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COMUNICADO

Nº2

Pronúncia relativa à recente alteração ao Regulamento de Avaliação


de Conhecimentos da Licenciatura em Direito

A AADUL, Associação Académica de Direito da Universidade Lusófona, enquanto


instituição representativa de todos os estudantes da Faculdade de Direito da
Universidade Lusófona e dos seus direitos e interesses, vem, por meio do presente
comunicado, pronunciar-se relativamente à informação, apenas recentemente
difundida aos alunos, da alteração ao Regulamento de Avaliação de Conhecimentos da
Licenciatura em Direito e do seu conteúdo.
Antes de mais, entristece-nos, de facto, que o claro desrespeito para com as
instituições representativas dos estudantes desta nobre Faculdade continue, com a
mesma a reduzir o fundamental papel destas instituições na defesa dos interesses e
direitos dos estudantes, no seio da comunidade académica, a título diminuto, com a
Faculdade nem sequer questionando ou solicitando um parecer relativo ao que os
alunos possam pensar sobre algo que os afeta diretamente, apenas esperando que os
mesmos fiquem parados e vislumbrar todas as decisões tomadas pela Faculdade sem
que possam fazer alguma coisa ou sem que tenham sequer uma palavra a dizer. Numa
Faculdade, onde todos os seus elementos poderiam funcionar numa harmonia saudável
e eficiente, acaba por haver uma pura desconexão funcional, muito por conta da
irrelevância que a Faculdade atribui a estas instituições, que são fundamentais para a
compreensão da realidade dos estudantes e para uma tomada de decisões equilibrada e
adequada, levando como elemento de ponderação para qualquer discussão os interesses
e preocupações dos mesmos.
Um primeiro fundamento crítico contra esta alteração centra-se na subtração de
um elemento de avaliação. Consideramos absolutamente intolerável o facto de muitos
dos alunos perderem o acesso a, verdadeiramente, um elemento essencial de avaliação,
este que era especialmente importante para muitos dos alunos que, nomeadamente, por
motivos profissionais, paralelos à sua vida académica, não podiam (e não podem)
frequentar na sua totalidade todas as aulas do curso, sendo que, não obstante terem
ultrapassado o limite de faltas às cadeiras previsto, a prova global de avaliação
continuava a ser o momento em que estes teriam a possibilidade de completarem a
cadeira em causa.
COMUNICADO
Nº2

Pronúncia relativa à recente alteração ao Regulamento de Avaliação


de Conhecimentos da Licenciatura em Direito

Hoje, tendo menos uma oportunidade, encontram na mesma essa finalidade


noutra prova de recurso, mas, a única diferença agora é que são obrigados a
desembolsar uma quantia monetária para tal (a somar-se ao já avultado valor das
propinas), restringindo o direito dos estudantes a serem avaliados, direito que, em 1.ª
linha, já o deveriam possuir logo a partir do momento que que pagam as suas
propinas, colocando os alunos numa posição bastante complicada. Efetivamente, custa-
nos que a Direção desta Faculdade continue a ignorar o facto de muitos dos seus
alunos terem uma vida além da Faculdade e de não viverem apenas para o curso,
aliás, muito por terem a necessidade de ter uma vida além da própria Faculdade com
o principal intuito de a sustentar. Verdadeiramente, é lamentável que se prive estes
alunos, que tanto trabalham para sustentar os seus estudos, de um elemento de
avaliação que seria a sua oportunidade para conseguirem concluir a cadeira. Pode-se
dizer que estes alunos ainda podem socorrer-se desta oportunidade, tendo “apenas” de
pagar uma quantia avultada por cada cadeira. Pensamos que não é necessário apelar
muito à consciência de cada um para concluirmos que tal não é, de todo, razoável.

Uma outra problemática que consideramos não ter sido levada em conta é o facto
de ser muito frequente, em muitas das provas realizadas sob a forma oral, seja em que
sede for, de estarem ausentes os professores regentes das respectivas cadeiras, estando,
ao invés, professores assistentes a efetuar a prova, ou até mesmo professores que
lecionam outras cadeiras que não aquela que está a ser avaliada no momento em
causa. Claro que isto leva a uma profunda falta de rigor, exigência e transparência, a
todo e qualquer nível, e, com esta nova alteração ao Regulamento, poderá ser de
prever que sejam problemas cada vez mais frequentes, com os senhores professores e
as senhoras professoras a serem também ainda mais sobrecarregados nestas situações.
Além disso, a elevada afluência dos alunos às provas orais, que poderá levar à
diminuição do tempo de cada prova, poderá ter como consequência indireta uma
desvalorização da exigência que é normalmente característica deste tipo de provas,
uma vez mais, comprometendo o rigor que deveria ser exigido em sede destas provas.
COMUNICADO
Nº2

Pronúncia relativa à recente alteração ao Regulamento de Avaliação


de Conhecimentos da Licenciatura em Direito

Por fim, um outro problema se pode colocar. A nosso ver, e ao ver dos estudantes,
não é de todo razoável os mesmos, que se matricularam nesta Faculdade e que pagam
propinas esperando um determinado regime de ensino, atenta toda a informação e
documentação institucional ao seu dispor no momento da efetivação da matricula,
nomeadamente, quanto aos métodos de avaliação, verem-se confrontados com
alterações a meio do semestre e com métodos de avaliação diferentes daqueles que
esperavam aquando da matricula, violando por completo as suas expectativas a este
respeito. Refira-se que, inclusive, este fenómeno de alterações supervenientes ao
regulamento de avaliação não é, infelizmente, de ocorrência única ao longo destes
últimos tempos.

Portanto, posto isto, estas são apenas algumas de muitas das questões que surgem
por parte dos estudantes, que foram confrontados de forma repentina com uma
alteração que modificou de forma profunda o regime de avaliação, sem terem sido
sujeitos a qualquer informação prévia nem sequer terem sido confrontados
anteriormente com a eventualidade desta situação, algo que traduz o consideramos
ser, de todo em todo, um puro desrespeito pelos alunos e pelos seus interesses. Assim
sendo, apelamos à Faculdade que, em nome dos estudantes, repondere as decisões
tomadas e que, daqui para o futuro, procure traçar uma relação mais harmoniosa com
os estudantes.

P'la AADUL e por todos os alunos da Faculdade



de Direito da Universidade Lusófona,

Presidente Renato Miguel França Cordeiro

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