Você está na página 1de 9

Processos Psicológicos Básicos

Profª. Giuliana Elisa dos Santos


Alunos: Márcia Ricci, Marcos Ricci e Viviane Mercedes Alderete da
Rocha Bastos
Universidade Anhanguera Uniderp
Psicologia – Bacharelado
2° Semestre/Matutino
04/10/2021
Análise crítica do filme Divertida mente
- correlacionando com o último material de aula
(apostila relação entre emoção, motivação e inteligência motivacional).

“Você já olhou para uma pessoa e pensou o que se passa na cabeça dela?”

E assim, inicia o filme...

1) SINOPSE

Riley é uma garota divertida de 11 anos de idade, que deve enfrentar mudanças
importantes em sua vida quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal,
no estado de Minnesota, para viver em San Francisco. Dentro do cérebro de
Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, o
Nojinho e a Tristeza. A líder deles é Alegria, que se esforça bastante para fazer
com que a vida de Riley seja sempre feliz. Entretanto, uma confusão na sala de
controle faz com que ela e Tristeza sejam expelidas para fora do local. Agora,
elas precisam percorrer as várias ilhas existentes nos pensamentos de Riley
para que possam retornar à sala de controle - e, enquanto isto não acontece, a
vida da garota muda radicalmente.

A Pixar conseguiu, mais uma vez. Ao longo dos anos, o estúdio fez fama graças
à capacidade de criar universos bastante criativos a partir de situações
inusitadas. Assim foi com Toy Story (o mundo dos brinquedos), Procurando
Nemo (a vida no aquário), Monstros S.A. (Boo como ameaça aos monstros) e
outros tantos. Após um período de vacas magras, em que até fez sucesso mas
sem a mesma originalidade, o estúdio retorna à sua melhor forma em Divertida
Mente. Nenhum outro filme exibido no Festival de Cannes foi tão aplaudido após
a sessão quanto a animação. O que mais impressiona no longa-metragem é o
brilhantismo do roteiro - escrito a seis mãos por Pete Docter, Meg LeFauve e
Josh Cooley - por um grande motivo: desta vez, os conceitos adotados pelo filme
são totalmente abstratos. Afinal de contas, a história gira em torno da mente de
uma garota, Riley, tendo como grandes protagonistas as cinco...

Conforme o último material de aula desta disciplina, é possível considerar:

“Através da capacidade de autoconsciência, nos reconhecemos como seres


pensantes, racionais e emotivos, que vivemos e aprendemos no nosso dia a dia
a lidar com as mais variadas situações. Este aprendizado é demonstrado ao
exibirmos um comportamento de certa forma, controlado. Mas, este controle é
moldado pela nossa capacidade de auto-regulação da razão, das emoções em
conjunto com os conhecimentos adquiridos.
Portanto, quanto maior o equilíbrio entre esses fatores, melhor é nosso
comportamento e melhores são nossas oportunidades de aprendizagem”.
(BORGES; H, 2002)

2) A Emoção e sua relação com a Motivação e as Funções Cognitivas


Superiores

A etimologia da palavra emoção, em uma tradução livre, quer dizer “mover para
fora”, do latim ex movere, isto é, por para fora o que se passa no nosso interior.

Para C.Darwin em The Expression of the Emotions in Man and Animal, 1988 “As
emoções são adaptativas porque preparam, predispõem e orientam
comportamentos para experiências positivas ou negativas, mesmo
comportamentos de sobrevivência e de reprodução”.

Existe uma teoria muito conhecida na psicologia que descreve seis emoções
básicas e universais nos seres humanos: felicidade, tristeza, medo, surpresa,
raiva e nojo. Os psicólogos norte-americanos Paul Ekman e Wallace V. Friesen
tiveram este entendimento, depois de estudarem na Papua Nova Guiné, em
1972 uma tribo. Por meio de fotos, as mesmas expressões faciais foram
reconhecidas em outras pessoas de diferentes etnias do mundo.
Nesta linha, Divertida Mente desenvolve a trama com o movimento de cinco
personagens que representam as emoções, sendo estas: Alegria (= felicidade),
Tristeza, Medo (provavelmente, conciliando com a emoção da surpresa), Nojinho
e Raiva.

É possível afirmar, que as emoções do filme se alternam em sua atuação na sala


de comando, dentro da mente de Riley, no qual o roteiro se desenrola desde seu
nascimento até seus onze anos de idade quando, mudanças internas (da
infância para a adolescência) e externas (cidade, casa...) começam a acontecer
em sua vida.

A produção é admirável na representação das emoções, com os personagens:


a) A Alegria (é provável a ideia da Felicidade estar também aqui
representada) possui formato do corpo que remete à forma de uma estrela
e seu objetivo é tornar Riley feliz, otimista, alegre...
b) A Tristeza em forma de gota, cor azul é oposição da Alegria, que por sua
vez, é pessimista, melancólica, pede sempre desculpas...
c) A Raiva tem formato de um tijolo, que pesa e até explode eliminando fogo.
Ela é insensível e impaciente.
d) A Nojinho tem a cor verde associada ao vegetal brócolis que a garotinha
não gosta. Seu papel é evitar que Riley se exponha em situações
constrangedoras e
e) Medo (é provável a ideia da Surpresa estar também aqui representada)
possui a forma de um nervo da cor roxa que serve para proteger a
personagem principal dos perigos cotidianos.

No último material de estudo, o slide 4 menciona sobre as funções executivas,


onde aprendemos serem estas as responsáveis pelo controle das nossas ações
e pensamentos (o filme apresenta a figura de um trem denominado de “trem dos
pensamentos”), uma competência essencial para a realização das atividades
básicas como socialização, além de promover uma qualidade da saúde mental.
O termo surgiu com a americana neuropsicóloga Muriel Lezak, em 1982. Sua
pesquisa comprovou vínculo entre as funções executivas às estruturas pré-
frontais do cérebro, como o córtex, um dos responsáveis pelo desempenho
motor e psíquico.
Vale ressaltar, que alguns estudiosos classificam em componentes “quentes”
(exemplo: a capacidade de controle da raiva) e “frios” (exemplo: realizar cálculos
apenas com a mente) destas funções.

E assim, as funções executivas se dividem em três categorias de competências:


a) Autocontrole: refere-se à capacidade de resistir o que é atrativo, para optar
pelo que é certo. Induz a ação menos impulsiva e no sentido de aprendizagem
demonstra maior foco, maior concentração.
b) Memória de trabalho: trata-se da capacidade de manter armazenadas as
informações na mente, no intuito de serem utilizadas quando preciso (exemplo:
definir ordem de prioridade de ações) e
c) Flexibilidade cognitiva: por último e não menos importante, é a capacidade de
utilizar o pensamento criativa e ajustes flexíveis a fim de se adaptar às
mudanças. No caso das crianças, elas aplicam neste caso, a criatividade e
imaginação para a solução de problemas.

Esta função foi devidamente notável, quando por exemplo, na figura do amigo
imaginário Bing Bong (fantasia da criança de buscar uma companhia para
solucionar o problema do medo de se estar só, da necessidade do compartilhar
algo com alguém).

3) A Emoção e sua relação com a Percepção

A percepção das emoções é tida como o primeiro passo para a inteligência


emocional. Quer dizer, o desenvolvimento das habilidades de inteligência
emocional requer essencialmente uma boa percepção de emoções (em si e nos
outros).
“A inteligência emocional tem se tornado cada vez mais relevante para melhorar
a qualidade das relações interpessoais, seja na vida particular ou profissional.”
(GOLEMAN, 2012)

No filme quando a personagem Alegria se dá conta da importância da Tristeza,


é um destaque quanto a percepção das emoções no âmbito da inteligência
emocional. Outro momento, é quando a mãe percebe às dificuldades da filha em
detrimento aos desafios lançados ao marido.
“Seu pai está sob muita pressão, mas se nós continuarmos sorrindo, já ajuda
bastante” (frase da mãe).

Em paralelo, no mesmo conteúdo, ainda sobre percepção, foi descrita sobre a


Teoria Psicoevolucionária integrativa das emoções, sendo ela, uma das mais
influentes abordagens classificatórias para respostas emocionais em geral.
Considera-se que existem oito emoções primárias: alegria, tristeza, antecipação,
surpresa, irritação, medo, confiança e nojo. De acordo com seu precursor
Plutchik, estas emoções básicas são biologicamente primitivas e evoluíram para
incrementar a aptidão reprodutiva animal (cada uma delas manifesta um
comportamento significativo para sobrevivência humana).

Embora que, em Divertida Mente, a representação se configura nos


personagens que caracterizam cinco emoções, conforme mencionado
anteriormente, a emoção de irritação por exemplo é manifestada notavelmente
pelo personagem da emoção Raiva.

4) Afetos e Emoções

“- Como você fez isso?” “- Eu não sei, ele tava triste, então o escutei.” (Alegria
perguntando, Tristeza respondendo)
4.1) Afetividade

“Diretamente ligada à emoção, a afetividade consegue determinar o


modo com que as pessoas visualizam o mundo e também a forma com
que se manifesta dentro dele”. (Publicado por Gabriela Cabral
em httpps://mundoeducacao.uol.com.br/psicologia/afetividade.htm)

Conforme Piaget, a afetividade exerce grande influência no


comportamento e no aprendizado das pessoas juntamente com o
desenvolvimento cognitivo.

4.1.1) Sentimentos de acordo com sua tonalidade afetiva – frases do filme


que exemplificam:

- Esfera da tristeza
“Chorar faz eu me acalmar e suportar o peso dos meus problemas.”
(Tristeza falando para Alegria).

- Esfera da alegria
“Vai ser um ótimo dia, que vai virar uma ótima semana, que vai virar um ótimo
ano, que vai virar uma ótima vida” .
(Alegria)

- Esfera da agressividade
“Agora já é hora daquele palavrão?”

(Raiva para os demais).


Assim como o choro é a manifestação da tristeza, o palavrão é a manifestação
da raiva.
- Relacionados à atração pelo outro
“Se você sorrir comigo vai ajudar bastante.”
(Mãe de Riley para Riley)

- Amizade
“Não entrem em pânico, o importante é ficarmos juntos.”
(Bing Bong)

- Associados ao perigo
“Ilha dos Boybands?
Que seja só uma fase”.
(Medo)

- Narcísico
“Acho Divertida Mente que eu terei que me rebaixar ao seu nível. Desculpe por
não falar “idiotês” como você”
(Nojinho)

5) Conclusão

O filme discorre com propriedade e simplicidade os temas abordados no último


conteúdo, segundo proposta desta atividade, sendo o maior destaque voltado ao
tema EMOÇÕES.
No contexto de vida da garotinha Hiley os personagens se mesclam no controle
a cada instante, e fases de sua vida. Suas experiências, percepções,
sentimentos incorporam e constroem suas próprias memórias.
O filme presenteia com aprendizados, acerca da importância das emoções
(mesmo as que aparentemente sejam negativas), em meio às relações. As
mesmas, agem de forma dinâmica e a compreensão de suas potencialidades
conduz à encará-las e enfrentá-las, até mesmo, perceber fraquezas, restrições
como oportunidades são mecanismos para o desenvolvimento humano.
Cabe ainda exaltar, a criatividade na criação e execução das atitudes, formas,
pensamentos de cada personagem. Tão bem definidas em suas performances.
Por fim, acompanha a mostra ilustrativa de situações corriqueiras, aos quais
todos lidam com conflitos que percorrem as mentes (dita como sala de
comando). As escolhas e características que permeiam as mesmas (também
tratadas como personalidade) é o que se estabelece às conexões consigo e com
o outro, demonstradas nos caminhos da mente (subconsciente, trem do
pensamento, depósito da memória...) de uma forma divertida, muito Divertida
Mente!!!!

Você também pode gostar