Você está na página 1de 4

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
Campus Goiânia Oeste
Departamento de Áreas Acadêmicas
Curso de Licenciatura em Pedagógica
Discente: Joel Souza Correia Viana
Professoras: Jacqueline Iglesias
Na SECITEC é um momento formativo, permitindo a circulação de conhecimentos
entre discentes, docentes e a comunidade acadêmica. Experiência proveitosa para
promover a formação e a reflexão humana em diferentes temáticas. Nesse sentido,
eu pude participar de três palestras dialógicas no noturno, gostaria de ter tido a
oportunidade de me ater a outros momentos. No entanto, as demandas diárias não
me permitiram. Assim, pude participar das mesas redondas; “O sono do bebê: Do
desenvolvimento à rotina”, no dia 19/10/2022 às 19hrs00min; “A educação infantil e
currículo: A superação de uma educação homogeneizadora” no dia 20/10/2022 às
19hrs00min; por fim, “Juventudes Urbanas: Linguagens, cultura popular e formas de
resistências” no dia 21/10/2022 às 19hrs00min.
O termo experiência é algo interessante, presente na proposta deste relato me faz
refletir algumas questões. Em cada um destes momentos formativos me encontrava
presente no mundo de forma distinta. Nossa condição presente interfere diretamente
na experiência que teremos nos espaços que nos fazemos presente.
Nesse sentido, no primeiro dia não estava me sentindo muito bem. Estava cansado
e senti o dia inteiro um mal estar no corpo e dores de cabeça. Tomei logo três
medicamentos para amenizar os sintomas. A princípio, foi ótimo, alívio instantâneo.
Logo mais, senti muita angústia medicamentosa. No entanto, a temática “O sono do
bebê: Do desenvolvimento à rotina” me é convidativa, tendo em vista a participação
em algumas maternidades. Assim, consegui me envolver intelectualmente com
algumas provocações propostas, tinha certa noção acerca do que era falado. Mas o
senso comum se distingue de certa forma do conhecimento acadêmico por sua
estrutura e organização sistemática. Assim, pude me apropriar de algumas coisas,
umas delas é que a criança ao nascer não tem o hormônios que induzem o sono
regulados, por isso que nos primeiros meses dormem com frequência e em horários
indefinidos. A maturação do bebê com o decorrer do tempo irá regular os hormônios
do sono. Outra informação interessante, e que já tinha certo nível de consciência, é
de que o bebê não distingue que já está fora do útero. Apenas a longo prazo é que
sua percepção irá distinguir isto. Nesse sentido, tudo que remete aos momentos
uterinos são relevantes para acalmar o bebê, isso gera uma sensação de
familiaridade e segurança, permitindo que o bebê fique mais calmo e tranquilo para
o sono. Portanto, sons, condições aconchegantes e o escuro são favoráveis para o
seu sono. E da pertinência do sono para a continuidade do desenvolvimento do
bebê, por isso que em geral, eles dormem mais do que comumente consideramos
“normal”. Outro aspecto pertinente e circula frequentemente entre as pessoas, é de
não deixar o bebê dormir durante o dia, para que vire a noite dormindo. Isto é um
equívoco, se o bebê não dormir durante o dia, irá produzir altas taxas de cortisol e o
deixava irritado, com isso o sono da noite será diretamente influenciado, quem
dorme estressado? Enfim, foi um momento interessante.
No segundo dia o diálogo seria remoto, utilizando as ferramentas tecnológicas para
proporcionar a reflexão. Foi uma correria, meu expediente terminou às 19h00min,
momento que iniciava a exposição. Já saí ligeiro do serviço, o que já é recorrente,
tendo em vista que minhas aulas também se iniciam no mesmo horário, nada fora
do comum. Nesse segundo momento a temática era sobre “A educação infantil e
currículo: A superação de uma educação homogeneizadora”. Curioso, acho que me
envolvi mais neste dia, pois me lembro das palestrantes. Na verdade já as conheço,
deve ser por isso, pois sou péssimo em lembrar nomes. Esse diálogo foi fomentado
pelas professoras Telma e Daniela. Bom, é vasto o que foi apontado por elas e
pertinente tendo em vista o sucateamento da educação em todas suas etapas e
modalidades. Nesse sentido, o diálogo trouxe aspectos políticos, sociais,
econômicos, das experiências dos professores e alunos e conceitos que permeiam
a educação infantil. Nesse dia, tivemos mais uma oportunidade de entender as
contradições presentes na dimensão educacional. Sempre permeada por tensões e
disputas. Nesse sentido, as professoras discorreram sobre, as crianças como
sujeitos de direito, produtos e produtoras de culturas e que devem ser contempladas
na dimensão educacional tendo em vista seus contextos sociais. Não tem como se
pensar nessas crianças enquanto idealizada. Elas estão no mundo e são
atravessadas por ele. Nesse sentido, se há fome, violência, miséria, abuso
psicológico e físico e todas as contradições presente na sociedade brasileira
também atravessam as diversas infâncias. Não cabe minimalismos acerca destas
realidade, existe a necessidade de compreensão, pesquisas e reflexões acerca da
educação infantil e suas contradições. Um ponto histórico que podemos destacar é
a LDB. Em estudos, me deparei com a perspectiva de B. Charlot de que a função do
pesquisador é analisar as contradições presentes na sociedade. Em uma das falas
da Profª Daniela, ela comenta que a LDB é um marco histórico, e o que ela queria
explicitar não é que esse marco históricos diz respeito a materialização da oferta e
qualidade do ensino. De um dispositivo legal que garanta a oferta do ensino público
e de qualidade, embora seja necessário. Mas, um aspecto importante que a LDB
viabiliza após sua promulgação é a possibilidade de análise das contradições que
permeiam a educação infantil. Entre a legislação e a materialidade social há um
abismo. E por meio dos deveres da Federação, dos estados e municípios expresso
na lei é possível maiores campos de atuação política reivindicando que se cumpra o
direito à educação. Ótima noite, inerente ao cansaço, neste dia pude ter uma
experiência agregadora de saberes e conhecimentos.
O último dia, sexta-feira, dia que geralmente estou “zumbizado”, o dia que a
semana inteira cobra o preço da correria, foi um dia que não lembrei disto. O que
me recordo da experiência são só acontecimentos positivos. Se houve cansaço, ele
foi devidamente superado pelo momento formativo. Neste dia tivemos a mesa
redonda “Juventudes Urbanas: Linguagens, cultura popular e formas de
resistências”. Esse momento foi presencial e bastante instigante. Acredito que ele foi
elaborado e pensado pelo professor Constantino e pela professora Janaina. Neste
dia, um palestrante foi convidado para falar sobre “Break” e dois discentes
apresentaram seu trabalho final do PCC de Movimentos sociais. Me foi marcante a
exposição do palestrante. Ele é uma pessoa envolvida na vida e cultura cotidiana do
“Break”. Uma pessoa com formação na/da vida. O interessante foi perceber em sua
exposição que ele fala sobre, cultura, Juventudes, economia, capitalismo, educação
não formal e afins. Me deparar com essas temáticas com outra estrutura de
pensamento e da linguagem, permite novas conexões e perspectivas, pois o
palestrante trouxe uma fala muito próxima da materialidade, de como essas
temáticas se apresentam no cotidiano da população marginal. E isso é
enriquecedor. Em sua fala ele trouxe sobre, a violência policial, o capitalismo se
apropriando do “Break” e tornando-o um produto, a relação entre a juventude com
essa arte e como ela permite a (trans)formação da identidade de sujeitos sociais.
Como a arte é potencializadora da humanidade e da formação humana. Uma noite
inusitada. Já meus colegas, trouxeram também outras formas de comunicação que
permitem a reflexão. Essas formas de expressões são elaboradas pela juventude
urbana, a arte sendo utilizada como ferramenta para viabilizar a ação política. Nesse
sentido, temos o “Islam resistência” onde sujeitos podem expressar suas
inquietações por meios de jograis que explicitam várias questões sociais. E o grafite,
como manifestação artística e simbólica.
Enfim, foram momentos instigantes e eu só tenho a agradecer.

Você também pode gostar