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Finanças Empresariais  Risco

5. RISCO

A. Objectivos
i) Utilizar a Demonstração dos Resultados para análise do risco
operacional;
ii) Utilizar o Balanço e a Demonstração dos Resultados para análise do
risco financeiro;
iii) Compreender o mercado de capitais como forma de medir o risco da
empresa.

B. Aspectos essenciais
i) Graus de alavanca operacional e financeira
 Usar os dados contabilísticos da demonstração dos resultados para
apreciar a volatilidade do resultado líquido pelos gastos fixos (alavanca
operacional) e pelos gastos financeiros (alavanca financeira);
 Da conjugação dos dois indicadores de volatilidade resulta um indicador
combinado de risco;
 Quanto maior o peso dos gastos fixos maior o risco operacional da
empresa;
 Quando há um elevado grau de alavanca operacional uma pequena
variação percentual no volume de negócios tem um impacto mais que
proporcional nos resultados operacionais;
 O Grau de Alavanca Operacional (GAO) é medido pelo rácio:
Margem de Contribuição
GAO 
Resultado Operacional

 O Grau de Alavanca Financeira (GAF) permite analisar o risco associado à


utilização de dívida com determinado nível de juros e gastos similares;
 O GAF indica a mudança percentual nos Resultados Líquidos face a uma
mudança percentual nos Resultados Operacionais;

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 O Grau de Alavanca Financeira (GAF) é medido pelo rácio:


Resultado Operacional
GAF 
Resultado Corrente
 Os gastos financeiros têm um caráter fixo, provocando uma volatilidade
adicional sobre a rendibilidade do capital próprio, e por isso o
endividamento aumenta o risco.

ii) Grau combinado de alavanca e a análise do risco


 É possível medir o efeito combinado das duas alavancas: GAO e GAF;
 O Grau Combinado de Alavanca (GCA) mede a sensibilidade dos resultados
correntes à estrutura dos gastos fixos – operacionais e financeiros – da
empresa em consequência da variação no volume de negócios;
 O GCA pode ser calculado directamente pela fórmula:
Margem de Contribuição
GCA 
Resultado Corrente
 E também pode ser calculado pelo produto entre o GAO e o GAF:
GCA  GAO  GAF

 Tal como os anteriores graus, também o GCA só deve ser utilizado como
medida de risco para pequenas oscilações do volume de negócios.

iii) Ponto crítico e margem de segurança


O ponto crítico representa o valor do volume de negócios para o qual a empresa
tem um resultado nulo;
Acima do ponto crítico a empresa tem resultados positivos (lucros) e abaixo do
ponto crítico a empresa tem resultados negativos (prejuízos);
O ponto crítico em quantidade corresponde a saber quanto deve a empresa
vender para a margem unitária cobrir os custos fixos, e é determinado pela
fórmula:
Custos Fixos
QO* 
Preço unitário de venda  Custo Variável unitário

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Para saber o ponto crítico em valor basta multiplicar pelo preço unitário (p) a
quantidade crítica ou usar a fórmula:
VO*  p  QO*
ou
Custos Fixos
VO* 
 Margem de Contribuição 
 Volume de Negócios 
 
A margem de segurança é a percentagem da queda no valor do volume de
negócios que faz a empresa cair para o seu ponto crítico, e é determinada pela
fórmula:
V V* V*
Margem de Segurança  1 
V V
Custos Fixos
Margem de Segurança  1 
Margem de Contribuição

Se a margem de segurança for muito baixa então a empresa está a trabalhar


muito perto do seu ponto crítico.

iv) CAPM – Capital Asset Pricing Model


 O CAPM modeliza o comportamento do mercado accionista na avaliação
de activos e qual a rendibilidade a que aspira;
 O investidor diversifica a sua carteira de activos para minimizar o risco e
fica dependente apenas do risco de mercado (ou risco sistemático por
corresponder ao mercado como um todo);
 O risco de mercado é determinado pela correlação entre a rendibilidade
do activo e a rendibilidade do mercado onde este se insere;
 O coeficiente beta (β) – extraído da recta de regressão linear – é a medida
sintética (artificial) da sensibilidade (volatilidade) da rendibilidade de um
activo (investimento) às variações de rendibilidade do mercado;
 Um activo sem risco tem β igual, e temos como exemplo de activos sem
risco os títulos da dívida pública (por exemplo: Certificados de Aforro,
Certificados do Tesouro, Obrigações do Tesouro, etc.);

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 À diferença entre a rendibilidade do mercado (rm) e a rendibilidade de um


activo sem risco (rf) chama-se prémio de risco (rm – rf);
 A rendibilidade de um activo (re) pode ser estimada pela seguinte equação:
re  rf     rm  rf 

v) MAA – Modelo de Avaliação por Arbitragem


 O MAA é uma generalização do CAPM por utilizar diversas variáveis
explicativas para determinar a rendibilidade de um activo;
 O prémio de risco de cada variável explicativa é representada por λ
(lambda) e existem tantos quanto o número de variáveis explicativas
utilizadas;
 A representação do modelo é a seguinte:
  Ri   0  i 1  1   i 2  2    in  n

 Se houver apenas uma variável explicativa e for o risco de mercado


(sistemático) então temos o CAPM.

vi) Custos do Capital


 O custo do Capital Próprio pode ser determinado por diversas formas já
indicadas: CAPM, MAA, Modiglini e Miller (modelo aditivo da RCP);
 O custo médio do capital corresponde ao custo das diversas formas de
capital, entre Capital Próprio e Capital Alheio, sendo a mais utilizada a da
média ponderada;
 O Custo Médio Ponderado dos Capitais (CMPC) é determinado pela
fórmula:
 Capital Próprio    Endividamento  
CMPC     RCP      CFF   1  t 
 Capitais Totais    Capitais Totais  

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C. Bibliografia a consultar
Análise e Relato Financeiro (Carvalho das Neves), Capítulos 18 e 20
Análise Financeira e Mercados (Pinho e Tavares), Capítulo II, n.º 3
Princípios de Gestão Financeira (Caldeira Menezes), Capítulo II, n.º 4 a 6
Princípios de Finanças Empresariais (Brealey, Myers e Allen), Capítulos 8, 9 e 19

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