

Ratificamos aqui que o processo ensino-aprendizagem viabilizado por tecnologias,


conforme veremos, pode fundamentar novas práticas pedagógicas, em termos de
qualidade e inclusão educacional. Porém, já que a tecnologia não é mágica, tal como
temos pontuado, há a necessidade de se incentivar e capacitar adequadamente os
educadores e gestores para dela se apropriarem, nos termos dos quadros apresentados.
Para tanto, faz-se necessário que esses profissionais desenvolvam a fluência em
TICs como capacidade específica para alcançarem conhecimentos mais aprofundados,
que transcendam o nível da alfabetização digital para o do letramento tecnológico/
digital, nos termos que anunciamos em nossa última aula.
Coelho (2012) explica que:

[...] as tecnologias participam intimamente na construção de práticas


de letramento. Fazemos materiais textuais através de papel, quadro
de giz ou tela eletrônica, por exemplo. Continuamos a redefinir o
que se conta como texto através dessas tecnologias. Ler livros ou
ler na tela do computador é uma junção complexa de tecnologias
com outras práticas socioculturais. O computador, por exemplo,
não é apenas um novo mecanismo de alta tecnologia que demanda
letramento, mas é a extensão de uma longa história de práticas de
letramento através de outras tecnologias (COELHO, 2012, p. 23).

Para a autora, o letramento tecnológico envolve a ideia de formação para a fluência


em TICs, ou seja, uma formação que possibilite aos sujeitos construir capacidades
para utilizar e reformular as informações, expressar-se criativa e apropriadamente, e
construir conhecimentos. Para ela, há, pelo menos, dois níveis possíveis de formação
nesse contexto:

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[...] ficam assim definidos dois níveis na formação tecnológica: um


inicial, de alfabetização digital mais centrado no uso como cliente, e
outro, mais especializado, de fluência em tecnologias de informação
e de comunicação, mais centrado na ideia do letramento tecnológico
(COELHO, 2012, p. 11).

O uso fluente dessas tecnologias, ou seja, o letramento tecnológico envolve

[...] a compreensão de como conhecimentos, ideias e informações


são estruturados em diferentes mídias e gêneros de comunicação;
a compreensão de como essas estruturas afetam leituras e usos de
informações pelas pessoas em diferentes contextos socioculturais
e na vida cotidiana; o domínio de habilidades técnicas e analíticas
com as quais as pessoas negociam na prática os sistemas de
significados nos diversos contextos socioculturais; a compreensão
de como e porque vários grupos sociais têm acesso diferente e
desigual ao letramento e ao conhecimento e como isto se relaciona
com interesses de classe e de grupos (COELHO, 2012, p. 12).

Título: Imagem de uma tela de computador, com pessoas explorando alguns dos seus recursos.
Fonte: https://www.istockphoto.com/br/vetor/%C3%B0%C3%B1%C3%B01-2%C3%B03-4%C3%B0-1-2%C3%B1%C3%B0%CE%BC-rgb-gm1274867768-375682065

Para finalizar o nosso encontro de hoje, gostaria, ainda, de falar um pouco da


Educação 5.0. Você está se perguntando o que é essa tal de Educação 5.0? Ou você
já conhece os seus preceitos? Por via das regras, vamos tratar um pouco sobre eles?
A Educação 5.0, tal como a Educação 4.0, considera que as tecnologias são essenciais
no processo de construção de conhecimentos, tendo em vista que o século XXI é,
radicalmente, marcado pelas inter-relações entre homem e máquina. Contexto esse que
engloba, tal como temos assinalado, robótica, ciências de dados, armazenamento de
conteúdos em nuvem, gamificação, cultura maker (faça você mesmo), dentre outras,
em processos educativos em escala global.
Contudo, a Educação 5.0 emerge apostando nas competências socioemocionais
(soft skills) como parte integral da nova era digital e da educação do futuro. Educação
do futuro entre aspas, porque as soft skills já têm sido requeridas pelo mundo de
trabalho e desenvolvida por meio de iniciativas diversas. Mas o que será mesmo
essas tais soft skills?

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Primeiramente vamos saber o que são hard skills para então diferenciar as expressões
e o que elas englobam, ok? As hard skills são as suas competências e habilidades
técnicas, tecnológicas e teóricas construídas ao longo da sua formação, em cursos de
graduação, pós-graduação, extensão etc. Essas competências e habilidades construídas
são chanceladas por uma instituição através de um diploma ou um certificado. Produtos
esses que apresentamos em nossos currículos Vitae, Lattes, em nosso perfil no LinkedIn,
para recrutadores em processos seletivos, por exemplo.
Já as soft skills são o conjunto de competências e habilidades que direcionam, ou
mesmo sustentam, o seu comportamento. Por exemplo: você está em uma reunião
de trabalho e um colega apresenta uma abordagem sobre o assunto tratado, a qual
você não concorda. Caso você o escute com respeito, se coloque no lugar dele e
reconheça que os assuntos podem ser abordados sob diferentes perspectivas, você
tem umas das importantes soft skills: a empatia.
Dentre as inúmeras soft skills que o mundo do trabalho, e porquê também não
dizer o mundo da vida, tem exigido de nós, pelo menos 10 delas têm se destacado:
comunicação, resiliência, liderança, empatia, colaboração, criatividade, proatividade,
ética, pensamento crítico e positivo. Quais você, ainda, acrescentaria? Quais dessas
você tem melhor desenvolvidas? Bora aprimorá-las?

3.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Bem... são tantas as exigências e tantos os requisitos para o trabalho dos profissionais
da educação, neste contexto, que muitas vezes nos assustamos, não é mesmo? Como
você se sente diante disso?
Muitas vezes nos sentimos frágeis, com medo e até mesmo incapacitados diante
de tantas demandas... Me sinto assim por vezes. Contudo, este é um caminho que
nos parece sem volta e, portanto, precisamos continuar caminhando. Para tanto, além
do desenvolvimento de competências e habilidades, temos que nos fortalecer como
profissionais da educação, nas categorias das quais fazemos parte e como sociedade
em geral. Afinal, não estamos aqui à toa, não é verdade?
Nesse sentido, vimos, nesta aula, alguns aspectos, em termos de competências
e habilidades, a serem desenvolvidos/aprimorados pelos profissionais da educação.

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Enfim... os avanços tecnológicos e os seus processos nos desafiam cada vez mais,
pois agregam novas exigências às nossas pedagogias, especialmente considerando-
se as diversas modalidades educacionais presentes no contexto da Educação 4.0.
Assunto para a nossa próxima aula.
É hora, pois, de transformarmos paradigmas educativos circunscritos à ideia de
que a educação é mera transmissão da informação, e assumirmos o nosso papel
histórico na educação: contribuir com um outro mundo possível por meio do uso
crítico e criativo das tecnologias.
Vamos nessa!

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AULA 4
MODALIDADES DE ENSINO-
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO
CONTEMPORÂNEA

4.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

As modalidades educacionais - presencial, a distância, remota e híbrida - estão sendo,


cada vez mais, debatidas, tanto pelo Estado, quanto pela Sociedade, especialmente neste
contexto de Educação 4.0.
Você já deve ter observado, ou mesmo presenciado e participado, de discussões
acalentadas acerca dessas modalidades, seja em blogs, webinários, lives, sites oficiais,
redes virtuais de aprendizagem diversas, dentre outros espaços. Mas para você já está
claro o entendimento sobre as mesmas?
Na aula de hoje iremos precisar essas modalidades, destacando as suas características,
contribuições e desafios.
Vamos lá?

4.2 EDUCAÇÃO PRESENCIAL, A DISTÂNCIA, HÍBRIDA E ENSINO REMOTO

A educação presencial, também conhecida como convencional, tradicional ou face


a face, já conhecemos bem, não é? Afinal, a nossa formação, pelo menos no nível da
Educação Básica (Infantil, Fundamental e Média) ocorreu em seus moldes, ou seja, em
um ambiente físico em que o processo ensino-aprendizagem ocorria através de contato
físico entre um professor, em geral agente central da dinâmica pedagógica, e um aluno.

Título: Imagem de uma aula presencial.


Fonte: https://visualhunt.com/f7/photo/48914268097/c59f321851/

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Já a educação a distância (EaD) é implementada, no final do século XIX, no Brasil,


em contraponto à presencial, tendo em vista pressões de movimentos sociais diversos
em prol da ampliação do acesso populacional à educação, e de setores produtivos
que requeriam trabalhadores com formações mais adequadas e direcionadas às suas
demandas. De lá pra cá desenvolvemos gerações de EaD, tal como apresentadas na
figura seguinte.

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

↨ ↨ ↨ ↨ ↨ ↨
Atual (Pós
primeira
1890-1960 1960-1980 1980-1990 Pós 1990 Século XXI
década do
século XXI)

→ →
Título: Linha do tempo das gerações de EaD, no Brasil.
→ → →
Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Machado e Moraes (2015).

Observe, nessa linha do tempo, que o recorte temporal de cada geração diminui,
sinalizando para o fato de que as gerações têm se encurtado em função dos meios
nelas utilizados. Por exemplo: se na 1ª geração temos um intervalo temporal de, em
média, 70 anos; já na 3ª geração temos de 10 anos.
Nesses termos, considerando-se os principais meios utilizados nessas gerações,
também, podemos organizá-las conforme quadro 1.
Geração Principais meios utilizados Período

1ª - Correspondência Cartas, revistas, jornais. 1890-1960

2ª - Transmissão por rádio e TV Rádio, TV, fitas de áudio, fitas VHS, 1960-1980
conferências por telefone.

3ª - Universidades Abertas Tecnologias de informação e comunicação 1980-1990


(TICs), conferências virtuais, ambientes
virtuais de aprendizagem (AVAs).

4ª - Teleconferências Tecnologias digitais de informação e Pós 1990


comunicação (TDICs).

5ª - Web TDICs, comunidades de aprendizagem, Século XXI


aplicativos diversos, realidade virtual, Sistema
de Gestão de Aprendizagem (Learning
Management System - LMS) ou AVAs.

6ª - Educação 4.0 TDIs, comunidades de aprendizagem, Atual (pós


aplicativos diversos, inteligência artificial (IA), primeira década
LMS, gamificação, metodologias ativas. do século XXI)
Quadro 1 Gerações de EaD, no Brasil
Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em Machado e Moraes (2015).

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Título: Imagem de postais de 1945.


Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/dois-cart%C3%B5es-postais-de-um-novo-ex%C3%A9rcito-dos-eua-recrutar-gm458603947-18490442

A EaD, portanto, é uma modalidade educacional que empreende os processos


pedagógicos intermediados por tecnologias diversas. Nessa modalidade não é
necessário que o aluno e o professor, ou quaisquer outros agentes da educação, tais
como coordenadores pedagógicos, tutores, designers educacionais, dentre outros,
estejam no mesmo espaço, ao mesmo tempo, para que esse processo se desenvolva
(BEHAR, 2013).
Contudo, essa modalidade comporta leituras diversas e singulares, admitindo,
portanto, conceitos diversos, tal como apresentamos no quadro 2.
Conceitos Autores
Processo planejado e não acidental de aprendizado e ensino que ocorre,
Mill (2018);
normalmente, em um lugar e momento distinto para estudantes em relação
Machado e Moraes
aos educadores, tendo como formas de interação as diversas tecnologias
(2015).
digitais de informação e comunicação.
Modalidade de educação que apresenta, como característica essencial, a Mill (2018);
proposta de ensinar e aprender sem que professores e alunos precisem estar Machado e Moraes
no mesmo local ao mesmo tempo. (2015).
Modalidade que rompe a relação espaço/tempo e se concretiza por intermédio Pereira e Moraes
da comunicação mediada pela mídia. (2012).
É o aprendizado planejado que ocorre, normalmente, em um lugar diferente do
local de ensino. De modo geral, a EaD caracteriza-se, fundamentalmente, pela
Moore e Kearsley
separação física (espaço temporal) entre aluno e professor, bem como pela
(2008).
intensificação do uso de TICs (especialmente as tecnologias digitais) como
mediadoras da relação ensino-aprendizagem.
A noção de EaD subentende a noção de “técnicas especiais de criação
do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias Moore e Kearsley
e disposições organizacionais e administrativas especiais” (MOORRE; (2008).
KEARSLEY, 2008, p. 2).
Quadro 2 Conceitos sobre EaD
Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em Mill (2018); Machado e Moraes (2015); Pereira e Moraes (2012); Moore e Kearsley (2008).

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Vale aqui sublinhar que, independentemente do conceito, a EaD é uma modalidade


educacional que tem possibilitado que pessoas dos mais diversos lugares tenham a
oportunidade de estudar, de acessar, especialmente o Ensino Superior. Acesso que,
talvez, dificilmente teriam, se não fosse através da educação a distância. Assim sendo,
a EaD é um poderoso recurso para a inclusão socioeducacional, especialmente, em
países com tamanha extensão territorial, diversidade cultural e desigualdade social
como o Brasil.
Nesses termos, variadas instituições de Ensino Superior, privadas, no país têm
oferecido cursos de graduação e pós-graduação nessa modalidade, além de cursos livres.
No caso de iniciativas governamentais, neste campo, destacamos a implementação
do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) em 2006.
Apesar de o governo federal permanecer sem uma macro política efetiva relacionada,
especificamente, às tecnologias na educação no Brasil, tendo em vista que o Programa
Nacional de Informática na Educação (ProInfo), lançado em 1997, foi extinto em 2016,
a UAB configura-se como uma enorme conquista nessa área.
De acordo com Gontijo et. al. (2015, p. 160),

Foram várias as iniciativas de implementação da modalidade EaD no


sistema público de Educação Superior no país, entretanto, destaca
(Preti, 2009), nos casos específicos do Consórcio BRASIL EaD (1998)
e da Unirede (2000) que pretendiam criar uma rede de instituições
públicas ofertantes de curso na modalidade EaD, não se obteve êxito
esperado pela falta de apoio institucional efetivo do Ministério da
Educação e Cultura (MEC). Porém, pelo Decreto nº 5.800, de 8 de
junho de 2006, criou-se o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB),
“[...] voltado para o desenvolvimento da modalidade de educação a
distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos
e programas de educação superior no país”.

O Sistema UAB tem se mostrado exitoso ao possibilitar a inclusão de milhares de


pessoas ao Ensino Superior em todas as regiões do Brasil.

Título: Mapa do Brasil.


Fonte: https://istockphoto.6q33.net/c/1982588/258824/4205?sharedID=1982588&u=https%3A%2F%2Fwww.istockphoto.com%2Fphoto%2Fbrazil-
gm503398782-82250781

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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Sugiro que você leia “Um estudo de caso da EaD no Brasil”, no qual você encontrará
exemplos práticos acerca da implementação dessa modalidade educação no
país. Para tanto, acesse: http://www.esud2014.nute.ufsc.br/anais-esud2014/files/
pdf/128187.pdf.

Cabe aqui destacar que a EaD tem mudado bastante desde a sua implementação no
Brasil no final do século XIX e, no contexto da denominada Educação 4.0, circunscreve-se
em modelos que buscam a alternância entre modalidades, e a sua complementaridade,
no sentido de potencializar contribuições diversas. Aqui situamos o ensino híbrido
(blended learning). O seu pressuposto inicial é superar a dicotomia entre educação
presencial e EaD, tendo em vista que ambas modalidades podem contribuir com
itinerários formativos dos diversos parceiros de aprendizagem (discentes, docentes,
comunidades, sociedade).
O ensino híbrido considera possibilidades diversas no processo de ensino
aprendizagem, se desenvolvendo tanto em espaços físicos em momentos presenciais
e em espaços virtuais on-line em que alunos e professores estão logados ao mesmo
tempo, como em uma aula ao vivo, também chamado de momento síncrono, ou em
um momento em que o aluno realiza suas atividades no ambiente virtual sem estar
em contato com outros indivíduos, também chamado de assíncrono.
De acordo com Monteiro e Moreira (2018, citado por MILL, 2018, p. 86),

[...] mais do que integrar momentos presenciais e não presenciais, o


blended learning tem sido entendido, por um lado, como uma estratégia
dinâmica que envolve diferentes recursos tecnológicos, diferentes
abordagens pedagógicas e diferentes espaços (formas e informais);
por outro, como um processo de comunicação altamente complexo
que promove uma série de interações que podem ser bem-sucedidas,
desde que sejam incorporados todos esses recursos, sem descurar
a componente social e de ensino.

Dentre as vantagens do ensino híbrido (blended learning), destacamos o seu potencial


de:
• atendimento às demandas personalizadas, seja de conteúdo, itinerários formativos
e/ou processos avaliativos;

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• otimização de processos e tempo para alunos, professores e demais atores


educacionais;
• atendimentos personalizados ou em grupos, com horários flexíveis, lugares e
meios diversos;
• múltiplas formas de contato, incluindo a face a face;
• disponibilização de fontes de informações diversas, sejam em formato impresso,
hipertextual e/ou hipermídia;
• incentivo a colaboração, a interatividade e conectividade entre os alunos e demais
atores nos ambientes e nas redes virtuais de aprendizagem;
• desenvolvimento de maior autonomia dos alunos.

Em uma revisão das tendências do ensino híbrido, Monteiro e Moreira (2018, citado
por MILL, 2018, p. 88) identificaram as seguintes vantagens:

[...] 1) impacto no desempenho acadêmico dos estudantes, em


particular no que respeita à redução das taxas de abandono e melhor
aproveitamento escolar; 2) motivação e satisfação dos estudantes,
em virtude aprendizagem colaborativa e cooperativa; 3) facilidade
de acesso e flexibilidade na aprendizagem; 4) custo-benefício do
curso; 5) aprendizagem mais ativa quando comparada com cursos
presenciais e/ou a distância.

Título: Imagem de um professor sendo projetado de uma tela de computador.


Fonte: https://www.istockphoto.com/br/vetor/ensinando-on-line-gm1305936346-396665944

Em um mundo interconectado, com demandas urgentes, nos mais diversos setores,


em escala planetária, com destaque para países em desenvolvimento como o Brasil,
o ensino híbrido é um caminho a ser levado a sério por governantes e pela sociedade.
Além das vantagens supracitadas, você pensa em outras contribuições do ensino
híbrido para as instituições educativas que conhece, para as pessoas, para a sua cidade?
Podemos pensar, em termos mais ampliados, por exemplo, que o ensino híbrido,
assim como a EaD em geral, pode contribuir com um maior e mais diversificado

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acesso populacional à educação; com a diminuição do tráfego de veículos nas ruas


ao otimizar o deslocamento diário das pessoas e, nesse sentido, com a diminuição
da poluição veicular; dentre outras.
Mas existem, também, desafios, com relação à implementação e ao desenvolvimento
do ensino híbrido, dentre os quais ressaltamos:
• mudança de mentalidades, no sentido da superação da dicotomização entre
educação presencial e a distância. Oposição que exalta qualidades de um
sistema em relação ao outro ou mesmo nega quaisquer contribuições de uma
das modalidades para a educação.
• Capacitação e formação adequada dos profissionais da educação para atuar
como intermediadores de processos híbridos, algo que demanda letramento
tecnológico constante, condições pertinentes de trabalho e a sua valorização.
• Desenvolvimento de processos de gestão institucional, de programas e projetos,
de pessoas e de ambientes em sintonia com a Educação 4.0.
• Produção de tecnologias e de ambientes virtuais que respondam às necessidades
de que cada nível de ensino, ciclo de aprendizagem e particularidades dos
estudantes.
• Apropriação e construção de metodologias ativas que englobem projetos,
didáticas, avaliações construtivistas que evidenciem horizontes formativos.

Título: Imagem de uma aula online.


Fonte: https://istockphoto.6q33.net/c/1982588/258824/4205?u=https%3A%2F%2Fwww.istockphoto.com%2Fphoto%2Fdistance-learning-online-education-
gm1218986316-356403543

Cabe aqui, ainda, assinalar que o desenvolvimento da educação a distância, em geral,


e do ensino híbrido, em específico, tem proporcionado uma ressignificação da docência
em razão dos inúmeros atores que atuam nessas modalidades. Mill (2008) adota o termo
polidocência para analisar o exercício da docência nelas empreendido. Segundo ele, o
professor não deixa de estar presente na EaD e/ou no ensino híbrido, mas não lhe são

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atribuídas todas as funções docentes, tal como na educação presencial. Nos contextos
dessas modalidades ensino-aprendizagem, passa a existir um compartilhamento maior
de funções entre diversos profissionais (professor-conteudista, professor-formador,
designer educacional, tutor à distância, tutor presencial) relacionadas às dimensões
mais tecnológicas e/ou mais pedagógicas aí requeridas (BEHAR, 2013).
Dessa forma, também, exige-se desses profissionais, nesses contextos, um conjunto
de competências que se circunscreva a quatro campos de formação, nos termos da
próxima figura.

Título: Imagem de uma aula online.


Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Behar (2013).

ISTO ESTÁ NA REDE

Para aprofundamentos sobre as especificidades desses campos de formação,


sugiro o documento “Competências para Educação a Distância: matrizes e
referenciais teóricos” da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED),
o qual você pode acessar através do link http://www.abed.org.br/documentos/
Competencias_Final_Ago2012.pdf. Aproveito e sugiro que você explore o site da
ABED, e acompanhe as suas publicações.

Bem... discutimos até aqui as modalidades educacionais presenciais, a distância e


híbridas. Contudo, ainda, é preciso situar o denominado Ensino Remoto Emergencial
(ERE). Essa modalidade de ensino, a qual muitos de nós ouvimos falar, pela primeira
vez, no contexto da Pandemia da Covid 19, em 2020, é uma transferência dos processos
e das práticas da educação presencial para a EaD.

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No ERE, todos os conteúdos produzidos na modalidade convencional são


disponibilizados em plataformas de ensino on-line, e o seu acompanhamento é realizado
por um professor em tempo real. Dessa forma, o cronograma escolar, com seus tempos
e com as suas práticas definidos, pode ser mantido, ainda que docentes e discentes
estejam participando das aulas em lugares geográficos distintos.
O ERE é uma modalidade desenvolvida de forma temporária, tendo em vista
necessidades emergências e deve ser autorizado e regulado por órgãos competentes,
tais como o Ministério da Educação (MEC) no caso brasileiro.
Para sintetizar as modalidades aqui tratadas, peço, então, que você considere, com
atenção, o quadro 3.

Modalidades educacionais

Presencial

O processo ensino-aprendizagem ocorre em um ambiente físico, em tempos determinados, com


a presença física de professores e alunos.

Educação a Distância (EaD)

Se desenvolve a distância, em geral em ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), em que


docentes e discentes não precisam estar ao mesmo tempo no mesmo lugar. O processo
pedagógico ocorre intermediado por tecnologias diversas.

Híbrido ou blended learning

O processo pedagógico considera recursos da cultura digital, mas também da produção cultural
de matriz impressa, ocorrendo em espaços físicos em momentos presenciais e em espaços
virtuais on line (síncronos) e/ou off line (assíncronos).

Remoto

O Ensino Remoto Emergencial (ERE) é uma transferência dos processos e das práticas da
educação presencial para a EaD, em que todos os conteúdos produzidos na modalidade
convencional são disponibilizados em um ambiente online ou encaminhados para os alunos
via outros dispositivos, e o seu acompanhamento é realizado por um professor em tempo real
(síncrono).
Quadro 3 Especificação das modalidades educacionais
Fonte: elaborado pela autora.

4.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Na aula de hoje, abordamos as modalidades educacionais - presencial, a distância,


remota e híbrida -, e vimos, um pouco, do seu percurso histórico na educação brasileira.

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Ao lado disso, observamos algumas características a elas inerentes, alguns dos seus
potenciais e desafios no contexto da Educação 4.0.
Percebemos, pois, que existem contribuições significativas das diversas modalidades
abordadas para a educação, mas que são necessários conhecimentos técnicos e
tecnológicos, gerenciais e de mediação, e prudência para colocá-los em ação, tal como
destacamos em nossa última aula.
Cabe aqui ressaltar que, a Educação 4.0, em tudo que ela engloba e expande, nos
desafia permanentemente a buscar alternativas conscientes e comprometidas com
uma educação que sejam sempre sementes para o amanhã.
Nesse sentido, trataremos, em nosso próximo encontro, dos denominados ambientes
virtuais de aprendizagem (AVAs), com destaque para plataformas virtuais gratuitas.
Te espero lá!

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AULA 5
AMBIENTES VIRTUAIS DE
APRENDIZAGEM: DIMENSÕES,
RECURSOS E EXEMPLOS

5.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Em nossa última aula, abordamos as modalidades educacionais - presencial, a


distância, remota e híbrida -, com destaque para as suas características, contribuições
e desafios no contexto da Educação 4.0.
Na atual geração de educação a distância (EaD), desenvolvemos os processos ensino-
aprendizagem, em geral, em plataformas online, as quais, em geral, denominamos
como ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs).
Em nosso encontro de hoje, iremos tratar desses ambientes, situando as suas
dimensões, destacando alguns dos seus recursos, e apresentando alguns dos seus
exemplos.
Vamos então?

5.2 AVAS NA GERAÇÃO ATUAL DE EAD

Não existe um modelo único de ambiente virtual de ensino-aprendizagem, seja na


educação escolar, seja na educação corporativa, tendo em vista que esse pode traduzir
a combinação de linguagens, didáticas e recursos tecnológicos diversos e múltiplos
(GARA & MESQUITA, 2014).
Contudo, existem algumas dimensões que estão presentes em todos os ambientes da
educação online. Essas dimensões, conforme veremos, estão presentes em ambientes
presenciais, e temos bastante familiaridade com elas, mas elas se diferenciam em
ambientes virtuais. Vamos conhecê-las e diferenciá-las, considerando-se a educação
presencial e a distância?

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Em ambientes da educação presencial existem, basicamente, quatro dimensões:


física, funcional, temporal e relacional, conforme você pode observar na figura seguinte.

Título: Ciclo de dimensões de ambientes de ensino-aprendizagem


Fonte: elaborada pela autora.

Todas essas dimensões, assinaladas na figura, estão presentes em ambientes de


ensino-aprendizagem presenciais, tradicionais ou convencionais, certo?
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) contemplam as dimensões
consideradas, mas de maneiras diferentes, tendo em vista que neles os processos
se desenvolvem em um espaço virtual: o ciberespaço. Vamos, então, conhecer essas
diferenças?

ANOTE ISSO

Os AVAs ou LMS (Learning Management System), sigla que na versão em


português do Brasil quer dizer “Sistema de Gestão de Aprendizagem”, são sistemas
de informação e comunicação, intermediados por tecnologias de informação
e comunicação (TICs), que oferecem recursos diversos para atividades de
aprendizagem na Internet, na Web (GARA & MESQUITA, 2014).

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Retomando a nossa figura, ressaltamos que em ambientes presenciais, a dimensão


física se refere a tudo que é físico, material, tais como o mobiliário (mesas, carteiras,
armários etc), quadros e painéis, elementos decorativos, dentre outros, ali presentes.
Em AVAs não há uma dimensão física, considerando-se a imaterialidade dos espaços
virtuais. Contudo, podemos observar questões relacionadas ao seu design, ou seja, a
aparência do ambiente, em termos de disponibilização dos seus conteúdos, do seu
layout.

Título: Layout da página inicial da Faculdade Católica Paulista.


Fonte: extraída pela autora.

A dimensão funcional em ambientes presenciais se relaciona aos elementos


que estão presentes no espaço para serem utilizados nos processos pedagógicos
propriamente ditos. Por exemplo: brinquedos, ainda que físicos, são utilizados para
o desenvolvimento de atividades com os alunos; uma bancada de livros também;
um tapete no fundo de uma sala de aula pode ser utilizado como um momento de
encontros, trocas, compartilhamentos, discussões etc.
A dimensão funcional em AVAs diz respeito aos elementos, aos recursos, as
ferramentas ali presentes ou não, tais como: biblioteca virtual, glossário, suporte para
arquivos diversos, chats, wiki, calendário, perfil, envio de arquivos, relatórios, dentre
outros, conforme apresentamos no quadro 1.

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Tipologia dos recursos


Exemplos de recursos
presentes em AVAs

Repositório de conteúdos Espaço para arquivos PDF, PPT, vídeos, podcast, html etc.

Glossário.

Biblioteca.

Perguntas Frequentes (FAQ).

Comunicação e interação Fórum.

Chat.

Wiki.

Mural.

Calendário.

Blogs.

Exercícios.

Avaliação da Provas.
aprendizagem
Enquetes.

Quizes.

Webfólio.

Administração Controle de matrículas, inscrições e senhas.

Estatísticas e relatórios de acessos

Estatísticas e relatórios de participação nas diversas áreas do curso.

Backup e restauração de cursos.

Configurações e customizações do curso.


Quadro 1 Exemplos de recursos em AVAs por tipologia de uso
Fonte: elaborado pela autora, com apoio de Gara e Mesquita (2014).

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Título: Tela da biblioteca virtual da Faculdade Católica Paulista.


Fonte: extraída pela autora.

Fique tranquilo, porque especificaremos os recursos para o desenvolvimento de


processos ensino-aprendizagem quando formos tratar da elaboração de trilhas de
aprendizagem na Web, combinado?
Bem... a dimensão temporal nos ambientes presenciais se refere à organização do
tempo naquele espaço, ou seja, quais atividades serão empreendidas em cada momento,
naquele lugar. Observe que a organização do tempo se relaciona diretamente com a
apropriação do espaço físico. Por exemplo: às 15h realizaremos o nosso momento de
escolha de livros na bancada de livros da sala de aula; e às 16h iniciaremos o nosso
momento de leitura no cantinho da sala destinado para tal fim.
Vamos falar da dimensão relacional na educação presencial antes de abordar a
dimensão temporal na EaD, pois essas duas dimensões estão intrinsecamente ligadas
nessa modalidade educacional. Na educação presencial, a dimensão relacional tem a ver
com as relações propriamente ditas que se estabelecem nesse território, considerando-
se aqui os acessos aos espaços, aos recursos, às normas, às orientações diversas
dos atores educacionais, e as trocas entre os parceiros de aprendizagens - alunos,
professores e quaisquer outros presentes no itinerário formativo dos estudantes naquele
ambiente.
Na EaD, a dimensão temporal, tal como em modelos convencionais, se refere à
organização do tempo naquele ambiente, mas devemos nos lembrar que a relação

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espaço-tempo não é necessariamente sincronizada entre estudantes e docentes e/


ou outros profissionais da educação. Nesse caso, insere-se a dimensão relacional, a
qual, também, se relaciona intrinsecamente com a dimensão funcional. Vamos melhor
entender o porquê, ok?
A dimensão relacional em ambientes de ensino-aprendizagem na Web, além de se
referir aos acessos que os indivíduos empreendem nesses espaços, se organiza em
tempos sincronizados ou não entre os atores educacionais, certo? E a organização
e gestão desses tempos dependerão das ferramentas ali presentes. Assim, para
que as pessoas se relacionem em espaços virtuais são necessárias ferramentas de
comunicação síncronas e assíncronas.
As ferramentas de comunicação síncronas permitem que os seus usuários se
comuniquem em tempo real, demandando que esses agendem um horário comum
para se comunicarem. Veja alguns exemplos de ferramentas de comunicação síncronas
no quadro 2.

Ferramenta Especificação
Permite discussões interativas em forma de texto entre duas ou mais
Chat pessoas simultaneamente, e envio de mensagens de um usuário para
todos os demais conectados ou apenas para um usuário em particular.
Permite que os usuários se comuniquem simultaneamente através de
Videoconferência/
áudio e vídeo. Essa ferramenta requer a utilização de dispositivos como
audioconferência
câmera de vídeo e microfone, e uma conexão de rede de alta velocidade.
Permitem que usuários (jogadores) joguem ao mesmo tempo, ainda, que
Games interativos
geograficamente distantes.
Murais interativos Permite a criação colaborativa de conteúdos diversos.
Quadro 2 Especificação de exemplos de ferramentas de comunicação síncronas em AVAs
Fonte: elaborado pela autora, com apoio de Gara e Mesquita (2014).

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Atualmente, diversas aulas e reuniões têm acontecido em plataformas virtuais


gratuitas, tais como: Zoom (https://zoom.us/); Microsoft Teams (https://www.
microsoft.com/pt-br/microsoft-teams/download-app); Google Hangouts (https://
google-hangouts.softonic.com.br/); Meet (https://play.google.com/store/apps/
details?id=com.google.android.apps.meetings&hl=pt_BR&gl=US). Caso não tenha
utilizado esses aplicativos (app), que tal baixar um deles, agendar uma conversa
com algum colega e começar a explorá-lo?

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Título: Imagem de uma tela de mural criado através da ferramenta Padlet, disponível para download em https://padlet.com/?ref=chromeapp.
Fonte: extraída pela autora.

Já as ferramentas de comunicação assíncronas permitem a comunicação entre os


participantes independentemente do horário de acesso de cada um. Verifique exemplos
dessas ferramentas no quadro 3.

Ferramenta Especificação
E-mail Permite troca de mensagens escritas entre pessoas que possuem uma conta
de correio eletrônico (e-mail), e o envio de arquivos em formatos de texto,
imagem, áudio e vídeo.
Fórum de discussão Possui as mesmas características do correio eletrônico. Porém, as mensagens
não são enviadas para as caixas postais, são armazenadas hierarquicamente
(de acordo com as linhas de discussão) no servidor, facilitando o registro e
o acompanhamento pelos usuários dos vários assuntos ali presentes. Aqui
todos os usuários conseguem visualizar as participações no fórum, desde que
tenha sido configurado dessa forma, é possível também configurar para que
um moderador libere ou não as participações.
Mural ou quadro virtual Permite a disponibilização de informes diversos.
Webfólio ou portfólio Permite que o estudante registre as suas atividades em formatos diversos
virtual (texto/hipertexto, imagens, bloco de notas, mídias/hipermídias) como se fosse
uma espécie de diário de campo ou de bordo.
Wiki Permite que os estudantes produzam um texto de forma colaborativa.
Webquest Possibilita que o estudante desenvolva pesquisas na Internet, considerando-se
uma sequência orientada de atividades.
Quadro 3 Especificação de exemplos de ferramentas de comunicação assíncronas em AVAs
Fonte: elaborado pela autora, com apoio de Gara e Mesquita (2014).

Também trataremos da utilização pedagógica dessas ferramentas quando


abordarmos a elaboração de trilhas de aprendizagem na Web, ok?
Você já empreendeu uma observação e leitura crítica de ambientes de ensino-
aprendizagem? O que as dimensões supracitadas podem dizer quanto às propostas e
práticas lá presentes? E quanto aos AVAs ou LMS? Você já os observou atentamente?

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É interessante, pois, reconhecer que essas dimensões são significativas à experiência


pedagógica, sendo, portanto, constituidoras, em si, dos conteúdos de aprendizagem.
Assim, é essencial um compromisso com elas, no sentido de preparar, organizar e se
apropriar delas para que os estudantes desenvolvam os seus processos de construção
de conhecimento com maior fluidez e de forma assertiva.
Considerando-se todas as dimensões aqui tratadas, e possíveis elementos nelas
presentes, vale ressaltar que não existe um modelo melhor do que outro para
desenvolver cursos instrucionais ou autoinstrucionais na Web, tal como veremos em
aulas posteriores, mas aquele que melhor atenda à instituição, aos profissionais da
educação, aos estudantes. Nesse sentido, é fundamental saber quais conteúdos e
ferramentas melhor se adequam ao perfil de cada aluno ou grupo de alunos.
Existem inúmeros AVAs, tais como Moodle, Blackboard, Bright Space, Amadeus,
Canvas, Google Classroom ou Google Sala de Aula. Há, também, diversas empresas
que prestam serviços de soluções tecnológicas que oferecem AVAs, inclusive,
personalizados. As grandes redes educacionais possuem, em geral, os seus próprios
ambientes (GARA & MESQUITA (2014).
Considerando-se a diversidade de AVAs que temos neste panorama da Educação 4.0,
peço que você analise, atentamente, o quadro (INSTITUTO DE DESENHO INSTRUCIONAL,
2021), em anexo, pois ele apresenta informações valiosas para nós nesse contexto,
ok? Sugiro que você amplie a sua tela para isso, tendo em vista que são muitas as
informações disponibilizadas no documento, combinado?
Dentre os AVAs citados, sugerimos o Moodle, o Amadeus e o Google Classroom por
serem gratuitos e, portanto, muito utilizados, mas o Canvas possui alguns recursos
e templates que podemos “lançar mão” de forma gratuita também. Veja a lista dos
sites para os seus downloads, ou acesso livre, no quadro 4.
AVA Site para acesso ou download

Moodle https://moodle.org

Amadeus https://softwarepublico.gov.br/social/amadeus

Google Classroom https://classroom.google.com

Canvas https://www.canva.com/pt_br/aprenda/sala-de-aula-virtual/
Quadro 4 Lista de sites para acesso às plataformas virtuais indicadas
Fonte: elaborado pela autora.

Ressaltamos que todas elas são bastante intuitivas, ou seja, mesmo sem
conhecimentos tecnológicos específicos é possível utilizá-las de maneira assertiva.
Observamos, ainda, que todas essas plataformas podem ser acessadas em um
smartphone. Para tanto, é só buscá-las em sua loja de app.

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Título: Imagem da tela inicial de templates do Canvas, disponível para download em https://www.canva.com/pt_br/modelos/.
Fonte: extraída pela autora.

Título: Imagem de uma tela de apresentação criada pela autora no Canvas.


Fonte: extraída pela autora.

Bem... dentre os AVAs aqui sugeridos, precisamos falar um pouco do Moodle (Modular
Object-Oriented Dynamic Learning Environment), sigla que na versão em português do
Brasil quer dizer “Ambiente Modular de Aprendizagem Dinâmica Orientada a Objetos”,
pois, certamente, é um dos AVAs mais utilizados no mundo, e o mais utilizado no
Brasil, especialmente por instituições públicas. Veja um pouco da sua trajetória no
infográfico seguinte.

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Título: Aspectos importantes da história do Moodle.


Fonte: Raleduc (2018).

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Tal como esclarece Sabbatini (2021, s/p), quando acessamos a primeira página do
Moodle, em geral, encontramos:

• Identificação visual da universidade virtual ou outra instituição


proponente de um curso ou atividade • Descrição do site
(quem somos, endereços URL dos vários sites da Universidade,
informações sobre como usar a Universidade Virtual, manual do
aluno, manual do professor, política de privacidade, política de
direitos intelectuais, etc.) • Mensagem de boas-vindas, logotipo
e descrição curta • Boletim de últimas notícias e informações
sobre a Universidade Virtual • Calendário mensal de eventos •
Últimas modificações realizadas no site • Catálogo de cursos
e disciplinas, agrupados hierarquicamente • Ferramenta de
busca por palavras-chave nos fóruns • Ferramenta de busca
por palavras-chave nos cursos. [...] Os cursos e as disciplinas,
no entanto, com exceção daqueles que são disponibilizados
para demonstração ou degustação por eventuais interessados,
somente podem ser acessados por professores e estudantes
mediante uma identificação (login) e senha individuais. Todos os
participantes também podem registrar seus perfis biográficos,
inclusive com fotografia, com a finalidade de humanizar os
relacionamentos entre eles. (Grifos nossos)

Ao que concerne aos cursos, em geral, e às disciplinas, em específico, nele ofertados,


o autor pontua:

A página inicial de uma disciplina em um Moodle é totalmente


personalizável, em termos de aparência visual e organização e
disposição dos blocos de informação, que são chamados de “boxes”.
Isso confere grande flexibilidade aos formadores para organizar
o material na página e torná-los mais atrativos e funcionais. Os
principais boxes de recursos são: • Descritivo do curso, logotipo,
mensagem de boas-vindas • Busca por palavras-chave nos fóruns •
Lista de usuários ativos nos últimos 5 minutos • Lista de participantes
(professores e alunos) e de grupos • Últimas notícias • Calendário
mensal • Últimas modificações no site • Índice de acesso direto aos
módulos • Configurações do curso • Lista de outros cursos • Bloco
zero (Box superior da página, onde podem ser colocados recursos
gerais do curso e da disciplina, não especificamente ligados a um
bloco semanal ou a um bloco temático, tais como dinâmica do curso,
fóruns e bate-papos gerais, glossários, livros eletrônicos, etc.) • Para
cada módulo do curso são criados boxes de tópicos ou boxes de
semanas (SABBATINI, 2021, s/p).

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Em geral, identificamos esses mesmos recursos básicos nos demais AVAs, ok?
E conforme já anunciado, em breve, teremos a oportunidade de criar um esboço de
uma trilha de aprendizagem, considerando-se alguns desses recursos, em um AVA.
Eu não vejo a hora, e você?
Enquanto isso, que tal se ligar na próxima dica?

ISTO ESTÁ NA REDE

Assista o vídeo tutorial “Como usar o Moodle”, no qual você irá encontrar
informações muito importantes, e apresentadas de forma muito didática, as quais,
certamente, irão te ajudar a melhor utilizar esse AVA. Para tanto, acesse: https://
www.youtube.com/watch?v=3Ru5c4RIpFs.

E vamos começar!

5.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Bem... terminamos o nosso encontro de hoje por aqui, no qual tratamos de AVAs/
LMS, destacando as suas dimensões, ferramentas mais comuns, e apresentando
alguns dos seus exemplos, também, mais comuns. Ratifico a importância de você
analisar, com cuidado, o quadro em anexo, pois ele, certamente, irá contribuir com as
suas aprendizagens na área.
Considerando-se que vimos, até aqui, um pouco da história das tecnologias e suas
contribuições para o desenvolvimento societário/educacional das civilizações, da
inserção de recursos midiáticos e tecnológicos na educação brasileira, de saberes
importantes aos educadores 4.0, das modalidades educacionais e, agora, dos AVAs,
iremos, a partir da próxima aula, focar a nossa disciplina em processos ensino-
aprendizagem intermediados por TICs, tanto na EaD quanto na educação presencial.
Para tanto, vamos começar pela discussão sobre teorias de aprendizagens, assunto
da nossa próxima aula, pois elas são necessárias para projetarmos o nosso percurso
formativo na área, certo?
Então... te aguardo!

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AULA 6
TEORIAS DE APRENDIZAGEM
NA ERA DIGITAL E
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

6.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Conforme anunciado na última aula, focaremos a nossa disciplina, a partir de agora,


em processos ensino-aprendizagem mediados por tecnologias, tanto na educação
presencial quanto na educação a distância (EaD).
Para tanto, iniciaremos discussões acerca de teorias de aprendizagens, com
destaque para o construtivismo e o conectivismo. Ao lado disso, abordaremos a teoria
das Inteligências Múltiplas.
Afinal, não podemos projetar um percurso formativo sem uma sustentação, certo?
E isso requer uma escolha pedagógica que só é possível quando compreendemos
como esse indivíduo aprende.
Dessa forma, na aula de hoje, conheceremos e/ou reforçaremos tratativas sobre o
behaviorismo, o construtivismo, o conectivismo, a andragogia, a neuropedagogia, e a
teoria das Inteligências Múltiplas.
Pronto pra começar?
Então... vamos juntos!

6.2 O QUE NOS DIZEM AS TEORIAS SOBRE COMO AS PESSOAS APRENDEM?

Tal como vimos na segunda aula da nossa disciplina quando conversamos sobre
a introdução de tecnologias na educação brasileira, no século XX, a psicologia do
norteamericano Burrhus Frederic Skinner influenciou, e ainda influencia, fortemente
os processos pedagógicos. Vamos relembrar que essa teoria baseia-se na ideia de
que a aprendizagem é mudança de comportamento manifesto. Ela considera que as
mudanças no comportamento são o resultado de uma resposta individual a eventos
(estímulos) que ocorrem no meio e que o reforço é o elemento-chave para que elas
aconteçam. Se a resposta ao estímulo for positiva, ou seja, for o que se espera, o
reforçador deve, também, ser positivo. Se a resposta ao estímulo for negativa, ou

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seja, não for o que se espera, o reforçador deve, também, ser negativo. Por exemplo:
peço para uma criança guardar os brinquedos e ela o faz; o meu reforçador será um
prêmio: um beijo, um chocolate, qualquer sinal de aprovação. Caso ela não guarde, devo
sancioná-la por meio de qualquer sinal de desaprovação ou até mesmo um castigo.

ANOTE ISSO

Houve outros teóricos do behaviorismo, tais como Watson, Thordike e Pavlov,


esse último, inclusive, foi o criador da teoria. Contudo, optamos aqui pela corrente
skinneriana pelo fato de Skinner ser precursor desse enfoque na educação.
Em contraposição ao behaviorismo, configuraram-se as teorias construtivistas,
entre as quais se destacam a Teoria Construtivista Piagetiana, Teoria do
Desenvolvimento Cognitivo ou Psicologia Genética do suíço Jean Piaget.
As suas pesquisas sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças, no início do
século XX, contribuíram, sobremaneira, para compreender o sujeito epistêmico, ou
seja, como esse percebe e apreende o mundo. Piaget conclui que o indivíduo constrói
conhecimento ao agir sobre o objeto, nos termos aqui lembrados por Cunha (2000).
Temos, primeiramente, a existência de algo que impulsiona o Sujeito
epistêmico em direção ao Objeto. Estando em níveis diferentes, como
se houvesse um desequilíbrio entre eles, o Sujeito é naturalmente
atraído pelo Objeto, como que para superar o desnível em que se
encontram. O Objeto exerce pressão perturbadora sobre o Sujeito,
contribuindo para fornecer-lhe motivação interna e criar seu
envolvimento pessoal com o Objeto, do que resulta o impulso para a
ação. Em segundo lugar, temos a atividade do Sujeito, que se traduz
propriamente em atitudes de busca, desvendamento, pesquisa, enfim,
ação sobre o Objeto a ser conhecido (CUNHA, 2000, p, 74).

Título: Imagem de uma criança manipulando cubos.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-segurando-blocos-de-lego-amarelo-e-rosa-298825/

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Dessa forma, o indivíduo assume o lugar de sujeito, aquele que age sobre o objeto
e aí constrói o seu conhecimento. Essa conclusão de Piaget é um marco que rompe,
radicalmente, com as teorias que pressupõem que o indivíduo conhece quando assume
o lugar de receptor passivo de informações, de conteúdos, tal como o behaviorismo.
Com base nessas contraposições sobre o sujeito que aprende, criou-se um paralelo
entre as pedagogias historicamente construídas, a partir das então denominadas
tradicionais, e as pedagogias construtivistas. Vamos analisar esse paralelo? Para tanto,
analise o quadro 1.

Elemento/
Tradicional Construtivista
Tendência

Explicitam a aquisição total de São expressos no planejamento como


conhecimentos adquiridos pelos um processo, podendo, portanto, ser
estudantes, são inseridos no reelaborados no decorrer da relação
Objetivos
planejamento de maneira pronta ensino-aprendizagem. Consideram a
e estática, são desvinculados da realidade social dos alunos e as suas
realidade social do aluno. diversas particularidades.

São, geralmente, definidos de São pensados como instrumentos de


maneira autoritária (de cima transformação individual e social e não
para baixo), sem conexão com como conteúdos em si. São selecionados
as experiências, os interesses levando-se em conta a realidade e
Conteúdos e as necessidades dos alunos. as experiências prévias dos alunos,
Portanto, sendo distantes de e a unidade teoria-prática. Assumem
suas vivências, tornam-se um caráter dinâmico, tornando-se
desvinculados da sua realidade significativos para os envolvidos no
histórica. processo.

Centram-se na transmissão-
São definidos a partir das necessidades
aquisição de conhecimentos,
de aprendizagem significativa dos
com base no seguinte enfoque:
Procedimentos estudantes, e encaminhados com base no
o professor ensina e o aluno
compromisso e na corresponsabilidade
aprende, sem espaços para
entre educandos e educadores.
discussão critica.

São considerados importantes para a


intervenção nos processos de ensino-
São instrumentos de ilustração
aprendizagem, mas não são exclusivos
das aulas, muitas vezes
Recursos e únicos nesse processo. O humano
inadequados aos objetivos e
é o fator essencial e todo o trabalho é
conteúdos.
pensado e exercido por ele, por isso os
recursos são sempre contextualizados.

Tem um caráter de mensuração,


quantificação dos conhecimentos Engloba a avaliação somativa (de produto
assimilados pelo aluno e ou final), mas destaca a avaliação
considerados válidos pela escola. diagnóstica e processual, é global.
Avaliação
O papel da avaliação é medir o Portanto, assume um papel de mediadora
produto final da ação educacional do processo de ensino-aprendizagem e
exercida pelos professores sobre não um fim em si.
os alunos.
Quadro 1 Paralelo entre as pedagogias tradicional e construtivista, considerando-se os seus objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e avaliação
Fonte: elaborado pela autora, com apoio de Machado e Moraes (2015).

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Propostas pedagógicas fundamentadas no construtivismo têm, cada vez mais,


se fortalecido no campo educacional brasileiro, especialmente no contexto das
“Metodologias Ativas”, as quais abordaremos em breve em nossa disciplina.
Ainda no contexto construtivista, vale a pena falarmos da “Teoria da Afetividade”
de Henri Wallon. Para tanto, é importante entendermos o que é afetividade para esse
autor. Para ele, a afetividade diz respeito a tudo aquilo que afeta o sujeito. Por exemplo:
um abraço (premiação) ou um tapa (sanção) (ALMEIDA, 2000).
Nessa concepção, destaca-se que o afeto é central no processo de desenvolvimento
do sujeito, sendo, portanto, importante, nesse percurso formativo, tanto o não quanto
o sim (ALMEIDA, 2000).

Título: Imagem de uma demonstração de afeto.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ligacao-vinculo-laco-afeto-6743143/

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No campo educacional, em específico, ressaltamos que a afetividade tem um papel


essencial, pois contribui, sobremaneira, com o estabelecimento de relações de confiança
entre os sujeitos pedagógicos; com o incentivo dos estudantes nos processos ensino-
aprendizagem; com o reconhecimento desses sujeitos sobre as suas potencialidades e
fragilidades e de maneiras de lidar com elas; com o aumento da autoestima de todos
os envolvidos no processo (ALMEIDA, 2000).
No caso da educação a distância (EaD), em específico, esse papel torna-se,
ainda mais, notório. Na EaD, a evasão e/ou pouca motivação para a realização das
atividades estão, em geral, relacionadas aos seguintes fatores: 1) falta de estímulo; 2)
pouco dinamismo das atividades; 3) sensação de relações superficiais e distantes; 4)
dificuldade de se sentir partícipe de um grupo. E aí o fortalecimento de determinadas
relações de afetividade tem muito a contribuir. Devemos, ainda, lembrar que esse
fortalecimento demanda o envolvimento de todos os atores participantes da experiência
educacional em dado momento: setor administrativo e pedagógico; setor de tecnologia
da informação (TI); tutores e professores, entre outros. Por exemplo: quando um aluno
encaminha uma pergunta para o setor de TI ou para um tutor e tem uma resposta
receptiva, calorosa, em um tempo razoável, está-se fortalecendo relações de afetividade
saudáveis naquele ambiente.
Nesses termos, essa interação implicará em determinado conectivismo no ambiente
virtual. Nesse sentido, peço que observe a figura seguinte.

Título: Possível esquema afetivo na EaD.


Fonte: elaborada pela autora, com apoio de Machado e Moraes (2015).

E por falar em conectivismo, vamos precisá-lo? O conectivismo é uma teoria, criada


no início do século XXI, por volta de 2005, por George Siemens e Stephen Downes,
que busca entender como as pessoas aprendem em contextos de cultura digital,
especialmente quando esses são intermediados por tecnologias digitais de informação
e comunicação (TDICs). Segundo essa teoria, as aprendizagens são construídas em
redes de conexões, nas quais os sujeitos configuram comunidades de práticas e

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sentidos, marcadas pela: diversidade; autonomia; interatividade; abertura (PIMENTEL,


2018; MACHADO & MORAES, 2015).

Título: Imagem de conexões em rede.


Fonte: elaborada pela autora.

Para melhor entendê-la, analise o quadro 2 que especifica e distingue o behaviorismo,


o construtivismo e o conectivismo.

Propriedades Behaviorismo Construtivismo Conectivismo

Distribuído numa
rede, social,
Caixa preta – enfoque Social, sentido
Como ocorre a tecnologicamente
no comportamento construído por cada
aprendizagem? potenciado,
observável. aprendente (pessoal).
reconhecer e
interpretar padrões.

Engajamento
Quais os fatores Natureza da
(engagement),
que influenciam na recompensa, punição, Diversidade da rede.
participação, social,
aprendizagem? estímulos.
cultural.

A memória é o
inculcar (hardwiring)
Padrões adaptativos,
de experiências Conhecimento prévio
Qual é o papel da representativos do
repetidas — onde remisturado para o
memória? estado atual, existente
a recompensa e a contexto atual.
nas redes.
punição são mais
influentes.

Como ocorre a Conexão (adição) com


Estímulo, resposta. Socialização.
transferência? nós (nodes).

Aprendizagem
Que tipos de
complexa, núcleo que
aprendizagem são Aprendizagem
Aprendizagem social. muda rapidamente,
melhor explicados por baseada em tarefas.
diversas fontes de
esta teoria?
conhecimento.
Quadro 2 Teorias da Aprendizagem, segundo Siemens
Fonte: Siemens (2006, p. 36).

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ISTO ESTÁ NA REDE

Ficou com vontade de um pouquinho mais? Então, assista à apresentação


sobre teorias de aprendizagem produzida no âmbito do programa de
Mestrado em Pedagogia do eLearning, da Universidade Aberta de Lisboa/
Portugal, referência mundial na área, acessando: https://www.youtube.com/
watch?v=GGVysr1BpLw&t=166s.

É importante que você saiba que essas concepções convivem no século XXI. E que,
ainda que os educadores mais conscientes e progressistas sejam mais construtivistas
e conectivistas, o behaviorismo, também, pode contribuir em algum momento da
proposta metodológica que você irá criar, ok? Afinal, exercícios de memorização e de
revisão, ainda, valem a pena, certo?

Título: Aluno fazendo exercícios de dado conteúdo.


https://www.istockphoto.com/br/foto/definir-a-p%C3%A1gina-no-fogo-com-um-trabalho-duro-gm492198113-40518384

Vamos conhecer agora um pouco sobre a andragogia? Você já ouviu falar de


pedagogia voltada para adultos?
Cabe aqui esclarecer que a andragogia tem sido muito utilizada na EaD, pois o
público dessa modalidade educacional é predominantemente adulto, ok?

ANOTE ISSO
Optamos por tratar da andragogia pelo seu reconhecimento na construção de
pedagogias para adultos na EaD, mas não podemos nunca deixar de lembrar da
pedagogia freiriana. Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro, propôs em sua
teoria para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), criada a partir da década de 50
do século XX, uma aprendizagem ativa, pois considerava que o sujeito só apreende
o mundo através da sua ação sobre ele. Para Freire, a educação é uma ação em
comunhão, em que o sujeito ao se transformar, transforma o mundo. A construção
do conhecimento é, pois, um processo que engloba tese-antítese-síntese, ou seja,
uma dialética, sempre contínua.

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Pois bem... a andragogia foi criada pelo norte americano Malcolm Knowles na
década de 70 do século XX, tendo como princípios básicos a aplicabilidade, autonomia,
autodiretividade, interatividade, reflexão e o respeito na educação de adultos. Knowles
acreditava que os adultos aprendiam diferentemente das crianças por já possuírem toda
uma história de vida, e vislumbrarem objetivos educativos diferenciados, especialmente
profissionais. Dessa forma, ele propôs uma metodologia focada nas vivências e
experiências do adulto aprendente (INSTITUTO DE DESIGN INSTRUCIONAL, 2021),
considerando-se o exposto na figura seguinte.

Título: Bases pedagógicas da andragogia


Fonte: elaborada pela autora.

Percebe-se, pois, que a andragogia dialoga muito de perto com o construtivismo, e


tem muito a contribuir com as pedagogias que reconhecem o aluno como protagonista
dos processos ensino-aprendizagem, tal como aprofundaremos em nossas discussões
sobre as “Metodologias Ativas”.
Dando continuidade, vale a pena situarmos a neuropedagogia. A neuropedagogia tem
como foco como o cérebro humano aprende e mantém as aprendizagens realizadas.
Considerando-se que os processos de aprendizagem envolvem diversos elementos,
tais como biológicos, ambientais, emocionais, cognitivos, mentais, a neuropedagogia
tem contribuído muito para que conheçamos o sujeito aprendente. E, portanto,
consigamos melhor intermediar os seus processos de construção do conhecimento
(ALBUQUERQUE, 2015).
Segundo a neuropedagogia, a aprendizagem só é possível porque ocorre em um
organismo, ou seja, em um mecanismo de recepção preparado para que ela aconteça.
Esse mecanismo, o cérebro, possui transmissores, as células nervosas, que são capazes

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de registrar certas associações e reproduzi-las quando necessário, ou seja, quando


dado contexto ou dada situação exige (ALBUQUERQUE, 2015).
Considerando-se que essas associações provocam novas associações ou conexões
no cérebro, esse organismo é capaz de desenvolver no sujeito novas capacidades, novas
aprendizagens, com vistas à sua adaptação e/ou readaptação. Essa característica
cerebral faz com que esse órgão seja extremamente dinâmico e plástico. E é justamente
essa dinamicidade e plasticidade que faz com que estejamos sempre aptos a aprender
e reaprender (ALBUQUERQUE, 2015).
Fantástico, não é mesmo?

Título: Imagem de um cérebro humano e algumas de suas possíveis relações neurológicas (sinapses).
Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/intelig%C3%AAncia-artificial-gm1187825196-335704976

Cabe então a nós, profissionais da educação, acompanharmos os estudos


da neuropedagogia para que tenhamos condições de construir aquilo que os
neuropedagogos denominam de neurodidática. A neurodidática é uma disciplina que
busca criar formas de ensino-aprendizagem em sintonia com as maneiras que o
cérebro é capaz de aprender.
É certo que essa ciência, ainda, seja mais considerada pelos educadores de pessoas
com deficiência intelectual. Contudo, já sabemos que ela pode contribuir com todos
os sujeitos aprendentes, tendo em vista que todos nós possuímos potencialidades a
serem desenvolvidas, e limitações a serem superadas, certo?
E para finalizarmos, afirmo a necessidade de compreendermos que todos somos
capazes de aprender. Contudo, é preciso saber que apresentamos potenciais
diferenciados, os quais devem ser investidos. E aqui eu situo a teoria das Inteligências
Múltiplas de Gardner (1995). Você conhece essa teoria?
Essa teoria reconhece as diversas forças mentais presentes em quaisquer indivíduos.
Gardner (1995) destaca que todas as pessoas apresentam alguma capacidade, ou um

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conjunto delas, em algum âmbito. Para ele, “todos somos tão diferentes em grande
parte porque possuímos diferentes combinações de inteligências” (GARDNER, 1995,
p. 19) e isso nos faz únicos e especiais.
De acordo com esse autor, existem, pelo menos, sete inteligências, nos termos da
próxima figura.

Título: Tipos de inteligências, segundo Gardner (1995)


Fonte: elaborada pela autora (2021), com base em Gardner (1995).

Em termos específicos, a inteligência linguística baseia-se na habilidade da pessoa


expressar-se por meio da linguagem oral e/ou escrita, ou seja, tem a ver com as
suas capacidades comunicacionais. A inteligência lógico-matemática baseia-se nos
domínios dos raciocínios lógico e da compreensão de modelos físicos e matemáticos. A
inteligência corporal centra-se na capacidade do sujeito situar-se no mundo a partir do
seu corpo, o que demanda o equilíbrio, o controle e a gestão cinestésica. A inteligência
espacial diz respeito à capacidade individual para formar um modelo mental espacial e
de ser capaz de situar-se no mundo a partir dele, ou seja, da sua gestão geográfica. A
inteligência interpessoal centra-se na capacidade do indivíduo de se relacionar bem com
as outras pessoas, tem a ver com a capacidade de escuta e compreensão do outro. A
inteligência intrapessoal é a habilidade de estar bem consigo mesmo, compreendendo
e gerindo as suas emoções e os seus sentimentos. E, por fim, a inteligência musical é
a aptidão do sujeito para compreender ritmos, sons, tons e timbres (GARDNER, 1995).
Considerando-se essas múltiplas possíveis inteligências, o professor, por exemplo,
pode desenvolver uma didática inclusiva, a qual requer considerar as diferenças entre

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os estudantes, e que cada um deles constrói e internaliza o mundo de maneira muito


própria, particular, singular.
No sentido de ir ao encontro dessas premissas, propomos que os profissionais
da educação “lancem mão” de estratégias diferenciadas para reconhecer/fortalecer
inteligências múltiplas, tal como as sugestões apresentadas na próxima figura.

Título: Sugestões de estratégias didáticas, com base na Teoria das Inteligências Múltiplas
Fonte: elaborada pela autora.

É muito importante que você saiba que, ainda que o sujeito tenha um potencial maior
em determinada inteligência, não significa que ele não possa desenvolver determinados
conhecimentos, e determinadas competências e habilidades, que requerem inteligências
que ele não têm muito aprimoradas. Por exemplo: eu nunca serei o Pelé no futebol,
mas posso aprender a jogar futebol. Eu nunca serei Albert Einstein na física, mas posso
aprender física. Eu nunca serei Beethoven na música, mas posso aprender música.
Dessa maneira, apostamos que o uso de estratégias didáticas diferenciadas é
necessário para alunos diversos, em sintonia com uma didática para a inclusão, ou
didática inclusiva. Nesse sentido, “reconhecer a não homogeneidade nas turmas implica
também em compreender que há formas diferentes de aprender, portanto uma mesma
metodologia e os mesmos recursos didáticos não atendem a necessidade de todos
os discentes” (PIMENTELI, 2018, p. 73).
Portanto, se há diferentes formas de aprender, eis que é necessário diferentes
formas de ensinar. Mas isso é assunto para outro momento.

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6.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Por hora, nossa aula está chegando ao fim. Espero que as teorias aqui apresentadas
tenham contribuído com a ampliação do seu olhar sobre o sujeito que aprende. Afinal,
tal como temos destacado, só podemos projetar itinerários formativos adequados e
assertivos, se soubermos como os estudantes aprendem ou podem aprender. E esse
é um universo múltiplo e diverso, o qual demanda de nós um envolvimento cuidadoso
e apaixonado.
Lembre-se, pois, que a educação é um encontro, presencial ou virtual, em que
estamos lidando com pessoas com projetos e sonhos diversos, todos eles legítimos.
E que você assumiu o compromisso de participar. Portanto, leve muito a sério.
E para dar sequência em nossa disciplina, na próxima aula, bastante em sintonia
com esta, abordaremos os estilos de aprendizagem, segundo o Método VAC – Visual,
Auditivo e Cinestésico – e, nesse contexto, os sistemas ou ambientes de ensino-
aprendizagem adaptativos na Web (AdaptWeb).
Até já.

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AULA 7
ESTILOS DE
APRENDIZAGEM, SEGUNDO
O MÉTODO VAC, E SISTEMAS
ADAPTATIVOS NA WEB

7.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Em nossa última aula, conversamos sobre teorias de aprendizagem - behaviorismo,


construtivismo, conectivismo, andragogia, neuropedagogia -, e, ainda, abordamos a
teoria das Inteligências Múltiplas. Lembra? Caso não, não hesite em consultar o nosso
material de estudos, ok?
Bem... nesta aula, dando continuidade à essas discussões, veremos os estilos de
aprendizagem, segundo o método VAC – Visual, Auditivo e Cinestésico. Você conhece?
Caso não, certamente irá reconhecer as suas premissas, pois elas estão muito
presentes nas formas que lidamos com os conteúdos e as informações. Ainda no
contexto desse método, trataremos dos sistemas ou ambientes de ensino-aprendizagem
adaptativos na Web (AdaptWeb).
Bora, então, começar a nossa jornada pelos sentidos.

7.2 RECONHECIMENTO DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM E ADAPTWEB: o


protagonismo do aprendente na era digital

No processo de construção do conhecimento, “lançamos mão” dos nossos sentidos


para lidar e apreender os objetos, os fenômenos, as experiências, não é mesmo?
A priorização de determinado sentido nesse processo diz respeito ao nosso estilo de
aprendizagem predominante, segundo o método VAC – Visual, Auditivo e Cinestésico
–, criado pelos psicólogos Fernald & Keller e Orton-Gilingham em 1921 (FILHO, 2018).
Esse método, ainda, é considerado fundamental para compreendermos como os
sujeitos aprendem e, portanto, para projetarmos itinerários formativos mais adequados,
assertivos e memoráveis.
Vamos conhecer as características das pessoas, segundo o seu estilo prioritário
de aprendizagem, analisando o quadro 1.

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Estilo Características

Possuem habilidades para interpretar, diferenciar, conhecer fenômenos a


Visual partir da visualização de imagens. Aprende, especialmente, pela visão; observa
demonstrações; gosta de ler e imaginar as cenas de um livro.

Possuem habilidades para interpretar, diferenciar, conhecer fenômenos a


partir da palavra falada, dos sons e ruídos. Aprende por instruções verbais;
Auditivo
gosta de diálogos; evita descrições textuais longas; não presta atenção
minuciosa nas ilustrações.

Possuem habilidades para interpretar, diferenciar, conhecer fenômenos a


Cinestésico partir da manipulação dos objetos. Aprende, especialmente, fazendo, por
envolvimento direto com o objeto; prefere ir logo para a ação.
Quadro 1 Características das pessoas, segundo o seu estilo de aprendizagem predominante
Fonte: elaborado pela autora.

Título: Imagem de uma pessoa demonstrando estilo visual.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-segurando-uma-camera-nikon-preta-e-prata-3874029/

Título: Imagem de uma pessoa demonstrando estilo auditivo.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-mulher-ouvindo-musica-761963/

Título: Imagem de uma pessoa demonstrando estilo cinestésico.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/reparador-focado-na-colheita-consertando-placa-grafica-no-computador-3825582/

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Você já analisou esses estilos de aprendizagem nas pessoas com as quais se


relaciona? E o seu principal estilo predominante, qual é?

ANOTE ISSO

Existem diversos questionários, na Internet, para mapear o seu estilo de


aprendizagem predominante, os quais você pode buscar. Deixo a sugestão do
http://metacognicao.com.br/questionario_estilos.php. É só acessar, responder às
questões propostas e conferir.

Bem... que tal considerarmos as variáveis Memória, Capacidade para resolver


problemas e Comunicação para você se aprofundar um pouco mais nessa discussão?
Leia, com atenção, o quadro 2.

Variável/Estilo Visual Auditivo Cinestésico


de aprendizagem
predominante

Lembra-se bem dos rostos,


Lembra os nomes,
mas se esquece dos
mas esquece os Lembra-se melhor das
nomes; escreve e anota
Memória rostos; decora as coisas que fez e não
através de esquemas
coisas por repetição daquelas que ouviu.
resumidos e simbólicos;
auditiva.
lembra bem das imagens.

Ataca fisicamente
Delibera e planeja bem
Fala sobre os o problema; ação;
antes; organiza os
Capacidade para problemas; testa impulsividade;
pensamentos e tem
resolver problemas as soluções geralmente escolhe
boa visão de soluções e
verbalmente. soluções que envolvem
alternativas.
muitas atividades.

Quieto; não fala muito e


Gesticula quando fala;
se o faz fala muito rápido; Gosta de ouvir, mas
não é bom ouvinte; fica
impacienta-se quando tem não consegue esperar
muito perto quando
que ouvir explanações para falar; descrições
fala ou ouve; perde
longas; uso desajeitado são longas e
Comunicação rapidamente interesse
das palavras; descreve repetitivas; usa
por discursos; usa
coisas com detalhes; usa predicados verbais
predicados do tipo:
predicados verbais do do tipo: “ouça, escute,
“sinto que, pegue firme,
tipo “veja bem..., é claro..., deixe eu explicar...”.
concreto,..” etc.
brilhante” etc.
Quadro 2 Características das pessoas visuais, auditivas e cinestésicas, segundo as variáveis Memória, Capacidade para resolver problemas e Comunicação
Fonte: Mill (2018).

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Cabe aqui destacar que não existe um estilo de aprendizagem mais bacana do que
outro, pois cada um tem a sua maneira própria para aprender de forma mais efetiva,
cada um tem o seu “jeitinho”, não é mesmo? Importante é reconhecer essa diversidade
de estilos de aprendizagem e buscar lidar com eles, com vistas ao desenvolvimento
pleno dos estudantes.
Relembre, por exemplo, alguma situação de aprendizagem, seja na escola ou
fora dela, em que os estímulos do ambiente e das pessoas não se adequaram, de
forma eficiente, ao seu estilo de aprendizagem predominante. Considerando os seus
conhecimentos atuais na área, você proporia uma nova dinâmica para a situação?
Á título de reflexão, pense nas duas situações que se apresentam:
Situação 1 – Márcia não tem muitos conhecimentos sobre a teoria Conectivista. Ela
está em sua casa à noite, tentando realizar exercícios sobre a teoria, mas infelizmente, não
está indo bem. Ela decide acessar o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) do seu curso,
e verifica que vários colegas, também, estão on-line. Para o seu conforto, tem uma banda
de Internet com alta velocidade; e seu estilo predominante de aprendizagem é auditivo.
Situação 2 – Fernando, também, não tem conhecimentos sobre a teoria Conectivista.
Ele está em seu trabalho, na hora do seu almoço, também, tentando realizar os
exercícios sobre a teoria. Fernando decide acessar o AVA do seu curso, e verifica que
vários colegas, também, estão on-line. Contudo, a sua conexão é de baixa velocidade;
e seu estilo predominante de aprendizagem é visual.
Quais ferramentas do AVA você proporia para Márcia e Fernando utilizarem para
ajudá-los com as tarefas e por quê? Lembre-se dos quadros acerca de recursos em
AVAs que vimos em nossa aula 5.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Confira o estudo de caso intitulado “Tecnologias digitais e estilos de aprendizagem:


onde está a interface” de Sandys Viana Corrêa, no qual a autora apresenta relações
entre estilos de aprendizagens e didáticas intermediadas pelas tecnologias, em uma
escola do município de Londrina/Paraná. Para tanto, acesse: https://bdtd.ibict.br/
vufind/Record/UEL_e261a1c17a78a31152528f3dbcca444d.

É muito importante que a gente reconheça os estilos de aprendizagem predominantes


nos estudantes, tendo em vista a proposição de atividades envolventes. Veja, por
exemplo, algumas sugestões de atividades, considerando-se esses diversos estilos
no infográfico a seguir.

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VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO


Leituras. Filmes. Aprendizagem experimental/laboratório.
Elaboração de roteiros, Músicas. Games.
esquemas, mapas.
Podcasts. Simulações e demonstrações.
Contação de histórias
Contação de histórias. Aprendizagem ativa.
Games.
Games. Visitas de campo.
Projetos.
Estágios.
Filmes.

Título: Sugestões de atividades motivadoras para os estilos VAC


Fonte: elaborado pela autora.

É preciso, ainda, ressaltar que o fato de uma pessoa ter um determinado estilo de
aprendizagem predominante não quer dizer que não deva ser estimulada para devolver
os demais, ok?
Assim sendo, se identificarmos alunos que são mais auditivos, podemos orientá-los
na criação de uma playlist, por exemplo, mas também devemos desenvolver atividades,
tais como a organização de um blog com a playlist e com imagens ou vídeos que têm
a ver com a seleção de músicas realizadas. Dessa forma, estaremos contribuindo para
que os alunos aprimorem os seus sentidos de forma geral, e as suas aprendizagens
também, certo?
Vamos agora, conforme anunciado, conversar um pouco sobre os sistemas
adaptativos ou ambientes de ensino-aprendizagem adaptativos na Web (AdaptWeb).
Você sabia que em AVAs podemos planejar, gerenciar e intermediar o processo
ensino-aprendizagem dos estudantes, considerando os seus estilos prioritários de
aprendizagem? Pois é, isso é possível através do que chamamos de AdaptWeb.
Quando falamos de ambientes de ensino-aprendizagem adaptativos na Web
queremos dizer que esses são criados, gerenciados e experimentados, considerando-se
as diversas possibilidades tecnológicas lá presentes para personalizar os processos
pedagógicos, tendo em vista os estilos prioritários de aprendizagem dos estudantes.
Os sistemas adaptativos são uma personalização do processo de ensino-
aprendizagem, pois reconhecem os estilos predominantes de aprendizagem de cada
estudante, o seu ritmo e tempo de aprendizagem. Daí, é possível projetar itinerários
formativos personalizados para cada estudante (microadaptabilidade) ou grupo
de estudantes (macroadaptabilidade), tendo em vista a promoção da(s) sua(s)
aprendizagem(ns).

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Mas como será que isso é possível? Bem... isso é possível através de softwares
adaptados ao AVA, os quais são capazes de mapear as potencialidades e, também,
as dificuldades de aprendizagem dos estudantes. Esse mapeamento ocorre através
de questionários, mapas mentais ou cognitivos, relatórios de participação e de provas,
dentre outras estratégias (MACHADO & MORAES, 2015). Em síntese, essa adaptação
é possível através da criação de um modelo do usuário, onde, para cada um, serão
armazenadas as suas informações pessoais, tais como preferências, background,
histórico navegacional, conhecimentos.

ANOTE ISSO

Conforme Tavares (2007, p. 1), o mapa cognitivo é “uma estrutura esquemática


para representar um conjunto de conceitos imersos numa rede de proposições”.
Esse tipo de mapa pode ser considerado “como uma representação visual utilizada
para partilhar significados, pois explicita como o autor entende as relações entre os
conceitos enunciados”. Dessa forma, ele é uma representação visual de hierarquia
de conceitos que visam demonstrar ligações, sentidos entre eles (MACHADO &
MORAES, 2015). Que tal você baixar algum aplicativo para elaboração de mapas
cognitivos ou mentais, tais como MindMeister, Canva ou Venngage, e criar os seus
próprios mapas?

Título: Exemplo de Mapa Mental / Cognitivo /Conceitual.


Fonte: Lança (2011).

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Pois bem... com esse mapeamento é possível projetar uma Aprendizagem Adaptativa
(Adaptive Learning) por meio de atividades variadas voltadas aos alunos, conforme
eles avançam no seu processo de construção do conhecimento sobre determinado
tema, por exemplo. Observe o ciclo básico do modelo AdaptWeb na figura seguinte.

Título: Ciclo básico do modelo AdaptWeb


Fonte: elaborada pela autora.

O AdaptWeb, ainda, é um modelo pedagógico em desenvolvimento, tendo em vista


que para a sua consolidação faz-se necessário um trabalho conjunto entre especialistas
em exploração e análise de bases de dados (Data Mining) e de profissionais da educação.
Contudo, já se configura como uma tendência nesta era digital.
Veja alguns exemplos de AdaptWeb já bem desenvolvidos no quadro 3.
Exemplos de AdaptWeb Apresentação

Destinadas à estudantes no processo de preparação para o Exame


Nacional do Ensino Médio (Enem), vestibulares e concursos diversos.
Studos e Estuda.com Essas plataformas brasileiras disponibilizam exercícios e simulados
diversos, e apresentam para o estudante, professor e/ou gestor escolar
as estatísticas de acertos, tempo gasto por questão e gabaritos.

Destinada para alunos dos ensinos Fundamental e Ensino Médio nas


áreas de matemática, física, química, biologia, português e redação,
história, geografia, inglês, espanhol, sociologia e filosofia. Essa
TutorMundi plataforma, brasileira, conecta alunos com tutores de universidades
brasileiras, tais como Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), os quais os auxiliam com essas matérias.

Destinada para alunos dos ensinos Fundamental e Ensino Médio nas


Plataforma Adaptativa áreas de matemática. Essa plataforma uruguaia disponibiliza exercícios
de Matemática (PAM) diversos, glossários, arquivos vários e quizzes para os estudantes, e
promove tanto a micro quanto a macroadaptabilidade.

Destinada a desenvolver curso técnico de Mecânica e com pretensões


Estudo Adaptativo/ de ofertar cursos nas áreas de Automação Industrial, Internet das
Mundo SENAI Coisas e Cyber Sistemas. Lançada em 2021, é a primeira experiência de
AdaptWeb no Ensino Profissional no Brasil.
Quadro 3 Apresentação de AdaptWeb
Fonte: elaborado pela autora, com base nos sites das plataformas supracitadas.

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São ambientes de ensino-aprendizagem adaptativos bastante interessantes, não


é mesmo? Vale a pena buscar os seus sites na Internet e conhecê-los um pouco
mais. Vale a pena, também, localizarmos experiências pontuais de escolas que
estão buscando e construindo soluções tecnológicas com vistas à personalização
de processos ensino-aprendizagem na educação a distância (EaD). Certamente são
experiências inspiradoras.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Aproveite e assista o vídeo “Ensino Personalizado”, criado pelo Centro de Inovação


para a Educação Brasileira (CIEB). Nele, você encontrará uma exposição, bastante
dinâmica, sobre o uso de recursos digitais para a produção de percursos
personalizados na educação. Para tanto, acesse: https://www.youtube.com/
watch?v=TWCdSSDPJeo.

E já que estamos aqui tratando de tecnologias adaptativas, gostaria de terminar a


nossa aula, falando um pouco sobre as denominadas Tecnologias Assistivas, as quais
contemplam recursos diversos para contribuir com as pessoas com deficiências no
desenvolvimento de suas tarefas.

Título: Teclado com letras ampliadas para pessoas com deficiência visual / baixa visão
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MAGic_Large_Print_Keyboard.jpg

As Tecnologias Assistivas são tecnologias adaptativas, pois englobam recursos


necessários às particularidades de cada pessoa, ou grupos de pessoas, com determinada

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deficiência. Por exemplo: pode ser um recurso de mobilidade, tais como andadores,
cadeiras de rodas adaptadas, ou de comunicação, tais como softwares específicos
para ajudar pessoas com deficiência visual e/ou auditiva.
Á título de curiosidade, provavelmente existiram iniciativas com relação à criação
de dispositivos para auxiliar pessoas com deficiência ao longo da história, mas,
considerando-se os registros históricos, esse processo de produção inicia-se em 1808.
Naquele momento o italiano Pellegrino Turri criou uma máquina de escrever para uma
amiga com deficiência visual. Por volta de 1870, Alexander Graham Bell, no contexto de
suas tentativas para ensinar pessoas surdas a falar, cria o telefone. Em 1890, fundou
uma organização que receberia o nome de Associação Graham Bell para Surdos e
Deficientes Auditivos, na cidade de Washington/Estados Unidos da América do Norte
(EUA). Em um dos laboratórios dessa organização, foi criado, em 1917, um microfone
condensador que traduziu ondas sonoras em ondas elétricas. Em 1920, foi criado um
amplificador de tubo de vácuo. Em 1936, produziu-se uma máquina falante artificial
ou “ codificador de voz “ e um transistor. Na década de 50, foi produzido o primeiro
dispositivo de reconhecimento de voz. Todos dispositivos destinados a pessoas com
deficiência auditiva (GALVÃO FILHO & DELGADO GARCIA, 2012).
Contudo, é no contexto do pós Segunda Grande Guerra Mundial e do pós Guerra
do Vietnã que esse tipo de tecnologia ganha destaque, tendo em vista veteranos
com deficiências que delas retornaram. Essa situação apresentou-se dramática para
os EUA, os quais assumiram uma consciência sobre os direitos das pessoas com
deficiências. Na década de 90 do século XX inicia-se a promulgação de leis nos EUA,
com vistas ao reconhecimento desses direitos, e é nessa conjuntura que emerge a
expressão Tecnologias Assistivas (GALVÃO FILHO & DELGADO GARCIA, 2012).
No Brasil, também, reconhecemos os direitos de pessoas com deficiências nessa
época. Contudo, é somente em 2011 que o país apresenta um marco histórico, com
vistas à inclusão dessas pessoas via Tecnologias Assistivas (GALVÃO FILHO & DELGADO
GARCIA, 2012).
Na segunda década do século XXI, Tecnologias Assistivas têm suporte da Inteligência
Artificial (IA), Robótica, Mecatrônica, Bioengenharia, dentre outras. Avanços históricos,
pois, são perceptíveis nesse campo. Vale a pena acompanhar, não é mesmo?
Especialmente para verificar tudo aquilo que podemos utilizar na educação, tendo
em vista aquilo que mais queremos que é a inclusão.

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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Nesse sentido, assista o vídeo “Como ajudar um aluno a mexer no computador?


Acessibilidade e Recursos da tecnologia assistiva”, no qual você encontrará uma
experiência pedagógica e tecnológica prática, com vistas à inclusão. Acesse https://
www.youtube.com/watch?v=hfb0lG6IEYc. Vale a pena! Então, corre lá e se inspire.

7.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Abordamos, nesta aula, os estilos de aprendizagem, nos termos do método VAC


- Visual, Auditivo e Cinestésico, e sistemas ou ambientes de ensino-aprendizagem
adaptativos na Web (AdaptWeb).
Toda a discussão aqui empreendida visa contribuir para que nós, enquanto
profissionais da educação, reforcemos o lugar de quem olha para esse aprendente na
busca por reconhecer as suas potencialidades e fragilidades. Ainda que não tenhamos
programas adaptativos acoplados aos AVAs ou tecnologias sofisticas para tal fim nos
espaços educativos presenciais, podemos utilizar ferramentas, tais como enquetes,
quizzes e webfólios, para identificar os pontos “fortes” e “fracos” desse estudante ou
grupo de estudantes.
Nesses termos, entendo que a compreensão dessa proposta já contribui com um
aprimoramento do olhar sobre o estudante, o qual assume o seu lugar: o lugar de
um Ser Único.
Concluímos, então, o nosso encontro de hoje, esperando que você tenha reconhecido
a sua importância, desenvolvido conhecimentos na área e, especialmente, se sentido
desafiado a contribuir com a singularidade de cada estudante.
Afinal, todos somos únicos e especiais.
Para a continuidade das nossas tratativas na disciplina, abordaremos métodos
e técnicas de ensino-aprendizagem, com destaque para a “Metodologias Ativas”,
intermediadas pelas tecnologias, na próxima aula.
Até lá!

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AULA 8
MÉTODOS E TÉCNICAS DE
ENSINO-APRENDIZAGEM
TRADICIONAIS E
CONSTRUTIVISTAS

8.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Em nossas últimas duas aulas, tratamos de teorias e estilos de aprendizagem. Com esse
arcabouço pedagógico, podemos agora abordar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem.
Afinal, todos os métodos e todas as técnicas são sustentadas por determinadas tendências
pedagógicas, ainda que não reconheçamos ao certo quais são.
Por isso, é muito importante que a gente conheça as teorias e os estilos de aprendizagem
para termos melhores condições de escolher os métodos e as técnicas que mais se alinham
à nossa visão sobre educação e tudo que ela pode conformar ou expandir, certo?
Portanto, dando continuidade as nossas tratativas, na aula de hoje, iremos discutir sobre
métodos e técnicas de ensino-aprendizagem, com destaque para as “Metodologias Ativas”,
intermediadas por tecnologias.
Comecemos então...

8.2 MÉTODOS E TÉCNICAS: conteúdos, procedimentos, recursos, avaliação e exemplos

Em qualquer processo pedagógico, ou seja, com uma intencionalidade formativa, utilizamos


métodos e técnicas de ensino. Estes se entrelaçam, mas se diferenciam.
Método de ensino tem a ver com o pensar, com a meta propriamente dita do fazer pedagógico,
com a organização/planejamento/gestão das tendências pedagógicas orientadoras da
prática educativa, conforme já veremos. Por exemplo: Método Tradicional, baseado na
relação estímulo-resposta, o qual pode ser, por exemplo, expositivo ou demonstrativo; Método
Construtivista, baseado na ação do sujeito sobre o objeto a ser conhecido, o qual pode ser,
por exemplo, investigativo, interrogativo, ativo; Método Sociointeracionista, baseado na relação
entre linguagem / cultura e pensamento; Método Freiriano, baseado nas palavras e temas
geradores etc. Perceba que os métodos que escolhemos traduzem como entendemos que
o aluno aprende, como ele constrói conhecimentos, certo?

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Já a técnica de ensino tem a ver com o fazer, com a sequência didática dos conteúdos
e das atividades propostas / o conjunto de ações a serem realizadas no processo ensino-
aprendizagem, com as ferramentas utilizadas para colocar um método de ensino em ação.
Por exemplo: Aula expositiva, Seminário, Estudo de um texto, Jogo, Sarau Virtual, Portfólio etc.
Importante aqui pontuar que os métodos e as técnicas de ensino compõem as metodologias
de ensino, pois sustentados em estudos e pesquisas na área, em uma lógica pedagógica, ok?
Nesse sentido, os métodos e as técnicas de ensino se ancoram em teorias de aprendizagem,
em tendências pedagógicas. Tendo por base as nossas discussões sobre teorias de
aprendizagem, as quais vimos na penúltima aula, essas se situam em uma perspectiva
mais tradicional ou mais construtivista, tal como você pode observar no quadro 1.

Elemento/ Tradicional Construtivista


Tendência

Objetivos Explicitam a aquisição total de São expressos no planejamento como um


conhecimentos adquiridos pelos processo, podendo, portanto, ser reelaborados
estudantes, são inseridos no no decorrer da relação ensino-aprendizagem.
planejamento de maneira pronta Consideram a realidade social dos alunos e as
e estática, são desvinculados da suas diversas particularidades.
realidade social do aluno.

Conteúdos São, geralmente, definidos de São pensados como instrumentos de


maneira autoritária (de cima para transformação individual e social e não como
baixo), sem conexão com as conteúdos em si. São selecionados levando-
experiências, os interesses e as se em conta a realidade e as experiências
necessidades dos alunos. Portanto, prévias dos alunos, e a unidade teoria-prática.
sendo distantes de suas vivências, Assumem um caráter dinâmico, tornando-se
tornam-se desvinculados da sua significativos para os envolvidos no processo.
realidade histórica.

Procedimentos Centram-se na transmissão- São definidos a partir das necessidades de


aquisição de conhecimentos, aprendizagem significativa dos estudantes,
com base no seguinte enfoque: o e encaminhados com base no compromisso
professor ensina e o aluno aprende, e na corresponsabilidade entre educandos e
sem espaços para discussão crítica. educadores.

Recursos São instrumentos de ilustração das São considerados importantes para a


aulas, muitas vezes inadequados aos intervenção nos processos de ensino-
objetivos e conteúdos. aprendizagem, mas não são exclusivos e
únicos nesse processo. O humano é o fator
essencial e todo o trabalho é pensado e
exercido por ele, por isso os recursos são
sempre contextualizados.

Avaliação Tem um caráter de mensuração, Engloba a avaliação somativa (de produto ou


quantificação dos conhecimentos final), mas destaca a avaliação diagnóstica
assimilados pelo aluno e e processual, é global. Portanto, assume um
considerados válidos pela escola. O papel de mediadora do processo de ensino-
papel da avaliação é medir o produto aprendizagem e não um fim em si.
final da ação educacional exercida
pelos professores sobre os alunos.
Quadro 1 Paralelo entre tendências pedagógicas, considerando-se os seus objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e avaliação
Fonte: elaborado pela autora.

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Pense na seguinte pergunta: é possível um docente, com uma prática pedagógica


construtivista, desenvolver uma aula expositiva? É possível um professor, mais tradicional,
empreender, por exemplo, uma aula baseada em projetos?
Sim, é possível. A tendência pedagógica não é determinada pelas técnicas de ensino,
mas pela concepção sobre como o aluno constrói conhecimentos. Dessa forma, a minha
prática pedagógica pode ser construtivista e eu desenvolver uma aula expositiva que
estimule o aluno a desenvolver o seu pensamento reflexivo, crítico e criativo. E, ao contrário,
a minha prática pedagógica pode ser tradicional e eu desenvolver um trabalho por projetos,
mas que considere o aluno passivo frente a respostas prontas e fechadas, não permitindo,
portanto, que ele exerça qualquer tipo de pensamento construtivista.
Contudo, existem determinados métodos e técnicas que são mais aderentes à uma
tendência pedagógica. Por exemplo: a Gamificação é bastante alinhada ao construtivismo,
tal como trataremos nesta aula.
No contexto da nossa disciplina, é muito importante você reconhecer que,
independentemente do método e da técnica de ensino, as tecnologias de informação e
comunicação (TICs) estão mudando, sobremaneira, como ensinamos e como devemos
ensinar.
Ao lado disso, vale a pena assinalar que o uso das TICs pode ser realizado de forma
mais tradicional ou mais construtivista. As TICs não determinam a nossa tendência
pedagógica, ok?
Outro ponto que merece destaque é o fato de que, provavelmente, quanto mais dinâmica
for a atividade educativa, mais os alunos se sentirão seduzidos e estimulados. Afinal, já
acostumados por um mundo permeado por múltiplos e variados estímulos constantes,
temos a tendência de nos envolvermos mais em situações, também, dinâmicas, não é
mesmo?

Título: Imagem de uma aula de robótica.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/criancas-filhos-sala-de-aula-educacao-7750704/.

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Bem... os métodos, tal como anunciado, englobam um planejamento, uma prática


e uma avaliação. Com relação ao planejamento na educação, esclarecemos que há
três tipos, conforme você pode verificar no quadro 2.

Tipos Definição

É um processo contínuo que busca articular as necessidades e os desejos da


sociedade com as necessidades e os desejos do sujeito, via encaminhamentos
políticos macros. Portanto, o planejamento educacional diz respeito a
Educacional políticas, a programas, a projetos que intencionam transformações no
sistema educacional, tais como uma legislação ou política específica na
área. Por exemplo: o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

É um processo multidisciplinar que foca no sistema escolar em geral, e no


processo ensino-aprendizagem em específico. Portanto, o planejamento
Curricular curricular diz respeito aos modos que se organiza o processo pedagógico
global no âmbito de sistemas/campos educativos específicos, tais como o
seu curso. Por exemplo: o Projeto Político Pedagógico (PPP) de uma escola.

É a previsão calculada/estratégica de todas as fases do trabalho escolar/do


De ensino-
processo ensino-aprendizagem, as quais envolvem as atividades docentes e
aprendizagem
discentes, tais como a nossa disciplina. Por exemplo: um plano de aula.
Quadro 2 Tipos de planejamento
Fonte: elaborado pela autora.

ANOTE ISSO

Para desenvolver um planejamento curricular e/ou de ensino-aprendizagem, busque


sempre responder às seguintes questões básicas:1) O quê => assunto/tema; 2) Por
que => justificativa; 3) Para quê => objetivos; 4) Para quem => público-alvo; 5) Como
=> técnicas/avaliação; 6) Quanto/quem => recursos.

É muito importante que em seu planejamento, você se atente para os objetivos do


seu curso/da sua disciplina/da sua aula, os quais deverão ser de natureza cognitiva –
relacionados a aprendizagens de teorias, concepções, conceitos – e socioemocional
– relacionados a aprendizagens de valores e atitudes, nos termos da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2008).
Atualmente, na educação, temos, cada vez mais, utilizado a Taxonomia de Bloom
ou dos Objetivos Educacionais para definirmos os objetivos a serem trabalhados/
contemplados em sala de aula. A Taxonomia de Bloom consiste em uma estrutura
de organização hierárquica dos objetivos educacionais, os quais estão circunscritos
à três domínios: Cognitivo: relativo à aprendizagem intelectual; Afetivo: relativo à
aprendizagem de valores; Psicomotor: relativo à aprendizagem de habilidades para
execução de tarefas físicas, que dependem do aparelho motor.
Com relação às categorias básicas do domínio cognitivo, as quais estão muito
presentes no universo educacional hoje, analise a figura seguinte.

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Título: Categorias básicas do domínio cognitivo da Taxonomia de Bloom.


Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Almérico & Baker (2004).

ANOTE ISSO

Existem diversos sites na Web em que você pode encontrar listas de objetivos, nos
termos da Taxonomia de Bloom, para utilizar em seu planejamento. Lembre-se
sempre de consultá-las para definir o verbo, a ação, que melhor se adequa a sua
proposta e, também, para não ficar repetindo os verbos.

Ao lado disso, considere que os seus conteúdos poderão ser: conceituais –


relacionados ao que se deve saber (desenvolvimento de competências), procedimentais
– relacionados ao que se deve fazer (desenvolvimento de habilidades) e atitudinais
– relacionados ao desenvolvimento do ser (ZABALA, 2006).
Lembre-se, tal como discutimos na aula passada, que os aprendentes são
diferentes e possuem estilos de aprendizagem diversos. Portanto, dinamize as suas
atividades educativas, misturando formatos de conteúdos (textos, áudios, imagens,
experimentações, jogos etc); que envolvam o seu público-alvo.

Título: Imagem de uma aula com estímulos variados.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/cientista-afro-americano-irreconhecivel-estudando-anatomia-com-tablet-3825539/

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A prática é o método em ação e será, sobretudo, marcada pelas técnicas escolhidas


por você em seu processo de planejamento e registradas em seu plano de aula, por
exemplo. Fique tranquilo, pois conheceremos alguns exemplos de planos de aulas,
com tecnologias, em breve.
Então, tendo por base os objetivos educacionais de Bloom, considere estes exemplos
de atividades que podemos utilizar, observando o quadro 3.

Exemplos de objetivos Exemplos de atividades


Interpretar/entender/improvisar Criação de roteiros para gravação de vídeos;
reprodução de desenhos webgráficos.
Interpretar/entender/ Criação de saraus virtuais; mostra
organizar/sumarizar/expor webfotográfica.
Planejar/organizar/sumarizar/produzir/ Criação de áudio-performances; criação de uma
executar playlist.
Construir/expor/implementar/executar Produção de vídeos e podcasts; construção de
um blog.
Produzir/inferir/expor Storytelling (contação de histórias); games.
Comparar/julgar/editar Visita a museus virtuais; wiki.
Separar/julgar/comparar/inferir/ Games em pares ou em grupos; portfólio virtual
executar/colaborar ou webfólio.
Quadro 3 Sugestões de atividades em sintonia com os objetivos educacionais da Taxonomia de Bloom
Fonte: elaborado pela autora.

Observe que podemos lançar “mão” de objetivos diferenciados, em escalas diferentes,


na mesma atividade, ok?
Ainda no contexto da discussão sobre métodos de ensino, é fundamental conhecermos
as Metodologias Ativas, as quais são uma proposta de ensino-aprendizagem que se
insere em uma pedagogia construtivista, a qual reconhece o aluno como protagonista
do seu processo ensino-aprendizagem. No contexto da Educação 4.0, temos, cada
vez mais, utilizado essas metodologias.
Existem vários exemplos de Metodologias Ativas, criadas ou aprimoradas a partir
da década de 80 do século XX, todas elas tendo como foco a aprendizagem do aluno
e como norteador o reconhecimento de que esse constrói conhecimento quando age
conscientemente e criticamente sobre o objeto/fenômeno.
Veja na figura seguinte alguns exemplos de Metodologias Ativas.

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Título: Exemplos de Metodologias Ativas.


Fonte: elaborada pela autora.

Vamos conhecer agora como funcionam cada uma delas?

Sala de Aula Invertida


Na prática da Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom), o professor pede para os
alunos estudarem o tema tratado em sala de aula, presencial ou virtual, em materiais
variados. O docente pode sugerir textos na Web, vídeos, dentre outros materiais para
os estudantes consultarem e analisarem. Esses devem registrar o que lhes chamou
mais atenção nos estudos e as dúvidas para compartilhar com os colegas e o professor
no momento do encontro presencial ou através da Internet (SAMS & BERGMANN,
2017). Caso as trocas de saberes e questões de estudos aconteçam pela Internet, o
docente pode utilizar ferramentas síncronas (chat; videoconferência; reunião através
do Microsoft Teams, Hangouts, WhatsApp) ou assíncronas (fóruns) para que essas
aconteçam.
Cabe ressaltar que o professor não assumirá o protagonismo da atividade, aqui
são os alunos que falam, mas ele deve intervir sempre que necessário para motivar
os estudantes à participação, garantir que todos se posicionem e não deixar que a
discussão se enverede para outros caminhos.

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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Não deixe de assistir o vídeo “Sala de Aula Invertida para o ensino remoto ou
presencial”, produzido pelo EduCanvas, acessando https://www.youtube.com/
watch?v=eJ464S5MJEc.

Aprendizagem Baseada em Projetos


A Aprendizagem Baseada em Projetos, diferentemente da Sala de Aula Invertida,
engloba um conjunto de atividades, as quais os alunos devem desenvolver para
aprofundar os seus conhecimentos acerca de determinado conteúdo ou assunto.
Para tanto, eles e o docente decidirão sobre o assunto a ser tratado no projeto.
Definido o tema, levantarão questões a ele pertinentes. Em muitos casos, os alunos
terão que empreender um estudo exploratório, bibliográfico, webgráfico ou de campo,
sobre a temática para propor as questões. As questões ou perguntas serão norteadoras
para a elaboração dos objetivos, das hipóteses e dos procedimentos que utilizarão no
projeto. Vale lembrar que os estudantes participam ativamente de todas as etapas de
construção do projeto, e que esse pode ser revisto a qualquer momento do percurso
(BENDER, 2014).
Para o desenvolvimento do projeto, o docente pode sugerir algum material, mas é
muito importante que o próprio aluno busque referenciais teóricos e práticos de forma
individual e em pares ou grupos. Nesse sentido, cabe que o professor os organize e,
também, os orientem sobre alguma tarefa em específico e dê feedbacks durante todo
processo (BENDER, 2014). Para o desenvolvimento das etapas do projeto, o docente
pode utilizar ferramentas síncronas e assíncronas.
Para a socialização do projeto ou dos projetos, o docente pode sugerir que os
alunos façam uma apresentação em Power Point, criem um blog, podcast, vídeos para
postagem em redes sociais tais como Facebook, Instagram ou TikTok, dentre outras.

Aprendizagem Baseada em Problemas


A Aprendizagem Baseada em Problemas se assemelha bastante à Aprendizagem
Baseada em Projetos, mas tem uma diferença central: nela o aluno foca seus estudos
em teorias, em análises bibliográficas, webgráficas e/ou documentais, para propor a
solução para um dado problema ou para a resposta a uma dada questão.
A culminância da atividade se assemelha a outra Metodologia que já conhecemos:
a da Sala de Aula Invertida. Como? Após os seus estudos, alunos e professor se

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encontram para que os estudantes compartilhem as suas aprendizagens e apresentem


as suas dificuldades (BACICH, & MORAN, 2018).

Gamificação
A gamificação, muito em voga na atualidade, diz respeito ao uso de dinâmicas de
jogos para motivar pessoas a resolver situações-problema e contribuir com as suas
aprendizagens sobre os mais diferentes temas. Gamificar não é sinônimo de jogar, mas
de um processo que envolve: 1) Desafio; 2) Competição/ colaboração; 3) Feedback
instantâneo; 4) Fases; e 5) Premiação (ALVES, 2014), nos termos da figura seguinte.

Título: Eixos norteadores da gamificação.


Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Alves (2014).

Destaca-se que o uso da gamificação nos processos pedagógicos contribui,


sobremaneira, com as aprendizagens dos estudantes, tendo em vista que a maioria
é íntimo das suas linguagens. Afinal, esses estudantes são, em geral, nativos digitais.
Contudo, não é necessário que o professor “lance mão” de um aparato tecnológico
para trabalhar com gamificação, pois pode fazê-lo sem quaisquer recursos midiáticos,
por exemplo, desde que utilize a lógica dos cinco momentos destacados.

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Pois veja que podemos utilizar essa lógica em muitas das atividades pedagógicas,
certo?
Com relação ao uso de jogos propriamente ditos, é importante que o professor, ou
qualquer outro profissional da educação, ao escolher o jogo, ou aceitar a sugestão
dos alunos para a decisão de trabalhar ou não com um jogo, considere, em geral,
além dos assuntos nele propostos, o(a)s: 1) seu estilo de narrativa; 2) regras nele
presentes; 3) dinâmica de controle da jornada possível para os jogadores; 4) caminhos
de descoberta e exploração presentes; 5) há existência ou não de interação; 6) tempo,
mínimo, necessário para a sua exploração; 7) feedbacks no processo.
Observo aqui que, em breve, trataremos do uso de softwares na educação.

ISTO ESTÁ NA REDE

Você sabia que pode criar jogos e histórias em quadrinhos no Powerpoint? Pois é.
Assista o vídeo “Como criar jogos / quiz com Powerpoint?”, acessando o link: https://
www.youtube.com/watch?v=5AB6cU4eDCo e bora colocar a sua história em ação.

Aprendizagem entre Pares ou Colegas


Essa proposta considera que as aprendizagens dos estudantes se desenvolvem de
forma mais fluída e assertiva se intermediadas por colegas. Para tanto, o professor
apresenta uma questão para que as duplas respondam e apresentem as suas respostas
para que ele mapeie os resultados em porcentagens de respostas consideradas válidas
ou não.
Veja como se dá esse processo. Após o desenvolvimento dos estudos que as
duplas farão para responder à pergunta, deverão apresentar a sua resposta para toda
a turma em um chat ou fórum, por exemplo, ou diretamente para o professor por
mensagem direta ou via algum formulário específico. Como o docente deve levantar
em porcentagens o número de respostas consideradas válidas ou não, é interessante
utilizar de formulários, tal como o do Google Docs, pois esse já gera o relatório das
respostas, minimizando, portanto, o trabalho docente. Alguns ambientes virtuais de
aprendizagem (AVAs) possuem esse tipo de ferramenta incorporado. Caso não seja
possível, e a pergunta proposta não envolva muitas nuances, pode-se, também, “lançar
mão” de enquetes, ferramentas essas já presentes na maioria dos AVAs.

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Com o mapeamento, o professor irá, então, decidir, o encaminhamento da proposta:


explicar a questão/resposta de forma dialogada, reagrupar os alunos de forma que
eles mesmo possam explicar a resposta para os colegas, apresentar novas questões
que aprofundem a anterior, dentre outras atividades.
Ressalto que a porcentagem que norteará a decisão do professor fica a seu critério,
certo? Por exemplo: você pode decidir que optará em reagrupar os estudantes para
que eles mesmos consigam explicar as respostas para os demais colegas se 50%
das duplas formadas tiverem acertado a resposta da questão proposta.

Storytelling
Você já ouviu falar de contação de histórias? Brincadeiras à parte... basicamente
o Storytelling é a contação de histórias, aquela mesma que conhecemos tão bem.
Contudo, essa Metodologia Ativa tem se tornado, cada vez mais, uma aliada dos
professores que visam contribuir com o protagonismo do aluno através de técnicas
de criação narrativa (XAVIER, 2015).
Durante a criação da história, os estudantes podem, e devem, deixar as suas ideias
fluírem, mas é bastante significativo orientá-los a responder às seguintes questões:
Para quem contará a história, ou seja, qual é o seu público-alvo? O que será contado,
ou seja, qual é a história? Qual a finalidade desta história, ou seja, por que contar essa
história? Qual recurso será utilizado para contar a história (softwares específicos para
criação de contação de histórias; mídias sociais, tais como o TikTok; blogs; Powerpoint)?
Como você irá contar a história, ou seja, qual será a sua narrativa?

Título: Imagem de um plano para elaboração de uma história em quadrinhos.


Fonte: https://www.istockphoto.com/br/vetor/fundo-de-quadrinhos-gm1214797105-353592103.

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ISTO ESTÁ NA REDE

Deixo aqui uma dica muito bacana para você: o vídeo “5 passos para aplicar
Metodologias Ativas - Ensino Híbrido ou blended learning”, produzido pelo Mercado
EaD. Para assisti-lo, acesse https://www.youtube.com/watch?v=DsySTIu1rjw.

Então... conhecemos alguns exemplos de Metodologias Ativas. Mas gostaria de


salientar para você que, além de escolher aquela que mais se adequará num dado
momento do processo pedagógico, o mais importante é que a gente considere o
protagonismo dos estudantes e estabeleça relações horizontalizadas em sala de aula
presencial ou a distância.
Para finalizar a nossa aula, quero conversar com você sobre avaliação. A avaliação
dos processos ensino-aprendizagem, historicamente, baseou-se em uma pedagogia
tecnicista, na qual a rigorosa mensuração dos resultados, aparentemente alcançados
pelos estudantes, eram, e por vezes ainda o são, o centro da atividade educacional.
Esse modelo avaliativo tem sido questionado, especialmente no contexto de uma
pedagogia construtivista, porque desconsidera processos que não são passíveis de
mensuração; rotula, e por vezes exclui, estudantes que não demonstraram mudança
de determinados comportamentos requeridos; reforça a desigualdade de poder entre
classes; dentre outros.
Em uma perspectiva mais adaptativa e inclusiva, situa-se uma proposta avaliativa
mais abrangente, na qual identificamos, pelo menos, três tipos de avaliação que se
interligam e se completam: 1) avaliação diagnóstica ou inicial; 2) avaliação formativa,
processual ou de acompanhamento; e 3) avaliação somativa, final ou de produto
A avaliação diagnóstica tem como objetivo identificar se o estudante já desenvolveu
determinadas competências e habilidades de forma que possa prosseguir em
determinado percurso formativo. A avaliação formativa visa indicar para o professor,
ou outro profissional da educação, se o estudante está acompanhando e participando
com efetividade do trabalho realizado. E, por fim, a avaliação somativa busca verificar
se o estudante alcançou os requisitos esperados ao final de uma jornada de forma que
possa prosseguir para outra. Nas próximas aulas, vamos conhecer algumas ferramentas
de mediação e avaliação quando tratarmos da elaboração de trilhas de aprendizagem
e planos de aulas com tecnologias, combinado?
Bem... independentemente do tipo de avaliação, devemos estabelecer critérios
avaliativos claros e transparentes, ou seja, os alunos, e seus familiares se crianças

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e adolescentes, devem conhecê-los. Outro ponto importante a se considerar é não


comparar resultados de estudantes. Nada pior do que ser comparado, não é mesmo?
Ao lado disso, é importante compreender a avaliação como uma bússola, um “norte”
para ir além e não para ficar onde estar, ou melhor (ou pior): deixar o aluno ficar onde
está.

Título: Imagem de uma mão segurando uma bússola.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-mulher-segurando-uma-bussola-1827215/.

Nesses termos, que tal analisarmos os seguintes desafios: 1) O que se avalia? 2)


Para que se avalia? 3) Quem se avalia? 4) Como e quando se avalia?
O que se avalia? Tudo. A avaliação deve ser um processo que incida sobre aspectos
integrais e globais do processo ensino-aprendizagem, e deve implicar, também, a
autoavaliação docente, ou de outro profissional envolvido.

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Para que se avalia? Avalia-se para o entendimento do processo educacional e dos


condicionantes que levam esse processo a ocorrer dessa forma e não de outra, assim
o objetivo maior é a superação da realidade.
Quem se avalia? Todos. A avaliação, além de um processo individualizado, também,
deve ser coletiva e cooperativa. Vale a pena ser avaliado pelos estudantes. Vale a pena
a autoavaliação. Vale a pena a triangulação de dados avaliativos etc.
Como e quando se avalia? Deve-se avaliar constantemente, processualmente, através
de diversos instrumentos escolhidos em função da realidade diagnosticada e não
dessa ou daquela ideologia. Assim, podemos constatar que a avaliação inclui medidas,
mas engloba outras variáveis. A avaliação supõe julgamento de valor. Enquanto a
medição restringe-se à constatação de um dado da realidade, a avaliação pressupõe
uma intervenção na realidade. Isso significa que a avaliação envolve etapas: coleta
de dados, medidas, critérios, padrões de julgamento. Aqui vale se perguntar: quais os
objetivos dessa avaliação? O aluno atingiu esses objetivos? Mudamos nossa prática?
Fazemos algumas adaptações? Continuamos como está? etc.
Fato é que precisamos, cada vez mais, recuperar na prática o sentido etimológico do
ato de avaliar (valere): ser digno; avaliando, portanto, de forma ética e com compromisso
social, certo?

8.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Na aula de hoje, tratamos de métodos e técnicas de ensino, destacando, nesse


contexto, as Metodologias Ativas.
Para finalizar, gostaria aqui de destacar que os métodos, as técnicas, as linguagens
etc escolhidas por você em seu processo pedagógico podem se constituir como
importantes “portas” para o desenvolvimento dos aprendentes, em termos cognitivos,
socioemocionais, espirituais etc. Então, sempre se atente para as tendências
pedagógicas que os sustentam, e tome muito cuidado ao escolhê-los, ok?
Vamos, então, nas próximas aulas, colocar alguns métodos em ação? Para tanto,
em nosso próximo encontro, desenvolveremos aprendizagens sobre a criação de trilhas
de aprendizagem ou percursos/itinerários formativos.

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AULA 9
CRIAÇÃO DE TRILHAS
DE APRENDIZAGENS

9.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

O arcabouço teórico-metodológico que construímos até aqui em nossa disciplina,


nos permite tratar, neste momento, sobre a elaboração de trilhas de aprendizagem
ou percursos, itinerários formativos, intermediados por tecnologias.
Você já ouviu falar em trilhas de aprendizagem?
Pois bem... na aula de hoje, iremos conversar sobre trilhas de aprendizagem, e
acerca de alguns recursos para a sua construção.
Animado? Eu estou. Então, vamos lá!

9.2 TRILHAS DE APRENDIZAGENS: definição, tipos, ferramentas e exemplos

A trilha de aprendizagem é uma organização dos conteúdos e das atividades


previstas em determinado curso ou em determinada disciplina em um ambiente virtual
de aprendizagem (AVA). Ela pode ser linear ou agrupada. Na trilha de aprendizagem
linear, os objetos de aprendizagem – temas/conteúdos/atividades – são organizados
em uma sequência determinada. O estudante deve percorrer um percurso para acessar
outro, pois um depende do outro, ou seja, é necessário certo conhecimento prévio
para prosseguir na sequência. O percurso do estudante é, portanto, determinado por
quem o projetou. Já na trilha de aprendizagem agrupada, as sequências não são
interdependentes, ou seja, o estudante pode percorrer qualquer uma delas, a seu
tempo, sem a necessidade de conhecimento prévio sobre uma ou outra. O estudante
precisa cumprir um número mínimo de atividades para concluir a trilha, o que implica
maior autonomia no seu processo de aprendizagem.
De acordo com Zabala (2006, p. 58), ao organizar a sua trilha de forma linear,
projete-a em sequências didáticas que são “um conjunto de atividades ordenadas,
estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que tem

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um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos”. Portanto,
projete essa sequência em módulos ou unidades de aprendizagem – organização de
temas/conteúdos/atividades de forma interrelacionada por uma ideia dominante, a
qual deverá aparecer no título da sequência. Também é interessante que as unidades
sejam, ainda, subdivididas em séries/seções. Caso a sua trilha seja agrupada, projete
a sequência didática em módulos de aprendizagem independentes, mas lembre-se
que: linear ou agrupada, a trilha deve traduzir uma coerência interna.
Ao lado disso, considere que as pessoas são múltiplas, tal como discutimos em
nossa penúltima aula, “aula 7”, e, portanto, apresentam potenciais de aprendizagens
diferenciados. Tendo em vista que existem aprendizagens diferenciadas, há soluções
de aprendizagem diversas para alcançá-las, assim como o exemplo apresentado no
quadro 1.

Tipo Ação Exemplos de soluções educacionais

Pela informação Ler, ver, ouvir Apostila, e-books, cartilhas, vídeos,


podcasts, infográficos, imagens diversas
etc.

Pela colaboração Discutir, questionar, Jogos interativos, fóruns, comunidades/


relacionar, cooperar redes de aprendizagem, chats etc.

Pela experimentação Contextualizar, praticar, Laboratórios virtuais, simuladores,


aplicar, criar realidade ampliada, estudos de caso,
pesquisa de campo, jogos, etc.
Quadro 1 Relação dos tipos de aprendizagem com as ações e exemplos de soluções de aprendizagemFonte: elaborado pela autora, com apoio em Machado
& Moraes (2015).

Busque, também, estimulá-los a buscar novas informações sobre a temática tratada,


com chamadas do tipo: “Anote isso”, “Isto acontece na prática”, “Isto está na Rede”,
“Agora é com você”, “Refletindo”, “Para saber mais”, “Dicas do professor”, “Lembre-se”,
“Você conhece?”, “Teoria em prática”, dentre outras.

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No seu processo de elaboração da trilha, responda às questões: Qual abordagem


teórica lhe dará suporte? O que se deseja com a proposta? Quais as suas finalidades
político-pedagógicas? O que os estudantes estarão aptos a desenvolver? Em quanto
tempo? (MUNHOZ; 2016, MACHADO & MORAES, 2015).
Com relação ao tempo, vale uma observação de suma importância, tendo em vista
que ficamos com muitas dúvidas sobre como definir um período de tempo para a
realização de uma atividade nesse contexto. As dúvidas sobre esse assunto geram
muitas controvérsias, mas Filatro (2008) apresenta uma contribuição valiosa quando
diz que: 1) devemos projetar o período de tempo para a realização de uma atividade,
considerando a sua significância no processo de aprendizagem do aluno e 2) devemos
realizar a atividade para conseguir projetar adequadamente o período para a sua
realização.

Título: Imagem de um relógio e um caderno para anotações.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/despertador-em-uma-superficie-multicolorida-1314544/

Também considere a(s)/o(s):


• organização flexível e adaptada ao contexto de cada curso;
• características específicas ao contexto do público alvo;
• habilidades e competências a serem desenvolvidas pelo público-alvo;
• especificação de objetivos gerais, os quais dizem sobre o que desejamos alcançar
em termos globais; e específicos, o que desejamos alcançar em termos pontuais/
em cada fase do planejamento;
• definição do conjunto de estratégias/ferramentas de ensino-aprendizagem;
• materiais e suportes tecnológicos disponíveis: podemos criar uma lista de discussão,
temos condições de postar um vídeo para a turma, temos condições de utilizar um
chat, temos condições de trabalhar com jogos, o AVA tem condições de integração
com um software etc (MUNHOZ; 2016, MACHADO & MORAES, 2015).

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Sobre esse último ponto, é importante observar que muitos profissionais da educação
se frustram quando projetam a utilização de determinadas tecnologias e se deparam
com a impossibilidade de implementá-las pelos mais diversos motivos. Mas o seu
curso não terá a qualidade comprometida por conta disso, certo? Sempre busque
alternativas viáveis. Para tanto, conheça, em profundidade, o seu lócus de atuação.
Em termos pontuais, considere:
• que os alunos devem receber certa quantidade de informação de cada vez
(lembre-se da importância da divisão – módulo-unidade-série);
• que o aluno deverá ter condições de refletir sobre os conteúdos apresentados
e relacioná-los ao seu cotidiano;
• a apresentação dos objetivos gerais do módulo e das unidades, e dos objetivos
específicos de cada série;
• a introdução em relação ao conteúdo abordado;
• a orientação em relação ao desenvolvimento das atividades previstas;
• que as atividades devem ser distribuídas ao longo do texto;
• a indicação de leituras complementares/de aprofundamento;
• a presença de bibliografia comentada;
• a importância da utilização de diversas mídias (filmes, músicas, jogos, dentre
outros);
• a importância de se utilizar marcadores textuais (uma seta, um desenho, dentre
outros, que sinalizem o texto);
• a importância de se utilizar chamadas (textos em quadros, balões, dentre outros,
que chamem a atenção do interlocutor);
• a importância de se utilizar imagens diversas (uma figura, um quadro, dentre
outros, que ilustre e complete o conteúdo abordado) (MUNHOZ; 2016, MACHADO
& MORAES, 2015).

ISTO ESTÁ NA REDE

Sugiro que você leia o artigo “Trilhas de Aprendizagem como estratégia de


desenvolvimento de competências” de Isa Aparecida de Freitas e Hugo Pena
Brandão. O texto apresenta uma discussão sobre a interdependência entre o
desenvolvimento de aprendizagens e competências profissionais em trilhas de
aprendizagem, através do caso do Banco do Brasil. Para tanto, acesse http://www.
anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2005-gpra-0316.pdf.

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Observe, agora, os quadros 2, 3 e 4, pois eles exemplificam a apresentação de uma


trilha de aprendizagem.

EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM X
(apresentação do período de duração da disciplina, por exemplo)

Ambientação

Texto de boas-vindas. Solicitação de atualização do perfil e inclusão de foto; de


participação no fórum de apresentação; de leitura dos materiais com orientações
sobre o AVA e com dicas de organização e planejamento dos estudos.
• Vídeo institucional
• Fórum de apresentação - Vamos nos conhecer? (apresentação do período de
duração do Fórum)
• Tutorial - Guia de ferramentas do AVA
• FAQ – Dúvidas frequentes sobre o AVA
• Podcast - Dicas para estudar a distância
• PDF - Plano de curso
• Trilha de aprendizagem do curso
Quadro 2 Exemplo de apresentação de uma trilha de aprendizagem-01
Fonte: elaborado pela autora.

TRILHA DE APRENDIZAGEM
(apresentação do período de duração da disciplina e de cada módulo, por exemplo)

Texto de apresentação da trilha, com especificação dos seus objetivos gerais e


tempo para concluí-la.

Quadro 3 Exemplo de apresentação de uma trilha de aprendizagem - 02


Fonte: elaborado pela autora.

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MÓDULO 1 – Título do módulo

(apresentação do período de duração do módulo)

Texto de apresentação do módulo, com especificação dos seus objetivos


específicos, das suas atividades avaliativas e tempo para concluí-lo.
• Fórum de dúvidas - Fale com o tutor
• E-book - assunto x
• PPT - assunto x
• Vídeo - Palestra sobre assunto x
• Atividade 1 – Wiki - Criação de texto compartilhado (apresentação do período
de duração da atividade 1)
• Live - Título, com fulano (Dia 00/00/00, às 00h, através do canal: www.http://
xxxxxxxxxxxxx)
• Fórum de discussões sobre a live (apresentação do período de duração do
Fórum)
• Tutorial – Guia de orientações sobre o estudo de caso x
• Atividade 2 - Estudo de caso (apresentação do período de duração da atividade
2)
• Glossário
• Dicas para aprofundamentos

Quadro 4 Exemplo de apresentação de uma trilha de aprendizagem-03

Fonte: elaborado pela autora.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Não deixe de assistir o vídeo “Como montar uma trilha na plataforma Edulivre”, pois
ele é um guia que apresenta de forma muito prática e didática todo o processo
de elaboração de trilhas, ok? Para tanto, acesse https://www.youtube.com/
watch?v=LFxBH88ozz0 e mãos à obra!

No processo de elaboração da sua trilha de aprendizagem ou do seu itinerário/


percurso formativo, proponho a apropriação de determinadas ferramentas para
mediação e avaliação do ensino-aprendizagem (MUNHOZ; 2016, MACHADO & MORAES,
2015).

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Com o intuito de didatizar as ferramentas aqui escolhidas – fórum, glossário, Wiki,


portfólio virtual (webfólio), autoavaliação, mapa conceitual e questionário – organizei
a sua proposta de uso da seguinte forma: o que é, exemplo de uso e como avaliar, ok?

• Fórum - tipo de ferramenta de comunicação assíncrona, ou seja, o diálogo entre


os participantes, sobre um determinado tema, não depende de os mesmos
estarem conectados ao ambiente, ao mesmo tempo. Esse tipo de recurso está
presente em todos os AVAs. Exemplo da atividade:

Fórum – Discussão sobre Metodologias Ativas no processo ensino-aprendizagem


(apresentação da definição do período que o fórum estará ativo e permitirá postagens).

Bem-vindo ao nosso fórum!


As Metodologias Ativas no processo ensino-aprendizagem estão sendo cada vez
mais tratadas por profissionais da educação, tendo em vista as suas importantes
contribuições com a formação dos estudantes, especialmente pelo fato de contribuírem
com o protagonismo deles.
Assim, convido você a participar da nossa discussão. Para tanto, você deve pesquisar
sobre a temática aqui proposta em ambientes na Internet, consultas em bibliotecas
virtuais, conversas com professores, dentre outras possibilidades. Não se esqueça,
também, de consultar o nosso material de estudos disponível aqui no AVA da nossa
disciplina.
Dessa forma, você estará fundamentado para participar, analisar os posts dos
colegas e colaborar.
E o que será avaliado: a sua interação, participação e colaboração.
Bom debate!

• Glossário - tipo de ferramenta que permite, de forma colaborativa, a criação e a


atualização de termos, tal como um dicionário. Os AVAS, tais como o Moodle,
permitem a criação de glossários e wikis também. Exemplo da atividade:

Glossário – Termos importantes da nossa disciplina (apresentação da definição


do período que o aluno poderá incluir termos no glossário)

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Olá cursista!
Vamos elaborar juntos um glossário, tal como um dicionário? Para tanto, peço
que você escolha dois termos importantes tratados em nossa disciplina. Acesse os
textos, as videoaulas, os podcasts e outros materiais complementares aqui no AVA
para acessar a sua memória.
Escolhidos os dois termos, é hora de postar os seus conceitos no Glossário. Lembre-
se que os termos devem ser apresentados em ordem alfabética. Caso você faça
alguma citação, não deixe de referenciá-la, nos termos da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).
Fique à vontade para inserir mais de dois termos (verbetes), anexar arquivos, editar
verbetes já criados por você, e inclusive, comentá-los.
E o que será avaliado: a inclusão por você de, pelo menos, dois verbetes, com a
apresentação fundamentada de seus conceitos, os quais, ainda, não foram apresentados
por seus colegas, ok?
Para dar um pontapé inicial, incluí aqui o meu...
Mensagem enviada aos estudantes ou postada em um fórum criado para orientação
da atividade.

• Wiki - tipo de ferramenta que permite a construção coletiva de um texto. Exemplo


da atividade:

Olá pessoal!
A partir de agora iniciaremos uma atividade denominada Wiki. Você conhece? Wiki
é uma ferramenta que permite a construção colaborativa de textos na Internet.
Para realizarmos a nossa atividade, o tutor organizará a turma em equipes de 3 a
5 participantes. Cada equipe será direcionada para empreender a sua escrita virtual
sobre a temática “Psicologia do desenvolvimento infantil”. Pesquisem bastante sobre
o assunto para melhor fundamentar a sua escrita, ok? É muito importante que o texto
siga um modelo dissertativo e analítico, e que demonstre clareza, coerência e coesão.
Todos os membros da equipe devem participar ativamente da escrita do texto.
E o que será avaliado: a contribuição de todos (lembrem-se que a ferramenta permite
que saibamos quem e quando editou o texto); a organização lógica do texto, em termos
de clareza, coerência e coesão; e a sua fundamentação teórica.
Apresentação da definição do período que a ferramenta estará apta para edição.
Vamos juntos!

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Mensagem enviada aos estudantes ou postada em um fórum criado para orientação


da atividade.

• Portfólio virtual ou webfólio - atividade na qual os estudantes registram reflexões,


análises, comentários sobre estudos e pesquisas sobre um determinado assunto,
grupo de assuntos ou disciplina, através da inserção/colagem de textos, imagens,
vídeos, links, dentre outros. Existem alguns AVAs que permitem a criação
desse recurso educacional (MACHADO & MORAES, 2015). Contudo, você pode
desenvolver essa atividade “lançando mão” de ferramentas disponíveis na Internet.
Á título de sugestão, apresento para você alguns exemplos de ferramentas
gratuitas para criação de portfólios virtuais no quadro 5. Exemplo da atividade:

Caro cursista,
Vamos iniciar mais uma atividade virtual da nossa disciplina. A proposta agora é
que você crie um portfólio virtual (webfólio), o qual designa uma espécie de diário,
no qual você deve registrar reflexões, análises, comentários sobre a nossa disciplina.
Para tanto, você pode postar textos acadêmicos e/ou literários, vídeos, inserir imagens,
criar uma playlist, dentre outras possibilidades. Fique à vontade para escolher o que
melhor traduza a sua leitura da disciplina. Mas é muito importante que você não se
esqueça de colocar no seu portfólio todas as atividades realizadas ao longo da nossa
disciplina, ok? E que, também, inclua textos de sua autoria.
E o que será avaliado: a relação entre o material produzido e a disciplina/temática
abordada.
Apresentação da definição do período que a ferramenta estará apta para edição.
Então, mãos à obra!
Mensagem enviada aos estudantes ou postada em um fórum criado para orientação
da atividade.
Á título de sugestão, apresento para você alguns exemplos de ferramentas gratuitas
para criação de portfólios virtuais no quadro 5.

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Ferramenta Link

WordPress https://wordpress.com/pt-br/

Google Sites https://sites.google.com/new

Freshgrade https://freshgrade.com/

Book Creator https://bookcreator.com/

Bulb Digital Portfólios https://my.bulbapp.com/

Weebly https://www.weebly.com/br

Adobe Spark https://www.adobe.com/br/express/create/online-portfolio

Adobe Portfólio https://portfolio.adobe.com/


Quadro 5 Exemplos de ferramentas para criação de portfólios virtuais com links para acesso
Fonte: elaborado pela autora.

Título: Imagem de uma tela de portfólio virtual, em elaboração, criado através da ferramenta Adobe Portfólio.
Fonte: extraída pela autora.

Caso você deseje criar um portfólio nas áreas de arte e cultura, vale muito a pena
utilizar o espaço “Google Arts & Culture”, pois ele disponibiliza ferramentas para a
criação de mostras virtuais.

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Título: Imagem da tela para criação de galerias virtuais através do “Google Arts & Culture.
Fonte: https://artsandculture.google.com/

• Autoavaliação - tipo de avaliação que permite que o estudante elabore uma reflexão
sobre o seu comprometimento com a atividade/disciplina e o seu desenvolvimento
na mesma. A autoavaliação pode contemplar questões objetivas (fechadas de
múltipla escolha) e/ou dissertativas (abertas). É muito importante que o estudante
compreenda o papel da autoavaliação no aprimoramento do seu senso crítico e
julgamento coerente consigo mesmo. Nesse sentido, antes de aplicar a autoavaliação
é preciso fazer um trabalho formativo preparatório com o estudante para não
desperdiçar uma ferramenta tão importante como essa, certo?
• Mapa Mental, Cognitivo ou Conceitual - ferramenta que permite a criação de
esquemas hierárquicos entre conceitos, proposições e relações entre eles, tal como
vimos em nossa penúltima aula, “aula 7”. É uma atividade bastante interessante
para que o estudante organize, memorize e analise conteúdos trabalhados em
uma disciplina, por exemplo. Para utilizá-lo, é preciso que você o ensine a criá-lo
através de programas específicos ou até mesmo em uma folha de papel. Para tanto,
pode realizar com a turma um workshop, uma oficina de treinamento, sobre essa
ferramenta, ok? A avaliação deve considerar os conceitos apresentados pelo aluno,
a ligação entre eles, as ligações cruzadas, os níveis hierárquicos, exemplos, dentre
outros. A título de sugestão, sugiro os apps MindMeister, Canva ou Venngage para
a elaboração dos seus mapas
• Questionário - tipo de avaliação de múltipla escolha, com resposta única, ou de
itens discursivos, com respostas abertas. As questões abertas ou fechadas devem
apresentar um enunciado contextualizado, o qual pode ser uma situação-problema,
e um comando/instrução, ou seja, o que o aluno deverá fazer. No caso das questões
fechadas é preciso, ainda, apresentar alternativas: uma indubitavelmente correta

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e as demais incorretas, também chamadas de distratores. O Google Docs é uma


ferramenta bastante interessante para utilizarmos para a realização de questionários.

ANOTE ISSO

Para a elaboração de questões, sempre acompanhe as orientações do Instituto


Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), principal
órgão responsável por avaliações educacionais no Brasil. Para tanto, acesse https://
www.gov.br/inep/pt-br.

Título: Imagem de uma tela de formulário / questionário, em elaboração, criado através da ferramenta Google Docs, disponível em: https://docs.
google.com/forms/u/0/
Fonte: extraída pela autora.

Essas ferramentas apresentadas são algumas em um universo imenso de


possibilidades. Dessa forma, sugiro que você continue com essa vontade e com esse
compromisso com o seu desenvolvimento na área e: pesquise, explore, teste, avance.

ANOTE ISSO

Para o desenvolvimento de uma trilha de aprendizagem de sucesso, memorável, é


essencial que a gente realize um cheklist dos elementos considerados nesta aula,
antes da sua implementação em um AVA. Existem outros elementos, tais como
os sinalizados pelo “E-Learning Laboratório da Universidade de Lisboa”, os quais
são bastante pertinentes. Para os conhecer, acesse o documento “Checklist para o
desenvolvimento de cursos online” dessa instituição, através do link https://www.
ulisboa.pt/sites/ulisboa.pt/files/basicpage/docs/checklist_v101.pdf.

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9.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Na aula de hoje, discutimos sobre o que são trilhas de aprendizagem, os seus tipos
e precisamos algumas ferramentas para a sua elaboração.
Certamente, existem muitas possibilidades tecnológicas a serem conhecidas e
exploradas no universo da Educação 4.0. Nesse sentido, sugiro que você continue no
seu processo de descobertas na área, indo ao encontro desse universo.
Contudo, ainda, temos muito o que conversar sobre essas possibilidades. Assim, em
nosso próximo encontro, focaremos no uso do computador e de recursos multimídias
variados na educação.
Até lá!

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AULA 10
USO DO COMPUTADOR E DE
OUTROS RECURSOS MULTIMÍDIAS
NA EDUCAÇÃO – DEFINIÇÃO DE
SOFTWARES EDUCATIVOS

10.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Considerando-se que existem muitas possibilidades tecnológicas a serem conhecidas


e exploradas no universo da Educação 4.0, tal como temos destacado em nossas aulas,
conversaremos, a partir do nosso encontro de hoje, sobre o uso do computador e de
outros recursos multimídias na educação que, ainda, não abordamos, ok?
Para tanto, no encontro de hoje, trataremos do uso de softwares na educação. Importante
aqui destacar que desde a terceira geração da Educação a Distância (EaD), sobre a qual
discorremos em nossa quarta aula, constatamos um reconhecimento e um uso crescente
de softwares na educação, em geral, e nos processos de escolarização, em específico.
Assim sendo, é muito importante que a gente conheça as diferenças e similitudes
entre os softwares utilizados em contextos educativos.
Vamos lá?

10.2 SOFTWARES NA EDUCAÇÃO: definições, tipos e finalidades

Em termos gerais, podemos considerar um software como um programa utilizado para


realizar qualquer atividade em um computador. Nos termos da lei n. 9.609, software é um

programa de computador, é a expressão de um conjunto organizado


de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte
físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas
automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos
ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga,
para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados (BRASIL,
1998, s/p).

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Existem softwares livres, porque são de código aberto e, em geral, compartilhados


de forma livre, o que rompe com determinados padrões de direitos autorais e de
Copyright, e softwares proprietários.

ISTO ESTÁ NA REDE

Para conhecer o “Movimento Software Livre” no Brasil, o qual tem abordado


importantes questões relacionadas à inclusão digital no país, ouça o podcast
“Software Livre é um movimento técnico ou social?” através do link https://www.
youtube.com/watch?v=r-AbSB3YUgY.

Na educação temos cada vez mais utilizado esses programas, os quais podemos
organizar, genericamente, em aplicativos e educativos. Você sabia que existe diferença
entre essas duas categorias de softwares em contextos educacionais?
Então, softwares aplicativos, tais como Microsoft Word, Microsoft Excel, Microsoft
PowerPoint, Visual Class etc, podem ser inseridos nos contextos de ensino-aprendizagem
e/ou escolares em geral, apesar de não terem sido projetados para fins pedagógicos
e/ou educativos. Já os softwares educativos, tais como Plickers, G Suite for Education,
Simplifica, são programas criados para fins pedagógicos, ou seja, para contribuírem
com as aprendizagens dos alunos acerca de um determinado conteúdo, por exemplo
(LIMA ET AL. 2015; NETA & SILVA, 2014).

Nesses termos, o que especifica um software como educativo “é o fato de ser


desenvolvido com a finalidade de levar o aluno a construir determinado conhecimento
relativo a um conteúdo didático” (MOREIRA ET. AL: 2001, p.73-74). Eis algumas
características que definem um software como educativo:

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definição e presença de uma fundamentação pedagógica que permeie


todo o seu desenvolvimento, finalidade didática, por levar o aluno/
usuário a construir conhecimento relacionado com seu currículo
escolar, interação entre aluno/usuário e programa mediada pelo
professor, facilidade de uso uma vez que não se devem exigir do aluno
conhecimentos computacionais prévios, mas permitir que qualquer
usuário, mesmo que em um primeiro contato com a máquina, seja
capaz de desenvolver suas atividades, atualização quanto ao estado
da arte (MOREIRA ET. AL: 2001, p.73-74).

Título: Print de tela do programa de edição de imagens Paint, exemplo de software aplicativo.
Fonte: extraída pela autora.

Título: Print de tela do Google Sala de Aula, exemplo de software educativo.


Fonte: extraída pela autora.

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Dando prosseguimento às nossas tratativas, recorremos a Gomes e Padovani (2015),


os quais classificam os softwares na educação (SEs) em:
(1) SE Básicos – Programas utilizados como ferramentas diárias de trabalho, tais
como processador de texto, planilha, software de apresentação, bancos de dados,
antivírus etc.
(2) SE de Autoria – Programas que permitem ao usuário desenvolver seus próprios
programas, conjugando os diversos recursos tecnológicos disponíveis, dentre
os quais destaca-se a multimídia: textos, imagens, sons e animações.
(3) SE de apoio a conteúdos curriculares – Programas que permitem o uso de
vários recursos tecnológicos, tais como: multimídia/hipermídia, simulações,
animações e jogos. Esses softwares possuem finalidades pedagógicas e podem
proporcionar aos estudantes um estudo dinâmico e interativo das disciplinas
curriculares (geografia, história, biologia, física, química, dentre outras), permitindo
novos experimentos e avaliações dos resultados.
(4) SE de referência – Programas que disponibilizam dicionários eletrônicos e
enciclopédias na Web, os quais são cada vez mais utilizados na educação.
(5) SE de comunicação – Programas destinados à comunicação e pesquisa através
da Internet. Esses softwares, também, são cada vez mais usados na educação,
especialmente na EaD, pois possibilitam a comunicação entre os seus usuários.

Estes autores, Gomes e Padovani (2015), dentre outros, ainda, organizam os


softwares na educação, tendo em vista as finalidades pedagógicas projetadas para
o seu uso, tal como apresentamos no quadro 1.
Tipo Finalidade de uso
Apresentação de conceitos, idéias, teorias, com vistas a ajudar o usuário
Tutoriais a manipular / utilizar algo. Os conceitos se limitam ao que a equipe de
desenvolvimento previu.
Realização de atividades de exercício e prática. Possibilita certa
Exercitação
interatividade por meio de respostas às questões apresentadas.
Informativo Realização de consultas acerca de conceitos, idéias, teorias.
Realização de experimentos de eventos, tais como montagem de
Simulação e Modelagem máquinas; simuladores de voos; gerenciadores de cidades, de hospitais
e de safáris.
Realização de produções, tais como edição de textos, bancos de dados,
Aplicativos
planilhas eletrônicas, gráficos, apresentações, programações.
Realização de múltiplas atividades com base em recursos do
Híbridos ou Multimídia
multimídia.
Quadro 1 Tipos de software por finalidade de uso
Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em Gomes e Padovani (2015), Niquini (2006) e Vieira (2004).

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Título: Print de tela de Software Multimídia.


Fonte: extraída pela autora.

Título: Print de tela de Software Multimídia.


Fonte: extraída pela autora.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Existem outras possibilidades de organização dos SEs. Conheça algumas delas,


com exemplos práticos de sua utilização, assistindo o vídeo “Softwares Educativos”
através do link https://www.youtube.com/watch?v=m7shgJQaAsc.

Considerando-se as múltiplas possibilidades de uso dos softwares na educação,


é preciso se atentar para os graus de interatividade homem-computador que os
tangenciam, tendo em vista as finalidades pedagógicas projetadas. Nesses termos,
Behrens (2010) sugere quatro grandes agrupamentos a serem considerados pelo
professor ou qualquer outro profissional da educação:

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• computador como ferramenta – o computador é considerado um recurso que


auxilia o estudante no desenvolvimento de suas aprendizagens e/ou de processos
/ produtos.
• Computador como máquina de ensinar – o computador, nos termos dos
métodos tradicionais de ensino, é considerado uma ferramenta transmissora
de conhecimentos.
• Computador-aprendiz na solução de problemas – o computador é usado
como recurso para a criação de ambientes de aprendizagem, tendo por base,
especialmente, a elaboração de projetos e a resolução de problemas, nos termos
construtivistas e conectivistas.
• Computador como comunicador – o computador é considerado um meio para
se transmitir informação e se estabelecer comunicação, através de bancos de
dados e mensagens compartilhadas.

Título: Print de tela da Wikipédia – computador considerado como comunicador.


Fonte: extraída pela autora.

Percebe-se, pois, que o profissional da educação pode “lançar não” de múltiplas


possibilidades na área, desde que reconheça que a inserção de um SE em processos
formativos deve ser norteada pelas finalidades políticas e pedagógicos da atividade,
da disciplina, do curso, da escola etc. Nesse sentido, é necessário que ao utilizá-lo,
você assuma uma postura crítico-reflexiva e um fazer inovador.

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Para tanto, entendemos que torna-se essencial uma avaliação criteriosa que subsidie
a justificativa do uso de SEs, assunto para a nossa próxima aula.
Afinal, a utilização de softwares na educação não deve se sustentar na compreensão
de que esses são apenas mais uma tecnologia nas “mãos do professor”, mas um recurso
privilegiado que pode contribuir para a construção de uma nova prática educacional
que tenha como suporte maneiras de pensar e agir mais flexíveis, contextualizadas,
que tenham conexidade, conectividade e interatividade.

10.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Tratamos, nesta aula, sobre a utilização de softwares na educação, considerando-se


algumas de suas definições, de seus tipos e finalidades de uso pedagógico.
Nesse contexto, percebemos que são muitas as alternativas de softwares que
podemos “lançar mão”, não é necessário excluir qualquer uma delas, mas devemos
considerar quais são os objetivos projetados para o uso desse ou daquele programa
em processos educativos, certo?
Além do conhecimento acerca dos tipos de softwares apresentados em nosso
encontro de hoje, é extremamente necessária uma avaliação assertiva na área. Assim
sendo, em nossa próxima aula, abordaremos importantes critérios de análise de um
software educativo.

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AULA 11
AVALIAÇÃO DE
SOFTWARES EDUCATIVOS
– TENDÊNCIAS ATUAIS

11.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Em nossa última aula, discorremos sobre softwares na educação (SEs) considerando-


se definições, tipos e finalidades. Destacamos que, independentemente do programa
escolhido, é preciso que esse esteja em sintonia com as finalidades político-pedagógicas
almejadas e, especialmente, com uma formação crítica e criativa dos alunos.
Assim, dando continuidade as nossas discussões na área, neste encontro,
apresentaremos alguns critérios de análise para a avaliação de SEs. Importante pontuar
que não existem consensos absolutos com relação a esses critérios. Dessa forma,
a categorização analítica aqui apresentada deve servir como um guia para as suas
escolhas e não como uma verdade absoluta. Afinal, tal como sempre temos ressaltado,
é necessário contextualizar qualquer escolha que fazemos em prol dessa ou daquela
pedagogia, não é mesmo?
Contudo, também, sabemos que há estudos e pesquisas relevantes na área, os
quais precisamos conhecer e considerar.
Então, vamos conhecê-los.

11.2 CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DE UM SE

Você já observou o quanto somos seres perceptivos, analíticos e críticos, capazes


de estabelecer relações entre fatos, fenômenos e contextos? Pois bem... ao constatar
a não indiferença entre as realidades, estabelecemos critérios para orientar as nossas
ações.
Ferreira (1995) diz que critério é aquilo que serve de base para apreciação, comparação
e julgamento. Para Rocha & Campos (2013), é aquilo que vai definir atributos possíveis

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para que algo possa ser avaliado. Moreira et al. (2001, p.124) conceituam critérios
“como referenciais por meio dos quais procedemos à avaliação de nós mesmos e de
tudo aquilo com que interagimos, seja contexto, objeto ou pessoa.”
No caso da avaliação de um software educativo (SE), essa deve acontecer, se
possível, desde o planejamento inicial de produção desse sistema, ou seja, antes
mesmo da sua criação. Nesses termos, Moreira et al. (2001, p. 120) considera que

no caso de o usuário ser o sistema educacional, seria interessante que


o software passasse por comissões avaliadoras, o que viabilizaria a
indicação do produto como adequado, ou não, para ser utilizado na rede
escolar. É importante também que cada escola proceda a avaliação
do software, tendo em vista a apreciação de seus professores, no
que se refere a adequabilidade do uso desse instrumento como
ferramenta de apoio ao seu trabalho educacional e considerando
o seu próprio projeto pedagógico. Vale a pena ressaltar que essas
comissões devem ser constituídas por educadores e especialistas
capazes de, num esforço multidisciplinar, avaliar a possibilidade
efetiva de contribuição do produto para a prática pedagógica. É
importante destacar ainda que a participação de estudantes nessas
comissões, com o seu olhar de usuário, pode vir a ser um termômetro
da aceitação do SE pelo seu público-alvo.

Entende-se, pois, que a qualidade a ser atribuída ou não ao programa tem a ver
com o seu contexto de uso, ok?
Contudo, nem sempre, ou quase nunca, é possível participarmos efetivamente do
planejamento de produção do software, não é mesmo?
Nesse sentido, e considerando-se a multiplicidade de programas disponíveis no
mercado e em repositórios virtuais educacionais, por exemplo, é preciso selecionar
aqueles que mais se adequarão às nossas necessidades. E aqui torna-se essencial
pensarmos em alguns critérios de análise.

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ANOTE ISSO

Repositórios virtuais educacionais são espaços de armazenamento para a


disponibilização de recursos educacionais, os quais podem ser de origem
proprietária ou de utilidade pública.

Título: Print da tela inicial da “Plataforma MEC de Recursos Educacionais Digitais”.


Fonte: extraída pela autora de https://plataformaintegrada.mec.gov.br/.

Título: Print da tela inicial do “Banco Internacional de Objetos Educacionais”.


Fonte: extraída pela autora de http://objetoseducacionais.mec.gov.br/#/inicio.

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Do ponto de vista pedagógico, alguns aspectos são relevantes para pensarmos


sobre a escolha de um SE:
• ter uma arquitetura aberta, permitindo a inserção do pensamento do usuário num
processo ativo de produção, no qual ele seja o sujeito que elabora considerações
capazes de contribuir para a construção de conhecimentos;
• favorecer a capacidade de elaboração e criação do conhecimento a partir da
ação-reflexão-ação;
• possibilitar o registro e a consulta das ações desenvolvidas, permitindo o
processo de depuração;
• ampliar a capacidade científica, cultural e estética;
• permitir que o aluno tenha o controle sobre suas experiências, e apresentar
desafios em atividades que oportunizem o levantamento de hipóteses, a interação,
a reflexão, a troca e a construção do seu conhecimento;
• desafiar a reflexão, possibilitando ao usuário buscar, construir, avaliar e valorizar
sua produção;
• possibilitar múltiplos caminhos para solução dos problemas;
• favorecer a utilização interdisciplinar;
• apresentar atividades variadas, contemplando os diversos níveis de complexidade;
• instigar a procura de outras informações em diferentes fontes de pesquisa;
• favorecer integração e compromisso ético entre conhecimento e realidade social
para a solução dos problemas;
• respeitar, nas informações que serão base para a formação do conhecimento,
o contexto cultural de cada região, não omitindo especificações que são
fundamentais para o reconhecimento e valorização da cultura local; e
• apresentar recursos multimídia quando esses favoreçam à construção do
conhecimento e não como mero efeito decorativo.

Já do ponto de vista técnico, eis alguns aspectos:


• ser adequado ao equipamento disponível nos respectivos ambientes de ensino;
• ser de fácil instalação e desinstalação;
• ser interativo em relação a diferentes opções de manuseio;
• oferecer recursos multimídia/hipermídia;
• fornecer manual de utilização;
• possibilitar integração com a Internet;

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• possuir integração com outros softwares (ambientes virtuais);


• ser aberto a correções e inclusões permitindo a atualização de versões; e
• ser total e corretamente traduzido para o português do Brasil.

A avaliação e escolha de um SE podem ser pensadas sob um conjunto de critérios


pedagógicos e técnicos que considere alguns ou todos os pontos aqui elencados,
certo? Dessa forma, você pode considerar nesse processo os conteúdos abordados
pelo programa; sequência de apresentação dos exercícios (aleatória ou linear); feedback
ao erro; faixa etária a que se destina; adequação da linguagem; apresentação das
informações etc e equipamento necessário; mídia presentes; compatibilidades,
agradabilidade visual; facilidade de navegação etc.

ANOTE ISSO

No caso da avaliação de um SE, faz-se necessário frisar que determinado programa


pode não atingir determinado critério, porém isso não é suficiente para indicar que
não tenha qualidade. Assim, o avaliador deve usar de sua ponderação quando
analisar determinado software.

No intuito de organizar os critérios aqui elencados em categorias de análise,


apresentamos o quadro 1.

Quadro 1 Categorias de análise de um SE


Fonte: elaborado pela autora.

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Ao que concerne a categoria “Interação aluno-SE-professor” é importante esclarecer


que essa engloba a presença ou não de instruções para a utilização do programa,
tais como esclarecimentos em linguagem acessível, disponíveis em ícones, sobre as
suas ferramentas e interfaces. Podemos aqui verificar se há um índice geral; índices
auxiliares; se a navegabilidade é intuitiva de forma que o usuário acesse, com facilidades,
os recursos do programa; se existem recursos motivacionais que envolvam desafios,
atratividade, ludicidade, interatividade, mas sem desviar a atenção do usuário daquilo
que mais importa naquele momento; se existe orientações didáticas acerca do seu uso.
Na categoria “Fundamentação Pedagógica”, vale a pena tentar verificar quais teorias
de aprendizagem subsidiam o programa para, então, saber se ele está ou não em
sintonia com o desenvolvimento pedagógico da atividade educativa que pretende
utilizá-lo.
Já na categoria “Conteúdo”, devemos nos atentar para a sua adequação à produção
contemporânea na área, tendo em vista pesquisas e legislações. Por exemplo: caso
o SE tenha como público-alvo alunos de algum nível da Educação Básica (Educação
Infantil, Ensino Fundamental ou Ensino Médio), ele atende as orientações da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC)?
E, por fim, na categoria “Programação”, devemos, ainda, ficar atentos para questões
relacionadas à operacionalidade; custo/benefício; presença de documentação confiável
- manual técnico, guia de apoio para o professor, manual do usuário, dentre outros.

ISTO ESTÁ NA REDE

Veja que interessante este vídeo “Avaliação de softwares educacionais”, o qual


apresenta resultados de pesquisas na área, acessando https://www.youtube.com/
watch?v=9F1jyJT4LJQ.

Agora que já conversamos sobre aspectos técnicos e pedagógicos a serem


considerados na avaliação de um SE, que tal verificarmos um instrumento para a sua
análise? Para tanto, apresento um guia que pode te ajudar nessa avaliação, ok? Assim,
peço que analise, atentamente, o formulário seguinte, e o utilize quando considerar
relevante.

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FORMULÁRIO

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE SOFTWARE

Nome do software:

Endereço para acesso:

Assunto principal do software e áreas temáticas:

Público-alvo:

( ) Educação Infantil ( ) Educação de Jovens e Adultos

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Profissionalizante

( ) Ensino Médio ( ) Educação Corporativa

( ) Ensino Superior ( ) Gestores escolares

( ) Outros

Objetivo do software:

Imagem da página de abertura do software

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DIMENSÃO TÉCNICA

ESCALA DE AVALIAÇÃO

1 2 3 4 5 6
CATEGORIA SELECIONADA Excelente

Fraco

As páginas do software estão elaboradas de forma


atrativa, convidando o usuário para maior exploração.

As páginas estão planejadas e apresentadas com


clareza, podendo ser explorada com sucesso pelos
usuários.

O usuário pode mover-se pelo programa com facilidade


sem se sentir confuso ou perdido.

Todos os links estão claramente definidos e rotulados e


servem a propósito facilmente identificados.

As figuras, os sons, vídeos e outros recursos gráficos


e sonoros estão claramente definidos e identificados.

As figuras, os sons, vídeos e outros recursos gráficos e


sonoros servem a propósitos claros e apropriados ao
público alvo.

As figuras, os sons, vídeos e outros recursos gráficos e


sonoros ajudam os estudantes a alcançar os objetivos
desejados quando usam este software.

Esse programa pode ser totalmente explorado pelos


estudantes em aula de 50 minutos.

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DIMENSÃO PEDAGÓGICA

ESCALA DE AVALIAÇÃO

1 2 3 4 5 6 Excelente
CATEGORIA AVALIADA

Fraco

Este software oferece informação relevante de


acordo com objetivos que busca atingir.

A informação está claramente definida e organizada


e pode ser facilmente compreendida pelos
estudantes.

O conteúdo do programa tem valor de acordo com


seus objetivos e é apropriado para os possíveis
usuários.

As fontes de informação são identificadas


claramente.

As fontes de informação são confiáveis.

O conteúdo está livre de erros ou os erros serão


claramente reconhecidos pelos estudantes.

O software possibilita interatividade, tais como


recursos comunicacionais e/ou para tirar dúvidas.

O software foi construído de forma a estimular o


questionamento e a resolução de problemas.

O software apresenta além de textos para leitura,


atividades práticas e orientações para atividades
em grupo.

A imaginação dos usuários é estimulada/desafiada


pelo programa.

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ANÁLISE
A soma do número de pontos atribuídos ao software poderá ser utilizada para
classificá-lo conforme as categorias seguintes:

Número de pontos Classificação/descrição do software


obtidos

18-36 Este software contém pouca informação relevante com abordagem pedagógica
limitada, bem como apresenta problemas de design e de navegação. Este
programa pode ser uma alternativa apenas no caso de não haver outros
recursos disponíveis. Ë aconselhável que o uso do software pelo estudante seja
bem orientado.

37-54 Embora exista informação útil neste programa, há também algumas limitações
quanto à abordagem pedagógica, ao design e à navegação. Sua contribuição
mais efetiva para os objetivos de aprendizagem estará numa orientação para
toda a classe na qual a sua exploração será guiada e os estudantes serão
envolvidos no trabalho.

55-72 O programa contém informação que tem aspectos relevantes, mas há também
poucas limitações quanto ao design e à navegação e mesmo quanto à
abordagem pedagógica. Uma orientação mais estruturada poderá ajudar os
estudantes a alcançar os objetivos de aprendizagem, trabalhando de forma
autônoma ou em pequenos grupos.

73-90 O software contém bom material e conteúdo com abordagem pedagógica


apropriada e com design e navegação propícios. Uma orientação mais específica
ajudará os estudantes a alcançar os objetivos de aprendizagem trabalhando de
forma autônoma ou em pequenos grupos.

91-108 O software está bem planejado, conta com uma abordagem pedagógica bem
apropriada e com design e navegação propícios. Efetivamente pode contribuir
para o alcance de objetivos de aprendizagem. Pode ser usado com orientações
gerais do professor e parece apropriado para exploração livre pelos estudantes,
trabalhando de forma autônoma ou em pequenos grupos.

Fonte: adaptado de Gontijo (2019).

11.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Vimos, na aula de hoje, que a inserção de um software em processos educativos


não pode ocorrer de forma aleatória, mas fundamentada em determinados critérios
de análise. Para tanto, discorremos acerca de alguns critérios técnicos e pedagógicos,
os quais organizamos em categorias de análise de um SE.
Entendemos que a utilização de um SE pode se situar em perspectivas inovadoras
para novas formas de aprender e ensinar. Contudo, isso requer que em contextos reais

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de aprendizagem, os atores envolvidos analisem, permanentemente, a coerência do


programa às teorias de aprendizagem norteadoras da pedagogia em ação.
Nesse sentido, pensamos que devemos sempre nos perguntar: o que podemos
aprender através das telas?
Para dar continuidade à essas nossas discussões, na próxima aula, trataremos do
uso de computadores e outros recursos multimídia na educação, mas agora focando
em sugestões de ferramentas.

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AULA 12
USO DE COMPUTADORES
E OUTROS RECURSOS
MULTIMÍDIA NA EDUCAÇÃO –
SUGESTÕES DE FERRAMENTAS

12.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Nas últimas aulas, tratamos sobre softwares na educação (SEs), dialogando com
definições, tipos, finalidades e critérios de análise para o seu uso apropriado em
contextos educativos.
A proposta é que, na aula de hoje, foquemos em exemplos de recursos tecnológicos
para que, nas duas próximas aulas, possamos discorrer acerca de planos de aulas e
projetos de ensino intermediados por essas tecnologias, combinado?
Continuemos, então, o nosso caminho rumo ao aprimoramento dos nossos
conhecimentos na área. Lembrando, sempre, que as inovações só fazem sentido quando
guiadas com criatividade e criticidade, tal como requer uma educação conscientizadora.

12.2 PONTUAÇÕES ACERCA DO TRABALHO PEDAGÓGICO COM RECURSOS


MULTIMÍDIA

Para iniciar a nossa conversa, quero assinalar que, apesar do encantamento que,
por vezes, as tecnologias, especialmente os recursos multimídia, provocam em nós, é
preciso atuar com pertinência ao escolher e usá-las em nossas atividades pedagógicas.
Afinal, tal como já sabemos o uso do computador ou qualquer outro recurso tecnológico
e midiático não provoca mudanças substantivas na educação. Essa só ocorrerá se os
utilizarmos no contexto de uma pedagogia construtivista e conectivista, por exemplo.
Contudo, também, precisamos lembrar que a formação para o uso das tecnologias,
com destaque para o computador e a Internet, é um direito dos alunos. Nesses termos,
a lei n. 9.394 que define as diretrizes e bases da educação nacional (LDB 9394/96)

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(BRASIL, 1996, s/p), destaca como direito fundamental “a compreensão do ambiente


natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores que os
fundamenta”.
No mesmo bojo, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) pontuam que
“[...] as novas tecnologias da comunicação e da informação permeiam o cotidiano,
independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que
precisam ser analisadas no espaço escolar”. (BRASIL, 1997, p. 24).
Assim sendo, precisamos considerá-las apropriadamente na educação. Para tanto,
é importante que, ao fazer isso, você se pergunte inicialmente: por que e para que
decidi usar essa ou aquela tecnologia nestes processos ensino-aprendizagem?
Imagine a seguinte situação: em uma aula de Matemática, em uma escola considerada
tradicional, os alunos estão aprendendo a tabuada de multiplicação. Em uma dada
aula, a professora apresenta, para os alunos, a tabuada de multiplicação por 5, e pede
para que eles repitam: 5 X 1 = 5; 5 X 2 = 10; 5 X 3 = 15 etc.

Título: Imagem de uma tabuada de multiplicação em um quadro.


Fonte: elaborada pela autora.

Já em uma escola considerada inovadora, em uma situação semelhante...

Título: Imagem de uma tabuada de multiplicação projetada em uma tela multimídia.


Fonte: elaborada pela autora.

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Você percebe alguma diferença nas atividades empreendidas pelas professoras


das escolas consideradas tradicional e inovadora?
Pois bem... devemos usar o computador ou qualquer outro recurso multimídia para
agregar valor às práticas pedagógicas, e não apenas para reproduzir modelos de uma
educação “bancária”, nos termos freirianos, não é mesmo?

ISTO ESTÁ NA REDE

Assista o vídeo “Paulo Freire e tecnologias na educação”, o qual traz discussões que
tangenciam conceitos da obra freiriana ao uso de tecnologias em processos ensino-
aprendizagem.

Para tanto, é muito importante que você, inicialmente, verifique o domínio tecnológico
dos alunos e, caso constate que há discentes com pouca, ou nenhuma, intimidade
com as tecnologias, propicie situações para que eles se familiarizem com recursos
disponíveis em computadores, por exemplo. Afinal, apesar da narrativa de que
vivemos em uma sociedade totalmente informatizada e hipermidiática, não são todas
as pessoas que têm pleno acesso aos seus recursos tecnológicos. Contudo, não
estamos aqui sugerindo um trabalho pedagógico focado na leitura de manuais para
a sua operacionalização, mas na tríade – cultura digital, pensamento computacional,
tecnologia digital – requerida para os atores educacionais no contexto da Educação
4.0, tal como vimos em nossa terceira aula.
Saiba que é válido trabalhar com ferramentas para elaboração de textos, tais como
Microsoft Word, OpenOffice, LibreOficce, Google Docs; para elaboração de planilhas,
tais como Microsoft Excel, LibreOffice, Planilhas Google, Gnumérico; para apresentação,
tais como Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Canva, Prezi; dentre outras. E,
também, programas para produção, edição e compartilhamento de vídeos, tais como
Windows Movie Maker, OpenShot e OBS Studio; além de recursos disponíveis em
celulares, é claro. Ferramentas que denominamos como softwares aplicativos.
Esses, dentre tantos outros recursos, apesar de não terem sido produzidos para fins
pedagógicos, podem ser utilizados na educação, certo? Dentre tantas possibilidades
para a produção e compartilhamento de vídeos e áudios, por exemplo, é preciso destacar
as redes sociais, especialmente aquelas em que podemos utilizar via smartphone,
tais como o TikTok.

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Esclarecemos que redes como o TikTok logo caíram nas graças das pessoas,
especialmente de crianças e jovens, em escala planetária. Essas redes permitem
que as pessoas acessem conteúdos lá publicados, vídeos curtos, com cerca de 15 a
60 segundos em média. E, também, postem vídeos autorais. Tudo de forma gratuita.
Os vídeos nelas postados tratam dos mais diferentes assuntos, produzidos, em geral,
com muito humor e criatividade. Possivelmente por isso fazem tanto sucesso com as
crianças e os jovens, tendo em vista que dialogam de forma muito direta e assertiva
com as suas linguagens.
Nesse sentido, essas redes podem contribuir, e muito, com a educação. Como? Por
exemplo: podemos pedir para que os alunos realizem algum tipo de experimento químico
(que tal uma receita de bolo?) ou físico (que tal o ciclo da água?), gravem e postem o seu
conteúdo em alguma dessas redes. Podemos,
ainda, organizar um sarau virtual, em que os
estudantes possam compartilhar vídeos com
apresentações variadas. As possibilidades são
inúmeras. Contudo, lembre-se que essas redes
não são indicadas para menores de 13 anos,
e que se forem trabalhar com adolescentes, é
necessário orientá-los a criar um perfil privado.
Ressaltamos, ainda, que o uso dessas redes
na educação é potente não só por dialogar
com os estudantes, mas por contribuir
com a construção de diversas habilidades
e competências, tais como: planejamento;
organização de cenário, figurino, narrativa
e áudio; desenvolvimento de expressões
corporais e emocionais; ampliação da
linguagem; dentre outras.
Enfim... que tal experimentar essas redes
em suas práticas educacionais? Afinal,
também, temos o compromisso de ajudar
muitos estudantes a ressignificarem o uso
que fazem dessas redes, entre outros recursos
tecnológicos e midiáticos, certo?
Título: Imagem de meninas gravando um vídeo.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-encantador-cativante-lindo-6003075/

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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Conheça uma experiência super bacana, lendo o relato “Etapas da produção


de vídeos por alunos da Educação Básica: uma experiência na aula de
matemática”, publicado na Revista Brasileira de Educação Básica, acessando
https://pensaraeducacao.com.br/rbeducacaobasica/wp-content/uploads/
sites/5/2017/02/10-COMO-PRODUZIR-VI_DEOS-COM-ALUNOS-DA-EDUCAC_A_O-
BA_SICA.pdf.

Além dos recursos supracitados, vale a pena conhecer e explorar ferramentas para
a manipulação visual, tais como Microsoft Paint ou Br Office Draw, pois são bastante
intuitivos e passíveis de se trabalhar diferentes desenhos e figuras. Que tal fazer uma
selfie (possibilidade de autorretrato contemporâneo) e editá-la com os alunos? Que
tal transferi-la, após a edição, para o PowerPoint e introduzir recursos de animação
na mesma?

Título: Print de tela do PowerPoint, com recursos para inserção de animações.


Fonte: extraída pela autora.

Também é interessante “lançar mão” de bibliotecas e enciclopédias eletrônicas


para o desenvolvimento de pesquisas; programas de investigação para localização de
informações confiáveis; programas de simulação, os quais nos permitem reconstruir

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ambientes, modelos, processos em movimentos tridimensionais, sendo que o usuário


poderá manipulá-los, considerando-se variáveis e parâmetros definidos.
Os jogos educacionais são outra opção sensacional que temos, pois nos permitem
trabalhar de maneira lúdica os mais diversos tipos de conteúdos e desenvolver
junto aos alunos habilidades e competências de raciocínio lógico, leitura e escrita,
socioemocionais, dentre outras.
Destacamos aqui a linguagem de programação Logo, a qual, inicialmente desenvolvida
por Seymour Papert, para crianças, nos permite trabalhar de forma investigativa, lúdica
e ativa com os mais diversos conteúdos com os mais diferenciados públicos, inclusive
com pessoas com deficiências cognitivas.

ISTO ESTÁ NA REDE

Ficou curioso? Assista o tutorial da linguagem de programação – Linguagem Logo”,


disponível em https://www.youtube.com/watch?v=uyoft9B2HHI. E bora explorá-la,
usá-la e aprender mais sobre ela, ok? Vale a pena.

Outro recurso computacional que temos ao nosso dispor é a robótica. De acordo


com Stippe (2009, p. 1):

Na área educacional, a aplicação de robôs permite explorar a


atividade científica, a criatividade dos alunos, introduzir conceitos de
matemática, lógica, mecânica, eletrônica, desenvolver a capacidade
de resolução de problemas, promover a integração de experiências
em sala de aula [...].

Você pode encontrar recursos, tais como os pontuados aqui, em diversos repositórios
virtuais educacionais, ok? Nesses termos, veja a lista, com algumas sugestões, que
organizei para você.

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Programa Principais especificação do Programa Link para acesso


https://www.duckduckmoose.com/
Chatterpix Inserção de animações em imagens e
educational-iphone-itouch-apps-for-
Kids ilustrações.
kids/chatterpixkids/
Exploração geográfica e geológica da Terra https://www.biointeractive.org/
EarthViewer
ao longo dos seus quatro bilhões de anos. classroom-resources/earthviewer
Monitoramento de interações e
Equity Maps participações através de gráficos https://equitymaps.com/
(Analytics).
Criação de cenas com animais, emojis e
Figment AR https://viromedia.com/figment
objetos animados.
Green Screen Criação e edição de vídeos e fotos de
http://www.doink.com/description
by Do Ink forma a incluir personagens variados.
Descrição básica, média e avançada de http://sciencenetlinks.com/tools/icell-
iCell
animais, bactérias ou células. app/
Khan Manipulação de letras, formas e números
https://www.khanacademy.org/
Academy Kids de forma criativa.
Quadro magnético digital para trabalhos
Mixerpiece http://mixerpiece.com/
com a história da Arte.
Elaboração de planejamentos, com
inclusão de documentos PDF, fotos,
apresentações PPTs e/ou recursos
Nearpod https://nearpod.com/
interativos, tais como passeios virtuais,
objetos 3D, questionários, pesquisas,
perguntas abertas etc.
PBS Kids Criação de jogos, estórias e animações https://pbskids.org/apps/pbs-kids-
Scratch Jr. interativas. scratchjr.html
Criação de quizzes e jogos para
Quizlet https://quizlet.com/pt-br/mobile
dispositivos móveis.
Experiência interativa de realidade virtual
Sites em VR em lugares históricos, culturais e religiosos http://sitesinvr.com/
ao redor do planeta.
Resolução de quebra-cabeças, alterando,
inclusive mundos do Minecraft,
Tynker https://www.tynker.com/mobile/
programando robôs e drones e jogos
personalizados.
Construção de blocos, espécie de Lego
Minecraft para https://www.minecraft.net/pt-br/
virtual, para os alunos construírem casas,
Educação download
castelos ou até mesmo uma cidade inteira.
Scratch Criação de animações, estórias e jogos. https://scratch.mit.edu/
Acompanhamento do desempenho dos https://plickers.br.uptodown.com/
Plickers
alunos e personalização do ensino. android/download
Quadro 1 Lista de programas educacionais, com especificação e link para acesso
Fonte: elaborado pela autora, com base nos sites apresentados.

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Sugiro, ainda, que você explore e sempre acompanhe a inclusão de novos


recursos educacionais nos portais: http://objetoseducacionais.mec.gov.br/; http://
portaldoprofessor.mec.gov.br/ e http://www.dominiopublico.gov.br.

ISTO ESTÁ NA REDE

Quer mais dicas? Então, acesse os sites “300 softwares educacionais livres” através
do link http://blog.brasilacademico.com/2015/02/300-softwares-educacionais-livres.
html e “Software Livre na Educação” através do link https://softwarelivrenaeducacao.
wordpress.com/softwares-livres-educacionais/.

Por fim, quero destacar um recurso que tenho utilizado e que tem sido bastante
exitoso que é o Google Jamboard. O Google Jamboard é um quadro branco inteligente e
colaborativo, o qual você pode utilizar para realizar diversas tarefas de forma presencial
ou on-line. Que tal explorá-lo através do link: https://edu.google.com/intl/ALL_br/
products/jamboard/.

Título: Print de tela do Google Jamboard.


Fonte: extraída pela autora.

Para terminar a nossa aula de hoje, quero lembrar a você a importância do laboratório
de informática na escola ou em qualquer outro espaço educativo. Dessa forma, além de
buscarmos negociar junto aos gestores condições adequadas para a sua infra-estrutura
e a aquisição de equipamentos e softwares pertinentes às atividades educativas nele

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realizadas, é fundamental um trabalho de conscientização sobre o seu uso, também,


pedagógico, ok?

Título: Sala de informática em uma escola.


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/classe-categoria-elegancia-curticao-7742817/

12.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Pontuamos, nesta aula, algumas considerações acerca do uso do computador e


outros recursos multimídia na educação, com destaque para alguns exemplos de
ferramentas.
Contudo, não gostaria que você se assustasse diante do universo tecnológico e
midiático que se apresenta e se anuncia, pois, em seu contexto, é impossível conhecer/
dominar todas as ferramentas, diariamente, produzidas.
Assim sendo, sugiro que você continue nesta busca permanente por conhecimentos
na área, e se aperfeiçoe em alguns recursos que considerar mais relevantes para a
sua realidade, ok?
Então, prosseguindo em nosso caminho, na próxima aula, trataremos de planos de
aulas intermediados por tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs).

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AULA 13
PLANOS DE AULAS COM TICS

13.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Nas últimas aulas, abordamos o uso de computadores e outros recursos multimídia


na educação, com destaque para a utilização de softwares educacionais (SEs).
Constatamos que são muitas as possibilidades tecnológicas em contextos educativos.
Contudo, é preciso assinalar que não é imprescindível que o professor, ou qualquer
outro profissional da educação, “lance mão” de tecnologias sofisticadas para usufruir
das suas contribuições em processos ensino-aprendizagem inovadores no contexto
da Educação 4.0, e para alcançar os seus objetivos em espaços educativos formais
e/ou informais.
Dessa forma, em nosso encontro de hoje, discorreremos sobre planos de aulas
com tecnologias de informação e comunicação (TICs), apresentando, inclusive,
possibilidades de aulas com tecnologias bastante acessíveis.

13.2 PLANEJAMENTO DE AULAS COM TECNOLOGIAS EM ESPAÇOS EDUCATIVOS


FORMAIS E/OU INFORMAIS

Em nossa oitava aula, conversamos sobre os tipos de planejamento na educação –


planejamento educacional, planejamento curricular, planejamento ensino-aprendizagem.
Lembra?
Quando tratamos de aulas, estamos nos referindo ao planejamento ensino-
aprendizagem seja em espaços educativos formais ou informais. Você sabe a diferença
entre eles? Vamos distinguir a educação formal, informal e não formal? Para tanto,
observe, com atenção, o quadro 1.

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Educação Formal Informal Não formal

Características Definida e organizada Atividades pedagógicas, Processos que ocorrem


principais pela legislação e ou seja, com uma ao longo da nossa vida,
sistemas nacional, intencionalidade formativa, sem uma pedagogia
estaduais e municipais ocorridas fora do âmbito explícita, sem uma
de educação. formal, e que podem intencionalidade
certificar os estudantes formativa definida.
ou emitir uma declaração
da sua participação na
atividade.

Exemplos Educação Infantil, Cursos de extensão; Conversas; observações


Licenciatura em palestras; visita a Museus, não dirigidas;
Pedagogia etc. bibliotecas, cinematecas contemplações;
etc. leituras para lazer e
entretenimento etc.

Espaços Escolas/colégios Escolas que ofertam Família; clube; praças;


das redes nacional, cursos profissionalizantes rua; barzinho etc.
estaduais e e/ou preparatórios;
municipais de ensino; museus; galerias; teatros
Universidades; etc.
Institutos de Ciência e
Tecnologia etc.
Quadro 1 Definição e exemplos de educação formal, informal e não formal
Fonte: elaborado pela autora.

Título: Imagem de um espaço educativo formal.


Fonte: https://presencial.uca.edu.br/instituicao/historia

Título: Imagem de um espaço educativo informal.


Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/b/professor-e-estudantes-no-louvre-98147396.jpg

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Título: Imagem de um espaço educativo não formal.


Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/b/charleston-farmers-market-55272873.jpg

Pois bem, desenvolvemos planejamento ensino-aprendizagem para ser implementado


em espaços educativos formais e/ou informais, certo?
O seu planejamento de ensino sempre estará articulado a uma didática, a qual traduz
a sintonia que construímos entre as finalidades do ensinar, considerando-se questões
de natureza política-ideológica, ética, psicopedagógica, epistemológica, dentre outras,
e os modos de se efetivar o ensino (PIMENTA & ANASTASIOU, 2002).
Dessa forma, em todo processo didático, é preciso que se defina estratégias de
ensino-aprendizagem. Estratégia pode ser considerada como o plano, o meio, o método
que você define para alcançar determinados objetivos. Por exemplo: se você tem como
objetivo que os alunos alcancem o objetivo “distinguir fontes de pesquisa confiáveis
de não confiáveis na Internet”. Você pode, por exemplo, desenvolver com eles rodas
de conversas sobre fake News e plágios; pesquisas, com base em fontes confiáveis,
tais como bibliotecas digitais, revistas renomadas, institutos governamentais e de
pesquisa, dentre outras; elaborar um mural no Padlet sobre os achados etc.
Contudo, é muito importante que você se lembre que, às vezes, a estratégia projetada
não será a mais adequada quando posta em ação. Dessa maneira, a dinâmica dos
contextos, dos cenários, dos sujeitos pode demandar uma contínua adaptação dessas
estratégias, o que chamamos de lógica da adaptação da geração de estratégias, tal
como você pode perceber, analisando a figura seguinte.

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Título: Lógica da adaptação da geração de estratégias


Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Mintzberg e Quinn (2001).

Para definirmos as estratégias que consideramos mais adequadas para dada


atividade educativa, é preciso ter em mente quais objetivos queremos que o aluno
alcance, certo? Lembre-se aqui das nossas discussões acerca dos objetivos cognitivos
e socioemocionais, com destaque para a Taxonomia de Bloom ou Dos Objetivos
Educacionais.
E no caso da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino
Médio), lembre-se da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

ISTO ESTÁ NA REDE

Para conhecer e estudar o documento da BNCC, acesse http://basenacionalcomum.


mec.gov.br/.

Se atente para esta fábula criada por Mager (1972, p. 89) para refletirmos sobre a
relação objetivos e estratégias:

Certa vez um cavalo marinho pegou suas economias e saiu em busca de


fortuna. Não havia andado muito, quando encontrou uma águia que lhe
disse: Bom amigo. Para onde vai? Vou em busca de fortuna, respondeu
o cavalo marinho com muito orgulho. Está com sorte, disse a águia. Pela
metade de seu dinheiro deixo que leve esta asa, para que possa chegar mais
rápido. Que bom! Disse o cavalo marinho. Pagou-lhe, colocou a asa e saiu
como um raio. Logo encontrou uma esponja, que lhe disse: Bom amigo. Para
onde vai com tanta pressa? Vou em busca de fortuna, respondeu o cavalo
marinho. Está com sorte, disse a esponja. Vendo-lhe este scootter (veículo
que anda muito rápido) de propulsão por muito pouco dinheiro, para que
chegue mais rápido. Foi assim que o Cavalo Marinho pagou o resto do seu
dinheiro pelo scootter e sulcou os mares com velocidade quintuplicada.
De repente encontrou um Tubarão que lhe disse: para onde vai, meu bom
amigo? Vou em busca de fortuna, respondeu o cavalo marinho. Está com
sorte. Se tomar esse atalho disse o tubarão, apontando para sua imensa
boca, ganhará muito tempo. Está bem eu lhe agradeço muito, disse o cavalo
marinho e se lançou ao interior do tubarão, sendo devorado. (Grifos nossos)

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Outro ponto que quero destacar é a avaliação, pois ela é um guia para todo e
qualquer processo pedagógico, tal como já discutimos, não é mesmo?
A avaliação, especialmente a formativa, em qualquer espaço educativo, em qualquer
nível de ensino e mesmo na educação corporativa, é essencial para saber se o aluno
está ou não se desenvolvendo, e como podemos criar estratégias mais adequadas
para trabalhar com ele.
Nesse sentido, ressalto a ferramenta avaliativa denominada portfólio. O portfólio, tal
como vimos, é uma atividade na qual você e/ou os estudantes registram aprendizagens,
reflexões, análises, comentários sobre estudos e pesquisas sobre um determinado
assunto, através da inserção/colagem de textos/desenhos, imagens, dentre outros,
em um caderno, pasta ou qualquer outro suporte. Caso ele seja feito de forma digital,
poderão ser inseridos, ainda, vídeos, músicas, links de notícias variadas etc. Nesse
caso, chamamos de portfólio virtual ou webfólio. Com ele, você terá boas condições
de acompanhar o envolvimento, a participação e o progresso do aluno, ok?

Título: Imagem de um possível portfólio.


Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/b/fontes-do-caderno-e-de-escrit%C3%B3rio-19043534.jpg

Destacando esses pontos que me parecem fundamentais para planejarmos a


nossa atividade educativa, eu te pergunto: em seu planejamento de processos ensino-
aprendizagem, em que você pensa, ou pensaria, primeiro? Como você faz, ou faria, o seu
planejamento? Vejamos como, em geral, os professores organizam o seu planejamento.

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Título: Modelo possível de planejamento de ensino-aprendizagem.


Fonte: elaborada pela autora.

Constate que os conteúdos aparecem no centro do fluxo de planejamento. Há,


ainda, professores que pensam primeiro nas atividades. Localizam alguma atividade
que consideram bacana e decidem trabalhá-la, mas sem situá-la no processo de
desenvolvimento global do aluno. Muitas vezes, ainda, essas atividades são descoladas
da avaliação. Por exemplo: propõem uma atividade em sala que o estudante deve
identificar alguma coisa, tal como um conceito sobre virtualidade, e na avaliação
requerem que ele crie alguma coisa, tal como um espaço virtual - um blog.
Lembremos, sempre, da hierarquia dos objetivos, e que a avaliação deve estar em
sintonia com os objetivos trabalhados em determinada atividade, ok?
Esse tipo de planejamento, historicamente, utilizado por nós, profissionais da
educação, tem demonstrado que não é suficiente para, realmente, alcançarmos os
nossos objetivos: a significativa aprendizagem dos estudantes, ou seja, a sua real
compreensão dos objetos/fenômenos da realidade na qual está inserido, e do mundo
da vida, em geral.
Com base nesse reconhecimento, Wiggins e McTighe (2019) criaram uma proposta
de planejamento denominada de “Planejamento Reverso” (Backward design) ou
Planejamento para a Compreensão.
A proposta do Planejamento Reverso tem como eixo central a ideia de “começar
pelo fim”. Mas o que seria isso, afinal? Bem… a ideia é que projetemos primeiro o que
queremos que os estudantes compreendam acerca de determinado tema ao final
das experiências de ensino-aprendizagem, ou seja, o que é essencial que ele aprenda.

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Afinal, como disse o gato para a Alice no país das maravilhas: “se você não sabe
para onde quer ir, qualquer caminho serve”.
Vale aqui um grande parênteses: estamos aqui falando de objetivos de aprendizagem
e não de ensino. Por exemplo: apresentar ou mostrar um gráfico tem mais a ver com
um objetivo de ensino. Já construir ou analisar um gráfico tem mais a ver com um
objetivo de aprendizagem. Certo?
Então, após a definição dos objetivos de aprendizagem, ou seja, daquilo que eu quero
que o aluno aprenda, partimos para a elucidação das evidências de aprendizagem, ou
seja, como eu vou saber que ele aprendeu. Observe que aqui se insere as questões
relativas à avaliação. Pergunte-se: quais as evidências poderão indicar que os resultados
foram alcançados? Como o estudante vai me mostrar o que aprendeu?
Por fim, definimos os conteúdos e as atividades a serem trabalhados com os
estudantes. Precisamos aqui responder: quais serão as experiências de ensino-
aprendizagem, em termos de conteúdos e atividades, mais significativas para se
alcançar os resultados almejados?
Nesses termos, analise o quadro 2 que apresenta a lógica do Planejamento Reverso.

Definição dos objetivos de aprendizagem

Os estudantes saberão...
Os estudantes serão capazes de...

Definição das evidências de aprendizagem

Quais performances e produtos irão revelar evi-


dências de aprendizagens...

Definição das experiências de aprendizagem

Quais experiências de ensino-aprendizagem leva-


rão ao alcance dos objetivos...
Como serão sequenciadas...

Quadro 2 Lógica do Planejamento Reverso


Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em Wiggins e McTighe (2019).

Vejamos um exemplo desse tipo de planejamento na prática. Pense na temática:


apresentação em público. Como você esboçaria um planejamento de aula acerca
dessa temática?
Analise o que eu trago para você no quadro 3.

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Objetivo de Evidência de Experiências de aprendizagem


aprendizagem aprendizagem

Ler textos sobre técnicas de apresentação


em público.
Apresentar um assunto,
Fazer uma com desenvoltura oral Assistir vídeos de especialistas da área.
apresentação em e corporal, para os
público. colegas ou para um Fazer um vídeo sobre um assunto x e publicar
público mais amplo. em uma rede social, tal como o TikTok.
etc, etc, etc.
Quadro 3 Esboço de um Planejamento Reverso na prática
Fonte: elaborado pela autora.

Em princípio, alguns podem até se assustar com a proposta, pois ela é reversa à
forma que estão acostumados a trabalhar. Contudo, quando atentamos para a sua
sequência, constatamos que ela faz total sentido. Daí é uma questão de tempo para
incorporarmos essa nova lógica. Mas para tanto, precisamos colocá-la em ação. Bora
tentar?
Considerando as nossas discussões até aqui, vamos pensar, especificamente, em
nossos planos de aulas?
Libâneo (2008, p. 241) apresenta uma proposta bem didática acerca das etapas
para a produção de um plano de aula, as quais estão em bastante sintonia com a
lógica do Planejamento Reverso.

1. O tema abordado: o assunto, o conteúdo a ser trabalhado.


2. A justificativa: o motivo de se trabalhar determinado assunto.
3. Os objetivos gerais a serem alcançados: o que os alunos irão
4. conseguir atingir com esse trabalho, com o estudo desse tema.
5. Os objetivos específicos: relacionados a cada uma das etapas de desenvolvimento
do trabalho.
6. As etapas previstas: mais precisamente uma previsão de tempo, onde o professor
organiza tudo que for trabalhado em pequenas etapas.
7. A metodologia que o professor usará: a forma como irá trabalhar, os recursos
didáticos que auxiliarão a promover o aprendizado e a circulação do conhecimento
no plano da sala de aula.
8. A avaliação: a forma como o professor irá avaliar, se em prova escrita, participação
do aluno, trabalhos, pesquisas, tarefas de casa etc.
9. A bibliografia: todo o material que o professor utilizou para fazer o seu planejamento.

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ANOTE ISSO
Sugiro que você pesquise sobre planos e projetos de ensino, assunto da
nossa próxima aula, nos estudos de José Carlos Libâneo, referência da área,
disponibilizados na Web.

Esclareço que existem diversos modelos de planos de aulas, algumas escolas utilizam
modelos próprios, mas todos têm basicamente as mesmas informações acerca da
aula planejada. Observe o plano de aula seguinte projetado para a Educação Infantil,
para ser utilizado na educação presencial, podendo ser adaptado para o ensino remoto.

PLANO DE AULA
Nome da escola Escola Estadual Criança Feliz
Turma Educação Infantil
Professor(a) Cynthia Rúbia Braga Gontijo
Campos de Experiências O eu, o outro e o nós.
Corpo, gesto e movimentos.
Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Tema Representando o meu personagem favorito – Parte 1
Tempo de aula 4-5 horas aula (h/a)
Data xx/xx/xxxx
Objetivos/Habilidades Exercitar a criatividade e imaginação.
➔ Desenvolver a expressividade por meio de linguagens audiovisuais.
Recursos/Materiais Smartphone
Duração 8 horas aula (h/a)
Desenvolvimento/Procedimentos Metodológicos
Sequência didática
Passo 1
Apresentar a proposta da aula para os alunos.
Pedir para os alunos contarem a estória de um livro, animação ou desenho que gostem muito, e
indicarem qual personagem mais gostam.
Passo 2
Explicar que eles terão um desafio: contar a história do seu personagem, do seu “super herói”, favorito
e gravar a apresentação, a qual deverá durar até 5min.
Passo 3
Organizar a turma e auxiliar os alunos na preparação e gravação dos vídeos.
Passo 4
Agendar uma data para a mostra dos vídeos, e convidar a família, via WhatsApp por exemplo, para
participar da apresentação dos vídeos.
Avaliação
Participação, atenção, colaboração e envolvimento com a tarefa.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Disponível
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021.
Quadro 4 Exemplo de um plano de aula para a Educação Infantil

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PLANO DE AULA
Nome da escola Escola Estadual Criança Feliz
Turma Educação Infantil
Professor(a) Cynthia Rúbia Braga Gontijo
Campos de Experiências O eu, o outro e o nós.
Corpo, gesto e movimentos.
Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Tema Representando o meu personagem favorito – Parte 2
Duração 5 horas aula (h/a)
Data xx/xx/xxxx
Objetivos/Habilidades Exercitar a criatividade e imaginação.
Desenvolver a expressividade por meio de linguagens audiovisuais.
Recursos/Materiais Computador com projetor.
Desenvolvimento/Procedimentos Metodológicos
Sequência didática
Passo 1
Relembrar à turma e aos seus familiares a proposta da atividade.
Estabelecer combinados com os alunos acerca da organização das apresentações, deixar claro que
cada um deverá ficar em silêncio para não prejudicar com ruídos a qualidade da exibição do vídeo do
colega.
Passo 2
Iniciar a sequência de apresentações dos vídeos.
Passo 3
Pedir para os alunos, a cada grupo de três apresentações, comentarem como foi produzir o vídeo, o
que acharam mais interessante e desafiador.
Passo 4
Encerrar a mostra de apresentações com agradecimentos a todos, e parabéns aos alunos pelo êxito
na atividade.
Avaliação
Participação, atenção, colaboração e envolvimento com a tarefa.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Disponível
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021.
Quadro 5 Continuidade da atividade
Fonte: elaborado pela autora.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Existem diversos sites na Internet em que você pode encontrar sugestões práticas
de planos de aulas bastante interessantes, incluindo aí ideias para avaliações
diagnósticas, formativas e somativas, dentre os quais eu destaco o da Nova Escola
e do Portal do Professor do Ministério da Educação (MEC). Vale a pena pesquisar e
se inspirar.

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Veja, agora, uma proposta para o Ensino Fundamental.


PLANO DE AULA
Nome da escola Escola Estadual Criança Feliz
Turma Ensino Fundamental – Anos iniciais
Professor(a) Cynthia Rúbia Braga Gontijo
Área de conhecimento Linguagens / Artes
Tema Carlos Bracher, um artista em construção
Tempo de aula 10 horas-aula (h/a)
Data xx/xx/xxxx
Objetivos/Habilidades Apreciar => Conhecer e apreciar a obra de Carlos
Bracher.
Apreciar e contextualizar => Valorizar produções
artísticas contemporâneas e as relacionar com a
sua vida cotidiana.
Apreciar, contextualizar e criar => Desenvolver a
percepção, sensibilidade, formação estética e a
expressividade.
Recursos/Materiais Computador com acesso à Internet, cartazes,
tintas coloridas.
Desenvolvimento/Procedimentos Metodológicos
Sequência didática
Passo 1
Roda de conversa introdutória – conversar com as crianças sobre quem é Carlos Bracher, apresentar
fotos do artista, acessar o seu Ateliê Virtual através do link http://www.ateliecasabracher.com/,
estimular a curiosidade da turma acerca do artista.
Passo 2
Pesquisar com a turma informações sobre o artista na Internet e, especialmente, explorar o seu Ateliê
Virtual, e pedir para os alunos escolherem uma obra que tenham gostado muito.
Passo 3
Criar com a turma uma “Mostra Virtual” das obras selecionadas no “Google Arts & Culture”, com uma
resenha de cada aluno acerca da obra escolhida por ele.
Passo 4
Conversar com a turma sobre cores e formas predominantes nas obras do artista, e pedir que as
relacione com o patrimônio cultural e natural conhecido: prédios, ruas, praças etc.
Passo 5
Pedir que os alunos reproduzam a tela escolhida através de desenhos ou pinturas, por exemplo.
Pedir para fotografarem o desenho / a pintura e disponibilizarem em um mural virtual.
Pedir para apresentarem a sua tela para a turma.
Avaliação
Participação, atenção, colaboração e envolvimento com a tarefa, materializada na “Mostra Virtual” e
em sua produção pictórica da reprodução, releitura da obra escolhida.
Referências
ATELIÊ CASA BRACHER. Disponível em: http://www.ateliecasabracher.com/. Acesso em: 03 nov.
2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Disponível
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021.
Quadro 3 Exemplo de um plano de aula para o Ensino Fundamental
Fonte: elaborado pela autora.

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ANOTE ISSO

No espaço “Galerias” do “Google Arts & Culture” só podemos incluir conteúdos


disponibilizados em seu portal. Mas temos diversos espaços de armazenamento na
Internet, tais como Google Classroom, Gaveteiro, Wakelet, Linktree, o Drive do seu
computador ou mesmo o e-mail, dentre outros.

Bem... esses exemplos são alguns dos inúmeros, infinitos, que podemos pensar
para uma atividade educativa com tecnologias, seja no contexto de planos de aulas,
seja em contextos de projetos de ensino, não é mesmo?
E por falar em projetos de ensino, vamos conversar sobre eles na próxima aula?

13.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Conversamos, um pouco, na aula de hoje, sobre planejamento de ensino-


aprendizagem, pontuando aspectos importantes acerca da sua elaboração, seja para
ser implementado em contextos educativos formais, seja informais.
Percebemos o quão importante é um processo de planejamento, mas que, também,
devemos reconhecer que este está sujeito a adaptações quando em ação.
Por fim, vimos alguns exemplos de planejamentos com tecnologias, os quais você
pode se inspirar ou até mesmo contextualizar para a sua realidade.
Na próxima aula, dando continuidade às discussões aqui empreendidas, trataremos
de projetos de ensino, combinado?

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AULA 14
PROJETOS DE ENSINO COM TICS

14.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Em nosso último encontro, discorremos sobre planos de aulas, assinalando o seu


planejamento / desenvolvimento com tecnologias de informação e comunicação
(TICs), inclusive, apresentando exemplos de possibilidades com tecnologias bastante
acessíveis.
Entendemos, ainda, que é importante a gente lembrar dos projetos de ensino, pois
esses, especialmente, os interdisciplinares, têm um potencial virtuoso no processo
de desenvolvimento de um aluno crítico e criativo.
Dessa forma, trataremos, na aula de hoje, sobre projetos de ensino com TICs. Afinal,
é difícil, ou quase impossível, pensá-los atualmente, no século XXI, sem as contribuições
dos recursos tecnológicos e multimídia que temos a nosso dispor.

14.2 PROJETOS DE ENSINO: contribuições para uma formação integral dos alunos
no contexto da Educação 4.0

Os projetos de ensino ou projetos de trabalho inserem-se na perspectiva da Pedagogia


de Projetos ou Aprendizagem Baseada em Projetos, as quais vimos em nossa aula
sobre Metodologias Ativas.
Dessa forma, esses projetos são importantes recursos para que os alunos aprendam
através de experiências concretas, e assumam o seu lugar como protagonistas do
seu processo de construção de conhecimentos.
Nos termos de Hernández (1998, p. 26),

Os projetos de trabalho são uma resposta nem perfeita, nem definitiva,


nem única [...], mas uma alternativa, talvez uma luz que permite a
busca de novas formas de ensinar e envolver os alunos num processo
em que deveriam agir como protagonistas.

Com os projetos, os alunos têm a oportunidade de colocar as “mãos na massa”,


tornando a sua aprendizagem mais significativa, pois participam ativamente de todos
os seus momentos. Os participantes aprendem fazendo, de maneira contextualizada,

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buscando alternativas para a concretização e efetivação dos objetivos traçados,


compreendendo os problemas e levantando propostas para transformar a realidade.
Assim, a partir de uma temática, assuntos ou questões escolhidas para a sua
realização, o professor vai orientando e acompanhando a turma no desenvolvimento
das atividades propostas até a sua conclusão, o fechamento do projeto.
Contudo, é importante reconhecer que o desenvolvimento de um projeto requer
um planejamento sistemático e conciso, mas não fechado, o qual deverá dar ênfase
ao trabalho coletivo. Esse trabalho deve se dar de forma contextualizada e englobar
dinâmicas realizadas de forma mediada pelo professor ou qualquer outro profissional
da educação.
De acordo com Valente (2003, p. 55),

A implementação de projetos propicia ao aluno a possibilidade de


aprender a buscar as informações necessárias para a implementação
dos mesmos (aprender a aprender), de ser crítico em relação aos
resultados obtidos, de desenvolver a noção de depuração de ideias
como o motor propulsor da aprendizagem, e de estabelecer relações
entre diferentes conteúdos disciplinares. O aluno acaba por adquirir
habilidades e valores da sociedade do conhecimento porque as
vivencia, e não porque elas são transmitidas ao aluno.

Destaca-se, ainda, tal como Valente (2003), que os projetos de ensino têm um
grande potencial para atender os quatro pilares na educação – Aprender a conhecer,
Aprender a fazer, Aprender a viver juntos e Aprender a Ser, propostos pela Comissão
Internacional sobre Educação para o Século XXI da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Inclusive, a Unesco sugere, em seu
referencial para a educação, o desenvolvimento de projetos, com vistas à contemplação
desses pilares (DELORS, 2003).

Título: Print de tela da UNESCO no Brasil.


Fonte: https://en.unesco.org/futuresofeducation/

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ISTO ESTÁ NA REDE

Não deixe de assistir o vídeo “Os quatro pilares da educação”, no qual o professor
Celso Antunes fala sobre o desenvolvimento desses pilares no contexto da sala de
aula. Para tanto, acesse https://www.youtube.com/watch?v=IQF8mVF3j84.

Com vistas ao desenvolvimento desses pilares na educação, ressaltamos a


importância dos projetos interdisciplinares, os quais englobam duas ou mais áreas
do conhecimento / disciplinas. Afinal, vários olhares ampliam a nossa visão sobre o
fenômeno, certo?

Título: Imagem de uma câmera com diversas lentes.


Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/b/c%C3%A2mera-e-lentes-17055557.jpg

Perceba que ao optar por trabalhar a interdisciplinaridade na sala de aula, ou qualquer


outro espaço educativo, você estará preparando o aluno para pensar sistemicamente,
integralmente, globalmente. Dessa maneira, ele terá melhores condições de reconhecer
os conhecimentos como interdependentes, ecologicamente conectados.
Japiassu (1976), um dos mais importantes autores que discutem a interdisciplinaridade
no Brasil, explica que essa expressão se origina da junção dos termos: “inter”, o qual
significa ação recíproca; disciplina, o qual significa aprender; e “dade”, o qual diz respeito
ao estado ou resultado de uma ação. Nesses termos, podemos entender, em linhas
gerais, interdisciplinaridade como uma ação disciplinar recíproca, ou seja, ações que
envolvem disciplinas que dialogam, se influenciam e retroalimentam e se alteram.

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Na educação, é cada vez mais necessário um trabalho que tenha como pilar a
interdisciplinaridade, tendo em vista que, historicamente, as escolas trabalham as
suas disciplinas, e os seus conteúdos, de forma estanque e fragmentada.
Contudo, em projetos de ensino interdisciplinares, imagine...

Pode-se imaginar que uma equipe de professores queira falar de


energia. Para que esse projeto se torne mais interessante, podem ser
usados recursos tecnológicos como vídeos ou aplicativos de celular.
O professor de Geografia pode apresentar o funcionamento de uma
hidrelétrica, o de Física pode explicar como a energia se conserva,
a Matemática pode ensinar cálculos relacionados ao consumo de
energia, a Biologia falar de sustentabilidade e o professor de Português
pode propor a elaboração de um texto sobre o tema. Sendo assim, a
equipe de educadores, em colaboração e ao desenvolver esse projeto,
está utilizando a interdisciplinaridade como recurso para promover
aprendizagem, apoiados pelas tecnologias (Grifos nossos) (VIEIRA
& MARQUES, 2019, p.2).

Percebe-se, pois, que atualmente, no século XXI, temos, cada vez mais, tecnologias
educacionais para contribuir com o desenvolvimento dessas ações, certo?
Afinal, considerando-se o contexto da Educação 4.0, como desenvolver um projeto
sem “lançar mão” dessas tecnologias?
Certamente as tecnologias de informação e de comunicação (TICs) têm muito a
contribuir com o processo de buscar e descobertas dos alunos, especialmente em
uma perspectiva interdisciplinar, não é mesmo?
Pois bem, no processo de planejamento do seu projeto, lembre-se, sempre, que ele
somente se justificará se contribuir com a promoção de habilidades e competências
nos alunos. Essa promoção ocorrerá intermediada por ações didáticas, com vistas
a respostas/soluções de situações-problema. Assim, definido o tema, a questão, a
partir de uma situação determinada, tal como uma experiência vivida, um assunto
de interesse ou mesmo uma provocação de um aluno e/ou professor, é hora de
definir quais as habilidades e competências poderão ser desenvolvidas com o tema
/ a questão acordado(a), e elaborar o seu projeto.
Existem diversos modelos de projetos, os quais, basicamente, contemplam as seguintes
informações:
• título;
• indicação da pessoa responsável pelo projeto, com indicação da sua disciplina,
ou equipe responsável, com indicação das respectivas disciplinas envolvidas;

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• indicação da turma a ser contemplada ou das turmas a serem contempladas,


ou seja, o público-alvo;
• duração do projeto, o qual pode ter tempo variável, dependendo do “esgotamento”
do assunto em dado momento, com determinado público;
• definição das competências/habilidades a serem desenvolvidas;
• definição dos objetivos a serem alcançados pelos alunos;
• apresentação do(s) tema(s), com a sua justificativa;
• apresentação da metodologia, com definição das atividades a serem desenvolvidas;
• indicação dos recursos necessários;
• apresentação dos processos e procedimentos avaliativos;
• apresentação do cronograma de trabalho;
• indicação das referências bibliográficas utilizadas e da bibliografia que poderá
ser utilizada no decorrer da implementação do projeto.

ANOTE ISSO
Não se esqueça que o projeto deve estar em sintonia com os documentos
regulatórios e orientadores da área e da instituição no qual será desenvolvido. No
caso de escolas, deve estar em sintonia com o seu projeto político-pedagógico
(PPP).

Vejamos um esboço de um projeto.

Título: Imagem de emoticons em aplicativo no smartphone.


Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/b/mulher-envia-emoticons-em-um-aplicativo-de-mensagens-instant%C3%A2neas-engra%C3%A7ados-178141991.jpg

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PROJETO “MINHAS EMOÇÕES”


RESPONSÁVEL: Cynthia Rúbia Braga Gontijo
TURMA / TURMAS (PÚBLICO-ALVO): Educação Infantil
CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS (considerando-se que o projeto é voltado para a Educação Infantil, não
há disciplinas, mas Campos de Experiências, nos termos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
(BRASIL, 2018):
• O eu, o outro e o nós.
• Corpo, gesto e movimentos.
• Escuta, fala, pensamento e imaginação.
DURAÇÃO: 2 meses (8 aulas de 50 min)
COMPETÊNCIAS / HABILIDADES:
• Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas (BRASIL, 2018).
• Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza (BRASIL, 2018).
• Utilizar estratégias para a construção de relacionamentos saudáveis com pessoas diversas
(BRASIL, 2018).
OBJETIVOS:
• Reconhecer as emoções humanas básicas – alegria, tristeza, raiva, surpresa, nojo e medo.
• Desenvolver a empatia pelas emoções dos outros.
JUSTIFICATIVA:
As emoções básicas ou primárias - alegria, tristeza, raiva, medo, nojo, surpresa – são intrínsecas ao
ser humano e, portanto, constituem a sua existência no mundo.
Sendo assim, é essencial que as reconheçamos em nós para entender que são legítimas, e têm um
papel importante em nosso desenvolvimento emocional no mundo (DANTAS, 2012). Se atravesso
uma situação de perda, por exemplo, é natural que me sinta triste, não é mesmo? E, ao contrário, se
alcançar um objetivo ou realizar um sonho, é natural que eu me sinta alegre, por exemplo.
Reconhecer essas emoções é um importante caminho para melhor lidarmos com elas, assim como
respeitarmos as das outras pessoas. Afinal, todos sentimos essas emoções e temos DIREITO a elas.
Trabalhá-las com os alunos, desde a mais tenra idade, contribui, sobremaneira, com o seu
desenvolvimento emocional. Ao lado disso, colaborar para que eles reconheçam que, assim como
eles, todas as pessoas, sentem essas emoções, possibilita que desenvolvam a empatia pelo próximo,
por seus sentimentos, por sua existência integral e plena. Empatia essa que potencializará o
aprimoramento das suas competências e habilidades socioemocionais.
METODOLOGIAS / ATIVIDADES:
A metodologia será a Gamificação (explicar).
As atividades serão desenvolvidas sob a forma de desafios para os alunos (explicar).

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RECURSOS:
• Vídeo “As emoções básicas para crianças”.
• Jogos digitais (a serem definidos).
• Emoticons com as carinhas de alegria, tristeza, raiva, surpresa, nojo ou medo, disponíveis na
Internet.
• Cartolinas ou similares, tesoura, cola, pincéis de cores variadas.
• Caderno ou bloquinho para produção do “Álbum de Emoções”. Caso os alunos tivessem uma
idade mais avançada, aqui já poderíamos utilizar de ferramentas para a elaboração de portfólio
virtuais / webfólios, as quais conhecemos em aulas anteriores.
• Laboratório de informática.
AVALIAÇÃO:
Os alunos deverão ser avaliados durante todo o projeto, sendo levado em conta a motivação dos
mesmos, interesses, concentração, autonomia, disposição para o trabalho em equipe etc.
Devemos lembrar aqui da importância das avaliações diagnóstica e formativa, as quais já abordamos
em nossas aulas.
CRONOGRAMA:

REFERÊNCIAS (utilizadas para a elaboração do projeto):


BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 04 nov. 2021.
DANTAS, H. A Afetividade e a Construção do Sujeito na Psicogenética de Wallon. In: TAILLE, Y. de L.
et al. Piaget, Vygotsky, Wallon – Teorias psicogenéticas em discussão. 18 ed. São Paulo: Summus,
2012.
BIBLIOGRAFIA (a serem utilizadas no decorrer do desenvolvimento do projeto, podendo-se incluir
outras):
NOVA ESCOLA. Competências socioemocionais de A a Z: glossário para usar na sala de aula.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/12178/competencias-socioemocionais-de-a-a-z.
Acesso em: 05 nov. 2021.
YOUTUBE. As emoções básicas para crianças - Alegria, tristeza, medo, raiva, nojo e surpresa.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_6J1fO2wUAw. Acesso em: 05 nov. 2021.

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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Agora, que tal se inspirar com projetos na prática? Para tanto, conheça as
experiências de dois professores de ciências, acessando https://porvir.org/projeto-
escolar-leva-saneamento-a-comunidade-ribeirinha-amazonas/ e https://porvir.org/
microscopico-de-papel-aumenta-interesse-pela-ciencia/.

14.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA


DISCIPLINA

Na aula de hoje, tratamos de projetos de ensino intermediados por TICs, destacando


as suas possíveis contribuições para a formação de alunos mais críticos e criativos.
A nossa disciplina está quase chegando ao fim, mas entendemos que, ainda, é preciso
que conversemos um pouco sobre a produção de materiais didáticos para a Educação
a Distância (EaD). Afinal, esse campo educacional, profundamente intermediado pelas
TICs, tem se fortalecido, cada vez mais, no contexto da Educação 4.0.
E não podemos nos privar dessas discussões, certo? E nem iremos, pois, na próxima
aula, dialogaremos com esse campo.

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AULA 15
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
DIDÁTICOS PARA A EAD

1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA

Nas duas últimas aulas, conversamos sobre a produção de planos de aulas e de


projetos de ensino com tecnologias de informação e comunicação (TICs), destacando
aspectos didático-instrumentais e apresentando exemplos desses recursos.
Entendemos que, ainda, é importante, em nosso Curso, tratarmos um pouco sobre
a produção de materiais didáticos para a Educação a Distância (EaD).
Você sabia que os profissionais da educação têm sido, cada vez mais, requisitados
para desenhar materiais didáticos, especialmente para a EaD?
Pois bem, este é um campo educacional que tem se consolidado e se anunciado
como bastante promissor, tendo em vista horizontes profissionais para todos nós.
Contudo, é importante que a gente conheça e reconheça dimensões e aspectos
importantes referentes a essa produção.
Vamos, então, conhecê-las / reconhecê-las?

15.2 MATERIAIS DIDÁTICOS: definição e orientações quanto à sua produção

Nos termos de Chartier (2009), referência internacional na área, os materiais didáticos


são produtos utilizados em processos pedagógicos, com finalidades educativas.
Segundo o autor, esses devem ter um suporte que os veiculem, tal como um suporte
impresso ou audiovisual. Assim, os materiais didáticos, sempre, relacionam-se ao
suporte que permite a veiculação do seu conteúdo. Portanto, não existem descolados
de um suporte que possibilite a sua leitura, por meio das atividades sensoriais (visão,
audição, tato, olfato).
Aproveito para lembrar aqui das nossas discussões sobre os estilos de aprendizagem,
nos termos do método VAC – Visual, Auditivo, Cinestésico –, para chamar a sua atenção
para o reconhecimento desses diversos estilos quando for produzir o seu material, ok?

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Os materiais didáticos, juntamente com os recursos tecnológicos de interação


pedagógica entre os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem, assumem
um papel de suma importância, especialmente na EaD, tendo em vista que, muitas
vezes, serão os recursos que os alunos terão mais contato, não é mesmo? (RICARDO,
2013). Nesses termos, analise a figura seguinte.

Título: Fluxo possível de processos educativos na EaD


Fonte: Lança (2011).

Todo o material didático, além de se sustentar em uma ou mais teorias de


aprendizagem, tais como o construtivismo e/ou o conectivismo, deve se organizar em
uma sequência didática, nos termos que discutimos acerca de didática e planejamento
na educação, ok?
E, independentemente da sua opção teórico-metodológica, deve se pautar na
estimulação do aluno para que ele se sinta motivado a interagir com o material
produzido por você (RICARDO, 2013).
Você já percebeu que muitas pessoas confundem motivação e estimulação, achando
até mesmo que são a mesma coisa. Não são, sabia?
Estímulo é algo externo a mim e motivação é algo interno, subjetivo. Dessa forma,
quando alguém quer me ajudar a fazer algo, ela está me estimulando, me incentivando.
Caso o estímulo se efetive, me sentirei motivada a fazê-lo (KELLER, 1987).

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Título: Possível relação entre estímulo (mão estendida) e motivação (pessoa decidida a subir os degraus de uma escada).
Fonte: https://thumbs.dreamstime.com/b/motiva%C3%A7%C3%A3o-e-carreira-pessoal-do-desenvolvimento-78417081.jpg

A Teoria Motivacional tem como foco como e por que o comportamento humano
é ativado e direcionado a algo, ou seja, o que, realmente, é capaz de motivar o sujeito
numa certa direção. Essa teoria aponta que existem dois tipos de motivação: a intrínseca
e a extrínseca. A primeira refere-se ao desejo de uma pessoa fazer algo pela simples
satisfação em fazê-lo, tal como cozinhar pelo desejo de cozinhar. A motivação intrínseca,
certamente, envolve redes socioemocionais e cognitivas complexas que fogem a
tentativa de localizá-las e compreendê-las (KELLER, 1987). Se bem que nem seria
tão necessário, pois nem tudo que fazemos precisa de uma explicação racionalizada,
não é verdade?
Já a motivação extrínseca engloba o desejo por reconhecimento, prestígio,
recompensas, prêmios, tal como alguém que estuda para se inserir no mercado de
trabalho ou nele se ascender (KELLER, 1987).
A motivação extrínseca é um campo a ser melhor conhecido e praticado pelos
profissionais da educação, pois essa está intimamente ligada ao desenvolvimento de
atividades pelos estudantes.
Keller (1987) criou um processo denominado de Motivação ARCS, o qual baseia-se
em quatro princípios para que as pessoas se sintam mais motivadas: 1) Atenção; 2)
Relevância; 3) Confiança; e 4) Satisfação.
A Atenção relaciona-se ao desenvolvimento de ações que estimulem o interesse do
estudante, por meio de atividades que despertem a sua percepção, tal como desafios,
curiosidades e dinâmicas variadas. Aqui a criatividade deve “correr solta”.
A Relevância tem a ver com as linguagens utilizadas pelo profissional da educação,
as quais devem ser familiares ao público-alvo. Aqui destaca-se a transposição de

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linguagem, ou seja, a adaptação de uma determinada linguagem para outra de forma


que fique mais acessível para os sujeitos. E, também, a demonstração para o estudante
de que o que ele está estudando tem importância, tem um sentido, um objetivo, uma
relevância para a sua vida.
A Confiança refere-se a dois aspectos fundamentais: o estabelecimento de uma
relação positiva com os estudantes, algo que demanda autoridade sobre o que se fala
e como se fala, especialmente do ponto de vista socioemocional. O outro aspecto é
contribuir para que ele reconheça a importância do trabalho a ser desenvolvido para
o seu sucesso. Os feedbacks aqui são essenciais.
Já a Satisfação diz respeito às recompensas propriamente ditas no processo ensino-
aprendizagem. Algo que pode ser feito através de um conceito alto, mas também de
um elogio.
No processo de elaboração do seu material didático, sugiro que você considere esses
quatro princípios como norteadores ao longo da sua produção, e faça um checklist
para verificar se ele está atendendo a ARCS.
( V ) Atenção.
( V ) Relevância.
( V ) Confiança.
( V ) Satisfação.

Antes da produção do seu material, mas também durante, sugiro que você empreenda
uma curadoria de conteúdos digitais. Afinal, é uma verdadeira “loucura” o que temos
hoje disponível de informações, especialmente na Internet, não é mesmo? O tal Big
Data que já abordamos.
Você sabia que a curadoria de conteúdos digitais envolve determinadas etapas que
se articulam? Vamos conhecê-las?
1) Busca – em que você selecionará os conteúdos a serem utilizados na produção
do seu material, tendo por base fontes confiáveis, tais como sites; tutoriais; plataformas
de streaming, espaços virtuais em que são disponibilizados vídeos, animações, músicas
etc em telas variadas, ou seja, já amplamente reconhecidas e validadas pelos usuários
e autoridades pertinentes.
2) Validação – em que você irá verificar a disponibilidade do conteúdo, ou seja, se
ele é de livre acesso, sem empecilhos relativos à direitos autorais de uso.

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3) Armazenamento e gerenciamento – em que você definirá um local para guardar


os conteúdos selecionados e validados. O Google Classroom (https://classroom.google.
com/), Wakelet (https://wakelet.com/), Linktree (https://linktree.com.br/site/), o Drive do
seu computador são bons exemplos de espaços para armazenamento de conteúdos.
Com esse armazenamento, você terá melhores condições de recuperar os conteúdos
selecionados e os gerenciar, certo?
4) Compartilhamento – em que você utilizará os conteúdos selecionados para
utilizá-los em sua produção/veiculação, ok?

Título: Print de tela do Google Drive.

Fonte: https://drive.google.com/

ANOTE ISSO

Todo o processo de curadoria de conteúdos digitais deve ser baseado em uma


avaliação rigorosa e pertinente aos seus objetivos educativos. Por exemplo: se você
opta por sugerir um vídeo para os alunos, você deve verificar se ele contribuirá com
o alcance dos seus objetivos naquela unidade específica do seu material didático,
nos termos da Taxonomia de Bloom, a qual já tratamos em aulas anteriores.

Bem, com os seus materiais, textos, vídeos, imagens, podcasts, quadros, tabelas,
dentre outros, já organizados para o início da produção do seu material didático, é
hora de colocar as “mãos na massa”.
Apesar de as instituições, em geral, terem um guia de produção de materiais
didáticos para autores, esses seguirão uma organização, uma sequência didática
bastante similar, que é:

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• introdução do material e de cada unidade em específico, com a apresentação


dos seus objetivos;
• desenvolvimento do conteúdo, com a presença de elementos visuais e
complementares;
• conclusão de cada unidade, em específico, e do material como um todo;
• apresentação das referências utilizadas.

Nesse sentido, observe, com esse olhar, como os conteúdos das nossas aulas
estão sequenciados e apresentados, combinado?
Em termos específicos, assinalamos que, na EaD, para que o conteúdo promova
uma aprendizagem significativa é necessário que ele passe por modificações
nos seus aspectos estruturais, de formato e de linguagem, o que chamamos de
transposição didática e de linguagem (RICARDO, 2013). Chegamos até a conversar
um pouco sobre isso em nossa aula sobre elaboração de trilhas de aprendizagem;
lembra?
Em relação a isso, procure elaborar o seu material, tendo por base os seguintes
objetivos:
• produzir uma linguagem direta, dialógica e assertiva;
• elaborar conteúdos / atividades que encorajam os alunos a pensar e criticar, e não
aceitar passivamente as informações e os conteúdos que lhes são apresentados;
• utilizar estratégias didáticas que visem desenvolver a autonomia do aluno;
• formular conteúdos / atividades apropriadas em cada unidade de estudos para
encorajar a aprendizagem significativa do aluno;
• diversificar materiais e estratégias para auxiliar o aprendiz no seu processo de
aprendizagem;
• orientar o aluno de forma clara sobre a realização das atividades previstas;
• elaborar atividades que promovam interação entre o aluno e outros atores
educacionais;
• oferecer oportunidade para aprendizagem colaborativa através de ferramentas
como fóruns, wikis, chats, dentre outras;
• incluir atividades que promovam a autoavaliação do aluno.

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ISTO ESTÁ NA REDE

Não deixe de ler o texto “9 estratégias para escrever conteúdos atraentes”,


produzido pelo Instituto de Design Educacional (IDI), acessando o link https://
www.desenhoinstrucional.com/post/9-estrat%C3%A9gias-para-escrever-
conte%C3%BAdos-atraentes.

Também é muito importante que você se atente para determinados cuidados que
temos que ter no processo de produção desse material, tais como:
Procure usar palavras concretas, mais significativas!
Preocupe-se com a adequação do texto que está escrevendo ao público que o lerá!
Procure usar palavras que sejam mais familiares ao aluno!
Explique e, se possível, exemplifique os termos técnicos, principalmente aqueles
que não são comuns ou de uso cotidiano!
Use sempre parágrafos e sentenças curtas!
Use frases e parágrafos que enunciem ideias com princípio, meio e fim!
Atente-se para a credibilidade do texto!
Evite negações por excesso numa mesma frase!
Evite o uso da voz passiva, usando verbos ativos e diretos!
Reduza a quantidade de texto, mas não de informação e problematização!
Utilize imagens ou elementos multimídia, por exemplo, devidamente legendados,
para emitir informações!
Em relação ao uso de recursos multimídia, é muito importante que você “lance
mão” deles no processo de produção do seu material, mas tomando muito cuidado
com o seu uso, tendo em vista questões de direitos autorais e de imagens (RICARDO,
2013). Então, explore e utilize os diversos bancos de Recursos Educacionais Abertos
(REAs), os quais já abordamos em outras aulas, pois esses estão sob domínio público.
Existem, também, bancos de imagens, áudios, vídeos, gratuitos que você pode
utilizar. Considerando o levantamento feito por Pedrolongo (2021), indicamos:
• Unsplash, Reshot, Libreshot, Foodiesfeed, Morguefile e Image Base para fotos.
• Videezy e Coverr para vídeos.
• Freepik, Stockvault e Rawpixel para fotos e ilustrações.
• Pexels para fotos e vídeos.
• Biblioteca de Áudio do YouTube para músicas e efeitos sonoros.
• Pixabay para fotos, ilustrações, vídeos e músicas.
• Mixkit para vídeos, músicas, efeitos sonoros e templates.

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Título: Print de uma tela do Pexels.


Fonte: https://www.pexels.com/

ISTO ESTÁ NA REDE

Sugiro que você acompanhe o canal “MindSet Educacional” no Youtube, porque lá


encontrará postagens, regulares, de vídeos sobre uso de recursos multimídia em
materiais didáticos, além de outros assuntos pertinentes a área. Para tanto, acesse
https://www.youtube.com/channel/UCo0_X7GaMftFfWF6T3bUFBw.

Por fim, precisamos falar sobre direitos autorais no âmbito da produção/veiculação


de materiais didáticos na EaD. Muitos consideram essa discussão um tanto monótona,
porque está totalmente pautada em preceitos da lei. Contudo, chamo aqui a sua atenção
para a importância de conhecê-la, pois, certamente, seu trabalho terá implicações por
ela norteadas, ok?
Apesar de, ainda, não existir um aparato legal específico que regule a produção/
veiculação de materiais didáticos para a EaD, a lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998,
a qual altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais no país, trata
do assunto (BRASIL, 1998).
Talvez, você já tenha acompanhado alguma discussão sobre essa temática, pois
ela está, cada vez mais, em ascensão em tempos de plágios e fake news no contexto
do Big Data. Então, deve saber que, especialmente, nós que trabalhamos ou iremos
trabalhar em campos educacionais específicos, devemos saber do que se trata. Vamos
lá?

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Quando falamos de “direito autoral” queremos dizer do direito que um determinado


autor, aquele que produziu algo, tem sobre a sua obra, seja ela literária, científica,
artística, multimídia etc. O direito autoral envolve o direito moral e o direito patrimonial
(BRASIL, 1998).
Do ponto de vista do direito moral, qualquer obra pertence eternamente ao seu
autor, pois essa é um valor ético produzido por ele (BRASIL, 1998).
Do ponto de vista do direito patrimonial, o autor, e seus sucessores no caso da sua
morte, pode comercializar a sua obra e receber por isso. Inclusive, podem receber
indenização, caso a obra tenha sido utilizada sem a autorização do detentor do seu
direito patrimonial, nesse momento (BRASIL, 1998).
Com relação aos conteúdos da obra, é importante que a gente saiba que esses
são classificados em:
• obra coletiva, a qual é criada pela iniciativa, organização e responsabilidade de
uma pessoa física ou jurídica que a publica em seu nome.
• Obra em coautoria, a qual é criada por mais de um autor.
• Obra sob encomenda, a qual é criada por encomenda de uma pessoa física
ou jurídica para que um determinado autor a produza sozinho ou em conjunto
(BRASIL, 1998).

Em geral, o material didático para a EaD se enquadra em obra sob encomenda, mas
justamente essa que tem a sua produção/veiculação em expansão, não é normatizada
pela Lei.
Contudo, existem alguns pontos da Lei que incidem sobre a sua produção, que são:
• a reprodução total de uma determinada obra (um livro, uma letra de música, um
poema, um vídeo, uma imagem, dentre outras) requer a autorização expressa
do(s) seu(s) autor(es), ainda que seja para fins didáticos e sem intuito de lucro.
• A reprodução de pequenos trechos é aceita quando para uso privado do copista,
desde que feita por esse, sem intuito de lucro.
• A reprodução de pequenos trechos, em média 10% da obra, é aceita quando
citada a sua fonte completa (BRASIL, 1998) – nome do autor, nome da obra,
cidade de publicação, nome da editora, ano de publicação, nos termos Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

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Com relação a sua veiculação, via um site, por exemplo, esse tipo de material é
chamado de material multimídia. Nesse caso, o desenvolvedor – professor conteudista
/ autor, por exemplo – cede os seus direitos patrimoniais para o contratante – aquele
que encomenda, certo?

Título: Print da tela da Lei sobre Direitos Autorais no Brasil.


Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9610.htm

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Quer conhecer experiências de uso de textos, imagens, vídeos, dentre outros


recursos multimídia, na produção de materiais didáticos, com base na “Lei sobre
Direitos Autorais no Brasil”? Então, se liga no vídeo “Direitos Autorais para EaD”,
acessando https://www.youtube.com/watch?v=GazcGnJAgfE&t=191s.

1.3 SÍNTESE DA AULA

Nesta nossa última aula, conversamos sobre a elaboração de materiais didáticos


para a EaD. Percebemos que temos que nos atentar para alguns aspectos relevantes
em relação à essa produção, os quais situamos no campo de uma transposição
didática e de linguagem.
Percebemos, ainda, o quão importante é o material didático, especialmente no
contexto da EaD. Material esse que deve ser produzido, considerando-se os diversos
recursos multimídia que temos a nosso dispor, tendo em vista os diversos estilos
de aprendizagem dos alunos. Contudo, constatamos que temos que ficar ligados às
questões relativas à direitos autorais e de imagens.

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Terminamos esta nossa aula por aqui, torcendo para que os conteúdos nela
abordados tenham contribuído com a sua compreensão acerca do papel do material
didático na EaD e, ainda, lhe possibilitado pensar estratégias para a sua criação.
Agora, é hora de você praticar.

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CONCLUSÃO

Prezada, Prezado,
Encerramos por aqui a nossa disciplina “Educação e Novas Tecnologias”, em que
discutimos um pouco sobre a história das tecnologias e da sua presença na educação,
tendências pedagógicas contemporâneas, aparatos conceituais e instrumentais para
o uso pertinente das tecnologias de informação e comunicação (TICs) nas diversas
modalidades educacionais, as TICs no contexto das hibridizações contemporâneas,
dentre outros assuntos. Ufa! Muitas tratativas, as quais sugiro que você encare como
convites para a construção de uma educação integral, e para a continuidade das suas
reflexões na área.
Tal como iniciamos a nossa jornada, destaco, nos termos do poeta: “[...] A gente
não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte [...]”.
Lembra?
Bem... saiba que cada texto foi escrito, cada palavra foi escolhida, com muito
profissionalismo e respeito a você. Dessa forma, gostaria que todo o material produzido
para você colabore com o aprimoramento das suas habilidades e competências para
o desenvolvimento de uma educação intermediada pelas TICs. E, ainda mais, gere a
necessidade de novos voos.
Eu, por aqui, fico torcendo que você voe cada vez mais alto, com saber e sabor,
e intermedeie o voo de todos os alunos que passarem pelo seu caminho. Afinal, tal
como disse Rubem Alves, “Há escolas e demais espaços formativos que são gaiolas.
Há escolas que são asas ... Existem para dar aos pássaros coragem para voar. [...] O
que elas amam são os pássaros em voo.” (Grifos nossos)
Cabe a esta disciplina “Educação e Novas Tecnologias”, por meio de alguns subsídios,
te ajudar a ajudar pássaros a voar.
Me despeço, desejando, fortemente, que seja um até breve!
Então, Até a próxima!

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ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO
Título: [Produção de conteúdos educacionais]
Autor: [Andrea Filatro e Sabrina Cairo]
Editora: [Saraíva]
Sinopse: [Esta obra trata de aspectos tecnológicos,
pedagógicos, comunicacionais e organizacionais
acerca da produção de conteúdos/recursos
educacionais. Com uma linguagem bastante
didática, as autoras apresentam aportes teóricos
robustos na área, e exemplos práticos sobre
elaboração de textos, áudios, vídeos, dentre outros
recursos.]

Título: [Dicionário crítico de educação e tecnologias


e de educação a distância]
Autor: [Daniel Mill (Org.)]
Editora: [Papirus]
Sinopse: [Esta é uma obra para a “cabeceira da
cama”, pois apresenta um conjunto de 180 verbetes
pertinentes à área “Educação e Tecnologias”, os quais
foram produzidos por renomados pesquisadores
nacionais e internacionais.]

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FILME
Título: [Piratas da Informática]
Ano: [2005]
Sinopse: [O filme “Piratas da Informática” discorre sobre
a efervescência tecnológica na década de 70 do século
XX na Califórnia / Vale do Silício, nos EUA, através das
trajetórias de Steve Jobs, fundador da empresa Apple, e
de Bill Gates, fundador da empresa Microsoft. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=vSeiYLv4-so.]

Título: [Perdido em Marte]


Ano: [2015]
Sinopse: [O filme “Perdido em Marte” retrata a história
de um Botânico em missão ao planeta Marte, a qual
foge do planejado. Para sobreviver em um planeta
desconhecido e retornar para a Terra, o protagonista
usa do seu conhecimento científico, do seu espírito
empreendedor e, sobretudo, da sua capacidade criativa.]

WEB

[Neste espaço virtual encontramos sugestões de apps para o desenvolvimento de


atividades, considerando-se: 1) criação de conteúdos; 2) organização de comunidades
de aprendizagens; 3) avaliação de aprendizagens; 4) organização de ideias; 5) gestão
de conteúdos; e 6) fontes de conteúdos.]
<https://agrupamentodeescolasdenisa.blogspot.com/2021/04/tabela-periodica-de-
plataformas-e.html?spref=fb&fbclid=IwAR3FeGC8MtmgkuZRFLcT0XRCnIXarq1gp2i
QfPz_GDxt0-5WU4VyBv7AgGI&m=1>

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