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06/12/2021

Anatomia da Madeira
http://www.delta-intkey.com/wood/pt/www/vocer-ca.htm

Prof. João Vicente de F. Latorraca

Anatomia da Madeira
ESTRUTURA ESPECIAIS

CANAIS CELULARES E INTERCELULARES


CÉLULAS OLEÍFERAS E MUCILAGINOSAS
FLOEMA INCLUSO
ESTRUTURA ESTRATIFICADA
FIBRAS SEPTADAS
ESPESSAMENTOS ESPIRAIS
ESPESSAMENTOS DENTEADOS OU IDENTURAS
PONTUAÇÕES INTERVASCULARES GUARNECIDAS
CRISTAIS E SÍLICA
CONTEÚDOS VASCULARES E TILOS

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Anatomia da Madeira
ESTRUTURA ESPECIAIS
CANAIS CELULARES E INTERCELULARES
Algumas angiospermas podem apresentar canais, análogos aos canais
resiníferos das gimnospermas, que contêm substâncias diversas tais como:
resinas, gomas, bálsamos, taninos, látex, etc

Podem ser canais axiais – canais na posição vertical, ou canais


radiais ou transversais – na posição horizontal

Os canais radiais, como no caso das gimnospermas, sempre ocorrem


dentro de um raio

Quanto a natureza, podem ser:

- Canais celulares

- Canais intercelulares

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ESTRUTURA ESPECIAIS

CANAIS INTERCELULARES

Espaços de estrutura tubular e comprimento indeterminado, sem


paredes próprias e revestidos por células parenquimáticas especiais
(células epiteliais)

Exemplos:

- Copaíba (Copaiba langsdorfii Desf.) – canais axiais em fileiras


tangenciais

- Pau-óleo (Prioria copaifera Griseb.) – canais axiais em distribuição


difusa

- Umbuzeiro (Spondias mombim L.) – canais radiais

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Canais intercelulares axiais em fileiras tangenciais incluídos em


parenquima axial em faixas Copaifera langsdorfii Desf.

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ESTRUTURA ESPECIAIS
CANAIS CELULARES

Conjunto tubiformes de células parenquimáticas, possuindo


portanto paredes próprias, o que os diferencia dos canais
intercelulares

Exemplo: gameleira-branca (Ficus gameleira Standl.) com canais


celulares radiais

Não existe referências na literatura de canais celulares axiais

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Tubos taniníferos (taninos) na horizontal e na vertical:


Horsfieldia spp.

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Tubos laticíferos (latex) nos raios: Dyera costulata (Miq.)


Hook.f.

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ESTRUTURA ESPECIAIS

CÉLULAS OLEÍFERAS E MUCILAGINOSAS

São células parenquimáticas especializadas contendo óleos,


mucilagem ou resina, facilmente distinguíveis das demais por suas
grandes dimensões

Características de madeiras de determinadas famílias (lauráceas),


essas células se encontram dispersas no lenho, associadas
principalmente aos parênquimas axial e radial

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Células oleíferas em raios, pontuações intervasculares


escalariformes: Elmerrillia sp.

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CÉLULAS OLEÍFERAS E MUCILAGINOSAS

Impacto dessas células nas características da madeira:

(1) Aumento apreciável do peso da madeira

(2) Podem comprometer a utilização da madeira na fabricação de


polpa e papel

(3) Dificultam a aplicação de tintas e revestimentos, e a colagem


da madeira

(4) Permitem, em certos casos, o aproveitamento industrial de


óleos essenciais para fins medicinais e de perfumaria. Ex: sassafrás
(Ocotea pretiosa (Nees) mez) e pau-rosa (Aniba duckei Kosterm. e
Aniba rosaedora Ducke)

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FLOEMA INCLUSO

Em alguns gêneros e famílias, o câmbio forma esporadicamente


células de floema para o interior do tronco, o que constitui uma
peculiaridade normal para estes grupos

O floema incluso pode se apresentar nas formas:

(1) Concêntrico (circumedular): formando faixas


concêntricas no lenho. Ex. Machaerium sp

(2) Foraminoso: espalhado pelo lenho em forma de feixes


longitudinais. Ex. Nictagináceas, combretáceas e loganiáceas

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Floema incluso em Cedrinho

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ESTRUTURA ESTRATIFICADA
Em espécies mais evoluídas, os elementos axiais podem estar
organizados formando faixas horizontais regulares ou estratos

Este fenômeno é mais evidenciado no plano de corte longitudinal


tangencial e pode limitar-se a alguns elementos estruturais do lenho
(estratificação parcial) – ex. somente os raios – ou estender-se a todos
(estratificação total)

Normalmente, o efeito visual da estratificação pode ser visualizado


macroscopicamente e é uma característica importante para a identificação
da madeira

Ex. Jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra Allem.)


Mogno (Swietenia macrophylla King.)

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Estrutura estratificada (estratificação total – fibras, raios e vasos): Millettia laurentii De Wild.

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Estrutura estratificada (estratificação total – fibras, raios e vasos): Dalbergia retusa Hemsl.

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Estrutura não estratificada: Guibourtia coleosperma (Benth.) J. Léonard

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FIBRAS SEPTADAS

Em algumas espécies, antes da morte de suas fibras, estas se dividem e


surgem paredes transversais posteriores separando o seu interior em
compartimentos (células-filhas permanecem envolvidas pela parede da
célula-mãe)

Estas células recebem o nome de fibras septadas pois o lumen se


encontra dividido por septos e constituem característica importante para
diferenciação e identificação de espécies

Exemplo: Umbuzeiro Spondias mombim L.

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SEPTOS

CRISTAIS

Fibras septadas: Xylocarpus spp

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ESPESSAMENTOS EM ESPIRAL

A parede celular apresenta ocasionalmente junto ao lumen,


espessamentos especiais que são de grande valor taxonômico

Exemplos:

Gimnospermas (traqueídeos axiais e transversais)

- Duglásia (Pseudotsuga sp.)

Angiospermas (fibras e vasos)

- Espinho-de-judeu (Xylosma pseudosalzmanni Sleum.)

- Erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.)

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Eespessamento em espiral nos vasos e nas fibras: Ilex sp.

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PONTUAÇÕES INTERVASCULARES GUARNECIDAS

As pontuações guarnecidas constituem uma peculiaridade e são


resultantes de projeções da parede secundária na câmara da pontuação

É um tipo especial de pontuação areolada presente nas paredes dos


vasos de determinadas famílias botânicas

Estas estruturas situam-se no limite do poder de resolução do


microscópio óptico portanto para uma observação mais minuciosa, deve-se
recorrer ao microscópio eletrônico

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CRISTAIS E SÍLICA

Apesar de não serem caracteres anatômicos, sua presença é importante


para a identificação e utilização da madeira

Cristais: são depósitos, em sua grande maioria, de sais de cálcio,


especialmente oxalato de cálcio, que se encontram principalmente em
células parenquimáticas. Sua presença é rara em gimnospermas e comum
em angiospermas

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ESTRUTURA ESPECIAIS

CRISTAIS

Os cristais podem se apresentar sob diversas formas:

(1) Ráfides: cristais com forma de agulha formando feixes compactos.


Ex. Faramea sp

(2) Drusas: agrupamentos globulares de cristais. Ex. Prunus sp. e


Terminalia sp

(3) Estilóides: cristais alongados. Ex. Ligustrum sp

(4) Rombóides: monocristais. Ex. Dalbergia sp

(5) Areia de cristal. Ex. Cordia goeldiana Hub.

(6) Cistólitos: concreções de carbonato de cálcio

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SÍLICA

Sílica é um material cuja fórmula química e grau de dureza assemelham-


se aos do diamante

Pode ocorrer no interior de células em forma de partículas ou grãos,


normalmente nos raios e parênquima axial e em casos mais raros nas fibras

Também podem ocorrer formando blocos compactos nos lumens dos


elementos verticais, sobretudo fibras e vasos, e raramente em células
parenquimáticas

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ESTRUTURA ESPECIAIS

CRISTAIS E SÍLICA

Cristais e sílica, principalmente, têm grande importância na


trabalhabilidade da madeira:

-  teor de sílica pode tornar a madeira inviável a conversão de toras


em madeira serrada, devido ao seu efeito abrasivo sobre os dentes das
serras e equipamentos

Além dos cristais e sílica, podem ocorrer nas madeiras muitas outras
substâncias orgânicas (compostos fenólicos) e inorgânicas (carbonatos e
sulfato de cálcio)

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Cristais romboédricos em câmaras: Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. (Peroba rosa)

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Cristais romboédricos em raios: Anacardium excelsum (Bert. & Barb.) Skeels

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Sílica nos raios: Beilschmiedia spp.Tropical Asia

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Cristais: Beilschmiedia spp.Tropical Asia

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Cristais (direita), drusas (centro), cristais rombóides (esquerda): Distemonanthus


benthamianus Baillon

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Cristais alongados (estilóides) em células de parênqima axial: Glycydendron amazonicum


Ducke (mirindiba-doce)

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ESTRUTURA ESPECIAIS

CONTEÚDOS VASCULARES E TILOSES

Apesar de não serem elementos estruturais, a presença de conteúdos


vasculares dentro dos vasos, normalmente denominados gomo-resinas,
são muito importantes para a identificação e utilização da madeira

Sem considerar a composição química, o aspecto destes materiais, como


a cor e a consistência, constitui detalhe de grande valor para a identificação
de espécies

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Conteúdos vasculares: Guibourtia coleosperma (Benth.) J. Léonard

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Conteúdos vasculares de cor ambar no cerne: Dalbergia spruceana Benth. (Jacarandá)

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ESTRUTURA ESPECIAIS

Conteúdos vasculares Tiloses: Erisma uncinatum (Cedrinho)

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