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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA


DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIENCIAS ATUARIAIS
BACHARELADO EM CIÊNCIAS ATUARIAIS

CAPITAL
DE GIRO

COMPONETES:
Marta Santos
Pollyana Oliveira
Raphael Tenório
O que é capital de
giro?

E qual a sua
importância?
O QUE É CAPITAL DE GIRO?
Capital de giro se refere aos fundos disponíveis para uma empresa sustentar
suas operações e recuperar seu investimento inicial. Ele abrange caixa, estoque,
contas a pagar e receber e vários custos, incluindo salários, pagamentos de
fornecedores e impostos. O termo “capital de giro” surge da natureza cíclica dos
fundos que entram e saem da empresa.

E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?


O nome “giro” se refere ao dinheiro que circula entre recebimentos e
pagamentos, representando o ciclo financeiro de uma empresa. Durante esse
ciclo, as empresas geralmente enfrentam mais despesas do que receitas, por
isso é crucial ter capital de giro suficiente para cobrir esses custos. Logo, um
gerenciamento inadequado pode levar ao fechamento de muitas organizações.
Sua compreensão é fundamental para gerenciar os elementos circulantes,
formando o referencial teórico necessário. Ao decorrer da apresentação
Sobre o
Gerenciamento do
capital de giro
Decisões de compra e venda, atividades operacionais
e financeiras.

Garante adequado armazenamento, aquisição de


materiais, produção, vendas e entrega.

Crucial devido a altas taxas de juros, concorrência e


expansão empresarial.

Técnicas aprimoradas para controlar e gerenciar


valores atuais.

O campo tornou-se mais especializado e complexo.


ABORDAGEM

1 2 3 4
Significado e Investimento em Financiamento do Conceito e o
operações de capital de giro e a capital de giro e cálculo da
capital de giro e manutenção de seus efeitos nas necessidade de
capital de giro seu valor economias em capital de giro.
líquido desenvolvimento.
1. SIGNIFICADO E OPERAÇÕES
DE CAPITAL DE GIRO E
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO
Conceito
CAPITAL DE GIRO
Refere aos recursos que circulam
em um período específico. O NÍVEL E A
Representa parte do capital
IMPORTÂNCIA
investido da empresa em seu Do capital de giro variam com
ciclo operacional de curto prazo. base nas características da
empresa, no desempenho
O capital pode ser investido em econômico e nas relações risco e
estoque, crédito ou dinheiro. lucratividade.

Esse processo constitui o ciclo


operacional de uma empresa.
CAPITAL DE GIRO (CG) OU
CAPITAL CIRCULANTE (CC)

Representa o ativo circulante de uma empresa.


Financia o ciclo operacional da empresa.

Fluxo de Capital de Giro Ciclo Operacional Características


Ilustrado no ciclo de Inicia com a aquisição de Volátil e baixo retorno em
produção e venda em matérias-primas e termina com a comparação com investimentos
empresas industriais. venda e recebimento de em itens fixos.
produtos manufaturados.
Recursos investidos em Mais divisível, permitindo
ativos circulantes Processo contínuo com a adição alocação flexível de recursos
atendem às necessidades de lucros e despesas não conforme necessário.
financeiras das operações. desembolsáveis.
Figura 1 - Fluxo do
ativo circulante:
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CGL)
OU CAPITAL CIRCULANTE
LÍQUIDO (CCL)
É o valor líquido das aplicações nos ativos Exemplo:
circulantes, deduzidas das dívidas a curto prazo.
O balanço patrimonial por ativos destaca
esses conceitos.
Cálculo do CGL:

Quadro 1. Identificação do CGL (CCL).

ou

O capital de giro líquido representa recursos de


longo prazo investidos em ativos de curto prazo.
Resolução em sala.
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CGL)
OU CAPITAL CIRCULANTE
LÍQUIDO (CCL)
Interpretação
No exemplo, considerou-se a existência de um
capital circulante líquido positivo.
Positivo Negativo Nulo
Existência de folga na liquidez da Os recursos passivos permanentes Fundos arrecadados e
empresa, possibilitando manter da empresa não são suficientes para investidos são iguais.
alguns recursos de longo prazo cobrir todas as suas necessidades de
para cobrir quaisquer problemas investimentos de longo prazo,
com o fluxo de caixa. devendo, nessa situação, ser uti-
lizados fundos provenientes do
passivo circulante (curto prazo).

A escolha da posição de liquidez depende do risco e do retorno.


CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO
(CGP)
Capital de Giro Próprio é comumente usado. Por exemplo, balanço por
Indica os recursos investidos pela empresa em massas patrimoniais :
seus ativos circulantes.
Valor mínimo ideal é zero ou pelo menos 5% das
receitas da empresa.

Fórmula de Cálculo
CGP = Patrimônio Líquido (PL) - Ativo
Permanente
ou
CGP = (Ativo circulante + Realizável a longo
prazo) - (Passivo circulante + Exigível a longo
prazo) Limitações da Medida
Não identifica estritamente os recursos
próprios da empresa.
Reflete recursos de passivos de longo prazo
alocados a ativos não permanentes, não
necessariamente ao patrimônio líquido.
CICLO OPERACIONAL

Atividades operacionais
Incluem produção de bens, prestação de serviços,
vendas e recebimento de pagamentos.

Ciclo Operacional
Legenda:
Compreende todas as fases das atividades PMEMP = prazo médio de estocagem das matérias-primas
operacionais. PMF = prazo médio de fabricação
Inicia com a aquisição de matérias-primas, passa PMEPT/PMV = prazo médio de estocagem dos produtos terminados/
prazo médio de venda
por armazenamento, produção, venda e termina PMC = prazo médio de cobrança
com o recebimento das vendas. PMPF = prazo médio de pagamento a fornecedores
TIPOS DE CICLOS

CICLO OPERACIONAL CICLO ECONÔMICO


TOTAL Envolvendo armazenamento,
fabricação e vendas.
Inclui todas as fases, desde o
recebimento do material até a
coleta das vendas.

CICLO FINANCEIRO
Incorporando todas as fases, desde
o pagamento do fornecedor até o
recebimento da venda.
CARACTERÍSTICAS DO CAPITAL
DE GIRO EM ECONOMIAS COM
INFLAÇÃO
REGIME DE EQUILÍBRIO
Este equilíbrio se da quando estabelecida as necessidades para manutenção do
ciclo operacional tanto para produção e venda, as receitas geradas em um ciclo são
suficientes para manutenção do ciclo seguinte. Para elaborar, prevê-se que, após a
alocação inicial de recursos para as necessidades operacionais, a empresa,
utilizando apenas a receita gerada em um determinado ciclo, possa financiar as
necessidades financeiras do ciclo subsequente, estabelecendo assim um estado de
equilíbrio em seus recursos imediatos. Portanto, a perpetuação de um nível ideal de
fundos para as necessidades operacionais de apoio às atividades de uma empresa
pode ser realizada por meio da transferência de receita de um ciclo operacional
para outro.

Seguindo a hipótese de estabilidade nos níveis de produção e venda, economias


com níveis de inflações estáveis tendem a se enquadrar melhor nessa situação
de equilíbrio. O que realmente se vê mesmo em cenários com níveis baixos de
inflação, é que estes mercados também estão sujeitos a variações
desproporcionais ou inesperadas em suas estruturas de preços, o que implica
em ajustes a serem feitos no capital necessário para manutenção do ciclo
operacional.
CARACTERÍSTICAS DO CAPITAL DE GIRO EM
ECONOMIAS COM INFLAÇÃO
Vamos elaborar um cenário para analise de três possíveis situações, para tal vamos assumir as seguintes
hipóteses:
A empresa “A” vende um único produto.
Todas as compras e vendas são feitas a vista. Além disto ao final do periodo
Financiada apenas com recursos próprios. observou-se uma taxa de
Definido como ideal volume mínimo de caixa de R$ 150.000,00 inflação de 10%, junto a isto
e 100 unidades de produtos disponíveis para venda. como margem para fixação de
seu preço 20% apos seu custo
corrigido.
Assim temos que:
1ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMTAM-SE NA
MESMA PROPORÇÃO DA TAXA DE INFLAÇÃO

Nesta situação (menos provável na prática), os resultados da empresa ao final do período,


supondo-se despesas operacionais incorridas ao final do período de $ 10.000, são os
seguintes:
Vendas: 100 un. × $ 3.300 $330.000
CMV corrigido: 100 un. × $ 2.500 × 1,10 ($275.000)
Lucro Bruto: $55.000
Despesas Operacionais ($10.000)
Lucro Operacional: $45.000
Perdas na capacidade de compra dos Ativos Monetários
(disponível): 10% × $ 150.000 ($15.000)
Lucro Antes do IR: $30.000
Imposto de Renda: 40% × $ 30.000 ($12.000)
Lucro Líquido: $18.000
1ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMTAM-SE NA
MESMA PROPORÇÃO DA TAXA DE INFLAÇÃO

Em resumo, a empresa subtrai $15.000 de seus resultados financeiros para proteger o valor mínimo
de caixa e estoque. Essa dedução reflete com precisão a diminuição do poder de compra. Ao manter
o negócio funcionando e assumindo que os custos aumentam proporcionalmente à inflação, o
resultado líquido da empresa de $18.000, se distribuído inteiramente aos acionistas, mantém o
capital de giro estável. Isso indica a capacidade da empresa de sustentar suas operações.

Saldo Inicial de Caixa $150.000


Receita de Vendas $330.000
Reposição do estoque(100*2.500*1,10) $275.000
Pagamento das despesas Operacionais ($10.000)
Imposto de Renda provisionado ($12.000)
Distribuição do Lucro Líquido ($18.000)
Disponível $165.000
Estoque(100*2.500*1,10) $275.000
Capital de Giro $440.000
1ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMTAM-SE NA
MESMA PROPORÇÃO DA TAXA DE INFLAÇÃO

na hipótese em que a inflação afeta equitativamente todos os elementos operacionais da empresa, o


capital de giro mantém sua capacidade de sustentação, crescendo em uma taxa igual à inflação
(10%). O resultado líquido distribuído integralmente ($18.000) não prejudica o nível mínimo de capital
de giro, pois o lucro financeiro é igual ao lucro contábil, considerando a influência proporcional da
inflação nos resultados. Ao analisar as entradas e saídas de caixa apenas das transações no período,
o resultado antes da distribuição dos dividendos é de $18.000, correspondendo ao lucro contábil da
empresa.
Receita de Vendas $330.000
Reposição do estoque(100*2.500*1,10) ($275.000)
Pagamento das despesas Operacionais ($10.000)
Imposto de Renda provisionado ($12.000)
Reinvestimento no capital de giro ($15.000)
Resultado de caixa = Lucro Liquido $18.000
2ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMENTAM-SE EM
TAXAS SUPERIORES À INFLAÇÃO

Em ambientes inflacionários, as empresas se deparam com desafios complexos na gestão do capital


de giro, especialmente quando os custos de produção, como o Custo das Mercadorias Vendidas
(CMV), apresentam um aumento superior à taxa de inflação. Essa situação exige uma análise
cuidadosa e ajustes na estratégia financeira para preservar a saúde financeira da empresa. A seguir,
destacamos seis pontos cruciais relacionados a esse cenário:

1. Impacto nos Custos de Produção:


O aumento dos custos de produção, como matéria-prima e mão de obra, em
uma taxa superior à inflação, pode resultar em pressões significativas sobre o
CMV. Isso afeta diretamente o capital de giro, uma vez que os estoques exigem
investimentos mais elevados para repor seu valor real.
2. Desafios na Demonstração de Resultados:
A empresa precisa ajustar internamente sua demonstração de resultados para
refletir com precisão os requisitos reais de capital de giro. Se os custos
aumentarem desproporcionalmente em relação às receitas, alocar uma parte
maior dos lucros para reinvestir nos ativos circulantes torna-se imperativo.
2ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMENTAM-SE EM
TAXAS SUPERIORES À INFLAÇÃO

4.Necessidade de Investimentos Adicionais:


O exemplo apresentado revela que, ao manter o nível de caixa constante, o
aumento nos custos resulta em investimentos adicionais nos estoques,
aumentando as demandas sobre o capital de giro.
2ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMENTAM-SE EM
TAXAS SUPERIORES À INFLAÇÃO

5.Participação do Ativo Circulante:


A retenção adicional necessária para enfrentar esse cenário eleva a participação do ativo circulante em relação
ao ativo total. Isso reflete a necessidade de recursos adicionais para manter a capacidade operacional.
6.Crescimento Contínuo das Necessidades de Capital de Giro:
A persistência desse cenário ao longo do tempo pode levar a um crescimento contínuo das necessidades de
capital de giro. Tornam-se essenciais investimentos periódicos para sustentar as operações da empresa,
especialmente quando os resultados operacionais podem não ser suficientes para repor o valor real do capital
de giro.

Em conclusão, a adaptação contínua às mudanças nos custos, especialmente em cenários


inflacionários, é crucial para garantir a eficiência financeira e operacional da empresa. A compreensão
aprofundada desses desafios permite que as organizações desenvolvam estratégias proativas para
enfrentar as complexidades do ambiente econômico.
3ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMENTAM-SE EM
TAXAS INFERIORES À INFLAÇÃO

No cenário em que a inflação supera o aumento nos custos operacionais, e os preços de venda
mantêm-se alinhados à taxa inflacionária, surgem oportunidades e dilemas singulares. Este contexto
demanda uma análise aprofundada das implicações para o capital de giro, explorando como a
empresa pode otimizar seus recursos diante dessas variáveis.
1. Cenário Inflacionário Superior:
Neste contexto, a taxa de inflação é mais elevada do que o aumento nos custos
e despesas operacionais da empresa.
2. Vantagens na Variação de Preços de Venda:
Ao manter a variação dos preços de venda alinhada à inflação, a empresa pode
beneficiar-se de uma margem maior de recursos disponíveis.
3. Resultado Líquido Inalterado:
Mesmo com o aumento modesto nos custos, o resultado líquido legal ao final
do período permanece constante em $18.000.
3ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMENTAM-SE EM
TAXAS INFERIORES À INFLAÇÃO

4.Excedente de Caixa:
Com a atividade física da empresa inalterada, os recursos de caixa ao final do
período excedem em $12.500 o mínimo necessário.
5.Opções de Utilização do Excedente:
O excedente de $12.500 oferece diversas opções, como distribuição como
dividendos aos acionistas, investimento em atividades extracirculantes,
retenção para financiar expansões futuras ou implementação de políticas mais
recessivas nos preços de venda dos produtos. Essa flexibilidade financeira
proporciona à empresa maior adaptabilidade às condições de mercado e
oportunidades estratégicas.
3ª SITUAÇÃO: OS CUSTOS INCREMENTAM-SE EM
TAXAS INFERIORES À INFLAÇÃO

Este cenário oferece à empresa não apenas estabilidade financeira, mas também a
flexibilidade de escolher entre distribuir dividendos, investir em atividades
extracirculantes, reter recursos para expansões futuras ou ajustar políticas de
preços. A habilidade de adaptar-se a diferentes condições de mercado fortalece a
posição da empresa, tornando-a mais resiliente e estrategicamente alinhada às
oportunidades emergentes. Nesse contexto, a gestão sábia do capital de giro
emerge como um diferencial crucial para o sucesso empresarial.
2. INVESTIMENTO EM CAPITAL DE
GIRO E A MANUTENÇÃO DE SEU
VALOR
Investimento em Manter valores mínimos em ativos
circulantes ou exatamente iguais às

capital de giro
necessidades operacionais.
Reflexão cuidadosa sobre o volume e
prazo ideais de vendas a crédito e
estoques.
Os ativos circulantes são o grupo
acionário menos lucrativo para muitos
segmentos de negócios. Os investimentos Baixos níveis de AC com
em capital de giro não geram diretamente aumento da lucratividade
unidades de produção e vendas, com o aumentam os riscos da
objetivo de obter lucros. empresa.
CG mínimo pode restringir
liquidez ou interromper
produção e vendas.
Manter um volume de recursos em capital de
giro apoia as atividades operacionais.
Risco-Retorno: Três posições
para o investimento em ativos
Principalmente por ativos monetários estão
circulantes: conservadora,
sujeitos à depreciação pela inflação.
média e agressiva.

Investimentos em créditos de curto prazo


Política conservadora reduz risco com maiores investimentos.
podem resultar em perdas devido à redução
Políticas médias e agressivas reduzem investimentos,
da capacidade de compra ao longo do tempo.
aumentando risco e lucratividade
INVESTIMENTO EM CAPITAL DE
GIRO Exemplo:

Três níveis considerados, com ativos permanentes


mantendo valor fixo.

Passivos estruturados proporcionalmente aos


investimentos totais: 20% em passivos circulantes, 30% em
passivos de longo prazo e 50% em finanças patrimoniais.

Lucratividade da empresa varia com o nível de


investimento em capital de giro.

Maior participação do capital de giro no total de ativos


resulta em menor lucratividade.

Postura de maior risco, com menores investimentos em


capital de giro, pode gerar maior retorno.

Determinar o volume ideal depende de características


operacionais, ambiente da empresa e expectativas futuras
incertas.

Técnicas de previsão, como cálculos de probabilidade e


modelos de simulação, são utilizadas para lidar com a
incerteza do capital de giro.
Efeito tesoura
Efeito Tesoura no Capital de Giro: Refere-se ao descompasso entre os prazos de recebimento das vendas e os prazos de
pagamento das obrigações da empresa.

Representação Gráfica Desequilíbrio no Fluxo de Caixa


Gráfico assemelha-se a uma tesoura aberta, Pagar obrigações mais rapidamente do que
indicando discrepância nos prazos. receber dinheiro pelas vendas resulta em
desequilíbrio no fluxo de caixa.

Risco Financeiro
Gestão Eficiente do Capital de Giro
Quando o prazo de pagamento aos fornecedores
Destaca a importância de ajustar prazos de
é menor que o prazo de recebimento das
pagamento e recebimento para garantir a saúde
vendas, pode haver dificuldades financeiras.
financeira.

Estratégias como negociação com fornecedores,


otimização dos processos de cobrança e
avaliação dos termos de crédito aos clientes
ajudam a minimizar o impacto do efeito tesoura.
Efeito tesoura
Comportamento é definido pelo
confronto entre fontes de longo
prazo do Capital de Giro (CDG) e a
necessidade operacional de recursos
da Necessidade de Capital de Giro
(NCG).

Legenda:

(T) : Saldo de Tesouraria


(CDG):Fontes de longo prazo disponíveis do Capital de Giro
(NCG): Necessidade operacional de recursos da Necessidade de Capital de Giro

Fórmula de análise do efeito tesoura:

Var. T = Var. CDG – Var. NCG

A variação do CDG:

Var. CDG= Lucro retido + Var. ELP – Var. RLP + Aum. de Capital + Invest. de Expansão
Prevenção do Efeito Tesoura
Necessidade de lucro retido suficiente para financiar aumentos no Necessidade de Capital de Giro (NCG).

01 02 03 04
Operações atuais requerem O Capital de Giro (CDG) Empresas de médio porte Financiar aumentos de NCG
financiamento permanente deve acompanhar a precisam de garantias para por dívidas ou investimento de
(NCG). evolução do NCG para empréstimos de médio ou capital diminui as chances de
Crescimento amplia essa evitar a deterioração da longo prazo. financiar necessidades futuras.
necessidade. situação financeira. Bancos preferem Aumento de capital leva à
O lucro retido equilibra as Importância do capital do investimentos industriais ou distribuição de dividendos e à
necessidades com recursos CDG nas decisões financeiros a financiar diminuição da reserva de
permanentes. financeiras. aumentos de NCG. lucros.
Autofinanciamento é Aumento do endividamento
preferível. resulta em despesas
financeiras adicionais e na
diminuição dos resultados
futuros.
Principais Fontes de Distúrbios
Financeiros - Fatores

Crescimento Muito Elevado de Vendas


Causa aumento explosivo da Necessidade de Capital de Giro (NCG).
Pode provocar o Efeito Tesoura se exceder largamente o lucro retido.

Crescimento Expressivo do Ciclo Financeiro


Decorrência de alterações nos prazos operacionais de estoques, clientes e
fornecedores.
Pressiona a estrutura financeira ao aumentar significativamente a NCG.
Se não acompanhado por crescimento compatível do Capital de Giro (CDG),
pode gerar o Efeito Tesoura.

Baixa Geração de Lucros


Aumento dos custos operacionais ou despesas financeiras reduzem as
margens.
Pode resultar em pequeno crescimento ou redução do CDG.
Abre espaço crescente para o Saldo de Tesouraria (T).

Distribuição Elevada de Resultados


Baixa retenção de lucros insuficientes para enfrentar o aumento da NCG.
Principais Fontes de Distúrbios
Financeiros - Fatores

Redução das Vendas


Diminuição das vendas aumenta a NCG devido ao acúmulo de estoques e
eventual inadimplência.
Proporciona uma redução proporcionalmente maior do CDG, contribuindo
para o Efeito Tesoura.

Investimentos Elevados sem Financiamento Adequado


Aumentam as aplicações no ativo permanente ou de longo prazo.
Reduzem ou estabilizam o CDG.

Inflação Elevada
Provoca aumento expressivo da NCG de forma automática.
Pode não impactar equivalentemente nos lucros devido às pressões de
custos e aumento dos juros a curto prazo.
3. FINANCIAMENTO DO CAPITAL DE
GIRO E SEUS EFEITOS NAS
ECONOMIAS EM DESENVOLVIMENTO.
COMPORTAMENTO DAS TAXAS DE
JUROS A CURTO E LONGO PRAZO

Custo do Crédito Cenário Brasileiro Segmentação na Oferta de Crédito


O crédito de longo prazo é No Brasil, empréstimos de curto Instituições oficiais gerenciam a
mais caro devido ao risco prazo geralmente são mais maior parte do crédito de
associado à duração do caros para empresas do que os longo prazo, enquanto os
empréstimo e à de longo prazo, devido a fatores bancos privados controlam o
imprevisibilidade da como escassez de poupança e dinheiro de curto prazo.
capacidade de pagamento. subsídios para crédito de longo
prazo. Linhas de crédito de longo prazo
Flutuações nas taxas de são subsidiadas para promover
juros ao longo do tempo A dependência de operações de o desenvolvimento regional e
aumentam o custo, e curto prazo contribui para um setorial.
quanto maior o prazo, maior maior custo final.
o risco para o credor.
DILEMA RISCO-RETORNO NA
COMPOSIÇÃO DE FINANCIAMENTO

Dilema Risco-Retorno na Política de Desafios e Riscos Associados a Créditos de


Financiamento de Capital de Giro Curto Prazo
Escolher entre crédito de curto e longo Uso intensivo de créditos de curto prazo reduz
prazo afeta o equilíbrio entre risco e a lucratividade tradicional, mas o impacto
retorno. pode ser mitigado com mudanças na estrutura
de financiamento.
Optar por mais passivo circulante pode
aumentar lucros devido a custos mais Riscos associados incluem maior volatilidade
baixos. devido à sensibilidade das taxas de juros de
curto prazo às flutuações econômicas.

Dependência de crédito de curto prazo pode


afetar a liquidez e relacionamento com
credores, especialmente em momentos de
dificuldades na obtenção de recursos.
ABORDAGEM PARA O FINANCIAMENTO
DO CAPITAL DE GIRO
3. Natureza do Capital de Giro
1. Importância do Financiamento do Capital
de Giro Capital de giro fixo é investimento cíclico e
Decisões cruciais no dilema risco-retorno permanente, repetindo-se periodicamente.
relacionadas ao financiamento do capital Capital de giro sazonal é influenciado por
de giro. variações temporárias nos negócios, como
Estruturação dos passivos essencial para maiores vendas em épocas específicas ou
equilibrar risco e retorno. grandes compras de estoque antes de
entressafras.

2. Compreensão do Capital de Giro


Classificação em permanente e sazonal.
Parte fixa é determinada pela atividade
normal da empresa, baseada nas necessidades
mínimas de recursos para o ciclo operacional.

Exemplo: Se vendas mensais são $600 mil e


recebimento médio é em 45 dias, investimento
mínimo em recebíveis deve ser $900 mil.
TIPOS DE ABORDAGENS

Abordagem pelo equilíbrio


tradicional

Abordagem de risco mínimo

Outras abordagens de
financiamento
Desvantagens e Considerações
Abordagem pelo Possível redução nos empréstimos de curto prazo

Equilíbrio Tradicional pode ser desvantagem.

Dificuldade em levantar fundos se necessidades


Recursos de longo prazo financiam ativos
sazonais mudarem significativamente, afetando a
permanentes e capital de giro permanente.
liquidez.

Aplicabilidade de curto prazo cobre necessidades Empréstimos de curto prazo podem ter custos mais
sazonais de capital de giro. altos, impactando a lucratividade.

Conhecida como compensatória devido a períodos Evitar investimento em recursos improdutivos ao


equilibrados de captação e investimento. financiar necessidades sazonais com empréstimos
temporários.
Flutuações no capital de giro financiadas por
Compensação através de Investimentos
recursos de curto prazo, enquanto investimentos
Financeiros Temporários
permanentes são cobertos por fundos de longo
prazo. Limitação de financiar necessidades sazonais com
empréstimos de longo prazo evita custos sem
retorno.

Investimentos financeiros temporários podem


gerar retorno mínimo sobre os fundos arrecadados,
compensando essa limitação.
ABORDAGEM PELO EQUILÍBRIO
TRADICIONAL
Abordagem de risco
mínimo
Minimiza riscos ao ser totalmente financiada por recursos de longo prazo, incluindo necessidades sazonais.

Capital de giro líquido igual ao ativo circulante.

Minimização de Riscos Custo e Ociosidade de Recursos Preferência em Situações Específicas


Risco é reduzido pela Abordagem é cara devido à Preferência por essa composição
ausência de captação de preferência por empréstimos pode surgir em cenários com
recursos de curto prazo, a de longo prazo e à custos de crédito mais altos e
menos que ocorram ociosidade de recursos. oportunidades lucrativas de
necessidades financeiras investimento.
inesperadas.
Empresas podem minimizar
custos de financiamento e obter
retornos compensatórios em tais
situações.
ABORDAGEM DE RISCO MÍNIMO
4. CONCEITO E O CÁLCULO DA
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.
A Necessidade de Capital de Giro (NCG) refere-se à quantidade de capital
necessário para sustentar as operações diárias de uma empresa, garantindo que
ela tenha recursos suficientes para cobrir despesas operacionais correntes. O
cálculo da NCG é uma métrica essencial para a gestão financeira, indicando a
diferença entre os ativos circulantes (como contas a receber e estoques) e os
passivos circulantes (como contas a pagar).

A fórmula básica para calcular a NCG é:


NCG=AC−PC
Onde:
NCG é a Necessidade de Capital de Giro,
AC representa os Ativos Cíclicos(contas a
receber, estoques, entre outros),
PC representa os Passivos Cíclicos(contas a
pagar, obrigações de curto prazo, entre outros).
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.

Um NCG positivo indica que a empresa pode enfrentar dificuldades de liquidez, pois seus ativos circulantes
são insuficientes para cobrir as obrigações de curto prazo. Por outro lado, um NCG negativo sugere uma
situação mais favorável, indicando que a empresa tem uma posição líquida de caixa disponível para quitar
suas obrigações de curto prazo.

A análise da NCG é crucial para a tomada de decisões financeiras estratégicas, permitindo que as empresas
otimizem seus fluxos de caixa e mantenham uma posição financeira saudável.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.
1. Estrutura Inicial:
CCL de $10.000, 50% do investimento em ativo
circulante.
$30.000 dos fundos de longo prazo financiam
ativos fixos.
2. Desafio de Liquidez:
Risco financeiro ao financiar necessidades
permanentes com passivos de curto prazo.
3. Informações Adicionais para Análise:
Vendas: $40.000/mês, sendo $10.000 a prazo.
Prazo médio de cobrança: 18 dias.
Estoque mínimo: 15 dias de vendas.
Custo de produção: 40% do preço de venda.
Volume mínimo de caixa: $1.500 para 10 dias de
desembolsos.
4. Montante de Capital de Giro:
$20.000 investidos em capital circulante.
$15.500 de natureza permanente, $4.500 sazonais.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.
Os resultados indicam que, dos $20.000 investidos em capital
circulante, $15.500 são de natureza permanente e são financiados
pelos recursos de longo prazo aplicados em giro, totalizando um
capital circulante líquido (CCL) de $10.000. Embora a empresa
demonstre um CCL positivo, revela-se em uma situação de
desequilíbrio financeiro, pois financia investimentos cíclicos de
giro com passivos de curto prazo. A manutenção da saúde
financeira depende fortemente da renovação de dívidas
circulantes com credores. A Figura ao lado destaca a necessidade
mínima de $5.500 em recursos de longo prazo para estabelecer o
equilíbrio financeiro, permitindo a adequação dos prazos de
transformação em caixa aos desembolsos exigidos pelos passivos.
Ressalta-se que o cálculo do CCL por si só não é suficiente, sendo
crucial a determinação da necessidade de investimento em giro
para uma avaliação abrangente da posição financeira da empresa.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.

Cenário A: Equilíbrio Financeiro


Total de investimento em giro: $20.000.
Ativos cíclicos (permanentes): $15.500; Ativos sazonais:
$4.500.
Ativos cíclicos representam políticas operacionais,
enquanto ativos sazonais podem incluir valores não
ligados diretamente ao ciclo operacional.
Parte do passivo circulante ($5.500) é classificada como
cíclica, estabelecendo equilíbrio financeiro.
Posição ajustada com maturidade entre ativos, passivos,
e capital circulante líquido (CCL = NIG).
Figura: CCL de $10.000, NIG de $10.000, integralmente
suprida por fontes permanentes.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.

Cenário B: Desajustes na Estrutura de Equilíbrio


Se apenas $3.000 do passivo circulante são cíclicos,
ocorrem problemas na estrutura de equilíbrio.
Figura: CCL de $10.000, NIG de $12.500, indicando
desajustes na estrutura financeira.
Financiamento de longo prazo não é suficiente para
cobrir necessidades permanentes, exigindo participação
de passivos sazonais.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.

Cenário C: Margem de Segurança Financeira


Se o passivo cíclico atinge $8.500, a NIG se reduz para
$7.000, coberta com folga pelo CCL existente.
Figura(c): CCL de $10.000, NIG de $7.000, indicando uma
margem de segurança financeira de $3.000.
Em condições de equilíbrio, a empresa pode elevar seus
investimentos em giro até esse montante sem recorrer a
créditos externos.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM
CAPITAL DE GIRO.
Expansão Operacional e Necessidade de Lastro Financeiro:
Fundamental ter um lastro financeiro para suportar a expansão das operações.
A capacidade financeira da empresa é limitada e exceder esse limite reduz a margem de segurança do capital
de giro, tornando o equilíbrio financeiro vulnerável.
Demanda Crescente por Investimentos em Giro:
Expansão da atividade demanda mais investimentos em giro, especialmente em duplicatas a receber e
estoques.
A Necessidade de Investimento em Giro (NIG) pode superar o montante do Capital Circulante Líquido (CCL).
Overtrading e Riscos Associados:
Situação de overtrading ocorre quando o CCL existente não é suficiente para cobrir os investimentos
adicionais em giro.
Riscos associados ao overtrading incluem expansão sem sustentação, aumento consecutivo de preços,
redução no capital circulante líquido, grandes investimentos em bens fixos, crescimento superdimensionado,
entre outros.
Financiamento com Créditos Onerosos de Curto Prazo:
Empresas, ao enfrentar crescimento sem suporte financeiro adequado, muitas vezes recorrem a créditos
onerosos de curto prazo.
Isso pode resultar na dependência contínua da manutenção desses passivos, aumentando a vulnerabilidade
financeira.
OBRIGADO(A)

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