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Cohn apresenta o livro falando sobre o que se trata: as ciências da cultura (termo utilizado
por Weber para denominar o que hoje é considerado como ciências sociais) são ddotadas
do dom da “eterna juventude”, ou seja, nunca se envelhecem de fato, sempre há novos
problemas e desafios para serem solucionados.
O título do livro (a "objetividade" do conhecimento em ciências sociais) é uma pequena
armadilha, segundo Cohn. Weber não busca estudar a objetividade do conhecimento como
algo já dado, mas busca entender melhor o que seria essa ideia de objetividade.
O ponto de partida do texto de Weber se dá através da empiria realizada pelas ciências
sociais. A empiria é a observação da realidade humana, conhecer algo que está ou esteve
no mundo. Logo, entende-se que o conhecimento não deve basear-se em valores, mas sim
em dados reais, observados.
No entanto, Weber ainda sim acredita que a objetividade não consiste em somente se
tratar dos fatos isolados dos valores, por mais importante que isso seja, tanto é que
inicialmente evita a concepção de objetividade como oposto de subjetividade. Para ele, a o
conhecimento se atém aos fatos e não envolve avaliações (nem mesmo a do cientista).
Para Weber, o conhecimento científico se concentra em aspectos limitados da realidade,
porque são infinitas ocorrências no mundo e, se não fossem limitadas, seria impossível
observar e estuda-las. Não podendo conhecer tudo, o cientista incide sua atenção sobre o
que lhe foi solicitado ou o que lhe parece mais viável, sendo essa segunda opção aquilo
que lhe confere significação no mundo cultural que pertence.
Cultura, na concepção weberiana, seria “um grande campo de significados normativos,
povoado por valores fundamentais como o belo e o bom, dos quais outros derivam e que –
este é o ponto decisivo – é compartilhado por todos os que nela se incluem.” (COHN,
2006, p. 10)
Tudo isso representa que a ciência como conhecimento do que é não se trata de qualquer
coisa, mas sim daquilo que para os homens de uma certa cultura, comunidade e em
determinado tempo lhes é importante e vale a pena conhecer. Portanto, não faz sentido se
envolver numa pesquisa social sem um impulso cultural e importante para uma sociedade.
A força motriz de uma pesquisa científica advém de um conjunto de valores. Dessa forma,
não é correto dizer que o conhecimento científico provém somente de fatos, uma vez que
nenhum cientista se interessaria por alguma pesquisa que não tivesse uma certa utilidade
para sua vida e nem correspondesse com seus valores (sejam particulares ou coletivos).