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Docente: Dra.

Suzana Albuquerque
Aluno: Joel Souza Correia Viana
Disciplina: Alfabetização e Letramento
Síntese da Disciplina.
Alfabetização e letramento é uma área do conhecimento ampla e complexa e articula
vários campos do saber. A disciplina trouxe autores(as) que dialogam com este processo,
trazendo conceitos pertinentes para pensar o processo de alfabetização e letramento, e
percebê-lo em uma perspectiva crítica, considerando as questões políticas que se materializam
no contemporâneo e que “sugere” a utilização do método fônico, sem considerar a
complexidade deste campo teórico e a diversidade de pesquisas acerca da linguística e outras
áreas que contribuíram e contribuem para pensar a alfabetização e o letramento. Outro ponto
pertinente, que contribui para compreender este processo é sua historicidade. Que nos ajudaa
entender do período em que cada método surgiu, sua aplicabilidade e os fundamentos que
estruturam esses métodos e sua trajetória.

A princípio a turma conheceu os métodos sintéticos e analíticos, estes métodos são


oriundos do séc. XVIII. O método sintético é composto pelo alfabético, fônico e silábico. A
estrutura destes métodos parte da compreensão de alfabetização como um processo que
inicia da unidade ao todo, portanto tem-se a premissa com introdução das letras, depois as
sílabas e posteriormente a composição de palavras. O analítico engloba a palavração,
sentenciação e global. Nos métodos analíticos há o movimento de compreensão contrária, que
seria a Panecástica, partindo do todo para depois desenvolver a particularidade. Neste sentido,
a priori trabalha-se com palavras, frases e contos. E por meio do entendimento do todo é que
se chega à unidade.

A Política Nacional de alfabetização (PNA) vem propondo a utilização específica do


método fônico. Em dialética com os textos estudados fica nítido que há uma intenção política
acerca desta sugestão. Levando em consideração o Brasil e sua diversidade, deveria se pensar
a alfabetização e o letramento em sua complexidade e não a primazia de um método que seja
universal. Não que o método fônico seja o mal, mas precisamos pensar este processo
contemplando suas variadas dimensões. Outro aspecto pertinente é que utilizamos métodos
criado no séc. XVIII para alfabetizar crianças do contemporâneo, séc. XXI, sendo que este
campo já conta com outras possibilidades que podem auxiliar os docentes em sua prática
pedagógica, e instrumentalizá-los para que seja mais efetivo este momento em que todos os
sujeitos que passam por uma instituição escolar irão vivenciar.

Ampliando a discussão acerca dos métodos, vimos duas metodologias que podem
contribuir na prática de alfabetizar e letrar, sendo eles a perspectiva discursiva e as
concepções da professora Magda Soares sobre a alfabetização e o letramento.

Acerca da perspectiva discursiva, é uma metodologia para além dos métodos


tradicionais, que compreende que cada aluno é um sujeito histórico, social, cultural engajado,
entre outros aspectos que são importantes e devem ser levados em consideração no processo
de alfabetização. Assim o aluno é um sujeito ativo no seu processo de alfabetização. Outro
conceito que integra o método é o de vivência de Lev V. que compreende que cada sujeito tem
uma dimensão individual e social, assim cada sujeito é único pois sua trajetória é singular, das
suas experiências sociais e a interpretação individual dada a elas.

Com a pesquisadora e professora Magda Soares foi possível apreender outra faceta
deste processo, o de que a alfabetização e o letramento são inseparáveis, e que ambos devem
ocorrer simultaneamente. Não um processo de decodificação do alfabeto e a posteriori
estabelecer o sentido desta prática, enquanto recurso contextualizador da realidade social.
Deve-se haver no trabalho pedagógico a simultaneidade no processo, sendo possível a
apreensão do alfabeto conjuntamente com o contexto, que seria o letramento. A pesquisadora
também salienta que, não deve haver um método de alfabetização e letramento, e sim a
utilização de todo o repertório que possuímos para enriquecer este processo e conseguir
efetivar o objetivo proposto, de que as crianças consigam ler e interpretar e consigam usufruir
das possibilidades advindas das aquisições deste processo, como ler livros, bilhetes, escrever
listas e todas as possibilidades. No mais, este processo é fundamental enquanto base para os
conhecimentos que virão na continuidade formativa.

E Dialogando com estas concepções, temos Paulo Freire que se faz tão
contemporâneo com o livro Educação como Prática da Liberdade. Tecendo acerca da
necessidade de incluir os sujeitos sociais em seu processo formativo. Que por meio da inclusão
se estabelece maior sentido do processo e da vontade de compreensão da realidade. De que o
afastamento da subjetividade/individualidade neste processo de contextualização e sentido do
mundo dos códigos, é propulsor de alienação. Na medida em que afasta o mundo simbólico do
sujeito com receitas pré-prontas, sem dialogar com suas realidades. Assim estruturamos esse
processo formativo da disciplina.

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