Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Hipóteses Subjacentes
O modelo proposto por Markowitz corresponde à análise de composição de carteiras, fornecendo
uma maneira ótima de alocar os recursos em um conjunto de investimento.
Desse modo, um investidor que utiliza essa abordagem procurará localizar e comprar (vender) os
ativos cujos preços estejam abaixo (acima) dos respectivos valores potenciais, esperando que haja
uma valorização (correção).
O modelo do Capital Asset Pricing Model (CAPM) aborda o cálculo dessa taxa
de desconto, considerando-a como a taxa de retorno exigida dos ativos em um
mercado em equilíbrio.
Para que o mercado esteja em equilíbrio, algumas premissas devem ser respeitadas:
O CAPM trabalha em duas frentes principais: na obtenção do retorno requerido sobre o investimento,
observando-se a variância dos retornos esperados.
1
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
No entanto, nem toda a variância de uma ação é recompensada dentro de um mercado eficiente e
em equilíbrio, devendo apenas o risco sistêmico ser remunerado.
Isso ocorre porque um mercado eficiente e em equilíbrio não oferece distorções nos preços, não
permitindo ganhos extraordinários, pois os preços são alinhados com seus valores intrínsecos.
O risco não sistêmico é facilmente diluído pelos participantes por meio da construção de uma carteira
apropriada, não sendo assim remunerado.
Onde:
βi = beta do ativo i
De acordo com essa equação, o retorno sobre qualquer ativo excede a taxa de retorno livre de risco
por um prêmio igual à medida de risco sistêmico (beta) do ativo vezes o prêmio de risco da carteira de
mercado.
― Os investidores são avessos ao risco: eles preferem um retorno esperado maior e risco
menor (medida de variância), todas as variáveis constantes;
― Existe um ativo livre de risco disponível e todos os investidores podem emprestar e tomar
emprestado quantias ilimitadas à taxa livre de risco.
2
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
Porém, o risco total é composto pelo risco não sistêmico e pelo risco sistêmico. Como o primeiro pode
ser diversificado, o retorno exigido de um ativo, ou de uma carteira, está intimamente relacionado
com o risco sistêmico.
Nesse contexto, o CAPM (Capital Asset Pricing Model) relaciona o retorno exigido por um ativo à taxa
livre de risco, ao prêmio de mercado e ao risco sistêmico (β).
A equação do CAPM pode ser expressa de forma gráfica por meio de uma reta, na qual se define
o retorno requerido por um ativo, ou investimento, em função do beta, denominada de Security
Market Line ou simplesmente SML.
A SML expressa o prêmio de risco (valor de retorno mínimo exigido pelo investidor ao adquirir um
ativo de risco) dos ativos de acordo com o CAPM e enfatiza que o risco de um ativo é uma função de
sua covariância com o mercado ou equivalentemente a uma função do seu beta.
M
RM Carteira de
mercado
TLR
A principal diferença entre a SML e a CML é a medida de risco utilizada: a CML utiliza desvio-
padrão (risco total) e a SML utiliza beta (risco sistêmico ou de mercado).
3
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
SML CML
Risco sistêmico
Medida de risco Risco total (desvio-padrão)
(não diversificável)
Títulos subvalorizados:
Títulos supervalorizados:
4
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
R$ 60
Retorno (R)
SML
R Requerido
12%
R Esperado
10% Ação
5%
A ação está supervalorizada, porque o retorno esperado (10%) é menor do que aquele derivado de
seu valor intrínseco (taxa exigida = 12%).
Outra maneira de resolver a questão seria calcular o valor intrínseco da ação, baseado na projeção de
preço e na taxa de retorno requerida:
1,12
5
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
O preço da ação deveria ser R$ 58,93, porém o ativo está sendo cotado a R$ 60,00, o que comprova
que a ação está supervalorizada.
Resposta:
Para que a ação esteja na SML, ela deve ser precificada com a taxa de retorno
do CAPM.
Críticas ao Modelo
Em resumo, as principais críticas ao CAPM recaem sobre as premissas utilizadas:
2. Venda descoberta ilimitada é permitida com total acesso aos fundos da venda descoberta.
Se as premissas fundamentais são violadas (pois há, por exemplo, restrições sobre empréstimos à
taxa livre de risco e/ou vendas descobertas), então as duas grandes implicações não são verdadeiras:
1. A carteira de mercado (anterior) pode se situar abaixo da fronteira eficiente (ou seja,
pode ser ineficiente). Assim os investidores que buscam um nível de risco maior do que o
inerente à antiga carteira do mercado seriam incapazes de usar alavancagem e optariam
por carteiras mais arriscadas.
Como esses investidores gravitam da antiga carteira de mercado, isso implicaria uma
mudança na ponderação de ativos que movem a carteira de mercado para um ponto
abaixo do seu antigo lugar na fronteira. Assim todos os investidores são afetados;
6
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
Por fim, a grande crítica positiva é que, apesar de as premissas utilizadas não serem sempre
verdadeiras na prática, o modelo é o mais utilizado no mercado financeiro para precificação de ativos,
por conta de sua simplicidade e sua possibilidade de ser replicado por todos os agentes.
Nessa metodologia, os investidores não necessitam avaliar as carteiras de investimento por meio da
teoria CAPM ou pelo conceito de média-variância.
A principal diferença, na prática, entre o CAPM e o APT é que o CAPM usa uma única variável de
risco, a carteira de mercado, enquanto o APT usa várias.
Os defensores do APT acreditam que os retornos dos títulos são baseados numa variedade de fatores
que afetam diferentes grupos de investimentos:
1. Alguns fatores afetarão todos os papéis, tais como inflação, taxa de juros e taxa de
crescimento populacional.
3. Alguns eventos afetarão somente uma empresa (o incêndio de uma fábrica, por exemplo).
O Arbitrage Pricing Theory (APT) refere-se a uma teoria de precificação de ativos que assume que:
― os riscos não sistêmicos podem ser completamente diversificados. Isso implica que o risco
não sistêmico não é precificado (o prêmio de risco é zero);
Essa hipótese implica que os investidores tomariam grandes posições (compradas e vendidas) para
explorar qualquer erro de precificação percebido, causando os preços dos ativos a se ajustarem
imediatamente aos seus valores de equilíbrio.
7
Capital Asset Pricing Model (CAPM)
O modelo APT utiliza um modelo fatorial em que as fontes de risco são designadas por n fatores:
Onde:
R = retorno da ação.
a0 = retorno esperado para todas as ações quando os valores dos fatores forem zero, ou seja, a
parte esperada do retorno (os demais fatores representam a parte inesperada ou surpresa).
Cada fator F representa o prêmio de risco esperado associado a cada fator de risco. Cada F é igual
ao prêmio de risco para uma carteira (chamada carteira de fator puro), com fatores de sensibilidade
iguais a um quando os outros fatores de sensibilidade são iguais a zero.
Lembre-se de que um prêmio de risco é a diferença entre o retorno esperado do ativo e a taxa livre
de risco. É o retorno adicional esperado para incorrer mais risco.
Diferentemente do CAPM, o APT assume que a precificação de um ativo deve ser função de uma série
de variáveis, o que tende a tornar o modelo mais consistente, do ponto de vista teórico.
Porém, ao mesmo tempo que a utilização dessa série de variáveis é seu principal ponto forte, ela é
também seu maior defeito, pois o modelo não especifica quais seriam as variáveis.
Pelo fato de o APT ser muito flexível e empírico, dificilmente resultará em retornos requeridos iguais,
pois depende do número de variáveis utilizadas e, portanto, os resultados não são comparáveis.
O CAPM, por sua vez, peca ao simplificar demais o modelo. Porém é justamente a simplificação que
permite que um grande número de agentes econômicos utilize a reta SML para precificação de ativos,
tornando os resultados comparáveis.