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TIPOS DE FLUXOS

• FLUXOS ECONÓMICOS - proveitos e custos

• FLUXOS FINANCEIROS em sentido amplo -


despesas e receitas

• FLUXOS FINANCEIROS em sentido restrito


(ou de TESOURARIA) - pagamentos e
recebimentos
H.C/2022
Ciclo económico de exploração
 Aquisição dos materiais (matérias-primas, subsidiárias, etc.)
Armazenagem dos materiais.
 Início do ciclo fabril (ciclo de produção ou ciclo de
transformação) das matérias-primas
 Duração do ciclo de produção (produtos em vias de fabrico e
produtos semi-acabados)
 Termo do ciclo de transformação (obtenção dos produtos
acabados)
 Armazenagem dos produtos acabados
 Venda dos produtos acabados

H.C/2022
Ciclo financeiro de exploração
 Aquisição dos materiais (matérias-primas, subsidiárias, etc.)
Armazenagem dos materiais.
 Início do ciclo fabril (ciclo de produção ou ciclo de transformação)
das matérias-primas
 Duração do ciclo de produção (produtos em vias de fabrico e
produtos semi-acabados)
 Termo do ciclo de transformação (obtenção dos produtos
acabados)
 Armazenagem dos produtos acabados
 Venda dos produtos acabados
Crédito concedido aos clientes ou crédito comercial (em conta-
corrente ou titulados através de letras a receber)
Recebimentos (efectivo) dos créditos
H.C/2022 comerciais
INDICADORES DE ANÁLISE E
FUNCIONAMENTO
Método dos rácios
Os rácios relacionam elementos dos mapas
financeiros
da empresa ou outros relacionados com a actividade
de forma a obter informações sintéticas e úteis à
gestão
• Existem diversas classificações de rácios, atendendo
à perspectiva de análise que se pretende atingir
• Servem também para comparações entre períodos e
entre empresas
• Os rácios mostram as situações, mas isoladamente
não explicam as razões H.C/2022
INTERESSE DOS RÁCIOS

• Apoiar o diagnóstico económico-financeiro


• Controlo de gestão
• Análise de crédito
• Estimativas do risco das empresas
• Análise de desempenho
• Análise e avaliação de estratégias
sua utilização vai depender, sobretudo, dos
objectivos da análise: qual a natureza dos
fenómenos que pretende revelar ou medir, que
fontes de informação se vão utilizar
H.C/2022
Tipos de Rácios,
quanto aos fenómenos a revelar:
• Rácios Económicos: Pretendem revelar aspectos de
situação económica, como a estrutura dos custos, a
estrutura dos Proveitos, as Margens, a Capacidade de
Autofinanciamento, etc. (Resultados Operacionais /
Vendas);
 • Rácios Financeiros: São àqueles que apreciam os
aspectos que se relacionam exclusivamente com
aspectos financeiros, tais como a estrutura financeira, a
capacidade de Endividamento, a Solvabilidade, Liquidez,
etc. (Capitais Próprios / Capitais Totais);

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Cont.
• Rácios Económico-Financeiros: Pretendem,
como facilmente se deduz, apreender os aspectos
económico – financeiros, como sejam a Rendibilidade
dos Capitais, as Rotações dos diferentes elementos de
activo, (Vendas/Activo);
• Rácios Funcionamento: Ajudam a explicar os
impactos financeiros da gestão ao nível do ciclo de
exploração. São os rácios dos prazos médios de
Recebimento e Pagamento, da duração média das
existências em armazém, etc.;

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Cont.
• Rácios Técnicos: Procuram revelar aspectos
relacionados com a Produção e as actividades em geral,
expressando – se normalmente em unidades físicas, ou
comparando unidades económicas – financeiras com
unidades físicas. Estuda – se com eles o Rendimento do
Equipamento, a Produtividade da mão – de – obra, etc.
(Unidades produzidas por horas homem = Produção
mensal em quantidades / Horas homem trabalhadas no
mês).
 

H.C/2022
Cont.
Solvabilidade: Para que uma empresa tenha Solvabilidade
é preciso que seja capaz de fazer face aos seus
compromissos, em princípio a empresa será capaz de
solver os seus compromissos desde que o seu capital
próprio seja igual ou superior ao seu passivo.

Solvabilidade Total = Capital Próprio/ Passivo


 Se o valor do rácio for:
 Superior a 1: O capital próprio da empresa é superior ao
passivo, isto é, o valor do seu património é suficiente para
cobrir as suas dívidas.
 
Inferior a 1: A empresa fica impossibilitada de satisfazer as
suas obrigações com os meios próprios de que dispõe
(Capital próprio).
H.C/2022
Cont.
O facto de bens de uma empresa (Valor do
Património), excederem as dividas (Capital Próprio>
Passivo) não garante que a empresa seja capaz de as
pagar no momento preciso. A aptidão para pagar as
dívidas a curto prazo depende da relação entre o
activo circulante e as dividas a terceiros a curto prazo
(Liquidez Geral).
Liquidez Geral = Activo Circulante / Dividas a
Terceiros a curto Prazo
 Se o valor for:
Inferior 1: A liquidez é desfavorável, isto é, o activo
circulante é insuficiente para pagar as dívidas a curto
prazo
H.C/2022
Cont.
Em certas actividades, as existências representam uma significativa “ Fatia
“ no total dos investimentos, dai que seja muito importante conhecer a
sua influência na liquidez. (liquidez reduzida).
 
Liquidez reduzida = Activo Circulante – Existências / Dividas. a terc. CP
 
Por outro lado, se pretendemos conhecer a aptidão imediata da empresa
para satisfazer os seus compromissos, bastará relacionar as
disponibilidades com dívidas a terceiros a curto prazo (Liquidez imediata).
 
Liquidez imediata = Disponibilidades / Dívidas a terceiros a curto prazo
 
Este indicador, isoladamente, é de pouca utilidade, pois uma situação
desfavorável por ele evidenciada pode resultar de circunstâncias
ocasionais

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Rácios de Rendibilidade
Mg de contribuição das vendas = Mg. Cont. %
Vendas

Rend. Operac. das vendas = Res. Operacional %


Vendas
Rend. líquida das vendas = Res. Liquido %
Vendas
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Rácios de Rendibilidade
Importante para os accionistas
Rend. C. Próprio = Res. Líquido %
C. próprio

É influenciado pelas políticas de financiamento.


Para evitar isso comparando com o custo do Capital
Alheio, a rendibilidade do activo mostra como o
endividamento influencia a rendibilidade dos
Capitais Próprios
Rend. Activo = Res. Operacional %
Activo
H.C/2022
Rácios baseados no mercado
Resultado por acção = Res. Líquido
Nº total de acções
PER = Cotação das acções
Res. Líq. Por acção
Payout = Total de dividendos
Res. Líquido
Valor cont. da acção = Capital próprio
Nº de acções
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Objectivo

• Análise do Risco Operacional e Financeiro


• Grau de Alavanca Operacional
• Grau de Alavanca Financeiro
• Grau de Alavanca Combinado
• O Efeito Alavanca Financeiro

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RISCO E ANÁLISE FINANCEIRA
RISCO: incerteza quantificada em relação aos resultados
futuros
• RISCO OPERACIONAL - quantificar a volatilidade dos
resultados operacionais
• RISCO FINANCEIRO - quantificar a volatilidade do
Resultado Líquido causado pelo grau de endividamento
da empresa
• RISCO “GLOBAL” - quantificar o efeito conjugado dos
dois riscos anteriores.
É uma análise baseada essencialmente na Demonstração
de Resultados e na sua conjugação com alguns agregados
do Balanço
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RISCO OPERACIONAL
CAUSAS DA VOLATILIDADE
• Recessão/Expansão da Economia Nacional ou
Internacional
• Lançamento de novos produtos da empresa (o
papel da inovação - R&D)
• Lançamento de produtos da concorrência
• Decisões governamentais de controlo
• Greves
• Acidentes naturais
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RISCO OPERACIONAL
ORIGENS
• Instabilidade da procura (> instabilidade, >
risco)
• Volatilidade do preço (> volatilidade, > risco)
• Volatilidade dos custos (idem)
• Repercussão dos custos nos preços de venda-
elasticidade da procura (Ex. inflação)
• Estrutura dos custos: o peso dos custos fixos
• A articulação entre os vários departamentos é
essencial
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RISCO OPERACIONAL
• Varia de sector para sector
• Varia de empresa para empresa
– Indústrias de capital intensivo / mão-de-obra
intensiva
– Indústrias da nova tecnologia / indústrias
tradicionais
– Indústrias com ciclo de exploração longo /
curto
• A eficiência e a eficácia da Gestão
H.C/2022
RISCO OPERACIONAL
Medidas de Análise

• Desvio-padrão das vendas


• Desvio-padrão do Resultado Operacional
• Grau de alavanca operacional
• Ponto crítico das vendas
• Margem de segurança

H.C/2022
RISCO OPERACIONAL
Desvio-padrão do Resultado Operacional
ANOS Res. Op. (Xi-X) (Xj -X)2
1 30 -5 25
2 10 -25 625
3 40 5 25
4 70 35 1225
5 25 -10 100
Soma 175 0 2000
Média 35
VAR 400 Desvio-Padrão 20
Coef. Var. = Desvio Padrão/média = 0.57
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RISCO OPERACIONAL
Grau de Alavanca Operacional
Margem de Contribuição/Resultado Operacional
rácio = MC/RO
• Variação (%) no Resultado Operacional resultante da variação
(%) das vendas
• Significa que uma variação nas vendas tem um impacto mais
que proporcional nos resultados
• Em fases de crescimento de vendas - alavanca operacional é
favorável
• Em fases de decréscimo de vendas - alavanca operacional é
desfavorável
• Quanto maior o peso dos custos fixos, maior o risco operacional
• Elevado peso dos custos fixos = elevado grau de alavanca
operacional (ou económica) H.C/2022
RISCO OPERACIONAL
Grau de Alavanca Operacional
Empresa A Empresa B
Vendas 600 600
Custos Variáveis 200 400
Margem de Contribuição 400 200
Custos Fixos 300 100
Resultado Operacional 100 100
Grau de Alavanca Operacional 4 2
A - Margem de Contribuição de 66,7%
B - Margem de Contribuição de 33,3%
H.C/2022
RISCO OPERACIONAL
Ponto Crítico de Vendas
• Ponto Crítico: nível de actividade em que o
Resultado de Exploração é nulo (depende do
nível de estrutura de custos)
Grau de Alavanca Operacional e Ponto
Crítico Operacional de Vendas
• O Grau de Alavanca Operacional será tanto
maior quanto mais próximo as vendas estiverem
do ponto crítico operacional
H.C/2022
RISCO OPERACIONAL
Ponto Crítico de Vendas
• Também chamado Ponto morto das vendas ou limiar
de rentabilidade
• É um dos indicadores dos estudos de rendibilidade
• O ponto onde a empresa não tem lucro nem prejuízo
• O montante mínimo das vendas (em quantidade -
Q* e em valor - VV*)
• O ponto onde a margem de contribuição (MC) cobre os
custos fixos (CF)

H.C/2022
RISCO OPERACIONAL
Ponto Crítico de Vendas
PONTO CRÍTICO = Custos Fixos/Mg. de contribuição
Empresa A Empresa B
Custos Fixos 300 100
Mg. de Contribuição 66,7% 33,3%
Ponto Crítico Operac. 450 300

A empresa A tem de vender mais do que a empresa B


para ter Resultado Operacional igual a zero.

H.C/2022
RISCO OPERACIONAL
Ponto Crítico de Vendas
Empresa A Empresa B

Vendas 450 300


Custos Variáveis 150 200
Mg. de Contribuição 300 100
Custos Fixos 300 100
Resultado Operacional 0 0

H.C/2022
TIPOS DE RISCO
O investidor e o gestor são naturalmente
averso ao risco. Logo, os riscos podem ser:
• Risco específico (não sistemático, residual ou
único). Minimiza-se pela diversificação. Ex:
greves, processos, perdas, etc.
• Risco de mercado (sistemático ou não
diversificável. Ex: guerras, inflação, mudanças
conjunturais, etc.
• Risco total = risco espec. + risco de mercado
H.C/2022
Análise e Avaliação de Projectos de Investimento
Principais temas
1. Caracterização do projecto
2. Determinação dos cash-flows do projecto
3. Conceito de valor
4. Métodos de avaliação de investimentos
5. Custo do capital
6. Análise do projecto de investimento
7. Financiamento do projecto

H.C/2022
1. Caracterização do projecto
1.2 Fases de desenvolvimento do projecto de investimento

Projecto de investimento (Plano de Negócios):


Plano que suporta uma decisão de aplicação de fundos escassos que irá
gerar rendimento durante um certo tempo e maximizar a riqueza da
empresa.
Fases de desenvolvimento do projecto de investimento

Fase de
Fase de concepção Empresa
implementação

Identificação da oportunidade Investimento (planeamento,


Preparação (variantes e execução e controlo)
adequação à estratégia da
empresa)
Avaliação (formulação, viabilidade,
decisão)
H.C/2022
1. Caracterização do projecto
1.3 Tipos de projectos de investimento

1. Sector de actividade
Agrícolas
Industriais
Comerciais
Serviços

2. Natureza do investidor
Privados
Públicos

3. Actividade produtiva
Directamente produtivos: dão origem a produtos e serviços transaccionáveis
Indirectamente produtivos: suportam as actividades produtivas
Sociais: suportam estruturas políticas e sociais

H.C/2022
1. Caracterização do projecto
1.3 Tipos de projectos de investimento
4. Objectivo do investimento
Substituição: substituição de equipamentos usados ou obsoletos por equipamentos
novos com as mesmas características
Modernização: substituição de equipamentos usados ou obsoletos por equipamentos
novos com melhores características
Expansão: aumento da capacidade produtiva sem alterar a natureza dos produtos
Inovação: produção e lançamento de novos produtos
Estratégico: constituir/reforçar uma vantagem competitiva (ex: I&D)
5. Relações entre investimentos
Independentes: projectos não relacionados nem técnica nem financeiramente Dependentes
mutuamente exclusivos: a aceitação de um obriga à rejeição do outro
Dependentes complementares: a implementação de um induz a implementação do outro
6. Âmbito geográfico
Nacionais
Estrangeiros: investimento directo ou indirecto

H.C/2022
1. Caracterização do projecto
1.4 Documentos do projecto de investimento

1. Apresentação da empresa/empresário
Identificação da empresa/empresário
Identificação da equipa técnica e de gestão
Identificação das actividades
Identificação histórica da empresa
Produtos e tecnologia
Capacidade
Dados económico-financeiros (balanços e demonstrações de resultados)
2. Apresentação do projecto
Tipo de projecto
Tipo de produto
Localização
3. Identificação da estratégia subjacente ao projecto
Descrição da oportunidade
Enquadramento estratégico

H.C/2022
1. Caracterização do projecto
1.4 Documentos do projecto de investimento

4. Plano do projecto
Plano de investimento
Estudo técnico
Plano de exploração
Estudo de mercado (receitas)
Estrutura de custos
Contas de exploração previsionais
Plano de financiamento
Origem e aplicação de fundos
Empréstimos (montantes, juros)
5. Indicadores financeiros do projecto
Indicadores de rentabilidade
Valor actual líquido (VAL)
Taxa interna de rentabilidade (TIR)
Análise do projecto
Análise de sensibilidade

H.C/2022
2. Determinação dos cash-flows do projecto
2.1 Cash-flows
Cash-flow:
Fluxos líquidos gerados pelo projecto.
Cash-flow de investimento:
CF investimento = Investimento em capita fixo + Fundo de
maneio - valor residual do investimento

Cash-flow de exploração:
CF exploração = Resultado líquido de
exploração + Amortizações e provisões

Cash-flow do projecto:

CF projecto = CF exploração – CF investimento

H.C/2022
I F A D
2. Determinação dos cash-flows do projecto
2.1 Cash-flows
Cash-flow do projecto:

Preço de
venda unitário CF
Proveitos Investimento
x
totais Resultado de
- C
Quantidade exploração Resultado A
vendida - económico de S
Custo variável exploração
x Amortizações Resultado - H
total líquido de -
e provisões -
Custo variável Custos exploração + F
unitário
+ exploração Impostos L
Custos fixos O
totais W
Amortizações
e provisões

H.C/2022
I F A D
3. Conceito de valor
3.1 Valores futuros
Valor futuro (VF):
Valor para que cresce o investimento depois de render juros.

100 KZ investidos numa conta


6% taxa de juro anual
Valor do juro ao fim de 1 ano: 100 x 0,06 = 6 KZ
Valor do investimento ao fim de um ano: 100 + 6 = 106 KZ
= 100 x (1 + 0,06)

VF = I x (1 + r) r : taxa de capitalização

Valor do investimento ao fim de dois anos: 106 x (1 + 0,06) = 100 x (1+


0,06)2
Valor do investimento ao fim de n anos:
VF = I x (1 + r)n
(1 + r)n : factor de capitalização H.C/2022
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3. Conceito de valor
3.4 Valores actuais

Princípio geral de finanças:


um KZo hoje vale mais do que um KZo amanhã.

Valor actual (VA):

Já vimos que VF a um ano = VA x (1 + r)

=> VA = VF / (1 + r)

r : taxa de actualização
Ex:
Quanto valem hoje 106 KZ ganhos daqui a um ano se a taxa for de 6%?
VA = 106 / (1 + 0,06) = 100 KZ

H.C/2022
I F A D
3. Conceito de valor
Exemplos: valores actuais
Poupando para comprar um computador
Suponha que necessita de 1500 KZ para o ano para comprar um computador.
Quanto necessitaria de pôr de parte hoje assumindo uma taxa de 8% ao ano. E se
necessitasse dos 1500 KZ daqui a dois anos?

A Coca-Cola pede dinheiro emprestado


Em 1995 a Coca-Cola necessitou de ir buscar ao mercado 250 mil milhões de
dólares por 25 anos. Para isso criou obrigações (IOU) que prometiam pagar aos
subscritores $1000 ao fim de 25 anos. A taxa de juro era na altura de 8,53%.
Quanto estaria disposto a pagar por cada obrigação? E se a Coca-Cola pagasse
os $1000 ao fim de 10 anos? (considere a mesma taxa)

Comparação de créditos
Suponha que pretende comprar um carro de 10000 KZ
Stand A: Oferece crédito - paga 4000 KZ agora e 6000 KZ daqui a dois anos.
Stand B: Oferece desconto de pronto pagamento no valor de 500 KZ
Sendo a taxa de actualização de 10%, em qual dos Stands compraria o carro?
H.C/2022
I F A D
3. Conceito de valor
3.5 Cash-flows múltiplos

Valor futuro de cash-flows múltiplos

Ex: Compra de computador


Suponha que pretende comprar um computador daqui a 3 anos e que
pode pôr de parte 600 KZ agora, 700 KZ daqui a 1 ano e 500 KZ daqui a
2 anos. De quanto dinheiro disporia daqui a 3 anos assumindo uma taxa
de capitalização de 8%?
Resolução:

Calcula-se o valor futuro dos 3 cash-flows

CF0: 600 KZ. No 3º ano teria 600 x (1 + 0,08)3 = 755,83


CF1: 700 KZ 700 x (1 + 0,08)2 = 816,48
CF2: 500 KZ 500 x (1 + 0,08) = 540,00
Total: 2112,31 KZ
H.C/2022
I F A D
3. Conceito de valor
3.5 Cash-flows múltiplos

Valor actual de cash-flows múltiplos

Ex: Compra de automóvel


Compra de um carro de 20000 KZ
Stand A: desconto de 1000 KZ
Stand B: pagamento de 50% de entrada, 25% daqui a 1 ano e 25% daqui
a dois anos.
Sendo a taxa de 8% onde compraria o carro?

Resolução:

Calcula-se os valores actuais


Stand A: 20000 - 1000 = 19000 KZ
Stand B: 10000 + 5000 / (1 + 0,08) + 5000 / (1 + 0,08)2 = 18916 KZ

Stand B é a melhor opção


H.C/2022
I F A D
3. Conceito de valor
3.7 Inflação e o valor temporal do dinheiro

Taxa de inflação:
taxa a que os preços como um todo estão a aumentar.

=> Algo que custe hoje 100 KZ custará para o ano 105 KZ
se a inflação for de 5% ao ano

Taxa de juro nominal: taxa a que o dinheiro investido se valoriza.

Taxa de juro real: taxa a que o poder de compra do investimento aumenta.

1 + taxa nominal
1 + taxa real =
1 + taxa de inflação

H.C/2022
I F A D
3. Conceito de valor
3.7 Inflação e o valor temporal do dinheiro

Cálculo de taxas reais

Ex:
Qual o valor futuro real de 1000 KZ investidos à taxa de 6% se a taxa de
inflação for de 2%?

Resolução:

Taxa real = (1 + 0,06) / (1 + 0,02) - 1 = 3,9%

VF = 1000 x (1 + 0,039) = 1039 KZ

Cash-flows reais devem ser actualizados / capitalizados com taxas reais


e cash-flows nominais devem ser actualizados / capitalizados com taxas
nominais
H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.1 Valor actual líquido (VAL)

VAL = VA - Investimento

Ex: Construção de um bloco de escritórios


Suponha que pretende construir um bloco de escritórios cujo investimento
inclui a compra do terreno por 250.000 KZ e a construção do
empreendimento por 1,5 milhões KZ
Espera-se uma procura elevada de escritórios para o ano e portanto
estima-se que o bloco de escritórios possa ser vendido por 2 milhões KZ.
Assumindo uma taxa de actualização de 7% valerá a pena o investimento?

Resolução:

Calcula-se o VAL

VAL = 2000 / (1 + 0,07) - (250 + 1500) =


= 1869 - 1750 = 119 milhares KZ
H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.1 Valor actual líquido (VAL)

Custo de oportunidade do capital:


taxa de rendimento esperada quando se investe num determinado
projecto. É a taxa de actualização utilizada para o cálculo dos valores
actuais e é também chamado taxa de desconto.

Valor actual líquido:


valor actual dos cash-flows do projecto menos o custo do investimento.

Regra do VAL:
os gestores aumentam a riqueza dos accionistas ao
aceitarem todos os projectos que valerem mais do que o
que custam.

=> os gestores devem aceitar todos os projectos com


VAL > 0.

H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.1 Valor actual líquido (VAL)

Princípio geral de finanças:


um Kz arriscado vale menos que um Kz certo.
Ex: Construção de um bloco de escritórios (2)
Suponha que o bloco de escritórios do exemplo anterior teria um risco semelhante ao
investimento em acções de uma empresa de imobiliário e para as quais o rendimento
esperado seria de 12%. Neste caso o projecto ainda valeria a pena? E se os custos de
construção aumentassem para 1,55 milhões KZ?

Resolução:

Calcula-se o VAL para cada caso

Retorno esperado de 12%: VAL = 2000 / (1 + 0,12) - 1750 =


= 35,7 milhares KZ. => realiza-se o projecto

Aumento dos custos: VAL = 2000 / (1 + 0,12) - 1800 =


= - 14,3 milhares KZ. => não se realiza o projecto

H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.1 Valor actual líquido (VAL)

Projectos com cash-flows múltiplos


Ex: Construção de um bloco de escritórios (3)
Suponha que o bloco de escritórios do primeiro exemplo poderia ser
arrendado por 80.000 KZ por ano durante 3 anos e que no final do 3º ano
ainda poderia ser vendido por 2,25 milhões KZ. Assumindo que o custo de
oportunidade é de 7%, seria mais rentável vender no 1º ou no 3º ano?
Resolução:

Calcula-se o VAL da venda no 3º ano

VAL = CF0 + CF1 / (1 + 0,07) + CF2 / (1 + 0,07)2 + CF3 / (1 + 0,07)3 =

= -1750 + 80/(1 + 0,07) + 80/(1 + 0,07)2 + 2330/(1 + 0,07)3 =

= 297 milhares KZ > VAL da venda no 1º ano (119 milhaes KZ)


=> vende-se no fim do 3º ano
H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.1 Valor actual líquido (VAL)

Projectos com cash-flows múltiplos

Ex: Avaliação de um novo sistema informático


A sua empresa está a considerar a adopção de um novo sistema de
controlo de existências para os armazéns. O sistema custará 250.000 KZ
e deverá durar 4 anos. Espera-se que este sistema conduza à poupança
de 110.000 KZ por ano. Assumindo que o custo de oportunidade é de
10%, qual seria a sua recomendação?

H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.2 Outros critérios de avaliação de investimentos

TIR - taxa interna de rentabilidade

Lucro
Taxa de rentabilidade = Investimento

Ex: Venda do bloco de escritórios no 1º ano

2000 - 1750
Taxa de rendibilidade = = 0,1429 => 14,3 %
1750

ATENÇÃO: válido só para projectos com 1 ano!

Se o custo de oportunidade for de 7% para um investimento com igual


risco então o investimento no bloco de escritórios, por ter uma taxa de
rentabilidade superior, deverá ser realizado.
H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.2 Outros critérios de avaliação de investimentos
Relação entre VAL e TIR

Regra da TIR:
Deve investir-se em todos os projectos que ofereçam uma taxa de rentabilidade
superior ao custo de oportunidade do capital.
Regra do VAL:
Deve investir-se em todos os projectos com um VAL positivo quando
descontados com uma taxa igual ao custo de oportunidade do capital.
Ex: Venda do bloco de escritórios no 1º ano

TIR = 14,3%

VAL (r = TIR) = -1750 + 2000 / (1 + 0,143) = 0

=> A TIR é a taxa de desconto à qual o VAL é


nulo
Se o custo de oportunidade do capital < TIR então VAL > 0 e o projecto
deve realizar-se

H.C/2022
I F A D
4. Critérios de avaliação de investimentos
4.2 Outros critérios de avaliação de investimentos
Período de recuperação do investimento - PRI
tempo necessário para que os cash-flows recuperem o investimento
inicial do projecto

Regra do PRI:
devem aceitar-se todos os projectos para os quais o investimento é
recuperado num período inferior a um determinado valor pré-
definido.

Ex: VAL vs. PRI

Projecto CF0 CF1 CF2 CF3 PRI VAL (10%)


A -2000 +1000 +1000 10 000 2 +7249
B -2000 +1000 +1000 0 2 -264
C -2000 0 +2000 0 2 -347

Que projecto escolher?


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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.2 Outros critérios de avaliação de investimentos

Período de recuperação do investimento - PRI

Problemas:

1. Ignora os cash-flows que ocorrem após o período de recuperação.


2. Dá igual peso a todos os cash-flows que ocorrem antes do período de
recuperação independentemente do perído em que ocorrem (não os actualiza).
3. Definição do período de recuperação do investimento.

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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.3 Interacções entre projectos

Escolha entre equipamentos com diferente tempo de vida

Dever-se-à escolher a máquina para os quais o valor actual dos custos é


menor? Como resolver a questão da máquina B não ter custos no ano 3 e
ter maiores custos operacionais nos anos 1 e 2?
Custo anual equivalente (CAE):
Custo por período que origina um valor actual igual ao valor actual dos
custos de compra e operação da máquina.
VA dos custos
CAE =
Factor de anuidade
Máquina A: CAE = 25,69 / a 3 6% = 25,69 / 2,673 = 9,61
Máquina B: CAE = 21,00 / a 2 6% = 21,00 / 1,833 = 11,46
A escolha entre bens com diferente duração faz-se
com base no CAE. Deve escolher-se o bem com
menor CAE.
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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.3 Interacções entre projectos

Custo anual equivalente


Ex: Compra de carro
Suponha que pretende comprar um carro novo. Pode comprar o carro a pronto por 15.000 KZ
ou pagar 3000 KZ nos próximos 7 anos. Se comprar o carro ele ainda valerá 500 KZ ao fim
dos 7 anos. Sendo a taxa de desconto de 10% será melhor comprar ou fazer o leasing? Qual
seria o valor máximo do leasing que estaria disposto a pagar?

Ex: Substituição de máquina


Suponha que a sua empresa possui uma máquina que se espera que dure mais
2 anos e custa 6000 KZ por ano a operar. Pode substituí-la hoje por uma
máquina que custa 12.500 KZ mas que é muito mais eficiente custando a sua
operação apenas 4000 KZ por ano e irá durar 5 anos. Para um custo de capital
de 6% será melhor substutí-la hoje ou valerá a pena esperar mais um ano?

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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.4 Restrições de capital
Restrições de capital
Limite imposto na quantidade de fundos disponíveis para investimento
Ex: Suponha que posssui 20 milhões de dólares para investir e que lhe
apresentam os seguintes projectos
(milhões de dólares)
Projecto CF0 CF1 CF2 VA (10%) VAL (10%)
A -3 +2,2 +2,42 4 1
B -5 +2,2 +4,84 6 1
C -7 +6,6 +4,84 10 3
D -6 +3,3 +6,05 8 2
E -4 +1,1 +4,84 5 1

Que projectos escolher?

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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.4 Restrições de capital
Índice de rendibilidade
Razão entre o VAL e o valor do investimento
VAL
Índice de rendibilidade =
Investimento

Ex: Suponha que posssui 20 milhões de dólares para investir e que lhe
apresentam os seguintes projectos

Projecto Investimento VA (10%) VAL (10%) IR


A 3 4 1 0,33
B 5 6 1 0,20
C 7 10 3 0,43
D 6 8 2 0,33
E 4 5 1 0,25

Escolhem-se os projectos por ordem


decrescente do índice de rendibilidade
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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.5 Análise dos cash-flows descontados

4-Devem separar-se as decisões de investimento das decisões de


financiamento

Uma empresa pode financiar um projecto com os capitais


próprios ou recorrendo a empréstimos.

A decisão de investimento é tomada com base no


VAL do projecto assumindo que o financiamento é
realizado com capitais próprios. Posteriormente é
realizada uma análise quanto á melhor maneira de
financiar o projecto.

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4. Critérios de avaliação de investimentos
4.5 Análise dos cash-flows descontados
5-Exemplo de cálculo de cash flows de um projecto
Ex: Empresa Mineira
Considere que a sua empresa de extracção e refinamento de minério pretende
explorar um pequeno filão de magnésio por um período de 5 anos. Os dados
relevantes para a análise são os seguintes:

Quantidade vendida no ano 1: 750.000 ton - estima-se um crescimento de 5%/ano;


Preço unitário de venda: 20 KZ;
Custo unitário de venda: 10 KZ;
Custos fixos anuais: 2.500.000 KZ - estima-se um aumento de 5%/ano;
Será necessário investir 10.000.000 KZ mas o valor residual é de 1.000.000 KZ;
A sua empresa necessita de manter stocks de 2 meses e os clientes pagam, em
média a 2 meses.

Se a taxa de imposto for de 35% e se os accionistas exigirem um retorno de 12%,


qual é o VAL do projecto?

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4.5 Análise dos cash-flows descontados

5-Exemplo de cálculo de cash flows de um projecto

1) Cálculo do cash flow de exploração


Passos do cálculo

Proveitos = quantidade vendida x preço unitário


Custos variáveis = quantidade vendida x custo unitário
Custos totais = custos variáveis + custos fixos
Resultados de exploração = proveitos - custos totais
Amortizações = Investimento / nº de anos do projecto
Resultado económico de exploração = res. expl. - amortizações
Impostos = res. ec. expl. x taxa de imposto
Resultado líquido de exploração = res. ec. expl. - impostos
Cash flow de exploração = res. líq. expl. + amortizações

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4.5 Análise dos cash-flows descontados

5-Exemplo de cálculo de cash flows de um projecto

1) Cálculo do cash flow de exploração

Resultados
(milhares de KZ)
Ano 0 1 2 3 4 5
1. Proveitos 15000 15750 16538 17364 18233
2. Custos var. 7500 7875 8269 8682 9116
3. Custos fixos 2500 2625 2756 2894 3039
4. Custos totais (2+3) 10000 10500 11025 11576 12155
5. Res. Exploração (1-4) 5000 5250 5513 5788 6078
6. Amortizações 2000 2000 2000 2000 2000
7. Res. Ec. Expl. (5-6) 3000 3250 3513 3788 4078
8. Impostos (35%) 1050 1138 1229 1326 1427
9. Res. Líq. Expl. (7-8) 1950 2113 2283 2462 2650

10. Cash flow expl. (9+6) 3950 4113 4283 4462 4650

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4.5 Análise dos cash-flows descontados

5-Exemplo de cálculo de cash flows de um projecto

2) Cálculo do cash flow de investimento


Passos do cálculo

Necessidades de fundo de maneio = dív clientes + existências =


= proveitos x prazo pagamento / 12 + custos totais x prazo stocks / 12

Investimento em fundo de maneio = incremento das necessidades FM =


= diferença entre as NFM do ano e o investimento já realizado nos anos
anteriores

Cash flow de investimento = investimento em capital fixo - valor residual +


+ investimento em FM

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4.5 Análise dos cash-flows descontados

5-Exemplo de cálculo de cash flows de um projecto

2) Cálculo do cash flow de investimento

Resultados

(milhares de KZ)
Ano 0 1 2 3 4 5
1. Investimento em capital 10000
2. Valor residual 1000
3. Necess. Fundo maneio 4167 4375 4594 4823 5065
4. Investimento FM 4167 208 219 230 241 -5065
5. CF Investimento (1-2+4) 14167 208 219 230 241 -6065

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4.5 Análise dos cash-flows descontados

5-Exemplo de cálculo de cash flows de um projecto

3) Cálculo do cash flow do projecto e do VAL

Passos do cálculo

Cash-flow do projecto = cash flow de exploração - cash flow de


investimento
(milhares de KZ)
Resultados Ano 0 1 2 3 4 5
1. CF exploração 3950 4113 4283 4462 4650
2. CF Investimento 14167 208 219 230 241 -6065
3. CF do projecto (1-2) -14167 3742 3894 4053 4221 10715

VAL (r=12%) = 3.926.000 KZ

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