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Universidade Federal do Espírito Santo

ELE 08475 – Circuitos Elétricos I

Circuitos Elétricos

José Luiz Borba

Jose.borba@vale.com
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 1
Programa

1. Conceitos básicos

2. Funções básicas

3. Variáveis dos circuitos elétricos

4. Elementos dos circuitos elétricos

5. Leis de Kirchhoff

6. Métodos de análise de circuitos elétricos

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Conceitos básicos

1. Introdução

2. Definições

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Introdução
Numerosos dispositivos elétricos podem ter suas propriedades mais importantes
previstas ou descritas por uma teoria mais simples que a Teoria Eletromagnética.

Tal teoria é denominada Teoria dos Circuitos Elétricos.

Essa teoria trata dos efeitos da interligação de dispositivos elétricos cujas


características já são conhecidas e não levam em consideração as razões que
motivam os comportamentos individuais de cada dispositivo.

A Teoria dos Circuitos Elétricos passará a ser exposta a seguir, com base num
conjunto simples de definições e leis fundamentais, que assumirão o aspecto de
postulados.

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Definições
Um sistema mecânico específico, no qual o estímulo é a força aplicada e a resposta
poderia ser a velocidade resultante da massa ou a energia potencial armazenada na
mola.

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Representação simbólica de um sistema que é sujeito a um estímulo e que produz
uma resposta.

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Em geral, tanto o estímulo como a resposta serão funções do tempo.
Podemos definir:

 Sistema

É um conjunto de elementos interligados, funcionando como um todo.

 Sistemas Análogos

São sistemas que têm o mesmo tipo de funcionamento.

 Estímulo ou Excitação (Entrada)

Representa a energia aplicada por uma fonte externa ao sistema.

 Resposta (Saída)

Representa a utilização da energia aplicada, em algum outro ponto do sistema.

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 Análise

Visa descobrir o funcionamento de um sistema conhecido quando excitado por


diferentes tipos de estímulos.

 Síntese

Visa projetar um sistema que forneça uma resposta desejada a uma dada
excitação conhecida.

 Modelo

Um sistema real pode ser representado por um modelo ou sistema idealizado,


que é baseado na descrição matemática dos seus componentes e de sua
interligação.

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O teste mais severo da validade deste procedimento é a verificação de se os
resultados analíticos concordam consistentemente com as observações
experimentais.

Se não houver uma concordância suficientemente íntima, então deverá ser revista a
descrição matemática dos componentes e de sua interligação.

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 Modelo Matemático

É o conjunto de equações que descreve matematicamente o funcionamento de


um sistema físico.

 Modelo Físico

É o conjunto de elementos físicos que obedecem às mesmas equações do


sistema real que se está estudando.

 Modelo Real

É o modelo que descreve o comportamento real do sistema observado.

 Modelo Ideal

É o modelo que descreve o comportamento do sistema observado com um certo


grau de precisão.

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 Elemento Básico Ideal

Usamos a palavra:

Básico  para indicar que o elemento não pode ser subdividido em outros
elementos.

Ideal  para indicar que um elemento básico não tem existência concreta,
embora, os elementos ideais possam ser usados para construir
modelos de sistemas reais.

Em outras palavras, os elementos básicos ideais são usados para construir


modelos, mas eles próprios não podem ser substituídos por combinações de
outros elementos básicos.

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 Circuito Elétrico

É o modelo ideal dos sistemas elétricos.

Um circuito elétrico é constituído por um conjunto de elementos básicos ideais.

Cada elemento básico ideal de circuito elétrico possui três atributos:

• Possui apenas dois terminais, através dos quais pode ser conectado a outros
elementos de um circuito;

• Pode ser descrito matematicamente em termos de corrente e/ou tensão;

• Não pode ser subdividido em outros elementos.

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Programa

1. Conceitos básicos

2. Funções básicas

3. Variáveis dos circuitos elétricos

4. Elementos dos circuitos elétricos

5. Leis de Kirchhoff

6. Métodos de análise de circuitos elétricos

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Funções básicas

1. Introdução

2. Função senoidal

3. Função exponencial decrescente

4. Função exponencial crescente

5. Funções singulares

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Introdução
Formas de onda são gráficos que mostram como as variáveis dos circuitos
elétricos variam em um determinado período de tempo.

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Função senoidal
Usamos o termo função senoidal para representar qualquer função que possa ser
expressa como um seno ou um cosseno.

Para nossos trabalhos analíticos é conveniente adotarmos o cosseno como forma


básica; que toma a forma matemática:

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Da figura, podemos afirmar que:

 Frequência em ;

 Amplitude de ;
 Ângulo de fase de ;

 Frequência angular ;

 Período .

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Função exponencial decrescente
A função:

é uma exponencial decrescente, cujo valor é:

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Uma propriedade interessante da função exponencial mostrada na figura é que a
tangente ao ponto inicial da curva intercepta a reta referente a , paralela ao eixo
do tempo, em um valor , onde é denominado de constante de tempo.

Para um caso particular, podemos ter:

o que resulta na função exponencial decrescente:

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t

f t   A  e

Como pode ser visto na figura, a taxa em que essa função decai é determinada por
.

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;

 Equivale a um decréscimo de 63,21% a partir de ;

 Equivale a um decréscimo 63,21% a partir de ;

 Equivale a um decréscimo de 63,21% a partir de ;

 Equivale a um decréscimo de 63,21% a partir de ;

Menor que 2% do valor final;

 Equivale a um decréscimo de 63,21% a partir de ;

Menor que 1% do valor final;

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Isto significa que o valor de um ponto da curva correspondente ao final do intervalo
de tempo equivalente a uma constante de tempo, é 63,2% menor do que o valor
correspondente ao ponto inicial desse mesmo intervalo.

De fato, podemos pegar qualquer ponto da curva, não apenas o inicial, e encontrar
a constante de tempo achando o tempo necessário para cobrir o intervalo de 63,2%.

Note que para todos os efeitos práticos a função atinge o valor de regime
permanente, ou de regime estacionário, em cinco constantes de tempo, ou seja, em
.

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A diferença entre uma constante de tempo pequena, que corresponde a uma função
rápida, e uma constante de tempo grande, que corresponde a uma função lenta.

f t   A  e

Essas curvas indicam que se a função tem uma constante de tempo pequena, ela
chega rapidamente ao valor final em regime permanente.

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Por outro lado, se a constante de tempo é grande, um tempo maior é necessário
para que a função atinja um regime permanente.

O tempo gasto por uma função exponencial decrescente para atingir um valor
pode ser determinado pela expressão:

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Função exponencial crescente
A função:

é uma exponencial crescente, cujo valor é:

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Também nessa função exponencial mostrada na figura, a tangente ao ponto inicial
da curva intercepta a reta referente a , paralela ao eixo do tempo, em um valor
.

Para um caso particular, podemos ter:

o que resulta na função exponencial decrescente:

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  
t

f t   A  1  e 

 

Como pode ser visto na figura, a taxa em que essa função cresce é determinada por
.

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;

 Equivale a um acréscimo de 63,21% a partir de ;

 Equivale a um acréscimo de 63,21% a partir de ;

 Equivale a um acréscimo de 63,21% a partir de ;

 Equivale a um acréscimo de 63,21% a partir de ;

Menor que 2% do valor final;

 Equivale a um acréscimo de 63,21% a partir de ;

Menor que 1% do valor final;

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O tempo gasto por uma função exponencial crescente para atingir um valor
pode ser determinado pela expressão:

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Funções singulares
Uma função cujo valor muda de uma maneira descontínua ou tem uma derivada
descontínua é chamada de função singular.

As funções singulares são denotadas por:

onde o símbolo é sugerido pelo adjetivo unitário.

O padrão de formação dos índices é sugerido pelo uso comum de índices negativos
para indicar integração:


 


 
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Todas as funções singulares são relacionadas por:

Embora possam ser desenvolvidas outras funções singulares, as de maior


importância são a rampa, o degrau e o impulso, especialmente as duas últimas.

Apesar de que as funções degrau e impulso não aparecem realmente como sinais,
em nenhum circuito físico, elas podem aproximar alguns sinais físicos.

Uma razão mais importante para considerá-las, é que a resposta de qualquer


circuito linear a uma entrada arbitrária pode ser determinada, desde que sua
resposta a um degrau unitário ou a um impulso unitário seja conhecida.

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Função degrau unitário
A função degrau unitário, que é denotada por:

e que é definida da seguinte forma:

não sendo definida para , pois nesse ponto ela é descontinua.

u  1 t 

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O degrau unitário é adimensional.

Portanto, uma tensão em degrau de volts ou uma corrente em degrau de


ampères, são escritas como e respectivamente, e definidas
graficamente como:

V  u 1 t  I  u 1 t 

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Circuitos equivalentes para tensões e correntes em degrau.

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Se uma função for desenhada em função de , a substituição de t por
para formar deslocará a curva de unidades para a direita.

Portanto, uma função degrau unitário possuindo sua descontinuidade em ,


será definida por:

u1 t  a 

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Função rampa unitária
A função rampa unitária, que é denotada por:

é obtida por:

Pode ser definida da seguinte forma:

u  2 t 

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Função impulso unitário
A obtenção de outras funções singulares por derivação da função degrau não é tão
simples como por integração, devido a derivada de ser nula para .

f  1 t  f 0 t 
1

A função representa uma aproximação de quando  é muito pequeno,


e onde:

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Devemos notar que a área sob é sempre unitária, independente do valor de .

À medida que  se aproximar de zero, tornar-se-á ,e se tornará o


impulso unitário , que pode ser visualizado grosseiramente como um pulso de
largura infinitesimal, altura infinita e área igual à unidade.

Ele é representado simbolicamente na figura, onde o número (1) ao lado da seta


apontando para o infinito representa a área sob o impulso.

u 0 t 

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Suas propriedades podem ser resumidas como segue:

O degrau unitário e o impulso unitário são relacionados pelas equações:

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Um impulso unitário que ocorre em é descrito por:

u0 t  a

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Um impulso de valor em é denotado por:

A u0 t  a

A expressão de valor não se refere à altura do impulso, que é infinita, mas à sua
área e ao tamanho do degrau cuja derivada ele representa.

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Programa

1. Conceitos básicos

2. Funções básicas

3. Variáveis dos circuitos elétricos

4. Elementos dos circuitos elétricos

5. Leis de Kirchhoff

6. Métodos de análise de circuitos elétricos

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Variáveis dos circuitos elétricos

1. Carga elétrica

2. Lei de Coulomb

3. Diferença de potencial

4. Corrente elétrica

5. Energia elétrica

6. Potência elétrica

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Carga elétrica – ou
O conceito da carga elétrica é fundamental para a descrição de todos os fenômenos
elétricos.

Na linguagem corrente não se faz distinção entre carga elétrica e quantidade de


eletricidade.

A menor quantidade de eletricidade que existe na natureza é a carga de um próton


ou a de um elétron.

Em valor absoluto elas são iguais e constituem a carga elementar.

A carga transportada por um elétron ou por um próton é:

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Lei de Coulomb
Consideremos duas cargas puntiformes e , separadas uma da outra de uma
distância .

A força entre as duas cargas é diretamente proporcional às cargas e inversamente


proporcional ao quadrado da distância que as separa, isto é:

 Constante de proporcionalidade que depende das unidades usadas.

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Se expressarmos:

 Newtons

 em metros

e  em Coulombs

teremos:

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Se redefinirmos a expressão de por:

 Constante de permeabilidade elétrica no vácuo.

teremos:

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Quando o meio não for o vácuo, deve-se substituir por , constante de
permeabilidade elétrica do meio em que as cargas estão.

A constante de permeabilidade elétrica do ar é ligeiramente superior a do vácuo, e


para a maioria dos propósitos, é tomada igual.

Para os demais materiais, obtém-se  de:

 Permeabilidade relativa ou constante dielétrica do material entre as cargas.

A unidade de carga, o Coulomb , pode ser definida como a quantidade de carga


que, colocada a um metro de uma carga igual e de mesmo sinal, no vácuo, repele-a
com uma força de:

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Diferença de potencial – ou
A diferença de potencial elétrico entre dois pontos A e B, denotada por , é
definida como:

O trabalho necessário à transferência de uma carga unitária do ponto A até o ponto


B.

Isto é:

O Volt, denotado simplesmente por , é a unidade de diferença de potencial e


corresponde a diferença de potencial entre dois pontos quando é necessário o
trabalho de 1 Joule para a transferência de uma carga de 1 Coulomb de um
ponto para outro.
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Então:

A diferença de potencial é, geralmente, no contexto da engenharia elétrica ou


eletrônica, também chamada por potencial elétrico, voltagem, ou simplesmente
tensão.

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Corrente elétrica – ou
Os materiais que possuem uma grande quantidade de elétrons livres, geralmente
denominados portadores de corrente elétrica, são classificados como condutores.

Ao se aplicar uma diferença de potencial sobre esse material os elétrons se


deslocarão do ponto de menor potencial para o de maior potencial.

Denomina-se a esse movimento de elétrons, ou portadores de corrente, de corrente


elétrica.

É importante frisar que, embora tenhamos um movimento de elétrons do menor


potencial para o maior, a corrente é considerada positiva adotando-se a convenção
de que os portadores se deslocam do maior para o menor potencial.

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Seja a quantidade de carga passando por uma determinada seção transversal A
do condutor.

A taxa na qual a carga se move passando pela seção é definida como sendo a
corrente , ou seja:

Se a carga é transferida através da seção A na razão constante de 1 Coulomb a cada


segundo, a corrente constante existente é de 1 Ampère, isto é:

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Energia elétrica – ou
Trabalho e energia é essencialmente a mesma coisa, uma vez que é o gasto
de energia que torna possível a realização de um determinado trabalho.

Se uma corrente elétrica estiver fluindo de um ponto de menor potencial


para o ponto de maior potencial, as cargas que a compõem recebem
energia.

Então, se a diferença de potencial entre os dois pontos e a corrente, é


função do tempo, a energia absorvida pelas cargas em segundos é:

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O Joule, denotado simplesmente por , é a unidade de energia e corresponde a
energia que está sendo recebida pelas cargas de uma corrente elétrica de um
Ampère que está fluindo entre dois pontos cuja diferença de potencial é de um Volt
num tempo de um segundo, isto é:

A energia total absorvida do instante  até o instante é obtida pela


integração de ambos os lados da expressão acima, de onde obtemos:

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Potência elétrica – ou
Os cálculos da potência também são importantes para a análise de circuitos.

Uma das razões para isso é que, embora a tensão e a corrente sejam variáveis úteis
para a análise e projeto de sistemas elétricos, o produto final do sistema é muitas
vezes uma grandeza não elétrica, e essas grandezas quase sempre são expressas
em termos de potência ou energia.

Outra razão é o fato de que todos os dispositivos reais apresentam limitações


quanto à quantidade de potência que são capazes de dissipar e, portanto, os
cálculos de tensão e corrente não são suficientes para garantir que um projeto é
exequível.

Quando existe uma diferença de potencial entre dois pontos quaisquer de um


circuito elétrico, e os dois pontos são ligados, há o deslocamento de elétrons e,
portanto, uma corrente.

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Este é um caso evidente de força provocando movimento de e, assim, produzindo
trabalho.

Sempre que uma tensão determina o movimento de elétrons, dizemos que está
sendo feito um trabalho para deslocá-los.

A rapidez com que o trabalho de mover os elétrons de um ponto para outro é


realizado, isto é, a razão com que o trabalho é realizado na unidade de tempo, é
chamada de potência elétrica.

Matematicamente, potência elétrica é:

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Da expressão acima podemos escrever:

donde podemos concluir que, se uma certa quantidade de potência é desenvolvida


em um dado intervalo de tempo, o trabalho realizado é dado por:

Se compararmos esta expressão de com a expressão da energia:

temos que:

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O Watt, denotado simplesmente por , é a unidade de potência e corresponde a
energia que está sendo recebida pelas cargas de uma corrente elétrica de um
Ampère que está fluindo entre dois pontos cuja diferença de potencial é de um Volt,
isto é:

Substituindo na expressão da energia temos:

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Programa

1. Conceitos básicos

2. Funções básicas

3. Variáveis dos circuitos elétricos

4. Elementos dos circuitos elétricos

5. Leis de Kirchhoff

6. Métodos de análise de circuitos elétricos

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Elementos dos circuitos elétricos

1. Introdução

2. A resistência

3. A indutância

4. A capacitância

5. Fontes

6. Fontes controladas

7. Medidores ideais

8. Balanço de potências

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Introdução
Devemos fazer diferença entre elemento e componente ou dispositivo de circuito
elétrico.

Componente é o dispositivo real que manifesta o elemento.

Existem duas classes de elementos que podem compor um circuito elétrico:

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Ativos

São aqueles que são capazes de fornecer quantidades infinitas de energia ao


circuito.

São exemplos de elementos ativos as fontes independentes de tensão e de


corrente.

Uma fonte é independente quando não depende de nenhuma variável, tensão ou


corrente, interna ao circuito que está alimentando.

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Passivos

São aqueles que não são capazes de fornecer quantidades infinitas de energia ao
circuito.

São exemplos de elementos passivos as fontes dependentes de tensão ou de


corrente, a resistência, a capacitância e a indutância.

Fonte dependente é aquela que depende de alguma variável, tensão ou corrente,


interna ao circuito em que está presente.

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Ao fornecermos energia a um elemento passivo de circuito, ele pode responder de
uma das seguintes formas:

1. Consome toda a energia que recebe, dissipando-a na forma de calor.

Este tipo de elemento é denominado de resistência pura.

2. Armazena toda a energia que recebe num campo magnético.

Este tipo de elemento é denominado de indutância pura.

3. Armazena toda a energia que recebe num campo elétrico.

Este tipo de elemento é denominado de capacitância pura.

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No mundo físico não existem componentes puros, mas componentes em que uma
dessas três formas de resposta à energia recebida é predominante, sendo então
classificados pela sua característica predominante.

Existem outros dispositivos com características especiais que permitem amplificar,


comutar, conformar sinais ou outras aplicações.

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A resistência – ou
A Resistência é manifestada pelo Resistor.

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Relação entre a tensão e a corrente no resistor
A Lei de Ohm estabelece que a diferença de potencial entre os terminais de um
resistor puro é diretamente proporcional à corrente que nele circula.

A relação matemática entre a tensão e a corrente num resistor é dada pela equação:

 Constante de proporcionalidade, denominada de resistência do resistor.

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 Resistividade do material do condutor
 Comprimento do condutor
 Área da secção transversal do condutor

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A resistividade do cobre @ 20 vale:

A resistência é expressa em:

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Na prática é necessário utilizar-se os múltiplos e submúltiplos do Ohm, que são:

 

 

 

 

 

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A resistência de valor zero é denominada curto circuito.

A resistência de valor infinito é denominada circuito aberto.

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Da relação matemática da Lei de Ohm, podemos escrever:

 Denominada de condutância, que é expressa em Mho ( ou Siemens.

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Potência instantânea dissipada no resistor
A potência instantânea dissipada no resistor num determinado instante de tempo é:

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Energia dissipada no resistor
Um resistor dissipa a energia que lhe é entregue na forma de calor.

A energia dissipada no resistor pode ser expressa por:

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Quando a razão segundo a qual o resistor transforma a energia elétrica em calor
aumenta, sua temperatura cresce.

Se a temperatura do resistor crescer muito, o material que o poderá mudar a sua


composição, expandir-se ou queimar-se devido ao calor gerado.

Por esta razão, todos os tipos de resistores são especificados para uma potência
máxima.

Esta especificação pode ser em Watts ou muitas vezes em tensão e corrente


máximas, o que efetivamente dá a especificação em Watts.

Os resistores são especificados em Watts e em Ohms da resistência.

Resistores de mesmo valor de resistência são disponíveis em diferentes valores de


potência.

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Classificação dos resistores
Os resistores podem ser classificados de duas maneiras:

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 Quanto ao valor

Tipo Simbologia

Resistor fixo

Resistor variável

Resistor ajustável

Resistor com derivação

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 Quanto ao material construtivo

• De carbono

Geralmente os resistores de carbono são usados onde as corrente são de pequena


intensidade, e podem ser do tipo:

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 Aglomerado

São feitos com um bastão de grafita comprimida, misturada com argila e


aglutinantes.

Variando a proporção de cada componente é possível obter-se uma ampla


diversidade de valores de resistência.

Dois fios condutores (lides) são presos aos extremos do bastão, que é revestido de
cerâmica ou plástico, de modo que apenas os lides ficam aparentes.

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 Depositado

São obtidos com a deposição de uma película de carbono sobre um núcleo de


cerâmica.

O conjunto é revestido com cerâmica ou esmalte protetor.

Em alguns casos, a película é depositada helicoidalmente sobre o núcleo, como


quando se enrola um fio em torno de um tubo, a fim de aumentar o comprimento do
elemento resistivo sem aumentar muito o comprimento do resistor.

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 De filme metálico ou de óxido

Estes resistores apresentam alta precisão e são obtidos com a deposição de uma
película metálica ou de óxido sobre um núcleo de cerâmica.

Também em alguns casos, a película é depositada helicoidalmente sobre o núcleo a


fim de aumentar o comprimento do elemento resistivo sem aumentar muito o
comprimento do resistor.

O conjunto é revestido com cerâmica ou esmalte protetor.

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 De fio

Os resistores de fio são constituídos por um enrolamento de fio ou fita para


resistência sobre uma base de porcelana.

Os extremos do fio são presos a terminais metálicos.

O fio e a base recebem um revestimento para proteger o fio e dissipar o calor.

São usados comumente para controlar grandes correntes.

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 De lâminas metálicas

Estes resistores são constituídos por lâminas de metal, retas ou onduladas.

Devido a sua elevada capacidade de potência, normalmente necessitam de


ventilação forçada para o seu resfriamento.

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Código de cores para resistores
Os valores dos resistores de carbono são indicados pelo código de 4 faixas.

Os valores dos resistores de filme metálico ou de óxido são indicados pelos


códigos de 5 ou 6 faixas.

Código de cores 4 faixas 5 faixas 6 faixas

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A indutância –
A Indutância é manifestada pelo Indutor.

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Relação entre a tensão e a corrente no indutor
Durante o século XVIII muitos cientistas tentaram encontrar uma conexão entre a
eletricidade e o magnetismo.

Em 1820, o físico Hans Christian Oersted provou que, ao se fazer uma corrente
elétrica percorrer um fio condutor, é produzido um campo magnético ao redor
desse condutor.

Ele observou que o campo magnético produzido tinha a forma de círculos


concêntricos.

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Logo após, o cientista Ampère provou que existia uma relação definida entre o
sentido do campo magnético e o sentido da corrente que o produzia.

Dessa forma, invertendo o sentido da corrente, invertemos também o sentido do


campo.

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Esta relação pode ser determinada empregando-se a regra da mão direita, a qual é
mostrada esquematicamente na figura.

Observe da figura que o polegar da mão direita indica o sentido convencional da


corrente elétrica que percorre o fio condutor, enquanto que os outros dedos, ao
envolverem o condutor por onde passa a corrente, dão o sentido das linhas de
campo magnético.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 88
Se um fio condutor for enrolado de modo a formar uma espira, quando uma
corrente circular por ele, produzirá um campo magnético em que todas as linhas de
força entrarão no mesmo lado e, consequentemente, sairão todas do lado oposto.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 89
O sentido do campo magnético produzido pode ser determinado empregando-se a
regra da mão direita.

Observe da figura que o polegar da mão direita indica o sentido das linhas do
campo magnético, enquanto que os outros dedos, ao envolverem a espira indicam
o sentido convencional da corrente elétrica que percorre a espira.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 90
Para obter-se um campo magnético mais intenso, basta formar mais espiras com o
condutor, de modo que se obtenha um indutor, que é uma bobina de muitas espiras.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 91
Assim, os campos individuais de cada espira estarão em série e produzirão um
campo magnético intenso no interior e na parte externa da bobina.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 92
Quase que simultaneamente, os cientistas Faraday e Henry descobriram que um
campo magnético variável podia produzir uma tensão elétrica nos terminais de uma
bobina próxima, e que essa tensão era proporcional à variação de corrente que
produzia o campo magnético.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 93
A diferença de potencial produzida pelo campo magnético variável, gerado por
uma corrente elétrica variável que circula entre os terminais de um indutor puro, é
diretamente proporcional à variação da corrente , isto é:

 Constante de proporcionalidade, denominada de autoindutância ou indutância


do indutor

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 94
 Permeabilidade magnética do material que está dentro da hélice (núcleo)
 Número de espiras
 Área da secção transversal da bobina
 Comprimento da hélice

A permeabilidade magnética do ar vale:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 95
A indutância é expressa em:

Na prática é necessário utilizar-se os submúltiplos do Henry, que são:

 

 

 

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 96
Observe que não havendo variação de corrente, não haverá geração de campo
magnético, e consequentemente não haverá indução de tensão no indutor.

Logo, para um nível de corrente constante, o indutor se comporta como um curto


circuito.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 97
Outra maneira de tratar o indutor, é considerá-lo como um elemento capaz de
armazenar a corrente elétrica.

Um indutor não permite a variação brusca ou instantânea da corrente que o


atravessa.

Um indutor armazena energia no campo magnético na forma de corrente elétrica,


podendo posteriormente devolvê-la ao circuito.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 98
Por exemplo, se for feita a abertura do circuito de um indutor, através do qual
estava fluindo uma corrente elétrica, um arco (faísca ou centelha) aparecerá nos
terminais da chave de abertura do circuito, sendo a energia armazenada na forma
de corrente elétrica, consumida na ionização do ar da região de surgimento do arco.

Esta característica é aproveitada no sistema de ignição dos automóveis, nos quais


a corrente armazenada no indutor (bobina) de ignição é interrompida pelo
distribuidor, ou pelo circuito da ignição eletrônica, e o arco aparece nos eletrodos
das velas de ignição.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 99
Potência instantânea no indutor
A potência instantânea recebida pelo indutor num determinado instante de tempo é:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 100
Energia armazenada no indutor
A energia armazenada no indutor pode ser expressa por:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 101
Se:

temos:

Vemos que a energia armazenada num indutor depende somente do valor


instantâneo da corrente aplicada sobre ele, e não do seu passado histórico, exceto
quando esse passado contribui para a corrente.
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 102
Momento elétrico no indutor
Para a indutância temos:

+
V L 
-

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 103
Classificação dos indutores
Os indutores podem ser classificados de duas maneiras:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 104
 Quanto ao valor

Tipo Simbologia

Indutor fixo

Indutor ajustável

Indutor com derivação

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 105
 Quanto ao material do núcleo

Tipo Simbologia

Indutor com núcleo de


ar

Indutor com núcleo de


ferro-silício

Indutor com núcleo de


ferrite

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 106
A capacitância –
A Capacitância é manifestada pelo Capacitor.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 107
Relação entre a tensão e a corrente no capacitor
Fisicamente, um capacitor pode ser construído por duas placas ou superfícies
condutoras, denominadas de eletrodos, nas quais as cargas podem ser
armazenadas, separadas por uma fina camada de material isolante de alta
resistividade, denominado dielétrico.

Se admitirmos que o material isolante que separa as placas do capacitor é infinito,


então como as cargas podem atravessar o capacitor, isto é, como a corrente elétrica
consegue atravessar um capacitor?

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 108
A título de exemplo consideremos uma fonte externa de corrente provocando um
fluxo de cargas positivas entrando numa placa do capacitor e saindo na outra placa.

Corrente positiva entrando numa placa do capacitor, representa carga positiva


movendo-se em direção a essa placa, onde será acumulada, uma vez que não pode
atravessar o material isolante.

Então como explicar o aparecimento de fluxo de cargas saindo da outra placa?

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 109
Este dilema intrigou o cientista Maxwell, no século passado, o qual elaborou a
teoria eletromagnética unificada, que admite a existência de uma corrente de
deslocamento, presente sempre que um campo elétrico ou voltagem esteja variando
no tempo.

A corrente de deslocamento que flui internamente, na região entre as placas do


capacitor, é igual a corrente de condução que flui de e para as placas do capacitor,
explicando desta maneira o mecanismo de continuidade da corrente elétrica através
das placas do capacitor, que estão separadas pelo material isolante.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 110
Quando as placas de um capacitor são submetidas a uma tensão variável com o
tempo, o deslocamento de carga também varia com o tempo, o que provoca a
corrente de deslocamento.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 111
A corrente elétrica , produzida pelo campo elétrico variável, gerado por uma
diferença de potencial variável aplicada entre os terminais de um capacitor puro, é
diretamente proporcional à variação da diferença de potencial , isto é:

 Constante de proporcionalidade denominada de capacitância do capacitor

 Permissividade ou constante de isolação do material entre as placas


 Área das placas do capacitor
 Distância que separa as placas do capacitor

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 112
A permissividade do ar vale:

A capacitância é expressa em:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 113
Na prática é necessário utilizar-se os submúltiplos do Farad, que são:

 

 

 

 

 

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 114
Observe da equação, que não havendo variação da diferença de potencial, não
haverá geração de campo elétrico, e consequentemente não haverá indução de
corrente no capacitor.

Logo, para um nível de tensão constante, o capacitor se comporta como um circuito


aberto.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 115
Outra maneira de tratar o capacitor, é considerá-lo como um elemento capaz de
armazenar a diferença de potencial:

Um capacitor não permite a variação brusca ou instantânea da tensão.

Um capacitor armazena energia no campo elétrico na forma de tensão elétrica,


podendo posteriormente devolvê-la ao circuito.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 116
Potência instantânea no capacitor
A potência instantânea recebida pelo capacitor num determinado instante de tempo
é:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 117
Energia armazenada no capacitor
A energia armazenada no capacitor pode ser expressa por:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 118
Se:

temos:

Vemos que a energia armazenada num capacitor depende somente do valor


instantâneo da tensão aplicada sobre ele, e não do seu passado histórico, exceto
quando esse passado contribui para a tensão.
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 119
Carga armazenada no capacitor
Todo capacitor é avaliado pela quantidade de carga elétrica que é capaz de
armazenar no seu campo, que é dada por:

Vemos que a carga armazenada num capacitor depende somente do valor


instantâneo da tensão aplicada sobre ele, e não do seu passado histórico, exceto
quando esse passado contribui para a tensão.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 120
Momento elétrico no capacitor
Para a capacitância temos:

+
V C 
-

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 121
Classificação dos capacitores
Os capacitores podem ser classificados de duas maneiras:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 122
 Quanto ao material do dielétrico

 Ar;  Cerâmico;  Eletreto;  Eletrolítico;

 Mica;  Papel;  Vidro;  Plástico;

 Polietileno;  Polipropileno;  Poliestireno;  Policarbonato;

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 123
 Quanto ao valor

Tipo Simbologia

Capacitor fixo

Capacitor variável

Capacitor ajustável

Capacitor com
derivação

Capacitor eletrolítico

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 124
Relação tensão-corrente nos elementos simples de circuito

Elemento Tensão Corrente

Resistência

 
Capacitância

 
Indutância

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 125
Fontes
Os elementos vistos até agora são elementos passivos.

Um circuito constituído exclusivamente por elementos passivos é um circuito


morto, em que não haverá correntes ou tensões, excluindo-se, eventualmente,
aqueles que apresentem capacitores e indutores carregados com tensões e
correntes não nulas respectivamente.

Elementos ativos, chamados fontes, sendo capazes de fornecer energia, excitam os


circuitos, causando o aparecimento de tensões e correntes.

As fontes são elementos de dois terminais para os quais não há uma relação direta
tensão-corrente.

Portanto, quando uma das duas variáveis é dada, a outra não poderá ser calculada
sem um conhecimento do restante do circuito.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 126
Fontes ideais
As fontes ideais são fontes independentes de tensão ou de corrente, isto é, que não
de pendem de nenhuma variável, tensão ou corrente, interna ao circuito que está
alimentando.

Podem fornecer uma quantidade ilimitada de potência e energia.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 127
Fonte de tensão ideal
A fonte de tensão ideal produz uma tensão em seus terminais que é uma função
especificada do tempo independente de quaisquer ligações externas.

A corrente dependerá das ligações externas e poderá circular em ambas as


direções.

• Simbologia

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 128
• Características

Apresenta resistência interna nula;

A corrente que circula através de uma fonte de tensão ideal é indeterminada;

Mantém a tensão indicada independentemente das condições de funcionamento.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 129
Fonte de corrente ideal
A fonte de corrente ideal produz uma corrente em seus terminais que é uma função
especificada do tempo independente de quaisquer ligações externas.

A tensão em seus terminais depende do resto do circuito, assumindo qualquer


valor com ambas as polaridades possíveis.

• Simbologia

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 130
• Características

Apresenta resistência interna infinita;

A tensão sobre seus terminais é indeterminada;

Mantém a corrente indicada independentemente das condições de funcionamento.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 131
Fontes reais
Os dispositivos físicos utilizados praticamente como fontes têm propriedades que
apenas os aproximam das fontes ideais acima definidos.

Assim, uma pilha mantém entre seus terminais uma tensão contínua
aproximadamente constante, se não fornecer uma corrente excessiva.

Obtém-se um modelo para as fontes reais, associando-se uma fonte ideal com um
ou mais elementos passivos convenientes.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 132
Fonte de tensão real
• Simbologia

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 133
• Características

Apresenta resistência interna não nula, e de valor constante;

A tensão sobre seus terminais varia conforme a carga aplicada:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 134
Fonte de corrente real
• Simbologia

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 135
• Características

Apresenta resistência interna não infinita, e de valor constante;

A corrente em seus terminais varia conforme a carga aplicada:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 136
Fontes controladas
As fontes controladas são fontes dependentes de tensão ou de corrente, isto é, seu
valor é uma função conhecida de alguma outra tensão ou corrente, interna ao
circuito em que está presente.

Tais fontes são particularmente importantes na construção de modelos


matemáticos usados para descrever o comportamento de muitos dispositivos
eletrônicos.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 137
Fonte de tensão controlada por tensão

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 138
Fonte de tensão controlada por corrente

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 139
Fonte de corrente controlada por tensão

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 140
Fonte de corrente controlada por corrente

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 141
Medidores ideais
São instrumentos capazes de medirem as variáveis dos circuitos elétricos.

Para tanto, devem possuir características internas próprias de modo a não alterar
as características do circuito a que são ligados.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 142
Voltímetro
A voltagem ou tensão é medida entre os terminais de um dispositivo elétrico com
um instrumento chamado Voltímetro.

• Simbologia

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 143
• Características

Apresenta resistência interna infinita;

Os voltímetros de corrente alternada não apresentam polarização;

Os voltímetros de corrente contínua apresentam polarização, que deve ser


observada quando da sua utilização.

• Ligação

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 144
Amperímetro
A corrente elétrica que flui entre dois pontos de um circuito através dos elementos
intercalados é medida com um instrumento chamado Amperímetro.

• Simbologia

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 145
• Características

Apresenta resistência interna nula;

Os amperímetros de corrente alternada não apresentam polarização;

Os amperímetros de corrente contínua apresentam polarização, que deve ser


observada quando da sua utilização.

• Ligação

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 146
Watímetro
A potência dissipada ou fornecida por um elemento de circuito é medida com um
instrumento chamado Wattímetro.

• Simbologia

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 147
• Características

A bobina de tensão apresenta resistência interna infinita;

A bobina de corrente apresenta resistência interna nula.

• Ligação

X
X
X
X
X
X
X

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 148
Balanço de potências
A equação:

mostra que a potência associada a um elemento básico ideal é simplesmente o


produto da corrente que atravessa o elemento pela tensão aplicada aos seus
terminais.

Assim, a potência elétrica é uma grandeza associada a um par de terminais, e nosso


cálculo deve revelar se a potência está sendo fornecida ao par de terminais ou
retirada dele.

Em outras palavras:


Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 149
Em um circuito elétrico o princípio da conservação da energia é sempre obedecido.

Assim,

Isto é:

A potência é dissipada em um elemento de circuito quando a ponta da flecha da


corrente coincide com o sinal da tensão aplicada ao elemento.

Seguindo essa regra, podemos afirmar para todos os elementos apresentados que:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 150
I

+
V R  Uma resistência sempre dissipa potência.
-

+ A indutância absorve potência e armazena num campo


V L 
magnético.
-

+ A indutância fornece potência armazenada num campo


V L 
-
magnético.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 151
I

+ A capacitância absorve potência e armazena num campo


V C 
- elétrico.

+ A capacitância fornece potência armazenada num campo


V C 
- elétrico.

+
V  A fonte de tensão dissipa potência.
-

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 152
I

+
V  A fonte de tensão fornece potência.
-

+
V I  A fonte de corrente fornece potência.
-

-
V I  A fonte de corrente dissipa potência.
+

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 153
Programa

1. Conceitos básicos

2. Funções básicas

3. Variáveis dos circuitos elétricos

4. Elementos dos circuitos elétricos

5. Leis de Kirchhoff

6. Métodos de análise de circuitos elétricos

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 154
Leis de Kirchhoff

1. Lei dos Nós - Lei de Kirchhoff das Correntes ( LKC )

2. Lei das Malhas - Lei de Kirchhoff das Tensões ( LKV )

3. Associação de elementos de circuito

4. Divisores de tensão

5. Divisores de corrente

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 155
Lei dos Nós - Lei de Kirchhoff das Correntes ( LKC )
Um ponto onde dois ou mais elementos têm uma conexão comum é chamado de
Nó.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 156
Em qualquer instante a soma das correntes que chegam a um Nó é igual a soma
das correntes que saem do Nó.

I3

I2
I4

I1
I5

Em outras palavras, o somatório das correntes de um Nó é nulo.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 157
Para tanto deve ser adotada a convenção de:

Correntes positivas  Correntes que chegam ao Nó

Correntes negativas  Correntes que saem do Nó

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 158
Aplicação da Lei de Kirchhoff das Correntes ( LKC )

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 159
Lei das Malhas - Lei de Kirchhoff das Tensões ( LKV )
Qualquer caminho fechado dentro de um circuito é chamado de Malha.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 160
Para aplicarmos a lei das malhas, devemos inicialmente arbitrar um sentido para a
corrente de malha.

É recomendado adotar-se o sentido saindo da maior fonte de tensão ou o sentido


da fonte de corrente existente na malha.

Sabemos que a corrente ao percorrer um elemento passivo de circuito desenvolve


uma tensão com sinal positivo na entrada e sinal negativo na saída.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 161
Em qualquer instante o somatório das tensões de uma malha é nulo.

À medida que percorremos a malha, no mesmo sentido adotado para a corrente,


anotamos o sinal da tensão que a corrente de malha encontra ao chegar a cada um
de seus elementos.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 162
Associação de elementos de circuito
Qualquer associação de elementos pode ser substituída por um único elemento
equivalente.

As medidas de corrente e de tensão efetuadas tanto nos terminais acessíveis do


elemento equivalente como da associação são absolutamente iguais, de tal modo
que, do ponto de vista dos terminais acessíveis, não podemos distinguir um do
outro.

Respectivamente para associação de Resistores, Indutores e Capacitores em série


e paralelo, denotamos o elemento equivalente por RS, LS, CS e RP, LP, CP, .

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 163
Associação de elementos passivos em série
Diz-se que dois ou mais elementos passivos de circuito estão ligados em série,
quando a mesma corrente circula através de todos eles.

Para uma associação de n elementos em série, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 164
Associação de resistências em série

Para uma associação de n resistências em série, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 165
Associação de indutâncias em série

Para uma associação de n indutâncias em série, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 166
Associação de capacitâncias em série

I
+ +
V1 C1
- I
+ +
V2 C2
V - V Cs

+ -
Vn Cn
- -

Para uma associação de n capacitâncias em série, podemos escrever:

       

       

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 167
Para o caso especial de duas capacitâncias, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 168
Associação de fontes ideais de tensão em série
Podemos substituir uma associação em série de duas ou mais fontes ideais de
tensão por uma só fonte ideal de tensão de valor igual à soma algébrica dos valores
das fontes associadas.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 169
Associação de fontes ideais de corrente em série
Só é válido associar-se fontes ideais de corrente em série quando a polaridade e os
valores das fontes forem iguais.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 170
Não é válido associar-se fontes ideais de corrente em série:

• De mesmo valor e diferentes polaridades

• De mesma polaridade e diferentes valores

I1

I2

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 171
Associação em série de fontes ideais de corrente e de tensão

A associação em série de uma fonte ideal de tensão com uma fonte ideal de
corrente resulta em uma fonte ideal de corrente de valor igual ao da fonte ideal de
corrente associada.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 172
Associação de elementos passivos em paralelo
Diz-se que dois ou mais elementos estão ligados em paralelo, quando a mesma
tensão está aplicada sobre os terminais de cada um deles.

Para uma associação de n elementos em paralelo, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 173
Associação de resistências em paralelo

Para uma associação de n resistências em paralelo, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 174
Para o caso especial de duas resistências, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 175
Associação de indutâncias em paralelo

Para uma associação de n indutâncias em paralelo, podemos escrever:

       

       

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 176
Para o caso especial de duas indutâncias, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 177
Associação de capacitâncias em paralelo

Para uma associação de n capacitâncias em paralelo, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 178
Associação de fontes ideais de corrente em paralelo

Podemos substituir uma associação de duas ou mais fontes de corrente ideais em


paralelo, por uma só fonte de corrente, cujo valor é igual à soma algébrica dos
valores das fontes associadas.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 179
Associação de fontes ideais de tensão em paralelo

Só é válido associar-se fontes de tensão ideais em paralelo quando a polaridade e


os valores das fontes forem iguais.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 180
Não é válido associar-se fontes ideais de tensão em paralelo:

• De mesmo valor e diferentes polaridades

• De mesma polaridade e diferentes valores

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 181
Associação em paralelo de fontes ideais de corrente e de tensão

A associação em paralelo de uma fonte ideal de tensão com uma fonte ideal de
corrente resulta em uma fonte ideal de tensão de valor igual ao da fonte de tensão
associada.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 182
Divisores de tensão
A divisão de tensão acontece quando uma fonte de tensão alimenta dois ou mais
componentes em série.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 183
Divisores de tensão resistivos

I
+
R1

V
+
R2 v
- -

Para um divisor de tensão resistivo puro, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 184
Divisores de tensão indutivos

I
+
L1

V
+
L2 v
- -

Para um divisor de tensão indutivo puro, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 185
Divisores de tensão capacitivos

I
+
C1

V
+
C2 v
- -

Para um divisor de tensão capacitivo puro, podemos escrever:

   

 
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 186
Divisores de corrente
A divisão de corrente acontece quando uma fonte de corrente alimenta dois ou mais
componentes em paralelo.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 187
Divisores de corrente resistivos

I
+
I1 I2

V R1 R2

Para um divisor de tensão resistivo puro, podemos escrever:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 188
Divisores de corrente indutivos

I
+
I1 I2

V L1 L2

Para um divisor de tensão indutivo puro, podemos escrever:

 
 

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 189
Divisores de corrente capacitivos

I
+
I1 I2

V C1 C2

Para um divisor de corrente capacitivo puro, podemos escrever:

   

   

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 190
Programa

1. Conceitos básicos

2. Funções básicas

3. Variáveis dos circuitos elétricos

4. Elementos dos circuitos elétricos

5. Leis de Kirchhoff

6. Métodos de análise de circuitos elétricos

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 191
Métodos de análise de circuitos elétricos

1. Método das Correntes de Malha

2. Método das Tensões de Nó

3. Resistência Equivalente

4. Teorema de Thèvenin

5. Teorema de Norton

6. Princípio da Linearidade

7. Teorema da Máxima Transferência de Potência

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 192
Método das correntes de malha
Exemplo 1

Como primeiro exemplo, vamos aplicar o método ao circuito linear e planar, que
contém somente uma fonte de tensão como elemento ativo.

1. Admitir correntes nas malhas no sentido horário;

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 193
 
2. Escrever as equações de cada malha   ;


Reescrevendo o sistema de equações na forma matricial, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 194
3. Encontrar as correntes de malha resolvendo as equações de malha.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 195
Exemplo 2

Podemos a fazer a análise do circuito mostrado utilizando a corrente de malha e a


corrente de laço.

1. Admitir corrente na malha e corrente de laço no sentido horário como mostrado

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 196
 
2. Escrever a equação de laço e a equação de malha   ;


Reescrevendo o sistema de equações na forma matricial, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 197
Equações de vínculo ou restrição
Exemplo 1

Admitamos o circuito linear e planar, contendo uma fonte de corrente e uma fonte
de tensão como elementos ativos.

1. Admitir correntes nas malhas no sentido horário;

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 198
2. Admitir uma queda de tensão sobre a fonte de corrente;

3. Escrever as equações de cada malha   ;


 

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 199
4. Escrever as equações de vínculo ou restrição;

5. Resolver as equações de malha e de vínculo ou restrição para encontrar as


correntes de malha;

Reescrevendo o sistema de equações na forma matricial, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 200
6. Resolvendo as equações de malhas, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 201
Exemplo 2

Sendo a malha topológica um tipo particular de laço topológico:

poderíamos ter escrito as seguintes equações de laço para o circuito acima:


Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 202
Substituindo o valor de na equação do laço, temos:

de onde podemos determinar a expressão do valor de :

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 203
Método das tensões de nó
1. Admitir tensões nos nós em relação a um nó tomado como referência;

2. Escrever as equações de cada nó   ;


 

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 204
Reescrevendo o sistema de equações na forma matricial, temos:

3. Encontrar as tensões de nó resolvendo as equações de nó.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 205
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 206
Equações de vínculo ou restrição
Exemplo 1

Admitamos um circuito linear e planar contendo uma fonte de corrente e uma fonte
de tensão:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 207
Para esse caso temos:

1. Admitir tensões nos nós em relação a um nó tomado como referência;

 
2. Escrever as equações de cada nó   ;

Do circuito, obtemos o seguinte conjunto de equações de nós:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 208
3. Escrever as equações de vínculo ou restrição;

4. Encontrar as tensões de nó, resolvendo as equações de nó e as de vínculo ou


restrição;

Substituindo o valor de nas outras equações, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 209
Resolvendo as equações dos nós, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 210
Exemplo 2

Para um circuito que não apresente uma fonte de tensão ligada ao nó de referência,
temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 211
Os nós aparentes b e c formam um super nó.

Do circuito, obtemos o seguinte conjunto de equações de nós:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 212
Substituindo o valor de nas outras equações, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 213
Resolvendo as equações dos nós, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 214
Resistência equivalente
Diz-se que dois ou mais circuitos são equivalentes quando não podem ser
distinguidos por medidas de corrente e de tensão efetuadas em seus terminais
acessíveis.

Os circuitos são equivalentes se, e somente se, para todas as escolhas


possíveis da fonte de tensão .

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 215
Qualquer combinação de resistências, ou de resistências e fontes controladas, com
somente dois terminais externos é equivalente a uma única resistência.

A resistência equivalente é definida por:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 216
Circuitos contendo somente resistências
As resistências equivalentes das resistências em série

ou em paralelo

são casos especiais do conceito geral de resistência equivalente.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 217
Circuitos contendo somente resistências
As resistências equivalentes das resistências em série

ou em paralelo

são casos especiais do conceito geral de resistência equivalente.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 218
Por sucessivas aplicações das regras de combinações de resistência em série e em
paralelo é possível reduzir qualquer circuito mais complicado num circuito
contendo uma simples resistência.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 219
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 220
Circuitos contendo resistências e fontes controladas
A resistência equivalente de combinações de resistências e fontes controladas
pode também ser determinada a partir da definição:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 221
Exemplo 1

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 222
Do circuito podemos observar:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 223
Exemplo 1

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 224
Do circuito podemos observar:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 225
Teorema de Thèvenin
O teorema de Thèvenin, um engenheiro francês que trabalhava em telegrafia, foi
publicado em 1883.

Um circuito que contém fontes independentes é dito ser um circuito ativo.

Um circuito ativo que contém resistências, ou resistências e fontes controladas,


tem como equivalente um circuito composto por uma simples fonte mais uma
simples resistência.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 226
O Teorema de Thèvenin estabelece que:

Qualquer circuito ativo, possuindo apenas um par de terminais, pode ser


substituído por uma fonte de tensão equivalente em série com um ramo passivo.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 227
A fonte de tensão é a tensão medida nos terminais quando nada está ligado
externamente ao circuito.

Em outras palavras, é a tensão de circuito aberto.

O ramo passivo é o circuito suposto em repouso, no qual todas as fontes


independentes são consideradas mortas.

Matar as fontes significa substituir todas as fontes de tensão independentes por um


curto circuito, e todas as fontes de corrente independentes por um circuito aberto.

As fontes controladas de tensão e de corrente não podem ser mortas.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 228
Teorema de Norton
O teorema de Norton, um cientista da "Bell Telephone Laboratories", pode ser
considerado como corolário do teorema anterior, e foi publicado pouco tempo após.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 229
O Teorema de Norton estabelece que:

Qualquer circuito ativo, possuindo apenas um par de terminais, pode ser


substituído por uma fonte de corrente equivalente em paralelo com um ramo
passivo.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 230
A fonte de corrente é a corrente medida nos terminais quando entre estes está
aplicado um curto circuito.

Em outras palavras, é a corrente de curto circuito.

O ramo passivo é o circuito suposto em repouso, no qual todas as fontes


independentes são consideradas mortas.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 231
Aplicações dos Teoremas de Thévenin e de Norton
Os teoremas de Thévenin e de Norton provam diretamente a transformação de
fontes de tensão reais em fontes de corrente reais e vice-versa.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 232
Transformação de fonte de tensão em fonte de corrente

• Determinação de -

Req

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 233
• Determinação de -

• Equivalentes -

V
I
R

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 234
Transformação de fonte de corrente em fonte de tensão

• Determinação de -

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 235
• Determinação de -

• Equivalentes -

V  I R

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 236
Equivalentes para o divisor de tensão
No circuito de polarização de transistores sempre é útil saber-se os Equivalentes de
Thévenin e de Norton para o circuito.

R1
+
V a
-
R2

b
• Determinação de -

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 237
• Determinação de -

• Determinação de -

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 238
• Equivalentes -

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 239
Equivalentes para circuito com diagrama desconhecido

Se analisarmos os exemplos de aplicação apresentados até aqui, podemos provar


que:

Isto pode ser aplicado na determinação dos equivalentes de Thèvenin e de Norton


de um circuito ativo, do qual desconhecemos o diagrama.

Circuito
Ativo
b

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 240
• Determinação de -

• Determinação de -

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 241
• Determinação do

• Equivalentes -

V
A a a

+
V
V A
A
-
b b

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 242
Princípio da linearidade
Em nosso estudo, os resistores, os capacitores, os indutores e as fontes
controladas são considerados componentes lineares.

Qualquer circuito composto por estes elementos será também linear.

Sabemos pelo Princípio da Linearidade, que, se o valor da fonte de excitação de um


circuito linear for multiplicado por uma constante, a resposta também será
multiplicada pela mesma constante.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 243
Teorema da linearidade
O teorema da linearidade estabelece que:

A resposta, num ponto qualquer de um sistema linear, é proporcional a excitação


que a causa.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 244
Exemplo

Para o circuito deseja-se saber qual o valor da resposta , quando se aplica como
excitação uma fonte de tensão de , através da aplicação do princípio da
linearidade.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 245
Arbitra-se um valor conveniente para .

Na resistência de onde está aplicada a tensão , circula uma corrente:

Essa mesma corrente também circula através da resistência de , fazendo


aparecer assim uma tensão:

A tensão está aplicada sobre uma das resistências de , fazendo circular uma
corrente sobre ela:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 246
Aplicando a Lei de Kirchhoff das correntes ao nó , vemos que a esse nó deve
chegar uma corrente:

Essa corrente circula através da outra resistência de , fazendo surgir a tensão


, que é a tensão de excitação.

Então vemos que para uma excitação de temos uma resposta de .

Para uma excitação de , teremos uma resposta dada pela regra de três simples:


Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 247
Princípio da superposição
Uma das mais importantes consequências da linearidade de um circuito é o
Princípio da Superposição.

O princípio da superposição estabelece que:

A resposta, num ponto qualquer de um sistema linear, a um número de excitações


que atuam simultaneamente é simplesmente igual à soma das respostas a cada
uma das excitações atuando separadamente, considerando todas as outras em
repouso.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 248
Teorema da superposição
Se um circuito linear for excitado por duas ou mais entradas, a resposta total será a
soma das respostas individuais a cada uma separadamente, considerando todas as
outras em repouso.

Devemos lembrar que uma fonte em repouso é uma fonte com valor zero, e que
fontes de tensão e de corrente são equivalentes, respectivamente, a um curto
circuito e a um circuito aberto.

Ao contrário de uma fonte independente, o valor de uma fonte controlada depende


de outras tensões e correntes no circuito e, portanto, não deve ser tratada como
entrada externa.

Fontes controladas não devem ser colocadas em repouso quando se for aplicar o
teorema da superposição.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 249
Exemplo

Resolva o circuito que contém duas fontes independentes, uma de tensão e outra
de corrente.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 250
Considerando a fonte de tensão em repouso, temos o circuito:

Após a associação do resistor de em paralelo com o de , resulta no circuito:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 251
Considerando a fonte de corrente em repouso, temos o circuito:

Após a associação do resistor de em série com o de , e o resistor resultante


associado em paralelo com o de , resulta no circuito:

+
8V +
- 3 V02
3 -

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 252
Considerando ambas as fontes presentes, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 253
Teorema da máxima transferência de potência
Qual a resistência de carga a ser ligada aos circuitos da figura, para que ela
dissipe a máxima potência possível?

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Relembrando que:

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Para o circuito (A), temos:

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Essa potência será máxima se:


Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 257
Para o circuito (B), temos:

Do mesmo modo que para o circuito (A), podemos mostrar que também para
o circuito (B).

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Programa

7. Álgebra dos números complexos

8. Representação de funções senoidais

9. Domínio da frequência

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 259
Álgebra dos números complexos

1. Representação na forma retangular

2. Representação na forma polar

3. Representação geométrica equivalente

4. Complexo conjugado

5. Fórmula de Euler

6. Propriedades do operador “j”

7. Passagem da forma polar para a forma retangular e vice-versa

8. Igualdade

9. Adição e subtração

10. Multiplicação e divisão

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 260
Representação na forma retangular

 Parte real de
 Parte imaginária
 
 Unidade imaginária

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 261
Representação na forma polar

 Módulo de
 Ângulo ou argumento de

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 262
Representação geométrica equivalente

Im
y

Re
0 x

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 263
Complexos conjugados
• Na forma retangular



• Na forma polar



Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 264
Fórmulas de Euler

· ·

· ·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 265
Propriedades do Operador “j”

· · · ·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 266
Passagem da Forma Polar para a Forma Retangular e vice-versa

• Retangular para polar

∗  

• Polar para retangular

∗ ·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 267
Igualdade
• Na forma retangular

• Na forma polar

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 268
Adição e subtração
• Na forma retangular

Adição

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 269
• Na forma polar

Adição

Subtração

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 270
Multiplicação e divisão
• Na forma retangular

Multiplicação

Divisão


Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 271
• Na forma polar

Multiplicação

· · ·

Divisão

·
·
·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 272
Programa

7. Álgebra dos números complexos

8. Representação de funções senoidais

9. Domínio da frequência

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 273
Álgebra dos números complexos

1. Representação no domínio tempo

2. Representação por fasores girantes

3. Álgebra fasorial

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 274
Representação no domínio do tempo
Podemos adotar como forma básica da representação de uma função senoidal no
domínio tempo a seguinte expressão matemática:

Uma representação geométrica dessa função está apresentada na figura.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 275
Da figura podemos afirmar que:

 Frequência em

 Amplitude de
 Ângulo de fase de

 Frequência angular

 Período

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 276
Exemplo

Determinar a resposta no domínio do tempo, em estado permanente, do circuito da


figura.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 277
Equação da malha:

Diferenciando em relação ao tempo ambos os lados da equação da malha, temos:

Uma solução para essa equação diferencial é:

onde e são constantes a serem determinados.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 278
Substituindo as expressões de e de na equação diferencial, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 279
Efetuando as derivadas, temos:

Equacionando os coeficientes correspondente, obtemos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 280
Resolvendo estas equações simultaneamente, verificamos que:

de modo que:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 281
Simplificando, temos:

que é da forma:

Como vimos o método de resolução de circuitos aplicado é muito trabalhoso


mesmo para um circuito simples como o utilizado no exemplo, e tende a se tornar
impraticável quando se consideram circuitos mais complicados, com um maior
número de malhas e de elementos armazenadores de energia, capacitores e
indutores.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 282
Representação por fasores girantes
Lembrando que as funções senoidais no domínio tempo podem ser expressas
como a soma de dois termos exponenciais, temos:

· ·

· · · ·

· ∗ ·

onde,

·

∗ · 
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 283
Para um dado valor de , as duas funções · e · podem ser
representadas por segmentos orientados num plano complexo.

Im

F.e jwt = Fm.e j(wt+ϕ)


Fm

wt+ϕ
Re
wt-ϕ f(t)

Fm
F*.e-jwt = Fm.e-j(wt+ϕ)

À medida que aumenta os dois segmentos orientados giram em sentidos opostos,


gerando o lugar geométrico de uma circunferência.
Por essa razão são denominados fasores girantes em sentidos contrários.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 284
Eles fazem, então, · rotações por segundo, e têm uma frequência angular de
radianos por segundo.

Para todos os valores do tempo, metade da soma dos fasores girantes em sentidos
contrários resulta numa função real .

Observamos que é também igual á projeção sobre o eixo real de qualquer


um dos fasores girantes, isto é:

· ∗ ·

Portanto, não há necessidade de se representar explicitamente os dois fasores


girantes para se reconstruir .

Por convenção, mantém-se o fasor que gira no sentido anti-horário.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 285
Vemos pela figura que se o ângulo que o fasor que gira no sentido anti-horário
forma com o eixo real varia com o tempo, a projeção do fasor sobre o eixo também
varia, e a sua amplitude representa a função .

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 286
O termo Fasor é entendido como sendo o valor do fasor girante em sentido anti-
horário no instante .

O Fasor correspondente à função é:

·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 287
Representações nas formas polar e retangular

 Amplitude

 Ângulo de fase

 Projeção de sobre o eixo real

 Projeção de sobre o eixo imaginário

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 288
Programa

7. Álgebra dos números complexos

8. Representação de funções senoidais

9. Domínio da frequência

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 289
Domínio da frequência

1. Conceito de impedância e admitância

2. Lei das malhas

3. Lei dos nós

4. Impedância e admitância de entrada

5. Teorema de Thèvenin

6. Teorema de Norton

7. Teorema da superposição

8. Teorema da linearidade

9. Potência

10. Máxima transferência de potência

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 290
Conceito de impedância e admitância
Considere um elemento básico de circuito alimentado por uma tensão senoidal em
regime permanente.

Para o circuito da figura, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 291
• Para um elemento puramente resistivo:

· ·

• Para um elemento puramente capacitivo:

·
· ·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 292
• Para um elemento puramente indutivo:

·
· ·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 293
Por analogia com a definição de resistência, a impedância ou resistência complexa
, é definida por:

A Impedância de um elemento de circuito, ou de um circuito, é a resistência que


esse oferece á passagem da corrente elétrica de qualquer espécie.

O que é semelhante à Lei de Ohm, exceto pelo fato de estarem envolvidos números
complexos ao invés de números reais.

A Admitância é definida como sendo o inverso da impedância.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 294
Elemento Impedância Admitância

Resistência

Capacitância

Indutância

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 295
Aplicando as expressões da impedância para os elementos básicos de circuito e
fazendo a frequência variar de a , obtemos as curvas mostradas no gráfico da
figura.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 296
Se a tensão e a corrente de regime permanente para um elemento passivo típico,
tem respectivamente a forma:

então quociente entre a tensão e acorrente:

é uma função do tempo.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 297
Esta é outra razão para a introdução dos fasores e para considerar as funções
senoidais como as projeções no eixo real dos fasores girantes no sentido anti-
horário, uma vez que o quociente dos fasores correspondentes:

é a impedância:

·
·
·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 298
Lei das malhas

1 = 1 ∙

2 = 2 ∙

3 = 3 ∙

Do circuito da figura podemos escrever:

· · · ·

que mostra que os fasores de tensão satisfazem a Lei de Kirchhoff para as tensões.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 299
Dividindo a expressão acima pela corrente que circula pelos componentes, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 300
Lei dos nós

1 = 1 ∙ 2 = 2 ∙ 3 = 3 ∙

Do circuito da figura podemos escrever:

· · · ·

que mostra que os fasores de tensão satisfazem a Lei de Kirchhoff para as


correntes.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 301
Dividindo a expressão acima pela corrente que circula pelos componentes, temos:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 302
Exemplo 1

Calcular no circuito da figura.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 303
Reescrevendo o circuito no domínio da frequência, temos o circuito da figura.

1
− ∙

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 304
A impedância total vista pela fonte de tensão V é:

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 305
O fasor da corrente será:

A corrente terá a forma:

· ·

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 306
Exemplo 2

Calcular no circuito da figura.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 307
Transportando o circuito da figura para o domínio da frequência, obtemos o
circuito.

2 0

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 308
A impedância total vista pela fonte é:

       

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 309
     

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 310
O fasor que representa a tensão é:

 
 

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 311
Por divisor de tensão, encontramos:

   

Logo,

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 312
Por divisor de corrente, encontramos:

Logo,

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 313
Podemos ainda aplicar equação de malhas.

Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 314
Do circuito da figura obtemos o conjunto de equações:

 
Universidade  
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Logo,
Universidade Federal do Espírito Santo – Departamento de Engenharia Elétrica José Luiz Borba 316

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