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PLANO DO GUIA
Para facilitar o envio de arquivos eletrônicos, o Guia de Escaladas em Torres / RS foi dividido em 8 cadernos:
1. Introdução
2.Praia de Itapeva e Anexo da Torre Sul (Gladiador)
3.Torre Sul
4.Morro das Furnas - Setor Sul
5.Morro das Furnas - Setor Central
6.Morro das Furnas - Ferradura do Tocão
7.Morro das Furnas - Volta dos Morcegos e Praia da Cal
8.Morro do Farol
LEGENDAS
Via que equipada para guiar com proteções fixas (via de regra, chapas e parabolts inox)
16 Numeração da via serve para vincular as descrições com as linhas nas fotos
TOP Via pode ser escalada em top rope (corda de cima), a partir de pontos de ancoragem
FIX Via equipada com proteções fixas, permitindo guiar desde a base
MOV Via com fendas e buracos que permitem guiar com proteções móveis
(6º) Graduação das vias conforme sistema brasileiro (de 3º até 10º grau)
Via para top rope Via apta para guiar Via com chapas Via para top rope
com 2 chapas para com peças móveis fixas para guiar e com ancoragem no alto
ancoragem no topo com chapa em trecho ancoragem dupla e chapa na saída da
“cego” (sem fendas) no topo escalada (vias nas Furnas)
MORRO DAS FURNAS - SETOR CENTRAL
O Setor Central do Morro das Furnas pode ser dividido em 3 setores, cada qual com acesso por uma
escadaria própria. Ao nível do platô junto ao mar, estes setores estão divididos por 2 estrangulamentos da
passagem, superáveis, mas que exigem atenção. A partir do Diamante, está o setor da Furninha, com
vistas imperdíveis da Furna do Diamante e da própria Furninha. A seguir, está o longo setor do “Pesqueiro
Feio”, quase nunca visitado por escaladores. Com mar agitado, as ondas sobem no platô e respingam nas
paredes, inviabilizando a escalada e a pescaria. O terceiro setor, junto aos paredões da Ferradura do
Tocão, está o Saltinho, onde estão as vias do setor de escalada batizado como “Pandemia”.
Entre a Furninha e o Pesqueiro Feio, há um estreitamento da passagem. Visualmente, parece que não é
possível passar, mas há bons apoios para os pés e, com cuidado, a passagem é tranquila quando a rocha
está seca. Já entre o Pesqueiro Feio e o Saltinho, há um degrau de rocha que cria um obstáculo para a
passagem. Há intenção de colocar degraus nesta passagem, para permitir uma circulação segura entre os
dois setores, conectando a bela caminhada entre as paredes de rocha e o mar.
ESCADAS
A.Diamante
B.Furninha
C.Pesqueiro Feio
D.Saltinho FURNINHA PESQUEIRO FEIO SALTINHO
A B C
FURNINHA
PESQUEIRO FEIO
SALTINHO (SETOR PANDEMIA)
FURNINHA
PESQUEIRO FEIO
SETOR CENTRAL - FURNINHA
No Setor Central do Morro das Furnas, a partir da sul, o primeiro platô está vinculado com a chamada
“Furninha”, que faz conjunto com a Furna do Diamante. A vista deste platô é muito fotogênica, rende belas
imagens. No entanto, ainda não há vias de escalada estabelecidas ali. Todavia, nos anos 80 e 90, era
comum o uso de pitons para criar pontos de ancoragem no topo das falésias. É provável que algumas
escaladas tenham ocorrido por ali. Há uma escada específica para este platô, que tem paredes entre 5 e 12
metros, no máximo. Curiosamente, as maiores paredes costumam estar voltadas para o sul. Constam
duas vias na área da Furninha: Canto das Gaivotas (4º grau) e Maioridade (5º).
1
FURNINHA
1.Canto das Gaivotas (4º)
2.Maioridade (5º)
H
G
A B C
F
A Furninha é uma bela formação do Morro das Furnas. Não existe ainda uma via de escalada ali,
mas uma simples exploração no entorno na furna já rende descobertas e vistas inesquecíveis.
A boca da gruta tem um negativo desafiador, É possível descer na gruta e ir até o fundo, com
uma via ali teria uma graduação alta. o apoio de corda. Mas há bichos no teto...
SETOR CENTRAL - PESQUEIRO FEIO
O setor do Pesqueiro Feio é longo e muito pouco frequentado pelos escaladores. Junto à escada, há
duas vias em top rope, bem interessantes, num pilar de rocha e numa parede voltada para o sul.
Seguindo para o norte, não há vias estabelecidas, até o estreitamento da passagem antes do Saltinho.
As paredes são em grande parte positivas, ótimas para iniciantes e para aprender a guiar com proteções
móveis. Todavia, há algumas trechos interessantes, com fendas e paredes mais verticais. Quando o
mar está grosso, as ondas invadem o platô e molham a base das paredes, inviabilizando as escaladas.
Mas com ondas pequenas, é um recanto bonito para uma escalada tranquila, silenciosa, especialmente
no verão, apartado do intenso movimento de turistas.
A B
C
F G
D
E
O platô do Pesqueiro Feio é mais estreito e molha quando as ondas estão grandes.
O Pesqueiro Feio tem potencial para muitas vias, em especial para iniciantes e instrução. Neste setor
está a “cunha”, um negativo de 45º, que destaca-se na silhueta do morro, se visto a partir da cidade.
SETOR CENTRAL - PESQUEIRO FEIO
Justo no estrangulamento da passagem entre a Furninha e o Pesqueiro Feio, há três vias interessantes,
quase nunca escaladas. No totem há uma via vertical em regletes. Na parede sul em frente, há outra via
em fissuras verticais. À direita há ainda um diedro com fenda, que vai da base ao topo, permitindo o uso
de proteções móveis.
PESQUEIRO FEIO
3.Totem do Pesqueiro (6º)
O totem está situado justamente no estreitamento da passagem entre a Furninha e o Pesqueiro Feio.
4 5
3
PESQUEIRO FEIO
3.Totem do Pesqueiro (6º)
4.Pesqueiro Feio (7º)
5.Fenda do Pesqueiro (6º)
Na parede oposta ao Totem há mais duas vias, no meio da face e num diedro com fenda à direita.
SETOR CENTRAL - PESQUEIRO FEIO
PESQUEIRO FEIO
5.Fenda do
Pesqueiro (6º)
Essa via, junto à escada, segue uma fenda de dedo, com possibilidade de uso de proteções móveis.
Boa parte das paredes do Pesqueiro Feio são positivas, com vocação para vias fáceis, de instrução.
SETOR CENTRAL - PESQUEIRO FEIO
Abaixo, algumas paredes interessantes no Pesqueiro Feio, esperando por escaladores curiosos.
A “cunha”, vista do norte para o sul. Uma interessante fenda “off-width” (meio-corpo).
Mais uma fenda vertical a ser explorada. Uma via curta, em uma parede de regletes.
SALTINHO E SETOR “PANDEMIA”
O Saltinho possui um platô largo e confortável, tendo recebido a escada mais recente, feita em 1992. Ali
estão as paredes mais altas do Setor Central, com até 20 metros. Em vários meses de 2020, com a
histeria do coronavírus, o prefeito de Torres simplesmente proibiu as pessoas de sair de casa, uma
estupidez completa. O governador foi mais longe e chegou ao cúmulo de proibir o banho de mar. Deviam
achar que o vento ou as ondas traziam o coronavírus... Pois nessa fase de loucura e delírio de boa parte
da população, o escalador Eduardo Prestes encontrou refúgio nas paredes do Saltinho, escondidas da
vista das autoridades e dos raros pescadores que se aventuravam na natureza. Sozinho, passou a
treinar nas paredes do setor, batizado por esse motivo de “Pandemia”. Neste contexto, os nomes das
vias listam doenças. Até 03/ 2022, todas as 15 vias estavam equipadas para top rope, sem nenhuma
opção para guiar. As paredes são bem interessantes, com graduações e técnicas variadas, do 4º ao 8º
grau. O local é tranquilo e as vias são um bom treino para escaladores intermediários e avançados.
SETOR
PANDEMIA
SALTINHO
SALTINHO
SALTINHO E SETOR “PANDEMIA”
3 6
O Setor Pandemia tinha em 03/2022 um total de 15 vias, todas em top rope, variando entre 6 e 20 metros, e
graduação entre 4º e 8º grau. Ainda existe potencial para mais algumas vias, algo entre 5 e 10 novas linhas de
escalada. O “acervo” existente, no entanto, permite um bom treino. E para os melhores escaladores, há um
desafio interessante. O escalador local Luciano Caspary escalou todas as vias do setor on sight, sem quedas,
sem infos, na primeira tentativa (exceto H1N1, que nunca havia tentado até 03/2022, e HIV Negativo, quando
uma agarra quebrou e o derrubou). Um belo feito que esse guia registra e parabeniza.
O ambiente do Saltinho é tranquilo, sendo uma boa opção para fugir do movimento intenso de turistas no
verão. E as escaladas em top rope são relaxadas, como se fosse um treino em academia. Vale a visita...
9
6
13
2
15
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1 3
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PANDEMIA
1.Cólera
2.Hepatite
1.Cólera (6º) (20 metros, TOP): Via inicia por um blocos fáceis de escalar, com alguns regletes,
até a canaleta que caracteriza a via, na metade da altura. A progressão na canaleta exige uma
boa técnica, mas o crux é a saída para uma face lisa e com poucas agarras no final, um trecho
também exigente.
2 Hepatite (5º) (20 metros, TOP): É a face interna do pilar onde está a via ”Cólera”, com final na
aresta. Até a metade da altura, a via é uma sucessão de escalões e platôs. Dali para cima,
escala-se a face do diedro até quase o final, quando há uma virada para a arestal. Via de
agarras e algumas fendas horizontais, boa para aquecimento e iniciantes.
PANDEMIA
1.Cólera
2.Hepatite
3.Gripe Aviária
2 3
SETOR PANDEMIA - PAREDE DAS GRIPES
1.Cólera
2.Hepatite
3.Gripe Aviária
4.H1N1
5.Gripe Suína
6.Gripe Espanhola
7.Peste Bubônica
8.Tétano
3 4 5 6 7 8
Entre as vias “Hepatite” e “Peste Bubônica”, há um trecho do Setor Pandemia conhecido como “Parede
das Gripes”, com 4 vias, todas batizadas com nomes de variantes do vírus Influenza.
3.Gripe Aviária (6º) (20 metros, TOP): Mais uma vez, a subida até a metade da via é fácil, por escalões e
platôs. A metade final é uma face vertical, com poucas agarras, que exige boa leitura e posicionamento do
corpo. Há uma chapa só no topo, que recebe back up da chapa da via vizinha (H1N1).
4.H1N1 (8º) (20 metros, TOP): Provavelmente a via mais difícil do Setor Pandemia, mas a gradução
ainda estava para ser definida em 03/2022. Até a metade da altura, a via é mais acessível. Daí ao topo, há
um face vertical, lisa, com poucas agarras e um teto. A coisa não melhora muito no terço final.
5.Gripe Suína (7A) (20 metros, TOP): Como em todas as vias desta parte da parede, a parte inicial é mais
fácil. Da metade para cima, a parede fica vertical e a escalada segue uma canaleta, superando então um
teto e daí seguindo uma fenda até o topo. É uma via bem interessante, que exige técnicas variadas,sendo
fundamental o posicionamento do corpo para vencer o crux.
6.Gripe Espanhola (7A) (20 metros, TOP): Como as demais vias desta parede, a linha inicia com
escalões fáceis até a metade final numa face vertical, com poucas agarras e alguns regletes abaulados.
O final pode ser feito à direita, em direção ao platô. Mas os escaladores ainda estavam estudando uma
saída à esquerda, num bloco que se projeta no vazio, permitindo se pendurar só pelas mãos na borda. No
entanto, há dúvidas sobre a estabilidade deste bloco, bem grande, uma queda seria desastroso.
7.Peste Bubônica (4º) (20 metros, TOP): Esta via sobe um óbvio e belo pilar, junto à base da escada que
dá acesso ao Saltinho. É uma sequência de escalões e platôs, uma excelente via para aquecer e para um
primeiro contato com o setor.
8.Tétano (6º) (20 metros, TOP): A saída é mais delicada, em regletes. Há um trecho intermediário fácil,
com platôs, até a parede final, com muitas agarras, mas pequenas.
SETOR PANDEMIA - PAREDE DAS GRIPES
7 8
1.Cólera 6
2.Hepatite
3.Gripe Aviária
4.H1N1 5
5.Gripe Suína
4
6.Gripe Espanhola
7.Peste Bubônica
8.Tétano 1 3
2
5 6 7 5
4
3
A Paredes das Gripes tem 3 setores bem As 4 vias das Gripes são bastante técnicas, em
definidos: base / intermediário / headwall especial no trecho final, mais vertical e com tetos.
SETOR PANDEMIA
7.Peste Bubônica (5º) (20 metros,
TOP): Já descrita anteriormente.
PANDEMIA
10 11
8.Tétano
9.Vaca Louca
9 10.HIV Positivo
12 11.HIN Negativo
8 12.Ebola
PANDEMIA
8.Tétano
9.Vaca Louca
10.HIV Positivo 12
11.HIN Negativo
12.Ebola
9
8
10 11
SETOR PANDEMIA
Junto à escada de acesso ao Saltinho, há paredes ainda sem vias, mas com potencial para
algumas linhas. Mas atenção: sempre há blocos soltos a tirar nas primeiras escaladas.
Mais adiante, há um trecho com faces em regletes e duas torres na parte alta da parede.
SETOR PANDEMIA
PANDEMIA
13.Coronavírus
13
13.Coronavírus (5º) (20 metros, TOP, MOV): Foi a primeira via a ser estabelecida neste setor. A linha
segue uma fenda e possui 3 trechos distintos. A saída vence dois escalões verticais. Depois escala-se um
bloco alto, com auxílio da fenda. No alto, a via entra numa canaleta, com movimentos mais fáceis. É
possível guiar a via com proteções móveis.
A B
A.Hantavírus
B.Rouba-Dedos ÁREA SEM VIAS
Entre as vias Hantavírus e “Rouba-Dedos”, há um setor sem vias conhecidas, com exceção da “Travessia
do Tocão”, uma linha horizontal que cruza toda a base da parede, até as proximidades da furna principal do
conjunto. Neste setor, há uma série de totens e platôs, com potencial para vias guiadas com proteções
fixas e móveis. Mais próximo ao Saltinho, logo após a via “Hantavírus”, ainda existe um trecho de parede
vertical, com um belo pilar, digno de atenção dos escaladores no futuro.
O Saltinho é um local tranquilo para uma escalada, junto ao mar, propriciando uma imersão na natureza.
Fora da temporada, é grande a chance dos escaladores ficarem sós, no silêncio, com a rocha e as ondas.
SETOR PANDEMIA
PANDEMIA
14.Anthrax
15.Hantavírus
14 15
14.Anthrax (6º) (20 metros, TOP): Uma via bem interessante, toda em regletes, com um crux superando
um teto. É uma escalada a ser feita na mesma investida com a via vizinha (Hantavírus), utiliza-se
inclusive as mesmas chapas para o top rope.
15.Hantavírus (5º) (20 metros, TOP, MOV): É uma via parecida com a “Coronavírus”. Possui um início
com uma fenda e dois escalões, um trecho intermediário vencendo um bloco alto e uma canaleta no final.
A via pode ser guiada com proteções móveis. No topo, há um bloco grande, que parece solto. Não é
necessário utilizar esta pedra na escalada, então ela acabou ficando ali. Mas é recomendável ter um
cuidado especial com ela, uma queda implicaria em sério risco para quem estivesse embaixo.
Ao sul da via “Cólera”, ainda há Uma bela fenda ao lado da via Este pilar fica no final do platô
linhas interessantes a escalar. “Cólera”, boa para peças móveis. do Saltinho, no limite norte.
VIAS DO SETOR CENTRAL DO MORRO DAS FURNAS
(Do Diamante até o Saltinho)
ÚLTIMA
Nº NOME DA VIA GRAU ALTURA FIXA MÓVEL PRIMEIRA GRAMPEAÇÃO ANO ANO
REGRAMPEAÇÃO
MANUTENÇÃO
Nº NOME DA VIA GRAU ALTURA FIXA MÓVEL PRIMEIRA ESCALADA ANO ANO
REGRAMPEAÇÃO
* Lista elaborada em março de 2022. Vias marcadas em cinza são especialmente recomendadas no setor.