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FICHAMENTO – “A ‘OBJETIVIDADE’ DO CONHECIMENTO NAS CIÊNCIAS

SOCIAIS” DE MAX WEBER

Discente: Mariana de Oliveira Leal, 2º período – Direito.

WEBER, Max. A "Objetividade" do Conhecimento em Ciências Sociais. Tradução:


Gabriel Cohn. 4ª. ed. São Paulo: Ática, 2006. cap. 1, p. 13-30. ISBN 978 85 08 10606-6.
Disponível em:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/351364/mod_resource/content/1/
Weber%2C%20M.%20A%20objetividade%20do%20conhecimento%20nas%20ci
%C3%AAncias%20sociais.pdf. Acesso em: 18 nov. 2021.

A “objetividade do conhecimento nas ciências sociais – parte 1

 Nesse capítulo, Weber inicia falando sobre a economia política e seu processo histórico
baseado na dicotomia entre o conhecimento do que “é” e o conhecimento do que “deve
ser” em função da ausência ou presença de juízos de valor.
 Para ele, o maior problema enfrentado pelos cientistas era, basicamente, combinar o
empirismo com juízos de valor e, por isso, esclarecia que a ideia de que se deve produzir
ideais a partir de uma concepção científica e deles extrair receitas para a prática é
totalmente errônea.
 A ciência pode ajudar um homem a tornar-se consciente que toda ação ou toda falta de
ação significa assumir posição a favor e contra de determinados valores e cabe a ele a
escolha que se é tomada pelo fim que deseja. Não obstante, na ciência é imprescindível
que se compreenda aquilo se lutou e se luta para o respectivo objetivo.
 O tratamento cientifico dos juízos de valor não somente quer tornar compreensíveis e
perceptíveis os fins e os ideais buscados, como (principalmente) saber avalia-los de forma
crítica.
 A crítica tem caráter dialético, como uma espécie de avaliação lógico-formal do objeto
que se imerge nos juízos de valor e ideais previamente concebidos.
 “Trazer à consciência esses critérios últimos que se manifestam no juízo de valor concreto
é o máximo que ela pode fazer sem entrar no campo da especulação. Se o sujeito do
julgamento deve adotar esses critérios é uma questão do seu foro íntimo e uma questão do
seu querer e da sua consciência, não do conhecer empírico” (WEBER, 2006, p. 17)
 Não é função da ciência ensinar a ninguém sobre o que se deve fazer, mas sim e somente
o que se pode e sobre o que se quer.
 Avaliar a validade de valores é o objetivo de uma crença como tarefa de observação e
interpretação especulativas do mundo e da vida para se obter uma explicação para as
coisas. No entanto, essa conduta está longe de ser o objetivo da ciência, sobretudo
empírica.
 A característica do caráter político-social de um problema é que não se pode resolvê-lo
com base em considerações meramente técnicas e que os critérios de juízo de valor podem
e devem ser objetos para o estudo, uma vez que esse campo atinge questões culturais.
 “Uma coisa é certa em quaisquer circunstancias: quanto mais “geral” é o problema de que
se trata – o que aqui significa: quanto mais ampla a sua importância cultural, tanto menos
é acessível uma resposta unívoca a partir do material do conhecimento empírico, tanto
mais incidem nele os axiomas últimos da crença e das ideias de valor.” (WEBER, 2006, p.
20)
 É necessário obter a capacidade do discernimento entre conhecimento e avaliação e o
cumprimento da obrigação científica de lidar com a verdade dos fatos, bem como de
defender seus próprios ideais.
 A análise lógica, com base nos axiomas e no registro de experiências práticas que
resultam com objetivo esperado, para ser bem sucedida deverá ser válida também para os
critérios de análise.
 A avaliação normativa e a verdade empírica que a ciência busca são coisas diferentes.
Para Weber, a ciência é uma atividade intelectual que objetiva colocar ordem nos
fenômenos observados, o que provoca estabelecer as relações verificáveis entre eles.
 A ciência oferece conhecimento do que ocorre no mundo, mas não traz uma significação
para cada pessoa, pois essa tarefa é particular e individual.
 Abrir mão de avaliações na ciência não evita que o cientista crie opiniões e se posicione,
mas isso não será feito em nome do conhecimento científico.
 Weber afirma que o que deve ser reconhecido é que o desenvolvimento “caráter” numa
revista científica pode representar um perigo para a neutralidade e imparcialidade de um
trabalho cientifico. Entretanto, nota-se que há uma escolha maldosa e tendenciosa dos
colaboradores de uma revista, cujas opiniões são semelhantes entre si, criando uma certa
tendência.
 Portanto, ao distinguir entre “juízos de valor” e “conhecimento empírico”, pressupõe-se
até agora a existência de uma modalidade de conhecimento de validade que não está
sujeita condições ou avalições, ou seja, que efetivamente exista a ordenação, em
pensamento, da realidade empírica do domínio das ciências sociais.

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