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Como uma das alternativas mitigadoras para o controle das enchentes, temos o asfalto

permeável, sua composição permite a percolação dos fluidos quando em contato com o solo,
contribuindo com a recarga das águas subterrâneas, melhoria da vida útil dos pavimentos, com a
redução na carga de poluentes carregados e também com a diminuição de ruídos de atrito emitidos
através do contato com os pneus dos veículos. (COUTINHO, 2011) (GOUVEIA, 2019).
Geralmente, a aplicação desse asfalto é limitada a pequenos trechos rodoviários devido a
porosidade de sua estrutura, apresentando uma menor resistência mecânica. Para contornar esse
empecilho, a pesquisa de Gouveia (2019) desenvolveu um asfalto que preserva as características de
rigidez e flexibilidade, podendo se comportar como um agente drenante e ainda conservando a
resistência do asfalto convencional. Assim, permitindo seu uso em ambientes com intempéries
específicas e com tráfego elevado.

Imagem X. Sistema do Asfalto Permeável. Fonte: Luiz, Silva, Assis, Rocha e Peres, 2020.

Os pavimentos são estruturas que possuem quatro camadas com espessuras diminutas,
construídas acima da terraplanagem, eles podem ser classificados como rígidos ou flexíveis. Os
pavimentos flexíveis, ou asfálticos, de acordo com a norma DNIT 031/2006 – ES são compostos por
agregados (miúdos e graúdos), ligantes asfálticos (betume, piche e CAP), pelos materiais de
enchimento (cimento portland, cinza volante, pós-calcários ou cal) e pelos melhoradores de
adesividade. O revestimento asfáltico é a camada mais superior ao qual é atribuído o objetivo de ter o
contato direto com as cargas aplicadas e também possibilitar a transição de esforços para as demais
camadas abaixo (MOTTA; SOARES; BERNUCCI; CERATTI, 2010).

Imagem X. Sistema de Camadas de um Pavimento e Tensões Solicitantes. Fonte: Motta, Soares,


Bernucci e Ceratti, 2010.
.O asfalto permeável tem uma composição quase idêntica com a do asfalto comum, a
principal diferença entre eles é a presença de espaços vazios em sua estrutura, ou seja, ele se constitui
de um pavimento asfáltico que não contém os agregados finos, portanto partículas menores que
600µm não entram na composição, assim, o asfalto tem agregados com vazios de 40% (PIRES;
CALADO; FURTADO, 2018). No trabalho de Gouveia (2019), foram realizados ensaios de análise
granulométrica, determinação da massa específica, determinação da dosagem pré mistura a quente,
determinação da dosagem de concreto, ensaios de resistência à compressão diametral e tração, e por
fim, a análise da permeabilidade. A tabela a seguir apresenta as normas atendidas no desenvolvimento
do asfalto permeável.

Tabela X. Normais e Ensaios Utilizados para Garantir a Confiabilidade do Asfalto Produzido. Fonte:
Gouveia, 2019.

Norma Descrição
DNER - ME 043/95 Misturas betuminosas a quente - ensaio Marshall.
DNER - ME 054/97 Equivalência de areia.
DNER - ME 083/98 Agregados - Análise Granulométrica
Pavimentação asfáltica – Misturas asfálticas – Determinação
DNIT - ME 136/18
da resistência à tração por compressão diametral.
Determinação da massa específica do agregado miúdo por meio do frasco
DNER - ME 194/98
Chapman.
Determinação da absorção e da massa específica do agregado
DNER - ME 195/97
Graúdo.
Agregados - determinação do teor de umidade total, por
DNER – ME 196/98
secagem, em agregado graúdo.
DNIT 031/2006 – ES Pavimentos flexíveis – Concreto asfáltico.
Pavimentação – pré misturado a quente com asfalto polímero
DNER – ES 386/99
– camada porosa de atrito.
DNIT – PRO 120/97 Coleta de amostras de agregados.
Redução de amostra de campo de agregados para ensaio de
DNER – PRO 199/96
laboratório.
Pavimentação asfáltica – Preparação de corpos de prova
DNIT 178/18 – PRO
para ensaios mecânicos.
Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos
ABNT NBR 5738/15
de prova.

O Asfalto permeável consegue realizar a filtração de água em uma taxa de 0,04L/s, podendo
absorver até 39,5 mm de água no intervalo de 1 hora (VIRGILIIS, 2009). A diferença de custo entre
os tipos de asfaltos é pequena, sendo de 230,00 R$/m² para o asfalto poroso e 195,00 R$/m² para o
comum. Por fim, é preciso ressaltar a necessidade de análises prévias das características de
permeabilidade do solo a fim de garantir que ele seja permeável na área da sua sub-base e que
nenhum reservatório de água subterrânea possa ser contaminado.
COUTINHO, Artur Paiva. PAVIMENTO PERMEÁVEL COMO TÉCNICA
COMPENSATÓRIA NA DRENAGEM URBANA DA CIDADE DO RECIFE. 2011. Disponível
em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/10525/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O
%20Arthur%20Paiva%20Coutinho.pdf. Acesso em: 15 set. 2022.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT 031/2006 -


ES: Pavimentos flexíveis - Concreto asfáltico - Especificação de serviço. Rio de Janeiro: Diretoria de
Planejamento e Pesquisa, 2006. 14 p. Disponível em:
https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/coletanea-de-normas/coletanea-
de-normas/especificacao-de-servico-es/dnit031_2006_es.pdf. Acesso em: 15 set. 2022.

GOUVEIA, Mariana Aparecida de Oliveira. ASFALTO DRENANTE: proporções granulométricas e


aplicabilidade. PROPORÇÕES GRANULOMÉTRICAS E APLICABILIDADE. 2019. Disponível
em: https://repositorio.ifgoiano.edu.br/bitstream/prefix/559/1/TCC%20MARIANA%20GOUVEIA-
ENG%20CIVIL.pdf. Acesso em: 15 set. 2022.

LUIZ, Gabriel Andrade; SILVA, Thalles Gumieri da; ASSIS, Rita de Cássia Texeira; ROCHA, Lucas
Machado; PERES, Silane Mattos. ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA DO USO DO
ASFALTO PERMEÁVEL COMO ALTERNATIVA DE PREVENÇÃO DE ENCHENTES
URBANAS NA CIDADE DE TRÊS RIOS. Epitaya E-books, [S. l.], v. 1, n. 12, p. 82-98, 2020.
DOI: 10.47879/ed.ep.2020144p82. Disponível em:
https://portal.epitaya.com.br/index.php/ebooks/article/view/52. Acesso em: 15 set. 2022.

MOTTA, Laura Maria Goretti da; SOARES, Jorge Barbosa; BERNUCCI, Liedi Bariani; CERATTI,
Jorge Augusto Pereira. PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: formação básica para engenheiros.
Formação Básica para Engenheiros. 2010. Disponível em:
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PIRES, Rodrigo Azevedo Gonçalves; CALADO, Jane da Cunha; FURTADO, Dayana Brainer da
Silva. VIABILIDADE TÉCNICA DO ASFALTO PERMEÁVEL, COMO ALTERNATIVA NA
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VIRGILIIS, Afonso Luís Corrêa de. Procedimentos de Projeto e Execução de Pavimentos


Permeáveis Visando Retenção e Amortecimento de Picos de Cheias. 2009. 231 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3138/tde-08092010-122549/publico/
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