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NA NOTA A FALA É TORTA

Conforme previsto na agenda do Diretório Central dos Estudantes – Walkiria


Afonso Costa, ocorreu ontem (13/12) uma reunião entre seus representantes e o atual
Reitor da UFTM, Luiz Fernando Resende. O propósito inicial do encontro deu-se em
estabelecer um diálogo claro ao que se refere às três principais reivindicações
apresentadas, sendo elas: (1) Criação da COACE (Conselho de Assuntos Comunitários
Estudantis); (2) Pagamentos de todos os auxílios, bolsas e salários dos funcionários
terceirizados; (3) Participação ativa do reitor na conjuntura discente da UFTM.
Diante do propósito inicial da reunião, o então reitor expôs algumas tentativas de
posicionamento do atual quadro acadêmico, de forma superficial, eximindo-se da
responsabilidade perante aos acontecimentos – posto que as informações contidas são as
mesmas repassadas desde o primeiro momento; isso, por sua vez, não traz segurança para
o Movimento Estudantil, porque novas alternativas não foram propostas. Para tanto, a
Universidade, segundo o reitor, encontra-se com os cofres vazios, devido à falta de
repasses do Ministério da Educação. Assim, o MEC encontra-se sem recursos, sugerindo
que o Governo Federal não cumpriu com as demandas educacionais. Neste contexto, não
há certezas sobre a previsão real dos pagamentos integrais dos auxílios permanência,
bolsas, e salários dos terceirizados.
Com relação aos auxílios de permanência estudantil, o Reitor Dr. Luiz Fernando
alega que todos foram pagos em sua totalidade, porém, não existe a possibilidade de
aferição de tais informações por parte dos discentes. Ressalta-se, ainda, que o dinheiro
utilizado advém de uma verba emergencial. Todavia, não há previsão de investimentos
futuros. Em relação aos salários dos colaboradores terceirizados, não há margem para
aferição, pelos mesmos motivos descritos acima.
Ao que se refere a criação do Conselho de Assuntos Comunitários e Estudantis
(COACE), a demanda foi supostamente considerada, visto que o início de tramitação
depende da convocação de uma Reunião Extraordinária pelo Reitor Luiz Fernando. Nesse
sentido, ele considerou a solicitação, porém, incorporando obstáculos, como a
“impossibilidade” de convocação de uma Reunião Extraordinária, em virtude do não
comparecimento de parte dos membros do conselho – descaracterizando a urgência das
nossas pautas. Logo, o impasse é obstáculo para a iniciação do processo, não assumindo
oficialmente o compromisso inicial da criação do COACE. Diante disso, é notória a
inexistência de sensibilidade por parte da reitoria sobre a reivindicação supracitada,
gerando pleno dissabor à classe discente, a qual o Reitor deveria representar, entretanto
fora deixada à mercê.
De acordo com a nota disponibilizada no portal oficial da UFTM, “o reitor e a
equipe de gestão sempre estiveram à disposição para atender a todos que os procuram
para apresentarem demandas relacionadas à Universidade. [...] (reforçando) que a Gestão
da UFTM sempre esteve aberta para receber os estudantes e ouvir suas reivindicações
visando aprofundar o diálogo e buscar soluções para os problemas que afetam a
comunidade universitária”. Contudo, esses espaços para diálogo residem apenas na teoria,
enquanto, na prática, são inexistentes. Com efeito, tal inexistência fica clara quando se
percebe que, para uma demanda ser ouvida, foi necessário um movimento dessa dimensão
(a ocupação). Ainda sobre a versão do Luiz Fernando, cuja Reitoria afirma sempre estar
aberta aos estudantes, denota-se, mais uma vez, a inveracidade e a distorção dos
acontecimentos factuais.
Diante da conjuntura estabelecida na reunião, o reitor comprometeu-se em
viabilizar uma nota oficial, redigindo as decisões ali tomadas e, principalmente,
comprometendo-se com as reivindicações expostas, propondo-se, ainda, empenhar-se em
alinhar o documento com a coordenação do DCE, porquanto a referida nota apenas seria
publicada após a concordância de ambas as partes, discentes e reitoria. Nessa
circunstância, houve, mais uma vez, a quebra de promessa, de palavra e de
responsabilidade por parte do representante da universidade, pois, fora publicado no dia
de ontem o OFÍCIO-CIRCULAR Nº 10/2022/Reitoria/UFTM sobre o encontro com os
representantes do DCE, agindo unilateralmente e tendo como consequência a distorção e
a propagação de inverdades.
Sob esse prisma, em resposta às distorções, alterações e omissões, as quais
sintetizam o ofício publicado, o Movimento Estudantil – em decisão democrática, por
meio de uma votação realizada no Centro Educacional – deliberou a continuidade da
ocupação da Instituição, uma vez que as reivindicações não foram atendidas nem, sequer,
respeitadas; pelo contrário, foram profundamente negligenciadas pela atual gestão.
Reiteramos, ainda: o movimento seguirá, com possibilidade e garra para se manter por
tempo indeterminado ou até as nossas pautas serem realmente ouvidas. À Reitoria da
UFTM, lamentamos a falta de compromisso e de palavra com o acordo pré-estabelecido.
Aos estudantes e à classe trabalhadora, citamos o parágrafo único do artigo 1º da
Constituição Federal de 1988: Todo o poder emana do povo.

Estudantes e colaboradores da UFTM, uni-vos!

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