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ARTIGO ORIGINAL

Outra forma de fazer amor na África: Kunyaza,

uma técnica sexual tradicional para desencadear
orgasmo feminino em encontros heterossexuais
N. Bizimana (PhD)

Grainauer Strasse 13, D — 10777 Berlim, Alemanha

PALAVRAS-CHAVE Sumário Kunyaza é uma técnica sexual tradicional usada na África Central, que tem o
Kunyaza; reputação de desencadear o orgasmo feminino durante encontros heterossexuais. O autor descreve
Orgasmo feminino; e analisa criticamente as características dessa técnica, que parece estimular fortemente
Técnicas sexuais; orgasmo feminino e expulsão pela mulher de grandes quantidades de líquido.
Problemas sexuais; © 2009 Elsevier Masson SAS. Todos os direitos reservados.
África

Introdução Orgasmen und weibliche Ejakulation mit afrikanischer

O objetivo deste artigo é apresentar um caso sexual incomum
técnica usada, até onde sabemos, apenas em Burundi, Ruanda, República
Democrática Oriental do Congo, Uganda Ocidental e Tanzânia Ocidental
(essa área será chamada de África Central no restante do texto) para
desencadear orgasmos femininos durante encontros heterossexuais. Pela
primeira vez, é apresentado de forma detalhada e aprofundada aos
profissionais de saúde sexual.
Esta prática sexual denominada em Ruanda e Burundi
como kunyaza e em Uganda como kachabali já
foi publicado em dois livros populares Le Secret de
l'amour à l'Africaine (Bizimana, 2008) e Kunyaza.
Múltiplo
DOI do artigo original:10.1016/j.sexol.2009.12.004.
Également en version française dans ce numéro : Bizimana N.
Une variante africaine de l'amour: Le kunyaza, técnica sexual
tradição de diminuir o orgasmo feminino para os contres heterossexuais.
Liebeskunst (Bizimana, 2009). Neste artigo, repetimos apenas
os assuntos que a nosso ver são essenciais para o
profissionais de saúde.
Os dados aqui apresentados baseiam-se essencialmente na
informação recolhida junto de 58 mulheres e homens durante a nossa
entrevistas na África Central e de 30 leitores de nossos livros populares.
Damos apenas um resumo dos resultados de nossa
pesquisa, sem entrar em detalhes sobre a exata
número e a taxa percentual dos informantes de
quem obtivemos os dados.
Como a kunyaza é praticada?
Durante a prática simples de kunyaza, o homem golpeia rítmica e
continuamente a glande do clitóris com a glande do pênis ereto, que ele
pega na mão ou entre o dedo indicador e o médio (Figs. 1 e 2), movendo-
se em o mesmo movimento de cima para baixo e vice -versa ou da
esquerda para a direita e vice-versa. Eventualmente, ele pode fazer
movimentos circulares, trabalhando também na

Endereço de e-mail: jmvbizi@yahoo.de

1158-1360/$ - ver matéria inicial © 2009 Elsevier Masson SAS. Todos os direitos reservados.
doi:10.1016/j.sexol.2009.12.003

Por favor, cite este artigo na imprensa como: Bizimana N. Outra forma de fazer amor na África: Kunyaza, um método sexual tradicional
técnica para desencadear o orgasmo feminino em encontros heterossexuais. Sexologias (2010), doi:10.1016/j.sexol.2009.12.003
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2 N. Bizimana
Figura 1 Pênis na mão. (ilustração de Simão
P. Schrieber).
mesmo movimento no sentido horário e depois anti-horário.
Como alternativa, pode-se atingir tanto a glande quanto o corpo do
clitóris de maneira semelhante à glande, movendo-se da raiz do
corpo para a parte inferior da glande e vice-versa . Ambas as partes
do clitóris também podem ser estimuladas usando um movimento
em zigue-zague da raiz do corpo até a base da glande e vice-versa.
Inicialmente, o golpe pode ser doloroso porque a área ainda não
está lubrificada. Nesse caso, a mulher deve umedecê-lo com a
saliva.
Durante a prática complexa de kunyaza, o seguinte é
realizado:
• após a lubrificação vaginal através das preliminares, o homem
introduz seu pênis ereto na vagina para praticar a técnica de
penetração vaginal peniana convencional
(PVP), durante o qual ele move seu pênis para trás
e para frente na vagina;
Figura 2 Pênis entre o dedo indicador e o dedo médio. (ilustração
de Simon P. Schrieber).
Por favor, cite este artigo na imprensa como: Bizimana N. Outra forma de fazer amor na África: Kunyaza, um método sexual tradicional
técnica para desencadear o orgasmo feminino em encontros heterossexuais. Sexologias (2010), doi:10.1016/j.sexol.2009.12.003
Figura 3 Estimulação das zonas erógenas perineo-vulvares
pelo pênis por movimentos verticais. (ilustração de Juan Pablo
Gómez).
• depois que o pênis ficar úmido o suficiente, ele o remove
da vagina e o pega em sua mão ou entre o dedo indicador e
médio, como feito durante a prática da forma simples de kunyaza,
e então ele ritmicamente
e repetidamente golpeia as superfícies externas dos pequenos
lábios com a glande de seu pênis, trabalhando no mesmo
movimento de cima para baixo e vice-versa, da esquerda para
direita e vice-versa ou de cima para baixo em ziguezague
movimento, e vice-versa de maneira semelhante à
estimulação da glande e corpo do clitóris;
• quando há intumescência e abertura dos lábios
minora devido à crescente excitação sexual da mulher, ele realiza
movimentos semelhantes na área das superfícies internas dos
lábios menores e do vestíbulo, incluindo
a abertura uretral externa;
• o próximo passo consiste em estimular, sempre no mesmo
movimento, o clitóris, o vestíbulo, os pequenos lábios e a
abertura vaginal. O homem procede de maneira semelhante à
descrita acima, movendo-se desde o início do corpo do clitóris
até a margem inferior do
a abertura vaginal;
• finalmente, quase simultaneamente, ele estimula todos os órgãos
da vulva (corpo e glande do clitóris, vestíbulo, pequenos lábios,
abertura vaginal) e o períneo, passando do início do corpo do
clitóris até o
área perineal e vice-versa (Figs. 3 e 4). Isto é o
forma mais comumente usada.
Durante todos os estágios da estimulação externa, o homem
pode passar para a estimulação interna, soltando o pênis para
praticar o coito antes de retornar à estimulação externa. Ele pode
tornar as investidas do coito mais estimulantes alternando
penetrações superficiais e profundas, ações que são chamadas
respectivamente de gucuga e gucumita em Ruanda. Ele também pode
estimular as paredes vaginais de forma mais direta do que com o
simples uso do PVP. Para isso, ele pega o pênis na mão ou entre os
dedos indicador e médio, como feito durante a estimulação externa, e
faz com que o corpo do pênis realize movimentos verticais e horizontais
de uma parede a outra e vice-versa ou movimentos circulares ao longo
as paredes vaginais, cada uma através de uma progressão da abertura
vaginal em direção ao colo do útero e vice-versa.
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6 Outra forma de fazer amor em África: Kunyaza, uma técnica sexual tradicional para desencadear o orgasmo feminino em encontros heterossexuais3

Figura 5 Posição sentada clássica (kwicaza): mulher sentada

na perna dobrada do homem. (ilustração de Simon P. Schrieber).
Figura 4 Estimulação das zonas erógenas perineo-vulvares
pelo pênis por movimentos horizontais ou em ziguezague. (ilustração de
Juan Pablo Gómez). Kunyaza e desencadeamento do orgasmo feminino

Kunyaza é considerado na África Central uma boa técnica para desencadear

Durante a estimulação interna e externa, o ritmo
e a força dos movimentos são lentas e sensíveis, e
eles aumentam de acordo com a excitação sexual do
mulher e a umidificação das áreas envolvidas. Dor para
o pênis durante a estimulação perineovulvar pode ser evitado
removendo os pelos pubianos da mulher.
A mulher participa da prática do kunyaza cooperando
com seu parceiro na escolha das formas de kunyaza e na
intensidade do ritmo a ser
usado e mostrando-lhe as zonas de sua área genital que melhor respondem
à estimulação sexual. Se o homem se cansar antes do final da relação
sexual, ela pode pegar o pênis dele na mão e continuar o processo até que
ele descanse.
Se ele tiver dificuldade em estimular o vestíbulo, ela pode ajudá -lo
afastando os pequenos lábios com os dedos até que toda a área vestibular
esteja acessível ao pênis. Para permitir que ele estimule confortavelmente
a área entre o lábio inferior e o lábio maior, ela também pode afastá - los
com os dedos até que a área entre eles esteja definida. Os lábios abertos
são liberados quando se trata de estimulação interna.
o orgasmo feminino. Foi desenvolvido depois que as pessoas perceberam
empiricamente que apenas algumas mulheres são capazes de atingir o
orgasmo apenas com o uso de PVP. Segundo essas pessoas da África
Central, esta técnica africana tem, entre outras, as seguintes características:
A mulher pode atingir o orgasmo em 3 a 5 minutos e isso pode acontecer
antes que o homem tenha orgasmo. A estimulação externa por si só é
suficiente para levar a mulher e o homem ao orgasmo.
Kunyaza permite que as mulheres tenham orgasmos múltiplos, e é por isso
que elas preferem isso ao PVP. Muitas mulheres pedem ao parceiro para
usá-lo se não estiverem sexualmente satisfeitas com o uso do PVP. Eles
não perguntam diretamente. Perguntam-lhe, por exemplo, se fala ou não
com outros homens. Esta pergunta é uma forma indireta e diplomática de
convencê-lo a falar com outros homens para perguntar-lhes como está a
kunyaza.

Em quais posições a kunyaza é praticada?

Kunyaza é realizado em muitas posições diferentes. Essas posições têm

em comum que permitem ao homem, quase sem interrupção, alternar da
estimulação externa para a interna e vice-versa. Dois tipos de cargos podem
ser diferenciados: os cargos tradicionais e os cargos modernos. As posições
tradicionais são as posições clássicas, que as pessoas sempre usaram na
prática do kunyaza, enquanto as posições modernas são fáceis de usar

para pessoas da sociedade contemporânea que são menos esportivas

que seus ancestrais. No geral, podem ser distinguidos cinco grupos de Figura 6 Posição moderna: mulher deitada de costas e
posições: (a) posições sentadas, (b) posições deitadas, (c) posições por homem sentado entre suas pernas abertas e dobradas. (ilustração de
trás, (d) posições em pé e (e) posições usadas durante a gravidez. figos. 5 Mathias Knapp).
a 9 mostram alguns exemplos dessas posições.

Por favor, cite este artigo na imprensa como: Bizimana N. Outra forma de fazer amor na África: Kunyaza, um método sexual tradicional
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4 N. Bizimana
Figura 7 Posição moderna: mulher sentada na beira da cama e homem
ajoelhado na frente dela entre suas pernas abertas. (ilustração de Matthias
Knapp).
praticado. A estimulação do clitóris, que é chamada de rugongo em
Ruanda e Burundi, é considerada indispensável para desencadear o
orgasmo feminino. Assim, quando questionado
para explicar brevemente o significado de kunyaza, ruandeses e
burundianos respondem que consiste em acariciar ou golpear o
rugongo. Muitos homens observam o aumento do diâmetro e
comprimento deste órgão durante a excitação sexual da mulher quando
são utilizadas posições que expõem a vulva à visão masculina.
Figura 8 Posição tradicional em pé: Homem em pé e
segurando a mulher com o braço. (ilustração de Simão
P. Schrieber).
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técnica para desencadear o orgasmo feminino em encontros heterossexuais. Sexologias (2010), doi:10.1016/j.sexol.2009.12.003
Figura 9 Posição tradicional durante a gravidez: mulher deitada
deitada de costas na cama tradicional e o homem sentado entre ela
pernas dobradas e abertas. (ilustração de Simon P. Schrieber).
Produção e expulsão de grandes quantidades
de líquido pela mulher na região perineovulvar
durante a prática de kunyaza
Durante a prática do kunyaza, a mulher geralmente produz e expele
grandes quantidades de líquido na região perineovulvar. É por isso que
esse tipo de sexo é chamado kunyaza, que significa literalmente fazer
urinar. A área genital do homem muitas vezes também fica molhada e,
às vezes, a umidade atinge a área umbilical devido aos movimentos de
carícias. Os homens relatam que recebem líquido quente no pênis.
Embora a tradução literal de kunyaza pareça sugerir que o líquido
ejetado é urina, para os usuários tradicionais dessa técnica, não é
urina, já que em Ruanda a urina é chamada de inkari, enquanto o
líquido secretado durante a kunyaza é chamado de amavangigo. ou
ibinyare.
Além do mais
os diferentes termos usados para designar ambos os líquidos, eles
também são descritos como tendo propriedades diferentes. O líquido
expelido durante o kunyaza é descrito como incolor a leitoso, enquanto
a urina concentrada é amarelada ou acastanhada.
É descrita como de consistência espessa, enquanto a da urina é
sempre aquosa. Seu odor é descrito como não sendo particular,
enquanto a urina tem o odor tipicamente forte de amônia.
A quantidade de líquido expelido é estimada em até um litro e
mais. No entanto, existem algumas mulheres que não respondem à
estimulação de kunyaza com produção de líquido. Eles são denominados
em Ruanda como rwasubutare,
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Outra forma de fazer amor na África: Kunyaza, uma técnica sexual tradicional para desencadear o orgasmo feminino em encontros heterossexuais5
movimentos verticais, horizontais e em ziguezague da glande do pênis.
que significa divisor de granito, expressão que insinua que ter relações
sexuais com esse tipo de mulher é tão difícil quanto partir granito. Ao
contrário das mulheres rwasubutare,

há também quem expele enormes quantidades de líquido durante essa

prática sexual a partir do momento em que o homem penetra na vagina
com o pênis. As mulheres que não têm experiência sexual podem
inicialmente pensar que há algo de errado com elas. Os homens na
África Central gostam de fazer sexo com essas mulheres, também
conhecidas como kingindobo ou
shami
ryÿÿikivu em Ruanda, que significa respectivamente colocar um
balde
sob ela e ramo do Lago Kivu, sendo o Lago Kivu
o
maior lago em Ruanda. Eles são elogiados por sua forte resposta à
estimulação sexual.
Por causa das grandes quantidades expelidas durante o kunyaza, este
tipo de sexo é muitas vezes caracterizado por um ruído que é evocativo
do som de alguém espirrando água com as mãos.
É por isso que as pessoas em Ruanda usam a expressão o cachorro
que bebe água para insinuar este barulho ou esta
Técnica sexual africana.

Discussão

Kunyaza parece ser uma boa técnica para

desencadear o orgasmo feminino no tradicional
meio
africano

Os seguintes argumentos parecem confirmá-lo:

• o uso de kunyaza tem uma longa tradição. As pessoas com 70 anos ou

mais que entrevistamos em 1986, confirmaram que seus avós também
utilizavam esta técnica.
Isso significa que ele é usado há pelo menos 150 anos.
Se não tivesse provado ser benéfico para o prazer sexual,
não estaria ainda em prática hoje;
• a maioria dos dados coletados em nossas entrevistas confirmaram que
maioria das mulheres atinge o orgasmo quando esta técnica sexual
incomum é aplicada e que é a principal razão pela qual
é usado e por que muitas mulheres pedem ao parceiro para usá-lo; •
durante o sexo com a técnica kunyaza, o homem pode estimular quase
todas as zonas erógenas genitais da mulher.

O clitóris, a uretra distal e a vagina distal, que são

considerados o foco do orgasmo feminino
função
e que formam um aglomerado de tecido comum (O'Connell
et
al., 2005), são estimulados por movimentos verticais, horizontais e em
zigue-zague da glande do pênis (Figs. 3 e 4), sendo os dois primeiros
órgãos estimulados diretamente, o último indiretamente. As partes
internas do clitóris (bulbos vestibulares e crura clitoriana) são estimuladas
quando o homem utiliza movimentos fortes.

As outras zonas da região perineo-vulvar, também consideradas

erógenas, nomeadamente o vestíbulo, os pequenos lábios, a abertura
uretral externa, a abertura vaginal e o períneo (Kinsey et al., 1953), o
esfíncter uretral externo (possível ponto G de acordo com O'Connell et
al., 2005), as glândulas de Skene e as glândulas periuretrais (ponto G
de acordo com alguns adeptos da ejaculação feminina (Addiego et al.,
1981, Perry e Whipple, 1981, Ladas et al., 1982, Wimpissinger et al.,
2007) também são estimulados por

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Movimentos verticais, horizontais e circulares intravaginais
estimulam mais diretamente as paredes vaginais do que o PVP e
estimulam diretamente as partes inferiores dos bulbos vestibulares e
crura do clitóris, a uretra distal, as glândulas de Skene, as glândulas
periuretrais, o esfíncter uretral externo e os tecidos eréteis profundos
de o períneo.
Durante a estimulação interna e externa, é
teoricamente possível desencadear o orgasmo estimulando
individualmente cada zona erógena. Se o homem executa rápido
e movimentos fortes, ele pode estimular várias zonas erógenas
simultaneamente e, assim, desencadear vários orgasmos
cujos efeitos podem se acumular resultando em um intenso
orgasmo ou aparecem um após o outro para permitir que a mulher
experimentar orgasmos múltiplos.
O fenômeno de expulsão de grandes
quantidades de líquido pela mulher durante a
prática do kunyaza pode ser considerado
ejaculação feminina?
É relatado que o sexo com kunyaza é geralmente caracterizado pela
produção e expulsão de grandes quantidades de líquido pela mulher.
Além do termo kunyaza, usado para descrever essa característica desse
tipo de sexo, e dos dados coletados durante nossas entrevistas e dos
leitores de nossos livros populares, uma confirmação adicional pode ser
encontrada em algumas das limitadas informações escritas sobre essa
tecnologia sexual africana.
único. Tamale (2005) relata, por exemplo, que durante uma oficina
sobre sexualidade uma professora sexual, especializada no
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práticas tradicionais de Uganda, disse a outros participantes o seguinte:
''Eu mesmo era realmente ignorante sobre a ejaculação feminina até
conhecer meu atual amante. Funciona melhor com a técnica
Banyankore kachabali. Se o seu amante souber o que está fazendo, vai
derramar rios e ter orgasmos múltiplos ao mesmo tempo.'' Outra
confirmação está no relatório da 10ª Conferência Internacional da Society
for Women and AIDS (SWAA) em África, realizada em Kigali de 24 a 28
de julho de 2005, na qual kunyaza foi traduzido como sexo molhado
(SWAA, 2005).
O fenômeno de expelir grandes quantidades de líquido
durante a prática de kunyaza é considerado em alguns escritos
informações sobre esse tipo de sexo como ejaculação feminina
(Tamale, 2005). É realmente uma ejaculação feminina?
Para os adeptos da ejaculação feminina, a fonte do
líquido ejetado por algumas mulheres no momento do orgasmo ou
logo antes está um grupo ou a totalidade das glândulas que envolvem
a uretra, que são denominadas por eles como a fêmea
próstata. Esse líquido pode variar em quantidade de algumas gotas a
70 ml (Chalker, 2000).
Como há alguns relatórios que estimam a quantidade de líquido
expelido durante a prática de kunyaza em até um litro ou mais, é mais
provável que esse líquido tenha várias fontes. Pode vir, por exemplo,
das glândulas de Skene, das glândulas periuretrais, das glândulas de
Bartholin e das glândulas sebáceas dos pequenos lábios, que são
diretamente estimuladas durante essa prática sexual. A vagina também
pode contribuir para isso através de uma forte secreção de fluido
lubrificante. Embora esse líquido ejetado durante a kunyaza seja descrito
como incolor a leitoso, às vezes de consistência espessa e sem odor
particular, não se pode excluir que seja, pelo menos,
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6 N. Bizimana
em alguns casos, urina. Talvez isso ainda não tenha sido
observado mais precisamente pelos povos da África Central.
Esse fenômeno deve ser verificado e investigado cientificamente.
Conclusão
Acabamos de apresentar uma técnica sexual africana praticada pelo
menos nos últimos 150 anos, ao nosso conhecimento apenas em
África Central, para desencadear o orgasmo feminino durante sexo heterossexual
encontros. Transmitida oralmente de geração em geração , kunyaza,
como esta técnica é denominada em Ruanda e
Burundi, permaneceu desconhecido para outros povos por causa
a fraca mobilidade em África, mas também noutros lugares, e porque
da falta de documentos escritos a respeito. Este artigo e
nossos livros populares são os primeiros documentos que tratam disso
de forma detalhada e aprofundada.
Muitos argumentos parecem apoiar a opinião popular em
África Central que esta prática sexual africana é uma boa
técnica para desencadear o orgasmo feminino. O argumento mais
convincente é, em nossa opinião, o fato de que quase todos os órgãos genitais
zonas erógenas da mulher são estimuladas, muitas delas
mesmo sendo estimulados simultaneamente.
A capacidade de atingir o orgasmo é a segunda queixa sexual mais
frequente nas mulheres (Laumann et al., 1994, Nusbaum et al., 2000,
Meston et al., 2004). Este é um problema sério e recomendamos a
avaliação dos efeitos orgásmicos desta técnica incomum em mulheres
que procuram ajuda de especialistas. Também seria interessante verificar
a existência do líquido, que aparentemente é ejetado durante a kunyaza e
analisar seus constituintes químicos.
Durante as análises químicas, deve-se dar prioridade às substâncias que
caracterizam a urina para, eventualmente, tranquilizar os homens que
hesitariam em usar kunyaza por medo de
seu parceiro pode urinar durante encontros sexuais desse tipo.
Declaração de conflito de interesse
Nenhum.
Por favor, cite este artigo na imprensa como: Bizimana N. Outra forma de fazer amor na África: Kunyaza, um método sexual tradicional
técnica para desencadear o orgasmo feminino em encontros heterossexuais. Sexologias (2010), doi:10.1016/j.sexol.2009.12.003
Reconhecimentos
Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas que contribuíram com os dados sobre
qual este artigo se baseia.
Referências
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Ejaculação feminina: um estudo de caso. J Sex Res 1981;17:13—21.
Bizimana N. Le secret de lÿÿamour à lÿÿafricaine — La caresse magique que
chaque homme devrait connaître. Paris: Leduc.s Éditions; 2008.
Bizimana N. Kunyaza. Multiple Orgasmen und weibliche Ejakulation mit
Afrikanischer Liebeskunst. Freiburg: Hans-Nietsch-Verlag; 2009.
Chalker R. A verdade clitoriana - O mundo secreto ao seu alcance.
Nova York: Seven Stories Press; 2000. pág. 92.
Kinsey AC, Pomeroy WB, Martin CE, Gebhard PH. Comportamento sexual na
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