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CONHECIMENTOS

BANCÁRIOS
EDGAR ABREU

AULA 04

BANRISUL
ATENÇÃO!

O Concursos GG adverte que reproduzir e compartilhar apostilas, imagens e


aulas é crime de violação de direito autoral, previsto na Lei 9.610 e no art.
184, §§ 1º e 2º, do Código Penal, podendo gerar punição, culminando em
uma pena de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
É muito importante ressaltar que o direito brasileiro realiza uma ampla
proteção ao direito de imagem, prevendo o dever de indenizar em caso
de sua violação. A proteção é de tamanha importância, que possui previsão
constitucional, no art. 5º, inciso V, da Constituição Federal.
Além disso, o Código Civil, em seu artigo 20, também confere proteção ao
direito de imagem, proibindo a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa, sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a
boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
A Súmula nº 203 do Superior Tribunal de Justiça relata ainda que independe
de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Portanto, o aluno que compartilha materiais, aulas e outros, possui o dever
de reparar pelo uso indevido da imagem, mesmo que não haja prova do
prejuízo e/ou dolo na conduta do agente. Além disso, ainda pode vir a sofrer
as sanções penais supracitadas.
Desta forma, é terminantemente proibido o rateio de materiais do curso
através de grupos de Whatsapp, Facebook, E-mail ou qualquer outro meio
de compartilhamento. Inclusive alertamos que a matrícula do aluno pode vir
a ser cancelada caso seja constatada a prática de rateio, conforme previsão
contratual.
Conhecimentos
Bancários
Prof. Edgar Abreu

AULA 04

COPOM

Fala, cabeção! Bora falar dele, o COPOM. Deixa eu pegar minha caneta aqui e vamos entender
como funciona o Comitê de Política Monetária.
Como você sabe, o principal objetivo do Banco Central é o combate aos preços altos. Na verdade,
a gente fala que é essa manutenção dos preços; o Banco Central odeia a inflação. Então, essa
estabilidade de preços, que é o que se busca, é o principal objetivo do Banco Central. Entre outras,
mas é o principal. E, pra ter a estabilidade de preços, ele tem que ter controle de taxa de juros.
Nasce, então, em 1996, o COPOM, Comitê de Política Monetária, que passa a ter sentido mesmo
em 1999, quando ele começa a ter uma meta, né? Então, como é que funciona o COPOM? Primeiro,
quem é o COPOM? O COPOM, basicamente, são os diretores do Banco Central. Os nove diretores
do Banco Central, sendo um deles o presidente, se reúnem esporadicamente - pra ser mais exato,
oito vezes ao ano - aproximadamente - aproximado, presta atenção, não é exato, é aproximado - a
cada 45 dias eles se juntam.
Se juntam, fazem uma reuniãozinha, - na verdade, são duas reuniões - por dois dias eles se reúnem,
na terça, na quarta-feira, pra falar sobre a taxa de juros, a cada 45 dias. Beleza. Nessa reunião, eles
analisam todos os cenários econômicos, enfim, olham como está a economia, olham como está o
mercado lá fora, como está a crise e, principalmente, a inflação. Então, o cara que eles olham pra
tomar decisão, entre vários outros caras, o foco principal, eles olham a inflação medida pelo IPCA,
que essa é a que interessa.
Então não importa onde está o IGP, IGPM, outros indicadores não importam, é o IPCA, onde está o
IPCA. Porque esse IPCA é a meta que eles têm pra trabalhar. Ou seja, começa o ano, o COPOM tem
uma meta: “Olha, nossa meta desse ano é 3,5% mais ou menos 1,5 de tolerância”; o que quer dizer
isso? Quer dizer que a inflação ao longo do ano vai ter que estar 3,5 menos 1,5, tira aqui, vai dar 2%;
3,5 mais 1,5: a 5%. Então, a inflação vai ter que estar dentro desse período, o COPOM vai ter que
rebolar para deixar a inflação aqui dentro. Por quê? Porque senão o chefe que passou a meta para
ele briga.
Então, primeiro, quem é que determina essa meta? Então vou botar: “meta é determinada pelo
chefe do COPOM”; que é ele, o que manda em todos, o Conselhos Monetários Nacional, o Conselho
que manda neles, ele dá a meta, ele fala: “COPOM - ou seja, Banco Central – trabalha! Te esforça”;
e aí, o que o COPOM tem que fazer? Ele tem que ir lá bater a meta. Aí ele vai lá, bate, desenrola e
vai pra taxa de juros. Ele vai definir a Selic Meta. Esse é o objetivo do COPOM, determinar a taxa de
juros Selic Meta, tá? “Como assim, professor? O que tem a ver esse diabo dessa taxa de juros com
isso aqui?”; ah, é bem simples, presta atenção.

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Vem comigo, cabeção, olha a análise que o pai vai fazer contigo. Imagina que a taxa de juros ela está
a 2%; vou botar 3%, como estava lá no pré-pandemia, tá? E ela, em um ano, foi para 13% - número
do Zagallo - tá? Aumentou. Então, o que a gente teve aqui? Uma elevação da taxa de juros. O que
acontece nesse cenário? Presta atenção. Imagina que você tinha o dinheiro investido, lá antes da
pandemia, e você estava ganhando 3% ao ano. Aí você está lá no banco: “Ai, esses 3% ao ano, cara,
se eu fazer aqui... puxa, botar pra... Vou empreender aqui na internet, arrasta para cima e eu já
ganho mais”; “Eu vou pegar esse dinheirinho aqui e vou comprar um imóvel, botar pra alugar e
ganhar mais”; se eu ficar, olha, tudo paga mais. Então, nesse cenário, quando está aqui, o cara tira
o dinheiro do banco. É ou não é? O cara não deixa dinheiro no Banco porque paga muito pouco, 3%
ao ano. É o que aconteceu. Com a pandemia, a crise, começou a pagar 13% ao ano.
Agora o teu custo de oportunidade é muito maior, ou seja, para que eu tire o dinheiro do banco,
qualquer CDBzinho está me dando 13%; “Ah, fica lá”. É muito difícil você achar um outro investimento
que vai compensar essa oportunidade. Então essa elevação da taxa de juros faz você fazer o quê?
Gastar mais ou gastar menos? Nesse cenário, você vai gastar, “consumir” menos; você vai reduzir
esse consumo. Então, nesse cenário, você vai reduzir o seu consumo. Se você reduz seu consumo,
deixa o dinheiro parado no Banco, o que você vai ter aqui? Um controle de preço. Como assim, um
controle de preço? O boneco do outro lado está vendendo: “Ah, vendo, vendo, vendo”; um celular,
vendo uma TV, vendo curso de certificação, tem gente vendendo para todo lado. E as pessoas não
estão comprando, não estão comprando por quê? Deixa no Banco pra render juros. E, como elas
não consomem, isso vai consumindo o cara que tem que vender: “Pô, esse mês não bati a meta,
tenho que vender aqui. Ninguém tá comprando. Ninguém tá comprando”. O que acontece? O cara
ou segura o preço ou começa a fazer promoção pra torrar o estoque, senão ele vai quebrar. Precisa
de dinheiro. Então, há um controle de preço com a elevação da inflação? Sim, sim. A elevação da
inflação vai dar um controle de preço, ou seja, há uma tendência que esse preço caia até, inclusive
que haja uma redução dos preços. Bacana.
Quando a gente tem um movimento inverso, que é, sei lá, imagina que a taxa de juros está lá em
12% ao ano e ela começa a cair e ela chega a 5 % ao ano. É o contrário, né? É bem lógico. Por quê?
Se você estava você no cenário de 12% e as taxas começaram a cair e foram pra 5%, você começa
a pensar: “Por que raios deixar no Banco?”; você está lá ancorado: “Ah, ganhava 12, agora só 5, o
Banco não paga nada. Banco não paga nada. Vou tirar esse dinheiro”; aí você tira, você investe,
você compra carrinho de cachorro-quente, você faz o que for, porque está pagando muito pouco.
Então, o que vai acontecer com os seus gastos, com o seu consumo? Há tendência de aumento? E
essa elevação de “compra, compra, compra”; pode gerar um “aumenta, aumenta, aumenta”; sim,
um descontrole de preços. Ou seja, pode gerar a nossa tão temida inflação.
E aí, se gera a inflação, não bate a meta; e se não bate a meta, não tem bônus. Enfim, é o histórico
do cara e a meta dele é essa daqui. “Professor, então tá pronto, é a solução do mundo: aumenta a
taxa de juros até o infinito, as pessoas vão ter que reduzir o preço e pronto”; o Banco Central bate
a meta”; mas o país não cresce. Porque pra crescer: taxa de juros baixa. Porque essa taxa baixa vai
te incentivar a tirar o dinheiro e empreender, colocar no negócio, colocar na renda variável, jogar
no mercado de capitais. É essa taxa baixa que vai fazer você procurar oportunidades. E vai fazer
você gerar emprego. É essa taxa é baixa. Então, taxa baixa é bom para o PIB, o PIB, quando olha a
taxa baixa, ele fala: “É aí que eu cresço”. Mas a taxa baixa, a inflação também olha e fala: “É aí que
eu cresço”. Então fica nesse dilema, é inflação, pibão, pibinho, inflaçãozinha, como que a gente faz
esse controle? Basicamente, mudando a taxa de juros.

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A Selic Meta é a referência para todas as taxas de mercado, afinal de contas, essa taxa aqui vai
ser a referência para remuneração dos Títulos Públicos Federais, mais especificamente da LFT. E
é a concorrente, é a base de juros de renda fixa, então, essa taxa de juros, mexer nela vai fazer
um efeito cascata nas demais taxas do mercado financeiro, esse efeito cascata vai mudar o
comportamento das pessoas, consequentemente, faz pressão: ou para consumir mais, o que
vai gerar inflação; ou pra consumir menos, o que vai fazer controle de preços, dependendo da
necessidade e, principalmente, o quanto está descolada essa inflação da meta que o Banco Central
tem que cumprir. Lembrando que se o Banco Central não bate a meta, COPOM não bateu a meta,
“Ai, ai, ai, COPOM!”; o COPOM é obrigado a enviar uma carta aberta; o que é uma carta aberta?
Carta aberta é coisa antiga, da minha época. É tipo um post no Face, é um post. Não é um direct, se
é um direct é uma carta fechada; é um post, é público, no LinkedIn, um textão no LinkedIn, textão
no Face. E o que fala essa carta aberta? “Desculpa, so sorry, não deu”. Ele vai ter que mandar uma
carta aberta endereçada ao ministro da economia, que é o presidente do CMN, falando o seguinte:
“Não deu dessa vez, mas eu vou tentar ano que vem”; quais são os motivos, razões, circunstâncias
do não batimento da meta e o que ele está fazendo pra mudar essa vida. Então essa carta aberta é
enviada do COPOM, é uma carta que é enviada do COPOM, para o CMN, quando não atinge a sua
meta de inflação.
Beleza, Cabeção? Esse é um COPOM, Comitê de Política Monetária. Lembrando que a taxa de
juros é um dos instrumentos de política monetária, mas o Banco Central também tem outros
instrumentos para tentar controlar esse dinheiro na economia e a sua liquidez.
Beleza? Espero que você tenha entendido e tenha tirado todas as suas dúvidas. Foi lindo. A gente se
encontra na próxima aula.

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